RESUMO: Este trabalho apresenta uma análise sobre a evolução dos direitos políticos do
Brasil desde o período colonial até as últimas reformas eleitorais nos dias atuais. O país
passou por longos períodos de instabilidade dos direitos políticos, ocorrendo constantes
progressos e retrocessos, mudanças que moldaram o nosso sistema eleitoral atual. Durante
esse percurso evolutivo a sociedade lutou por seus direitos políticos, consequentemente por
sua participação na condução da coisa pública, seu direito de votar e ser votado. Assim,
buscar-se-á desenvolver uma breve análise acerca da importância dos direitos políticos, da sua
evolução e das reformas eleitorais atuais.
ABSTRACT: This paper presents an analysis of the evolution of the political rights of Brazil
from the colonial period to the last electoral reforms in the present day. The country has gone
through long periods of political rights instability, with constant progress and setbacks,
changes that shaped our current electoral system. During this evolutionary course the citizen
fought for his political rights, consequently by their participation in the conduct of the public
thing, your right to vote and to be voted. Thus, a brief analysis will be developed on the
importance of political rights, of its evolution and of the current electoral reforms
Sumário: Introdução. 1) Contexto histórico; 1.1) Período colonial; 1.2) Período Imperial; 1.2)
Período Republicano; 1.3.1) Período ditatorial (1937-1945); 1.3.2) Período ditatorial (1964 –
1985); 1.4) Nova república; 2) Direitos Políticos; 2.1) Relação entre os Direitos Políticos e os
Direitos Fundamentais; 2.2) Classificação dos direitos políticos; 2.2.1) Direitos políticos
positivos: sufrágio, plebiscito e referendo; 2.2.2) Direitos políticos negativos: inelegibilidade,
perda e suspensão; 3) Reformas eleitorais; 3.1) Governo Lula; 3.1.1) Minirreforma eleitoral
de 2006; 3.1.2) Minirreforma eleitoral de 2009; 3.2) Governo Dilma; 3.2.1) Minirreforma
eleitoral de 2013; 3.2.2) Minirreforma eleitoral de 2015; Considerações finais.
1
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Direito/CERES/UFRN como exigência
parcial para a obtenção do bacharelado em Direito, sob a orientação do Prof. Dr. Ubirathan Rogerio Soares.
2
Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
2
INTRODUÇÃO
3
FAORO, Raymundo. Os donos do poder. Formação do patronato político brasileiro. 3ª ed. São Paulo: Globo,
2001.
4
4
PORTO, Walter Costa. O voto no Brasil. Da Colônia à 6ª República. 2ª ed. Rio de Janeiro: Topbooks Editora,
2002.
5
FERREIRA, Manoel Rodrigues, A evolução do sistema eleitoral brasileiro. 2ª ed. Tribunal Superior
Eleitoral, 2005.
5
dono de grandes quantidades de terras. Devido a tal peculiaridade, o projeto passou a ser
conhecido como “Constituição da Mandioca” (ARRUDA, PILETTI, 2001)6.
A divisão dos poderes proposta pela Assembleia Constituinte contrariou os
interesses de Dom Pedro I devido a predominância do poder legislativo sobre o executivo,
limitando o seu poder e desafiando as suas pretensões absolutistas. Tal fato o incentivou a
dissolver da Assembleia Constituinte com o apoio militar, gerando o acontecimento
conhecido como “a Noite da Agonia”.
Em sua obra “a evolução constitucional do Brasil”, Paulo Bonavides (2004, p.
385)7, apresenta como foi a dissolução da Assembleia Constituinte:
6
ARRUDA, José Jobson de A.; PILLETI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil, 2001.
11ª edição. São Paulo: Ática.
7
BONAVIDES, Paulo. A evolução constitucional do Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 14, n. 40,
p.155-176, 2000.
6
alterações dos resultados. Uma das principais fraudes eleitorais decorreu da possibilidade do
voto por procuração, onde pessoas não compareciam aos locais de votação e enviavam um
representante munido de um instrumento de procuração para exercer o seu direito de voto.
Além disso não existia na época título eleitoral, as pessoas eram reconhecidas
pelos integrantes da mesa apuradora e por testemunhas, o que facilitava a ação dos
fraudadores, que contabilizavam votos de mortos, crianças e eleitores de outras cidades.
O ano de 1881 trouxe grandes mudanças no sistema político da época, nele foi
instituído o Decreto nº 3.029 de 9 de janeiro, conhecido como “Lei Saraiva”, em homenagem
ao então Ministro do Império José Antônio Saraiva. Tal Decreto trouxe consideráveis avanços
para as eleições nacionais, quais sejam: a instituição do título de eleitor, eleições diretas para
todos os cargos eletivos do império e possibilidade de um candidato não católico disputar o
pleito.
Apesar dos avanços que proporcionou, o Decreto recebeu fortes críticas por seguir
um caráter de exclusão social. Segundo Porto 8(2002, p. 100):
O que se esperava com a eleição direta, segundo Rui Barbosa, é que se excluísse ‘o
capanga, o cacetista, o biju, o xenxém, o bem-te-vi, o morte-certa, o cá-te-espero, o
mendigo, o analfabeto, o escravo, todos esses produtos da larga miséria social, para
abrir margem ao patriotismo, à ilustração, à independência, à fortuna, à experiência’.
8
PORTO, Walter Costa. O voto no Brasil. Da Colônia à 6ª República. 2ª ed. Rio de Janeiro: Topbooks
Editora, 2002.
7
A Magna Carta de 1891 ainda trouxe avanços como o voto direto masculino e não
secreto para os representantes do poder executivo e legislativo, a alteração do Estado em laico
e a exclusão do poder moderador (afastando do Imperador o poder político) e do Conselho de
Estado.
Ainda no período republicano, foi instituído o primeiro Código Eleitoral
brasileiro, precisamente no ano de 1932, por meio do Decreto nº 21.076, cujo principal
objetivo era a reforma da legislação eleitoral pátria, trazendo mudanças consideráveis, como a
instituição do voto secreto e obrigatório, do voto feminino10, a adesão do sistema proporcional
de votação, a regularização das eleições federais, estaduais e municipais e a delegação à
Justiça Eleitoral pela organização de todo o processo eleitoral. No mesmo ano, o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) foi inaugurado no estado do Rio de Janeiro, que na época era a
capital do país.11
Outra grande inovação que o Código Eleitoral de 1932 trouxe foi a criação dos
Tribunais Regionais Eleitorais, cujo objetivo era fazer o cumprimento das decisões do
Tribunal Superior Eleitoral, o julgamento de recursos e a divisão sua jurisdição em zonas
eleitorais.
Dois anos depois, em 16 de julho de 1934, no governo Vargas, foi promulgada a
Constituição Brasileira de 1934. A nova Carta chamava atenção por suas características
progressistas e nacionalistas. Os principais avanços que trouxe foi o voto feminino, a
criação da justiça eleitoral e a justiça do trabalho, o voto obrigatório para maiores de 18
anos e o voto secreto.
9
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 18. ed. São Paulo: Malheiros: 2000.
10
“Pela primeira vez, as mulheres conquistavam o exercício da cidadania, o que, além de ter um significado
político muito importante, implicava um acréscimo substancial no corpo de votantes. (FAUSTO, 2007, P.22)
11
"Primeiro Código Eleitoral do Brasil completa 81 anos”. Tribunal Superior Eleitoral. 2013. Disponível em:
< http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2013/Fevereiro/primeiro-codigo-eleitoral-do-brasil-completa-81-
anos >. Data de acesso: 30 de outubro de 2016.
8
Apesar dos avanços que trouxe, o primeiro Código Eleitoral brasileiro foi
revogado no ano de 1937, após início do Estado Novo, como era conhecida a “nova ordem”
instituída pelo presidente Getúlio Vargas. Em 10 de novembro foi outorgada a Constituição
de 1937, conhecida como “polaca”, trouxe um regresso considerável dos direitos políticos do
cidadão brasileiro, abolindo os partidos políticos, suspendendo as eleições livres,
estabelecendo eleições indiretas para presidente da República, no qual teria um mandato de 6
anos.
Durante o período de 10 anos não houve eleições no país, período caracterizado
por abolir vários direitos políticos, concentrando o poder nas mãos das autoridades
governantes. Paulo Bonavides (2008)13 em sua obra Curso de Direito Constitucional,
apresenta considerações acerca da Carta de 1937, afirmando que esta:
12
Apud ARRUDA, Marcos. CALDEIRA, Cesar. Como Surgiram as Constituições Brasileiras. Rio de
Janeiro: FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e educacional). Projeto Educação Popular para a
Constituinte, 1986.
13
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda.
9
No ano de 1945 a Justiça Eleitoral foi reestabelecida por meio do Decreto nº 7586.
No mesmo ano Getúlio Vargas anuncia eleições gerais e sofre o golpe militar. Após o golpe, o
presidente do Supremo Tribunal Federal se estabeleceu no poder durante o período
aproximado de 3 meses, período conhecido como hiato eleitoral. Esse lapso temporal trouxe
uma ideia de cidadão/trabalhador, valorizando o cidadão que participava de alguma forma da
economia do país.
O Código Eleitoral instituído por meio do Decreto nº 7586, trouxe novidades para
o cenário político, como: a obrigatoriedade da vinculação dos candidatos a partidos políticos e
a redução da idade mínima para votar, que passou de 21 anos para 18 anos. Além disso, a Lei
Agamenon, como também era conhecido o Código Eleitoral, trouxe mais segurança às urnas
com a finalidade de garantir o sigilo do voto, utilizavam sobrecartas oficiais, uniformes e
opacas; para evitar as fraudes, o código determinava pena de detenção de três meses a um ano
a quem se escrevesse mais de uma vez e pena de seis meses a um ano para o eleitor que
votasse no lugar de outro.14
14
“Código Eleitoral completa 50 anos nesta quarta feira”. Tribunal Superior Eleitoral. 2015. Disponível em:
< http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2015/Julho/codigo-eleitoral-completa-50-anos-nesta-quarta-feira-
15 >. Data de Acesso em: 01 de novembro de 2016.
15
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp, 2008; HERKENHOFF, João Baptista. Gênese dos Direitos
Humanos. Editora Santuário, 2002.
10
16
“Década de 80: ad diretas já”. Disponível em: <
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/93436-DECADA-DE-80:-AS-DIRETAS-
JA.html >. Acesso em 13/10/2016.
11
2.DIREITOS POLÍTICOS
17
“Década de 90: avanços no sistema eleitoral”. Disponível em: <
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/93435-DECADA-DE-90-AVANCOS-NO-
SISTEMA-ELEITORAL.html >. Acesso em 16/10/2016.
12
os direitos políticos nada mais são do que instrumentos por meio dos quais a
Constituição Federal (CF) garante o exercício da soberania popular, atribuindo
poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta,
seja indiretamente.
Seguindo esta mesma linha de raciocínio, José Afonso da Silva (2004)19 citando
Pimenta Bueno também define que os direitos políticos são as prerrogativas, os atributos,
faculdades ou poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção
direta ou só indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade de gozo desses direitos.
Os cidadãos gozam dos seus direitos políticos, exercendo o seu direito de
participação popular, que surge da vontade manifestada individualmente por cada pessoa, com
a finalidade de contribuir de maneira direta ou indireta para a organização do estado e
manutenção da democracia.
18
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 13. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2009.
19
SILVA, José Alfonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 23º Edição. 2004.
página 344.
20
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: Teoria Geral. 4ªed. São Paulo: Atlas, 2002.
13
21
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 1993.
22
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. 20. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008.
14
eleito, exercer sua atividade política e assumir encargos públicos. Direitos políticos negativos
são os que importam na privação na qualidade de eleitor (cidadão).
Conclui-se que há a necessidade de classificação dos direitos políticos, tendo em
vista a sua importância no exercício da atividade política. Vejamos, mais adiante e de maneira
mais clara, no que consistem os direitos políticos positivos e negativos.
O direito de sufrágio posto que não seja mero reflexo das regras jurídicas
constitucionais, como já se pretendeu, não é só direito individual no sentido em que
o é o habeas corpus e o mandado de segurança, pela colocação que se lhes deu na
Constituição. É função pública, função de instrumentação do povo: donde ser direito
e dever.
23
ARAÚJO, Luiz Aberto David. Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva. 10ª Edição. 2006. pg. 239.
24
MIRANDA, de Pontes. Comentários à constituição de 1967. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1967.
15
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III- iniciativa popular.
O Plebiscito e o referendo são direitos políticos expressos na Carta Magna de
1988 e regulamentados pela Lei nº 9709, os dois tem o mesmo objetivo, consultar o povo para
que tomem decisões sobre algum tema de relevância nacional nas questões de natureza
constitucional, legislativa ou administrativa.
Apesar de possuírem o mesmo objetivo de consulta popular, eles se diferenciam
quanto o momento da consulta. O plebiscito é convocado antes da criação do ato legislativo
ou administrativo, para que o povo decida se o ato será criado ou não. Já o referendo se dá
após o ato, e o cidadão tem que escolher pela ratificação ou rejeição da proposta apresentada.
25
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 7 ed. São Paulo: Método, 2004.
16
O próprio texto constitucional em seu art. 14, § 9º, estabelece que a finalidade da
inelegibilidade é proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta, conforme expressa previsão constitucional (art.14, § 9º, CF/88).
É importante salientar que devido ao aspecto constitucional da inelegibilidade, é
possível que outros casos e situações sejam tratados por lei complementar. Segundo Pedro
Lenza26, as inelegibilidades estão previstas tanto na CF (art. 14, §§ 4º a 8º), normas estas que
independem de regulamentação infraconstitucional, já que de eficácia plena e aplicação
imediata, como em lei complementar, que poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação” (2009, p. 789).
Ainda podemos classificar as inelegibilidades em absolutas e relativas. A primeira
diz respeito ao impedimento de exercer qualquer cargo eletivo, seguindo os casos taxativos
expressos pela CF/88, já a segunda diz respeito a cargos eletivos cujo caso concreto e a
situação em que o indivíduo se encontra o impedirá de exercer o cargo.
Assim como a inelegibilidade, os casos de perda e suspensão dos direitos políticos
estrão elencados na Carta Magna de 1988, o artigo 15 estabelece que: “É vedada a cassação
de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da
naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III -
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V -
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
A evolução dos direitos políticos continua até os dias de hoje, podemos observar
tal evolução através das reformas eleitorais, que nos últimos dois governos ocorreram com
certa frequência, objetivando a melhoria, o equilíbrio e a transparência das nossas eleições,
vejamos no próximo capítulo as principais reformas eleitorais.
3. REFORMAS ELEITORAIS
Neste capítulo, serão expostas as reformas eleitorais ocorridas nos últimos dois
governos presidenciais, Luís Inácio Lula da Silva (2003 a 2011) e Dilma Rousseff (2011 a
26
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 13. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2009.
17
2016). Porém, antes de adentrar nas reformas propriamente ditas, importante a diferenciação
entre reforma política e reforma eleitoral, que não podem ser utilizadas como sinônimos.
Reforma política seria um termo mais amplo, utilizado para designar mudanças no
próprio sistema político como um todo, motivado por pressões sociais que não se veem
representadas pelos governantes e clamam por mais participação.
Ao definir reforma política, Frei Sérgio Antônio Gorgen (2016) fala de uma “crise
de representação” que, em suas palavras, “é quando os representados não se sentem mais
representados por seus governantes formais e deixam de acreditar no próprio sistema de
representação, pois sabem antecipadamente que seus anseios e necessidades não estarão sendo
minimamente atendidos”.
Um dos motivos dessa crise de representação advém da influência do poder
econômico em nosso sistema político. Pode-se dizer que os maiores empresários do país estão
no poder, seja como políticos ou como financiadores das campanha dos políticos aliados.
Nestes dois casos, os eleitos não trabalhariam em prol da população e do bem comum, pelo
contrário: desenvolveriam suas ações no sentido de manter os privilégios sempre existentes.
Já a reforma eleitoral, por sua vez, tem um campo de abrangência menor. Ela
busca alterar as regras da campanha para que o pleito possa ocorrer de forma igualitária, sem
que uma parcela da sociedade, em geral os mais ricos, seja beneficiada em detrimento de
outra. Ao tratar dos objetivos das reformas política e eleitoral, Fernando de Lascio (2015)
afirma que:
27
“Novas regras para as eleições de 2006”. 2006. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/8580/novas-
regras-para-as-eleicoes-de-2006 >. Data de Acesso em: 03 de novembro de 2016.
19
28
"Breves notas sobre a minirreforma eleitoral de 2013”. Justiça Eleitoral. 2014. Disponível em: <
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-ms-artigo-breves-notas-sobre-a-minirreforma-eleitoral-de-2013 >.
Data de acesso: 05 de novembro de 2016.
21
Em relação a ata da convenção, esta deve ser feita e publicada em qualquer meio
de comunicação em até 24 horas após a realização da convenção. E caso não seja obedecida a
norma, o juiz eleitoral pode determinar o seu cumprimento obrigatório.
Antes da minirreforma a substituição de candidatos às eleições majoritárias
poderia ocorrer a qualquer tempo e dos candidatos às eleições proporcionais em até 60 dias
antes do pleito. Porém, o prazo para substituição de candidatos foi estabelecido em 20 dias,
tanto para majoritária quanto para proporcional.
Em relação aos gastos de campanha, 10 % (dez por cento) foram limitados com
alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas e 20% (vinte por cento) ao aluguel
de veículos. Os gastos com a contratação do pessoal em campanha estão expressos pelos
artigos 100-A e 30-A, que estabelecem a contratação direta ou terceirizada para a prestação de
serviços de militância e a contratação está vinculada aos limites impostos aos seus candidatos.
São excluídos dos limites fixados a militância não remunerada, pessoal contratado para apoio
administrativo e operacional, fiscais e delegados credenciados para trabalhar nas eleições e os
advogados dos candidatos ou dos partidos e coligações.
Quanto ao marketing eleitoral, passou a ser proibida a veiculação de propaganda
eleitoral em vias públicas utilizando cavaletes, bonecos e cartazes, sendo permitido apenas o
uso de bandeiras móveis. A minirreforma limitou o tamanho dos adesivos, tendo as
dimensões máximas de 50cm por 40cm, porém, proibiu adesivos em taxis e ônibus.
O marketing sonoro também foi reformado, estabelecendo um limite de volume e
de funcionamento do dia 6 de julho até as eleições, das 8 às 22 horas, com distância nunca
inferior a 200 metros de órgãos públicos e de hospitais, fóruns, escolas, bibliotecas públicas,
igrejas e teatros. O volume máximo permitido para o funcionamento do som é de 80 decibéis
de pressão sonora.
Um importante assunto, tendo em vista a sua atualidade, que a minirreforma
trouxe, foi a possibilidade de manifestação e posicionamento pessoal sobre questões políticas
nas redes sociais antes do período destinado a propaganda eleitoral, em decorrência do direito
fundamental da livre manifestação do pensamento.
Por fim, a nova lei também estabeleceu que a prestação de contas deve ser
realizada mediante escrituração contábil, sendo necessária fiscalização de documentos
contábeis e fiscais apresentados pelo partido, contendo as despesas da campanha eleitoral
como um todo.
22
29
"Breves notas sobre a minirreforma eleitoral de 2015”. Justiça Eleitoral. 2015. Disponível em: <
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-ms-breves-notas-sobre-a-minirreforma-eleitoral-de-2015-
1449677024470 >. Data de acesso: 06 de novembro de 2016.
30
"Série Reforma Eleitoral 2015: conheça os principais pontos alterados no Código Eleitoral”. Tribunal
Superior Eleitoral. 2015. Disponível em: < http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2015/Outubro/serie-
reforma-eleitoral-2015-conheca-os-principais-pontos-alterados-no-codigo-eleitoral >. Data de acesso: 06 de
novembro de 2016.
23
deputado distrital, estabelecendo que serão eleitos apenas os candidatos que tenham obtido
um número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral.
Outro importante avanço que a minirreforma trouxe para os nossos direitos
políticos é a ampliação do voto em trânsito. A partir de agora o código eleitoral assegura que
o eleitor que estiver dentro do estado em que vota poderá votar para diversos cargos políticos
em cidades com mais de 100 mil eleitores. Os militares também poderão votar na
circunscrição em que estiverem laborando, mesmo que não seja no seu domicílio eleitoral.
A Lei 13.165 de 2015 trouxe diversas outras novidades e alterações do nosso
sistema eleitoral, porém, como apresentado no início do tópico, o objetivo deste capítulo é
fazer apenas uma breve análise das reformas eleitorais em um contexto evolutivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Sistema Político. 2016. Disponível
em: http://www.reformapolitica.org.br/noticias/artigos/1838-crise-no-sistema-politico.html.
Acesso em 08/11/2016.
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em: <http://www.qualicidade.org.br/blog-do-cidadao-independente/reforma-politica-x-
reforma-eleitoral/>. Acesso em 06/11/2016
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Belo Horizonte: Interlivros Jurídica de Minas Gerais Editora, 1992. 295p.
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Tribunais, 1967.
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SURGEM-OS-VOTOS-SECRETO-E-FEMININO.html >. Acesso em 10/10/2016.
26