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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


INSTITUTO DE HISTÓRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA COMPARADA
DOUTORADO EM HISTÓRIA COMPARADA

COMIDA, BEBIDA E DIVERSÃO: UMA ANÁLISE COMPARADA DO PERFIL DE


RESTAURANTES E CONFEITARIAS NO RIO DE JANEIRO DO SÉCULO XIX
(1854-1890)

Thaina Schwan Karls

Orientador: Prof. Dr. Victor Andrade de Melo

Rio de Janeiro
2017
1

COMIDA, BEBIDA E DIVERSÃO: UMA ANÁLISE COMPARADA DO PERFIL DE


RESTAURANTES E CONFEITARIAS NO RIO DE JANEIRO DO SÉCULO XIX
(1854-1890)

Thaina Schwan Karls

Tese de doutoramento apresentada ao Curso de


Doutorado do Programa de Pós-Graduação em
História Comparada do Instituto de História da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,
como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Doutora em História Comparada.
Orientador: Prof. Dr. Victor Andrade de Melo

Rio de Janeiro
2017
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FOLHA DE APROVAÇÃO

Tese de doutoramento apresentada ao Curso de


Doutorado do Programa de Pós-Graduação em
História Comparada do Instituto de História da
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Doutora em História Comparada.

Aprovada por:

_______________________________________
Prof. Dr. Victor Andrade de Melo - Presidente

_______________________________________
Profa. Dra. Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva

_______________________________________
Prof. Dr. Flávio dos Santos Gomes

_______________________________________
Profa. Dra. Regina Maria da Cunha Bustamante

_______________________________________
Profa. Dra. Valéria Lima Guimarães

_______________________________________
Prof. Dr. Fábio de Faria Peres
3
4

Dedico esta tese ao bem mais precioso que tenho, minha família!
Em especial aos meus pais, meu irmão e meu esposo.
5

AGRADECIMENTOS

O que dizer deste momento tão sonhado e esperado? Só tenho muito a agradecer a todos
que contribuíram para a realização deste sonho.
Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida, por me guiar, iluminar e me dar
força para superar todos os desafios e conseguir trilhar o meu caminho.
Ao meu orientador, Professor Dr. Victor Andrade de Melo, pela disponibilidade,
atenção dispensada, paciência, dedicação, profissionalismo e além de tudo por ter acreditado e
confiado em mim.
Aos meus pais, “ouro de mina”, por todo amor e por nunca medirem esforços para que
meus sonhos se tornassem realidade.
Ao meu querido irmão Vinicius, amigo de todas as horas.
Ao Dé e à Lena, meus irmãos de coração.
À tia Kity por todo carinho e pelas palavras certas nos momentos mais difíceis.
Um agradecimento mais que especial ao meu esposo Cleber, meu grande amor,
parceiro, amigo e, sem sombra de dúvida, meu maior incentivador. Ele foi o presente mais
lindo e esperado que ganhei neste doutorado. Agradeço por toda a troca de conhecimento e
por me fazer apaixonar cada dia mais por ele, assim como pela pesquisa na história.
À Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao Instituto de Nutrição Josué de Castro, aos
colegas do curso de Gastronomia, em especial aos professores Márcio e Joyce, que assumiram
as minhas disciplinas durante o meu período de afastamento para que eu pudesse me dedicar
totalmente a este trabalho.
Ao Professor Nuno Domingos, da Universidade de Lisboa, pela oportunidade e convite
para pesquisar em Portugal.
À Professora Andréia Frazão, pelo grande incentivo na busca pelo doutorado, assim
como por ter me colocado em contato com o Professor Victor e por toda contribuição para
esta pesquisa.
À Professora Valéria Guimarães, por todo apoio e indicações bibliográficas
fundamentais para o amadurecimento e desenvolvimento do meu projeto de doutorado.
Aos meus queridos amigos que entenderam a minha ausência neste período.
Aos colegas do curso de doutorado, em especial aos amigos do Sport. Aprendi muito
com eles!
A todos que fizeram parte desta conquista, o meu muito obrigada! Sem eles nada disso
seria possível!
6

“Ao som das caçarolas e das marmitas chocam-se mutuamente, à luz


das chamas que lambem as chapas férreas de Perry e C. e ao fumegar
das altas chaminés dos hotéis, casas de pasto, cafés, restaurantes, etc.
eu procuro o meu herói, o Rio de Janeiro gastrônomo e beau-vivant
que deixei encaminhando-se para... a mesa”.

(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 23/01/1857, p. 1)


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RESUMO

Na década de 1850, o processo de modernização na cidade do Rio de Janeiro se tornou mais


perceptível, o que já vinha acontecendo, de forma progressiva, desde a chegada da família real
(1808) e a independência do Brasil (1822). Foi, também, a partir desse período que a busca
pelos espaços públicos, como locais de vivência social e atividades de lazer, começou a
melhor se conformar. Dentre eles, destacam-se os teatros, circos, bailes, ambientes de práticas
esportivas e ginásticas, além de uma estrutura pública de alimentação, como os restaurantes e
as confeitarias. Sendo assim, este estudo teve por objetivo analisar, em perspectiva
comparada, o perfil dos restaurantes e confeitarias do Rio de Janeiro, no século XIX (1854-
1890), apontando suas semelhanças e diferenças, e buscando compreender como as ideias de
modernidade, que estavam em pauta na cidade, foram incorporadas às relações entre os
indivíduos e seus hábitos alimentares em espaços públicos. Procuramos conceber esses
eventos como acontecimentos que, ao mesmo tempo em que supriam as necessidades físicas
dos comensais, recorrentemente, poderiam fazer parte de um ritual de divertimento,
entretenimento e lazer, ascendentes à época. Toda uma dinâmica espacial pôde ser percebida
na cidade, onde restaurantes e confeitarias ampliavam seus domínios, de acordo com as suas
características e alinhados a um desenvolvimento urbano. Este trabalho também verificou as
peculiaridades de cada categoria de estabelecimento no que se refere a sua função principal,
passando pelo público frequentador, serviços prestados e sua associação a uma indústria do
entretenimento em franca expansão. Foram contemplados os alimentos comercializados por
ambos os espaços, tanto os importados quanto os nacionais, assim como a produção e as
festas organizadas por eles. Nesse contexto, saberes que vinculavam a alimentação à saúde, e
que também estavam registrados nos Códigos de Postura e Editais da cidade do Rio de
Janeiro, foram analisados neste palco de ampla relação de ideias que era a capital brasileira do
século XIX.

Palavras Chave: Rio de Janeiro. Restaurantes. Confeitarias. Diversão. Alimentação. Saúde.


8

ABSTRACT

In the 1850s, the process of modernization in Rio de Janeiro city became more noticeable, as
had already been happening progressively since the arrival of the royal family (1808) and the
Brazilian independence (1822). It was also from this period that the search for public spaces,
as places of social experience and leisure activities, began to better conform. Among them,
the most outstanding are theaters, circuses, dances, sport and gymnastic practice spaces, as
well as a public food structure, such as restaurants and confectionery stores. Thus, this study
has as its objective to analyze, in a comparative perspective, the profile of restaurants and
confectionery stores in Rio de Janeiro in the nineteenth century (1854-1890), pointing out
their similarities and differences, and trying to understand how the ideas of modernity in the
city were incorporated into the relationships between individuals and their eating habits in
public spaces. We aimed to configure these events as occurrences that, while feeding the
physical needs of the customers, could recurrently be part of entertainment, recreation and
leisure rituals ascending at that time. A whole spatial dynamics could be perceived in the city,
where restaurants and confectionery stores expanded their domains according to their
characteristics and lined up with an urban development. This study also verified the
peculiarities of each category of both commercial establishments in what refers to their main
functions, considering the customer public, services provided and their relation with a
blooming entertainment industry. It was considered imported and national food marketed by
both establishments, as well as the production and the parties organized by them. In this
context, the knowledge that linked food to health, and which were also recorded in the Codes
of Posture and Public Notices of Rio de Janeiro, were analyzed on the stage of a broad
relation of ideas that characterized the capital of the country in the nineteenth century.

Key Words: Rio de Janeiro. Restaurants. Confectionery. Entertainment. Eating. Health.


9

SUMÁRIO

Introdução ......................................................................................................... 11

Capítulo 1
Restaurantes e confeitarias: dinâmicas no Rio de Janeiro do século XIX
(1854-1890) ....................................................................................................... 26
1.1 Localização desses dois espaços de alimentação na cidade do Rio de
Janeiro.............................................................................................................. 29
1.2 Serviços prestados..................................................................................................
52
1.3 Aspectos visuais e estruturais.................................................................................
63
1.4 Para além da alimentação.......................................................................................
67
1.5 Público frequentador..............................................................................................
69
1.6 Entretenimento e sociabilidade........................................................................ 76

Capítulo 2
Novos e antigos sabores: a alimentação nos restaurantes e confeitarias . 84
2.1 Produtos comercializados................................................................................ 87
2.1.1 Os produtos importados................................................................................... 88
2.1.2 Os produtos nacionais...................................................................................... 92
2.2 A produção...................................................................................................... 97
2.3 As festas organizadas por restaurantes e confeitarias...................................... 115

Capítulo 3
Alimentação e saúde: novas preocupações ................................................. 119
3.1 Higiene e controle sanitário............................................................................. 120
3.2 Fiscalização..................................................................................................... 129
3.3 Alimentação e saúde....................................................................................... 134
3.4 Questão de saúde pública: incêndios, fumaça e fuligem................................. 142

Considerações finais........................................................................................ 148

Referências...................................................................................................... 153
10

. Fontes............................................................................................................... 160
Apêndices........................................................................................................ 188
Apêndice 1 - Quadro 1: restaurantes e sua localização (1850-60).................. 188
Apêndice 2 - Quadro 2 : restaurantes e sua localização (1861-70)................. 190
Apêndice 3 - Quadro 3: restaurantes e sua localização (1871-80).................. 193
Apêndice 4 - Quadro 4: restaurantes e sua localização (1881-90).................. 198
Apêndice 5 - Quadro 5: confeitarias e sua localização (1850-60)................... 205
Apêndice 6 - Quadro 6: confeitarias e sua localização (1861-70)................... 209
Apêndice 7 - Quadro 7: confeitarias e sua localização (1871-80)................... 214
Apêndice 8 - Quadro 8: confeitarias e sua localização (1881-90)................... 224
11

Introdução

No século XIX, o Rio de Janeiro se destacava como a urbe de maior relevância no


cenário brasileiro. Com a chegada da Corte vinda de Portugal em 1808, e sua comitiva de
fidalgos, artesãos, comerciantes, profissionais italianos, franceses e ingleses, se deu início, de
forma mais denotada, ao processo de transformação que a cidade presenciou ao longo do
período oitocentista - um conjunto de mudanças que alteraria profundamente o seu perfil.
Entre os estrangeiros que chegaram à colônia, atraídos pelas novas oportunidades, alguns
atuavam como ourives, sapateiros, relojoeiros, cozinheiros, padeiros e doceiros, entre outros
ofícios que dinamizariam as atividades comerciais e culturais daquele local (WITTE, 2009;
BELLUZZO, 2010a).
Um dos pontos mais impactantes dessa conjuntura foi o crescimento da população.
Alberto da Costa e Silva (2011) afirma que ocorreu uma grande expansão populacional
naquela capital após a vinda da nobreza portuguesa, tendo-se registro, em 1821, de
aproximadamente 79 mil almas na cidade, não computando os habitantes da área rural. Esse
acréscimo se deu, em parte, pelo recebimento de um grande influxo de portugueses: “os
nobres e altos funcionários que, com sua criadagem, acompanharam D. João na transferência
da Corte para o Brasil, e aqueles que, nos anos seguintes, se deslocaram para o Rio de Janeiro
a fim de ficar perto do rei e de suas benesses” (SILVA, 2011, p. 38).
Nesse movimento de transferência da nobreza lusitana para o Brasil, deu-se início a um
processo de adaptação da cidade às necessidades de seus novos moradores e visitantes, o que
incluiu a implementação de uma estrutura burocrática, uma reestruturação física a fim de
torna-la capital de um Império, além de todo um “projeto civilizatório”. Era necessário
aproximar o trópico da Europa através de modos e modas, fazendo-o lembrar do Velho
Continente (SCHWARCZ, 2011).
Nos anos iniciais do século XIX, especificamente após a queda de Napoleão, ocorreu
uma maior aproximação da Corte Portuguesa com os franceses. Foi nesse momento em que se
desenvolveu um melhor relacionamento comercial, incentivando a entrada de produtos de
luxo advindos daquele país. Essa “importação” não se restringiu exclusivamente a
mercadorias, mas também a hábitos, estabelecimentos comerciais e referências culturais.
(BELLUZZO, 2010a)
A cidade se tornava cada vez mais interessante e atrativa aos estrangeiros e viajantes.
Nas duas primeiras décadas do século XIX, uma estrutura especializada se desenvolvia
progressivamente, onde constantemente surgiam casas que assumiam as funções típicas de
12

hotéis e restaurantes (BELCHIOR; POYARES, 1987; BELLUZZO, 2010a). À brasileira, o


Rio de Janeiro passava a representar, no país, uma versão tropical e miscigenada de hábitos
europeus que se materializava através de diferentes vertentes.
Em que pese toda a agitação política que seguiria no Brasil no período oitocentista, esse
se modificaria em sentidos que extrapolavam as questões referentes a sua posse ou seu regime
de governo. Se 1821 marcou o ano do regresso da Corte de D. João VI a Portugal, assim
como 1822 foi a data do rompimento com a antiga metrópole e a elevação de D. Pedro I a
Imperador, podemos inferir que as transformações na cidade foram muito além desses pontos.
O período de 1830 a 1889 foi de emergência e expansão da modernização da
infraestrutura urbana e da vida cultural. Foi nesse intervalo de tempo que houve um
crescimento das instituições de ensino, bem como ocorreu a consolidação de um sistema
cultural composto de produtores, veículos e consumidores de bens simbólicos, entre os quais
podemos destacar as atividades de entretenimento1 (PAULA, 2012). Estas características,
significativas no desenvolvimento da urbe e na conformação de restaurantes e confeitarias
(assim como o próprio ato de frequentar estes locais), inseridos no crescente perfil urbano,
serão abordadas ao longo deste trabalho.
Quando apontamos que o século XIX foi um ambiente de ampla propagação de ideias e
discursos de modernidade no Rio de Janeiro, não estamos nos referindo a nenhum modelo
estático e imutável. Estamos, sim, nos reportando a uma série de concepções que se moldaram
ao interagir com outros pensamentos que determinaram múltiplas consequências, resultantes
de distintas adaptações e acomodações em uma metrópole um tanto singular.
José Murilo de Carvalho (2012) ressalta importantes fatores como responsáveis pela
ampliação da modernização capitalista do país. Eles teriam contribuído para uma nova
estrutura social. Nesse caso, a regulamentação das atividades comerciais e, sobretudo, da
organização de empresas tiveram lugar de destaque. O fim do tráfico negreiro, a partir de
1850, deixou ociosos recursos que buscaram outras aplicações. Em consequência, o Rio foi
palco do primeiro surto de diversificação de atividades econômicas, do qual fizeram parte: a
criação de bancos, de companhias de navegação, e de transportes urbanos e industriais.
Alguns destes empreendimentos tinham caráter especulativo. Outros foram, efetivamente,
implantados (CARVALHO, 2012). De toda a forma, com o progressivo crescimento
econômico, novas atividades ganhavam cada vez mais corpo, o que incluía locais ligados à
alimentação e diversão.

1
Neste estudo, as palavras “entretenimento”, “lazer”, “diversão” e “divertimento” foram utilizadas como
sinônimos. Não faremos o uso de conceitos isolados para cada uma delas.
13

Com efeito, a década de 1850 representa um marco para o Rio de Janeiro e para o
Brasil. Conforme Sidney Chalhoub (2012, p. 38), “o ano de 1850 é um divisor de águas na
vida política e social do Império”. Também nesse período, o tráfico negreiro se tornou ilegal
através da Lei Eusébio de Queirós, que proporcionou um lento processo de substituição da
mão de obra escrava pela assalariada, cujo processo culminou com a abolição da escravidão
um ano antes da proclamação da República.
Esse interlúdio foi marcado pela ascensão do café como elemento importante da
economia brasileira, enriquecendo o país e sendo um dos principais fatores da atração de
imigrantes europeus assalariados em uma política de extinção do trabalho escravo. A
produção cafeeira foi fundamental para as transformações da economia nacional, como a
mudança do polo econômico do norte para a região do sudeste brasileiro, na segunda metade
do século XIX. Tal fato possibilitou que a urbe fosse responsável por mais de 50% da
exportação nacional entre os anos de 1876 e 1880. A prosperidade da economia cafeeira
impulsionou a expansão de estradas e ferrovias, além de induzir a uma vida social cada vez
mais ativa. (FREIXA; CHAVES, 2009; PAULA, 2012)
No processo de aplicação de uma série de práticas associadas a ideias e discursos de
modernidade na localidade, destacamos a década de 70 do século XIX. A tecnologia
possibilitou a introdução dos bondes e facilitou o acesso ao centro urbano, ao comércio, aos
restaurantes e às confeitarias, o que ajudou a promover o consumo, a condição da alimentação
pública, renovando, assim, a vida social de grande parte da população do Rio de Janeiro
(RENAULT, 1978; 1982). Nas palavras de Belluzzo, “a vida social fluminense assume novas
formas de sociabilidade quando o espaço privado invade as ruas, os teatros e os clubes”
(2010a, p. 91). Após a proclamação da república e a iminência do fim do século XIX, quando
a população carioca se aproximava do meio milhão, o local tornara-se mais propício à
industrialização, com um mercado interno em consolidação e um significativo aumento de
assalariados brasileiros e imigrantes (NEEDELL, 1993).
Apesar de toda evolução no desenvolvimento da capital do Império, graves problemas,
como a saúde pública nos estabelecimentos ligados à alimentação, tinham de ser enfrentados.
A região, no século XIX, era considerada insalubre, e deveria ser higienizada de acordo com
os preceitos mais “avançados” da ciência. Machado (2011, p. 1) destaca que a cidade sofria
com “sua economia ainda agrária e dependente do trabalho escravo, as condições higiênicas e
as constantes epidemias de febre amarela que espantava turistas e investidores”. A Corte,
nesse período, apresentava poucas melhorias, sendo que ainda nem dispunha de rede de
esgoto e de água encanada nas casas, assim como constantes surtos de doenças assolavam-na
14

(RENAULT, 1978). Epidemias, como a de febre amarela, ocorrida no verão de 1849/1850,


causaram tormento, acarretando na morte de mais de 4 mil pessoas de uma população de
cerca de 200 mil habitantes. Outra proliferação devastadora foi a de cólera, entre os anos de
1855 e 1856, que provocou uma diminuição acentuada na população brasileira,
principalmente na massa escrava. (CHALHOUB, 2012)
Embora um pensamento com fundamentos higienistas fosse valorizado, principalmente
desde a chegada da família real, foi a partir da década de 1860 que esses critérios foram
determinantes para as modificações e ordenações urbanas da capital (MACHADO, 2011).
Essa característica seria verificada de maneira peremptória nos restaurantes e confeitarias,
tanto com relação às atribuições legais quanto como fator de atração de clientes.
Conforme Amanda Carvalho (2015), o grande doente do momento era a própria urbe.
Os médicos entraram em ação na tentativa de reverter esse quadro. As soluções propostas por
eles eram de ventilação, iluminação e limpeza. A mesma autora destaca que “a medicina
urbana e a noção de salubridade foram institucionalizadas e utilizadas ainda mais como
discurso para a busca da ordem urbana, caracterizando as enfermidades como um produto
social, moldando o pensamento sobre a cidade” (p. 12).
As novas recomendações tiveram impacto direto nos estabelecimentos de alimentação,
que passaram a regulamentar as questões de salubridade. Já no ano de 1853, foi possível
identificar, através dos jornais, um controle sanitário atuando nesses locais, assim como a
aplicação de multas por falta de higiene e até mesmo má conservação dos alimentos - ou seja,
iniciativas ligadas à preservação da boa saúde. No entanto, foi somente a partir da década de
1880 que notamos uma maior ocorrência desse assunto nos periódicos da Corte. Era comum
ver com destaque, nos anúncios dos restaurantes e confeitarias, os serviços com asseio, além
de disponibilizarem uma série de produtos benéficos à saúde, especialmente no segundo. O
binômio “alimentação/salubridade” tinha cada vez mais destaque, caracterizando-se como
uma obrigatoriedade e um diferencial necessário.
O “velho” Rio evoluía entre tropeços e dificuldades, como destacou Renault (1978). Os
horários das repartições públicas, que alteraram a rotina fluminense, tiveram grande influência
na instalação de novos restaurantes e casas de comestíveis, que buscavam atender a população
trabalhadora. O periódico Correio Mercantil2, em 20 de julho de 1861, ilustrou bem essas
novas relações sociais quando sublinhou que era necessário lembrar “a todas as pessoas que
pelos seus afazeres não tenham tempo de almoçar em suas casas, que hoje encontrarão

2
O Correio Mercantil ocupou espaço de importância no Segundo Reinado. Possuía um perfil político liberal e
engajado, diferente do mais moderado Jornal do Comércio (MELO, 2015).
15

belíssimos almoços [...] lá na praça da Constituição” (p. 3). A alimentação, em locais


públicos, era uma realidade cada vez mais prestigiada e necessária.
Houve diferenças na apreensão dessa novidade por parte dos diversos estratos sociais.
Se existiam charmosos e caros restaurantes para os endinheirados, as camadas de baixa renda
tiveram o hábito de comer fora de casa imposto pelo horário de trabalho das casas comerciais,
que encerravam o expediente em torno das 22 horas. Essas instalações, na sua maioria
dirigida por portugueses, eram tavernas3, botequins e casas de pastos4 que ofereciam opções
populares e geralmente eram frequentados por funcionários públicos, operários, caixeiros e
pequenos comerciantes (BELLUZZO, 2010a). Belluzzo (2010b) ainda afirma que as camadas
populares também frequentavam os botequins que, com suas mesas de bilhar, eram
considerados locais infectos. Nesse mesmo sentido, Denise Sant’Anna (2011, p. 306)
assegura que, “diante do estabelecimento de novos cafés e restaurantes, os antigos quiosques e
tabernas pareceram mais do que nunca sujos, pobres e desconfortáveis”.
Entre tantas mudanças, o Segundo Reinado pode ser considerado a época de maior
popularização das confeitarias. Elas faziam cada vez mais sucesso no Rio de Janeiro. Foi
neste período que o número de estabelecimentos mais refinados e dirigidos por pâtissiers
franceses e italianos prosperou (BELLUZZO, 2010a; RENAULT, 1982).
As confeitarias eram frequentadas por pessoas de diversas camadas sociais, famílias e,
cada vez mais, por mulheres que conquistavam gradativamente o cenário público. Além da
presença marcante de cavalheiros, esses locais eram também visitados por senhoras
acompanhadas pela família, todos dispostos a degustar sorvetes 5 nevados, doces, pastéis e
vinhos (Belluzzo, 2010a). A autora afirma que, “com o passar do tempo, as mulheres
acompanharam a urbanização da cidade e conquistaram o espaço público. Passaram da casa às

3
Belluzzo (2010a) define que “as tavernas ou adegas eram uma espécie de armazém onde vendiam vinhos,
cachaça e outros tipos de bebidas alcoólicas, além de petiscos e comidas caseiras a bom preço” (p. 67).
4
De acordo com Belluzzo (2010a), as casas de pastos “atendiam uma camada média. As refeições servidas eram
de dois tipos: ‘prato de colher’ ou ‘prato de garfo’. O ‘prato de colher’ conhecido também como ‘prato único’,
dispunha das seguintes opções: sarrabulho (ensopado preparado com carne, miúdos e sangue de porco), ‘iscas
com elas’ (prato composto de bacalhau com batatas) ou ‘sem elas’ (prato composto de bacalhau sem batatas),
tripas à moda do Porto, guisado de mocotó, canja de galinha e angu de quitandeira. A segunda alternativa, o
‘prato de garfo’, tinha menu fixo a preço único. O cardápio, mais leve e refinado, era acompanhado por meia
garrafa de vinho” (p. 67).
5
Para Carvalho (1981), “uma novidade para os brasileiros foi o sorvete. Em 1834, aportou no Rio de Janeiro o
navio americano Madagascar, com 160 toneladas de blocos de gelo, trazidos de Boston e acondicionados em
serragem. Os blocos eram enterrados e conservados em covas profundas por quatro ou cinco meses” (apud
BELLUZZO, 2010a, p. 75). Cruls sinaliza que, “a princípio, o carioca recebeu-o meio ressabiado. Parecia que
lhe queimava a boca” (1949, p. 304). Mas, enfim, os sorvetes caíram no gosto das famílias cariocas
(BELLUZZO, 2010b, p. 75). Segundo Freixa e Chaves, “vale destacar que D. Pedro II apoiou a importação de
uma paixão da época, o sorvete. Depois que ele degustou e aprovou essa delícia gelada, preparada então de
forma rudimentar com gelos que vinham dos lagos congelados do norte dos Estados Unidos, o doce caiu no
gosto da população” (2009, p. 200).
16

ruas frequentando teatros, confeitarias e restaurantes” (p. 112). A tendência à presença


feminina nos ambientes públicos de alimentação pode ser considerada, também, uma
consequência da modernização da cidade, que se demonstrava física e culturalmente. Os
ambientes coletivos passaram a ser locais de novos hábitos onde a alimentação, que fazia
parte de um novo metier urbano e moderno, ganhava diversos ares. Em relação à ocupação
desses espaços pela população feminina, Alberto da Costa e Silva (2011) afirma que o contato
cada vez maior com profissionais estrangeiros, especialmente franceses, acelerou o processo.
As ruas do centro passaram a ser pontos que além de comerciais, eram sociais. Era o palco
predileto daqueles e daquelas que queriam ver e serem vistos, a exemplo da metrópole mais
famosa à época, Paris.
Principalmente, a partir da segunda metade do século, os restaurantes e confeitarias se
tornaram serviços conhecidos pela população fluminense, também pela ascensão de uma nova
camada social endinheirada que valorizava essas novidades. Belluzzo (2010b) destaca que o
Segundo Reinado foi o palco da elevação à posição de relevância da burguesia que,
representada principalmente por comerciantes bem sucedidos e burocratas, exaltava e
praticava hábitos europeus. Frequentar restaurantes e confeitarias poderia ser interpretado
como a representação de hábitos modernos, evoluídos e requintados, adequados a um país e a
uma cidade que buscavam progredir.
A denominação restaurant6, tomada em um sentido amplo, designava estabelecimentos
comerciais que forneciam refeições e eram dotados de serviços mais apurados, ou seja, com
mesas exclusivas para os comensais e serviços à la carte, com grande oferta de pratos
inspirados na cozinha francesa (BELLUZZO, 2010a).
Uma indicação uniforme dos espaços de alimentação pública, que definissem sua
função de maneira clara, não era comum. Belchior e Poyares (1987) destacam que, entre os
relatos de comerciantes, havia a falta de caracterização precisa dos vários tipos desses no Rio,
no primeiro decênio do século XIX. Tal característica está ratificada nesta pesquisa.
Esta questão foi exposta por Algranti (2009), que destacou a dificuldade de quantificar o
número de casas comerciais que utilizavam o termo taberna. Segundo a autora, na hora de
totalizar os locais que comercializavam alimentos e bebidas neste período, o Almanaque, do
Rio de Janeiro de 1799, mostrou um número (391) e a Intendência da Polícia em 1808
apontou outro bem inferior (185). Tendo em vista o crescimento econômico e também

6
Termo em francês que também é utilizado para designar a palavra restaurante. Nesta tese, consideramos como
sinônimos tanto o termo em português “restaurante” como a sua escrita em francês “restaurant”, já que ambos
eram utilizados recorrentemente com o mesmo propósito.
17

populacional nesse período, seria pouco provável uma grande diminuição deles em menos de
dez anos. Para a autora, o mais provável é que a palavra taberna, empregada pelo Almanaque,
englobasse outros tipos de comércio ligados à alimentação, como armazéns, lojas ou barracas.
Segundo a pesquisadora, “isto pode ter ocorrido, porque havia muitas formas de denominar os
locais de venda e consumo de alimentos: botequins, tabernas, tabernas com comida, tabernas
sem comida, armazéns, armazéns de molhados, vendas, casas de pasto, cafés e barracas entre
outras” (ALGRANTI, 2009, p. 69). A complexidade na conceituação de estabelecimentos
relacionados à alimentação parece ser um problema não somente da cidade fluminense. De
acordo com Lousada (1995), existia, em Lisboa, uma multiplicidade de termos para designar
as lojas de comes e bebes ou, simplesmente, bebidas: taberna, casa de pasto, casa de povo,
tendas que vendem vinho, loja de bebidas, botequim, café, armazém de vinhos entre outros
mais. “Nos documentos da época a confusão terminológica era frequente, tendo a
correspondência entre a “palavra” e a “coisa” variado ao longo do tempo” (p. 159). Ainda,
conforme a autora, vários pesquisadores de outros países têm apontado a dificuldade em fixar
as distinções entre os variados estabelecimentos, o que não foi diferente na capital durante o
Segundo Império.
Podemos inferir, a partir da documentação analisada, que, na cidade, no período da
segunda metade do século XIX, não havia uma definição clara para o termo restaurante. Um
mesmo espaço que oferecesse alimentos e bebidas poderia ser classificado de diversas formas:
café, botequim, estalagem, casa de pasto, hotel, hospedaria e restaurante. Levando em
consideração as questões apresentadas, utilizamos, como critério metodológico, a análise dos
estabelecimentos que se autodefiniam através de seus anúncios, ou que possuíam no seu nome
a palavra “restaurante” (considerando também restaurant em francês); adotamos o mesmo
método para as confeitarias, pelos mesmos motivos.
Buscando compreender o conceito do termo “restaurante”, no espaço e tempo
analisados, recorremos aos dicionários da época. No Novo Dicionário Critico e Etymologico
da Lingua Portugueza, de Francisco Solano Constâncio (1844), a palavra “restaurante” não
constava na relação. Já em 1849, no Novo Diccionario da Lingua Portugueza, de Eduardo de
Faria (V. III), “restaurante” se definia como “algo que restaura”. O termo “restaurar” foi
conceituado como renovar, repousar, e restabelecer a saúde e as forças perdidas. Em 1879, no
Diccionario da Lingua Portugueza, de José da Fonseca, a palavra foi mencionada novamente,
mas com a mesma conceituação7. Somente no ano de 1881, no Diccionario Contemporaneo

7
No intervalo de 1849 a 1879, tivemos acesso a mais dois dicionários, dos anos de 1857 (FARIA, 1857) e 1863
(CONSTANCIO, 1863), mas não constavam a palavra restaurante.
18

da Lingua Portugueza, de Clemente Pinto, a definição desse termo surge ligada ao preparo e
venda de alimentos, sendo definida como algo “que restaura, que restabelece, casa de pasto,
lugar público onde se preparam e servem comida” (p. 1541).
Após dez anos, no Diccionario da Lingua Portugueza, de Antonio de Moraes Silva
(1891), o verbete restaurante apresenta um conceito bem próximo do anterior, mas um pouco
mais amplo, “de restaurar, que restaura, que restabelece; as forças, a saúde; restaurativo.
Bebida, que fortifica, restabelece as forças, a saúde, etc. Casa de pasto elegante, e servida com
boas iguarias, onde geralmente se come por lista8” (p. 715). Como ocorreu em Paris9, a
palavra restaurante, nos dicionários de língua portuguesa, esteve ligada, inicialmente, à
alimentação e à saúde, como alimentos e bebidas que tinham a função de restabelecer as
energias10.
Para ampliar nossa compreensão sobre “confeitaria”, também fizemos uso dos
dicionários. No Novo Dicionário Critico e Etymologico da Lingua Portugueza, de Francisco
Solano Constâncio (1844, p. 293), a palavra “confeitaria” é identificada como “loja de
confeiteiro, fábrica de doces; rua de confeiteiros”, e confeiteiros como “o que faz e vende
doces, confeitos”, ou seja, local no qual eram produzidos e comercializados doces e a pessoa
que executava e até vendia estes.
Já em 1849, no Novo Diccionario da Lingua Portugueza, de Eduardo de Faria (V. II),
“confeitaria” é definida de forma mais clara e abrangente: “casa onde se fazem e vendem
confeitos, conservas e outros doces; rua ou lugar onde há confeitarias” (p. 156). Em 1855, no
Novo Diccionario da Lingua Portugueza, de Eduardo de Faria, “confeitaria” manteve a
mesma definição anterior. No Novo Dicionário Critico e Etymologico da Lingua Portugueza,
de Francisco Solano Constâncio (1863), a palavra conservou o mesmo conceito que o
dicionário do ano de 1844 do mesmo autor. No Diccionario da Lingua Portugueza, de José da
Fonseca (1879), confeitaria é “loja onde fazem e vendem doces” (p. 293). No ano de 1881, no
Diccionario Contemporaneo da Lingua Portugueza, de Clemente Pinto, a definição desse

8
“Lista” pode ser compreendido no Brasil como cardápio.
9
De acordo com este fragmento referente ao significado da palavra restaurant no Dictionnaire Universel
publicado em Paris, “Alimento ou remédio que tem a propriedade de restaurar as forças de uma pessoa doente
ou esgotada. O consomê e o extrato de perdiz são restaurantes excelentes. Vinho, conhaque e licores são todos
bons restaurantes para aqueles que estão sem energia [...]” (apud SPANG, 2003, p. 7), é possível perceber que,
inicialmente, o termo foi utilizado para definir um alimento ou líquido revigorante e não um espaço físico, como
conhecemos nos dias de hoje. “Séculos antes de um restaurante ser um lugar aonde se ia para comer (e até várias
décadas depois disso), um restaurant era algo de comer, um caldo restaurativo” (SPANG, 2003, p. 11).
10
Todas estas obras foram publicadas e circularam na cidade de Lisboa, exceto as dos anos de 1844 e 1879, que
foram publicadas em Paris e a de 1891 no Rio de Janeiro.
19

termo é praticamente igual ao dicionário anterior: “casa onde fazem ou vendem doces” (p.
375).
Com a publicação, em 1890, do Diccionario da Lingua Portugueza, de Antonio de
Moraes Silva, a palavra apresenta basicamente as mesmas explicações antecedentes, “casa
onde se fazem ou vendem doces: bairro de confeiteiros, ou rua d’elles” (p. 511). Em relação a
esta última definição, acreditamos que faça referência à antiga rua das confeitarias que existia
em Lisboa até o terremoto de 175511.
No Brasil, não encontramos grande variedade de dicionários do período. Por isso,
optamos, também, pela utilização de publicações disponíveis em Portugal, que pudessem
corroborar na compreensão dos conceitos relativos a restaurante e confeitaria na urbe
fluminense12 durante os anos de 1854 a 1890.
Duas foram as produções que tivemos acesso no setor de obras raras da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro. Elas praticamente não alteraram os sentidos dos verbetes
pesquisados. Frei Domingos Vieira (1874) identificou “restaurante” como: “que é próprio a
restaurar. Remédio restaurante. Bebida restaurante. Alimento restaurante” (p. 261). Vieira
(1873) nomeou confeitaria como “casa onde se fazem e vendem confeitos, conservas e toda
qualidade de doce; loja de confeiteiro. Rua ou lugar onde há confeitarias” (p. 391).
Os vocábulos do Diccionário Contemporâneo da Língua Portugueza, elaborado por
Francisco Júlio de Caldas Aulete (1881), seguem, praticamente, o mesmo desenvolvimento
daqueles já demonstrados. O termo “restaurante” já começava a se caracterizar como o local
de alimentação pública. O autor o conceituava como o “que restaura, que restabelece. Casa de

11
Todas estas obras foram publicadas e circularam na cidade de Lisboa, exceto as dos anos de 1844 e 1879, que
foram publicadas em Paris, e a de 1890 no Rio de Janeiro, mas que foram localizadas na capital portuguesa.
12
Os dicionários, mesmo sendo editados e publicados na Europa, tinham largo trânsito no Rio de Janeiro do
século XIX. A partir deles podemos verificar traços dos significados destes conceitos nesta época. Por isso, a sua
relevância na nossa análise. Essa significativa presença pode ser percebida nos jornais que anunciavam nos seus
reclames inúmeras possibilidades de compra de um exemplar, dos quais trazemos alguns exemplos que
comprovam nossa suposição.
Anúncios, já na década de 1820, informavam sobre a oferta desta literatura na capital fluminense. O Diário do
Rio de Janeiro chamava a atenção para o Diccionário da Língua Portugueza de Antonio de Moraes Silva, que se
encontrava a venda na loja de livros de João Batista Santos, na Rua da Cadeia (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
15/02/1828, p. 1).
No decênio de 1830 o Diccionário da Lingua Portugueza de José da Fonseca, impresso em Paris, era anunciado
como “muito bem impresso, em bom papel e com boa encadernação”, à venda na loja de Albino Jordão, situada
na Rua do Ouvidor, 138 (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 11/01/1831, p. 2).
No ano de 1837 o Diário de Rio de Janeiro destacava que na Loja de Livros de Veiga & Comp., situada na Rua
da Quitanda, o Diccionario Critico e Etymologico da Lingua Portuguesa de Francisco Solano Constância se
encontrava à venda (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 03/05/1837, p. 2). Em 1865, a mesma publicação foi
divulgada pela livraria da Rua da Quitanda, 55, ao preço de 10$000 (CORREIO MERCANTIL, 20/01/1865, p.
4).
O Novo Diccionario da Lingua Portugueza de Eduardo Faria era anunciado como “o mais exato e o mais
completo de todos os dicionários até hoje publicados” (CORREIO MERCANTIL, 07/01/1857, p. 3; CORREIO
DA TARDE, 21/11/1856, p. 3).
20

pasto, lugar público onde se preparam e servem comidas. Coisa que restaura” (p. 1541). Já a
palavra “confeitaria”, praticamente seguiu sem alteração: “casa onde se fazem ou vendem
doces” (p. 375).
É possível perceber, pelo menos ao analisarmos o desenvolvimento da palavra
restaurante nos dicionários, que ela deixou de estar apenas relacionada a questões
restauradoras da saúde e do corpo, para nomear um local que, aos poucos, se tornou sinônimo
de ambiente público, de alimentação pública. Além disso, restaurante também se
transformaria em local privilegiado de entretenimento e o termo ficaria, principalmente,
conhecido por estas funções. Se considerarmos que o registro nos dicionários e sua publicação
são sempre estabelecidos a posteriori da prática pública, é possível inferir que, em
praticamente todo o nosso período de investigação, espaços com essa nomenclatura já
existiam, mesmo que em proporções diferenciadas. Já para o termo “confeitaria”, não existiu
uma variação no seu conceito que fosse relevante. Esteve sempre associado à elaboração e
comercialização de doces. O incremento nos seus ofícios e demais modificações nesses
ambientes são analisados no decorrer desta tese.
Os estabelecimentos de alimentação também se enquadravam em um conjunto de ideias
cada vez mais significativas ligadas à modernidade, em que uma indústria do entretenimento
se gestava e crescia constantemente. Nesse cenário, os divertimentos eram cada vez mais
valorizados, onde restaurantes e confeitarias se adaptavam em um contexto complexo, no qual
suas funções flutuavam entre a necessidade da alimentação, do lazer e da diversão.
Entretenimento, lazer e diversão, utilizados como sinônimos nesta investigação, são
conceitos que abrangem um leque muito grande de possibilidades analíticas e, de maneira
nenhuma, podem ser interpretados de forma simplista. De fato, o lazer não pode ser
compreendido somente como as atividades realizadas no tempo da ausência de trabalho. Ele é
formado por um conjunto de variáveis que extravasa um modelo fechado em si mesmo
(MELO, 2013). Deveras, “paulatinamente a dinâmica do tempo da produção (do trabalho)
impregnará o lazer (não trabalho), um dos elementos que ajuda a entender (como causa e
consequência) a nova excitabilidade pública” (MELO, 2010a, p. 57). Todavia, negamos
peremptoriamente que o incremento dos hábitos associados a novos ambientes de alimentação
pública sejam consequência apenas desses vetores. De toda a forma, a palavra lazer passou a
ser sinônimo de distração, tempo para ser desperdiçado, dentro ou fora de casa (PRIORE,
2010). De uma maneira mais ampla, o conceito de lazer não bastava para explicar um
contexto mais abrangente “de uma sociedade que não conhecia a limitação legal das jornadas
21

de trabalho e, com ela o reconhecimento do direito ao tempo livre” (MARZANO; MELO,


2010, p. 12).
Nesse seguimento, a alimentação pública também é uma das formas de lazer que está
sendo conformada e consolidada no período estudado em diferentes camadas sociais do Rio
de Janeiro. De acordo com Heck (2004), a partir do momento em que o ato de comer deixa de
apresentar apenas uma função biológica de sobrevivência, ele passa a integrar a categoria do
lazer e do entretenimento - consumir alimentos em locais públicos proporciona prazer ao
comensal. A autora ainda complementa, afirmando que “sair de casa para comer demonstra
uma vontade de interagir socialmente antes de significar a necessidade de se alimentar” (p.
138). Da mesma forma, Câmara Cascudo (2004) coloca que é “inútil pensar que o alimento
contenha apenas os elementos indispensáveis à nutrição. Contém substâncias imponderáveis e
decisivas para o espírito, alegria, disposição criadora, bom humor” (p. 348).
Para Franco (2001), é impossível determinar quando o alimento, sendo uma necessidade
humana e fisiológica, se transformou em prazer da mesa. As circunstâncias, os fatos, os
lugares, as coisas, as pessoas, a somatória de tudo que está, direta ou indiretamente, ligado à
refeição é o que irá proporcionar a sensação gastronômica. Dentro de pesquisas históricas
sobre alimentação e gastronomia, são estas conjunturas, coisas e pessoas que interferem na
relação de sensibilidade do homem com a comida, que são de grande interesse para o
pesquisador.
Nessa perspectiva, Contreras (1992) destaca que o ato de se alimentar transcende a pura
necessidade de comer ou beber, de nutrição, pois está carregado de significados e emoções
associados com o cenário e os acontecimentos. A alimentação constitui um significado da
atividade, do trabalho, do esporte, do esforço, do lazer, da festa, da sociabilidade, da
hospitalidade, das emoções, dos sentimentos, dos conflitos e de cada âmbito social.
Partindo dessas considerações iniciais, este estudo tem por objetivo analisar, em
perspectiva comparada, o perfil dos restaurantes e confeitarias do Rio de Janeiro no século
XIX (1854-1890), através do apontamento de suas semelhanças e diferenças, da busca pela
compreensão das ideias de modernidade que estavam em pauta na cidade e como elas foram
incorporadas nas relações entre os indivíduos e suas práticas de alimentação em espaços
públicos. Também procuramos conceber esses eventos como acontecimentos que, ao mesmo
tempo em que supriam as necessidades físicas dos comensais, recorrentemente, também
faziam parte de um ritual de divertimento, entretenimento e lazer, ascendentes à época.
22

Em síntese, a problemática deste trabalho é procurar entender como se deu a


conformação de uma experiência moderna de alimentação pública, articulada com a
estruturação dos divertimentos no período estudado.
Temos ciência de que outras cidades do país também passavam por um processo de
modernização semelhante, todavia, o nosso interesse se concentra apenas na antiga capital do
Império. Não ignoramos a existência de diversos e distintos espaços ligados à alimentação,
como as tabernas, casas de pastos, cafés, padarias, estalagens, entre outros, que também foram
de grande importância no desenvolvimento de uma ideia de “cidade moderna”, como também
para a estruturação de uma culinária regional. Porém, por uma questão metodológica, optamos
por trabalhar apenas com os espaços definidos como restaurantes e confeitarias.
Nessa acepção, a década de 1850 pode ser entendida como um ponto de partida
interessante para o estudo de estabelecimentos que estavam relacionados diretamente a uma
influência europeia e que estavam conectados ao desenvolvimento de uma indústria do
entretenimento e do lazer. O Código de Posturas de 1854 já trazia inquietudes com os
alimentos produzidos e comercializados, e com sua condição física, orientações para
ingredientes adotados pelos confeiteiros e regras para a manutenção (pinturas) destes espaços
comerciais de alimentação. Apesar de não se referir diretamente a restaurantes e confeitarias,
podemos perceber preocupações e imposições para empreendimentos similares, cujo foco era
a venda de alimentos e bebidas. Sendo assim, tomamos como ponto de partida o ano de 1854.
A data limite da nossa análise, 1890, deve-se ao fato de ser o ano de promulgação do
novo Edital e do novo Código de Posturas para casas comerciais voltados à alimentação e
referentes a cozinhas de hotéis e ambientes congêneres, que foram publicados nos periódicos.
Estes foram adotados pelo Conselho de Intendência Municipal da Capital Federal dos Estados
Unidos do Brasil e aprovados pelo Governo Federal13. Esse Código e o Edital estabeleceram
novas normativas que determinavam modificações físicas e de funcionamento desses locais.
Portanto, acreditamos que estas alterações acarretaram mudanças na percepção dos espaços
denominados como restaurantes e confeitarias nesta cidade, e, por conta disso, a publicação

13
O Diário de Notícias de 14 de fevereiro de 1890 (p. 3) e o Gazeta da Tarde de 17 de fevereiro de 1890 (p. 1 e
2) trazem para que se observe o Código de Postura, no qual a seção 5° refere-se a hotéis, hospedarias,
restaurantes, confeitarias, estalagens, casas de pensão, e de quitanda e fechamento de portas. Apontam regras
para o estabelecimento de casas comercias relacionadas à alimentação e questões físicas como: ladrilhos no chão
da cozinha e azulejos na parede com até um metro e meio de altura, lavatórios de mármore, louça ou ferro para a
lavagem de vasilhames, repartimentos onde estiverem masseiras de confeitaria será revestida de azulejo até 2
metros de altura. No domingo, esses estabelecimentos deverão fechar suas portas ao meio dia ou estarão sujeitos
a penalidades. O jornal Gazeta da Tarde de 28 de novembro de 1890 (p. 2) e a Revista de Engenharia de 28 de
dezembro de 1890 (p. 301 e 302) publicaram um edital referente a cozinhas de hotéis e estabelecimentos
congêneres, que entrará em execução a partir de 01 de maio de 1891. Este edital aponta várias alterações físicas
nas cozinhas e mobiliários de estabelecimentos comerciais de alimentação.
23

destas encerraria um primeiro ciclo de funcionamento destes empreendimentos com


características diferenciadas daquelas que seriam vistas dali em diante.
Diante do objetivo, utilizamos periódicos disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira
e no Center for Research Libraries14, jornais e revistas publicados em língua portuguesa no
Rio de Janeiro. Para a consulta, fizemos o uso das palavras-chave “restaurante”, “restaurant”
e “confeitaria”, dividindo por períodos: 1850-1859; 1860-1869; 1870-1879; 1880-1889 e
1890. Além disso, usamos os Códigos de Posturas15 dos anos de 1854, 1870, 189416 que
contemplavam regras e Editais publicados relacionados aos espaços de alimentação.
Empregamos também alguns Editais e Código de Posturas importantes que foram publicados
em periódicos.
As fontes apresentam um conjunto de dados que podem ser interpretados enquanto
características de uma época de empreendimentos que tinham uma função social e um status
ali expostos. Temos consciência que este tipo de documento tem seus limites interpretativos,
assim como qualquer outra variedade de documento, mas, ao mesmo tempo, apresenta
especificidades peculiares que as fazem ser tradutoras de uma leitura sobre o Rio de Janeiro
do século XIX.
O método adotado para o desenvolvimento deste estudo foi a História Comparada.
Conforme afirma Marc Bloch (1998), comparar é aproximar duas ou mais coisas para
determinar as suas semelhanças e diferenças. O processo comparativo permite estabelecer o
estranhamento, a diversificação, a pluralização e a singularidade do que parecia diferente ou
semelhante (THEML; BUSTAMANTE, 2007). Como sugere Lima (2007, p. 26), “toda
comparação é feita num dado contexto cultural, de modo que a cultura é implicada no próprio
objeto de comparação”, as verdades históricas estão mais no olhar ao que é efetivamente
olhado.
A comparação foi utilizada neste trabalho para viabilizar a análise das práticas de
alimentação pública em dois diferentes espaços comerciais (restaurantes e confeitarias) no
recorte apresentado, visando, por meio da confrontação das peculiaridades, enfatizar as
diferenças e as semelhanças. Essas análises tiveram como ponto focal a compreensão de como

14
Hemeroteca Digital Brasileira disponível em: http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx e Center for Research
Libraries disponível em: http://www-apps.crl.edu/brazil/almanak.
15
No Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro se encontram os Códigos de Posturas de 1830, 1854, 1860,
1870, 1889, 1894.
16
Apesar do Código de Posturas de 1894 estar fora do nosso recorte temporal, fazemos uso dele, por conter
Editais e posturas de períodos anteriores, os quais estão inseridos em nossa análise.
24

esses estabelecimentos incorporaram os aspectos das ideias de modernidade em suas


organizações e como foram introduzidos no cotidiano de grupos sociais da cidade em questão,
com objetivos e significados diferenciados.
Esta produção está inserida no campo da História Cultural que, conforme Peter Burke
(2005) sugere, tem sofrido algumas modificações nos últimos 30 anos. Antes, a área era
empregada para fazer menção à alta cultura, referindo-se às artes e às ciências;
posteriormente, passou a incluir, no seu campo de estudo, a cultura cotidiana e popular, que
são os costumes, os valores e os modos de vida. O termo cultura também se refere a artefatos,
como imagens, ferramentas, casas, entre outros; e práticas, como conversar, ler e jogar. A
alimentação, além do seu aspecto físico e biológico, também está embebida de significados e
representações que extrapolam as questões objetivas e que são, ao mesmo tempo, traduções de
um tempo.
Como profissional e professora da área de Gastronomia há mais de dez anos, percebo
uma grande deficiência, tanto qualitativa como quantitativa, em estudos históricos com
temáticas aproximadas. De fato, isso se torna um problema, inclusive no exercício da
docência em cursos de nível superior em disciplinas nesse tema, especialmente com referência
ao Brasil. Tendo em vista a recente inserção da área no campo acadêmico, vejo como
fundamental o desenvolvimento de estudos mais amplos e aprofundados nesse segmento,
visto que as poucas pesquisas existentes são, em grande parte, análises superficiais e sem
investigações mais aprofundadas sobre as relações sociais estabelecidas em torno do ato de
comer e seus impactos na vivência cotidiana.
Soares e Camargo (2015) apontam que as pesquisas referentes à alimentação no Brasil
tiveram um forte crescimento motivado pelo interesse que esta temática tem despertado na
sociedade, fato que pode ser percebido pelo aumento dos cursos associados à alimentação e
bebida, e também pelas publicações e emissões televisivas sobre o tema. Através de
dissertações e teses disponíveis no banco da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), os autores fazem um levantamento de trabalhos relacionados com a
comensalidade e os eixos abordados por eles no Brasil. Trata-se de um estudo de grande
relevância para a área, embora ainda percebamos carência de pesquisas que envolvam
gastronomia e história, principalmente na localidade e período estudados.
Espera-se que este trabalho possa gerar contribuições a novas investigações sobre
alimentação, história e cultura do Rio de Janeiro e do Brasil, propiciando uma maior
consistência às pesquisas de História da Gastronomia e um reforço no meio acadêmico.
25

A tese foi organizada em três capítulos. Na primeira parte desta pesquisa - Restaurantes
e confeitarias: dinâmicas no Rio de Janeiro do século XIX (1854-1890), procuramos
compreender como se estruturavam os restaurantes e as confeitarias neste período, apontando
a localização desses espaços, serviços prestados, aspectos visuais e estruturais, itens
comercializados não alimentícios e o público frequentador. Além disso, buscamos associar
esses locais com os entretenimentos e a sociabilidade nesta cidade que passava por um
processo de acomodação e adaptação das ideias de modernidade.
No segundo capítulo - Novos e antigos sabores: a alimentação nos restaurantes e
confeitarias, abordamos os produtos alimentícios importados e nacionais comercializados, as
produções e as festas organizadas por estes estabelecimentos. Verificamos a estruturação de
uma culinária local e nacional e suas relações com as influências estrangeiras.
Já na terceira etapa - Alimentação e saúde: novas preocupações, correlacionamos a
higiene e o controle sanitário, a atuação da fiscalização, a alimentação e a saúde. Destacamos
as preocupações com a comida e sua vinculação com a salubridade, além dos constantes
incêndios que assolavam os dois espaços.
26

Capítulo 1

Restaurantes e confeitarias: dinâmicas no Rio de Janeiro do século XIX (1854-1890)

É interessante perceber que a palavra restaurante tem uma etimologia que a remete a um
conceito distinto do que conhecemos atualmente. O termo restaurant é definido como
restaurador e deriva do verbo “restaurer”, cujo significado é reparar ou recuperar (FREIXA;
CHAVES, 2009).
Em 1765, na cidade de Paris, durante o Reinado de Luís XV, foi aberta a “Casa
Poulies”, por um senhor conhecido somente como Boulanger, que oferecia caldos
restauradores, propícios a restaurar as forças debilitadas17. Além desses pratos, também eram
servidos pés de carneiro ao molho branco (PITTE, 1998; BRUIT, 2006; FREIXA; CHAVES,
2009).
Conforme Franco (2001), foi a partir dessa data que o termo restaurant foi criado pelo
próprio Boulanger, proprietário do local, para designar caldos restaurativos. Esse também é
considerado, por muito pesquisadores, como o primeiro Restaurant de Paris18 e, por
consequência, do mundo. Não estamos negando a existência anterior de outros espaços com a
mesma função, porém, por enquanto, essa é a primeira experiência conhecida da associação
do nome restaurante a um espaço físico que tinha a sua atividade principal no fornecimento de
refeições.
No princípio, o público alvo do restaurante eram pessoas enfraquecidas, sem apetite, de
paladar embotado, fracas do peito19, e não pessoas famintas. Para atender a esse público, era
servido, além do caldo restaurativo, uma variedade de pratos considerados saudáveis.
Percebe-se que, já nos primórdios desse estabelecimento, a comida e a saúde caminhavam
juntas, sendo a medicina uma fonte de informações para a história da alimentação
(CARNEIRO, 2003).
Apesar da França ter sido a percussora desses empreendimentos que passaram a ser
designados como restaurantes, esse serviço já existia bem antes nos mercados e nas feiras da

17
Na entrada deste estabelecimento, constava a seguinte frase: Boulanger débite de restaurants divins, que
significa “Boulanger serve caldos restauradores divinos” (FREIXA; CHAVES, 2009, p. 112).
18
Conforme o Jornal da Tarde de 16 de março de 1878 foi nesta mesma data que este estabelecimento foi
demolido na cidade de Paris. “Está se demolindo em Paris, na Rua des Poulies, a casa, onde um indivíduo
chamado Boulanger abriu, em 1765, o primeiro restaurant naquela capital. Neste restaurant vendia se quase
exclusivamente caldos preparados de um modo especial, e chamava-se ele o restaurant divino” (p. 1).
19
Segundo Spang (2003) fraqueza de peito “era, portanto, muito mais que uma simples condição física. Ao
contrário, esse diagnóstico setecentista, tal qual o de tuberculose no século XIX, reunia uma variedade de
significados culturais em uma série de atributos especificamente fisiológicos” (p. 54).
27

Europa, onde camponeses e artesãos deixavam seus domicílios por um ou mais dias, para
trabalhar e eram obrigados a fazer suas refeições fora de casa, muitas vezes, comercializando
e consumindo alimentos nesse próprio espaço. (PITTE, 1998)
De acordo com Spang (2003), muito depois de 1850, os restaurantes eram um fenômeno
exclusivamente parisiense, e raramente eram encontrados fora desta cidade. Divergimos da
autora ao verificar que o Rio de Janeiro já possuía uma larga quantidade desse tipo de
estabelecimento em meados do século XIX, e que tenderam a se expandir cada vez mais20.
Identificamos anúncios deles já na metade inicial do período oitocentista quando o
Almanaque dos Negociantes do Império do Brasil, do ano de 1829, apresentava o item
Principaux hotel, avec restaurans, de Rio de Janeiro, e o termo fora destacado no Restaurant
de Madame Philippe, situado na Rua do Ouvidor (p. 204), junto a um hotel.
Conforme uma pesquisa efetuada no Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, de 1850 a 1858, muitos estabelecimentos eram mencionados na relação de
Hotéis e Casas de Pastos sem se identificarem com o termo restaurant. A partir do ano de
1859 é que se tornou mais comum perceber esses locais nesta listagem designados apenas
como restaurant (p. 699). Já em outros periódicos, o termo pode ser verificado comumente
nos anúncios.
É provável que, por ser uma palavra relativamente nova, ainda não fosse utilizada de
forma expandida na capital brasileira. Também ficou perceptível, através das fontes, que
alguns desses espaços passaram por reformas físicas e só posteriormente acrescentaram a
nomenclatura de restaurant (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO21, 20/03/1858, p. 4).

20
Para exemplificar o que acabamos de afirmar, verificamos no Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, do ano de 1850 (p. 404), dentro da relação de hotéis e casas de pasto, um
estabelecimento que se denominava como Casa de Pasto Restaurant, localizada na praia do Botafogo, número
72. Acreditamos que este, na verdade, era uma casa de pasto cujo o nome restaurant era utilizado para designar
alimentos e bebidas restauradoras, ou ainda, que ele começava a se adequar para oferecer um serviço mais
próximo do desempenhado pelos restaurantes propriamente ditos. Outra incidência que reforça as observações
anteriores foi um anúncio do Jornal do Comércio (15/09/1850, p. 3) que destaca a abertura do Restaurant
Français, porém, em sua descrição, esse espaço se definia como uma casa de pasto. Em 17 de fevereiro de 1850
(p. 4), o mesmo jornal noticiou que o antigo dono do Restaurant da Bola de Ouro acabava de se estabelecer
novamente na cidade com um novo restaurant situado no Hotel London (JORNAL DO COMÉRCIO,
17/02/1850, p. 4). O Correio Mercantil de 15 de março de 1851 (p. 4) anunciava o Hotel de L’Union com
restaurant a preço fixo e à la carte e com salas particulares para a refeição. O mesmo jornal, no mesmo ano
divulgava um Restaurant Suíço e Francês, na Rua da Assembleia, 76, ofertando almoço e jantar (20/09/1851, p.
4). Ainda o jornal Correio Mercantil (24/05/1851, p. 4) notificou o Hotel e Restaurant do Nicolao. O Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro do ano 1855 já apresentava o Restaurant Français de
Charles Legendre (p. 605).
21
O Diário do Rio de Janeiro foi o primeiro diário da história da imprensa brasileira. Publicado a partir de 1º de
junho de 1821. “O mesmo foi impresso inicialmente na tipografia real, mas já em março de 1822 Meirelles
instalou sua própria tipografia, a Tipografia do Diário do Rio de Janeiro, que passou a publicar a folha
homônima”. O custo da mensalidade era de 640 réis (ou 40 réis por exemplar avulso) do jornal (BRASIL, 2014,
p.1).
28

É importante salientar que, até a década de 1860, no Almanaque Administrativo,


Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, somente o termo em francês restaurant era
utilizado. Foi apenas em 1865 (p. 651) que percebemos, pela primeira vez, a palavra escrita na
língua portuguesa, todavia, temos a primeira evidência deste uso nos jornais da Corte no ano
de 1838, em um anúncio do Diário do Rio de Janeiro (03/05/1838, p. 3) que tratava sobre a
venda de uma loja de calçados e tamancos, localizada na rua detrás da Rua do Carmo, em
frente ao “hotel restaurante”.
A partir do ano de 1873, no Almanaque, consta um catálogo exclusivo para “Casas de
Pastos” e surge um novo alistamento denominado “Hotéis e Restaurants” (p. 737 a 739). No
ano de 1877, pôde ser visto mais de vinte empreendimentos designados apenas como
restaurant (p. 961 a 965). Nesta seção, muitos espaços não se definiam de acordo com a sua
classificação, apenas destacavam o nome do proprietário e endereço. Já outros se
autointitulavam restaurant, casa de pasto, hotel e, até mesmo, hospedaria. Muitos desses
estabelecimentos, em anúncios de outros jornais, se apresentavam como hotel e restaurante,
mas no Almanaque apenas como hotel (1861, p. 640 a 642)22.
Tão importantes quanto os restaurantes para a alimentação pública do Rio de Janeiro do
século XIX, eram as confeitarias. Conforme Algranti (2005), a paixão pelos doces no Brasil
foi estimulada pela tradição portuguesa de confecção de guloseimas e pela abundância de
açúcar no país. “O costume português de consumo de doces propagou-se em suas colônias,
notadamente no Brasil, onde adquiriram novos sabores e cores” (p. 141).
Acredita-se que a cana-de-açúcar, matéria prima principal do açúcar, trazida pelos
portugueses para o Brasil, seja originária das plantações da Ilha da Madeira. Para Gilberto
Freyre (2007), na história oficial, o cultivo, no Brasil, foi introduzido por Martim Afonso de
Sousa em 1532, na região de São Vicente. Porém, existem evidências de que o açúcar já era
produzido desde 1526, em Pernambuco, e utilizado como pagamento de impostos para
Lisboa.
Foi no litoral do Nordeste, da Bahia ao Maranhão, no Rio de Janeiro, capitania e depois
província, que ocorreu uma cultura ecologicamente do açúcar e requintadamente do doce
(FREYRE, 2007). Aliando à questão econômica com o hábito alimentar da doçaria, os
22
O Hotel de La Borsa, Hotel Du Brésil, Hotel Capelle, Hotel des Fréres Provençaux, Hotel de Luxemburgo,
Hotel de Toulose e o Hotel Ravot são exemplos de estabelecimentos que nos Almanaques (1863, p. 654 a 657;
1864, p. 669 a 672; 1865, p. 649 a 653; 1866, p. 627 a 631; 1867, p. 628 a 632; 1868, p. 653 a 657; 1869, p. 677
a 681) eram nomeados apenas como hotel mas em outros periódicos como hotel e restaurante (A
ATUALIDADE, 18/11/1863, p. 3; DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 06/02/1864, p. 4 e 03/06/1864, p. 3;
CORREIO MERCANTIL, 19/05/1864, p. 5). Apenas a partir de 1887 que a palavra restaurant é citada no índice
do Almanaque escrita em português, “restaurante”, como é utilizada até os dias atuais no Brasil (p. 719 a 725).
29

confeitos passaram a fazer parte da cultura brasileira, conforme atesta Câmara Cascudo
quando declara que “nunca um brasileiro dispensou adoçar a boca depois de salgar o
estomago” (CASCUDO, 2004, p. 308).
No Brasil, as tradições da doçaria portuguesa ganharam novos sabores, se misturando
com as frutas dos índios e os quitutes dos negros. Uma das heranças mais importantes para a
confeitaria brasileira foi recolhida de Portugal e, principalmente, dos mouros, onde “os doces
de freira foram um dos maiores encantos da velha civilização portuguesa, que antes aprendera
com os mouros a fabricar açúcar e a fazer o mel, doce e bolo” (FREYRE, 2007. p. 66).
A partir do século XIX, com a ampliação da cidade do Rio e o trânsito estrangeiro cada
vez mais perceptível, a influência francesa na confeitaria brasileira se tornou mais nítida
através dos doces mais requintados dos confeiteiros franceses, que começaram a ser
considerados chiques na Corte e em Recife. As sinhás doceiras, os negros quituteiros e os
mulatos boleiros sofriam da competição com pasteleiros e confeiteiros franceses. Em meados
do século, os confeiteiros franceses e italianos passaram a ter mais importância para a alta
sociedade fluminense que a doceira de casa. (FREYRE, 2007)
Enfim, o período investigado no Rio de Janeiro foi testemunho de uma considerável
disseminação de estabelecimentos de alimentação, no caso, restaurantes e confeitarias. Esse
processo estava inserido em uma complexa estrutura que demonstrou seus desdobramentos
em diversas variáveis sociais. Para que possamos compreender de forma mais ampla esse
movimento, dedicamos as páginas a seguir a esta análise.

1.1 Localização desses dois espaços de alimentação na cidade do Rio de Janeiro

Fundada no Morro do Castelo, a cidade desenvolveu-se “ao redor do cais, que se


estendia ao longo da costa leste, ao pé do morro” (NEEDELL, 1993, p. 43). A capital
fluminense do início do século XIX era uma pequena aglomeração urbana que, no decorrer
deste período, ampliaria consideravelmente os seus domínios espaciais. Em função de uma
série de variáveis que contribuíram para o crescimento dessa, as Zonas Sul e Norte, como são
conhecidas atualmente, foram as que tiveram um significativo aumento da população.
Tornaram-se locais cada vez mais valorizados e propícios ao comércio (NEEDELL, 1993).
Consequentemente, foram regiões cada vez mais favoráveis à instalação de restaurantes e
confeitarias.
De acordo com Rios Filho (2000), em 1808, já ocorria, na cidade, uma expansão para o
oeste, ou seja, para a região de Campo de Santana, São Diogo e Lagoa da Sentinela e para o
30

sul, da Lapa em direção ao Catete, Laranjeiras, Botafogo e Lagoa Rodrigo de Freitas, sendo
definido como cidade velha tudo que ficava entre o mar e aquele campo. O Rio de Janeiro,
nesse período, possuía 71 ruas, 27 becos, 7 travessas, 12 largos, 3 campos, 5 ladeiras e 3
caminhos. Até o século XIX, as chácaras constituídas entre a Lapa e os morros do Livramento
e da Conceição marcavam os limites da cidade velha (NEEDELL, 1993). Ambos os morros se
situam na área central da cidade, sendo o do Livramento posicionado entre o da Conceição e o
da Providência, próximo à região portuária.
Principalmente, a partir da segunda metade do século XIX, a municipalidade continuava
a introduzir melhoramentos na capital, com novos calçamentos e retificação dos arruamentos
e assentamento de novas calçadas em diversas ruas da cidade velha, terraplanagem dos
pântanos da velha estrada de São Cristóvão e aterrado da cidade nova (RIOS FILHO, 2000).
Esse processo de expansão e benfeitoria motivou o surgimento de novos estabelecimentos
comerciais conjuntamente com um contexto de crescimento econômico e populacional
significativo. Conforme a Revista Industrial do Diário do Rio de Janeiro (11/04/1856, p. 2), a
cidade mercante já não era tão pequena, de forma que se pudesse correr de uma vez.

Nem mesmo com o almanaque na mão, conseguiria no fim de sua excursão dizer o
número exato das perfumarias, casas de modas, de roupas feitas, lojas de fazenda,
alfaiatarias, hotéis, cafés, restaurants, botequins, boticas, cocheiras, confeitarias,
floristas, charutarias, livrarias, bazares, sapatarias, litografias, armazéns de viveres,
lojas de papel, em fim de todas essas espécies de estabelecimentos industriais que
existem no Rio de Janeiro atualmente.

Procuramos acompanhar a evolução dos restaurantes e confeitarias nas ruas e regiões da


cidade, conforme o seu desenvolvimento urbano. Para isso, dispomos de quadros divididos
por períodos - 1850-1860, 1861-1870, 1871-1880 e 1881-1890 - localizados nos Apêndices
(p. 188). Eles contemplam o nome da casa quando declarada, sua localização (optamos por
respeitar o endereço contido no periódico, quer seja com o nome da rua ou do bairro) e a
fonte. Temos claro, no entanto, que os quadros não dão conta da totalidade desses espaços,
pois, de acordo com nosso critério, foram utilizados somente aqueles que se
autodenominavam restaurante ou confeitaria e que disponibilizam o seu endereço.
Registramos, como fonte nos quadros, o primeiro documento que apontou o estabelecimento
com o seu endereço. Posteriormente, através de imagens23, pudemos compreender a
proliferação deles ao longo das décadas nesta cidade. O nosso intuito com os mapas foi

23
As cores utilizadas nas linhas dos quadros fazem referência à localização da rua nas imagens no mapa. As
linhas sem cores correspondem a ruas localizadas em locais não contemplados pelo mapa, como, por exemplo,
áreas da Zona Sul e Zona Norte da cidade, cuja direção está demonstrada nas imagens através de duas setas.
31

visualizar, através de “manchas” coloridas, a distribuição e evolução de restaurantes e


confeitarias ao longo de 41 anos na capital fluminense.
32

Imagem 1: Restaurantes e sua localização (1850-60)


Fonte: LEEDER, 1858.
33

Entre os anos de 1850 e 1860 (quadro 1), é possível perceber que boa parte dos
restaurantes estavam inseridos em hotéis, sendo quatorze dos trinta e quatro apontados. Deste
total, a maioria tinha como endereço as ruas centrais da cidade, como Assembleia, São José e
Ouvidor (imagem 1). O ambiente privilegiado era o espaço que ficava entre o Paço Imperial e
o Campo de Santana, região conhecida como cidade velha. Podemos notar que a espacialidade
dos restaurantes acompanhava o centro comercial da época. Ao mesmo tempo em que muitos
desses locais de alimentação se associavam a hotéis, também se localizavam na região de
maior circulação de pessoas. Esse fato pode apontar uma relação estreita entre viajantes,
comerciantes e restaurantes, visto sua proximidade física.
Needell (1993) aponta que, em 1850, alguns homens de negócios ainda permaneceram
nos limites da cidade velha, mas que a elite já começara a se mudar para a Zona Norte e Sul.
Fato que pode explicar a proliferação de restaurantes e confeitarias nestas regiões ao longo
dos anos. Portugueses e brasileiros preferiam, geralmente, as casas da cidade velha, próximas
à orla. Foram os ingleses e outros estrangeiros que despertaram a vontade de buscar novos
lugares para se fixar. O autor ainda reforça que:

Antes, ricos e pobres viviam e trabalhavam juntos nas ruas apinhadas e fétidas do
porto colonial. No século XIX, a elite deixava seus afazeres nos ministérios, casa
de contabilidade ou escritórios profissionais abafados e retornava aos solares e
palacetes em estilo europeu, que proclamavam seu status e a afastavam dos locais
e da mão-de-obra que tornavam este status possível. (NEEDELL, 1993, p. 182)

A distância ocasionada entre o local de trabalho e moradia pode justificar a maior


concentração dos restaurantes e confeitarias na área central. Sem tempo hábil para realizar
suas refeições em casa, os trabalhadores teriam que recorrer a esses para se alimentar.
34

Imagem 2: Restaurantes e sua localização (1861-70)


Fonte: LEEDER, 1858.
35

Na década seguinte, 1861-1870 (quadro 2; imagem 2), se tornou ainda mais evidente a
associação entre hotéis e restaurantes. Dos quarenta e nove restaurantes apontados pela
documentação, vinte e seis deles se encontram estabelecidos em hotéis, sendo que outros oito
desempenhavam a função de café e restaurant, preferencialmente, ainda na região central da
cidade. Um exemplo disso é o Hotel de Luxemburgo e o Hotel Ravot, ambos com restaurantes
situados no centro do comércio, notificou o Correio Mercantil (01/02/1857, p. 3; 27/08/1857,
p. 3) e o Diário do Rio de Janeiro (12/01/1863, p. 3). A localização e a facilidade de acesso,
proporcionada pelo avanço nos meios de locomoção, eram considerados requisitos
importantes na escolha do local a se frequentar.
Podemos constatar o crescimento geral desses espaços em comparação à década anterior
- de trinta e quatro para quarenta e nove - como também o aumento dos que não estavam
vinculados a hotéis - de vinte para vinte e três, o que demonstra como a celebração desses
ambientes foi espraiada no decorrer das décadas.
Acompanhando o desenvolvimento urbano da cidade e a modernização dos transportes,
os restaurantes começaram, lentamente, a expandir seus domínios. O Diário do Rio de
Janeiro, de 23 de setembro de 1862 (p. 4), veiculava a abertura de um local denominado de
Novo Mundo. Tratava-se de um hotel com restaurant, posicionado no bairro de Botafogo e,
por ser afastado do centro da Corte, dispunha de opção de transporte para a cidade velha.
Outro exemplo disso foi o Hotel e Restaurant Aurora, localizado no bairro da Tijuca, o qual
divulgava, em seus anúncios, a disponibilidade de bondes à porta do estabelecimento
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 28/02/1880, p. 4).
Por serem distantes do porto e dos locais de trabalho no comércio que se encontravam
na parte central da cidade, o avanço no transporte foi um fator importante para a ampliação de
áreas como os bairros de Botafogo e São Cristóvão, os quais eram utilizados, no início do
século XIX, para veraneio e agricultura. (NEEDELL, 1993)
Esses bairros faziam parte de regiões onde residiam muitos estrangeiros, os quais foram
responsáveis pela criação de inúmeros clubes. Consequentemente, eram espaços privilegiados
de diversão, já que as práticas de divertimentos eram usuais antes mesmo da primeira metade
do século. Na enseada de Botafogo, por exemplo, já se organizavam páreos desde a década de
1810. As corridas equestres se conformavam em verdadeiras festividades com presenças
ilustres, tanto de comerciantes e curiosos adventícios quanto da própria família real que, por
vezes, marcava presença. Da mesma forma, o ano de 1851 assistia à regata inaugural
promovida pela Sociedade Recreio Marítimo, que, nas areias de Botafogo, “entusiasmou
mesmo um setor da cidade”. (MELO, 2014a, p. 28)
36

O bairro de São Cristóvão, além de ser a região de moradia do Imperador, foi local de
divertimento e de esportes. Podemos destacar, como exemplo, o prado Guarany que se
instalou próximo à pequena vila de operários. Esse hipódromo realizava também disputas de
outras três sociedades: o Sport Club, o Hipódromo Fluminense e o Sport Fluminense.
(MELO, 2010b)
37

Imagem 3: Confeitarias e sua localização (1850-60)


Fonte: LEEDER, 1858.
38

Ao verificarmos a localização das confeitarias entre os anos de 1850-1860 (quadro 5;


imagem 3), em comparação aos restaurantes, é possível perceber que elas não tinham uma
centralização tão visível, mesmo que o centro da cidade continuasse sendo o principal ponto
de funcionamento. Todavia, o que vai se comprovar na primeira década, é a preferência das
confeitarias pelas ruas do Ouvidor24 e da Assembleia. Haviam dez confeitarias nestes dois
logradouros, sendo cinco em cada um. Também se destacaram três confeitarias na Rua de São
Pedro e quatro na Rua Nova de São Pedro (ou Rua de São Pedro da cidade nova), trecho que
ligava a cidade velha a São Cristóvão, parte que foi aterrada no início do século XIX.
Gilberto Freyre (2000) contribui quando destaca algumas características da ocupação
comercial do centro da cidade. O pesquisador apontou que os negociantes ingleses se
instalaram nas ruas próximas a da Alfândega, dando preferências pelas menos estreitas devido
ao tráfego das largas peças de fazendas e de mercadorias pesadas como ferro, cobre,
máquinas, pinho-de-riga, vidro em caixas para janelas, ou seja, itens característicos do
comércio britânico. Já os franceses não gozavam das mesmas necessidades. Por se tratarem de
comércios distintos, como lojas de artigos de luxo e moda, acabaram, em sua grande maioria,
se instalando na Rua do Ouvidor. A grande concentração de comerciantes nestas áreas pode
ser considerada um fator motivador para o número de restaurantes e confeitarias nessa região.
Outro aspecto apontado por Roedel (2002) foi que “a expansão da cidade ofereceu,
também, nova configuração urbana. Não obstante o aumento da circulação de pessoas e o
surgimento de novo núcleos populacionais, os habitantes da cidade do Rio de Janeiro
permaneceram, ainda, nas proximidades da área central” (p. 122). Segundo o autor, tal
aspecto manteve-se ao longo da primeira metade do século XIX, pelos problemas de trânsito
em direção às Zona Norte e Sul, “isso foi imposto pelas dificuldades de transposição de
barreiras montanhosas, ou devido, à existência de mangues, brejos e lagos. Tais características
geográficas impuseram, portanto, a permanência da concentração populacional nas
proximidades do litoral” (p. 122).

24
Needell (1993) aponta que, em termos simbólicos, a Rua do Ouvidor era a Europa. Nos limites desta “[...]
reinavam apenas artigos europeus de luxo mais finos e as últimas conquistas” (p. 194).
39

Imagem 4: Confeitarias e sua localização (1861-70)


Fonte: LEEDER, 1858.
40

Entre os anos de 1861 e 1870 (quadro 6; imagem 4), as confeitarias ainda se


condensavam nas ruas do Ouvidor, São Pedro e Nova de São Pedro, como também na do
Conde e Nova do Conde e na da Alfândega, mas começavam a irromper nas ruas de São José,
Saúde, Prainha, Ourives e Praça da Constituição (atual Praça Tiradentes) - todas na área
central. Proliferavam também na Zona Sul, especialmente na Rua do Catete e em direção à
Zona Norte, no Estácio de Sá e São Cristóvão.
Abreu (2013) afirma que, em meados do século XIX, a cidade apresentava uma forma
diferente da prevalecida no século XVIII. Beneficiada pelo poder público, com abertura e
conservação de caminhos e estradas, as classes de renda mais alta - as únicas, conforme o
autor com poder de mobilidade - deslocaram-se do antigo e congestionado centro da cidade
em direção à Lapa, Catete e Glória, Botafogo e São Cristóvão, o que pode ter impulsionado a
abertura de novas casas comercias, principalmente de confeitarias.
Enquanto os restaurantes se concentravam, em sua grande parte, no interior dos hotéis,
as confeitarias demonstravam a sua independência ao se apresentarem de forma autônoma.
É importante destacar que, nas duas décadas iniciais do estudo, já podemos apontar uma
tendência que será comprovada nos períodos seguintes. Se houve a ampliação constante do
número de estabelecimentos, tanto de confeitarias quanto de restaurantes, independentemente
da década analisada, também houve uma diferenciação na implantação desses locais. O
número de restaurantes continuou a crescer, mas ainda muito direcionados ao centro da
cidade. Mesmo que em praticamente toda a extensão da capital fluminense isso tenha se
verificado, a região central foi a privilegiada, o que não foi o caso das confeitarias. Estas
pareceram acompanhar a nova dinâmica urbana do Rio de Janeiro, que, ao ampliar os seus
domínios e valorizar novas regiões, também espraiaram o seu foco de atuação. Essas
características podem ser explicadas, em parte, pelo perfil diferenciado dos produtos e
serviços desses dois tipos de casas de alimentação, que investigamos detalhadamente no
decorrer desta tese.
41

Imagem 5: Restaurantes e sua localização (1871-80)


Fonte: LEEDER, 1858.
42

Ao analisarmos os domínios geográficos dos restaurantes entre os anos de 1871 e 1880,


verificamos um cenário de multiplicação do número de empreendimentos, assim como uma
constante desvinculação dos hotéis. Dos cento e cinco espaços indicados, apenas vinte e dois
encontraram-se inseridos em hotéis, e outros onze desempenhando a função de café e
restaurant. Mesmo que a grande maioria dos restaurantes estivesse concentrada na região
central da cidade (imagem 5), já havia uma tendência pela ampliação para as ruas da atual
Zona Sul, principalmente nas imediações do Jardim Botânico, e áreas da Zona Norte, como
Vila Isabel e Tijuca (quadro 3).
Até o século XIX, áreas como Engenho Velho, Tijuca, Engenho Novo e Gávea tinham
um papel essencialmente rural e eram utilizadas para o cultivo de alimentos para o consumo
local (NEEDELL, 1993). Fato esse que talvez explique o surgimento um pouco mais tardio
quando comparado à região mais antiga. Uma série de fatores pode ter colaborado para a
instalação desses estabelecimentos em pontos mais afastados do centro. Ao mesmo tempo em
que fazendas e sítios eram retalhados para a instalação de famílias aristocráticas, já existia
uma tendência de ocupação de áreas da Zona Sul e territórios como Glória e Catete, cada vez
mais procurados pelas “famílias de mais altas rendas do segundo reinado” (ABREU, 2013, p.
41).
Além disso, a desvinculação crescente dos hotéis pode demonstrar a próspera demanda
por ambientes especializados em fornecer apenas alimentação. A emancipação dos
restaurantes destaca a necessidade cada vez maior de ampliação do serviço de fornecimento
de alimento, além de diversão e entretenimento. Esse passava a ser uma opção e não somente
um acessório ao local de parada temporária - estavam cada vez mais inseridos em uma
dinâmica de lazer e divertimento. Se parte deles se encontravam vinculados a hotéis por uma
necessidade de fornecer alimentação sazonal aos viajantes, a sua progressiva independência
demonstrava como o ato de realizar as refeições em público se valorizava, não sendo somente
uma opção para viajantes.
Destacamos que, com a modernização dos transportes públicos, também identificamos a
presença de restaurantes e confeitarias próximos ou no interior de estações de bondes e da
estrada de ferro D. Pedro II. Esses lugares, cada vez mais frequentes e frequentados, também
atraíam oportunidades de negócios. Abreu (2013) destaca que, a partir de 1870, bondes e
trens, dois impulsionadores da expansão da cidade, passaram a atuar sincronicamente. A
primeira linha de carris da cidade começou a funcionar em 1868. Ela facilitou,
primordialmente, o crescimento de bairros das atuais Zonas Sul e Norte: “os meios de
transporte coletivo, especialmente o bonde, que suplantou muitos dos demais, facilitaram o
43

acesso das elites às áreas afastadas, tornando possível sua transformação em bairros
residenciais” (NEEDELL, 1993, p. 46). Por outo lado, os terminais também se tornaram
propícios para a instalação de empreendimentos alimentícios.
O jornal A Reforma (30/09/1877, p. 4) divulgou um restaurant localizado no último
ponto dos bondes do Jardim Botânico. Nas Paineiras, ponto da Estrada de Ferro do
Corcovado, também existia um restaurante (O PAÍS, 27/11/1887, p. 2). O Cruzeiro
(02/09/1878, p. 4) anunciou a abertura da Confeitaria Estrada de Ferro D. Pedro II, situada a
menos de um minuto de distância da estação central. Também era anunciado o funcionamento
da Confeitaria e Sorveteria Época Lírica, fixada no ponto dos bondes de Botafogo, à Rua de
Gonçalves Dias n. 75 (GAZETA DA TARDE, 19/08/1881, p. 3). Essas são tendências de uma
cidade que cada vez mais se modernizava e ampliava as funções e territórios de atuação dos
seus estabelecimentos de alimentação, passando a não ter somente a função de alimentar, se
adaptando a ambientes cada vez mais distintos.
A implantação dos bondes facilitou o acesso ao centro urbano, ao comércio, ao
restaurante e à confeitaria, o que ajudou a promover o consumo e as formas de alimentação
pública, renovando a vida social da sociedade (RENAULT, 1978; 1982). Existiam, também,
restaurantes e confeitarias próximos e até mesmo inseridos nos teatros (estes eram um dos
principais espaços de diversão da época25), oferecendo opções de consumo aos seus
frequentadores. O Hotel Restaurant Des Frères Provencaux divulgava, em seus anúncios, que
ele se encontrava próximo aos teatros (CORREIO MERCANTIL, 24/01/1858, p. 3), assim
como o Hotel Ravot, situado no centro do comércio e próximo aos teatros, e o Restaurant
Recreio Comercial, localizado em frente ao Teatro Lírico (CORREIO MERCANTIL,
01/02/1857, p. 3 e 04/08/1859, p. 4). A Gazeta de Notícias (06/10/1878, p. 6) divulgou a
abertura do Grande Café, Restaurant e Confeitaria no salão e terraço do Teatro São Pedro de
Alcântara. É possível inferirmos que esses espaços estavam diretamente articulados com
outros entretenimentos públicos da cidade. Um indício dessa relação foi a flexibilização dos
horários de funcionamento de restaurantes e confeitarias com essa característica de
localização. Eles poderiam permanecer abertos até depois de terminarem os espetáculos,
conforme atestou o Diário do Rio de Janeiro de 05 de abril de 1870 (p. 2).

25
Sobre esta relação ver em Marzano (2010).
44

Imagem 6: Restaurantes e sua localização (1881-90)


Fonte: LEEDER, 1858.
45

Nos últimos anos do Império e início da República, entre os anos de 1881 e 1890, a
localização dos restaurantes foi ampliada ainda mais (quadro 4; imagem 6). Crescia o número
de estabelecimentos na Zona Sul, basicamente em Botafogo e nos arredores do Jardim
Botânico e no Catete. Podemos perceber, através dos anúncios, que o bairro de Botafogo,
além de suas belezas naturais, também passou a ser um território destacado como bem
frequentado, principalmente quando as famílias de alta renda passam a buscar a região para
fixar suas moradias. Essa valorização era uma tendência que podia ser verificada nos
comunicados dos periódicos, como quando a Gazeta de Notícias (09/04/1882, p. 4) notificou
que o Restaurante Sereia era situado em Botafogo, o bairro "mais lindo e mais frequentado da
Corte".
As oportunidades de negócios e a demanda por alimentação e divertimento
acompanhavam o desenvolvimento do Rio de Janeiro.
46

Imagem 7: Confeitarias e sua localização (1871-80)


Fonte: LEEDER, 1858.
47

Assim como os restaurantes, com o decorrer do século XIX, as confeitarias assumiram


novos locais em busca de consumidores. No entanto, entre os anos de 1871 e 1880 (quadro 7;
imagem 7), a Rua do Ouvidor continuou sendo a preferida pelas confeitarias - das cento e
setenta e quatro confeitarias identificadas, dezesseis delas encontravam-se ali. Na Zona Sul, a
Rua do Catete se destacava cada vez mais pelas instalações de confeitarias, chegando, naquele
momento, a nove em funcionamento. A Rua Senador Euzébio possuía cinco, e no bairro de
Botafogo, Rua de São Clemente e Praia de Botafogo, totalizavam mais cinco. Essa propensão
se confirma entre os anos de 1881 a 1890, como mostra o último quadro 8 e imagem 8, onde
pode-se perceber a sua distribuição cada vez maior por toda a cidade.
A preferência por esses locais talvez possa ser explicado pelo tipo de ocupação que
estava se dando. Conforme Rios Filho, “o Catete era um bairro que muito aumentava de
importância, pois, segundo escritor da época, povoava-se de casas nobres, e muito belas”, e no
bairro de Botafogo “destacava-se a praia do mesmo nome, rodeada de chácaras com valiosas
mansões” (2000, p. 40). Ambas eram consideradas áreas nobres. Abreu (2013) complementa
que:

Enquanto se processava o retalhamento das fazendas e sítios do Engenho Velho e se


ocupava a Cidade Nova, o vetor de expansão rumo à zona sul, já identificado no
período anterior a 1838, passava a tomar características diferentes, as antigas
chácaras de fim de semana da aristocracia transformando-se gradualmente em local
de residência permanente (p. 41).

Ainda conforme Abreu (2013), as famílias de mais altas rendas do Segundo Reinando
passaram a procurar os bairros de Botafogo, Glória e Catete para fixarem suas moradias. Essa
busca por arredores mais afastados da região central era, também, motivada pela necessidade
do afastamento de doenças e pela demanda de bem-estar. Esses locais eram menos atingidos
pelas febres e também mais frescos no verão (NEEDELL, 1993). Além disso, o bairro de
Botafogo também atraiu populações não aristocratas, como imigrantes portugueses que
passaram a se instalar e se dedicar ao comércio nessa localidade (ABREU, 2013). No sentido
da Zona Norte, na Rua Estácio de Sá, quatro confeitarias estavam instaladas acompanhando o
desenvolvimento urbano em direção ao bairro da Tijuca e Vila Isabel, regiões destacadas na
época.
48

Imagem 8: Confeitarias e sua localização (1881-90)


Fonte: LEEDER, 1858.
49

Na década final do período monárquico, a Rua do Ouvidor permaneceu em destaque,


sendo o endereço de dez confeitarias. Conforme o Diário de Notícias, de 17 de agosto de
1888 (p. 1), uma das originalidades dessa rua eram seus cafés e as suas confeitarias: “em
bairro algum e em rua alguma existem cafés e confeitarias como nesta rua”. No entanto,
mesmo sendo o centro da cidade a área de circulação da intelectualidade e da moda
fluminense, a alimentação em espaços públicos não se restringia a esse local. De acordo com
Schwarcz (1998), não era apenas na Rua do Ouvidor que concentrava as atenções locais: “a
cidade fluminense, sede da Corte, passará a funcionar como um polo centralizador e difusor
de hábitos, costumes e até linguagem para todo país, além de se transformar no cenário
principal em que desenrolava a dramatização da vida social da boa sociedade” (p. 110).
Nesse mesmo período, também existiam um grande número de restaurantes nas ruas do
Ouvidor, Largo da Carioca, Sete de Setembro, Uruguaiana e Praça da Constituição,
totalizando trinta e nove casas. Na Zona Sul, eles se localizavam basicamente em Botafogo e
nos arredores do Jardim Botânico, e passaram a se instalar no Catete. Já as confeitarias
estavam na Rua de São Clemente, Praia de Botafogo, na Rua Senador Euzébio e prevalecente
no Catete.
É possível inferir que a ampliação do número de confeitarias para a área da Zona Sul
tenha relação direta com os novos moradores de alto poder aquisitivo. Os barões do café, ao
mudarem para o Rio, construíram seus palacetes nos bairros de Botafogo, Laranjeiras e Santa
Teresa (ABREU, 2013). Os restaurantes começaram a surgir no Catete apenas no final desse
período e ainda de forma tímida, se comparado com as confeitarias. Na Zona Norte, elas
despontaram mais no final do Segundo Reinado, contando-se quatro confeitarias na Rua
Haddock Lobo e duas no Boulevard Vila Isabel, enquanto que os restaurantes já existiam em
Vila Isabel e na Tijuca desde a década anterior, totalizando oito, entre os anos de 1881 e 1890,
sendo cinco e três, respectivamente.
Acreditamos que a alimentação no Rio de Janeiro esteve fortemente ligada ao ambiente
doméstico, fato que pode ser ratificado pelo extenso número de restaurantes localizados no
interior de hotéis, principalmente, entre as décadas de 1850 e 1870. É provável que eles eram
mais utilizados, a priori, pelos viajantes que ali se hospedavam. O processo de modernização
e crescimento da cidade, os horários estendidos de trabalho no comércio e a própria busca
pela diversão, propiciou que o hábito de comer fora de casa fosse ampliado, proporcionando o
desenvolvimento de locais, como os que são foco do estudo, voltados para a alimentação.
É perceptível, através dos dados expostos, que as confeitarias estavam mais distribuídas
pela cidade, em comparação aos restaurantes. Elas se situavam em ruas distintas de diversos
50

bairros, enquanto que os restaurantes estavam, em sua maioria, concentrados em áreas mais
restritas, fato esse que talvez possa ser explicado pela incumbência de cada um. Enquanto o
encargo principal dos restaurantes eram os serviços de refeições, almoço e jantar, as
confeitarias, além da venda de doces e açúcar (refinação), se portavam como local de venda
de secos e molhados. Ali, os clientes poderiam adquirir vários produtos para serem
consumidos no lar. As incumbências específicas de cada estabelecimento serão analisadas nos
próximos pontos.
O perfil de frequentadores das duas dependências comerciais, que será apresentado
neste capítulo, também é uma justificativa para o crescente desenvolvimento de confeitarias,
superior ao de restaurantes na Zona Sul.
É interessante apontar a grande influência estrangeira nos nomes dos restaurantes que
foram apresentados nos quadros 1, 2, 3 e 4, enquanto que nas confeitarias esse fenômeno foi
verificado em quantidade bem inferior. Havia uma recorrência de identificações semelhantes,
e era comum encontrar nos anúncios a utilização do nome do proprietário ou da rua onde
funcionava para diferenciá-las.
Para Abreu (2013), o período de 1870 a 1902 representa a primeira fase de expansão
acelerada da malha urbana e também a primeira etapa onde essa dilatação estava diretamente
ligada às necessidades de reprodução do capital nacional e estrangeiro.
Todavia, conjugado aos fatores apresentados de ampliação dos domínios urbanos e ao
poder aquisitivo da população onde esses estabelecimentos se instalavam, é importante notar,
também, uma mudança de comportamento. As práticas de alimentação, que se davam no
início do período analisado, numa proporção muito maior no ambiente privado, iniciavam um
processo em que foram mais valorizadas como atividades públicas. Com o transcorrer do
século XIX, o ato de se alimentar estava associado mais fortemente a lazer e divertimento,
onde o palco priorizado não era o ambiente doméstico. Esses fatores podem nos ajudar a
compreender a ampliação dos restaurantes e confeitarias.
É possível perceber o reconhecimento desses espaços através de anúncios distintos.
Tanto os restaurantes como as confeitarias eram utilizados como forma de referência na
localização de alguns pontos comerciais, o que demonstra a sua popularidade. Como exemplo,
nos anúncios de venda de um hotel, o interessado que desejasse maiores informações deveria
dirigir-se ao Restaurant Feliz Acaso, do grande Circo Ginástico, informado ser perto do
Chalet Restaurante (GAZETA DE NOTÍCIAS26, 06/02/1877 e 08/04/1877, p. 4). Outro caso

26
A Gazeta de Notícias passou a ser publicada no Rio de Janeiro, em dois de agosto de 1875. Além de um
folhetim romance, a Gazeta de Notícias era composta de folhetim de atualidade, artes, literatura, teatros, modas,
51

é de um dentista americano que avisava que seu consultório se situava defronte à Confeitaria
do Sr. Francioni, na Rua Direita (CORREIO MERCANTIL, 18/02/1855, p. 3). Ainda, havia o
anúncio da Águia Imperial, Alfaiataria de Ferreira de Mello e Companhia, que publicou que
este comércio se localizava em frente à Confeitaria Paschoal (O PROGRAMA GUIADOR,
23/05/1887, p. 3). Apesar de já existir um plano de numeração dos endereços da cidade, desde
21 de maio de 1824, esses estabelecimentos ainda eram utilizados com frequência como
referência para outros (RIOS FILHO, 2000).
É importante mencionar aqui que o Restaurante Rio Minho, tombado pelo Iphan27, se
intitula e é considerado por alguns pesquisadores como o restaurante mais antigo em atividade
na cidade, tendo seus trabalhos iniciados em 188428 (BELLUZZO, 2010a). Atentamos que
essa informação não foi confirmada em nosso material. O estabelecimento não foi sinalizado,
talvez porque, na época, utilizasse outro nome ou endereço, ou ainda, porque não fazia uso de
jornais e revistas para divulgação. Encontramos referência da sua possível existência apenas a
partir do ano de 1895, na relação de hotéis e restaurantes do Almanaque. Constatamos um
local denominado de Hotel do Rio Minho, que se localizava na Rua Ouvidor no. 8, e que
talvez pudesse ser o Restaurante Rio Minho (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO,
MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1895, p. 757).
Da mesma forma, apesar do site da Casa Cavé29 ou Confeitaria Cavé definir que essa é
originária do ano de 1860, também não tivemos referência em nossa documentação. Apenas
identificamos um estabelecimento no ano de 1891, denominado Confeitaria Parisiense,
localizada na Rua Sete de Setembro no. 127, cujo proprietário era Auguste Cavé, considerado
o mesmo fundador da Confeitaria Cavé (O MERCANTIL, 24/01/1891, p. 2). No ano de 1896,
localizamos, no jornal Cidade do Rio (05 de jan., p. 4), uma menção à Confeitaria Cavé como
referência para demonstrar a localização exata de outro prédio que se situava também na Rua
Sete de Setembro. Podemos inferir que talvez a Confeitaria Cavé utilizasse um nome
diferente do atual, ou era definido como outro tipo de comércio, ou ainda, que não utilizasse
jornais e revistas como forma de divulgação durante o período que pesquisamos. Não
podemos descartar, porém, que tanto a Casa Cavé quanto o Restaurante Rio Minho não sejam
tão antigos quanto declaram.

acontecimentos notáveis. Fundada pelos editores Ferreira de Araújo, Manuel Carneiro e Elísio Mendes e pelos
redatores Henrique Chaves e Lino de Assunção (ASPERTI, 2006).
27
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
28
http://rioshow.oglobo.globo.com/gastronomia/restaurantes/rio-minho-641.aspx
29
http://www.casacave.com.br/
52

A Confeitaria Colombo também não foi mencionada neste estudo por estar fora do
nosso recorte temporal. Ela foi inaugurada no ano de 1894 (FREIXA; CHAVES, 2009).

1.2 Serviços prestados

Desde o início do século XIX, o Rio de Janeiro foi modelo de cultura e costumes da boa
mesa. Foi ali e na cidade de São Paulo que surgiram os primeiros restaurantes do Brasil, como
apontam Freixa e Chaves (2009).
Nos restaurantes do Rio, a diversidade dos serviços prestados era ampla, mas o principal
produto oferecido por grande parte deles era o almoço e o jantar, sendo que o almoço era
geralmente composto por dois pratos, sobremesa e meia garrafa de vinho - e o jantar oferecia
sopa, três pratos, sobremesa e meia garrafa de vinho. Até a década de 1870, essa composição
era constantemente divulgada nos anúncios dos restaurantes de hotéis. Posteriormente, a
encontramos também naqueles estabelecimentos independentes (A VIDA FLUMINENSE,
05/06/1875, p. 181; GAZETA DA TARDE, 03/01/1881, p. 4).
Podemos destacar o anúncio do Hotel dos Estrangeiros sobre o seu restaurant à moda
de Paris, no Correio Mercantil (04/08/1856, p. 3), com almoço e jantar. Esse mesmo
periódico (17/07/1859, p. 3) publicou que o Hotel D. Pedro, com restaurant de primeira
ordem, oferecia almoço composto de dois pratos: meia garrafa de vinho, sobremesa e café, e o
jantar servia sopa, três pratos, meia garrafa de vinho, sobremesa e café. Segundo Belluzzo
(2010a), foi nessa época que a moda de tomar café após as refeições começou a se fixar,
mesmo que de forma tímida, seguida de um licor ou digestivo, e sendo sempre associada às
refeições festivas e banquetes.
O Hotel das Quatro Nações, com restaurant francês, dispunha de almoço com dois
pratos, sobremesa, meia garrafa de vinho e pão, e no jantar havia sopa, três pratos, sobremesa,
meia garrafa de vinho, e pão. Disponibilizavam também o serviço para pensionistas mensais,
ou seja, era possível fazer refeições diariamente e pagar por mês, assim como dispunham do
serviço de hospedagem com quartos mobiliados (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
04/05/1860, p. 4). Essa prática era comum tanto nos restaurantes inseridos dentro de hotéis
como também nos que se encontravam fora deles (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
19/06/1860, p. 3; CORREIO MERCANTIL, 02/09/1860, p. 4; O PORTUGUÊS, 29/05/1864,
p. 3). O pensionato era interessante para os comerciantes pois era uma forma de vincular o
cliente ao estabelecimento, e por isso criavam promoções que incentivassem esse tipo de
53

serviço. Por exemplo, o Restaurant Baiano anunciava o desconto de 10% nas refeições para
pensionistas (GAZETA DE NOTÍCIAS, 31/07/1882, p. 3).

Fonte: Diário do Rio de Janeiro, 04/05/1860, p. 4.

Assim como os restaurantes, as confeitarias, no mesmo período, também


desempenhavam uma série de funções que são importantes de serem investigadas. Esse
comércio exerce atividades para além da produção e venda de doces, existindo variados
ofícios que se agregaram a função principal e foram classificadas de diferentes formas, tais
como: confeitarias, refinadoras e depósito de açúcar (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO,
MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1850, p. 141; CORREIO
MERCANTIL, 23/10/1853, p. 3); confeitaria e pastelaria (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
20/05/1855, p. 4); padaria e confeitaria (CORREIO MERCANTIL, 12/07/1868, p. 4); ou
ainda como padaria, refinação e confeitaria (FOLHA DE DOMINGO, 01/05/1887, p. 2). Em
alguns casos, se apresentavam como confeitaria, café e sorveteria (PERIÓDICO CARICATO,
SÁTIRICO E POPULAR, 1871, Ano I, nº46, p. 7); confeitaria e sorveteria (GAZETA DA
TARDE, 19/08/1881, p. 3); outra como café, restaurante e confeitaria (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 06/10/1878, p. 6); confeitaria, charutaria e bilhares (DIÁRIO DE NOTÍCIAS,
12/10/1890, p. 1); e mais uma como confeitaria, refinação de açúcar e armazém de molhados
(O PROGRAMA. 03/02/1887, p. 2). Enfim, em grande parte das vezes, as atividades de
confeitaria eram vinculadas a outras.
No jornal O País (13/12/1886, p. 2), no espaço do Echos Fluminense, França Junior
escreveu sobre as confeitarias no Rio de Janeiro. Inicialmente, abordou as características
destes espaços há trinta anos, destacando que o requinte da época era ir à Rua do Ouvidor
tomar sorvete: “os sorvetes eram anunciados nas confeitarias em uma pequena tabuleta de
quatro faces colocada junto as portas. Em cada uma das faces via se pintado um cálice, sobre
54

o qual erguia-se uma pirâmide escarlate, cor de rosa e branca querendo o anunciante por este
modo indicar as cores das frutas de que os sorvetes eram feitos”.
De acordo com o jornalista, os sorvetes mais afamados eram os da Confeitaria
Francioni, os quais somente eram vendidos nas confeitarias de primeira ordem. Já as de
segunda se limitavam a vender biscoitos sortidos, doces, licores e xaropes, onde a principal
função era refinar açúcar: “[...] Os confeiteiros de alta categoria não refinam açúcar.
Perguntem aos refinados Castellões, Paschoal e Cailtou se eles refinam. As confeitarias de
hoje invadiram a esfera das quitandeiras, vendendo frutas e até legumes, e a esfera dos
padeiros com pães e roscas” (O PAÍS, 13/12/1886, p. 2).
Podemos perceber que as confeitarias, em geral, tinham as suas funções muito mais
amplas que o simples preparo e comércio de doces, se portando também como padarias e até
armazéns, com comércio de frutas, bebidas, pães, biscoitos, guloseimas e presentes.
Um tipo de serviço comum aos dois espaços era o de encomendas e buffet. Entre os
anos de 1850 e 1870, os restaurantes encarregavam-se de jantares e comida “para fora”, como
no Restaurant e Pastelaria Ao Chevet Brasileiro, que divulgava jantares, bodas, banquetes,
pastelaria, doces e refrescos, em áreas distintas à sua localização (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 07/07/1856, p.4); o Restaurant do Hotel das Quatro Nações também recebia
encomendas para jantares fora do restaurante (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 04/05/1860,
p. 4); e o Restaurant do Hotel Luxemburgo dispunha de entrega de encomendas de jantares
para casamentos e reuniões (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 12/01/1861, p. 4). Esse tipo de
serviço era comum tanto nos restaurantes de hotéis como nos demais.
Havia, até mesmo, um restaurant no Jardim Botânico que, por se situar em área
afastada do centro, dispunha de um escritório na Rua dos Ourives, localizado na região
central, para atender as encomendas (CORREIO MERCANTIL, 09/06/1861, p. 3). Pode-se
perceber a preocupação em proporcionar comodidade aos clientes, ao mesmo tempo em que a
iniciativa poderia ser também uma forma de não perder a concorrência com outros
estabelecimentos situados na parte principal da capital do Império.
Já as confeitarias recebiam, principalmente, encomendas para bailes, soirées, jantares e
ceias, assim como de doces para os mesmos eventos e ainda para batizados e casamentos. No
Largo do Valdetaro no. 92, situava-se uma confeitaria que “se encarregava de qualquer
encomenda pertencente ao mesmo negócio” (CORREIO MERCANTIL, 02/11/1850, p. 4 e
24/12/1850, p. 4). Já a confeitaria da Rua do Hospício no. 66 recebia apenas encomendas de
doces finos para bailes, batizados e casamentos (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
14/10/1850, p. 4).
55

O Correio da Tarde (24/07/1850, p. 4) destacava a nova confeitaria da Rua do Ouvidor,


como propriedade do Sr. Francioni. “Uma casa tão sortida e delicada” - dizia o anúncio. Além
disso, sublinhava: “Quem dá um baile, um jantar e quer ser bem servido não pode recorrer a
outra casa”. A Confeitaria da Magnolia encarregava-se de preparar bandejas e pratos de
doces finos para bailes, soirées e casamentos (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 20/07/1853,
p. 4). Ampliando o seu leque de serviços e clientes, as Confeitarias Ao Pão de Açúcar,
Confeitaria e Pastelaria Franceza (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 07/01/1854, p. 4;
16/09/1857, p. 4) e a confeitaria da Rua do Ouvidor (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO,
MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1877, p. 925) aceitavam
encomendas tanto para a Corte quanto para fora dela, considerado um diferencial em relação
as outras. Acreditamos que, assim como os restaurantes, as confeitarias igualmente
realizavam as entregas das encomendas nos locais solicitados.
Também podemos identificar, através dos periódicos, que era comum os restaurantes
oferecerem o serviço de entrega de refeições em menor escala. O Hotel de Marseille, que
possuía um restaurant francês nas suas instalações, mandava levar comida em casa por preços
cômodos, como apontou o Diário do Rio de Janeiro (11/07/1860, p. 3). Assim como no
restaurant do Hotel Luxemburgo, que “entregava comida para fora” (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 12/01/1861, p. 4).
Percebemos que após 1870, além da ampliação do número de restaurantes e
confeitarias, que seguiu como tendência, não houve mais alterações consideráveis. Eles
continuaram com suas atividades de encomendas e entrega de refeições, principalmente em
casas de comércio, no caso dos restaurantes, e serviço de buffet em festas.
Outro serviço ofertado por ambos os espaços eram as áreas privativas, talvez como uma
possibilidade de distinção ou status social. Essa era uma prática bastante recorrente entre os
espaços de alimentação, demarcando territórios diferenciados no interior dos comércios. De
acordo com o Correio Mercantil (06/09/1857, p. 3), o Hotel França, com restaurant,
dispunha de salão para famílias e mais pessoas, da mesma forma que no Restaurant ao
Comércio, antiga casa de pasto Recreio ao Comércio, constava salão para famílias
(CORREIO MERCANTIL, 27/10/1857, p. 3). O Hotel Globo dispunha, em seu restaurante,
de gabinetes particulares para famílias (ALMANAQUE GAZETA DE NOTÍCIAS, 1887, p.
128).
Na Confeitaria, Café e Sorveteria Rio, encontrava-se disponível um salão para família
(PERIÓDICO CARICATO, SATÍRICO E POPULAR, 1871, Ano I, nº46, p. 7), assim como a
Confeitaria de Petrópolis que também tinha um grande salão para servir excelentíssimas
56

famílias (GAZETA DE NOTÍCIAS, 10/08/1877, p. 4). O jornal O Cruzeiro (02/09/1878, p. 4)


anunciava a abertura da Confeitaria Estrada de Ferro D. Pedro II, com salão para famílias e
jardim de recreio.
Um diferencial percebido nos restaurantes em comparação às confeitarias é que nos
anúncios do primeiro havia destaque à forte presença de cozinheiros e chefs, sendo muitos
deles de origem estrangeira, o que se tornava um atrativo. Sobre isso, Belchior e Poyares
(1987) destacam que “a presença de um chef famoso constituía motivo de chamariz para os
fregueses, sublinhada em anúncios divulgados pela imprensa”, e ainda nos hotéis, “ao
contrário do que hoje ocorre nas grandes cidades, os restaurantes por eles mantidos não se
caracterizavam pelo atendimento quase exclusivo aos hóspedes: todos procuravam atrair o
respeitável público através da excelência (real ou fictícia) da cozinha e de seus mestres” (p.
91). Essa apreciação pode ser compreendida, também, como uma forma de aproximação do
Brasil com o mundo europeu, de demonstração de avanço, de uma postura civilizatória na
Corte quando comparada a outros países que consagraram a figura do chef de cozinha. Esse é
mais um exemplo das ações que objetivavam conectar o Rio de Janeiro às principais cidades
do mundo.
No período investigado, percebemos uma recorrência de estabelecimentos que
anunciavam esse diferencial na sua cozinha. O Hotel de Luxemburgo dispunha de um
restaurant francês, sendo a cozinha dirigida por um hábil cozinheiro do mesmo país (DIÁRIO
DO RIO DE JANEIRO, 12/01/1863, p. 3). O Hotel do Império, inaugurado em 08 de
fevereiro de 1864, destacava seu restaurant sob o comando de um cozinheiro que seria um
dos melhores da Corte (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 08/02/1864, p. 2). Reinaugurado em
25 de setembro de 1873, o Restaurant Carceller era comandado pelo chefe de cozinha de
Paris, M. Jules Décharme (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 25/09/1873, p. 4). O Restaurant
Rival destacava, em seus anúncios, a presença de um bom chefe de cozinha (DIÁRIO
ILUSTRADO, 07/08/1887, p. 3). No Café e Restaurant Javanez, o serviço da cozinha
encontrava-se a cargo de um hábil chefe, que foi diretor do serviço culinário do Grande Hotel
Argentino, em Buenos Aires (DIÁRIO DO COMÉRCIO, 05/01/1889, p. 2).
Mais uma distinção entre os restaurantes, principalmente aqueles anexos a hotéis, era a
presença de funcionários que se comunicavam em outras línguas. Essa habilidade talvez fosse
uma necessidade dos hotéis que acabavam aplicando em seus restaurantes, onde o público
estrangeiro era grande frequentador. É o que pode ser verificado no anúncio do Grande Hotel
dos Princes, definido como de primeira ordem, o qual dispunha de pessoal habilitado e
falando os diversos idiomas da Europa (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL
57

E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1878, p. 902). João Diogo Soares de Brito,


proprietário do Hotel Novo Mundo, comunicou às excelentíssimas famílias, através do Diário
do Brasil (12/02/1882, p. 4), que ali havia empregados que se expressavam em alemão, inglês
e francês, da mesma forma que no restaurant do Hotel do Globo, estava anunciado que ali
falavam-se todas as línguas (ALMANAQUE GAZETA DE NOTÍCIAS, 1887, p. 128).
Outra singularidade dos restaurantes com relação às confeitarias, principalmente a partir
da década de 1860, foi a utilização de mesa redonda. Esta novidade era exaltada pela
imprensa, que avaliava a notícia com otimismo e fazia questão de divulgá-la como uma
próspera inovação.
O jornal Correio Mercantil, de 08 de março de 1860 (p. 3), anunciou a abertura do Café
Restaurant e bilhares, Marítimo e Comercial, oferecendo a comodidade de bons serviços,
petisqueiras à vontade e “mesa redonda”. O Hotel Restaurant de Bragança oferecia cozinha à
moda do país e “mesa redonda” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 18/11/1863, p. 3). Amali e
Vugilles, atuais proprietários do Hotel dos Estrangeiros, informaram aos viajantes e
habitantes da Corte que a sua casa particular acabara de ser transformada, com todo o asseio,
em Hotel Restaurant e que este dispunha de “mesa redonda” todos os dias (DIÁRIO DO RIO
DE JANEIRO, 03/06/1864, p. 3). O Restaurant Victoria também anunciava mesa nesse
formato (GAZETA DE NOTÍCIAS, 09/11/1887, p. 6).
Os periódicos celebravam a nova maneira de se portar, proporcionados pelo inédito
estilo de acomodações, visto como um facilitador da convivência social, como apontava o
jornal O Globo (28/07/1876, p. 3): “O costume da mesa redonda é quase uma inovação nos
nossos hábitos e se a moda pegasse é de crer que nada se perdesse com ela, pois que é sempre
útil a um país desenvolver por toda a forma o espírito de sociabilidade”. É possível perceber
que um novo hábito de relações sociais e públicas era bem-vindo. Ao verificar vantagens no
uso das “mesas redondas” enquanto fatores de integração, ficava evidente que o exercício da
alimentação em locais públicos era uma atitude inovadora, especialmente em uma mesa que
propiciasse uma maior interação. Os restaurantes estavam inseridos, portanto, em uma
mudança comportamental da sociedade fluminense do século XIX, onde o espaço público era
privilegiado, principalmente quando aliado a uma crescente indústria do entretenimento.
Outro serviço que não era comum a todos os estabelecimentos, mas que pudemos
perceber a sua existência em, pelo menos, dois restaurantes e uma confeitaria, era o aluguel de
utensílios e louças para banquetes e bailes. No Hotel da Europa, que também dispunha de um
restaurant, além dos serviços normais de refeição, apresentavam um diferencial dos demais: o
aluguel de prataria, bronzes, porcelanas, cristais e toalhas para banquetes (O CRUZEIRO,
58

05/05/1878, p. 6). O Restaurant Primeiro de Janeiro também alugava talheres Cryetophe30


para banquetes (DIÁRIO DO COMÉRCIO, 18/12/1888, p. 4). O Correio Mercantil, de cinco
de fevereiro de 1850 (p. 4), anunciou que a confeitaria da Rua Direita nos. 7 e 9, propriedade
de Antonio Francioni, alugava o necessário para os serviços tanto da mesa como para bailes
(ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE
JANEIRO, 1850, p. 387). Essa confeitaria se responsabilizava pelos aluguéis, tanto na cidade
como fora dela, fornecendo todo o material necessário, como roupa de mesa, porcelanas
esmaltadas - ditas de cristais finos e baixela (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO,
MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1853, p. 507).
Importante salientar que os talheres chegaram ao Brasil em meados do século XVII; as
casas nobres possuíam muitos de prata, mas geralmente ficavam guardados. Era comum a
utilização dos três dedos da mão direita - polegar, indicador e médio - como um substituto do
talher (CASCUDO, 2004). Isso demonstra que, ainda no século XIX, o uso de talheres, ao
menos os mais refinados, não era tão comum, ao passo que esses comércios se propunham a
alugá-los, ou porque esses eram de qualidade superior aos utilizados diariamente em casa. O
fato de anunciá-los também demonstrava um status superior àqueles que o possuíam.
O jornal Correio Mercantil (14/04/1866, p. 3) publicou uma matéria que complementa e
reforça nossas observações anteriores, onde afirmou que “[...] os talheres de mesa tem se
tornado uma verdadeira necessidade para as pequenas como para as grandes fortunas, e
também para os estabelecimentos públicos”. A matéria ainda continuou explicando que a
descoberta do prateamento de talheres através de processos eletroquímicos facilitou o acesso a
eles, pois, até então, somente os ricos poderiam gozar da ourivesaria de prata. Para eles, os
talheres eram transmitidos como herança, sendo até usados como dotes nos contratos de
casamento. Até então, os pobres ou poucos favorecidos faziam uso de talheres de estanho, de
ferro ou de pão.
É relevante ressaltar também os negócios que exerciam as funções de restaurante e
confeitaria no mesmo espaço. É o caso apontado no Correio Mercantil (07/02/1853, p. 3), na
Rua de São José no. 21, onde se divulgava um restaurant à la carte com anúncios em francês,
o qual, além de almoço e jantar, oferecia uma confeitaria francesa e estrangeira com todos os
tipos de sobremesa. Também temos o exemplo do empreendimento localizado no terraço do
Teatro São Pedro de Alcântara, onde se situava o Grande Café Restaurant e Confeitaria31,

30
Um metal quase igual à prata.
31
No mesmo jornal, no ano de 1879, este estabelecimento é mencionado com o nome de Grand Restaurant de la
Terrasse (02 de dez., p. 4).
59

destacado como um estabelecimento bem diferenciado e completo (GAZETA DE


NOTÍCIAS, 29/09/1878, p. 6). Visualizamos a Confeitaria e Restaurant Botanical, localizado
na Praia de Botafogo (GAZETA DE NOTÍCIAS, 04/06/1880, p.4), e percebemos que esse era
mais um que desempenhava as funções de restaurante e confeitaria.
Com relação aos preços dos produtos, não tivemos acesso a muitas informações. No
entanto, era mais comum encontrar nos anúncios o valor a ser pago pelas refeições nos
restaurantes, que o preço dos produtos comercializados nas confeitarias. Ainda assim, eram
poucos que o divulgavam. Os valores variavam bastante, dependendo do produto e do status
do empreendimento.
O Restaurant Garibaldi ofertava almoço e jantar, com vinho, por 700 réis (DIÁRIO DE
NOTÍCIAS, 29/09/1870, p. 3). Já o Restaurant Lacombe oferecia almoço e jantar por 500
réis. Uma novidade além dos dois pratos do almoço era a presença do arroz, do chá, café ou
mate no lugar do vinho, e manteiga nacional ou estrangeira. No jantar, além da sopa, dos três
pratos e da sobremesa, chá ou café, também sem a presença do vinho - fato que talvez
explique o custo mais baixo destas refeições comparado a outros restaurantes (DIÁRIO DO
BRASIL, 02/12/1881, p. 4).
No Restaurant Castro Alves, inaugurado em primeiro de julho de 1883, eram oferecidas
duas opções de almoço, com vinho, a oitocentos réis, e sem, a quinhentos réis; e dois valores
para o jantar, de mil réis, com vinho, e oitocentos réis, somente a refeição (GAZETA DA
TARDE, 30/06/1883, p. 3).
O novo estabelecimento, Restaurant Martins, dispunha de almoço composto de dois
pratos a escolher pela lista: arroz, chá, café ou mate, pão e manteiga; e o jantar, sendo sopa,
três pratos a escolher pela lista: arroz sobremesa de doce ou fruta e café; tudo por quinhentos
réis (CORSARIO, 15/05/1883, p. 4).
No Restaurant Rivas, o custo das refeições era de quatrocentos réis. O almoço era
composto por quatro pratos, chá ou café. O jantar também possuía quatro pratos, salada ou
sobremesa (O PAÍS, 13/08/1889, p. 4).
De acordo com o Diário do Comércio (16/03/1889, p. 4), o Hotel e Restaurant das
Paineiras se situava em um dos mais aprazíveis e saudáveis lugares dos arrabaldes da cidade,
proporcionando aos seus visitantes excelentes acomodações por preços excessivamente
módicos, como jamais visto em nenhuma parte do Brasil. A pensão diária para se hospedar no
hotel era de cinco mil réis. Visitantes pagavam dois mil réis por almoço e dois mil e
quinhentos réis por jantar, sem bebida inclusa. Essa foi a refeição mais cara encontrada nos
periódicos.
60

Podemos constatar que o preço das refeições variava de acordo com cada local, girando
em torno de quatrocentos a dois mil e quinhentos réis, e também com o menu ofertado. Era
fato que, com a presença do vinho, elas passavam a ser mais dispendiosas, ainda mais que
grande parte dele, consumido na Corte, era oriundo da Europa.
Nas confeitarias, a oscilação dos preços também era perceptível, mesmo que em
proporções diferentes dos restaurantes. Se compararmos o preço da empada vendida nas
confeitarias, confeitaria e pastelaria da Rua Imperatriz no. 59 e Confeitaria do Rocio,
quinhentos réis (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 28/04/1854, p. 3 e 20/05/1855, p. 4), com o
custo de algumas refeições, almoço e jantar, ambos por quinhentos réis no Restaurant
Lacombe e quatrocentos réis no Restaurant Rivas (DIÁRIO DO BRASIL, 02/12/1881, p. 4; O
PAÍS, 13/08/1889, p. 4), ou ainda o sorvete da Confeitaria Pelicano que era vendido por
duzentos e quarenta réis (CORREIO MERCANTIL, 12/01/1863, p. 3), podemos inferir que
frequentar uma confeitaria era ainda mais caro do que realizar uma refeição em determinados
restaurantes. Verificamos que as confeitarias eram espaços ainda mais restritos que a maioria
dos restaurantes, o que se percebia através dos preços praticados.
É ainda possível realizar uma comparação dos valores pagos nas confeitarias e
restaurantes com outros aplicados na época. O custo de venda da libra de açúcar no Rio de
Janeiro, por exemplo, variava de cento e sessenta a duzentos réis (CORREIO DA TARDE,
03/12/1855, p. 2). O quilo do café moído saía por um mil e duzentos réis (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 24/11/1887, p. 2). Já o preço da garrafa de vinho custava de quatrocentos a três
mil réis, e a libra da manteiga custava de um mil réis a um mil e duzentos e oitenta réis, além
da libra do chocolate, de um mil a dois mil réis (CORREIO MERCANTIL, 25/05/1859, p. 3).
O preço de venda dos jornais avulsos em circulação na Corte era de quarenta réis
(PERIÓDICO DOS POBRES, 28/12/1850, p. 1; JORNAL DO POVO, 01/12/1878, p. 1), e a
tarifa para visitar uma exposição de bonecos de cera, na qual constava a presença de suas
altezas reais na inauguração, era de dois mil réis, sendo a entrada para meninos (meia entrada)
de um mil réis (acreditamos tratar aqui de crianças) (A REFORMA, 02/10/1871, p. 2).
Também soubemos, no estudo de Melo (2015), que os bilhetes para participar de eventos
esportivos, os quais também eram considerados atividades de entretenimento, tinham um
custo inicial aproximado de um mil réis para entrar e mais um mil réis para sentar na
arquibancada. Deduzimos, então, que frequentar restaurantes e confeitarias não era algo
demasiado caro em comparação aos demais valores demonstrados. É importante destacar que
havia diversas faixas de preço nos entretenimentos e, devido a essa variação, diferentes
camadas sociais tinham condições de frequentar esses locais.
61

Gostaríamos ainda de destacar alguns aspectos relevantes que podem confirmar ainda
mais a dedução anterior. Segundo o jornal Correio Mercantil (21/07/1853, p. 3), o custo do
aluguel de uma preta para ama de leite era de vinte mil réis mensais. Já o aluguel de um preto
cozinheiro era um pouco mais baixo, saindo por quatorze mil réis ao mês (JORNAL DO
COMÉRCIO, 25/03/1854, p. 3). Se ainda formos um pouco além e entrarmos em questões
salarias de homens livres, temos que o salário de trabalhadores nas plantações de cana de
açúcar variava de um mil réis a um mil e quatrocentos réis por dia, mais a comida. E o de um
vendedor de doces na rua era de quinze mil réis mensais. O salário de um chefe e de um
segundo cozinheiro em um hotel chegava até sessenta mil réis mensais, assim como o de um
padeiro, que girava também em torno de sessenta mil réis (JORNAL DO COMÉRCIO,
15/11/1866, p. 3; 27/02/1880, p. 5; 28/02/1883, p. 6; 12/11/1890, p. 10). Também percebemos
um anúncio que oferecia cento e cinquenta mil réis por mês para um chefe cozinheiro com
prática nos hotéis restaurantes da cidade (JORNAL DO COMÉRCIO, 14/09/1874, p. 6).
Como acontece até os dias atuais, podemos verificar faixas salarias desiguais que
variam de acordo com o cargo, mas que nos levam a perceber que esses espaços poderiam,
sim, ser frequentados por um público variado, onde o fator determinante era o custo dos
alimentos e refeições.
Com relação aos horários de funcionamento, os restaurantes apresentavam escalas um
tanto peculiares, se compararmos com os praticados atualmente. Infelizmente, só percebemos
uma maior divulgação nos anúncios dessas casas e que eram os mais variados.
No Grande Café Restaurant e Bilhares, o almoço era servido às nove horas da manhã, o
jantar era às quinze horas e trinta minutos, e a ceia saía às vinte horas (CORREIO
MERCANTIL, 02/09/1860, p. 4). Já no Hotel Restaurant dos Estrangeiros, o almoço era
oferecido às dez da manhã, e o jantar era às quatro da tarde (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
03/06/1864, p. 3).
No reformado Café e Restaurante do Cruzeiro, "situado na mais elegante e frequentada
rua desta cidade”, o horário de funcionamento era das cinco horas e trinta minutos até uma
hora da manhã (GAZETA DE NOTÍCIAS, 01/01/1878, p. 3). O Café Javanez e restaurant
funcionava também até uma hora da manhã (GAZETA NACIONAL, 07/12/1887, p. 3). A
Confeitaria de Petrópolis, que também exercia a função de um restaurante, servindo almoços
e ceias, e cujo horário de funcionamento era das seis até uma hora da manhã (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 10/08/1877, p. 3). Ainda existiam estabelecimentos que iniciavam suas
atividades um pouco mais cedo, como a Confeitaria da Estrada de Ferro D. Pedro II, que
62

começava às 4 horas da manhã (O CRUZEIRO, 02/09/1878, p. 4), fato que talvez possa ser
explicado pelo local onde ela estava inserida e pelo horário inicial de partida dos trens.
Já o Chalet Restaurante funcionava até às duas horas da manhã, caso que também pode
ser esclarecido pela sua localização, já que ele se situava em frente ao portão do Jardim
Botânico, ou seja, afastado da área central da cidade (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 05/06/1886, p.
3). No entanto, existia uma confeitaria no Largo do São Francisco de Paula que encerrava
suas atividades também às duas horas da manhã (PERIÓDICO CARICATO, SÁTIRICO E
POPULAR, 1871, N°46, p. 7).
Alguns restaurantes, situados dentro de hotéis, divulgavam que estariam abertos a
qualquer hora do dia ou da noite, como o do Hotel do Brasil e do Hotel do Império (DIÁRIO
DO RIO DE JANEIRO, 18/11/1863, p. 4 e 21/02/1864, p. 3). Conforme já destacamos, havia
uma relação direta entre outros espaços de entretenimento e os restaurantes, tanto que a
legislação previa que estes poderiam permanecer funcionando até depois dos espetáculos
encerrarem, declarava o Diário do Rio de Janeiro de 05 de abril de 1870 (p. 2).
Talvez essa maior flexibilidade de horários para as principais refeições pudesse ter o
foco de atender, aos comerciantes e trabalhadores, principalmente, que nem sempre poderiam
se ausentar de seus trabalhos no mesmo horário fixo. A maleabilidade buscava atender o
maior número possível de clientes. Ao mesmo tempo, esses turnos de funcionamento
poderiam estar acompanhando os hábitos de uma classe mais abastada e disposta a gastar, e
que cada vez mais via o ambiente público como divertido. É o que menciona Lilia Schwarcz
(1998), quando destaca que os horários na Corte carioca dos anos 60 “passam a ser pautados
por festas, rituais e passeios. Uma roupa para cada ocasião, passeios na rua do Ouvidor,
encontros nas confeitarias, desfiles nos teatros, etiqueta nos jantares: era a nova agenda de
atividades que cercava as elites, sobretudo da província do Rio de Janeiro” (p. 203).
Refutamos, dessa forma, um enquadramento mais contundente nesse aspecto apontado
por alguns pesquisadores. De acordo com Renault (1978), desde o tempo de João VI, o
almoço era servido às nove horas, o jantar às quatro horas da tarde e a ceia às dezoito horas,
hábito que se manteve no Primeiro e no Segundo Reinado. O autor ainda sublinhou que o
costume do café da manhã foi criado pelos brasileiros. Schwarcz (1998) ainda reforçou que se
almoçava, em geral, às dez horas e se jantava às quatro da tarde.
Como pudemos perceber através dos periódicos, esses horários não eram tão restritos e
uma definição geral se torna incoerente. Apesar de existir uma relativa harmonia entre os
horários de funcionamento dos estabelecimentos apresentados nos anúncios, não podemos
enquadrá-los e limitá-los, visto a documentação.
63

Através dos comunicados dos restaurantes, podemos constatar que o almoço era servido
das oito horas da manhã até as onze, e o jantar das quatorze até às dezoito horas. A ceia
geralmente acontecia em torno das vinte horas.
Após esse apontamento, e ao analisarmos o anúncio da Padaria, Confeitaria e
Refinação São João (FOLHA DE DOMINGO, 01/05/1887, p. 2), que divulgava ter pão
quente às sete da manhã, duas horas da tarde e sete horas da noite, podemos inferir que estes
horários eram propositais e tinha como foco acompanhar o almoço, jantar e a ceia da
sociedade fluminense.

1.3 Aspectos visuais e estruturais

Apesar das poucas referências dirigidas às características físicas dos restaurantes e


confeitarias, procuramos perceber como seriam os seus aspectos visuais, no que se refere ao
seu exterior e interior.
No ano de 1858, o Jornal do Comércio (31/01/1858, p. 2) descreveu detalhadamente o
Restaurant del Oriente. Segundo ele, tratava-se de um magnífico sobrado com quartos
lindíssimos, bilhares de patente, bela sala de jantar, vários quartos bem ornados para famílias
poderem comer particularmente. Havia, também, um belo quintal todo circulado de
caramanchões com arvoredos e mesas de mármore para os fregueses poderem comer ao
fresco. Apesar de se tratar de um restaurante, verificamos que este também exercia a função
de hospedagem, assim como podemos constatar o intuito de agradar públicos distintos ao
oferecer bilhares, quartos particulares para refeições e espaço para comer ao ar livre e em
contato com a natureza.
Com relação a esses aspectos, percebemos que o restaurant do Hotel Regência possuía
um salão luxuoso e ornado de espelhos (A VIDA FLUMINENSE, 12/10/1872, p. 1161).
Seguindo esse estilo do luxo, o Café e Restaurant de Londres dispunha de “Salão de
restaurant ricamente decorado no estilo Luiz XV, com paisagens coloridas, representando
diversos panoramas”. E o Salão do Café era “igual e ricamente decorado no estilo
Renaissance, com figuras alegóricas” (O GLOBO, 25/10/1874, p. 4). Já o Restaurant Oliveira
era descrito como possuidor de um salão bonito e arejado (GAZETA DA TARDE,
26/07/1880, p. 4).
O Restaurant Maison Moderne dispunha de oito salões reservados para famílias,
preparados com gosto e asseio. O anúncio apontava que esse estabelecimento lembrava os
principais do mesmo ramo na Europa (GAZETA DE NOTÍCIAS, 14/12/1884, p. 6). Podemos
64

deduzir que se tratava de um restaurante com um amplo espaço, já que dispunha de oito
diferentes ambientes. Nessa mesma linha, o Restaurant do Jet D’Eau possuía um salão para
duzentos talheres, que acreditamos que possa comportar duzentas pessoas (GAZETA DA
TARDE, 01/02/1888, p. 4). Maior que esses, tivemos evidência apenas do Café Restaurante
Cascata, que em uma festa esplendorosa e, segundo o jornal Diário de Notícias (25/04/1886,
p. 2), totalizava mais de dez mil pessoas enchendo seus vastos salões. Podemos perceber que
não existia uma grande preocupação nos anúncios em descrever o espaço destinado aos
clientes.
Tomando como base o que foi constatado na documentação analisada e na imagem a
seguir, é possível compreender uma estrutura base nos hotéis que possuíam restaurantes.
Geralmente, o restaurante se localizava no primeiro andar e os quartos no segundo, como
podemos notar no Hotel e Café Dous Irmãos com restaurant (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 31/12/1856, p. 7) e no Hotel L’Union com restaurant (CORREIO MERCANTIL,
15/03/1851, p. 4). Isso também pode ser comprovado no Hotel Restaurant de Bragança
(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 18/11/1863, p. 3) e no Hotel e Restaurant do Comércio
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 28/07/1877, p. 4), que destacaram essa característica nos seus
comunicados.

Fonte: Gazeta de Notícias, 28/07/1877, p. 4.

Assim como os restaurantes, as confeitarias também gostavam de ressaltar alguns de


seus aspectos físicos. A confeitaria do Sr. Francioni divulgava sempre que fazia imensos
sacrifícios para acompanhar o nível do progresso da Corte. Esta possuía três espaçosos e
asseados salões, além de salas reservadas para as famílias (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
21 e 22/01/1855, p. 3). O Diário do Rio de Janeiro (24/11/1853, p. 3) divulgou que as peças
eram “[...] com a maior riqueza de luxo e decência [...]”.
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A reportagem de Dilletanti (CORREIO DA TARDE, 20/12/1860, p. 2), intitulada de “O


progresso do nosso país”, apontou as grandes inovações do Brasil: industriais, recreativas e de
utilidade pública. Dentre estas, destacou a confeitaria da viúva Carceller, que se tornou digna
de todo o louvor. Dilletanti afirma que ela é “[...] um estabelecimento rico e esplendidamente
decorado, o primeiro neste gênero no Rio de Janeiro”. E ainda, que tinha boa localidade,
espaçosas e arejadas salas e que, em breve, haveria um jardim na frente da confeitaria.
Em uma matéria publicada em 16 de setembro de 1880 (p. 5), a Gazeta de notícias
destacou que o Café e Confeitaria Rio de Janeiro passou por uma “agradável transformação”,
tornando-se especial pela ordem e asseio como pela magnífica decoração e pintura de todo
prédio, mas destacando ainda mais as reformas efetuadas nos salões, que passaram a
apresentar “uma rica perspectiva palaciana”. A matéria ainda descreveu que

o grande salão do café esta pintado e decorado com lindas paisagens sobre tela e
ornamentado com grandes espelhos, tudo dividido por graciosas colunas, sendo as
paisagens: a entrada da barra do Rio de Janeiro, e a enseada de Icaraí, tomadas
ambas do ponto de vista da volta da Itapuca; uma parte do Rio Amazonas, o salto de
Itú, a serra dos Órgãos, a rua de palmeiras da entrada do Jardim Botânico, uma cena
de índios no interior do Mato Grosso, as pirâmides do Egito, um chalé na Suíça, um
rio no México, etc. No prolongamento da confeitaria foi o salão ricamente decorado
a papel dourado e de cor e ornamento com espelhos e quadros ricos: e ao lado desta
sala encontrarão mais outra especial destinada a famílias, ricamente decorada, com
espelhos, estatuas, e vidros de cores e troféus de assuntos campestres, tudo
graciosamente combinado e de magnífico efeito. (GAZETA DE NOTÍCIAS,
16/09/1880, p. 5)

Uma característica comum, tanto nos salões dos restaurantes quanto nos das
confeitarias, é a utilização de espelhos e pinturas na decoração, que se inspiravam no
comércio europeu.
Essa referência constante a outros países, na maioria, nações da Europa, tende a
confirmar a necessidade que esses espaços, e até mesmo o Rio de Janeiro, tinham de vincular-
se a hábitos considerados evoluídos e, por conseguinte, civilizados. Os ambientes de
alimentação e entretenimento estavam inseridos nesse grande contexto.
Conforme o periódico O Mequetrefe (janeiro de 1889, p. 6), a Confeitaria Pey & C. era
montada com o luxo e comodidade necessários a uma casa que seria um dos muitos pontos de
reunião da Rua do Ouvidor. O Diário de Notícias (11/01/1889, p. 1) ainda complementa: “[...]
mais um ponto de rendes-vous da moda, da elegância, do high-life, acha-se, pois, à disposição
do nosso mundo elegante”. Através desses anúncios, podemos concluir que essa era uma casa
comercial focada em uma camada social economicamente privilegiada.
66

Da mesma forma, a confeitaria da Rua da Lapa no. 12 se definia como um novo e útil
negócio, sendo montada com todo o luxo e capricho, além de dispor de gêneros de primeira
qualidade (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 11/01/1890, p. 2).
Já a Confeitaria O Ponto divulgava ter uma imponente copa com um hábil empregado
para o preparo de bebidas, além de destacar o luxo da casa e de seus gêneros como sendo de
primeira qualidade (GAZETA DE NOTÍCIAS, 17/05/1890, p. 6). Outro periódico apontava
que o estabelecimento era frequentado pelos “aristocráticos populares” (DIÁRIO DE
NOTÍCIAS, 21/05/1890, p. 2). Não sabemos, ao certo, o que o jornal definia com o termo
“aristocráticos populares”, mas acreditamos se referir a pequenos burgueses, comerciantes de
classe intermediária. A Revista Ilustrada (31/05/1890, p. 6) ainda complementou dizendo que
esse era bem situado, na Rua do Ouvidor e possuía “[...] uma sala discreta, luxuosa, alegre e
arejada”. O local reunia rapazes elegantes e as famílias do high-life.
Juca n´O Mequetrefe (18/09/1880, p. 391) faz uso de uma poesia para falar da
Confeitaria Braço de Ouro. Além de fazer referência a alimentos e bebidas comercializadas,
ele a descreve como um “deslumbrante tesouro”.

Fonte: O Mequetrefe, 18/09/1880, p. 391.

O Mequetrefe (10/07/1883, p. 3) divulgou, ainda, que a Confeitaria Ouvidor, situada na


rua homônima, acabara de passar por uma modificação por cima do corpo do edifício onde ela
funcionava. No primeiro andar, construiu-se um terraço fresco, arejado e com acomodações
vastas, passado assim a oferecer um espaço ao ar livre para seus clientes. Já em 1884, o
67

Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro noticiou que essa


dispunha de uma charutaria bem montada (p. 573), o que a diferenciava das antigas.
Conseguimos perceber que eram poucos os anúncios que descreviam seus
estabelecimentos. Os que o faziam, era de forma bem superficial. O que observamos de
comum em ambos os espaços, no entanto, foi o enfoque na palavra luxo, o que nos leva a crer
que se tratava de locais dirigidos e frequentados por um grupo que gozava de um maior poder
aquisitivo. Da mesma forma, entendemos que os locais que exaltavam essa característica
buscavam se diferenciar dos demais. Compreendemos, portanto, que, se existiam ambientes
luxuosos que procuravam se divulgar, também existiam aqueles nem tão extravagantes e que
tinham, como público alvo, camadas mais humildes da população. Esses, porém, não focavam
em seus anúncios a ausência do luxo.

1.4 Para além da alimentação

Identificamos que as confeitarias forneciam itens à população além dos alimentícios.


Estes não estavam ligados diretamente à função principal dos dois locais, mas julgamos
necessário mencioná-los visto que faziam parte do dia a dia dessas casas. Um dos casos eram
caixas de presentes que tinham nas confeitarias espaços comuns e privilegiados ao seu
comércio. Na confeitaria da Rua do Lavradio no. 126, de acordo com o Diário do Rio de
Janeiro, se comercializava um bonito e variado sortimento de caixinhas de todos os tamanhos
e feitios, próprios para amêndoas, contendo muitos gostos novos, assim como diferentes e
bonitos cartuchos e uma porção de pequenos e lindos objetos próprios para crianças.
Acreditamos que se tratava de brinquedos (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 23/03/1853, p.
3).
Da mesma forma, a Confeitaria do Carneiro, situada à Rua do Hospício no. 66,
apresentava esses artigos nos seus comunicados. No local, existia um completo sortimento de
caixinhas de lindos e variados gostos, chegadas de Paris pelos últimos paquetes, e mais
artigos próprios para presentes na Semana Santa (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
05/05/1862, p. 2 e 03/04/1863, p. 4).
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Fonte: Diário do Rio de Janeiro, 05/05/1862, p. 2.

Vários comerciais enfatizavam o comércio dessas caixinhas de amêndoas,


especialmente na Semana Santa. Podemos perceber, através dos recorridos anúncios, que
presentear com esses recipientes, na proximidade da páscoa, era um hábito no Rio de Janeiro,
(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 03/04/1863, p. 4; CORREIO MERCANTIL, 23/03/1864,
p. 3; JORNAL DA TARDE, 13/04/1870, p. 3).
Destacamos uma confeitaria que comercializava sementes de hortaliças e flores, plantas
e raízes diversas, além de laranjeiras para ornamentação de pomares, ruas e jardins
(CORREIO MERCANTIL, 15/08/1861, p. 3).
As confeitarias também estavam diretamente vinculadas aos divertimentos daquela. Se
não funcionavam da mesma maneira que os restaurantes inseridos em ambientes de
entretenimento, cabia a elas várias funções inerentes a eles, como a venda de ingressos para
corridas no Jockey Club, para touradas e para concertos na Confeitaria Castellões (DIÁRIO
DE NOTÍCIAS, 26/08/1870, p. 3; A REFORMA, 13/08/1875, p. 3; GAZETA DE
NOTÍCIAS, 05/07/1883, p. 2). Essa mesma casa também comercializava cartões para teatro,
teses sobre a colonização no Brasil, composições para piano e canto (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 13/10/1873, p. 4; O GLOBO, 07/05/1875, p. 4; DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
18/01/1877, p. 4), e venda de folhetim na confeitaria do Largo de São Francisco e ingressos
para circo na confeitaria da Rua do Catete no. 73 (GAZETA DE NOTÍCIAS, 20/11/1877, p.
1; 09/02/1884, p.4). Foi divulgado, pelo Diário do Brasil (20/10/1882, p. 4), a abertura de
uma estação telefônica na Confeitaria Machado, em Botafogo, de onde se poderia falar com
todos os assinantes e em todos os pontos da cidade e arrabaldes, inclusive em Copacabana.
Apostas de corrida de cavalos no Império poderiam ser feitas na Confeitaria Pey e C. (O
PAÍS, 24/08/1889, p. 5).
Essas casas extravasavam, de fato, os limites dos alimentos. Estavam diretamente
conectadas com o desenvolvimento do Rio de Janeiro, sob vários aspectos, assim como
também eram representantes e exemplos dessa nova configuração do final do século XIX.
69

1.5 Público frequentador

De acordo com Needell (1993), a sociedade carioca era caracterizada, a priori, por dois
estratos: um “composto de fazendeiros e comerciantes brancos” (p. 19) - pessoas poderosas e
ricas - e outro composto por negros e mulatos. Inseridos neste último grupo, havia tanto
escravos como libertos e seus descendentes, que englobavam “trabalhadores rurais,
empregados domésticos, artesãos, braçais da lavoura, trabalhadores urbanos, meeiros
empobrecidos e pequenos sitiantes” (p. 19). Definitivamente, o segundo grupo era mais
populoso que o primeiro. O autor destaca que esses dois estratos constituíam as principais
forças sociais, mas ainda era possível identificar uma estreita camada de setores médios
formada por “profissionais liberais, burocratas subalternos, empregados dos escritórios e
pequenos lojistas” (NEEDELL, 1993, p. 20).
Assim como os estabelecimentos de alimentação no Segundo Império operavam com
uma grande diversidade de produtos e locais de atuação, o público frequentador também se
diferenciava. Existiam perfis distintos, que contemplavam diversos estilos de consumidores
em uma cidade que crescia cada vez mais e também se diversificava.
O Restaurant de l'industrie era recomendado especialmente para a classe trabalhadora,
com boa cozinha e preços acessíveis. Percebemos que o público alvo desse espaço eram os
trabalhadores, “spécialement à la classe ouvrière par sa bonne cuisine et la modicité de ses
prix”, mesmo que não saibamos ao certo quem era essa “classe trabalhadora”. No entanto,
como podemos verificar a seguir, tratava-se de um anúncio em francês, o que nos faz acreditar
que não se referia à necessidade de uma maior atração de trabalhadores estrangeiros que
dominassem a língua francesa, mas sim do glamour ou status que o idioma acarretava. O
perfil francês talvez trouxesse credibilidade ao empreendimento, acompanhando os mais
renomados restaurantes da cidade, mesmo que fosse recomendado a trabalhadores (CORREIO
MERCANTIL, 10/05/1857, p. 3).

Fonte: Correio Mercantil, 10/05/1857, p. 3.


70

Esse caso não foi uma exceção, pois nessa época era muito comum a utilização de
anúncios com línguas estrangeiras nesses tipos de casas comercias, como pode ser visto, por
exemplo, no comunicado anterior e no seguinte do Real Hotel de Veneza, que eram
apresentados em três idiomas: português, inglês e francês (CORREIO MERCANTIL,
02/09/1860, p. 3). Essa característica possibilita diferentes leituras: a língua poderia facilitar a
comunicação com estrangeiros, tanto empreendedores quanto imigrantes que circulavam pela
cidade, mas também poderia ser sinônimo de status, ressaltando o refinamento inerente a
esses locais.

Fonte: Correio Mercantil, 02/09/1860, p. 3.

O anúncio do restaurant, denominado de Pension Bourgeoise, também se apresentava


em francês e português. Acreditamos que se tratava de um espaço voltado para a nova classe
emergente da capital - a burguesia (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 21/02/1864, p. 3). É
interessante destacar que a capital do Brasil, nessa época, há muito já se distinguia como um
local de negócios. Os burgueses, a classe de investidores, os comerciantes, enfim, os
empreendedores, faziam parte de uma camada social endinheirada, que cada vez mais assumia
relevância no cenário econômico brasileiro. Justifica-se, portanto, a busca por esse público.
71

Fonte: Diário do Rio de Janeiro, 21/02/1864, p. 3.

Além disso, segundo Renault (1978), o batismo de casas comerciais com nomes
estrangeiros também era uma forma de atrair a freguesia, o que parece ter sido muito utilizado
pelos restaurantes dessa época.
Apesar do nome de Restaurant Popular, esse estabelecimento não se diferenciava dos
outros em relação ao preço. Estava localizado em um dos principais logradouros, à Rua do
Ouvidor, fato que nos leva a acreditar que o seu público não se destoava dos bons restaurantes
do centro da cidade, em grande parte frequentado por uma camada social economicamente
privilegiada, a qual podemos denominar de elite. Abaixo, o anúncio de A Vida Fluminense
(07/06/1873, p. 1433):

Fonte: A Vida Fluminense, 07/06/1873, p. 1433.

Segundo Needell (1993), a elite carioca era composta, principalmente, por homens de
negócios, latifundiários, burocratas e políticos. “A Corte, na condição de sede do Império e
cidade mais europeizada do Brasil, atraía os melhores membros das famílias provinciais
poderosas, os quais se tornavam deputados, senadores e ministros” (p. 131).
Reinaugurado em 25 de setembro de 1873, o Restaurant Carceller fornecia refeições
para a Casa Imperial, tendo a nobreza como um de seus clientes, ou seja, todos aqueles que
faziam parte da aristocracia monárquica (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 25/09/1873, p. 4).
72

O Chalet Restaurant Campestre declarava que tinha, como seu público frequentador,
excelentíssimas famílias (O GLOBO, 20/01/1876, p. 2). Em contrapartida, no ano de 1887,
existiram relatos de que aquele local já não era mais tão bem frequentado: "queixam-se
pessoas serias de que o Restaurant Campestre no Jardim Botânico está convertido em casa de
cômodos por fora. As famílias que caem na asneira de lá irem tomar alguma coisa, passam
pela decepção de acotovelarem-se com mulheres à toa, que saem dos compartimentos, com os
seus bilontras" (CARBONARIO, 18/03/1887, p. 2).
Dirigido por Manuel Ribeiro e inaugurado no dia 20 de maio de 1876, o Hotel e
Restaurant Oriental oferecia almoços, jantares e ceias não apenas para qualquer particular,
como também para famílias, tanto pela lista do hotel como por encomenda. O anúncio ainda
deixava claro que a nova casa pretendia atrair não apenas os viajantes, mas também o público
fluminense.

É de esperar que o público fluminense e bem assim os viajantes que visitam a capital
do Império procurem neste novo estabelecimento asseio, confortabilidade,
prontidão, bom gosto nos preparos das comidas, assim como variada escolha de
vinhos e bebidas triviais ou dos mais generosos. (GAZETA DE NOTÍCIAS,
20/05/1876, p. 3)

No Restaurant do Hotel da Europa se observava a utilização desses espaços como local


de reuniões, onde o público era “os mais distintos cavalheiros da nossa sociedade”. Além
destes, também já era comum a presença feminina nesses espaços: “[...] nota-se que já as
senhoras não se arreceiam de tomar parte nesta mesa pela certeza de se encontrarem rodeadas
de cavalheiros bem educados que ou sós ou com suas respectivas famílias são os convivas
habituais do hotel” (O GLOBO, 28/07/1876, p. 3).
O esplêndido Restaurant Rival sublinhava nos seus anúncios o atendimento à
“excelentíssimas famílias tanto desta corte quanto do interior”, noticiou a Gazeta de Notícias
(14/06/1881, p. 4 e 20/07/1881, p. 4).
Em 1890, um novo estabelecimento foi inaugurado e apresentava diferenças em relação
aos anteriores. Foi a primeira vez que um grupo mais específico foi contemplado, que eram os
praticantes de esportes. O Café Restaurant Sportivo dispunha de dois hábeis mestres de
cozinha que apresentavam diversas iguarias, entre as quais, verdadeiras novidades oferecidas
aos frequentadores do esporte (O PAÍS, 02/02/1890, p. 6). O seu anúncio, mostrado abaixo,
contemplava a prática esportiva, aparentemente o turfe. Este era o esporte mais popular na
capital fluminense no século XIX, e era comum encontra-lo denominado nos periódicos
somente como “sport” (MELO, 2001).
73

Fonte: O País, 02/02/1890, p. 6.

O Jornal do Comércio, de 14 de setembro de 1890, destacou a “Companhia Restaurants


Populares”, cujo objetivo seria criar, em diferentes bairros da cidade e até mesmo em outras,
restaurantes baratos, divididos em três categorias: A, B e C. A ideia é que o preço seria
cobrado de acordo com cada classe consumidora (JORNAL DO COMÉRCIO, 14/09/1890, p.
7)32, caracterizando um visível esforço de popularização desses locais.
Através dos valores das refeições apontados anteriormente, pode-se perceber que esses
espaços eram, possivelmente, frequentados por indivíduos pertencentes a diversas camadas
sociais, os quais se dirigiam aos locais que mais lhes convinham. Não há uma identificação
que nos permita afirmar com veemência, mas sim indícios de que os estabelecimentos de
alimentação serviam a diferentes públicos que os frequentavam por diversos motivos. De
acordo com os anúncios, preços variados eram dirigidos aos distintos consumidores, mesmo
que tenha ficado claro que, na grande maioria dos casos, eram direcionados a um público
abastado.
Já conforme Belluzzo (2010a), os produtos importados comercializados nas confeitarias
eram geralmente consumidos pela nobreza (fidalgos, burocratas, embaixadores) e por
estrangeiros, “que não abdicaram do pão de trigo, dos vinhos, licores, champanhe, embutidos
e outras iguarias a que estavam acostumados na terra natal” (p. 19).
Contribuindo com essa afirmativa, podemos verificar o anúncio da Confeitaria de
Guimarães e Aurelio, antiga Casa Carceller, localizada na Rua do Ouvidor nos. 30, 32 e 34,
que era fornecedora da Casa Imperial (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL
E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1869, p. 648), assim como o Restaurant Carceller,

32
O enunciado ainda destaca que os consumidores dos restaurantes B e C, a cada refeição realizada, receberão
um cartão especial, sendo que quando totalizarem 100 unidades deles, serão presenteados com dez mil réis.
74

que fornecia refeições para a Casa Imperial, tendo a nobreza como seu cliente (DIÁRIO DO
RIO DE JANEIRO, 25/09/1873, p. 4). Além desses, a Confeitaria do Pellicano e a Imperial
Padaria e Confeitaria também eram fornecedoras da Casa Imperial e utilizavam o brasão do
Império em seus anúncios (CORREIO MERCANTIL, 18/05/1862, p. 3; 23/10/1864, p. 4;
ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE
JANEIRO, 1871, p. 73). Acreditamos que esse brasão seria um símbolo da credibilidade
desses espaços perante seus clientes.
O Diário de Notícias (07/02/1871, p. 2) notificava que a Confeitaria Castellões
continuava a ser frequentada pela elite da sociedade fluminense. O mesmo jornal, em 17 de
agosto de 1888 (p. 1), continuou a destacar o público da Confeitaria Castellões: “É nesta casa
que se reúnem os rapazes mais chics da sociedade fluminense, as mais altas sumidades
políticas, muitos representantes do genuíno high life, os mais distintos dilettanti, os artistas
celebres que nos visitam, os empresários de teatros”. E complementou: “É nesta casa que o
mundo elegante vem tomar assinatura para o teatro Lírico, que são encomendados os
banquetes das casas ricas e das grandes festividades”. Finalizou, apontando que essa foi
fundada há muitos anos e que goza de notoriedade até na Europa.
Identificamos apenas uma confeitaria fazendo menção aos pobres em seus anúncios. A
Tribuna Militar, de 20 de outubro de 1881 (p. 4), no comunicado da Confeitaria e Refinação
do Conde D’Eu, divulgava que os atuais proprietários “vem pedir a todos indistintamente,
nobres e plebeus, ricos e remediados, que honrem o seu estabelecimento com uma visita;
todos lucrarão: tem o que há de mais fino e delicado em sortimento deste gênero de negócio, e
ninguém pode competir com a confeitaria Conde D’Eu em modicidade de preços”.
Alguns faziam questão de mencionar a predileção do público feminino, especialmente
as confeitarias que, em diversas oportunidades, registravam essa característica.
A matéria Na Rua Do Ouvidor, de Sovesis, publicada na primeira página do jornal
Diário de Notícias (22/06/1887, p. 1), apontava o prestígio junto ao público feminino que "[..]
ainda ontem esteve cheia a confeitaria do Paschoal; e cheia, não de jornalistas, mas de moças
e, apesar da censura daqueles, estas trincavam com muito gosto as gulodices da celebre
confeitaria".
O jornal Cidade do Rio (21/08/1888, p. 1) também faz menção a mulheres frequentando
as confeitarias na Rua do Ouvidor: “a Rua do Ouvidor encheu-se de elegantes senhoras que
iam e vinham dos armarinhos as confeitarias e das confeitarias aos armarinhos, no grande afã
de comprar”. O Diário de Notícias (23/08/1888, p. 2) apontava a Confeitaria do Leão: “a hora
em que lá estivemos todas as mesas achavam-se ocupadas por elegantes e gentis damas da
75

nossa melhor sociedade, que constituíram o salão do Leão como um dos seus mais preferidos
pontos de reunião”. Esse mesmo periódico (24/08/1888, p. 2) também publicou que a
Confeitaria do Cailtau era frequentada por moças, assim como a do Paschoal, que chegou a
ser comparada com um “jardim” - ambas estavam situadas no principal logradouro do centro
da cidade.
As confeitarias eram espaços onde, progressivamente, a figura feminina se fazia
presente, a exemplo de outros locais que estavam cada vez mais acostumados com isso. É o
que Victor Melo (2007) destaca quando depõe que foi no século XIX que esse quadro
começou paulatinamente a se alterar. Associado a um conjunto de modificações que se
baseavam, principalmente, no antigo continente, chegavam também os ecos das
reivindicações femininas e um novo modelo de mulher mais presente na vida social. Essa
mudança foi lenta, assim como diferenciada entre os estratos sociais.
A participação feminina na vida pública e social era um processo em pleno
desenvolvimento na segunda metade desse século. A urbanização e o alargamento de um
melhor sistema de transporte (com o surgimento do bonde, primeiro à tração animal e depois
elétrico) “convidavam” as mulheres à rua, aumentavam sua possibilidade de mobilidade e
criavam contrapontos à tradicional ideia de confinamento doméstico. A presença feminina se
tornou cada vez mais constante nas competições esportivas, no teatro, no cinema, nos parques
públicos e, consequentemente, nos restaurante e confeitarias da Corte. (MELO, 2007)
Podemos apontar, através do que já foi constatado e do que França Júnior escreveu (O
PAÍS, 13/12/1886, p. 2), que esses locais poderiam ser classificados como de primeira e de
segunda ordem, e que, de certa forma, isso estaria diretamente ligado com o seu público
frequentador. As de primeira ordem eram frequentadas por camadas médias e altas, como
nobreza e burguesia; e as de segunda ordem, por uma camada média a baixa. Com a
ampliação do número de estabelecimentos, como apontamos no início deste capítulo, as
opções de consumo nas confeitarias, assim como as suas localizações, tiveram um aumento
considerável. Ao seguir o desenvolvimento urbano e social do Rio de Janeiro, elas também se
adaptaram ao público consumidor, com os rótulos de primeira e segunda ordem, o que muito
provavelmente estava relacionado ao seu refinamento e dos seus frequentadores.
Embora acreditemos que os maiores usuários de restaurantes e confeitarias fossem os
integrantes de camadas sociais de maior poder aquisitivo, ou componentes de fatias medianas
em ascensão, não é possível descartar que houvesse clientes menos remediados que
comparecessem a esses lugares cada vez mais comuns e diversos. O próprio desenvolvimento
de um mercado de entretenimento, que incluía os ambientes de alimentação em seu leque de
76

opções, se encarregava de agregar o maior número possível de consumidores. Contudo, é


destacado que esses tinham as camadas sociais com maior capacidade econômica como
público predileto.

1.6 Entretenimento e sociabilidade

Além de todas as alterações físicas promovidas com o processo de instalação da Corte


na capital do Império, um novo comportamento social e cultural foi ocasionado. Para Tostes,
“a população viu-se repentinamente diante de novos desafios e do envolvimento com novos
hábitos europeizados, que modernizaram a vida cotidiana” (2009, p. 50).
As mudanças socioeconômicas e urbanas ocorridas na cidade e período estudados foram
responsáveis por modificar e incentivar as práticas de divertimento e sociabilidade. Nesse
contexto, as formas de convivência social, características do século XVIII, paulatinamente
perderam sua importância frente a novas ideias ligadas, principalmente, à modernidade e a
uma insurgente indústria do entretenimento (ISHAQ, 2014, p.86).
Já em torno de 1850, a vida social da capital apresentava toques de requinte, com
grandes salões de festas, mobiliário à francesa e música através do piano, caracterizando um
período de festas, bailes e saraus. Os teatros também já se encontravam em atividade
(RENAULT, 1978). Para Schwarcz (1998), foi durante os anos de 1840 a 1860 que se criou
uma febre de bailes, concertos, reuniões e festas. Nesse período, as pessoas frequentavam os
espetáculos para verem e serem vistas.
Dentre os teatros da época, pode-se destacar o São João. Construído na atual Praça
Tiradentes, na época Rocio, foi um dos mais importantes do século, abrigando todos os
gêneros teatrais. Após a proclamação da independência, passou a se chamar Teatro São Pedro
de Alcântara. Cabe destacar, novamente, que esse teatro dispunha de restaurante e confeitaria
no terraço, assim como o Teatro Príncipe Imperial, que possuía um restaurant (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 10/05/1882, p. 4). Alguns outros também se destacaram na cidade, como o
Teatro Lírico Fluminense, Teatro Lírico, Teatro São Januário, o Teatro Alcazar, e o Teatro
Príncipe Imperial. Essas casas foram essenciais para o engendramento de um mercado
consumidor ligado ao entretenimento e à alimentação pública, como destaca Marzano: “o
teatro, em suas diversas formas e para além das casas de espetáculos, era uma das mais
importantes opções de lazer do Rio de Janeiro no século XIX” (2010, p. 122), Além disso, “a
frequentação dos teatros aqueceu a vida noturna. Jantava-se e ceava-se na cidade” (CRULS,
1952, p. 415).
77

Como divertimentos populares, tinham destaque: as brigas de galo, jogos de bola e


apostas em loterias. Pessoas socialmente bem colocadas tinham a dança como um
passatempo. As regatas também eram consideradas uma forma de divertimento público (RIOS
FILHO, 2000). Melo (2014b) destaca que o esporte estava entre as novas diversões que
tiveram esse período como palco:

[...] nos anos 1880, o turfe e o remo, mais o primeiro que o segundo, eram
referências na cidade, valorizados pelas camadas populares, que simultaneamente se
divertiam e acalentavam a esperança de ganhar algum dinheiro com as apostas, e
pelas elites, que encaravam as atividades esportivas como uma adequada ocasião
para exibir publicamente seus sinas de status e distinção, bem como para fortalecer
laços de solidariedade, o que para muitos significava consolidar estratégias de
negócios (p. 121).

A partir da metade do século XIX, os salões e teatros, os bailes públicos e privados, os


concertos, as corrida de cavalo, assim como a modernização da cidade (melhorias públicas,
embelezamento, pavimentação e alargamento das ruas, iluminação a gás, introdução dos
bondes) foram fatores importantes na diversificação do lazer oferecido às famílias
fluminenses, que podiam gozar da vida social fora do ambiente doméstico (ISHAQ, 2014).
Trajando novas indumentárias confeccionadas por franceses ou ingleses, as mulheres, que
raramente frequentavam as festas, passaram a participar da vida social junto com os homens
(TOSTES, 2009).
Os restaurantes no período de 1850 a 1870, além de ofertar comida e bebida, também
disponibilizavam diversão, especialmente com mesas de bilhar e música. O Correio Mercantil
(04/08/1859, p. 3) anunciou a abertura de um salão com dois bilhares no Restaurant Recreio
Comercial, assim como o estabelecimento Real Hotel de Veneza, que dispunha de restaurant
e bilhares (CORREIO MERCANTIL, 20/09/1860, p. 3).
O Restaurant de Santa Lusia, conforme o comunicado no Correio Mercantil
(31/07/1859, p. 3), proporcionava entretenimento através de boa música aos domingos, das
quatro horas da tarde até às dez horas da noite em grandes e bastante iluminadas
acomodações.
Segundo o Diário do Rio de Janeiro (24/09/1864, p. 4), o Jardeim Brasserie com café
restaurant, dispunha de iluminação todas as noites e concerto musical por professores
escolhidos. Renault (1978) declara que os modernos lampiões a gás favoreceram as práticas
de lazer noturnas, atraindo cada vez mais interessados. Essa novidade pode ser percebida
pelos entusiasmados anúncios que a declaravam, destacando a sua relevância. Já em 1878, o
Ao Chalet Restaurant Campestre divulgava a presença de luz elétrica em seu espaço (O
78

CRUZEIRO, 23/06/1878, p. 4), cuja novidade era anunciada efusivamente e buscava atrair
clientes no período noturno.
Era também comum alguns comunicados de restaurantes fazerem uso da palavra
divertimento. O Restaurant do Oriente constantemente divulgava a realização de bailes e
solicitava “aos senhores frequentadores por especial obsequio, se lhes pede para apresentarem
decentemente vestidos, para melhor abrilhantar o divertimento” (JORNAL DO COMÉRCIO,
23/03/1861, p. 4). Outro anúncio dele destacava que o empresário estava disposto a cumprir
ao público o que prometeu “dando-lhes bailes para seus divertimentos” (JORNAL DO
COMÉRCIO, 08/05/1861, p. 4). O restaurant em frente ao Jardim Botânico, nos dias de festa
Santa, encontrava-se habilitado a servir bem as pessoas que quisessem se divertir, apontou o
Correio Mercantil (09/06/1861, p. 3).

Fonte: Correio Mercantil, 09/06/1861, p. 3.

Assim como nos restaurantes, as confeitarias também estavam inseridas em um


mercado que valorizava o entretenimento. Em ambos, era comum a oferta de bilhares. Como
exemplo, temos o anúncio da confeitaria da Rua do Ouvidor no. 61, que declarou que, a partir
de 15 de dezembro de 1853, passariam a existir dois bilhares novamente reformados
(CORREIO MERCANTIL, 15/12/1853, p. 4).
Desse modo, parece que os estabelecimentos exploravam a criatividade como forma de
atrair o público. Em outra confeitaria da Rua do Ouvidor, um exótico divertimento foi
veiculado pelo Opinião Liberal (08/06/1869, p. 4): tinham exposto uma cobra que devorava
passarinhos - “[...] com o maior desgosto dos homens de coração, e debaixo das gargalhadas
dos moleques de todas as cores e idades, que param para contemplar e gozar tão repugnante
cena”.
Ficou claro, até o momento, que nas duas primeiras décadas da nossa pesquisa já era
possível visualizar práticas de divertimento nos dois espaços. Porém, é a partir de 1871 que
esses atrativos se tornaram mais constantes e diversificados. De 1871 a 1890, percebemos que
os restaurantes e confeitarias da capital do Império ofertaram diversão de uma forma mais
79

ampla. Esse fato talvez possa ser explicado pela necessidade que esses espaços tinham de
manter e atrair mais público, ao mesmo tempo em que o mercado do entretenimento era cada
vez maior e estruturado, e os domínios da cidade se ampliavam.
As novidades que buscavam entreter e atrair o público não cessavam, com diversão e
alimentação cada vez mais coligadas. O restaurant do Hotel dos Príncipes, por ocasião do
solene aniversário do dia 07 de setembro, alterou o horário do jantar das dezessete para às
vinte horas e anunciou uma brilhante iluminação à luz oxídrica de cores, “Coisa nunca vista
até hoje”. Entre a luz elétrica aparecia a sombra do príncipe do Grão Pará, referência a D.
Pedro II (O GLOBO, 07/09/1876, p. 4).
As músicas e instrumentos em restaurantes se tornaram alvo de comunicados e
buscaram atrair a população. O Chalet Restaurant Campestre destacava que oferecia um
piano às “excelentíssimas famílias” que desejassem fazer uso deste instrumento (O GLOBO,
20/01/1876, p. 2). Nesse mesmo espaço, foi noticiada uma grande festa artística, com uma
excelente banda de música e concerto de piano aos domingos, quintas-feiras e sábados, e
noites recreativas com divertimento gratuito (O CRUZEIRO, 20/01/1878, p. 8). O Restaurant
Cascata destacou, no periódico, um grande concerto com música alemã (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 21/07/1880, p. 6).
O Café Concerto Eldorado foi inaugurado em 14 de abril de 1888, sendo considerado o
novo centro de diversões. Oferecia boa música, bom restaurant, buffet recomendável e local
apropriado (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 14/04/1888, p. 1). De acordo com o anúncio, tratava-se
de uma imitação dos cafés cantantes de Paris. Todas as noites, havia concerto vocal e
instrumental dirigido por André Gravenstein. Del Priore (2010) destaca que Paris era a grande
inspiração para a capital da Corte, que buscava se modernizar. Para a historiadora, “Paris
dominava o mundo. O Rio de Janeiro se contagiava por imitações” (p. 43). Essa era uma
prática que identificamos como sendo exclusiva dos restaurantes. Não temos informação
quanto a apresentações musicais em confeitarias.
Exposições também eram eventos que tinham local fecundo no ambiente da
alimentação. Conforme o jornal A República (13/10/1871, p. 4), em uma grande exposição de
figuras de ceras representando os principais personagens da guerra franco prussiana, realizada
na Rua dos Inválidos, haveria um elegante restaurant para maior comodidade do público
presente. Já na entrada do Restaurant Democrata tinha, em exposição, uma tartaruga pesando
76 quilos e 208 gramas (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 01/04/1887, p. 1).
80

Fonte: Diário de Notícias, 01/04/1887, p. 1.

Apesar de ocorrer tanto em restaurantes como em confeitarias, era mais comum a


exposição de objetos e animais nos locais ligados aos doces. Na Confeitaria do Leão foi
exposto um retrato do Rei de Portugal, o Sr. D. Luiz I (CORREIO DO BRASIL, 14/04/1872,
p. 3). Na Confeitaria Castellões ocorreu a exposição de dois ouriços com castanhas cultivados
na província de São Paulo (CORREIO DO BRASIL, 18/04/1872, p. 2), e exposição de licores
fabricados em Santa Catarina, que, pelo aspecto, rivalizavam, e pelo sabor, sobressaiam aos
que eram importados da Europa (GAZETA DA TARDE, 10/05/1882, p. 1). Na Confeitaria
do Amorim, foi exposta uma coroa de louros, oferecida à jovem artista Carolina de Almeida
pelos seus admiradores (GAZETA DE NOTÍCIAS, 30/08/1884, p. 3). A Confeitaria Braço de
Ouro expôs uma planta de Linho, medindo de 6 a 7 palmos de altura (GAZETA DA TARDE,
28/10/1884, p. 2). E na Confeitaria Ouvidor, foi exibida uma cobra sucuri que media quatro
metros de comprimento (O PAÍS, 20/05/1886, p. 1). Desta forma, concordamos e ratificamos
o que destacou Rios Filho (2000, p. 365): “Sempre surgiam, para divertimento público,
animais curiosos ou desconhecidos, gentes esquisitas e coisas exóticas”.
Na união entre uma indústria do entretenimento em franco crescimento e urbanização
cada vez maior, sob a chancela das ideias modernas, os jogos também foram presença
marcante em ambos os espaços. Um dos destaques continuou a ser o jogo de bilhar33, presente
também entre 1850 e 1870.
O periódico O Repórter (26/07/1879, p. 3) destacou a inauguração da Confeitaria de
Sant'Anna de Santos e Costa, e divulgou que ela dispunha de confortáveis salões para as
famílias e bilhares. Eram seis no total (GAZETA DE NOTÍCIAS, 25/10/1879, p. 2). O local
Ao High Life Santa Thereza tinha, além de uma confeitaria, charutaria e bilhares (DIÁRIO
DE NOTÍCIAS, 12/10/1890, p. 1).

33
Um dos casos é o estabelecimento comercial denominado de All' Isola di Caprera, que se apresentava como
restaurant e dispunha de seis bilhares disponíveis para quem quisesse se divertir através do jogo apontou O
Fígaro (1876, p. 143).
81

O Diário do Rio de Janeiro (23/10/1878, p. 3) sinalizou a abertura do mais cômodo,


esplêndido e suntuoso espaço de recreio para as famílias, o Brazilian Garden. Tratava-se de
um elegante empório das mais modernas diversões de salões, composto de vastíssimo salão
com jogos para todas as classes, ginástica, além de comodidade para corrida de velocípedes.
Ainda, apresentava magníficos restaurantes com incomparáveis confortos para a família e
teatro. Já a Gazeta de Notícias (20/01/1879, p. 6) noticiou a imponente reabertura do mais
antigo estabelecimento central desta capital, dispondo de música com orquestra a partir das
seis horas da tarde, velocípedes, jogos diversos, botequins bem montados, restaurant de
primeira ordem aberto toda a noite e estreia da companhia lírica francesa. Caracterizava-se
um verdadeiro ambiente que mesclava várias atividades ligadas ao entretenimento, desde
jogos e atividades físicas à música e alimentação.
A diversão também era garantida no Skating Rink, que dispunha de patinação com
orquestra e patinação fantasiada (brilhante quadrilha sobre os patins), e ainda divulgava, no
mesmo espaço, a inauguração do Club Niniches com baile de máscaras, iluminação brilhante
no jardim, fogos de artifícios e ceias no afamado Restaurant do Rink (O REPÓRTER,
16/02/1879, p. 4).
No Jockey Club também existia um restaurant à disposição do público apreciador das
corridas de cavalo. Esse espaço era geralmente alugado e comandado por proprietários de
confeitarias da cidade, como o senhor Castellões, da famosa confeitaria que levava seu nome
(REVISTA DA SOCIEDADE JOCKEY CLUB, 1871. p. 34). Além do restaurante, também
existia uma confeitaria ali (O PAÍS, 10/05/1885, p. 4).
Os locais de entretenimento, como os hipódromos e o Jardim Zoológico, eram áreas de
concentração da população de diversas camadas sociais, com um potencial muito grande para
a instalação de restaurantes e confeitarias. Conforme Melo (2010b), as corridas de cavalo se
tornaram uma grande diversão que podia atender a diferentes camadas, “[...] onde os
cavalheiros e as damas das elites iam desfilar seus trajes novos e sua pompa, e os populares
encontravam um pouco de divertimento, iludidos pela possibilidade de melhorar de vida” (p.
57).
O Jardim Zoológico34 também dispunha de um restaurant (DIÁRIO DE NOTÍCIAS,
04/07/1888, p. 3). O periódico O País (12/08/1888, p. 6) destacava que, aos domingos, havia
banda de música no jardim. Para facilitar o acesso, existiam bondes da linha Vila Isabel de
dez em dez minutos. Esse estabelecimento também era muito utilizado pelos amantes do turfe.

34
Localizado no bairro de Vila Isabel, antigo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro (DIÁRIO DE NOTÍCIAS,
01/01/1890, p. 2).
82

Em dias de grande calor, em que havia corridas no Prado de Vila Isabel, ele era requisitado.
Além disso, o restaurante gozava de uma bela vista e ar agradável. Dali mesmo, os
aficionados pelas corridas de cavalo podiam realizar suas apostas (DIÁRIO DE NOTÍCIAS,
01/01/1890, p. 2).
Também era comum a prática de tiro ao alvo nas confeitarias. No recreio da Confeitaria
Estrada de Ferro D. Pedro II havia tiro ao alvo todos os dias, das sete horas da manhã às
nove horas da noite, segundo a Gazeta de Notícias (05/04/1885, p. 5). No dia 10 de agosto de
1886, foi inaugurado um tiro ao alvo com espingardas no salão da Confeitaria Ouvidor, que
destacou que “para os atiradores tal logar será o utile dulci” (O PAÍS, 11/08/1886, p. 1),
fazendo referência à “útil e prazerosa” prática. A entrada era gratuita (A SEMANA,
14/08/1886, p. 267). Passou a ser comum, nessa confeitaria, a ocorrência de concursos de tiro
ao alvo, além da ampliação das opções de divertimento: “aumentando o número de diversões
que oferecem aos seus fregueses, os proprietários da Confeitaria Ouvidor inauguraram um
salão com bilhares, xadrez, bagatelas35 e outros jogos” (O PAÍS, 30/11/1886, p.1).
Também, a estrutura física era valorizada e atraía o público nos estabelecimentos de
alimentação. A partir da chegada da família real, uma nova sensibilidade foi despertada em
relação à paisagem e a natureza passou, também, a ser um objeto que deveria ser domesticado
no espaço urbano. De acordo com Terra, “[...] no século XIX, várias foram as áreas verdes no
Brasil que serviram de lugar de lazer e diversão” (2010, p. 87).
Assim como no Brazilian Garden, o Restaurant Maison Moderne possuía jardim, salões
particulares, caramanchões e balcão com 15 metros de comprimento, além de geladeira
sistema Peters, demonstrando toda uma inovação e pioneirismo tecnológico, a fim de garantir
o bom estado de suas iguarias e um serviço incomparável a outro estabelecimento (GAZETA
DA TARDE, 26/02/1883, p. 4). No ano de 1884, esse mesmo espaço passou por uma reforma
e foi reinaugurado, sendo composto de oito salões reservados, um restaurant a preços fixos,
bilhares, bagatelas e jardins (GAZETA DE NOTÍCIAS, 14/12/1884, p. 6). Como nos outros
dois espaços, a Confeitaria Estrada de Ferro D. Pedro II também dispunha de jardim de
recreio (O CRUZEIRO, 02/09/1878, p. 4).
É notável que os restaurantes também tinham a função de entretenimento, quer seja
como complemento de outra diversão em um contexto amplo de várias opções na cidade do
Rio de Janeiro, quer seja de forma isolada. O comer por necessidade física deixou de ser a

35
A bagatela é uma peça originária da Alemanha, que consiste em uma mesa de madeira com vários pregos e
pequenos buracos na tábua que possibilitam que uma pequena bolinha arremessada por um propulsor caia dentro
deles e, assim, o jogador some pontos. Muito parecido com o pinball (JORNAL DE SANTA CATARIANA,
2013).
83

única motivação para frequentar esses espaços, e a busca pelo divertimento, pelo diferente,
pelo chique, e pela necessidade de se relacionar com outras pessoas passou a ser empregado e
motivador para as incursões.
Assim como os restaurantes, as confeitarias também ofereciam atividades de diversão
para seus clientes. Enquanto restaurantes ofertavam, na sua maioria, bilhares, bagatelas,
música e jardins, as confeitarias proporcionavam exposições de retratos, plantas, animais e
bebidas, campeonatos de tiro ao alvo, xadrez e, também como os restaurantes, jardim, bilhares
e bagatelas.
Nesse processo, é possível concordar com Guerrero (2007), quando enfatiza que a vida
noturna no Rio de Janeiro já se encontrava muito desenvolvida quando a República foi
proclamada, no final de 1889. O autor ainda complementou que “essa atividade noturna, em
público, girava em torno de uma refeição, o teatro e o após teatro” (p. 207), ou seja, em
espaços de alimentação como restaurantes e confeitarias.
Tanto os restaurantes quanto as confeitarias estavam inseridos, se moldando e
adaptando a uma realidade cada vez mais perceptível, que era o desenvolvimento eminente de
uma indústria do entretenimento. A alimentação era parte integrante e essencial de um
ambiente moderno e “divertido”. O Rio de Janeiro, mesmo com suas características
peculiares, a exemplo das grandes cidades e de vasta parte do mundo ocidental, estava
introduzido nesse cenário.
Esses fatores expostos podem nos levar a entender cada vez mais o comportamento
adotado por restaurantes e confeitarias, ainda mais se levarmos em conta que se situavam em
pontos fixos da cidade, diferentemente dos circos e apresentações teatrais que eram itinerantes
e podiam rodar o Brasil em busca de novos públicos. Sendo assim, eles procuravam conservar
e atrair seus clientes através dos serviços prestados, cardápio, produtos comercializados,
espaço físico, ambientes reservados, música, jogos e exposições, que tinham que se manter
atualizados e capazes de cativar a população.
84

Capítulo 2

Novos e antigos sabores: a alimentação nos restaurantes e confeitarias

Ao som das caçarolas e das marmitas chocam-se mutuamente, à luz das chamas que
lambem as chapas férreas de Perry e C. e ao fumegar das altas chaminés dos hotéis,
casas de pasto, cafés, restaurantes, etc. eu procuro o meu herói, o Rio de Janeiro
gastrônomo e beau-vivant que deixei encaminhando-se para... a mesa. (DIÁRIO DO
RIO DE JANEIRO, 23/01/1857, p. 1)

A cidade mais importante do Brasil no século XIX era, também, um emaranhado de


sabores, cheiros, influências e gente de todos os tipos. A capital do Império traduzia, nos seus
estabelecimentos de alimentação, a complexidade e variedade do seu significado para o país.
Em uma crônica intitulada O Rio de Janeiro à mesa, o Diário do Rio de Janeiro, de 23 de
janeiro de 1857 (p.1-2), muito bem apontou essas particularidades.
O cronista, que procurava pelo beau-vivant e gastrônomo, descreveu alguns locais de
alimentação e, por que não dizer, de diversão, pois em muitos momentos se confundiam. Essa
não seria uma jornada fácil. A escolha por um lugar era o primeiro empecilho e uma penosa
busca por ambientes que não deixavam claro a que se dispunham. A dúvida sobre as
características do menu eram comuns entre os frequentadores, apontou o texto. Ao mesmo
tempo em que chamou uma série de estéreis descrições proporcionadas de “fanfarronices”, ele
advertiu: “não seria mais proveitoso para o público um letreiro que dissesse qual o sistema
culinário adotado, quais as suas vantagens, quais as suas proporções para satisfazer o público
que paga?” (p. 1).
Uma breve ideia dos potenciais clientes que procuravam pelos locais também foi
relatada pelo cronista que, nessa jornada, identificou “alguns flaneurs de casaca preta e luva
cor de gema de ovo que representam o público ocioso”, ou ainda “alguns gordos ministros de
Rotsehild, sustentáculos do gordo comércio”, além de “uma porção de estrangeiros de todas
as nações” (p. 1), que buscavam, como o escritor, um local de paragem e alimentação. Sem
dúvida, um público marcadamente burguês circulava pelo centro do Rio de Janeiro do século
XIX, característico da sua situação enquanto capital e centro econômico. Não significava, no
entanto, que restaurantes e confeitarias servissem somente essas endinheiradas camadas
sociais ou vendessem dispendiosos pratos. Havia ambientes onde “qualquer pode comer bom
e barato, o que não sucede em toda a parte” (p. 2), concluiu o metódico crítico.
É nessa incansável odisseia que a crônica nos aponta uma cidade plural, com uma
quantidade e variedade condizente com a sua população vasta e diferenciada. Nos exemplos
85

destacados, essas peculiaridades ficam bem marcadas. O Exchange Hotel fazia com que os
ingleses sentissem um “ar de quem depara enfim com um canto da cara pátria sobre estranho
solo” (p. 2). Aos amantes da culinária franca, caberiam os restaurantes dos hotéis des Frères
Provenceaux, Chevet Brésilien, dos Estrangeiros ou La Bourse, representantes da tradicional
culinária francesa, “a mais celebrada no mundo”. O texto ainda apontou os sabores do
Damiani e Angelo, que trazia como especialidade o “macarroni, le salsiocie e outros primores
de arte culinária que dispensam a aplicação do velho rifão italiano appetitto non vuol salsa”.
Da mesma forma, “os nababos felizes, os herdeiros parvenus e os afilhados da fortuna”
tinham, como espaço cativo, o Hotel del´Europe (p. 2). Associavam-se a eles, inúmeros
outros locais, cada qual com suas características, mas com a atividade principal em comum - a
alimentação.
O quase anônimo cronista, que somente assinou ao final do texto com a letra “C”,
fazia uma busca pelo lugar perfeito, embora nem sempre encontrado. Dessa forma, esses
foram apenas alguns exemplos de estabelecimentos ligados à alimentação citados em uma
crônica publicada no Diário do Rio de Janeiro, no início da segunda metade do período
oitocentista. Através das suas análises, foi possível perceber algumas características que
vínhamos trabalhando no decorrer desta investigação e que agora seguiremos explorando
pormenores. Os restaurantes e as confeitarias, com seus pratos, seus doces e seus produtos
comercializados, merecem destaque especial. Não é sem perceber o que se produzia nesses
empreendimentos que poderemos compreender o seu funcionamento, de uma maneira mais
holística, em um contexto do Rio de Janeiro do século XIX.
O Brasil, em toda a sua história, com maior ou menor ênfase, foi local de convergência
de diferentes relações étnicas que destacaram sua influência na formação do país.
Concomitantemente com o desenrolar do período oitocentista, a atuação do elemento
estrangeiro (franceses, ingleses, alemães, austríacos, suíços, italianos, espanhóis, suecos,
dinamarqueses e russos) se tornou marcante na alimentação do país (RIOS FILHO, 2000).
Belluzzo (2010b) destaca que os novos moradores adventícios aplicaram um inédito
ritmo à cidade e foram responsáveis pela inauguração de novos espaços de alimentação, como
mercearias de secos e molhados, padarias, confeitarias, restaurantes e rotisserias. Aliado e
miscigenado36 às diferentes especificidades regionais brasileiras, esse hibridismo cultural
nacional, que se reflete diretamente nas práticas alimentares, pode ser interpretado e

36
Utilizamos os termos “miscigenado” e “miscigenação”, nesta tese, com referência à alimentação que é
mestiça, misturada culturalmente, não num sentido proposital, mas resultante do encontro e da intersecção de
diversas influências, de forma eventual e aleatória, que aconteciam no Rio de Janeiro do século XIX.
86

percebido através da análise do perfil dos restaurantes e confeitarias, locais fundamentais para
compreendermos os simbolismos que envolvem a prática de comer.
Para além das relações comerciais, com o desenvolvimento do século XIX, ingleses e
franceses se instalaram no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras, dando feição nova e
progressista ao comércio que, até então, era dominado pelos portugueses. Os lusitanos eram
os principais proprietários. Os “armazéns, cafés, bares, padarias, açougues, leiterias,
quitandas, papelarias, armarinhos pertenciam, em sua maioria, a estes imigrantes, que os
administravam juntamente com seus familiares mais próximos” (FREITAS FILHO, 2002, p.
169).
Os ingleses eram atacadistas e tinham armazéns, localizados, principalmente, na Rua
Direita, atual Primeiro de Março. Eles também foram fundamentais para o processo de
modernização da cidade. Freyre (2000, p. 62) pontuou que, no Brasil, “[...] as primeiras
fundições modernas, o primeiro cabo submarino, as primeiras estradas de ferro, os primeiros
telégrafos, os primeiros bondes, as primeiras moendas de engenho moderno de açúcar, a
primeira iluminação a gás, os primeiros barcos a vapor, as primeiras redes de esgotos foram,
quase todas, obras de inglês”. Além desses, a importação de artigos britânicos como: louças,
talheres, móveis, alimentos, calçados, espelho, vidro, ferro, entre outros mais, que, em grande
parte, eram consumidos no Rio, Bahia e em Pernambuco, e que foram importantes para a
nossa formação cultural. As casas de negócios inglesas não eram tão numerosas quanto as
francesas. (FREYRE, 2000)
Os franceses estavam inseridos de forma mais enfática no comércio a varejo, nas ruas
dos Ourives e Ouvidor, com lojas reconhecíveis pela graça dos mostruários e elegância do
arranjo interno. A livre entrada dos franceses nesse país se deu a partir de 1814. Em 1828, já
existiam 1.400 franceses nesta cidade, exercendo funções de padeiros, confeiteiros, licoristas,
relojoeiros, lampistas, tapeceiros, joalheiros, cabelereiros e modistas. Para cá também vieram
imigrantes das províncias hispânicas, americanos do norte, suecos, alemães e italianos, mas
em escala menor e poucos se dedicaram aos negócios (CRULS, 1949). Eles transformaram o
comércio e criaram novas necessidades, hábitos, usos e práticas no cotidiano da cidade. “A
presença desses novos moradores repercutiu no ordenamento urbano, na arquitetura das casas,
na disposição e na decoração dos cômodos internos, na moda e na maneira de comer e de se
vestir” (TOSTES, 2009, p.46). Como não poderia ser diferente, dentre os hábitos estava a
alimentação que, como procuramos demonstrar neste trabalho, tem origens diversas.
Divergimos, portanto, de pesquisadores que não consideram essas variáveis e
restringem as suas análises. É o caso de Chaves e Freixa (2007), no Larousse da Cozinha
87

Brasileira, quando apontam que “as influências da cozinha carioca são basicamente
portuguesas e africanas” (p. 105). Da mesma forma, Belchior e Poyares (1987) limitam a
complexidade do assunto quando afirmam que, naquele período de tempo, a cozinha
portuguesa era predominante na cidade e hegemônica na maior parte dos hotéis. Ainda,
Menezes (2002) declara que “o Rio de Janeiro é o estado brasileiro que resume toda a tradição
culinária portuguesa” (p. 559), e que a “gastronomia é uma química entre o espaço, os
sentidos e os sentimentos. Devemos aos portugueses os segredos desta alquimia” (p. 578).
Não nos resta dúvida que, tanto os aspectos da cultura lusa quanto aqueles precedentes de
vários pontos do continente africano, foram significativos. No entanto, nos negamos a limitar
nossa análise baseados somente nessas informações, visto a considerável quantidade de
indicações contidas na documentação recolhida e, consequentemente, os apontamentos a uma
série de considerações que ainda não foram apuradas pela historiografia recente.
Além da introdução de novos alimentos e receitas, a mesa também passou a ser mais
requintada. A louça de macau substituiu a de flandres e de barro. Passou a ser comum a
utilização de copos e taças de cristal, bem como os talheres quase não usados nem mesmo
pela elite, assim como as toalhas de linho. Todas essas modificações deram origem a um novo
ritual nos hábitos da alimentação. (TOSTES, 2009)
Para Panegassi (2015), “[...] as migrações humanas são das maiores causas das
novidades nas cozinhas ao promoverem o intercâmbio de ingredientes e maneiras de comer”
(p. 25). Conforme Maciel (2015), os “alimentos, temperos e modos de preparo costumam ser
fortes referencias associados à população de um determinado lugar, seja pelos hábitos
cotidianos, ou pelos pratos que acabam se tornando emblemáticos da região, a chamada
cozinha típica” (p. 14).
De toda forma, partindo da documentação recolhida, tentaremos apontar uma série de
aspectos que podem nos trazer importantes constatações acerca dos restaurantes e confeitarias
na cidade e período pesquisados. Este capítulo procura desvendar um pouco das
características desses estabelecimentos no que se refere a sua função principal, a alimentação,
cada um a sua maneira.

2.1 Produtos comercializados

Por uma questão de organização, optamos por tratar dos alimentos em duas categorias
distintas: os artigos individualizados, separados entre importados e nacionais, chamados
simplesmente de “produtos”, que são aqueles não preparados nas dependências dos
88

restaurantes e confeitarias e que geralmente eram oriundos de outras cidades ou estados do


Brasil ou do mundo; a outra categoria são “produções”, que seriam receitas (pratos, doces,
salgados) desenvolvidas e preparadas nas cozinhas dos restaurantes e confeitarias, e que
envolvia a junção de mais de um ingrediente.

2.1.1 Os produtos importados

A comercialização de alimentos importados em restaurantes e confeitarias do Rio de


Janeiro reflete o abundante número e diversidade de personagens que frequentavam a Corte
naquela época. Principal ligação do Brasil com a Europa, a capital fluminense reproduzia a
sua maneira e, de certa forma, tentava imitar nos trópicos, a alimentação do Velho Mundo em
uma versão miscigenada. Conforme constatou Silva (2011):

Apesar da inconformidade das províncias com o poder centralizado no Rio de


Janeiro, a cidade tornou-se, de certo modo, mestra do resto do Brasil. Morada da
família real e, depois, do imperador, não só as transformações urbanísticas, mas
principalmente as mudanças de gosto, valores e comportamentos, que nela se
davam, tanto em casa quanto na rua, não tardaram em ser imitadas por toda parte. O
que fora uma colônia fechada ao resto do mundo passou a receber da Europa,
sobretudo da Inglaterra e da França, as mais variadas influências, que conviviam ou
conflitavam com os costumes tidos por tradicionais. (SILVA, 2011, p. 30)

De acordo com os anúncios dos periódicos, nos parece claro que, ao abordarmos a
predileção por determinados tipos e origens de alimentação, temos a França enquanto
preponderante destaque. Não nos causa, de fato, surpresa ao apurar essa consideração, mesmo
se tratando da capital de um país de colonização preferencialmente portuguesa, além de
abrigar uma Corte de origem lusa. O fato é que a cultura francesa era sinônimo de sofisticação
e requinte.
Needell (1993) apontou que “para os brasileiros do século XIX, a Civilização era a
França e a Inglaterra” (p. 49). Apesar da afirmação, o autor reforça mais os aspectos
franceses, anotando que os jornalistas “não consideravam o afrancesamento do Rio apenas
como um conjunto saudável e eficiente de novas vias, mas também como símbolo e
instrumento da reabilitação do país e de um futuro “civilizado” (isto é, europeu)” (p. 68). O
prestígio francês era incontestável nesse período devido à reputação de qualidade e pela
tradição luso-brasileira de patrocínio oficial. Para ele, “[...] os cariocas refaziam Paris, com
seus teatros, bulevares, bois, mulheres e restaurantes [...]” (NEEDELL, 1993, p. 196). Mialhe
(2009) reforça essas questões quando afirma que “[...] a maior parte dos imigrantes franceses
89

que escolheu como destino o Brasil indicou o Rio de Janeiro como porto de desembarque, já
que a capital proporcionava melhores oportunidades para os imigrantes que atuavam no setor
terciário” (p. 56), ou seja, no comércio. O autor ainda sinalizou que “as informações acerca da
cidade, no final do século XIX, divulgada pelos autores franceses, destacavam a forte
influência cultural da França junto às elites brasileiras” (p. 56).
De acordo com Menezes (2009), os fatores que motivaram a vinda dos franceses para a
capital do Império foram: “[...] a presença da vida de Corte, com seus circuitos de
sociabilidade; o progresso material possibilitado pelos lucros do café, que dotou a capital e
outras cidades brasileiras de novos equipamentos urbanos, e o surgimento de uma camada
urbana da população pronta e apta a consumir novidades, prazeres e diversão” (p. 240).
Dentre as novidades de prazer e diversão, podemos destacar os restaurantes e confeitarias do
Segundo Império. Para Muller (2002), “a culinária francesa substituiu os triviais alimentos
servidos nas refeições no Rio de Janeiro” (p. 308).
Inúmeros eram os anúncios que exaltavam a França como sendo a origem e a
inspiração para os alimentos comercializados, tanto em restaurantes como em confeitarias.
Para ratificar ainda mais essa vinculação, vários estabelecimentos investiam na contratação de
profissionais europeus, o que servia como legitimação da qualidade. É o caso da Confeitaria
Francesa, que oferecia, nos seus serviços, a habilidade de um cozinheiro parisiense que, a
domicílio, poderia “preparar um grande jantar ou alguma ceia de baile com todos os usos da
Europa”. Dentre os alimentos importados, a “Francesa” ressaltava, nos seus reclames, grande
sortimento de licores finos, xaropes e frutos conservados e cristalizados da Europa (O
GLOBO, 05/07/1854, p. 2. Grifos nossos).
Produtos francos eram destaque entre as confeitarias fluminenses, que faziam questão
de ressaltar a origem desses gêneros alimentícios. Muitos são os exemplos possíveis, como as
“Geleias e Marmeladas francesas”, vendidas pela Confeitaria Pão de Açúcar (CORREIO
MERCANTIL, 15/10/1854, p. 3), assim como uma máquina de fazer chocolate de qualidade
superior e altos preços, oriunda da França, que no Brasil produzia produtos similares com o
cacau nacional (O GLOBO, 13/11/1854, p. 4); “amêndoas com licor francesas” (CORREIO
MERCANTIL, 17/04/1857, p. 3), “brioches parisienses” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
24/12/1861, p. 4), além de artigos para festas de fim de ano chegados de Paris, como
caixinhas de presente, bombons e amêndoas finas de todas as qualidades, e o afamado
“chocolate Praliné” (CORREIO MERCANTIL, 31/12/1857, p. 3).
Variados restaurantes também tinham a França e especialmente Paris como a origem
dos produtos comercializados ou, pelo menos, a inspiração para os seus serviços, já que
90

muitos deles se anunciavam enquanto especializados na culinária francesa. É o caso, por


exemplo, do Restaurant à moda de Paris, anexo ao Hotel dos Estrangeiros, situado na Rua da
Assembleia no. 69 (CORREIO MERCANTIL, 04/08/1856, p. 3), assim como do Restaurant
Francês, instalado na Rua Gonçalves Dias no. 13 (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 11/08/1870, p.
4), e o Restaurante Au Diner de Paris, cujo anúncio indicava que o chefe de cozinha havia
chegado de Paris, com experiência nos principais restaurantes daquela cidade (DIÁRIO DO
RIO DE JANEIRO, 25/09/1873, p. 4).
O caso do estabelecimento se colocar enquanto representante da culinária francesa não
significava que ele fosse exclusividade somente das camadas com maior poder aquisitivo da
Corte. Pelo menos a intenção era de que essas especialidades pudessem ser saboreadas por
uma parcela mais ampla da população. É o que podemos perceber na divulgação do
Restaurant Français, situado na Rua Uruguaiana no. 16. O local destacava no anúncio de A
Vida Fluminense (14/11/1874, p. 2031): “o primeiro da corte em relação a modicidade dos
preços”. Se a probabilidade desse tipo de alimentação estar fora do alcance de grande parte
dos habitantes fluminenses era considerável, também dilatado parecia o objetivo de estender o
perfil da clientela, oferecendo preços comedidos.
Entre os alimentos importados, pode ser conferido destaque aos portugueses que se
diferenciavam entre os artigos de confeitaria e restaurante. Uvas e maçãs de Lisboa
(CORREIO MERCANTIL, 15/11/1859, p. 3), doces da capital lusitana (CORREIO
MERCANTIL, 24/10/1854, p. 3) e carne e peixe de Portugal (O GLOBO, 01/10/1853, p. 4)
contrastavam com alimentos das mais diversas origens.
Chás de Londres (CORREIO MERCANTIL, 27/05/1858, p. 4), charutos de Havana
(CORREIO MERCANTIL, 05/01/1859, p. 4), geleia de musgo islândico (CORREIO
MERCANTIL, 28/04/1860, p. 4), figos da Turquia (CORREIO MERCANTIL, 12/02/1861, p.
3) e leite dos alpes (GAZETA DE NOTÍCIAS, 03/03/1882, p. 2), à venda nas confeitarias da
capital do Império, contrastavam com um número tão grande de opções nos restaurantes.
Ravioli e talharim italiano (CORREIO MERCANTIL, 02/09/1860, p. 4), harmonizando com
especiarias portuguesas (O GLOBO, 01/10/1853, p. 4), além de inúmeras opções importadas
de bebidas, faziam parte dos anúncios dos estabelecimentos do Rio de Janeiro oitocentista.
A valer, chama a atenção a grande variedade de bebidas comercializadas. Para esse
gênero, confeitarias e restaurantes ofereciam um grande leque de possibilidades, vendendo
basicamente os mesmos produtos. Dentre eles, os vinhos eram artigos de destaque. Vinhos
franceses, como de Bordeaux, eram oferecidos a 400 réis a garrafa, na Confeitaria do
Pelicano, na Rua do Lavradio (CORREIO MERCANTIL, 28/11/1865, p. 3), assim como o
91

português do Porto era anunciado pela confeitaria da Rua da Conceição no. 40 (O


MODERADOR, 18/03/1862, p. 4). Os restaurantes que buscavam destaque também
vinculavam, aos seus serviços, a existência de uma bela adega com bons vinhos estrangeiros.
O Grande Restaurante de Paris, localizado na Rua Uruguaiana no. 47, sublinhava no seu
anúncio: “variadíssima dispensa, licores e vinhos escolhidos, importados diretamente” (O
PAÍS, 21/07/1889, p. 7).
Outro comunicado que nos traz uma série de indícios acerca do comércio de vinhos
importados é a publicação da “Casa J. Palugyay & Filhos”. Este local, que se autointitulava
como “fornecedor de SS.MM. Imperiais do Brasil”, ressaltava os “Vinhos de Hungria” que,
de acordo com o anúncio, se encontravam à venda em todos os restaurantes e hotéis de
primeira ordem (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 19/08/1889, p. 4). Uma extensa relação de
empreendimentos37 acompanhava o reclame, demonstrando que uma quantidade considerável
de locais vendiam essas bebidas.
Outra qualidade de bebida importada que tinha larga divulgação nos periódicos
fluminenses eram as cervejas. Em conjunto com demais artigos comercializados, elas eram
exaltadas como um dos principais itens disponíveis. Pelo menos o grande destaque dado à
bebida poderia indicar a sua demanda, como podemos perceber no anúncio da Confeitaria
Espírito Santo: “os proprietários deste estabelecimento põem a disposição do respeitável
público desta capital um variadíssimo sortimento de doces, licores, frutas, vinhos, conhaques,
cervejas e mais gêneros concernentes”. Na mesma página do periódico, a Maison Moderne,
importadora “da tão afamada cerveja Lowenbrau de München”, anunciava que essa estava à
venda na confeitaria Cailtau, na Maison Internacional, no Café de Londres, Café do Globo e
no Restaurante Campestre (O PROGRAMA GUIADOR, 13/10/1887, p. 2. Grifos nossos).
Oriunda, principalmente da Europa, essa bebida tinha, nos restaurantes e confeitarias,
pontos propícios e favoráveis a seu comércio. No anúncio da cerveja “Três Camarões de
Strasburgo” pelo periódico Novidades, a declaração: “vende-se em todas as confeitarias e
restaurantes de primeira ordem. Quem saboreá-la uma vez, pedi-la-á sempre de preferência”
(NOVIDADES, 29/12/1889, p. 1). Também a cerveja “Americana” era destacada como “à
venda em todos os cafés, confeitarias, bilhares, etc, etc” (CIDADE DO RIO, 09/10/1887, p.
3). Da mesma forma, a alemã “Culmbach”, sinalizada como “a mais saborosa de todas as
cervejas pardas. Engarrafada em Bremen. (...) À venda em todas as casas de primeira ordem,

37
São referidos como revendedores: “Carvalho Brandão & C., Fernandez & Alvarez, J. Jorge & C., Baptista da
Costa & C., Viuva Garcia & C., Monteiro Junior & C., Café de Londres, Café Brasil, Café Inglês, Hotel
Bragança, Pey & C., Café Central, I. F. Granja, Freitas Guimarães & C., Hotel Leão de Ouro, Hotel Globo, J. B.
Friederizi, Miranda & Freitas, Hotel Paris, Café da América, Café Americano, Hotel d´Orbe, etc.”.
92

cafés, restaurantes e teatros” (A VIDA FLUMINENSE, 27/10/1889, p. 3). É fácil perceber a


aceitação que essa bebida tinha na cidade. Com relação aos restaurantes e confeitarias, temos
como certo que ela era uma presença marcante nas opções oferecidas para consumo. Se havia
uma quantidade significativa de opções nacionais, como veremos adiante, também uma gama
considerável de qualidades importadas saciava a população fluminense no seu clima tropical.
Para além dos vinhos e das cervejas, outras variedades de bebidas estrangeiras
estampavam as opções dos espaços: desde o refinado Licor de Chartreuse, que era vendido na
Confeitaria Leão (CORREIO MERCANTIL, 22/01/1866, p. 3), até a Água Mineral Natural
Apolinaris, vinda diretamente de Londres, que, além de ser “comercializada nas conhecidas
drogarias”, também fazia parte do cardápio “em todas as confeitarias, cafés e restaurantes de
primeira ordem” (DIÁRIO DO COMÉRCIO, 12/12/1889, p. 4). Variadas possibilidades de
bebidas importadas contrastavam com os alimentos comercializados nesses espaços.
Através dos anúncios publicados nos periódicos fluminenses, é possível considerar
que os produtos importados possuíam uma relevante fatia dos itens comercializados nos
restaurantes e confeitarias, mesmo sem podermos confirmar peremptoriamente um percentual
palpável. É destacável, no entanto, que estabelecimentos que buscavam legitimar sua
qualidade também o faziam através de seus gêneros importados que cooperavam e
sustentavam esse status. Pelo menos é o que percebemos através das publicidades que sempre
adjetivavam tais características. Restaurantes e confeitarias convergiam e se cruzavam, nesse
sentido, em questões que eram práticas, como em relação aos produtos comercializados
comuns em muitos casos, assim como em situações subjetivas, onde a culinária francesa se
colocava como a preponderante e mais refinada. São questões que avaliaremos na sequência
ao investigarmos as produções comercializadas nesses locais.

2.1.2 Os produtos nacionais

Os gêneros alimentícios nacionais, que caracterizadamente destacavam a sua origem


brasileira nos anúncios comerciais, tiveram íntima relação com a culinária praticada. Com as
produções que serão abordadas posteriormente, as cores regionais brasileiras, que convergiam
na Corte, ajudavam a compor o que conhecemos atualmente como a culinária nacional. É
importante deixar claro que não temos o ímpeto de tratar apenas de produtos nativos ou
elaborados a partir de matéria-prima do Brasil. Buscamos perceber os alimentos identificados
como produtos brasileiros e comercializados nos restaurante e confeitarias do Rio de Janeiro.
93

Temos referência a alimentos procedentes de praticamente todas as regiões do país,


mas destacamos que entre estas, o sudeste e o nordeste brasileiro apresentavam maior
representatividade. Não temos como estabelecer uma ordenação, nem mesmo esta é nossa
intenção, mas ficou perceptível como produtos de alguns estados brasileiros obtinham
destaque nos anúncios publicados.
Talvez pela proximidade e pela estreita relação econômica, Minas Gerais despontava
como especial fornecedor de vários produtos comercializados, principalmente no que se refere
a itens de confeitarias derivados do leite. Belluzzo (2010b) colocou que, com a decadência do
ouro, intensificaram-se as lavouras de gêneros alimentícios, a pecuária e a produção de
laticínios. A autora apontou, ainda, que “Minas Gerais tornou-se um dos maiores produtores
brasileiros de leite e laticínios [...]” (p. 152), fato que ajuda a explicar a grande circulação
deles na Corte. Itens como “queijos especiais de Minas” eram divulgados pela confeitaria de
José Bonifácio, com lojas no Largo de São Francisco de Paula e na Rua do Ouvidor
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 09/06/1881, p. 2), assim como leite fresco de Minas era vendido
na confeitaria da Rua Gonçalves Dias no. 75 (GAZETA DE NOTÍCIAS, 14/08/1881, p. 6) e
na confeitaria de João Braga, que ainda incluía no seu anúncio: “Todos os dias. Fresco,
nutritivo, bom. Recebido AU JOUR LE JOUR” (GAZETA DA TARDE, 16/08/1881, p. 3).
Requeijão de Barbacena, “delicados e saborosos queijos” eram oferecidos na Confeitaria
Paschoal (O GLOBO, 24/02/1883, p. 1).
Um fato curioso e até engraçado a respeito do leite de Minas foi apontado pela Gazeta
da Tarde, de 22 de setembro de 1881 (p. 3): “Os efeitos do nutritivo leite de Minas começam
a aparecer. O Rio de Janeiro engorda, cria abdômen, torna-se obeso. Cada vez pesa mais”. E o
anúncio segue dizendo que, a fim de marcar e graduar diariamente a progressão da gordura de
seus fregueses, o proprietário da confeitaria do ponto dos bondes de Botafogo adquiriu uma
balança, na qual se cobrava o valor de cem réis para pesar. E ainda destaca que esse era um
sistema muito conhecido na Europa e que acaba de ser adotado na cidade.
Além dos tradicionais laticínios, distintos produtos oriundos do estado mineiro, como
uvas, eram vendidas nas confeitarias do Largo de São Francisco de Paula e da Praia de
Botafogo (GAZETA DE NOTÍCIAS, 02/02/1882, p. 2). Além disso, não raro eram anúncios
de cervejas provenientes de lá, relatadas como “finas”, da “imperial fábrica de Augusto
Kremer & C. em Juiz de Fora” (GAZETA DA TARDE, 01/04/1882, p. 4). Esta marca era
anunciada como “a melhor cerveja que se fabrica no império e, é por muitos, reputada
94

superior à estrangeira”. Ainda, segundo o reclame, “acha-se a venda em todas as confeitarias,


cafés, restaurantes, etc.” (NOVIDADES, 23/02/1887, p. 4)38.
Ainda na região sudeste, a Província de São Paulo também ganhava destaque no
fornecimento de gêneros alimentícios comercializados nas confeitarias fluminenses. A
Confeitaria Castelões vendia “Doces de São Paulo”, “especialidade de doce de figo”
(GAZETA DE NOTÍCIA, 02/01/1881, p. 4). Outra iguaria paulista popular no comércio do
Rio era a geleia de galinha, tratada como “especialidade paulista” e comumente presente nos
anúncios dessas casas (GAZETA DE NOTÍCIAS, 06/06/1880, p. 5). Conforme Belluzzo
(2010b), São Paulo produzia uma grande quantidade de frutas, dentre as quais podemos
destacar o marmelo, a pera, a goiaba, o figo e a banana, que eram utilizadas para a produção
de compotas, doces de massa e frutas cristalizadas - o que favoreciam a conservação e
permitiam a importação destes. Além dos doces de frutas, a autora destacou também as
geleias de mocotó, produzidas em tachos de cobre, com açúcar e especiarias, feitos da mesma
forma que as frutas.
Outras cidades do estado do Rio de Janeiro também forneciam produtos para a Corte.
Já na década de 1850, a goiabada produzida em Campos de Goytacazes era anunciada na
Confeitaria Magnólia, juntamente com uma série de outros produtos que não temos como
verificar a procedência, mas que também eram noticiados, como: “pastilhas de jujuba, frutas
cristalizadas e em caldas, geleia de galinha, mão de vaca, vitelo e marmelos” (DIÁRIO DO
RIO DE JANEIRO, 26/07/1853, p. 4). A Gazeta de Notícias, de 07 de julho de 1876 (p. 4),
sinalizou a venda de manteiga fresca de Petrópolis na confeitaria situada no Largo de São
Francisco no. 16.
Pernambuco também fornecia grande quantidade de alimentos para a capital do
Império, especialmente suas frutas e doces preparados com as mesmas. Eles eram muito bem
recomendados pelos seus anunciantes, como a Confeitaria do Leão: “Doces de frutas de
Pernambuco, preparados no convento de Olinda, em bocetas de diferentes tamanhos, de
ananás, cajus, mangabas e castanhas de cajus confeitadas, o mais perfeito que se pode fazer”
(CORREIO MERCANTIL, 22/02/1856, p. 4). Parece que Pernambuco também lançava
costume no mesmo estabelecimento, já que este comercializava bolos de São João “à moda de
Pernambuco” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 23/06/1860, p. 5). O famoso doce de caju
seco de Pernambuco também era divulgado pela confeitaria, em 1870, além de diversas outras

38
No Rio de Janeiro, neste período, já existiam muitas cervejarias que também desempenharam um papel
importante nas questões que envolvem alimentação pública e divertimento, mas que não foram contempladas
nesta tese por não se encaixarem dentro dos critérios metodológicos. Para saber mais sobre as cervejarias ver
Melo e Schwan (2016).
95

guloseimas de variadas procedências (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 23/12/1870, p. 1). Também


estava presente, nas confeitarias, o vinho de caju, oriundo da província de Alagoas e que era
vendido na Confeitaria do Carneiro (GAZETA DE NOTÍCIAS, 30/04/1876, p. 3).
Produtos procedentes da Bahia se destacavam entre os comercializados na Corte, a
exemplo de Pernambuco, principalmente doces e frutas. A consagrada Confeitaria Leão
anunciava “Mangas da Bahia, muito bonitas, de varias qualidades, chegadas pelo paquete
francês” (CORREIO MERCANTIL, 23/12/1861, p. 3), da mesma forma que a Confeitaria
Imperial destacava “Mangas da Bahia, muito doces, grandes e por preço módico” (DIÁRIO
DO RIO DE JANEIRO, 11/07/1870, p. 4), assim como a goiabada jacobina chegada da
Bahia, de superior qualidade (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 05/11/1870, p. 4).
Além desses produtos de terras próximas, a capital fluminense também recebia e
comercializava gêneros de distantes paragens, como do sul do país. Do limite meridional
brasileiro vinham itens que poderiam ser de fabricação comum a outras regiões do país, como
a “Manteiga Nacional da Colônia Blumenau de Itajaí” (atual estado de Santa Catarina)
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 20/05/1880, p. 6), ou então especificidades locais, como o
destacado “sem igual no mercado”, “Mate do Paraná marca Ildefonso”, à venda na
Confeitaria Santos (GAZETA DE NOTÍCIAS, 01/10/1882, p. 6). O chá com procedência do
Paraná parece que tinha uma boa aceitação no Rio de Janeiro. A utilização do mate no Brasil
se deve a uma herança indígena, e Câmara Cascudo (2004) o descreveu como “[...] o mate
chimarrão, mate amargo, invulgar, bebida, de peão e de cavaleiro, simples, rústica,
irrivalizada, sozinha em sua classe, inconfundível” (p. 156). Conforme Chaves e Freixa
(2007), “uma das lendas indígenas conta que um ancião, cansado e sem conseguir seguir
viagem com sua tribo, estava à sorte do seu destino quando um pajé lhe deu a receita da
bebida regeneradora; uma infusão de erva mate” (p. 151).
No Rio Grande do Sul, a erva mate é utilizada diariamente na bebida conhecida como
chimarrão, que é a mistura de erva com água morna, servidas dentro de uma cuia com uma
bomba (canudo) para sugar o líquido. Um anúncio publicado no periódico O País, em 08 de
setembro de 1887 (p. 4), apontava para um “mate em folha do Paraná, marca especial para
chá”, que estava disponível para a venda em uma grande quantidade de estabelecimentos que
poderiam ser tanto distribuidores como armazéns da iguaria39. Não descartamos que, entre

39
Dentre os locais onde o mate estava disponível para a venda, o informe destacava os seguintes: “José
Fernandes Granja & C., Gonçalves, Costa, Rocha & Menezes, Pedro José Fernandes Guimarães, Vieira
Guimarães & Santos, José Vaz Teixeira do Amaral, Cardoso & Siqueira, Vianna & Gonçalves, Alves Costa & C,
Martins & Carneiro, França & Carvalho, Candido Augusto de Souza, Antonio Alves de Souza, Constantino
96

todas as razões sociais expostas no anúncio, existissem mais restaurantes ou confeitarias. No


entanto, conseguimos identificar, ao menos, o nome de duas confeitarias que eram a
Confeitaria do Comércio e a Confeitaria Braço de Ouro. Também observamos no Restaurant
Lacombe que o mate era uma das opções de bebida inclusa no menu do almoço (DIÁRIO DO
BRASIL, 02/12/1881, p. 4).
Outro gênero alimentício de consagrada tradição sulista que teve forte trânsito na
região sudeste, principalmente nas Minas Gerais, e também possuía uma relevante fração de
vendas no Rio de Janeiro, é o charque. Este poderia ser encontrado na mesma Confeitaria
Santos, talvez trazido pelos mesmos caixeiros que forneciam o mate. No comunicado da
iguaria se via: “carne de vento do Rio Grande” (O GLOBO, 09/11/1882, p. 1). Esta variação
no nome pode ter sido utilizada para uma melhor identificação do produto, que tinha, como
uma das características da sua produção, a exposição das peças de carne já salgada em varais
onde era desidratada.
O sul brasileiro também iniciava uma tradição que, no século XX, viria a se consolidar
como uma das principais especialidades produzidas na região: os vinhos. Estes já apontavam
uma adaptação dos hábitos europeus com a utilização de matérias-primas locais, no caso, a
uva americana. Sob o título “O vinho Isabella”, o anúncio destacava as qualidades da bebida e
da uva nacional, assim como a promessa de prosperidade da indústria vinícola no país:

Este vinho, fabricado com a uva manga, na colônia Isabel40, Rio Grande do Sul, tem
um paladar especial, diferente dos vinhos europeus. É agridoce, pouco alcoólico, e
deve satisfazer os mais escrupulosos defensores do vinho fabricado de pura uva
fresca. A Confeitaria Ouvidor é o estabelecimento encarregado da divulgação deste
artigo, que, se encontrar ao público a precisa aceitação, dará grande impulso a mais
uma indústria de grande futuro – a indústria dos vinhos nacionais de uva. (DIÁRIO
DE NOTÍCIAS, 29/01/1886, p. 1)

Ainda temos, como artigo de origem sulista, os anunciados “Marmelos do Rio


Grande” que estavam sendo comercializados na Confeitaria Braço de Ouro, na Rua do
Ouvidor (GAZETA DE NOTÍCIAS, 06/07/1888, p. 5). É importante destacar que o Rio
Grande do Sul também possui uma tradição doceira, principalmente na cidade de Pelotas que,
no século XIX, era destaque econômico da província.
Pudemos perceber que muitos dos alimentos provenientes de diversas regiões
brasileiras, que refletem a diversidade nacional, estavam representados no Rio de Janeiro.

Pereira dos Santos, A. R. de Freitas Guimarães, Maximo & Souto, Joaquim Antonio de Carvalho Guimarães,
José Gonçalves Dias, Antonio do Rego Araujo, Ferreira & irmão” (O PAÍS, 08/09/1887, p. 4).
40
Atual município de Bento Gonçalves.
97

Esses mesmos ingredientes, especiarias e iguarias, ajudaram a compor o que conhecemos


enquanto culinária nacional. Esse hibridismo e fusão de diversos alimentos preparados de
diversas maneiras em forma de pratos, salgados e sobremesas, serão abordados no seguinte
ponto.
No entanto, quando comparamos o comércio de gêneros alimentícios em restaurantes e
confeitarias, podemos constatar que havia uma grande diferenciação. Muito provavelmente
devido a sua função próxima a um armazém de mantimentos, as confeitarias forneciam a
grande maioria dos alimentos nacionais disponíveis na capital em comparação aos
restaurantes. Neste sentido, é provável que, devido aos serviços diferenciados oferecidos
pelos dois tipos de estabelecimento, a oferta maior de alimentos tenha acontecido nas
confeitarias. Tal constatação permite perceber, também, a maior amplitude delas, que
extravasavam a função de preparo e comércio de doces e atendiam a outro segmento, que era
o fornecimento de gêneros alimentícios prontos, sem serem preparados no interior dos seus
espaços e que poderiam ser adquiridos e consumidos nas residências. Nos restaurantes essa
opção era quase que inexistente.

2.2 A produção

Conforme já abordamos em outras oportunidades nesta tese, é preciso compreender o


Rio de Janeiro do século XIX enquanto um grande emaranhado cultural, onde uma série de
interferências e representações ajudaram a construir a capital do Império sob diversos
sentidos. Assim, dentro do que buscamos investigar neste trabalho, os restaurantes e
confeitarias eram um pouco daquilo que a cidade apresentava no período: miscigenação, mas
que buscava a sua motivação no Velho Continente. A capital fluminense se inspirava na
Europa, mas com traços um tanto peculiares característicos das terras brasileiras e que
contribuíram para aquilo que podemos nomear de uma gestação da culinária nacional.
Nossa intenção não é delimitar fronteiras entre as práticas dos restaurantes e das
confeitarias ou mesmo rotular seus pratos a partir de determinadas convenções, mas sim,
procurar compreender e analisar de que maneira uma série de diferentes orientações e
características se organizavam. Buscamos entender de que forma hábitos importados e
nacionais se acomodavam e se adaptavam à realidade brasileira, em uma cidade com grande
trânsito de estrangeiros, gente de toda sorte, cores e sotaques. Enfim, qual a relação dos
pratos, doces e alimentos dos restaurantes e confeitarias, com a realidade social.
98

Uma peculiaridade presente em toda a nossa pesquisa, mas que, notadamente, no


início do período, teve uma maior preponderância entre as ocorrências verificadas nos
periódicos, foi a culinária francesa, ou, ao menos, a referência a este país que se destacava nos
restaurantes e confeitarias da Corte. É bem verdade que a França teve um forte prestígio,
principalmente cultural, sobre grande parte do mundo ocidental, o que incluía a culinária no
Brasil. Como já nos apontou Sandra Pesavento (2002), a cidade buscava, se espelhando na
capital francesa, ser uma “Paris-sur mer na sua vertente tropical” (p. 161). Mesmo que os
resultados, no geral, fossem um tanto distantes da “cidade luz”, o prestígio que os hábitos
franceses exerciam sobre a capital fluminense do século XIX é inegável.
Esse status parece se comprovar quando verificamos que vários anúncios eram
publicados em francês, como uma provável tentativa de vincular o estabelecimento a um
refinamento superior. É bem possível que grande parte da população não tivesse acesso a
esses locais que apresentavam uma série de pratos tradicionais franceses em seus menus,
considerados refinados. Parece-nos claro que um restaurante que tivesse o seu cardápio
totalmente francófono, como o de Andre Long, oferecendo como refeições “galantine de
dinde à la gelée, jambons, vollailles trufées, gibier, poisson, patés de foie-gras-trufée, vols-
au-vent, aspics, pièces froides”41, por exemplo, tinham como público alvo uma parcela da
população um tanto selecionada. Mesmo nesse restaurante, que se identificava fortemente
com a culinária francesa, pode-se notar que o comunicado incluía ao menos um item nacional:
o “bolo brasileiro”, mesmo assim descrito em francês como “gateaux brésiliens” (CORREIO
MERCANTIL, 26/04/1855, p. 3).
De acordo com Câmara Cascudo (2004), o bolo possuía uma função social
indispensável para os portugueses: sinalizava a solidariedade humana, a saudação mais
profunda. Ele estava sempre presente nos casamentos, noivados, visitas a mulheres de
resguardo, aniversários, convalescença, enfermidade e condolências. Assim como ele, o doce
em geral “visitava, fazia amizades, carpia, festejava. Não podia haver outra delegação mais
legítima na plenitude simbólica da doçura” (CASCUDO, 2004, p. 302).
Esses não eram casos isolados, principalmente na década de 1850. O Hotel Restaurant
Des Frères Provenceaux destacou, no seu anúncio em francês, que estavam inaugurando a sua
casa de alimentação com os melhores e mais procurados pratos do país, à semelhança do

41
Podemos identificar, nesta relação, pratos e ingredientes típicos da culinária francesa, como galantines (carnes
desossadas, geralmente enroladas como rocamboles e cobertas com uma geleia transparente), presunto, trufas,
peixes, foie-gras (fígado do pato), vols-au-vent (massa folhada). Para saber mais dos ingredientes e pratos
típicos da culinária francesa, ver Robuchon (2001) e Larousse da cozinha do mundo – Mediterrâneo e Europa
central (2005).
99

sistema dos irmãos Provenceaux de Paris. Sublinhava que, às sextas-feiras e sábados, oferecia
“aura en plus brandade de morue bouillabaisse et ayoli” (CORREIO MERCANTIL,
22/05/1856, p. 2), pratos típicos da culinária francesa.
A aproximação com a França não era uma característica única dos restaurantes. As
confeitarias também mostravam grande predileção pelas receitas francas. É o caso do
estabelecimento que trazia no próprio nome essa característica: a Confeitaria Francesa. Esta
anunciou, em 16 de abril de 1853, no jornal O Globo (p. 4), que diariamente oferecia pão de
Paris, totalmente novo na cidade, pão de Provença e pão de Cabeça. A missiva destacava que
tudo era elaborado por um padeiro francês recentemente chegado.
Conforme Cascudo (2004), o pão demorou a se popularizar no Brasil, “[...] sua
popularidade não era positiva mesmo nas primeiras décadas do século XX para as populações
pobres” (p. 197). O pão branco, oriundo da farinha de trigo, era consumido pelas elites
brasileiras ao invés do pão de mandioca e milho (MULLER, 2002). O hábito de consumir pão
de trigo, cerveja e chá foi introduzido pelos ingleses no Brasil (FREYRE, 2000).
Outro anúncio, desta vez mais completo, foi publicado pelo mesmo comércio em 29
de março de 1854, exaltando um novo “hábil cozinheiro-pasteleiro” chegado recentemente da
França, que, além de preparar as já tradicionais receitas de petiscos de carnes, de aves e
variado sortimento de pastéis, também era recomendado aos “amantes do bom paladar”, pelas
preparações pouco ou nada conhecidas na cidade:

[...] pasteis de sumos de carne, presuntos ornados à francesa, mayonaiser de frangos,


mayonaiser de peixe, filét de boeuf santés, filét sauce tomates, poules a la
merbuche, blanquettes de poulet, brioches, nougats, savarins, babas, croquettes de
viz, pets de nones, gateaux flamas, fartelettes. (O GLOBO, 29/03/1854, p. 4)

A Confeitaria Francesa, mesmo se apresentando enquanto uma casa de confeitos,


também oferecia refeições características de restaurantes, o que pode ser indício de uma
relativa convergência de serviços prestados entre os dois, onde restaurantes e confeitarias
confluíam suas atividades em muitas oportunidades, ficando suas funções um tanto quanto
sobrepostas. A “Francesa” mais uma vez publicou um anúncio no periódico O Globo, de 05
de julho de 1854, enaltecendo o seu confeiteiro europeu e destacando o aumento dos
interessados no serviço, além de oferecer jantares e outros tipos de trabalhos ao modo
europeu, como podemos verificar:

O confeiteiro francês vendo que sua freguesia vai-se aumentando nada poupou para
obter de seus correspondentes da Europa produtos novos e de bom gosto: ele acaba
100

de receber um novo sortimento de perfumes e matérias primas que lhe permitem de


oferecer a seus fregueses doces, pastéis e confeitos de gostos novos e delicados.
No mesmo estabelecimento há um excelente cozinheiro de Paris, que apronta, sendo
encomendados, quaisquer petiscos, jantares, ceias, etc, etc.
O mesmo cozinheiro obriga-se a ir em casa particular preparar um jantar grande ou
alguma ceia de baile com todos os usos da Europa preparando-se na confeitaria as
sobremesas. (O GLOBO, 05/07/1854, p. 3)

O anúncio testemunha o quanto a introdução de hábitos europeus e franceses era


frequente, principalmente no que se refere aos itens produzidos nas confeitarias, que tinham
uma declarada inspiração no Velho Mundo, e por isso mesmo a sua valorização. No entanto,
também percebemos que, em alguns casos, interseções das funções inerentes aos restaurantes
e confeitarias eram comuns. Existia, portanto, uma aproximação entre eles, não somente na
orientação francesa, mas também nos serviços que, em diversas oportunidades, eram os
mesmos, como a organização de festas sob encomenda.
Mais uma amostra pode ser dada através do Restaurant e Pastelaria Ao Chevet
Brasileiro. Este estabelecimento possuía nove salões para refeições e oferecia jantares, bodas,
banquetes, pastelaria, doces e refrescos “para fora”. Apesar de se denominar como um
restaurante e pastelaria, ele oferecia artigos característicos de confeitaria como “pasteis
variados, voul-au-vent de pombas, de galinha, de caça, de camarão e peixe, pasteis quentes e
frios de toda espécie, petit fours nougats, biscoitos, peças montadas, brioches sacarins”, além
de funcionar como armazém de comestíveis (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 07/07/1856, p.
3), o que ratifica nossa constatação anterior.
A referência à França continuou sendo uma constante. A Confeitaria Braço de Ouro,
pertencente à viúva Castagner, é um exemplo. Ao anunciar brioches parisienses, fez questão
de informar que A. Castagner, filho da viúva, retornou de uma viagem a Paris, onde aprendeu
e pode hoje oferecer aos seus clientes o que há de mais saboroso e melhor nesse gênero
(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 02/08/1861, p. 3)
Da França, além das receitas, também chegavam equipamentos para as confeitarias
fluminenses. Uma máquina, “inteiramente desconhecida neste país”, desembarcava de Paris
para a Confeitaria da Águia. Sua função era a fabricação de amêndoas cobertas e confeitos de
todas as qualidades. Segundo o anúncio, a fábrica poderia, agora, rivalizar com as melhores
da Europa (CORREIO MERCANTIL, 31/12/1854, p. 3).
Também na Confeitaria Francesa, uma máquina da mesma procedência era anunciada
e prometia dar à iguaria “uma qualidade e uma delicadeza superior a tudo o que tem aparecido
até hoje”. O comercial destacava que o equipamento era empregado na França para a
fabricação de chocolates de qualidade superior e de altos preços, porém a facilidade de se
101

encontrar o cacau no Brasil fazia com que se fabricasse um ótimo chocolate com preços bem
mais em conta que na Europa. (O GLOBO, 13/11/1854, p. 4)
É interessante perceber a insistência que muitos estabelecimentos tinham em
mencionar uma vinculação à cozinha francesa, mesmo que esta não fosse a principal linha de
atuação do restaurante ou confeitaria. Como já apontamos anteriormente, essa característica
poderia ser um indicador da proximidade desses espaços com o mundo civilizado e evoluído e
a sua principal referência, a França.

Fonte: O País, 10/05/1885, p. 4.

É o que podemos constatar no anúncio acima do Restaurant Popular, que, apesar de


uma denominação que pode referenciá-lo a um local um tanto comum, apontava uma tentativa
de aproximação a um ambiente refinado. A imagem, pouco usual para a maioria dos
comunicados da época, representava um homem bem vestido como cliente, com elegantes
trajes e cartola - claramente a reprodução de um burguês. Em uma mesa retangular individual,
ele se alimentava, tendo, a sua frente, uma garrafa de vinho e, ao seu lado esquerdo, um
suporte com temperos. À direita do cliente, um garçom com mais dois pratos à mão que,
provavelmente, representavam o(s) prato(s) principal(is) e/ou a sobremesa.
102

As opções do menu, totalmente escrito em francês, mais uma vez procuravam manter o
vínculo com a culinária francesa, mesmo que alguns pratos tivessem outras referências
culturais, como o “Ravioli à la Genoise”, claramente um prato típico italiano, e a “Salade
Russe”, muito famosa na cozinha Russa, mesmo sendo lançada por um celebrado chef francês
no renomado restaurante Ermitage de Moscou, em 1860 (FOLHA DE SÃO PAULO, 2005, p.
17). Ainda, o reclame ressaltou que “todos os pratos são cuidadosamente preparados por um
dos mais acreditados chefs de cuisine desta capital”, mais uma vez a referência francesa que
buscava atestar a qualidade e refinamento ao empreendimento (O PAÍS, 10/05/1885, p. 4).
Como pudemos notar, a aproximação com a França era frequente, mas não era a única.
Os restaurantes e confeitarias da capital recorriam às mais diversas especialidades e
orientações para atrair o seu público. Outra referência culinária, reconhecida mundialmente,
também tinha seus representantes e era bem expressiva: a italiana. As pastas eram o principal
alvo dos anúncios, destacadamente raviólis (também chamado de rabioli) e talharins. Já em
1851, o Hotel e Restaurant Nicolao oferecia o “famoso rabioli” (CORREIO MERCANTIL,
24/05/1851, p. 4). Até mesmo em francês, o prato era divulgado pelo mesmo estabelecimento:
“Nicolas prévient ses habitués que demain dimanche on trouvera chez lui la fameuse rabiole”
(CORREIO MERCANTIL, 17/06/1851, p. 4).
Esses pratos, aparentemente, tinham uma aceitação positiva, visto que eram
constantemente mencionados em anúncios de diferentes empreendimentos comerciais, como
o Grande Café Restaurante e Bilhares, que oferecia “sopa de rabioli e talharim à italiana”
(CORREIO MERCANTIL, 02/09/1860, p. 4). O Hotel Garibaldi destacava que o seu
restaurante servia, como especialidade, “sopa de tagliaris e rabiolis e variadas iguarias”
(CORREIO MERCANTIL, 14/08/1861, p. 4). Ainda, o Café du Jardin Public destacava,
juntamente com pratos reconhecidamente franceses, as especialidades italianas: “on trouvera
tous les vendredis et dimanches – ayolis, bouillabaisse, ravióli et taillarini” (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 02/06/1876, p. 3). Através destes exemplos, é possível verificar que as massas
italianas transitavam em diversificados modelos de restaurantes do Império. Desde
restaurantes de hotéis, passando por estabelecimentos de alimentação e diversão com bilhares
e cafés, dividindo espaço com os pratos franceses, a culinária italiana tinha uma considerável
aceitação.
Identificamos até mesmo uma confeitaria comercializando massas italianas. A
Confeitaria ao Quinze de Novembro fornecia massa fresca de farinha de trigo à moda de
Genova, entre as quais: ravióli, tagliolini, lasanha e gnocchi (GAZETA DE NOTÍCIAS,
27/11/1890, p. 3).
103

Apesar de o Rio de Janeiro ter, à época, uma quantidade considerável de moradores


portugueses e de ser esta a colonização oficial do país, não podemos afirmar, ao menos pelos
anúncios dos periódicos, que foi de origem lusitana a culinária predominante da época.
Apesar de não termos um número exato, é visível que a quantidade de ocorrências citando
restaurantes e confeitarias que tinham como referência Portugal é bem inferior as já citadas
francesas e italianas. Este dado não nos induz a dizer, todavia, que essas casas comerciais
existiam em número menor. Podemos apenas confirmar que, nos anúncios dos periódicos,
essas não possuíam uma quantidade que as apontasse como predominante. É possível que o
status dessas casas não estivesse no mesmo nível dos restaurantes e confeitarias francesas ou
que esse atendesse um público diferenciado que não tinha a sua fonte privilegiada de consulta
nos jornais. Também é uma possibilidade supor que a culinária portuguesa fosse a
alimentação do cotidiano da população menos endinheirada da cidade e fizesse parte de
estabelecimentos mais populares. No entanto, ficamos apenas no campo das suposições para
essas questões. O fato é que locais dessa referência não eram comuns nos anúncios dos
periódicos. De toda a forma, alguns indícios foram encontrados acerca da culinária
portuguesa.
Mesmo muitas vezes dissolvida em restaurantes de especialidades diversas, os
alimentos de inspiração portuguesa podem ser percebidos. O restaurante denominado Pension
Bourgeoise, destacava que servia “ceia à portuguesa”, sem identificar os pratos específicos.
Ao mesmo tempo, informava que ofertava “jantar parisiense”, “rabioli e tagliarini” (DIÁRIO
DO RIO DE JANEIRO, 21/02/1864, p. 3). O Restaurante Feliz Acaso identificava, no seu
anúncio, pratos ligados à culinária lusa, como “sarrabulhada à portuguesa e bife à portuguesa”
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 22/10/1876, p. 3). Podemos notar, também, que o Restaurante
Ypiranga oferecia, no seu menu, “papas à portuguesa, bacalhau e vinho verde d´Amarante”
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 10/05/1881, p. 4). No Resturante Lisbonense, a promessa era de
servir, nas quartas-feiras e sábados, “belas tripas à moda do Porto”; nas quintas-feiras e
domingos, “feijoada completa” (abordaremos este prato mais detalhadamente adiante); e
canja42 de galinha, todos os dias (O PAÍS, 15/11/1889, p. 3). A canja de galinha foi um prato
muito apreciado pelo Imperador D. Pedro II, que a tinha presente em seu cardápio diário e
também o hábito de consumi-la nos intervalos teatrais (CASCUDO, 2004; BELLUZZO,
2010a). É o mesmo caso de um restaurante situado à Rua Sete de Setembro, que, ao mesmo

42
A Canja que era frequentemente utilizada na alimentação de enfermos passou a ser um prato bem presente nos
restaurantes do Segundo Império (RENAULT, 1982). De acordo com Cascudo (2004) esta no Brasil se deve a
uma influência europeia. O autor destacou que “[...] essa notoriedade é herança da Europa conquistada pelas
canjas douradas, inarredáveis nas ceias aristocráticas, literárias e políticas, por todo o século XIX” (p. 573).
104

tempo em que comercializava pratos identificados com Portugal como “Buchas do Alto
Minho”, “Carapuças de Braga” ou “Granadas do Alentejo”43, também incluía nos seus
comerciais, preparados de alguma maneira um tanto exóticos e miscigenados, pelo menos no
nome, como o “russinho à baiana” (O GLOBO, 21/11/1881, p. 4).
Quando perscrutamos acerca dos alimentos produzidos nas confeitarias da cidade
fluminense, notamos uma ligação mais efetiva com Portugal do que pudemos verificar com os
restaurantes. Essa afirmação se constata, principalmente, a partir da grande quantidade de
anúncios que ofereciam empadas e pastéis, artigos de grande popularidade no país europeu.
Pelo que podemos perceber, através da bibliografia, esses preparados já faziam parte do
cardápio português, e acreditamos que foram trazidos por eles para o Brasil. Conforme
Menezes (2002, p. 560), “nos escassos registros culinários da época do descobrimento,
constatamos que, há 500 anos, o português rico já era bom de garfo, e para os padrões da
época, comia bem. De seu cardápio diário constavam ovos mexidos, pastéis de forno
recheados de carne, frango, ou pombo; empadões de pombo ou de codornas [...]”. Renault
(1978) também sinalizou que “nossa imaginação nos permite ver sobre a mesa os pudins
trabalhados e as empadas saborosas resultado de um artesanato originário de Portugal e
aperfeiçoado pela preta escrava” (p. 88). Em relação aos pudins, achamos poucas ocorrências
nas confeitarias e restaurantes, por isso não o contemplamos nesta tese, optando pelos
produtos com maior incidência nos dois espaços.
A variedade desses era grande. No caso das empadas, as mais comuns eram de
galinha, de palmito e camarão, as quais possuíam grande divulgação em todo o período
pesquisado (CORREIO MERCANTIL, 02/11/1850, p. 2). Já os pastéis mais tradicionais eram
os de ovos e nata, de carne (CORREIO MERCANTIL, 24/12/1850, p. 4), além dos
conhecidos pastéis de “Santa Clara” (CORREIO MERCANTIL, 19/05/1861, p. 3). Os
anúncios dessas iguarias eram os mais diversos, presentes em praticamente todas as
confeitarias. É possível identificar que não existia uma referência determinante para o que era
servido nas confeitarias. Até mesmo a Confeitaria e Pastelaria Francesa destacava que “fez
vir um oficial das primeiras casas de Paris tanto para pastelaria como para confeitaria”
(CORREIO MERCANTIL, 14/01/1858, p. 3), evidenciando que esses não estavam ligados a
uma origem étnica, mas, sim, se caracterizaram justamente por não ter uma identificação ou
por ser um emaranhado delas.

43
Para saber mais dos pratos típicos da culinária portuguesa ver Larousse da cozinha do mundo – Mediterrâneo e
Europa central (2005).
105

De fato, o que se pode perceber, principalmente na década final do Império, é que uma
culinária praticada na capital da Corte começava a criar laços com as questões nacionais e se
identificar com o Brasil. Num primeiro momento, não podemos declarar que se trata de uma
afirmação nacionalista, mas, aparentemente, que nos remete à criação de hábitos que ficaram
reconhecidos enquanto questões regionais brasileiras, fruto de uma formação extremamente
fragmentada, como é a do Brasil e, em especial, sua capital na época.
Nas fontes pesquisadas, notamos que uma primeira referência a um prato “à moda
brasileira” se deu no ano de 1880, quando o Restaurant Comercial ofereceu “leitão recheado à
brasileira”. Essa constatação pode nos ajudar a afirmar que características que estavam
relacionados aos hábitos culinários no Brasil identificavam, neste período, uma maneira
peculiar de cozinhar, praticada ao menos no Rio de Janeiro e que foi rotulada como brasileira
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 05/04/1880, p. 3). Infelizmente, não temos mais detalhes sobre a
preparação desse prato para que pudéssemos analisar mais minuciosamente a afirmação.
É marcante que, paralelamente a uma ascendente identificação nacional da culinária
oferecida na cidade, aspectos regionais brasileiros também começaram a ser divulgados a
partir da década de 1880. Um dos casos é do Restaurante Baiano, o qual anunciou na Gazeta
da Tarde de 09, de novembro de 1881, que “se acha funcionando com muita regularidade
desde o dia 05 do corrente” (p. 4). No anúncio, não percebemos nenhum prato específico, mas
é provável que o nome estivesse fazendo menção ao tipo de culinária servida no
estabelecimento. Esse fato pode ser comprovado em 30 de novembro de 1881 (p. 4), no
mesmo jornal que divulgou “Mocotó, nos domingos; Vatapá, nas terças e sábados; Feijoada,
nas quintas; e Caruru, às segundas e sextas-feiras”. O Mocotó, o Vatapá e o Caruru44 são
considerados pratos típicos da culinária baiana.
Todavia, existiam locais que faziam questão de mencionar as características regionais
em suas cozinhas. O Restaurante Estellita recorrentemente apresentava os seus pratos
tradicionais, fator diferencial, segundo eles: “pela primeira vez a boa e suculenta Moqueca.
Assim, cheguem, baianinhos, que as boas petisqueiras à moda de lá só aqui no Restaurante
Estellita que se encontram” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 03/09/1885, p. 4). Também o
“Vatapá” era destacado em outro anúncio, além de enfatizar que na sua cozinha havia “o que
há de bom, bem feito e picante” e valorizar a qualidade dos seus produtos, anunciando “todos
os dias uma iguaria à baiana de X.P.T.O., isto é, de comer, chorar e pedir mais” (DIÁRIO DE

44
O Caruru assim como a Moqueca são heranças indígenas no Brasil, mas que foram adaptados por outras mãos
dando origem aos pratos com estes nomes que conhecemos atualmente. O uso do dendê nestes de deve as
cozinheiras africanas (CASCUDO, 2004).
106

NOTÍCIAS, 04/09/1885, p. 4). A grande variedade de especialidades regionais do Estellita


continuava a ser manifestada, como o “apetitoso angu bem picante” e a “rabada à baiana”
(DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 05/09/1885, p. 4). O Restaurante Castellar também promovia o
seu mocotó, que, de acordo com o comercial, era “como se faz na Bahia” (O PROGRAMA
AVISADOR, 08/10/1887, p. 3).
Wätzold (2012) destacou que os diversos movimentos migratórios ocorridos no Brasil
têm suas raízes no significado da alimentação para a identidade cultural de um povo, e explica
que “a colonização, da mesma forma, deve ser entendida como migração, como a introdução
de escravos como migração forçada e as ondas migratórias caracteristicamente europeias no
século XIX e XX” (p. 92). Ainda aponta que a migração interna, principalmente pelas
diferenças regionais, também desempenharam um papel importante, como exemplo dos
imigrantes do nordeste que vieram para a capital do Império e mantiveram a sua cultura
regional. Aspectos esses que conseguimos visualizar nas fontes que foram e serão
apresentadas a seguir. Esses contribuíram também para o desenvolvimento de uma culinária
local a partir de diversas regionalidades que se fundiam na cidade mais importante do Brasil.
Mesmo que de forma mais tímida, foi possível perceber a aproximação das
confeitarias com a culinária regional brasileira antes mesmo dos restaurantes, já na década de
60 do século XIX. Em 1860, a Confeitaria do Leão anunciava “bolos45 de São João à moda de
Pernambuco” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 23/06/1860, p. 3). Lody (2002) indicou que
“crescentemente as comidas de milho, tradicionais do nordeste, vêm ampliando as opções
gastronômicas do São João no Rio de Janeiro” (p. 523). As celebrações de São João fazem
parte do calendário português e foi trazido por eles para o país. O milho é um dos alimentos
mais apreciados nessas festas, o que nos faz acreditar que os bolos de São João vendidos nas
confeitarias se tratavam, na verdade, de bolos de milho. Era noticiado “doce de caju seco de
Pernambuco” comercializado pela Confeitaria do Comércio em 1871 (DIÁRIO DE
NOTÍCIAS, 01/01/1871, p. 1). De qualquer forma, constatamos que esta aproximação aos
“temperos” regionais brasileiros foi um processo que envolveu tanto os restaurantes quanto as
confeitarias, não somente em relação aos pratos produzidos, mas também nos artigos
alimentícios comercializados que foram abordados no ponto anterior.
Foi possível perceber, com notoriedade, um prato que se apresentava em vários tipos
de restaurantes e, pela sua recorrência nos anúncios, é permitido afirmar que era uma das
receitas mais praticadas: a feijoada. Em que pesem as inúmeras versões e discussões acerca da

45
O bolo no Brasil surgiu por influência portuguesa (CASCUDO, 2004).
107

sua origem, o que nos interessa aqui é entender como esse prato se inseria nos restaurantes do
período investigado.
Câmara Cascudo (2004) destacou, em seu livro História da Alimentação no Brasil,
que a feijoada é o prato mais gloriosamente nacional do país e que esta é “[...] um modelo
aculturativo do cozido português com o feijão e carne seca iniciais” (p. 242). O autor ainda
apontou que o porco e seu consumo no Brasil foram inseridos pelos portugueses.
Para Freixa e Chaves (2009), é comum ler e ouvir falar que a feijoada era comida dos
escravos e que teve sua origem na senzala. No entanto, as autoras salientam que a comida de
escravos era pobre em nutrientes e que os europeus apreciavam e valorizavam partes do porco
como: orelha, rabo, língua, pé e miúdos, ou seja, itens presentes em uma feijoada. Elas
afirmaram que “quando e onde se fez pela primeira vez a feijoada completa é fato
desconhecido. Mas recortes de jornais da época mostram que o prato apareceu entre o final do
século XIX e começo do século XX no Rio de Janeiro” (p. 218).
Refutamos as indicações das autoras, pois temos evidencias da feijoada presente em
uma barraca na Festa de Nossa Senhora do Socorro, na Igreja de São Cristóvão, destacado
pelo periódico: “uma barraca, na qual, se achará bons petiscos, entre eles boa feijoada [...]”
(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 07/09/1839, p. 4). Neste mesmo sentido, também havia
uma casa de pasto na década de 1840 que já servia o prato.
É interessante verificar que, já na primeira metade do século, uma casa de pastos, que
anunciava a sua abertura, colocava a feijoada como destaque entre outros pratos (DIÁRIO DO
RIO DE JANEIRO, 30/07/1842, p. 4). Esse pode ser um indício de um conhecimento e gosto
pela iguaria, já que estava fazendo parte do menu de um local de alimentação que estava
inaugurando e procurava divulgar seus principais produtos, objetivando atrair o público. Além
deles, identificamos um anúncio no Folhinha das Flores (1858, p. 25), que apontou “[...] uma
bela feijoada com lombos, linguiças e cabeça de porco [...]”. O Jornal do Comércio, em 1866,
destacou “Para uma boa feijoada, orelhas de porco [...]” (14/08/1866, p. 3), o que reforça
ainda mais que a feijoada já era conhecida na Corte bem antes do que apontaram as autoras.
Em um banquete preparado para a futura eleição do Sr. Anselmo, o mesmo ordenou que “em
lugar de Haricots verts sautes, façamos a costumada panelada de feijão, conhecida pelo nome
popular de feijoada com cabeça de porco, mocotó e entrecosto salpresado. Isto é nacional e
democrático: deixemos de francezias” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 26/03/1872, p. 1).
Já inserido no nosso recorte e objeto, o primeiro anúncio de uma feijoada a que
tivemos acesso em um restaurante se deu no ano de 1862. O Restaurant Estrela do Rio
anunciava “uma bela feijoada todas as quintas-feiras, para que tem um bom cozinheiro
108

italiano” (JORNAL DO COMÉRCIO, 05/10/1862, p. 3). É possível, através de indícios,


inferir que esse era um prato que não deixou de ser ofertado e de ter uma considerável
predileção popular. Percebemos que essa era uma prática usual, já que o comunicado do
Restaurant do Thesouro destacava que “às quartas-feiras continuará a haver a saborosa
feijoada preparada com todos os seus pertences”. Outro indício de que o prato já era um
preparo consagrado é que, na mesma página do periódico, o Hotel do Triumpho exaltava:
“hoje a afamada feijoada” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 26/03/1879, p. 4). Constatamos, com
considerável convicção, que a feijoada já estava no círculo do comércio de alimentos no Rio,
mesmo que não possamos identificar mais claramente a data da sua inclusão nos restaurantes.
Outra verificação é que o prato circulava livremente por inúmeros tipos de
restaurantes, independentemente das suas vinculações culinárias. O Restaurante Estellita,
apontado como tradicional e que anunciava pratos baianos, também não deixava de oferecer
feijoada completa aos seus clientes (GAZETA DE NOTÍCIAS, 25/03/1885, p. 4). O
Restaurante Baiano, em meio ao seu reclame que noticiava “comida baiana de qualquer
qualidade”, destinava as maiores letras que divulgavam “angu 46 e feijoada completa”. Da
mesma forma, o Restaurante Rivas exaltava o seu chef “Panqueca, bem conhecido nas
principais cozinhas desta corte”, ao mesmo tempo em que divulgava, em letras garrafais,
“suculenta feijoada” (GAZETA DA TARDE, 13/07/1888, p. 3). Até mesmo o Restaurante
Lisbonense, em meio a sua divulgação de “tripas à moda do porto” ou “canja de galinha”,
também deixava em destaque a “feijoada completa” (O PAÍS, 15/11/1889, p. 3). Esses
exemplos ratificam nossa afirmação de que a feijoada circulava por diversos perfis de
restaurantes, assim como era elaborada por distintos cozinheiros. É impossível quantificar,
mas é plausível identificar que esse era um prato que tinha uma aceitação relevante, não
verificável com apenas uma camada social ou mesmo com um perfil de clientes. Pelos
indícios dos restaurantes em que ela foi encontrada, percebe-se que a feijoada serpenteava
entre diversos estabelecimentos que tinham, como foco, distintos tipos de clientes. O
tradicional prato passava pela cozinha regional brasileira, pelo chef reconhecido, assim como
pelo mesmo restaurante que elaborava especialidades europeias.
Por outro lado, também tivemos, pelo menos, duas oportunidades em que nos
deparamos com feijoada sendo comercializada em confeitarias. Ficou claro que o local
privilegiado do seu preparo e consumo em espaços públicos eram os restaurantes. No entanto,
em 1860, percebemos a confeitaria da Viúva Castagner, que oferecia, não só empadas, tortas,

46
O angu era um mingau mais consistente feito do milho (CASCUDO, 2004).
109

pudins e pratos sob encomenda, como peixes assados e a feijoada (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 15/06/1860, p. 4). Em 1865, a Confeitaria Braço de Ouro também ofertava
feijoada em conserva, entre outros pratos, especialmente àqueles que estavam de partida para
a Europa e que desejassem levar alguma lembrança do Brasil (JORNAL DO COMÉRCIO,
07/06/1865, p. 3).
Não nos cabe levantar essa discussão aqui neste momento, mas é interessante constatar
que a feijoada estava se tornando um prato referência da culinária brasileira 47. Assim como no
exemplo anterior, que indicava que aqueles interessados em uma lembrança do país poderiam
adquirir a feijoada, pudemos inferir em outra oportunidade que o prato estava, realmente,
ligado a uma representação da cozinha nacional. O periódico A Pátria de 17, de novembro de
1877, publicou um artigo em que discutia aspectos da Exposição Universal que se realizaria
em Paris no ano de 1878. Um dos pontos debatidos eram os cafés e restaurantes, um tanto
desorganizados de acordo com o texto, que poderiam ser mais úteis ao objetivo da exposição.
De acordo com o escrito, com a devida ordem, se faria estudos sobre as cozinhas de todas as
nações: “provar o cucussa dos árabes, o macarroni italiano, a olla-podrida espanhola, os
ninhos de andorinha da China, o rostbeef inglês e a feijoada brasileira, todas as suculentas
produções da cozinha francesa, etc” (A PÁTRIA, 17/11/1877, p. 3, grifos nossos).
Também identificamos, em algumas fontes, referência à feijoada como um prato
nacional consagrado. Conforme a Gazeta da Tarde (21/10/1880, p. 3), “O prato nacional, a
feijoada, é um manjar feito diluindo farinha de mandioca no caldo negro que se obtém,
cozinhando em muita água e com grande fogo o feijão preto com toucinho e um pedaço de
carne seca (carne secada ao sol)”. O Diário de Notícias, de 25 de dezembro de 1889 (p. 2),
trouxe uma apreciação sobre D. Pedro II. Tratava-se de um artigo publicado no jornal
português O Comércio do Porto sobre o ex-imperante brasileiro. Ele contemplava os
costumes e gostos do Imperador em família e em viagens. Em uma dessas viagens, o mestre
cozinheiro da embarcação no qual D. Pedro II se encontrava fez uma feijoada, “o prato
nacional brasileiro”. De acordo com o artigo, o Imperador comeu da feijoada com o mesmo
prazer que os russos encontravam no seu prato nacional, o chichi.
Outros pratos muito populares nos restaurantes do período oitocentista foram aqueles à
base de tartaruga, principalmente sopas, “fillets” e fricassés. É possível que a inspiração para
estes preparos fosse europeia, já que alimentos à base desse animal já existiam e eram comuns
no Velho Continente.

47
Para saber mais dos pratos típicos e receitas da culinária brasileira ver Chaves e Freixa (2007).
110

No entanto, não podemos descartar o gosto pelos pratos com tartaruga tradicionais do
norte brasileiro, que poderiam influenciar o que se fazia na Corte. De acordo com a Coleção
Cozinha Regional Brasileira (v. 19, 2009), na região norte, a sopa de tartaruga é considerada
um prato típico exótico, que tem se tornado cada vez mais raro devido ao seu caráter
predatório: “a tartaruga, hoje, é criada em cativeiro, e seu consumo voltou aos hábitos
alimentares amazônicos” (p. 22). Todavia, não se pode desprezar que existisse uma terceira
via, em que a culinária europeia teria influenciado fortemente os hábitos locais, mas não sem
adquirir traços próprios que seriam características da capital.
A exemplo do que acontecia com a feijoada, os pratos à base de tartaruga também
circulavam por distintos restaurantes e, pela regularidade de anúncios visualizados, tinham
uma aceitação bastante positiva. As iniciais manifestações nos trazem a iguaria servida por
estabelecimentos aparentemente refinados, que tinham um preço acima da média48, e que
faziam questão de colocar o preparado como destaque nos seus comerciais. O primeiro
anúncio verificado foi feito no ano de 1857 e destacava vários pratos e técnicas com a
utilização da tartaruga como ingrediente principal, como sopa, bife e fricandó, no restaurante
do Hotel des Fréres Provençaux (JORNAL DO COMÉRCIO, 08/12/1857, p. 4). No ano de
1877, a Gazeta de Notícias valorizava a sopa de tartaruga no Restaurant Rocher de Cancale,
ao valor de dois mil réis (GAZETA DE NOTÍCIAS, 21/05/1877, p. 2). No mesmo ano, o
Restaurant de Grand Hotel Des Princes servia sopa e fillet de tartaruga ao preço de dois mil e
quinhentos réis (GAZETA DE NOTÍCIAS, 21/08/1877, p. 1). Somente a título de uma rápida
comparação, o Restaurant Democrata anunciava sopa de tartaruga ao preço de quatrocentos
réis, no almoço ou jantar (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 22/11/1887, p. 1). Também existiam
alternativas intermediárias, como o Restaurant Francês, que divulgava sopa e filé de tartaruga
ao preço de seiscentos réis (GAZETA DE NOTÍCIAS, 11/12/1886, p. 3). De fato, preços bem
mais razoáveis que os anteriormente mencionados, mas com o mesmo prato anunciado, o que
nos induz a constatar que a iguaria era apreciada por pessoas de diferentes poderes
aquisitivos.
É interessante mencionar que o ingrediente principal para os pratos, ou seja, a própria
tartaruga, se obtinha através de extração local, como comprova o anúncio publicado em
setembro de 1886: “tendo aparecido há dias um grande número de tartarugas na nossa baia, o
proprietário do Restaurante do Melo convida os amadores a virem segunda-feira, 6 de
setembro, saborear uma excelente sopa e um bom fricandó de tartaruga” (O PROGRAMA

48
Para uma melhor compreensão dos preços na Corte, ver no primeiro capítulo da tese a página 59.
111

AVISADOR, 04/09/1886, p. 1). No caso dos pratos à base de tartaruga, não encontramos
nenhuma referência que ligasse sua produção às confeitarias.
O Mequetrefe, de 10 de janeiro de 1878 (p. 1), destacou o Rio de Janeiro como a
“cidade da feijoada e da sopa de tartaruga”, pratos bem disseminados durante o período
pesquisado, como concordamos, visto o grande destaque desses na imprensa local.
Com efeito, mesmo com prestígio diferenciado no que se refere à importância no
metier dos estabelecimentos, estava o sorvete, visto como um produto comum aos
restaurantes e confeitarias da época.
Na Corte, a fabricação do sorvete estava ligada diretamente à importação de gelo do
norte do continente americano, que era comercializado, geralmente, nas confeitarias da
cidade. Uma pequena crônica publicada no Diário do Rio de Janeiro, em 05 de novembro de
1853, bem demonstrou a importância da importação desse gênero, essencial no verão
fluminense: “A estação torna-se calmosa, que do mês de novembro em diante o Rio de
Janeiro sempre assim foi, e o gelo nos falta desta vez. Se não aparecer nenhum navio dos
Estados Unidos com este gênero de regalo e de necessidade, mal irão no presente ano os
bailes, soirées e reuniões” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 05/11/1853, p. 2). A publicação
ainda declarou que o gelo artificial tinha um custo muito alto, não acessível a qualquer um.
Um sorvete com gelo fabricado seria praticamente inviável, ao passo que a solução seria
enfrentar o calor, dizia o artigo.
No entanto, nos anos de 1863 e 1864, tivemos acesso a comunicados de venda de
sorvete feitos em uma máquina que também fabricava o gelo 49. “Máquinas para fazer gelo e
sorvete em poucos minutos”, diziam os anúncios. A engenhoca estava em exposição nas
confeitarias de João Gonçalves Guimarães, nas ruas do Ouvidor e Direita e, todos os dias, ao
meio dia em ponto, elas fabricavam sorvete em frente ao público (DIÁRIO DO RIO DE
JANEIRO, 30/12/1863, p. 3; CORREIO MERCANTIL, 01/01/1864, p. 3).
Causa estranheza a existência de máquinas de gelo, a priori, elétricas, na década de
1860 no Rio de Janeiro, salvo outra maneira de gerar esse produto sem a sua utilização. A
própria historiografia apresenta dados que divergem dessas informações. Gastão Cruls (1952)
sublinha que os primeiros ensaios da eletricidade apontam para o período final do Império,
sendo que apenas em 1891, em algumas ruas centrais como Ouvidor, Quitanda e Ourives, a
49
Henrique Leiden, proprietário de uma das fábricas de cerveja da cidade, foi um dos pioneiros da Corte a
fabricar o “gelo artificial”. Com isso, pôde oferecer sorvete durante todo ano na sua cervejaria. Pelo decreto de
14 de outubro de 1862, Leiden, depois de grande debate público, recebeu o privilégio de explorar o mercado de
gelo. Nesse ano, fizera várias demonstrações na Escola Central, contando com a presença de deputados,
senadores e negociantes (CORREIO MERCANTIL, 15/08/1862, p. 1).
112

iluminação à gás já havia sido substituída pela elétrica. Da mesma forma, o autor destaca que,
em 1892, à Rua Dois de Dezembro, uma usina de eletricidade foi montada por iniciativa da C.
F. Carril Jardim Botânico e possibilitou que o primeiro bonde elétrico realizasse o seu
itinerário do Flamengo ao Centro.
Divergindo ainda dessa informação, Renault (1982, p. 213) apontou que, em 1887,
houve a primeira experiência para a introdução da energia elétrica na cidade, empregada em
transporte, onde um bonde movido por “tração elétrica sistema Julien” descarrilhou no Largo
da Carioca, tendo o Conde d´Eu e alguns ministros como ilustres passageiros. Até mesmo o
site do Centro da Memória da Eletricidade no Brasil depõe que foi somente em 1879 que
houve, pela primeira vez, a geração de energia elétrica por meios mecânicos no país.
Contraditoriamente a essas informações, os periódicos fluminenses demonstraram
indícios de que a existência de eletricidade na cidade já era uma possibilidade. Para além do
funcionamento de máquinas de fazer gelo na década de 1860, que são fortes sinais da possível
geração de energia elétrica, percebemos vestígios que nos levam a acreditar ainda mais
vigorosamente nessa hipótese. Em 07 de setembro de 1876, o jornal O Globo publicou a
programação para o aniversário da independência do Brasil, que seria promovida no Hotel
Des Princes. Ao final, o anúncio de um dos principais atrativos: “Entre a luz elétrica
aparecerá a sombra do príncipe do Grão Pará” (O GLOBO, 07/09/1876, p. 4). Outro indício
ainda mais evidente foi feito no ano de 1878, pelo Ao Chalet Restaurante Campestre que se
localizava em frente ao portão do Jardim Botânico. O estabelecimento indicava que, após as
corridas realizadas no prado nos festejos de São João, lá haveria música, luz elétrica, fogo de
bengala e grande concerto ao piano (O CRUZEIRO, 23/07/1878, p. 4). Em 24 de fevereiro de
1888 (p. 1), O País sinalizou que a Confeitaria da Liberdade inaugurou, no dia anterior, nova
iluminação pela luz elétrica. Podemos inferir assim, que cada ambiente, ao longo do tempo,
foi fazendo o uso da luz elétrica de acordo com suas possibilidades e necessidade.
Certamente, não podemos afirmar peremptoriamente que gelo artificial produzido com
eletricidade já existia na cidade, mas temos fortes indícios que nos levam a acreditar que isso
seria possível, provavelmente por geradores particulares.
113

Fonte: O CRUZEIRO, 23/07/1878, p. 4.

A importação do gelo para a fabricação dos sorvetes era, em muitas oportunidades, um


problema. Além de ser uma atividade cara, que envolvia a necessidade de grandes volumes
para armazenamento e tempo para transportar, já que vinha via transporte marítimo do norte
dos Estados Unidos, também era uma ação que considerava um relativo risco, e que ameaçava
o fornecimento do gênero para o Rio de Janeiro.
Foi possível apontar um desses casos, relatado no periódico Correio Mercantil, em 22
de novembro de 1853. Em um anúncio, Antonio Francioni, que se intitulava como o
sorveteiro de Suas Majestades Imperiais, proprietário da confeitaria situada à Rua Direita no.
9 (atual Rua Primeiro de Março), informou que sofreu um substancial prejuízo, visto ter o seu
navio, que servia de depósito de gelo, sofrido avarias, tendo três cargas do produto no seu
interior que se extraviaram. Explica, portanto, que a falta de gelo dos últimos dias se deveu a
esse transtorno. Por esse motivo, o comerciante adquiriu uma nova embarcação e afirmou
que, brevemente, o fornecimento seria regularizado com a chegada de várias cargas de uma
das matérias primas do sorvete. Ao mesmo tempo em que fez uma convocação a população
para que consumisse os seus produtos, sinalizou firmemente: “de hoje em diante haverá
sempre sorvetes na mesma casa” (CORREIO MERCANTIL, 22/11/1853, p. 3).
De fato, é possível perceber pelos anúncios das confeitarias e dos restaurantes que o
sorvete era um item com uma considerável demanda. Inúmeros estabelecimentos destacavam
nos seus reclames o produto enquanto um gênero comercializado. O próprio Antonio
Francioni, sempre se intitulando como sorveteiro de Suas Majestades Imperiais, anunciava
uma série de serviços que sua confeitaria prestava, já no ano de 1850. Além dos atendimentos
possíveis realizados por sua empresa, como fornecer artigos para festas e bailes, como
alimentos e pratarias, faria um desconto de 20% no preço dos sorvetes caso o cliente
114

contratasse o pacote completo (CORREIO MERCANTIL, 05/02/1850, p. 2). A confeitaria do


Sr. Francioni, aparentemente, era um espaço dirigido às mais altas classes da Corte e tinha no
sorvete um dos seus principais produtos. Conjuntamente com os anúncios dos demais da
capital fluminense, é possível inferir que, em 1850, o consumo da iguaria já estava
consolidado.
No entanto, pudemos verificar os mais diversos comunicados de venda de sorvete
durante todo o período investigado. Em 1851, a Confeitaria Castelões já recebia encomendas
de gelo e sorvete (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 24/12/1851, p. 4), assim como, em 1871,
havia um estabelecimento denominado Confeitaria, Café e Sorveteria, que, além do anúncio
de vários confeitos, era dado destaque aos “sorvetes a toda a hora” (PERIÓDICO
CARICATO, SÁTIRICO E POPULAR, 1871, nº 46, p. 7).
Merece ênfase, o fato de os restaurantes também adotarem o sorvete como um
alimento diferenciado. É possível constatarmos que o alimento era preparado no interior
desses, assim como nas confeitarias, já que não existiam produtos industrializados do gênero.
O Restaurant Bons-Amigos, em 1853, relatava que, após as sete horas da noite, servia belos
sorvetes (O GLOBO, 01/06/1853, p. 3), assim como o restaurante, situado à Rua do Ouvidor
no. 107, valorizava o seu cardápio, onde declarava que “o dono tem para oferecer tudo quanto
pode desejar um paladar delicado, quer de bebidas, quer de comidas, sem exceção do sorvete
e coisas geladas” (CORREIO MERCANTIL, 01/06/1855, p. 3). Esses anúncios eram
cotidianos tanto no período imperial quanto com a proximidade do século XX, como
comprova, em 1890, o comercial do Hotel e Restaurant Riachuelo que, entre outros detalhes,
comunicava que todos os dias havia frutas e sorvetes naquele local (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 07/12/1890, p. 6).
Além de todos os já mencionados alimentos comercializados nas confeitarias,
pudemos identificar também uma que se denominava “alemã”. No seu anúncio, apenas
destaque para produtos comuns a esses tipos de casas comerciais, como caixinhas de
presentes, tortas e finos doces (CORREIO MERCANTIL, 31/12/1856, p. 3). Mesmo sem uma
vinculação aparente com a culinária germânica, a Confeitaria Paschoal publicou, em julho de
1878, uma série de itens da confeitaria teuta, como “pfannenkuchen”, “butterkuchen” e
“streuselkuchen50”, mais uma vez ratificando o grande hibridismo da culinária na cidade
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 14/07/1878, p. 6).

50
Em uma livre tradução: panqueca, bolo de manteiga e bolo de açúcar. As “kuchen” são bolos tradicionais
alemães que se adaptaram ao Brasil, tanto com relação aos ingredientes quanto a própria nomenclatura.
Principalmente na região sul do país, são muito tradicionais e chamados de “cuca”, um aportuguesamento de
115

Os restaurantes e confeitarias da capital oitocentista não podem ser rotulados nem


simplificados. Uma complexa conjuntura permitiu que esses locais de alimentação se
desenvolvessem e assimilassem diferenças e especificidades de um Brasil miscigenado. Essas
características estavam presentes tanto nos próprios lugares de fabricação e comercialização
quanto nos eventos promovidos por eles, como veremos a seguir.

2.3 As festas organizadas por restaurantes e confeitarias

O serviço de organização de festas e demais confraternizações, proporcionado tanto


pelos restaurantes quanto pelas confeitarias, merece destaque. Esse metier dos
estabelecimentos também representava uma parcela significativa das suas atividades e sua
análise pode ser interessante para que possamos compreender mais detalhadamente as
características e demandas referentes à alimentação na Corte.
Pudemos perceber casas comerciais atuando e promovendo diversos tipos de eventos.
Entre os restaurantes, constatamos que as atividades eram realizadas, essencialmente, no
ambiente dos próprios espaços. Essas poderiam ser festividades que comemoravam datas
especiais de clientes, como o anúncio destacado na Gazeta de Notícias, de 16 de junho de
1877 (p. 4), em que “um artista” relembrava os seus colegas e amigos sobre o déjéneur e
diner em comemoração ao seu aniversário que seria promovido no Restaurant do Teatro São
Pedro de Alcântara.
Mais comuns eram as promoções organizadas pelo Restaurant Campestre, que
divulgava uma série de refinados atrativos nas suas denominadas “Festas Campestres”. Ele se
localizava em frente ao portão do Jardim Botânico e aproveitava os seus anúncios para exaltar
as peculiaridades das suas celebrações, destacando características como um “extraordinário
concerto, executado por dois hábeis pianistas” e demonstrações ao piano de “valsas,
quadrilhas, etc”. Além desses atrativos, outros estímulos eram comunicados como a
“iluminação a giorno51”, “fogos de bengala52”, além dos já consagrados “sorvetes de diversas
frutas” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 10/02/1878, p. 6), ou, ainda, uma “excelente banda de
música” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 20/06/1878, p. 6).

“kuchen” e se constituem, geralmente, de uma base de massa doce com coberturas de diversos tipos que podem
variar desde o tradicional “streusel”, que é uma espécie de mistura de manteiga, açúcar e farinha de trigo até
frutas e doces, dependendo da criatividade da confeiteira.
51
Uma iluminação muito clara como o dia (a giorno).
52
Fogos de artifício que ardem sem ruído, produzindo luz de várias cores.
116

O Restaurant Campestre organizava eventos também em dias festivos, como no dia de


São João. Presume-se que os frequentadores das corridas de cavalo significavam uma
expressiva fatia dos clientes da casa, já que o estabelecimento prevenia os interessados “para
festejar São João, grande e esplêndida festa campestre, depois de terminadas as corridas no
Prado”. As atrações expostas eram a música, luz elétrica, um símbolo da modernidade e do
avanço tecnológico, assim como fogo de bengala e concerto ao piano (O CRUZEIRO,
23/06/1878, p. 4). Também eram comuns anúncios de baile no mesmo restaurante (GAZETA
DE NOTÍCIAS, 11/01/1879, p. 2).
Não obstante, percebemos que a casa verdadeiramente especializada no fornecimento
de gêneros e promoção de festividades eram as confeitarias, que tinham uma participação
muito destacada nesse ramo comercial. As confeitarias estavam praticamente fundidas na vida
social fluminense, notadamente das camadas mais privilegiadas que contratavam os seus
préstimos. O trabalho dessas casas em eventos sociais era frisado nos periódicos da cidade
como um atestado de competência. Uma boa festa não poderia deixar de contratar um
renomado buffet preparado por uma confeitaria.
Aparentemente, mencionar o nome da confeitaria poderia dar credibilidade ou um
status diferenciado ao evento. Uma festividade de sucesso rendia créditos tanto ao promotor
quanto ao fornecedor que divulgava seu nome e endereço. Foi o caso de uma comemoração
promovida pelo Club Gymnástico Português, divulgada pela Gazeta da Tarde, em 03 de
novembro de 1884. Em meio a muitos elogios, a comemoração, tida como “esplêndida” e
“agradável”, recebia exaltações pelo periódico que sublinhava: “foi uma festa como poucas
que deu ante ontem esta importante sociedade”. Complementava com a declaração: “o serviço
de buffet foi profuso, tendo-se encarregado dele os Srs. Costa & Nunes da Confeitaria São
João, à Praça da Constituição nº 30” (GAZETA DA TARDE, 03/11/1884, p. 2).
Da mesma forma, um banquete realizado no Paço Imperial, oferecido pelos Srs.
Vereadores ao conselheiro Ferreira Vianna, ministro da justiça, em homenagem ao seu
aniversário, onde estiveram presentes muitas autoridades do Império - mais uma vez o serviço
de buffet foi mencionado pelo jornal: “o serviço de mesa foi excelente e fornecido pela
Confeitaria Imperial, antiga Casa Carceler” (O PAÍS, 12/05/1888, p. 1). É o mesmo que
aconteceu no Derby Club do Rio de Janeiro, em agosto de 1888, na ocasião de uma reunião
promovida onde muitas atrações fizeram o sucesso da festividade. Entre elas, havia fogos de
artifício, bandas de música, além da presença de Suas Majestades Imperiais e da boa mesa,
como atesta a Gazeta da Tarde: “o serviço que era magnífico foi fornecido pela Confeitaria
do Leão, dos Srs. Costa Lime & C. que mostraram ontem quão justos são os créditos que goza
117

sua casa” (GAZETA DA TARDE, 25/08/1888, p. 1). Havia anúncios que, além do nome da
confeitaria, ainda publicavam o menu completo, o que pode ser uma tentativa de ratificar o
refinamento e a qualidade dos serviços prestados53.
Outro atestado dos reconhecidos e refinados serviços prestados pelas confeitarias
fluminenses foram os comentários acerca de um dos mais conhecidos acontecimentos do fim
do período Imperial, o Baile da Ilha Fiscal54, famoso por representar a última grande festa da
monarquia. No imponente evento, o fornecimento de gêneros alimentícios ficou a cargo da
Confeitaria Paschoal, que foi destacada inúmeras vezes pela imprensa da época, como pela
Gazeta de Notícias, de 11 de novembro de 1889, declarando que “as duas mesas em ferradura
ostentavam o riquíssimo serviço da Casa Paschoal”. Deveras, essa ostentação se comprovava
quando algumas descrições das mesas se apresentavam: “seguiam-se alternadamente peças
inteiras de caça e de peixe, entre as quais ficavam enormes castelos armados em açúcar, de
mais de um metro de altura, em cujos terrões as bandeiras chilena e brasileira guardavam
delicadíssimos bombons” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 11/11/1889, p. 1).
Os periódicos convergiam nos elogios. O Novidades, ao mesmo tempo em que
declarava que o Baile da Ilha Fiscal “foi uma suntuosidade”, ou, como se poderia afirmar sem
exagero, que jamais havia se realizado outra festa como aquela no Rio de Janeiro, também
exaltando a qualidade do buffet, que chamava de “magnífico” (NOVIDADES, 11/11/1889, p.
2). Também, o Cidade do Rio sublinhou enfaticamente: “seria uma falta de consideração ao
trabalho inteligente e ativo se na nossa folha não déssemos os parabéns a casa Paschoal pelo
festim verdadeiramente pantagruélico (pela suas dimensões), realizado na noite de 9”
(CIDADE DO RIO, 13/11/1889, p. 2). Ratificava, ainda, a Gazeta de Notícias, exaltando a já
consagrada fama da confeitaria: “pela qualidade do serviço, via-se logo que o fornecedor foi a
casa Paschoal” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 07/12/1889, p. 1).
De fato, restaurantes e confeitarias tinham uma ampla área de atuação que, muitas
vezes, divergia com sua especialidade e função. Em outras oportunidades, essas mesmas casas

53
Um exemplo pode ser constato na ocasião da publicação de comentários sobre as festividades de aniversário
da Sr. Adelina Queiroz, que comemorou, em sua residência em Vila Isabel. O periódico registrou que “o serviço
de buffet foi magnífico, de forma a fazer honra à conhecida Confeitaria Cailtau como poderá imaginar-se pelo
seguinte menu: Buvette: Grenadine, Orgeat, Punch au Rhum, Bières. Vins: Porto, Xerès, Madères; Liqueurs:
Eaus des Seltz, Sandwichs variés. Service au salon: premier, Glaces moulées assorties; gaufres à la vanille;
deuxième, Thé vert, noir et lait, plateau monté, gateaux des Savoie, pams grilés assortis; troisième: punch au
champagne et à la chinoise, merengues à la vanille. Quatrième: souper au buffet: consommé à l´anglaise, poison
flu à la bordelaise, fillet de boeuf sauce chambord, chaux-froix de perdreaux, galantine de macuco à l´industrie,
jambom d´York decoré, salade à la parisienne, d´indonneaux truffé et a la brésilienne, pouding à la diplomate,
macedoise de fruits à la gelée, dessert assorti: quintiéeme, chocolate à la vanille et pain d´araruta. Vins: Xerés,
Madére, Chateau Yquem, Bordeuaux, Bourgagne, Champagne, Porto vieux, Liqueurs, Cognac, etc.” (DIÁRIO
DO COMÉRCIO, 22/09/1890, p. 2)
54
Mais informações sobre o “Baile da Ilha Fiscal”, ver Malerba, Heynemann e Rainho (2014).
118

convergiam, como no fornecimento de refeições, cada qual com suas características. Na


situação de coordenação de festas ou de eventos em geral, mesmo que tenhamos observado
que ambos estivessem inseridos nessa especialidade, ficou claro que as confeitarias tinham
uma presença muito mais efetiva que os restaurantes, além de realizarem esses fora de suas
instalações.
A presença dos buffets organizados pelas confeitarias fornecia muito mais que
confeitos às festas da Corte. Como pudemos verificar em parte, esses empreendimentos eram
os responsáveis pela preparação de refinados cardápios que se constituíam em parcela
importantíssima das celebrações fluminenses. Se no âmbito do seu funcionamento, no interior
do espaço físico dos seus prédios na cidade, os serviços prestados eram mais restritos e havia
confeitarias de diferentes perfis para distintas camadas sociais, o serviço de organização de
buffets era muito mais selecionado e cabia a celebrados empreendimentos à promoção de
refinados menus degustados por quem pudesse custeá-los.
A valer, os restaurantes e confeitarias representavam a sua época e a própria essência
da cidade: um local miscigenado, com diversas influências e identidades que aqui se fundiam
e se confundiam. A capital fluminense, enquanto principal cidade do Brasil, era o espaço de
convergência de sotaques e gostos que faziam a culinária local e ajudavam a conceber a
cozinha brasileira a partir, justamente, dessa complexidade.
Todavia, a Corte era um ambiente de intensa sintonia com o pensamento moderno e
procurava se encaixar nas tendências mundiais. Isso, por sua vez, incluía toda uma estrutura
de lazer, diversão e entretenimento, onde os restaurantes e confeitarias eram integrantes
prestigiados e cada vez mais valorizados. Enfim, o Rio de Janeiro era o palco para todo esse
desenvolvimento, onde a característica principal era a pluralidade e a miscigenação que deram
origem a um caso único.
119

Capítulo 3

Alimentação e saúde: novas preocupações

O século XIX, a segunda metade em especial, foi um período de intenso debate


científico, algo que se espraiou e influenciou os mais diversos âmbitos e pôde ser sentido no
cotidiano fluminense entre outros, desde o que tange aos tratamentos médicos, passando por
reformas urbanas e atingindo a alimentação. Se a cidade se moldava cada vez mais motivada
por um conjunto de ideias que estavam embebidas em princípios modernos, novos rumos
eram necessários também nas práticas alimentares que se apresentavam vinculadas a esse
contexto.
Restaurantes e confeitarias estenderam a sua atuação, enquadrados em um ambiente
que envolvia toda a capital do Império. Os estabelecimentos dilataram a sua função de
espaços de nutrimento, lazer e entretenimento, para adotarem, também, o papel de provedores
ou comerciantes da saúde pública, cada vez mais relacionada aos alimentos.
Conforme Sandra Pesavento (2002), de pacata povoação colonial, o Rio de Janeiro
exibia, especialmente a partir do terceiro quartel do período oitocentista, os efeitos de um
crescimento progressivo, cuja transformação se dava por acréscimos. Limpeza pública,
transporte, segurança, moradia e alimentação eram exigências de uma urbe que respondia às
necessidades do seu status.
Esse também foi o momento de um maior refinamento dos costumes. Em nome da
“etiqueta” e da “civilidade”, começou-se a normatizar dos grandes aos pequenos detalhes da
vida cotidiana:

O guardanapo substituiu o lenço durante as refeições; o garfo deixava, aos poucos,


de ser utilizado exclusivamente para tomar sopa (...). Os pratos são trocados com
maior regularidade (de preferência a cada nova refeição), e a faca é introduzida para
cortar carnes previamente trinchadas (...). Além disso, estabelece-se de maneira mais
precisa o uso da faca, em virtude da sua associação com a morte e o perigo, que
sugeriam, sempre, os atos pouco sólidos e controlados. É também comum, neste
contexto, a reprimenda àqueles que insistiam em limpar os dentes com tal objeto
cortante. “Tudo em nome da civilização”. (SCHWARCZ, 1998, p. 195-196)

Acontece que “ser civilizado”, com “bons modos”, não se resumia somente a uma
maneira de se portar à mesa. O refinamento necessário ao cidadão, o hábito evoluído, também
consistia no ato de se alimentar baseado nos preceitos da época. Era indispensável o
conhecimento sobre as boas maneiras, mas, da mesma forma, se deveriam consumir os
120

alimentos recomendados e indicados pela ciência. Restaurantes e confeitarias passaram a se


adaptar a essas necessidades, fornecendo, ou pelo menos oferecendo aos seus clientes, os
“mais saudáveis alimentos”, recorrentemente legitimados pelas maiores autoridades no
assunto: os médicos.
O Estado, por sua vez, tinha uma função destacada de fiscalização e desenvolvimento
de uma legislação que compactuasse com esses princípios. Era o responsável por mediar as
contradições de uma urbe insalubre e muitas vezes doente, com ideias que valorizavam a
higiene e novos usos excêntricos aos fluminenses. Entre a cidade almejada e a real, existia a
legislação e a fiscalização.
Outra questão, que concatenava os estabelecimentos de alimentação com a saúde
pública, era uma adversidade crônica comum às grandes concentrações populacionais do
século XIX, que cresciam descoordenadamente: os incêndios. Se este era um mal que afetava
a todos, era um perigo iminente aos restaurantes e confeitarias. De fato, sinistros do tipo eram
muito comuns na capital oitocentista e se conformavam em verdadeiros problemas.
Enfim, esses estavam inseridos em um contexto que lidava com questões muito mais
amplas que apenas o sabor da comida. Ao abordarmos esses espaços, analisamos, também,
uma conjuntura que se apresentava bem mais variada que o nutrimento. Ou, ainda,
diferentemente, estamos dando uma complexidade ao alimento, quando o percebemos como
algo muito mais diverso que o provedor nutritivo do corpo e entendendo-o como o resultado
de um conjunto grande de ideias.

3.1 Higiene e controle sanitário

O século XIX foi um período onde as questões relacionadas à saúde efervesciam em


um cenário de intenso debate no âmbito científico. A higiene, por esse lado, foi um dos
princípios que se tornaram fundamentais e indispensáveis, onde ambientes ligados à
alimentação, como restaurantes e confeitarias, tiveram destacada importância.
Conforme a pesquisadora Gisele Machado (2011), “o Rio de Janeiro do século XIX era
a personificação da insalubridade” (p. 7). A autora aponta que um dos principais transtornos
desta época se devia à existência de pântanos, ricos em compostos de substâncias animais e
vegetais em dissolução e que, em contato com o clima quente, entravam em putrefação dando
origem a gases nocivos à saúde. Além disso, a própria geografia da cidade, cercada por
morros, era outro agravante, pois dificultava a passagem do ar. “Para os higienista eles
impediam a circulação de ar e a entrada de ventos saudáveis” (MACHADO, 2011, p. 10).
121

Carvalho (2015) destaca que o pensamento higienista chegou ao Brasil, em 1808, com a
Corte portuguesa e se perpetuou durante todo o século, sendo, muitas vezes, vinculado a atos
de civilidade necessários a uma nação em desenvolvimento. A medicina, com o seu discurso,
legitimava práticas que justificavam mudanças na ordem pública, onde a saúde tinha causas
sociais. Combater essas enfermidades era uma necessidade.
Esse pensamento, que na Europa foi essencial para uma remodelação urbana, também
influenciou o Rio. Contudo, foi na década de 1860 que esses critérios foram determinantes
para as transformações e ordenações da capital. Esse decênio inaugurou grandes
reorganizações e um novo período na história do saneamento da cidade, como aponta
Machado (2011). O discurso relacionado à higiene teve grande influência nas ações para a
melhoria das condições sanitárias desta urbe. Carvalho coloca que:

Mais do que isso, o discurso formulado e fortalecido no século XIX, que defende a
higiene e rejeição das heranças coloniais como solução para o alcance da civilização
avançada, resultando na "evolução da sociedade”, foi recuperado e apropriado no
início do século XX para legitimar suas propostas. A abertura de largas e extensas
avenidas nas áreas mais degradadas e mais vulneráveis da cidade viabilizou a
"limpeza" não só da urbe carioca, mas também da população; excluiu e afastou a
população pobre trabalhadora da valorizada e remodelada área central. (2015, p. 13)

Tentando reverter os problemas de higiene e saúde, os médicos entraram em cena para


alterar esse mórbido quadro. As soluções propostas por eles eram de ventilação, iluminação e
limpeza. Dentre as medidas adotadas, podemos destacar: a construção de casas saudáveis e
livres da umidade, alargamento das ruas, abertura de ruas e praças, rede de esgotos, coleta de
lixo, canalização de rios, aterramento dos pântanos, demolição de morros, regras higiênicas e
fiscalização para matadouros e mercados, além da construção de fontes e chafarizes. Enfim,
uma completa transformação do urbano, da habitação e da forma de habitar. (MACHADO,
2011; CARVALHO, 2015)
Uma das modificações necessárias foi o recolhimento e descarte dos resíduos. Na
primeira metade do século, o lixo era coletado três vezes por semana em carroças a cargo de
escravos libertos. No ano de 1847, começou a coleta diária e dupla, pela manhã e tarde, na
área central fluminense (RIOS FILHO, 2000). Machado (2011) destaca que, desde 1850, a
Câmara Municipal já discutia a necessidade de se conceber um local mais apropriado e
distante para receber o lixo. O vereador e médico, José Pereira Rego, foi designado para
indicar qual seria o melhor lugar para a criação de um depósito sanitário. Este apontou que o
mais apropriado era a Ilha de Sapucaia, localizada na Baía de Guanabara e afastada do
aglomerado urbano. Essa foi apenas uma solução paliativa, já que “desse período até os dias
122

atuais, o lixo da cidade passou a ser despejado nos subúrbios e periferias da cidade,
transferindo os problemas do despejo do lixo da área central para as regiões populares
periféricas, desaparecendo com o problema das vistas da burguesia” (MACHADO, 2011, p.
7).
Os dois últimos quarteis do período oitocentista remodelou o Rio de Janeiro e
procurou enquadrar a capital mais importante do Brasil em um parâmetro condizente com a
sua relevância. O fornecimento de água, que era realizado por um sistema de distribuição em
chafarizes e bicas, em 1840, começou a ser ofertado por um serviço de abastecimento das ruas
no perímetro urbano, por meio de carroças com pipas, que persistiu até depois das reformas
feitas por Pereira Passos. Em relação à canalização dos esgotos, as primeiras experiências
para a sua efetivação foram no ano de 1855, sendo que o ano de 1864 foi marcado pelo
término do sistema de encanamento de dejetos do primeiro distrito. (NEEDELL, 1993; RIOS
FILHO, 2000)
Contudo, de acordo com Abreu (2013), a partir do Segundo Reinado, a capital do
Império passou por diversos “surtos” de industrialização que acarretou, não apenas na
multiplicação de fábricas, mas também em um crescimento populacional acelerado devido ao
grande afluxo de imigrantes estrangeiros que, com o fim da escravidão, passaram a ser mão de
obra empregada na atividade cafeeira e, posteriormente, na industrial. Esse aumento
populacional proporcionou graves problemas, “pois levou ao adensamento ainda maior dos
cortiços e ao recrudescimento das epidemias de febre amarela que assolavam a cidade
periodicamente” (ABREU, 2013, p. 57).
Temerosos com as questões de higiene e salubridade, o Estado promulgou, em 9 de
dezembro de 1882, um decreto que isentava impostos e concedia benefícios às industrias que
construíssem “casas populares higiênicas” para seus operários. Essas deveriam ser elevadas
do solo, com boa circulação de ar e dispor de fossas. Em 8 de fevereiro de 1888, o Decreto do
Legislativo concedeu isenções de impostos sobre importação de materiais de construção e a
concessão de terrenos e edifícios às instituições que construíssem casas com preços
acessíveis. No final do Império, em 1889, foi criada a Companhia de Saneamento do Rio de
Janeiro, cuja função era averiguar as concessões do decreto anterior. Essas iniciativas foram
importantes, mas não suficientes. A população mais pobre ainda se encontrava concentrada
em cortiços na região central, situação que começaria a ser modificada logo no início do novo
século, com o deslocamento dessa para outras áreas. (ABREU, 2013)
Segundo Renault (1978), “a vida social do fluminense contrastava com as condições
sanitárias e higiênicas da cidade” (p. 82). Apesar de iniciativas adotadas desde a chegada da
123

nobreza portuguesa, os hábitos de higiene demoram a se desenvolver. Em relação à


alimentação e estabelecimentos associados a ela, o autor destaca que o Serviço de Higiene
Pública não fiscalizava com rigor os gêneros alimentícios de primeira qualidade, como, por
exemplo, o abastecimento de carne. Este produto nem sempre apresentava condições de
consumo.
Os restaurantes e confeitarias estavam inseridos nesse complexo contexto de
higienização da capital brasileira. Com uma legislação eminentemente criteriosa e a
valorização ascendente dos aspectos de salubridade, esses eram locais privilegiados para a
normatização e fiscalização sanitária.
Desta forma, para além de uma valorização da própria culinária e da qualidade e sabor
dos gêneros e pratos comercializados por ambos, havia uma característica que
progressivamente se destacava nos anúncios publicados nos periódicos da Corte, o asseio, que
também poderia ser lido como sinônimo de higiene. Esse era um aspecto muito evidenciado
nas propagandas quando os espaços intencionavam se diferenciar. A qualidade dos serviços
prestados estava associada à limpeza do local que, pela recorrência das publicações,
entendemos que era um fator positivo que distinguia os melhores estabelecimentos da capital.
Comunicados que ressaltavam características vinculadas à higiene eram comuns, como:
“o serviço será feito com toda pontualidade e asseio possível” (CORREIO MERCANTIL,
29/08/1861, p. 4), “asseio, prontidão e grande modicidade em preços” (GAZETA DA NOITE,
10/06/1879, p. 4) ou, ainda, “conforto, asseio e prontidão” (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
21/06/1865, p. 4), eram expressões regulares nos reclames nesses períodos. Essa
especificidade pode ser bem visualizada no anúncio do Restaurant da Candelária, publicado
n’O País, em 22 de novembro de 1885 (p. 8), que recomendava esse ambiente pelas
“excelentes condições higiênicas em que se acha”. A boa situação do restaurante foi
complementada por outros atributos positivos, como uma generosa ventilação, e “decência”.
Além desse, o Restaurant Ouvidor sinalizava: “garantindo em tudo asseio e limpeza” (O
TEMPO, 06/06/1888, p. 4).
124

Fonte: O País, 22/11/1885, p. 8.

As confeitarias, assim como os restaurantes, também destacavam esses aspectos em


seus anunciados, como a Confeitaria Familiar, que frisava que seus fregueses serão “servidos
com todo esmero e asseio” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 05/02/1880, p. 4). Todavia, esse fato
não era tão constante como nos restaurantes, que dificilmente divulgavam um estabelecimento
sem fazer menção a este adjetivo.
Parte desse destaque associado ao asseio, provavelmente, também se devia a uma
legislação que se desenvolvia e via as questões higiênicas cada vez com mais importância,
além de legitimar a fiscalização a essas ações. Era a materialização de ideias relacionadas à
limpeza, que ganhavam força através de regulamentos que as sustentavam. Grande parte
dessas normatizações partia dos Códigos de Posturas e de Editais publicados. Estes
documentos também determinavam o que se esperava dos cidadãos em termos de civilidade e
bom convívio a partir dos interesses governamentais de manutenção da ordem e da disciplina.
Isto é, a adoção de comportamentos que não colocassem em risco a nação, o progresso e a
estabilidade. Dessa forma, a legislação procurava disciplinar as ações dos fluminenses, assim
como estabelecer regras para os empreendimentos comercias, o que incluía, evidentemente, os
restaurantes e confeitarias, tão populares na capital brasileira, especialmente nas décadas
finais do século XIX.
A Câmara Municipal da Corte tratava-se de uma corporação administrativa, responsável
por regular a fiscalização, a economia, a urbanização e o crescimento do município. Para
exercer tais funções, a Câmara organizava e votava as posturas que considerava
indispensáveis. “Postura era a sua lei e, portanto, a condição, o preceito, a regra que devia ser
observada, em geral pelos habitantes da cidade, ou em particular, por um determinado grupo
dos mesmos”. (RIOS FILHO, 2000, p. 132)
No Rio de Janeiro, sempre aprovado pelo Ministério dos Negócios do Império, houve
diferentes versões dos Códigos, atualizadas de acordo com as novas demandas e
125

compreensões acerca do uso do espaço urbano. Além disso, houve diversos Editais que
procuravam sanar dúvidas e lacunas ou ajustar certos itens do regulamento. Contudo,
restringiremos nossa análise às principais regras, que tem como escopo os alimentos e os
locais destinados ao comércio e consumo deles.
Conforme a avaliação do período proposto, inferimos que questões inerentes à
salubridade da Corte eram assuntos reincidentes nos seus Códigos de Posturas.
Evidentemente, aspectos e interpretações eram alterados, incluídos ou retirados de acordo
com o desenvolvimento do século, e as necessidades e demandas da cidade. No entanto, é
possível constatar que a preocupação em relação à sanidade existia em todo o período
investigado. No ano de 1854, já se podia perceber essas discussões latentes sem, no entanto,
existir um olhar mais atento e detalhado sobre os estabelecimentos de alimentação. Além de
questões básicas de salubridade pública, como o enterro de pessoas e animais (p. 3-6), havia a
preocupação com os alimentos produzidos e comercializados e com sua condição, já que não
era permitida a venda de artigos “danificados” (p. 7) - leia-se em estado de decomposição
avançado. Mesmo sendo um caso um tanto isolado, foi possível verificar o poder público
legislando acerca da produção de alimentos.
Da mesma forma, notamos uma legislação um tanto elaborada, tratando do asseio nos
currais e dos matadouros de gado55, normatizando formas e locais para o abate, transporte e
comércio da carne bovina. O mesmo acontecia de maneira muito tímida e esparsa com relação
aos restaurantes e confeitarias, que eventualmente eram citados nas Posturas da cidade. Um
exemplo é o que pudemos notar no Código de Posturas, de 1854, quando a atenção com os
produtos utilizados pelos confeiteiros foi destacada como um problema pontual, pelo que
compreendemos, e, por isso, caberia o registro. O código determinava o seguinte: “os
confeiteiros, que pintarem seus doces com óxidos ou sais de metais venenosos, como cobre,
chumbo, mercúrio, etc., sofrerão a pena de 8 dias de cadeia, e de 30$000 rs. de multa” (p. 10).
Quanto aos demais itens das leis, não foi possível identificar questões que tratavam
pontualmente desses espaços.
É importante salientar que reclamações em relação à utilização de ingredientes
insalubres na produção de alimentos eram rotineiros, legitimados nas regras que vetava o seu
emprego. Foi o caso de uma confeitaria, denunciada pelo jornal A República, de 06 de julho
de 1873. O periódico registrou que foram informados por “pessoas competentes e de inteira fé
que em alguns doces, procedentes de uma confeitaria, foi encontrada quantidade regular de

55
Para informações mais detalhadas, ver o Código de Posturas de 1854, p.12, Título quarto: economia e asseio
dos currais, matadouros, açougues públicos ou talhos.
126

mercúrio”. Interpelado, o dono da casa de comércio declarou que, sem dúvida, o mercúrio
provinha das latas em que o doce era cozido. Nesses recipientes, utilizariam o produto
proibido na sua galvanização. Mais uma vez o jornal repreendeu enfaticamente o comerciante:
“se houve descuido é preciso evitar que eles repitam, pois não se trata com tanta leviandade a
vida das pessoas, que em boa fé vão tomar alimento a uma casa pública” (A REPÚBLICA,
06/07/1873, p. 2). A seguir o trecho relatado:

Fonte: A República, 06/07/1873, p. 2.

Verificamos vários outros casos em que a legislação se referia direta ou indiretamente


à alimentação, ainda no Código de 1854. Ao mesmo tempo em que se proibia a criação de
porcos em áreas ou lojas das casas, se reprovava os “fogões à porta da rua nas tavernas”.
Além disso, estavam “proibidas nas casas de pasto, tavernas, botequins e quitandeiras, o uso
de panelas, caldeirões, ou outras quaisquer vasilhas de cobre, sem estarem bem estanhadas”
(p. 24). Demais itens associados à limpeza da cidade estavam contidos no mesmo Código de
185456. Em um primeiro momento, essas normas não tratavam especificamente desses locais.
Ainda eram regras um tanto genéricas e abordavam a salubridade pública de uma maneira um
tanto ampla.
Uma das posturas que se referia aos cuidados que os estabelecimentos comerciais
deveriam ter com a sua manutenção, talvez como uma tentativa de deixa-los mais dignos e
salubres à convivência, foi instituída em 6 de maio de 1856. Ela permaneceu vigente por todo
o período analisado e tratava sobre o caiamento e pintura das casas de comércio:

Art 1º Todos os donos de vendas, açougues, botequins, casas de pasto, e de comida


feita, armazéns de mantimentos, hospedarias, cortiços, e em geral de qualquer
estabelecimento em que se vendam comestíveis, ou habitem pessoas aglomeradas,
ficam obrigados a caia-las ou pintá-las em todo o seu interior, e todos os anos,

56
Ver página 40, “Sobre limpeza e desempachamento das ruas e praças e providências contra a divagação de
loucos e embriagados, de animais ferozes e dos que podem incomodar o público”.
127

dentro dos meses de janeiro e fevereiro. (CÓDIGO DE POSTURAS, 1854, p. 240-


241; 1894, p. 119)

É inegável que já existia um cuidado especial com a higiene, mas os restaurantes e


confeitarias ainda eram assuntos pouco referenciados nessas normas, o que, com a
proximidade do fim do século, se alteraria. É possível que as modificações das posturas, com
a inclusão de leis mais específicas, tenha sido uma consequência da própria ampliação do
número de empreendimentos, assim como da valorização do asseio. De acordo com o nosso
levantamento de anúncios de restaurantes e confeitarias nos periódicos fluminenses, entre os
anos de 1850 e 1860, foi percebida a existência de 34 restaurantes e 73 confeitarias. Já na
década final da nossa investigação, entre 1881 e 1890, esse número se ampliou para 165
restaurantes e 160 confeitarias57.
Francamente, foi possível perceber que houve uma preocupação em normatizar as
regras ligadas à saúde de maneira mais detalhada nesses espaços somente com a proximidade
do século XX. O início do ano de 1890 trouxe, publicado nas páginas de alguns dos
periódicos de maior circulação no Rio de Janeiro58, a resolução, aprovada pelo Conselho da
Intendência Municipal da Capital Federal, em 7 de dezembro de 1889, que estabelecia um
novo Código de Posturas.
Há de se notar que a aprovação de novas posturas para o município foram efetivadas
em menos de um mês depois da proclamação da República brasileira, que aconteceu em
quinze de novembro do mesmo ano. Dentre todo o Código, destacamos a Seção 5ª, referente a
“hotéis, hospedarias, restaurantes, confeitarias, estalagens, casas de pensão e de quitanda,
fechamento de portas” (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 14/02/1890, p. 3). Essa seção trazia uma
série de requisitos necessários para a liberação desses que, inexoravelmente, necessitavam da
autorização da intendência para funcionar. A higiene parecia ser a palavra de ordem que
coordenava as normatizações. Os impetrantes de licença deveriam provar, por exame e
parecer da inspetoria geral de higiene, que “o edifício em que se pretende fundar o
estabelecimento está em boas condições higiênicas”. Da mesma forma, haveria necessidade
para se vender bebida alcoólica e fermentada de exame e parecer da mesma.
O novo regulamento também impôs uma série de inéditas medidas necessárias ao
funcionamento das casas comerciais que, de fato, alterariam as estruturas desses espaços.
Conforme a publicação, esses deveriam “no prazo de um ano a contar da aprovação desta

57
Para informações mais detalhadas sobre o aumento do número de restaurantes e confeitarias, ver tabelas das
páginas 188 a 233.
58
Pudemos verificar esta publicação nos seguintes periódicos: Diário de Notícias (14/02/1890, p. 3); Gazeta de
Notícias (14/02/1890, p. 3); Gazeta da Tarde (17/02/1890, p. 1-2); Diário do Comércio (22/02/1890, p. 2).
128

postura, modificar a disposição dos respectivos prédios”. Entre as determinações, estavam,


por exemplo, a necessidade de as cozinhas terem o chão ladrilhado, as paredes forradas de
azulejos até 1,5m de altura, ao menos, sendo servidas por lavatórios de mármore, louça ou
ferro esmaltado para lavagem do vasilhame. Além disso, os repartimentos ocupados pelas
masseiras das padarias, confeitarias e casas de quitanda, deveriam ser revestidos de azulejo na
altura de dois metros.
Essas exigências se tornaram ainda mais rígidas no ano de 1890, quando o conselho da
intendência municipal da capital federal aprovou, em 01 de julho do mesmo ano, um Edital-
Sobre cozinhas de hotéis e estabelecimentos congêneres que, com uma série de novos
requisitos, foi publicado em 28 de dezembro na Revista de Engenharia (p. 301 e 302). Essas
condições restringiam e regulavam ainda mais o funcionamento desses locais. Transcrevemos
abaixo alguns pontos que julgamos relevantes:

Art 1º As cozinhas dos hotéis, restaurantes, casas de pasto, hospedarias, casas de


pensão e tascas, estabelecidas na zona urbana, terão o chão revestido de ladrilho
impermeável e resistente, e as paredes até a altura de 2 metros, com revestimento
impermeável (azulejo, ladrilho ou placas de ferro esmaltado).
§ 1º Acima de 2 metros serão as paredes revestidas do mesmo material impermeável
ou caiadas.
§ 2º As cozinhas terão lavatórios de louça ou ferro esmaltado, dotados no tubo da
descarga de sifão isolador, e a 1,10m de altura uma pia de barro vidrado, louça ou
ferro esmaltado, para as águas servidas, com torneira de lavagem, ralo e sifão
isolador.
(...)
Art 2º § 1º As latrinas, em caso algum, serão colocadas dentro do mesmo espaço da
cozinha; terão sempre forro no teto e serão providas de uma chaminé de
desprendimento de gazes, a qual sairá no telhado, acima de qualquer construção
próxima, nunca menos de um metro. A chaminé será de ferro ou cobre galvanizado e
terá um diâmetro nunca inferior a 1,11m. (REVISTA DE ENGENHARIA,
28/12/1890, p. 302)

Esses foram apenas alguns exemplos de uma nova normatização sobre as casas
comerciais de alimentação em que a higiene estava posta enquanto um dos principais vetores.
Restaurantes e confeitarias eram representantes de um Brasil crescentemente público e
urbano, onde estabelecimentos como esses, paulatinamente, se ampliavam e diversificavam
em um ambiente onde o entretenimento estava cada vez mais presente. Desta forma, a
salubridade também era um requisito destacado do final do período oitocentista, valorizados
nos anúncios e também inspecionados pelo poder público.
O Código e o Edital, lançados em 1890, modificaram, realmente, o olhar sobre esses
espaços, inaugurando novas exigências e uma padronização que levou em consideração
inúmeras regras que podem ter alterado o perfil desses locais.
129

Outro ponto a ser considerado, neste contexto, foi a fiscalização estabelecida na


segunda metade do século XIX. Os periódicos da Corte demostravam essa vigilância nos
ambientes públicos de alimentação e podem corroborar com a forma como a legislação era
praticada na cidade do Rio de Janeiro, o que tratamos a seguir.

3.2 Fiscalização

Deveras, o contraponto entre as teorias acerca da saúde e higiene e da legislação


baseada no pensamento efervescente no século XIX se dava na supervisão desses locais, que
era a vigilância sobre uma real aplicação desses novos conceitos. Ou seja, a relação entre o
que deveria ser posto em prática e o que era cobrado. A forma com a qual o poder público
efetivava o controle e a implementação de regras de salubridade nos estabelecimentos de
alimentação é um ponto chave para a compreensão de uma série de fatores que flutuavam
entre o discurso e a execução, construindo uma terceira via que foi a possibilidade empregada.
Os periódicos, por sua vez, exerciam sua função primária, que era a informação. Eles
divulgavam grande parte das novas leis, mas, também, denunciavam irregularidades e
registravam a vigilância sobre as casas comerciais. Enfim, através dos jornais e revistas, foi
possível perceber algumas características referentes ao saneamento da cidade, suas
prioridades e as principais queixas em relação à salubridade dos restaurantes e confeitarias.
Denúncias com correspondência às condições higiênicas dos empreendimentos eram
recorrentes nas páginas dos folhetins fluminenses. Essas notificações, geralmente,
apresentavam os pontos que causavam maior incômodo à população da cidade. Foi o caso de
uma série de acusações publicadas no Correio Mercantil, de 03 de abril de 1853, endereçadas
a várias autoridades, entre elas, a comissão sanitária. De acordo com o registro, os moradores
da Rua dos Pescadores (atual Rua Visconde de Inhaúma, região central) viviam um flagelo
“procedente de águas pútridas que despede certa confeitaria desde a manhã até a noite”. A
reclamação se dava no sentido de que o forte odor, proveniente do esgoto, os atormentava
diariamente, da mesma forma que os resíduos expelidos os impossibilitavam de manter
limpos os “regos” da frente de suas casas. (CORREIO MERCANTIL, 03/04/1853, p. 1)
Outra imputação de mesma ordem foi promovida pela Gazeta de Notícias, de 22 de
abril de 1883, que estampou nas suas páginas: “Chamamos a atenção da junta de higiene
pública para uma confeitaria da rua da Lapa, de onde se exala um cheiro insuportável. Os
vizinhos vivem receosos pelo perigo que corre a sua saúde” (p. 2). É possível perceber,
mesmo que de forma muito ampla, que um cuidado com a salubridade pública já era um
130

assunto pautado pela população da época que reivindicava alguns cuidados. É difícil
estabelecer uma relação sobre a dimensão acerca do que era considerado nocivo à saúde, mas,
de fato, uma atenção era dada a certas questões sanitárias, em especial a temas que faziam
referência a odores desagradáveis e gêneros pútridos.
As acusações sobre insalubridades não se restringiam tão somente às confeitarias. O
mau cheiro expelido por alguns comércios parecia ser um dos pontos que mais aborrecia a
população e suscitava indignadas declarações nos jornais, e eram comuns também nos
restaurantes disciplinados a partir da mesma legislação. É o caso do Restaurant Voltaire,
estabelecido na Rua Uruguaiana, que estava com o encanamento entupido há três dias. A
queixa era que, com as chuvas do dia anterior, “o aludido restaurant foi lavado por uma água
que não se pode chamar propriamente de água de cheiro... antes pelo contrário” (GAZETA
DE NOTÍCIAS, 16/11/1885, p. 1). Em destaque o trecho:

Fonte: Gazeta de Notícias, 16/11/1885, p. 1.

Denúncias com relação à adulteração de alimentos também eram publicadas. É


importante destacar que a legislação já proibia que comércios “corrompessem” ou
“falsificassem” os produtos comercializados. O Código de Posturas, de 1854 (p. 7), destacava
que os estabelecimentos que vendessem líquidos ou sólidos adulterados seriam punidos com
multa e cadeia de 15 dias para o proprietário. Além disso, todo o material seria recolhido pelo
fiscal e encaminhado ao depósito público. No caso de carnes ou peixes, estes deveriam ser
imediatamente enterrados ou lançados ao mar.
O Correio da Tarde, de 28 de outubro de 1855, justamente cobrava medidas para o
que denominava de “gêneros falsificados”. O periódico chamava a atenção das autoridades
competentes para a adulteração de produtos de primeira necessidade. Segundo o comunicado,
uma porção de açúcar, adquirida em uma confeitaria, não pôde ser utilizada. De acordo com a
nota, o alimento continha “além de muitas outras substâncias, não pequenas quantidades de
preparados cúpricos e ferruginosos cuja presença foi perfeitamente demonstrada pela análise
131

química a que se procedeu” (CORREIO DA TARDE, 28/10/1855, p. 3). O relato destacou


que os que consumiram daquele açúcar apresentaram sintomas de envenenamento.
O jornal se manifestou protestando contra a impunidade, questionando: “devemos
assistir impassíveis aos sofrimentos das vítimas da fraude das tabernas, confeitarias e outras
casas de comércio a retalho?”. Ainda, interpelou a fiscalização da cidade: “o que faz a
autoridade que não se procura informar do modo e o processo seguido nessas casas para a
refinação do açúcar?”.
O texto continua a sua argumentação, destacando que existiam basicamente dois tipos
de açúcares refinados comercializados para uso doméstico. Um de melhor qualidade era
vendido no Largo do Capim, a cento e sessenta réis a libra. Esse era reputado como o mais
bem preparado. Também existia outro, de menor qualidade, consumido pelas pessoas menos
abastadas, vulgarmente conhecido como “açúcar do fim” e custava cento e vinte réis, a libra.
De acordo com o articulista, para “quem não tiver certas proporções de bem estar e que tiver
necessidade de fazer pequenas economias, não deve ter higiene, deve comprar os alimentos
adulterados e corrompidos da maneira porque se acham expostos a venda!” (CORREIO DA
TARDE, 28/10/1855, p. 3).
Por fim, um ferrenho desejo expresso no mesmo artigo antecipa o que, realmente,
aconteceria, pelo menos em relação às leis da cidade: “reforme-se a legislação municipal,
instituam-se empregados probos e inteligentes, dê-se-lhes vencimentos suficientes, e as coisas
marcharão de outro modo” (CORREIO DA TARDE, 28/10/1855, p. 3).
Essas, no entanto, não eram as únicas queixas contidas nas publicações. Também
acusações com relação ao mal estado de conservação dos alimentos, como foi o caso do relato
do envenenamento de 27 pessoas que ingeriram peixe estragado. Um soirée em homenagem à
conquista do grau de doutor em medicina do Sr. Manoel de Souza Avides foi interrompido
pelos efeitos do envenenamento causado pelo consumo de dois peixes preparados em uma
confeitaria, “naturalmente em vasilhas de cobre”, conforme indicava o hábito. Médicos
chamados para o local atestaram que o motivo da intoxicação teria sido o alimento em
putrefação. A polícia abriu inquérito para apurar as responsabilidades, mas O Globo declarou
enfaticamente: “É preciso que haja o máximo escrúpulo por parte dos donos de hotéis,
confeitarias, botequins, etc., no asseio e limpeza, bem como na qualidade do vasilhame, pois
somente assim se poderá evitar que se reproduzam iguais acontecimentos, cujas
consequências podem ser muito lamentáveis” (O GLOBO, 01/01/1877, p. 4).
O fato da conservação do peixe parecia ser comum a ambos os espaços. O Almanaque
Gazeta de Notícias, de 1887 (p. 16), destacou que, em um restaurant do Rio, sem definir o
132

nome do local, “um freguês faz umas horríveis caretas ao saborear um peixe arruinado”.
Quando tratamos de questões relativas à conservação da alimentação, a legislação não os
diferenciava. Semelhantemente, as críticas contidas nos jornais apontavam problemas tanto
em restaurantes quanto em confeitarias, o que pressupomos que não fosse exclusividade
destes locais, mas, sim, problemas inerentes a qualquer ambiente onde houvesse alimentos
perecíveis.
Como pode ser constatado, a limpeza e a higiene eram fatores que se colocavam cada
vez mais em destaque, tanto pelas publicações jornalísticas quanto pela legislação que tornava
gradualmente mais rígidas as normas que tratavam delas. Um bom restaurante e uma boa
confeitaria, há muito, tinham a sua competência medida não apenas pelo sabor do alimento
produzido. As questões sanitárias se tornaram critério determinante na valorização dos
serviços destes locais, tanto que passaram a ser mencionados como pontos de destaque nos
anúncios comerciais.
É possível ter ideia da situação de salubridade dos espaços pesquisados através de
alguns relatos de inspeções que aconteceram nesses locais. Apesar de informações um tanto
genéricas, é razoável perceber a atuação e o enfoque principal dado pelos agentes
fiscalizadores.
Verificamos que as vigilâncias autuavam as casas comerciais a partir de conceitos
latos de falta de asseio em várias das suas variáveis, e sem uma descrição muito definida
sobre a natureza da irregularidade, independentemente se eram restaurantes ou confeitarias.
Pelo menos nos jornais da época, a situação detalhada do empreendimento punido não foi
mencionada, ficando as informações restritas a amplos conceitos associados à insalubridade.
É o que verificamos no Correio Mercantil, de 21 de julho de 1855, que relatou uma série de
fiscalizações realizadas na Freguesia do Sacramento (região central do Rio de Janeiro), que
autuou vários estabelecimentos como açougues da Rua da Vala (atual Rua Uruguaiana) por
furtarem no peso da carne, além de dois armazéns de mantimentos, duas fábricas de velas,
uma casa de depósitos de ossos, “uma confeitaria e uma taverna, por imundícias e gêneros
danificados” (CORREIO MERCANTIL, 21/07/1855, p. 3).
Entre os motivos que suscitavam notificações, termos gerais justificavam a
penalização pela vigilância. Por “ter em putrefação a água do poço de sua serventia”, a
confeitaria do Beco do Cotovelo foi multada (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 24/06/1858,
p. 1), assim como uma confeitaria da Rua da Alfândega foi advertida por falta de asseio
(DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 21/08/1858, p. 2). Em outros casos, era comum a
recomendação de medidas higiênicas sem uma definição (GAZETA DE NOTÍCIAS,
133

08/03/1882, p. 1). Da mesma forma, O País destacou que, “membros da comissão sanitária da
Glória, em serviço externo, mandaram retirar de alguns hotéis, restaurantes, casas de quitanda
e açougues, e imediatamente inutilizar, grande porção de carne, línguas e frutas que
encontraram em estado de deterioração” (O PAÍS, 11/11/1884, p. 1).
É importante destacar que, ao compararmos as ocorrências apresentadas pela
fiscalização aos restaurantes e confeitarias, as mesmas pareciam convergir quanto às
exigências do controle sanitário. As imposições eram muito próximas e basicamente questões
relacionadas à conservação dos alimentos, da água e da limpeza dos locais verificados.
Por vezes, números relativos a essas vistorias eram publicados. Como exemplo,
podemos notar um pequeno balanço com relação ao mês de março de 1884, publicado no
jornal Gazeta de Notícias, em 10 de abril de 1884. O periódico demonstrou que, naquele mês,
ocorreram 601 (seiscentas e uma) visitas sanitárias, número certamente bem expressivo. Do
total, 45 aconteceram em restaurantes e 14 em confeitarias.
Além dessas, foram registradas visitas a casas de maternidade (1), farmácias (7),
padarias (7), estábulos (9), drogarias (5), açougues (31), casas de alugar quartos (60),
armazéns (91), estalagens e cortiços (95), hotéis (62), entre outros, na qual a valorização da
higiene era importante. Além disso, 390 intimações foram lavradas. (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 10/04/1884, p. 2)
É interessante perceber que, no período dessa informação, entre os anos de 1881 e
1890, foram visualizadas 160 confeitarias e 16559 restaurantes, de acordo com os critérios já
mencionados no primeiro capítulo. Portanto, um mês, em que praticamente 1/3 dos
restaurantes e aproximadamente 10% das confeitarias foram averiguadas, é um número
relevante a se considerar. É possível, dessa maneira, inferir que existia uma vigilância ativa
acerca das questões sanitárias nos espaços de alimentação da cidade e que a legislação era
reivindicada. Contudo, é impossível enfatizarmos a intensidade e a rigidez desses controles.
Essas diligências realizadas pela comissão sanitária fiscalizavam diversos tipos de
comércios, nos quais a exigência de um enquadramento a modelos salubres passava por
adequações que, certamente, não representavam exatamente uma cidade higiênica, mesmo
para os padrões da época. Respeitados os limites do século XIX, as condições impostas pelas
autoridades demonstravam um Rio de Janeiro que ainda tinha práticas referidas a um
ambiente rural, que forçavam a comissão ordenar como medidas de saneamento, por exemplo,

59
Para mais informações ver as tabelas das páginas 198 e 224.
134

a remoção de chiqueiros de porcos encontrados nos comércios do centro da cidade.


(GAZETA DE NOTÍCIAS, 21/02/1884, p. 2)
Todavia, exigências mais simples eram mais comuns. Em muitos casos, havia apenas
o registro de que foram solicitadas medidas sanitárias ou de limpeza. Em outros momentos,
obrigações específicas eram abordadas, como casas para latrina e canalização de água
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 23/02/1884, p. 2), reparos na latrina e encanamento de água para
a mesma (GAZETA DE NOTÍCIAS, 05/03/1884, p. 2), e inutilização de frutas verdes
(GAZETA DE NOTÍCIAS, 16/05/1884, p. 2).
As deliberações tomadas pelos órgãos fiscalizadores não diferenciavam em suas
avaliações, pelo menos como podemos perceber, critérios distintos nos restaurantes e
confeitarias. Associados às duas casas, outros diversos locais de comércio e consumo de
gêneros alimentícios passavam pelo crivo da fiscalização, como tavernas, casas de pasto,
botequins e padarias. Essas verificações, pelo menos até 1890, não tinham um caráter cujas
resoluções estivessem baseadas em conhecimentos técnicos ou científicos, mas regidos por
saberes que eram de domínio público acerca das condições de salubridade e asseio.
Percebemos que esse perfil mudou, pelo menos na legislação, a partir de 1890, com um novo
Código e um Edital que objetivou várias novas normas ligadas aos ambientes de alimentação.
No entanto, não existia uma legislação diferenciada que cobrasse ou punisse os restaurantes e
as confeitarias de forma individualizada. Os dois locais estavam submetidos a um mesmo
conjunto de leis que contemplavam os espaços de alimentação.

3.3 Alimentação e saúde

Desde a antiguidade, os médicos demonstravam muito interesse pelo tema da


alimentação, justificando que esta é tão importante para os homens com boa saúde quanto
para os doentes. Para os enfermos, uma nutrição adequada supostamente permitia uma cura
mais completa que a medicina. “A saúde e a doença manifestam-se respectivamente por um
equilíbrio e um desequilíbrio dos elementos que compõem o corpo humano, como os
humores” (MAZZINI, 1998, p. 255). O equilíbrio corporal, alterado por fatores independentes
ou não da vontade do homem, poderia ser recuperado através de saudáveis refeições.
(MAZZINI, 1998)
Tim Wätzold (2012), em seu estudo, ressaltou a relevância da prática alimentar para a
medicina, destacando que, durante muito tempo, ela foi vista como a base de tratamentos em
quase todos os livros específicos até o século XIX. Os alimentos eram classificados como
135

quente/frio, úmido/seco, atribuído a uma categoria que pudesse surtir efeito contra
determinada doença. Foi apenas no início desse período que a alimentação diminuiu seu
destaque terapêutico na Europa. Esse fato afetou até mesmo cidades da costa brasileira,
diferentemente da sua região central. No interior do país, a importância medicinal da nutrição
se manteve por todo o século. Apesar disso, verificamos, nos anúncios de periódicos da Corte,
a divulgação de comidas indicadas para algumas enfermidades e, até mesmo, remédios como
os xaropes à venda nas confeitarias.
Já no ano de 1850, podemos identificar preocupações e recomendações alimentares no
intuito de controlar e evitar doenças. O Jornal do Comércio, de 24 de janeiro de 1850 (p. 2-3),
publicou um comunicado com a opinião da Imperial Academia de Medicina sobre a febre
amarela e também um Edital da Câmara Municipal com um extrato do parecer dado pela
mesma, com cuidados a fim de prevenir a moléstia. Neles, podemos perceber e destacar
algumas orientações à população, referentes à alimentação e saúde:

Que evite todos os excessos, especialmente os praticados com a ingestão de comidas


grosseiras, muito apimentadas, e bebidas alcoólicas e excitantes; Que faça uso
repetido de banhos e bebidas acidas e refrigerantes; Que finalmente seja sóbrio em
tudo, usando ao mesmo tempo alimentação pouco temperada, simples e de fácil
digestão. (JORNAL DO COMÉRCIO, 24/01/1850, p. 3)

De acordo com História da Alimentação (SORCINELLI, 1998), o demógrafo italiano


Massimo Livi Bacci apontou que, até a descoberta da penicilina, em 1941, os níveis
nutricionais desempenhavam uma incidência bem definida sobre enfermidades como a cólera,
diarreia, herpes, lepra, doenças respiratórias, sarampo, parasitoses intestinais, coqueluche e
tuberculose. Ou seja, uma alimentação adequada poderia ser um fator positivo perante os
surtos de doenças. Uma boa nutrição era considerada fonte de saúde.
Renault (1978) aponta que, apesar das precárias condições higiênicas e sanitárias em
meados do século XIX, a população fluminense se preocupava com a saúde e buscava meios
para protegê-la, assim como ansiava por uma vida longa. O autor salienta que, em relação aos
cuidados com suas refeições, eles procuravam alimentar-se bem e estavam atentos aos hábitos
introduzidos pelos emigrados da Europa. Ele sinalizou, também, alguns alimentos básicos
presentes na dieta, como o leite puro e sadio, o feijão, o milho, a mandioca, a batata, a cebola,
o pepino e as frutas nativas.
Preocupados com o alto índice de mortalidade, acarretado pelas epidemias como a febre
amarela e até mesmo com as elevadas taxas de obituários infantis, motivadas, principalmente,
136

pela falta de cuidados domésticos e higiênicos, idade precoce das mães, doenças venéreas,
tratamento inadequado do cordão umbilical, alimentação insuficiente e imprópria, aleitamento
proporcionado por amas doentes e contato com adultos portadores de doenças, foi criado, em
1851, uma Junta Central de Higiene responsável pelas questões de asseio público (RIOS
FILHO, 2000).
No seu trabalho, Couto e Goldfarb (2015) trazem um panorama entre alimentação,
saúde e doença no Brasil Império, notadamente no Rio de Janeiro daquele século, com base
nas teses médicas e livros de receitas desse período. De acordo com as autoras, grande parte
das noções de nutrição que transitaram na Corte, a partir dos anos de 1830, incorporaram
aspectos da Química e da Fisiologia. Referências essas importadas do velho continente que,
juntamente com a realidade local, ganharam as páginas dos estudos médicos na capital. Tais
pesquisas, em grande parte, eram responsáveis pela prática alimentar da elite, considerada
saudável, apontou o estudo.
Uma das discussões apresentadas nesses trabalhos foi o malefício da carne de porco
para a saúde. Uma das considerações era de que ela poderia favorecer o aparecimento de
doenças como a elefantíase. “As relações de alimentação e saúde funcionavam como uma das
explicações para o surgimento de várias moléstias que acometiam a capital do Império,
acompanhadas, ainda, dos aspectos ambientais” (COUTO; GOLDFARB, 2015, p. 37). Nessas
produções, o clima e o relevo também eram favoráveis ao desenvolvimento de enfermidades.
Além disso, existiam outros alimentos sinalizados como maléficos, conforme apontado pelas
autoras:

As farinhas de milho e de mandioca, produtos de caráter nacional, e a carne de porco


ou salgada e o feijão, alimentos altamente consumidos pela população carioca,
especialmente a que tinha poucos recursos, entram na lista dos médicos como
alimentos a serem evitados, sob pena de facilitarem a instalação de doenças.
(COUTO; GOLDFARB, 2015, p. 39)

O artigo também aponta que os médicos acreditavam que o uso de alimentos crus e o
abuso de condimentos, como canela, pimentas, cravo e óleo de dendê eram prejudiciais à
inteligência. Além das discussões acadêmicas, as ideias de alimentação e saúde, conforme já
apontadas pelas autoras, também estavam presentes em alguns livros de receitas brasileiras da
época.
137

Podemos sinalizar o Cozinheiro Imperial60 (1887), que destacou que o frango é um


saudável alimento e, por ser de fácil digestão, era utilizado nas dietas de doentes, conforme
podemos perceber:

Os frangos são excelentes para a saúde, e como são de fácil digestão, é um dos
principais alimentos que se dá aos doentes; deles se faz um meio caldo para os
febricitantes que carecem de alimento ligeiro, a que se chama água de frango.
Quando se quiser a dita água para remédio, e com certa virtude, recheiam-se com as
ervas e drogas necessárias para isto; para os que têm saúde, compõe-se na cozinha
por diferentes modos como se segue. (R.C.M., 1887, p. 135)

O livro traz, também, um alerta em relação aos mariscos - no caso, as lagostas: “notem
os leitores que as lagostas têm no lombo uma tripa ou veia que é muito danosa á saúde; e por
isso deves-lhes tirar depois de aferventada” (R.C.M., 1887, p. 200). Já as ostras, “devem
comer-se cruas com sumo de limão e pimenta. São prejudiciais nos meses de verão: os que
dito se esquecem, arriscam inutilmente a sua saúde e até á vida” (R.C.M., 1887, p. 47).
No capítulo XVII do exemplar Cozinheiro Nacional61 (1889, p. 435-436), são
apresentadas receitas para restabelecer a saúde perdida, dentre as quais podemos destacar
sopas, caldo de mocotó, chocolate com âmbar, sob o título de “Receitas confortativas contra a
fraqueza geral, debilidade do estômago, provenientes de diferentes causas ou excessos
sexuais, pelo professor Brillat Savarin62”.
Tanto quanto nos ingredientes e pratos comercializados em restaurantes, a saúde era
pautada nas publicações relativas às confeitarias. Editado no ano de 1883, a obra o Doceiro
Nacional63 ou a Arte de fazer toda a qualidade de doces também destacava alguns aspectos.
Verificamos orientações para a produção de guloseimas. Recomendava-se usar tachos de
cobre e não tachos estanhados, pois o sumo das frutas não ataca o cobre, mas ataca o estanho,
tornando-o preto pelo calor e convertendo em iguarias nocivas a saúde. Também foi feito
referência à importância e os cuidados que devemos ter ao ingerir o açúcar. Este era muito
utilizado por favorecer a digestão de alguns alimentos. A seguir trecho do Doceiro Nacional
(1895, p. 10):

As experiências mais modernas, enfim, mostram que o uso só do açúcar como


alimento, é tão nocivo á saúde como o uso excepcional só da carne, ou de qualquer
outro alimento, sem mistura; convenceu-se, então, que o açúcar, em pequenas
porções, facilita a digestão, e convém como excitante ás pessoas linfáticas, favorece

60
O Cozinheiro Imperial foi o primeiro livro de culinária editado no Brasil, no ano de 1840 (WÄTZOLD, 2012,
p. 2017). Nesta tese, tivemos acesso à décima edição, do ano de 1887.
61
A primeira edição deste livro é datada de 1882; nesta tese, fizemos uso da terceira edição do ano de 1889.
62
Era um advogado, político e cozinheiro francês. Foi um dos mais famosos epicuristas e gastrônomos franceses
de todos os tempos. Muito conhecido pela sua obra “Fisiologia do Gosto”.
63
Nesta tese, fizemos uso da quarta edição, datado de 1895.
138

principalmente a digestão de alguns alimentos indigestos, por exemplo, do leite,


ovos, chocolate e frutas carnosas, e é de grande utilidade ás pessoas magras.
Verificou-se com experiências que o açúcar comido pelas crianças de jejum,
constitui um ótimo remédio contra as lombrigas, prevenindo a sua reprodução.

O livro ainda orientava quanto à hora de tingir o açúcar para os confeitos. Devia-se
atentar para usar cores que não tenham sabor desagradável e que não sejam prejudiciais.
Identificamos, em o Doceiro Nacional, que um dos alimentos ofertados nas confeitarias da
cidade, o chocolate homeopático, era classificado também como chocolate de saúde.
Apesar de todas as medidas adotadas, procurando melhorar a salubridade na capital do
Império, Renault (1982) ressalta que as precárias condições sanitárias ainda alarmavam a
população na década de oitenta. O autor salienta que as verbas destinadas aos serviços de
higiene e saúde pública eram demasiadamente pequenas. As chuvas tornavam a cidade
pestilenta, as águas empoçadas levantavam maus odores pela falta de esgotos e encanamentos
para escoá-la. A cólera, descrita no recente estudo de Koch como uma doença gastrointestinal,
ainda preocupava. As Comissões Sanitárias condenavam os cortiços, a sua proliferação e
destacavam as dificuldades para desalojar seus ocupantes. A Junta de Higiene alertava sobre o
cuidado com determinados produtos sem vistoria, como o leite que era consumido. Ou seja,
diversos fatores humanos e naturais ainda assolavam esta cidade que buscava ser saudável.
Os estabelecimentos, por vezes, refletiam a compreensão da relação existente entre
alimento e saúde, nesse período. A partir dos seus anúncios, foi possível identificar a
legitimação entre os prováveis benefícios nos produtos comercializados, principalmente, nas
confeitarias do Rio.
No caso dos restaurantes, reconhecimentos dessa forma foram percebidos de maneira
distinta, provavelmente, pela diferenciação dos serviços prestados. O que pode ser verificado
de maneira mais pontual foram citações a “dietas restaurantes”. Compreendemos que estas
faziam referência especialmente aos alimentos ditos saudáveis. Todavia, o termo, como já
mencionamos no início desta tese, está associado à etimologia do espaço comercial analisado
neste trabalho. Podemos identificar, nesses casos, ligação entre restaurantes no sentido de
restauração da saúde, como no artigo que tratava sobre moléstias do peito publicado no
Correio Mercantil, de 24 de agosto de 1855 (p. 2): “o tratamento da Sra. D. M. consistiu em
dieta restaurante, uso de preparações ferruginosas, do ópio, ipecacuanha e laetucario”.
Até mesmo os Anais Brasilienses de Medicina descreviam, nas suas páginas, os
benefícios de uma boa alimentação: “com o aumento progressivo de dieta restaurante e o uso
de vinho generoso em pequena quantidade, ficou o doente restabelecido em menos de dois
139

meses” (Out/Nov/Dez, 1881, p. 223). É perceptível, no entanto, que a esses “restaurantes” era
empregado um caráter que os associava a uma espécie de medicação. As dietas restauradoras
eram prescrições salubres.
Nesse mesmo contexto, um restaurant, situado à Rua do Ouvidor no. 81, destacou, em
seu anúncio, que “as nossas iguarias, preparadas por um dos mais hábeis cozinheiros desta
corte, tem as seguintes vantagens: engordam os magros, dão cores a quem é pálido,
envernizam e amaciam a pele e fazem desaparecer os efeitos da velhice!” (A VIDA
FLUMINENSE, 08/03/1873, p 1329). O proprietário do Restaurant do Mello divulgou no
Diário de Notícias (11/04/1886, p. 1) que “A boa alimentação, sadia e confortante, é tudo!”, e
que seu empreendimento atuava com o seguinte princípio: “de engorda”. Nos dois exemplos,
apesar de não ficar tão nítido quanto nas confeitarias, podemos captar aspectos que
concatenavam saúde e alimentação. Nesses casos, o que percebemos é que esses espaços
praticamente não tinham, na divulgação da comida ofertada, nenhum apelo que os
remetessem a questões salutares e, sim, ao constante enfoque na higiene, diferentemente das
confeitarias, que passamos a abordar.
Dentre as inúmeras possibilidades de relacionar a saúde à alimentação, a figura dos
médicos era recorrentemente utilizada como forma de sustentar os benefícios dos produtos
comercializados. É relevante mencionar que esses especialistas e, por conseguinte, a
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tiveram destaque nesse cenário em um contexto de
prática profissional em processo de construção. Para Lilia Schwarcz (1993), os médicos
fluminenses buscavam sua originalidade e identidade na descoberta de doenças tropicais,
como a febre amarela e o mal de Chagas, que deveriam ser prontamente sanadas pelos
programas “hygiênicos”. Ainda para a pesquisadora, tratava-se de “perceber a existência de
uma querela - mais ou menos formalizada – acerca das áreas de saber, projetos profissionais,
ou mesmo formas diversas de conceber o país” (SCHWARCZ, 1993, p. 190).
Com efeito, os doutores eram os responsáveis por legitimar o alimento saudável
propício a uma adequada nutrição e esse discurso era utilizado nos reclames publicados nos
periódicos da capital brasileira. Tais indicações, possivelmente conectadas a preceitos
higienistas característicos da época, nos quais os médicos eram os principais teóricos,
acabavam por influenciar tanto estabelecimentos quanto seus clientes que passavam a exigir
tais condições e denunciar quando elas não eram promovidas.
As casas comerciais faziam questão de destacar a outorga desses “homens de ciência”.
Os produtos eram sustentados de acordo com a opinião médica, como o “Pâte de Guimauve”.
O comercial do Correio Mercantil, de 27 de novembro de 1853 (p. 2), indicava que
140

“conforme o desejo de muitos Srs. Médicos, achar-se-á na confeitaria da Rua do Ouvidor no.
61 a massa de Guimauve, muito frescal e reconhecida como mais peitoral, própria para a tosse
e moléstia do peito”.

Fonte: Correio Mercantil, 27/11/1853, p. 2.

Igualmente, um anúncio que se repetira inúmeras vezes se referia ao refrigerante


conhecido como “Imperial Orchata”. A bebida trazia abundantes benefícios à saúde, e era
legitimada na ciência dos doutores do Rio de Janeiro, conforme documenta a publicidade de
1871, que reproduzimos:

Imperial orchata, é a única neste gênero de sua confeição, é incontestavelmente a


mais salutar até hoje usadas como refrigerante; tem ela sido elogiada e
recomendada por muitas ilustrações médicas, e usada de preferência a todas as
outras; está, pois, reconhecida que é útil e necessária às funções calmantes; os
pareceres provam exuberantemente ao seu autor como uma bebida agradável, pelo
que recebeu honrosas aprovações e elogios dos excelentíssimos senhores
médicos. (A REFORMA, 20/12/1871, p. 4, grifos nossos)

A legitimação para o consumo da bebida estava baseada na ciência e calçada na


opinião dos representantes deste saber, que eram os médicos. Os adjetivos à bebida e a relação
do seu consumo com a saúde se mantiveram firmes por um longo período. Na Gazeta de
Notícias, de 28 de dezembro de 1878 (p. 4), a Imperial Orchata foi mencionada como
“excelente refresco, elogiado por muitos exmos médicos de quem temos honrosos atestados”.
Já no mesmo periódico, em 11 de fevereiro de 1880, a bebida foi tratada como a “única
aconselhada pelos exmos médicos para acalmar as febres” (GAZETA DE NOTICIAS,
11/02/1880, p. 6).
No entanto, o refrigerante não era o único a ter a sua salubridade legitimada na
medicina do período. Também pudemos perceber, em um anúncio de O País, de 20 de janeiro
de 1885 (p. 4), a propaganda de “biscoitos de carne pura” que, de acordo com a publicidade,
eram nutritivos e “recomendados pelas sumidades médicas para as crianças, convalescentes e
pessoas fracas”.
Conforme o comunicado, podemos constatar que, além de duas confeitarias, esses
também eram encontrados em uma farmácia da cidade.
141

Fonte: O País, 20/01/1885, p. 4.

Essa vinculação da prática alimentar com as questões da saúde era reverenciada de


diversas maneiras e legitimada através de distintas justificativas, muitas vezes ligando
determinado alimento a uma referida terapêutica. É o caso do “musgo islândico”, “uma das
primeiras geleias para quem padece do peito” (CORREIO MERCANTIL, 28/04/1860, p. 4)
ou as “águas minerais do Lambary”, oferecidas pelos seus amplos poderes medicinais: “curam
radicalmente todas as moléstias do estômago, fígado, rins, etc., etc., etc.” (GAZETA DE
NOTÍCIAS, 10/02/1890, p. 4).
Além desses, identificamos a venda de artigos que poderiam facilmente ser
confundidos com medicamentos, como xaropes e pastilhas. Esses eram anunciados em
diversas confeitarias da cidade, como o Xarope de Agrião vendido na Confeitaria do
Comércio, que destacava “a sua eficácia em todas as moléstias do peito” (GAZETA DE
NOTÍCIAIS, 08/12/1883, p. 5), assim como o comércio de pastilhas peitorais à disposição na
Confeitaria Botanical (GUANABARA, 06/06/1883, p. 6).
Deveras, o que acontecia de maneira mais comum era a indicação de referido alimento
e a sua eficácia para a saúde de forma bem genérica. Dentre esses apontamentos, temos vários
exemplos que legitimam essa nossa afirmativa. É o caso do “chocolate homeopático”
(PERIÓDICO DOS POBRES, 26/05/1855, p. 4) ou da legítima geleia de mocotó, oferecida
aos doentes (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 12/11/1858, p. 4).
São inúmeros os casos de produtos cujo consumo se tornaria salutar, de acordo com os
anúncios. Passava pelas “roscas saborosíssimas e simplesmente temperadas com manteiga,
muito próprias para doentes” (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E
142

INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1867, p. 1329), licores que recuperam as forças


perdidas e são indicados para as moléstias do estômago (A REFORMA, 24/06/1874, p. 4),
geleia de galinha feita especialmente para doentes (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO,
04/07/1878, p. 4), além do “Biscoito Precioso”, “verdadeiro biscoito para salão, preparado
unicamente com gema de ovo, recomendado para as pessoas doentes, por não conter
manteiga, banha nem outra qualquer gordura” (GAZETA DE NOTÍCIAS, 14/07/1883, p. 4) -
são algumas amostras do equilíbrio existente entre os espaços e a verificação do respaldo da
população sobre os artigos saudáveis.
Podemos destacar, portanto, que esses estabelecimentos, especialmente as confeitarias,
estavam em harmonia com teorias que eram pautadas à época. Se haviam aspectos que
associavam determinados tipos de alimentação e saúde, esses eram listados pelas confeitarias.
Possivelmente como um fator que ajustava esses locais às ideias progressistas do período ou
mesmo como um ponto de apelo comercial que não podemos saber efetivamente se eram
cumpridos. Todavia, os restaurantes não apresentavam essas indicações de forma enfática.
Nos seus anúncios apontavam seus pratos, prioritariamente, como representantes do asseio. Já
as confeitarias focavam nos argumentos da qualidade dos seus produtos (que, como
mencionamos anteriormente, era em variedade muito mais ampla), em distintos adjetivos
validados pela ciência da época.
Higiene e alimentação adequada estavam constantemente incluídas nos anúncios dos
locais analisados. Dentre todas as variáveis desses comércios, essa é uma que foi um tanto
destacada e se encontrava em sintonia com o contexto científico da capital brasileira e
também é necessária para a compreensão do ambiente em que estavam inseridos os
restaurantes e as confeitarias no Rio de Janeiro do século XIX.

3.4 Questão de saúde pública: incêndios, fumaça e fuligem

Às 11 horas do dia 13 de julho de 1885, um avultado incêndio proveniente do


restaurante do Hotel Mangini atingira o Imperial Teatro São Pedro de Alcântara. O prédio se
localizava na Rua do Teatro, esquina com a travessa da Academia (Rua do Sacramento), onde
atualmente funciona o Teatro João Caetano. Esse seria apenas mais um dos sinistros que
frequentemente se sucediam na capital do Império, não fossem algumas características
peculiares. Nesse caso, as proporções foram maiores que as rotineiras. O pavimento
imediatamente superior era ocupado pelo camarim imperial, o que fez com que muitas
143

autoridades locais, inclusive o próprio Imperador D. Pedro II, se mobilizassem em razão do


acontecido.
O Jornal do Comércio (14/07/1885, p. 2) do dia seguinte trouxe uma minuciosa
descrição do fato. De acordo com o periódico, o incidente teve origem na cozinha do
restaurante do hotel. Os funcionários teriam relatado que foram surpreendidos por intensa
fumaça que partia do teto da cozinha, em direção descendente, onde passava a chaminé. Esses
empregados que presenciaram o fato responsabilizaram o ocorrido ao excesso de fuligem no
cano da chaminé. Ao mesmo tempo, o informativo apresentou um contraponto. O folhetim
destacou que, como a chaminé era inteiramente nova, o fogo pode ser atribuído, também, ao
intenso calor junto às taboas por onde passava a mesma, nas quais se notava a omissão de
uma chapa de ferro, muito essencial em tais casos.
O incêndio foi combatido pelo corpo de bombeiros da estação central. Foram tomadas
as devidas providências para que o fogo não se comunicasse com os fundos do teatro, que
ficaram intactos. O hotel, por sua vez, sofreu graves avarias: o teto da cozinha e de dois
quartos foram danificados; a cozinha e as peças vizinhas ficaram estragadas devido à água e
ao entulho que nelas caiu do pavimento superior; foi necessário demolir uma parede junto aos
quartos, que ameaçava ruir sobre o camarim imperial.
A estrutura de entretenimento naquele local parecia ser considerável. Ao analisarmos
os estragos das chamas, narrados pelo periódico, percebemos a grande quantidade de opções
de atividades de lazer vinculadas ao restaurante e hotel:

O fogo comunicou com os fundos do prédio do sobrado da Travessa da Academia nº


1A, onde é estabelecido com negócio de café e bilhares, sob a denominação Café
Mosquito, do Sr. José Faustino Nogueira. Ardeu apenas uma pequena parte do teto
situado em um dos cantos da vasta sala de bilhares, que serve de botequim e onde
havia grande quantidade de bebidas, muitas das quais ficaram estragadas. Houve,
também, alguns pequenos prejuízos causados pela água. A armação ficou muito
danificada. (JORNAL DO COMÉRCIO, 14/07/1885, p. 2)

No entanto, parece que o elemento que deu maior visibilidade ao sinistro foi o fato do
incêndio ter atingido o camarim imperial, mesmo que parcialmente. Os estragos foram
registrados como superficiais. Parte do forro teria ficado carbonizado e outros danos foram
causados pela água dos bombeiros. O jornal registrou que, assim que S. M. o Imperador ouviu
o boato de que as labaredas atingiram o teatro, o mesmo se dirigiu ao local para averiguar a
situação, assim como diversas autoridades fizeram o mesmo:
144

Quando chegou (o imperador), porém, o incêndio estava extinto; percorreu as


diversas peças do camarim, retirando-se depois.
Compareceram também os Sres. ministros da agricultura e da justiça,
desembargador chefe de polícia e seus delegados, tenente-coronel Andrade Pinto,
Leite Borges, subdelegado do 1º distrito do Sacramento, alferes Moura, comandante
da 1ª estação policial, outras autoridades policiais, comandantes de várias estações
policiais e oficiais do exército. (JORNAL DO COMÉRCIO, 14/07/1885, p. 2)

Esse lamentável episódio tomou extensas proporções, tanto no estrago provocado


como na sua divulgação64. É interessante constatar que esse mesmo acontecimento foi
lembrado mais tarde como uma ameaça à segurança da população local. O principal problema
apontado era o restaurante estar instalado junto ao teatro. O Diário de Notícias publicou, nos
dias 13 e 15 de abril de 1888, praticamente três anos após o incidente, um parecer de
engenheiros sobre a prevenção de incêndios nos teatros. Entre tantas recomendações, a edição
de 15 de abril destacou uma em especial, que indicava a retirada do mesmo Restaurante
Mangini do interior da casa de espetáculos. Em nome da segurança pública, a comissão
recomendava que não se consentisse, por mais tempo, a permanência do restaurante que
funcionava junto ao teatro e por baixo do camarim de S. M., o Imperador (DIÁRIO DE
NOTÍCIAS, 15/04/1888, p. 1).
A afirmação, segundo o folhetim, entendia que uma casa de negócios desse gênero
constituía uma ameaça constante à segurança do teatro S. Pedro de Alcântara e seus
espectadores. A denúncia declarava que a chaminé do imóvel não tinha a necessária altura, e a
fumaça escapava e entrava pelas aberturas junto às cumeeiras, sendo esta parte sensível e
propensa ao começo de um sinistro. O periódico lembrou o acontecido no mesmo local, em
1885, justificando que não havia exagero nenhum nas suas indagações: “bastará lembrar o
começo do incêndio que há 3 ou 4 anos teve lugar neste teatro e provocado pelo restaurante
Mangini” (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 15/04/1888, p. 1).
De fato, ocorrências relatadas nos informativos da Corte, envolvendo incêndios,
restaurantes e confeitarias, não foram raras. Estudos elaborados por Almeida (2011) já
apontaram para a grande incidência desses sinistros. Para a pesquisadora, havia duas
principais questões que faziam com que aquela cidade que crescia e se urbanizava
progressivamente, recorrentemente, enfrentasse problemas com o fogo: os fogões (à lenha
geralmente) e as chaminés.

64
Pudemos perceber que vários jornais publicaram matérias sobre o acontecido como o Diário de Notícias (p.1)
e a Gazeta de Notícias (p. 1-2) em 15/07/1885 assim como O País em 19/07/1885 (p. 2).
145

Mesmo que, nas residências, as cozinhas ficassem, em geral, afastadas do corpo da


casa, elas representavam perigo real, assim como suas chaminés que eram verdadeiros
problemas para o corpo de bombeiros, conforme atesta Almeida (2011, p. 493): “ao longo de
22 anos, entre 1859 e 1881, segundo estudos do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras
Públicas, órgão que o Corpo de Bombeiros da corte estava subordinado, ocorreram 943
incêndios na cidade, 169 deles causados por chaminés”.
Esse era um ponto em que a própria Intendência Municipal procurava agir. A
legislação procurava prevenir essas ameaças através de leis que buscavam minimizar a chance
dessas tragédias acontecerem.
O Edital, publicado em 26 de outubro de 1867 pela Câmara Municipal do Rio de
Janeiro, já tratava especificamente sobre a questão das chaminés no item sobre a limpeza das
chaminés (CÓDIGO DE POSTURAS, 1870, p. 147). A lei decretava a obrigatoriedade da
limpeza das mesmas, de seis em seis meses. O fiscal, detectando essa falha, poderia multar o
responsável em 10$000. Em caso de reincidência, esta penalização dobraria.
Outro Edital, aprovado em 10 de março de 1870 e publicado em 23 de abril de 1870,
estabelecia relação das chaminés com os incêndios. A norma determinava que seriam
“multados em 30$000 os moradores dos prédios em que se derem incêndios por falta de
limpeza da chaminé” (CÓDIGO DE POSTURAS, 1894, p. 215).
Com o desenvolvimento da cidade e do século XIX, os critérios de segurança se
tornaram mais rígidos em relação a essas. O artigo 319 do Código de Posturas, publicado na
Gazeta da Tarde de 24 de fevereiro de 1890 (p. 2), tornava obrigatória a limpeza das
chaminés com a frequência de três em três meses para as casas particulares, e de mês em mês
para as fábricas, padarias, hotéis e outros estabelecimentos congêneres. A multa também
dobrou em relação a 1867, passando a ser de 20$000 e o dobro a cada reincidência. Talvez
essa fosse uma atitude da intendência em busca de mais segurança, visto que fogões e suas
chaminés eram os principais responsáveis pelos incêndios.
Assim como já abordamos no ponto 3.2, as posturas municipais passaram a tratar mais
detalhadamente sobre as casas de alimentação a partir do ano de 1890. Com relação às
chaminés e incêndios nesses locais, a mesma afirmativa se confirma. O Edital publicado em
24 de novembro de 1890, que versava sobre cozinhas de hotéis e estabelecimentos
congêneres, trouxe algumas modificações. As exigências em relação às chaminés passaram a
ser um pouco mais rígidas: “sairá no telhado acima de qualquer construção próxima, nunca
146

menos de um metro. A chaminé será de ferro ou cobre galvanizado, e terá um diâmetro nunca
inferior a 0,11m”65 (CÓDIGO DE POSTURAS, 1894, p. 302-303).
Mesmo sendo um pouco mais detalhista e exigente, a nova norma, aparentemente, não
demonstra ser tão diferenciada da anterior. Não podemos afirmar se, após essa publicação que
estabeleceu algumas pequenas regras de segurança, o número de ocorrências envolvendo
restaurantes e confeitarias foi reduzido. O fato é que, anteriormente a esse período, incidentes
envolvendo o fogo foram fatos corriqueiros e regularmente retratados pela imprensa, tendo as
mais diversas causas.
Os problemas com as chaminés não se restringiam somente aos prováveis incêndios
causados. Outros incômodos relacionados às mesmas também faziam parte do rol de queixas
da população. O Correio Mercantil, de 21 de fevereiro de 1865, denunciava uma confeitaria
na Rua da Lapa que não possuía uma chaminé de tamanho adequado. Outrossim, a espessa
fumaça de carvão de pedra expelida por uma rasa chaminé, que lançava grande quantidade de
fuligem, fazia com que toda essa sujeira se depositasse na roupa estendida nos quintais
próximos, causando, além de desconforto, um grande prejuízo aos vizinhos do local. A
denúncia assinada pelos “incomodados” encerrava declarando: “não parece estarmos em uma
cidade policiada em uma capital do império!” (CORREIO MERCANTIL, 21/02/1865, p. 3).
Por todo o interstício analisado, temos casos envolvendo confeitarias e restaurantes.
Nem sempre a chaminé era indicada como a causadora do sinistro. Em 14 de julho de 1855, o
Correio Mercantil (p. 1) destacou que um pequeno incêndio ocorreu em uma confeitaria
estabelecida à Rua da Imperatriz devido a uma fornalha mal construída. Outro caso foi
retratado em 1872, pela ocasião de um incêndio na Confeitaria Castelões. O sucedido teria
iniciado devido ao excesso de fogo no fogão da mesma casa onde se havia acabado de
fabricar grande quantidade de geleia e marmelada (CORREIO MERCANTIL, 07/02/1872, p.
2). Uma estufa de secar jujuba e amêndoas também foi responsabilizada por um incêndio
acontecido na confeitaria da Rua São Pedro, em 1874 (A NAÇÃO, 28/05/1874, p. 2).
Outro caso de vasta dimensão foi uma ocorrência acontecida no restaurante do Jardim
Zoológico do Rio de Janeiro, em 23 de janeiro de 1890. Segundo relatos do Diário do
Comércio, de 24 de janeiro de 1890 (p. 2), uma queima de grandes proporções destruiu, em
pouco tempo, o referido espaço. O início das chamas foi atribuído a uma bacia que continha
enxofre e álcool, utilizada para a desinfecção do local e que foi deixada no fogo.

65
Percebemos que o diâmetro de 0,11m está divergente em relação ao Edital publicado na Revista de
Engenharia (28/12/1890, p. 302), no qual constava a medida mínima de 1,11m das chaminés das cozinhas.
Devido à diferença considerável entre essas, acreditamos que houve um erro de impressão e a medida correta
seja a menor.
147

Frente aos inúmeros relatos fornecidos pela imprensa fluminense do século XIX, que
narravam incêndios nos restaurantes e confeitarias, podemos reconhecer que estes locais de
alimentação conviviam constantemente com o perigo do fogo. Produzir, comercializar,
divulgar e criar pratos, eram práticas que coexistiam com a necessidade e a iminência das
chamas que, muitas vezes, causavam desastres. Os incêndios colocavam esses dois tipos de
estabelecimentos num mesmo patamar.
O que se pode inferir é que esses problemas não eram uma exclusividade dos
restaurantes ou das confeitarias, mas, sim, uma questão de segurança e saúde pública latente
na principal cidade do Brasil. O Rio de Janeiro, nomeadamente na sua região central, crescia
rapidamente e, muitas vezes, de maneira desordenada. Nesse meio, prédios residenciais se
confundiam com casas de espetáculo e empreendimentos de alimentação, sendo todos frágeis
a um grande inimigo, o fogo. Se a Corte não possuía ameaças como as lareiras tão presentes
nas grandes urbes europeias, o calor era um aliado dos incêndios. Nesse sentido, o cotidiano
das confeitarias e dos restaurantes da capital fluminense era lidar com esse perigo que
circundava a todos no período oitocentista.
Definitivamente, questões que, para um olhar superficial, podem parecer assuntos
divergentes, são, na verdade, peças de um complexo emaranhado onde diversos fragmentos se
encaixavam mesmo que, inicialmente, se demonstrassem tão discrepantes. Os ambientes
estudados estavam inseridos em uma conjuntura onde discursos, cujos temas se vinculavam à
saúde, higiene e urbanização, faziam parte da rotina. Amalgamando esses conteúdos, uma
legislação, que representava um elo entre o ideal e a prática em uma metrópole com
características distintas, se apresentava. Justamente por esses motivos, esses assuntos foram
debatidos neste capítulo.
Enfim, a cidade mais importante do Brasil era o resultado de um conjunto enorme de
variáveis. Os restaurantes e confeitarias representavam toda essa complexidade. Por isso, o
estudo de questões inerentes à alimentação, higiene e saúde se torna uma peça importante e
necessária de análise, em um cenário maior, apresentado nesta tese.
148

Considerações Finais

Ao analisarmos, em perspectiva comparada, o perfil dos restaurantes e confeitarias do


século XIX (1854-1890) na cidade do Rio de Janeiro, procuramos apontar suas semelhanças e
diferenças, aproximações e distanciamentos, e, assim, compreender como as ideias
relacionadas a princípios de modernidade foram incorporadas nas relações entre os indivíduos
e suas práticas de alimentação em espaços públicos.
Da mesma forma, buscamos entender esses eventos como acontecimentos que, ao
mesmo tempo em que supriam as necessidades físicas dos comensais, recorrentemente faziam
parte de um ritual de entretenimento, ascendente à época. Era necessária a compreensão do
processo que resultou em uma experiência moderna de alimentação pública, articulada com a
estruturação dos divertimentos na capital fluminense.
É possível destacar que as oportunidades de negócios e a demanda por lazer
acompanhavam o desenvolvimento da cidade. Tanto os restaurantes quanto as confeitarias
absorveram e refletiram novos pensamentos embebidos em valores modernos presentes no
processo de readequação da Corte, de uma maneira particular, própria ao Rio de Janeiro. Na
antiga capital brasileira, inéditos e antigos ideários se acomodavam e se estabeleciam de
maneira específica vista a singularidade local.
Com o processo de modernização e crescimento da urbe, além dos horários estendidos
de trabalho no comércio e a própria busca pela diversão, o hábito de comer fora de casa foi
ampliado, proporcionando a constituição e expansão de espaços voltados para esses fins,
como os restaurantes e confeitarias.
Em um primeiro momento, tornou-se perceptível que as confeitarias se encontravam de
forma mais dispersa pela cidade. Ou seja, elas se situavam em ruas distintas de diversos
bairros. Já os restaurantes se estabeleciam, em sua maioria, concentrados em áreas mais
restritas, especialmente na região central. A incumbência de cada um e seu público alvo talvez
podem nos ajudar a compreender tal característica. Com o desenvolvimento do século XIX e a
dilatação urbana do Rio de Janeiro, as confeitarias continuaram acompanhando a abertura de
novas regiões, principalmente aquelas onde havia um maior poder aquisitivo dos seus
moradores, como em Botafogo. Os restaurantes seguiram a buscar maior concentração de
pessoas no centro, mesmo que também se tornassem presentes nos bairros mais exclusivos e
em locais de grande concentração sazonal, como os ambientes esportivos.
As funções também diferenciavam esses empreendimentos. Enquanto o encargo
principal dos restaurantes era o serviço de refeições, almoço, jantar e, até mesmo, ceias, as
149

confeitarias, além da venda de doces e açúcar, com refinação deste último, se portavam como
pontos de comércio de secos e molhados. Isto posto, os clientes poderiam adquirir vários
produtos para serem consumidos em suas residências. No entanto, ambos os espaços
dispunham de atividades de encomendas e entrega de refeições, prioritariamente em casas de
comércio, no caso dos restaurantes, e serviço de buffet em festas, comum aos dois.
Pudemos constatar que existia uma variação muito grande em relação aos preços dos
produtos comercializados. Embora acreditemos que os maiores frequentadores de restaurantes
e confeitarias fossem os integrantes de camadas sociais de maior poder aquisitivo, ou mesmo
componentes de fatias medianas em ascensão, não é possível descartar que houvesse clientes
menos remediados que comparecessem a esses lugares cada vez mais comuns e diversos.
Todavia, conjugado aos fatores apresentados de alargamento dos domínios urbanos e ao
poder aquisitivo da população onde estes estabelecimentos se instalavam, é importante notar,
também, uma mudança de comportamento. As práticas de alimentação iniciaram um processo
em que foram reconhecidas progressivamente como atividades coletivas, onde o comer estava
ligado a diferentes ofícios.
Com o transcorrer do século XIX, alimentar-se na esfera pública passou a estar
associado fortemente a lazer e divertimento. Fatores estes que nos ajudaram a compreender a
ampliação dos restaurantes e confeitarias e o reconhecimento cada vez maior destes enquanto
ambientes comuns.
É notável que os restaurantes exerciam o papel de locais de lazer, quer seja como
complemento de outra diversão em um contexto amplo de várias opções na cidade, quer seja
de forma isolada. As confeitarias também dispunham de atividades para seus clientes.
Enquanto os restaurantes ofertavam, na sua maioria, bilhares, bagatelas, música e ambiente
com jardins, as confeitarias proporcionavam exposições de retratos, plantas, animais e
bebidas, campeonatos de tiro ao alvo, xadrez e, também, jardim, bilhares e bagatelas.
Nesse contexto, ambos estavam inseridos, se moldando e adaptando a uma realidade
cada vez mais perceptível, que era o desenvolvimento eminente de uma indústria do
entretenimento. À vista disso, a alimentação era parte integrante e essencial de um ambiente
moderno e “divertido”. O Rio de Janeiro, mesmo com suas características peculiares, a
exemplo das grandes cidades e de vasta parte do mundo ocidental, estava introduzido nesse
cenário.
A comercialização de alimentos importados em restaurantes e confeitarias da principal
metrópole brasileira, durante o Segundo Reinado, refletia o abundante número e diversidade
de personagens que frequentavam a Corte naquela época. Principal ligação do Brasil com a
150

Europa, a capital fluminense reproduzia, à sua maneira e, de certa forma, tentava imitar nos
trópicos, a alimentação do Velho Mundo em uma versão miscigenada e única.
Além desses, produtos oriundos de diversas regiões brasileiras se encontravam à venda
na cidade, destacando a sua importância no país e representando as amplas migrações que,
nesse período, eram comuns. Com efeito, os gêneros alimentícios nacionais, que
caracterizadamente destacavam a sua origem nos anúncios comerciais, tiveram íntima relação
com a culinária praticada nos ambientes analisados.
Identificamos alimentos procedentes de praticamente todas as regiões do Brasil, dentre
as quais se destacaram o sudeste e o nordeste brasileiro. No entanto, quando comparamos os
espaços de comércio de gêneros alimentícios, podemos constatar que havia uma grande
diferenciação, onde os restaurantes forneciam majoritariamente pratos elaborados no local ao
passo que as confeitarias funcionavam como revenda de alimentos, uma espécie de pequena
loja de mantimentos.
A grande maioria dos produtos negociados nas confeitarias era de origem nacional,
diferentemente dos restaurantes que majoritariamente tinham inspiração estrangeira. Neste
sentido, é provável que, devido aos serviços diferenciados oferecidos pelas duas categorias de
casas comerciais, a oferta maior tenha acontecido nas confeitarias. Essa constatação permite
perceber, também, a maior amplitude delas, que extravasavam a função de preparo e comércio
de doces e atendiam a outro segmento, que era o fornecimento de comidas prontas, sem serem
preparadas no seu interior. Nos restaurantes, essa opção era quase inexistente.
Foi possível constatar que a culinária praticada nos restaurantes e divulgada nos
periódicos da época era, em sua maioria, de orientação francesa. Também identificamos a
italiana, portuguesa e, posteriormente, se destacavam a brasileira e a culinária regional baiana.
Seguindo a mesma tendência, o prestígio francês era marcante nas confeitarias. Por outro
lado, a relação com a presença portuguesa ficou mais forte e evidente nestas. Também
detectamos aspectos da cozinha italiana, pequenos vestígios da alemã e, mais próximo da
década de 1870, estabelecimentos que se vinculavam a uma culinária dita brasileira,
nomeadamente, através dos produtos nacionais comercializados por elas, com destaque aos
oriundos de Minas Gerais.
Realmente, o que se pode conceber, principalmente na década final do Império, é que a
alimentação praticada nessa cidade começava a criar laços com as questões nacionais e se
identificar com o Brasil. Os produtos e produções ofertados em ambos os espaços ajudavam a
compor o que conhecemos atualmente como culinária nacional.
151

Podemos destacar, como amostra, a feijoada que circulou tanto em restaurantes quanto
em confeitarias. Neste sentido, ficou nítido o início da gestação de uma cozinha tipicamente
brasileira. Esse fato pode ser verificado em uma publicação do jornal Gazeta de Notícias, de
28 de dezembro de 1891 (p. 1). Ali, já se apresentava uma conexão entre a região e a culinária
local. De acordo com o periódico, em uma festa promovida pelo Club Rio-Grandense, cada
membro ficou responsável por oferecer um prato típico do seu estado, dentre os quais
apontamos: Amazonas - sopa de tartaruga; Bahia – vatapá; Rio Grande do Sul – churrasco;
Minas Gerais – lombo de porco assado no espeto; e Capital Federal: feijoada. Esses pratos
ainda são representativos, nos dias atuais, tanto nas cozinhas regionais quanto na brasileira.
Além desses aspectos, também foi possível identificar a vinculação de novas ideias que
estabeleciam uma inédita associação entre os ambientes de alimentação e a legislação,
principalmente em relação às normas para um melhor funcionamento e que visava a
segurança para a população, particularmente nos quesitos higiene e saúde. Os próprios
Códigos de Posturas e os Editais, que deles faziam parte e suas alterações no decorrer desta
pesquisa, são provas das mudanças que a cidade passava.
É importante destacar que, nesta tese, procuramos não fazer o uso da palavra
“gastronomia”, por acreditarmos, e também constatarmos através da documentação, que era
um termo ainda em formulação e pouco usual. Através dos jornais e revistas desse período,
percebemos que esta já era conhecida e até mesmo utilizada na Corte. De toda forma, era um
conceito muito menos comum e mais restrito do que conhecemos atualmente66. A
gastronomia ainda se desenvolvia, como bem lembra Tim Wätzold (2012).
Exemplos eventuais podem ser visualizados através da imprensa. Uma definição para a
gastronomia oitocentista pôde ser verificada na Revista Popular, do ano de 1861: “é a arte de
comer digna e honrosamente como homem de bom gosto, espírito e juízo” (p. 142). Da
mesma forma, já eram divulgados livros que tratavam do assunto. Em 1854, a livraria B. L.
Garnier, situada na Rua Ouvidor, anunciava a venda da obra Gastronomia ou os prazeres da
mesa (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 01/12/1854, p. 3). A palavra também era usada

66
A gastronomia na contemporaneidade estabelece uma relação muito aproximada entre a alimentação e as
sensações relacionadas a esta. Podemos perceber essas questões a partir de Atala e Dória (2008, p. 175):
“gastronomia é o discurso e a prática que se estabelece em torno de um objeto – a culinária -, com o propósito de
potencializar sabores e outros prazeres sensuais que se organizam em torno da mesa”. Da mesma forma,
Ariovaldo Franco (2001, p. 234) potencializa ainda mais essas sensibilidades em torno da gastronomia: “a
gastronomia induz a fazer do comer uma intensa fonte de satisfações, uma experiência sensorial total. Assim,
além dos sabores, consistências, texturas e odores são importantes o cenário, os sons, as cores, a intensidade da
luz, as alfaias, o flamejar das velas, o tilintar dos cristais e, evidentemente, a interação entre os convivas”.
Definitivamente, as relações estabelecidas com o ato de comer, no século XIX, estavam distantes desses aspectos
abordados nos conceitos acima. Desta forma, preferimos não nos referir à prática da alimentação em restaurantes
e confeitarias deste período como “gastronomia”.
152

casualmente, como quando o Diário do Rio de Janeiro, de 26 de agosto de 1874 (p. 3),
relatou que a Sra. Libania Rosa de Jesus, no restaurante do Hotel Restauração, “também
entregava-se ao prazer da gastronomia”.
Contudo, esse ainda não era um vocábulo regularmente empregado. A gastronomia
ainda se encontrava fortemente associada à forma correta de comer ou ao prazer transmitido
pela comida, e não aos aspectos culinários e culturais de determinadas sociedades. Por isso,
nossa opção em não utilizá-la, também procurando evitar de incorrer em anacronismos.
Devido ao grande número de documentos disponíveis na hemeroteca digital e também a
uma opção metodológica, utilizamos, como fontes, somente os periódicos em circulação na
capital do Império e os Códigos de Posturas e Editais da mesma época. Certamente, este
trabalho não encerra as discussões sobre o assunto. Ao contrário, pretendemos que este seja
motivo de inquietação e de novas investigações que tratem sobre temáticas congêneres.
No futuro, tencionamos realizar novos estudos nos quais devemos ampliar as análises e
diversificar as fontes pesquisadas, abordando as visões de cronistas e viajantes estrangeiros
que visitaram o Brasil no século XIX, assim como confrontando esses espaços de alimentação
com os de outras capitais do país.
Esperamos que esta apuração possa gerar contribuições a novas pesquisas ligadas às
áreas de alimentação, história e cultura do Rio de Janeiro e do Brasil, propiciando uma maior
consistência em estudos de História da Gastronomia e a consolidação deste campo no meio
acadêmico. Almejamos, também, que os dados disponíveis nesta tese, como as tabelas com a
relação de restaurantes e confeitarias situadas nos apêndices, possam favorecer novos projetos
que tenham como objeto a análise desses estabelecimentos ou até mesmo comparações entre
eles.
153

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GUANABARA. Rio de Janeiro. 1883, 06 de jun., p. 6.

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brincadeira-oferecida-pelos-clubes-de-caca-e-tiro-na-oktoberfest-em-blumenau-
4292223.html>. Acesso em 23 de jul. 20015.

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JORNAL DO COMÉRCIO. Rio de Janeiro. 1860, 11 de fev., p. 4.

JORNAL DO COMÉRCIO. Rio de Janeiro. 1861, 23 de mar., p. 4.

JORNAL DO COMÉRCIO. Rio de Janeiro. 1861, 08 de mai., p. 4.

JORNAL DO COMÉRCIO. Rio de Janeiro. 1861, 02 de out., p. 3.

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JORNAL DO COMÉRCIO. Rio de Janeiro. 1866, 14 de ago., p. 3.

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181

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O GLOBO. Rio de Janeiro. 1875, 07 de mai., p. 4.

O GLOBO. Rio de Janeiro. 1875, 21 de set., p. 4.

O GLOBO. Rio de Janeiro. 1875, 24 de dez., p. 4.

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O MEQUETREFE. Rio de Janeiro. 1878, 10 de jan. Ano 4º, nº 120, p. 1.

O MEQUETREFE. Rio de Janeiro. 1880, 18 de set. Ano 6º, nº 220, p. 391.

O MEQUETREFE. Rio de Janeiro. 1883, 10 de jul. Ano 9º, nº 315, p. 3.

O MEQUETREFE. Rio de Janeiro. 1889, jan. Ano 15º, nº 469, p. 6.

O MERCANTIL. Rio de Janeiro. 1891, 24 de jan., p. 2.

O MODERADOR. Rio de Janeiro. 1862, 18 de mar., p. 4.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1884, 11 de nov., p. 1.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1884, 29 de dez., p. 4.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1885, 20 de jan., p. 4.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1885, 10 de mai., p. 4.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1885, 19 de jul., p. 2.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1885, 22 de nov., p. 8.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1885, 25 de dez., p. 1.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1886, 20 de mai., p. 1.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1886, 11 de ago., p. 1.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1886, 29 de ago., p. 4.


185

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1886, 12 de nov., p. 4.

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O PAÍS. Rio de Janeiro. 1889, 10 de ago., p. 3.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1889, 13 de ago., p. 4.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1889, 24 de ago., p. 5.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1889, 15 de nov., p. 3.

O PAÍS. Rio de Janeiro. 1890, 02 de fev., p. 6.

O PORTUGUÊS. Rio de Janeiro. 1864, 29 de mai., p. 3.

O PORTUGUÊS. Rio de Janeiro. 1865, 01 de jan., p. 3.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1884, 12 de nov., p. 3.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1884, 25 de dez., p. 3.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1885, 14 de jun., p. 2.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1885, 08 de jul., p. 3.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 02 de abr., p. 1.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 11 de jun., p. 3.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 27 de jul., p. 1.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 11 de ago., p. 1.


186

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 04 de set., p. 1

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 06 de set., p. 2.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 02 de out., p. 4.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1886, 18 de out., p. 2.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 28 de abr., p. 1.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 04 de mai., p. 1.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 05 de mai., p. 1.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 13 de jul., p. 2.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 17 de jul., p. 4.

O PROGRAMA AVISADOR. Rio de Janeiro. 1887, 08 de out., p. 1; 3.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 05 de mar., p. 2.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 06 de mar., p. 4.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 23 de mai., p. 3.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 19 de jun., p. 3.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 13 de out., p. 2.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 16 de out., p. 1.

O PROGRAMA GUIADOR. Rio de Janeiro. 1887, 16 de dez., p. 1.

O PROGRAMA. Rio de Janeiro. 1887, 03 de fev., p. 2.

O REPÓRTER. Rio de Janeiro. 1879, 20 de jan., p. 4.

O REPÓRTER. Rio de Janeiro. 1879, 16 de fev., p. 4.

O REPÓRTER. Rio de Janeiro. 1879, 26 de jul., p. 3.

O TEMPO. Rio de Janeiro. 1888, 06 de jun., p. 4.

OPINIÃO LIBERAL. Rio de Janeiro, 1869, 08 de jun., p.4.

PERIÓDICO CARICATO, SÁTIRICO E POPULAR. Rio de Janeiro. 1871. Ano I, nº45, p. 6


e 7.

PERIÓDICO CARICATO, SÁTIRICO E POPULAR. Rio de Janeiro. 1871. Ano I, nº46, p.7.

PERIÓDICO DOS POBRES. Rio de Janeiro. 1850, 28 de dez., p. 1.

PERIÓDICO DOS POBRES. Rio de Janeiro. 1855, 26 de mai., p. 4.


187

REVISTA DA SOCIEDADE JOCKEY CLUB. Rio de Janeiro. 1871. p. 34

REVISTA DE ENGENHARIA. Rio de Janeiro. 1890, 28 de dez., p. 301-302.

REVISTA POPULAR. Rio de Janeiro. 1861, p. 142.

TRIBUNA MILITAR. Rio de Janeiro. 1881, 20 de out., p. 4.


188

APÊNDICES

APÊNDICE 1 - QUADRO 1: RESTAURANTES E SUA LOCALIZAÇÃO (1850-60)

Estabelecimento Endereço Fonte


Hotel London com Largo do Paço, 14. Jornal do Comércio, 1850, 17 de fev., p. 4.
Restaurant
Casa de Pasto Praia de Botafogo, 72. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Restaurant Rio de Janeiro, 1850, p. 404.
Hotel de L'Union com Rua da Assembleia, 34, 1° Correio Mercantil, 1851, 15 de mar., p. 4.
restaurant andar.
Hotel e Restaurant Rua de São José 15 e em Correio Mercantil, 1851, 24 de mai., p. 4.
Nicolão setembro de 1851 mudança de
localização para a rua da
Assembleia, 13.
Restaurant Suises et Rua da Assembleia, 76. Correio Mercantil, 1851, 20 de set., p. 4.
Français
Restaurant à la carte Rua de São José, 21. Correio Mercantil, 1853, 07 de fev., p. 3.
Restaurant dos Bons- Largo Oriental dos Remédios O Globo, 1853, 01 de Out., p. 4.
Amigos
Restaurant Français Rua da Assembleia 72 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1855, p. 605.
Restaurant et Rua Direita (atualmente rua Correio Mercantil, 1855, 26 de abr., p. 3; Correio
comestibles ou Primeiro de Março), 44 e em Mercantil, 1855, 01 de jun., p. 3.
Restaurant e junho de 1855 mudança de
Comestíveis endereço para a rua do
Ouvidor, 107.
Restaurant e Rua do Ouvidor, 107. Diário do Rio de Janeiro, 1856, 07 de jul., p. 4.
Pastelaria Ao Chevet
Brasileiro
Hotel des Étrangers Rua da Assembleia, 69. Correio Mercantil, 1856, 21 de mai., p.3; Correio
ou Hotel dos Mercantil, 1856, 04 de ago., p.3.
Estrangeiros com
restaurant
Hotel Restaurant des Rua do Ouvidor 126, entrada Correio Mercantil, 1856, 22 de mai., p. 3; Correio
Frères Provençaux pela rua dos Latoeiros, 83. Mercantil, 1859, 21 de abr., p.3.
Café da Marinha Rua de Bragança, 1 (esquina Diário do Rio de Janeiro, 1856, 22 de jul., p. 3.
Restaurant da rua Direita – atualmente rua
Primeiro de Março).
Hotel e Café do Rua da Candelária, 7. Diário do Rio de Janeiro, 1856, 31 de dez., p. 3.
Comércio Dois
Irmãos com restaurant
Hotel Ravot com Rua do Ouvidor, 163 e em Correio Mercantil, 1857, 01 de fev., p. 3; Correio
Restaurant 1860 mudança de endereço Mercantil, 1860, 08 de jan., p. 3.
para rua do Ouvidor, 165.
Restaurant de Rua de São José, 15. Correio Mercantil, 1857, 10 de mai., p. 3.
l'industrie
Restaurant ao Rua dos Ciganos (em frente ao Correio Mercantil, 1857, 27 de out., p.3.
Comércio (antiga Teatro Lírico).
Casa de Pasto Recreio
ao Comércio)
Hotel Pharoux com Rua Fresca, 1. Correio Mercantil, 1857, 11 de nov., p.3.
Restaurant
Restaurant del Rua do Teatro, 33. Jornal do Comércio, 31/01/1858, p. 2.
Oriente
189

Hotel Restaurant Defronte do Jardim Botânico. Correio Mercantil, 1858, 13 de nov., p.3.
Restaurant do Rua do Cano (atualmente rua Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Universo Sete de Setembro), 159. Rio de Janeiro, 1859, p.699.
Restaurant Travessa de São Francisco de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Madeirense Paula, 18. Rio de Janeiro, 1859, p.699
Restaurant de Rua da Assembleia, 49. Jornal do Comércio, 1859, 22 de abr., p. 4.
L’Assemblée
Hotel D. Pedro com Rua da Lampadosa, 28. Correio Mercantil, 1859, 17 de jul., p.3.
restaurant
Restaurant Recreio Rua dos Ciganos, 68 (em Correio Mercantil, 1859, 04 de ago., p.3.
Comercial frente ao Museu e ao Teatro
Lírico).
Restaurant Viracanto Ilha de Paquetá Correio Mercantil, 1859, 08 de ago., p. 3.
Restaurant Italiano Rua do Teatro, 2 . Correio Mercantil, 1860, 08 de jan., p. 3.

Café Restaurant de Rua da Assembleia, 92 e 94. Jornal do Comércio, 1860, 11 de fev., p. 4.


L’Univers.
Café Restaurant e Rua Direita, 6 (atualmente rua Correio Mercantil, 1860, 08 de abr., p. 3.
Bilhares Marítimo e Primeiro de Março).
Comercial
Hotel das Quatro Rua da Assembleia, 72. Diário do Rio de Janeiro, 1860, 04 de mai., p. 4.
Nações com
Restaurant
Hotel das Américas Largo do Paço (place du Diário do Rio de Janeiro, 1860, 19 de jun., p. 3.
com Restaurant palais), 3.
Hotel de Marseille Rua do Cano, 65 (atualmente Diário do Rio de Janeiro, 1860, 11 de jul., p. 3.
com Restaurant rua Sete de Setembro),.
Real Hotel de Veneza Praça da Constituição, 8 A Correio Mercantil, 1860, 02 de set., p. 3.
com Restaurant (atualmente Praça Tiradentes).
Restaurant de La Rua da Real Grandeza, 2 Diário do Rio de Janeiro, 1860, 23 de set., p. 4.
Maison Blanche (caminho de São Clemente e
Botafogo).
190

APÊNDICE 2 - QUADRO 2 : RESTAURANTES E SUA LOCALIZAÇÃO (1861-70)

Estabelecimento Endereço Fonte


Hotel dos Estrangeiros com Rua da Assembleia, 54. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
restaurant Rio de Janeiro, 1861, p. 641.
Hotel Restaurant des Frères Rua do Ouvidor, 126 Jornal do Comércio, 1864, 12 de mai., p. 3.
Provençaux (entrada pela rua dos
Latoeiros, 83).
Hotel Ravot com restaurant Rua do Ouvidor, 163. Correio Mercantil, 1861, 14 de ago., p. 4.
Hotel e Restaurant du Havre Rua de São José, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 640.
Hotel Restaurant Rua de São José, 109. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861. p. 640.
Hotel Garibaldi com Rua do Teatro, 35 (em Correio Mercantil, 1861, 14 de ago., p. 4.
restaurant frente a Academia
Militar).
Hotel do Norte com Rua da Quitanda, 7. Jornal do Comércio, 1861, 02 de out., p. 3.
restaurant
Hotel do Milão com Rua do Ouvidor, 155. Correio Mercantil, 1861, 17 de out., p. 4.
restaurant
Hotel Restaurant de Toulose Rua da Assembleia, 42 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
B. Rio de Janeiro, 1862, p. 653.
Restaurant Italiano e Rua do Teatro, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Botequim Rio de Janeiro, 1862, p. 653.
Hotel Restaurant do Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Alcântara 25 (atualmente Praça Rio de Janeiro, 1862, p. 651.
Tiradentes)..
Hotel Restaurant Augusto Praia de Botafogo, 114. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 651.
Hotel Capelle com Rua de Olinda, 14 A Diário do Rio de Janeiro, 1862, 23 de set., p. 4.
restaurant (em Botafogo).
Hotel Restaurant de Rua da Quitanda, 13. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Bragança Rio de Janeiro, 1863, p. 655
Hotel Restaurant Fiuza Rua da Ajuda, 19. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1863, p. 655.
Hotel de Luxemburgo com Rua da Assembleia, 99 e Diário do Rio de Janeiro, 1863, 12 de jan., p. 4.
restaurant 101.
Hotel de La Paix com Rua do Hospício, 22. Diário do Rio de Janeiro, 1863, 31 de jan., p. 4.
restaurant
Restaurant D. Luiz Rua do Teatro, 35. Jornal do Comércio, 1863, 15 de fev., p. 2.

Hotel do Brasil com Rua dos Latoeiros, 62. Diário do Rio de Janeiro, 1863, 18 de nov., p. 4;
restaurant ou Grand Hotel Diário do Rio de Janeiro, 1864, 27 de out., p. 4.
Du Brésil
Restaurant del Oriente ou Rua do Teatro, 33. Jornal do Comércio, 31/01/1858, p. 2; Almanaque
Restaurant do Oriente Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1864, p. 670.
Restaurant Abacachy Rua do Teatro, 33. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1865, p. 651.
Hotel Restaurant de Rua da Carioca, 128. Jornal do Comércio, 1864, 24 de jan., p. 4.
Bordeaux
Hotel do Império com Rua do Teatro, 35. Diário do Rio de Janeiro, 1864, 08 de fev., p. 2.
restaurant
Restaurant Pension Rua do Cano, Diário do Rio de Janeiro, 1864, 21 de fev., p. 3.
Bourgeoise 81(atualmente rua Sete
de Setembro),.
Hotel e Restaurant La Borse Rua da Alfândega, 8. Correio Mercantil, 1864, 19 de mai., p. 5.
191

Casa de pasto e botequim Rua do Cano, 61 (entre Diário do Rio de Janeiro, 1864, 03 de jun., p. 3; O
denominado Novo á rua dos Ourives e a Português, 1865, 01 de jan., p. 3.
Restaurant do Comércio dos Latoeiros) e em
1865 rua Sete de
Setembro, 61.
Jardeim Brasseria com Café Rua da Ajuda, 57. Diário do Rio de Janeiro, 1864, 24 de set., p. 4.
Restaurant
Hotel Restaurante da Corte e Travessa do Ouvidor, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Café Restaurante da Corte 13. Rio de Janeiro, 1865, p. 651; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1866, p. 596.
Restaurant e Café Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
20 e rua do Teatro Rio de Janeiro, 1865, p. 653.
(pregado ao Teatro de
São Pedro), atualmente
Praça Tiradentes.
Restaurant Mangini Rua do Teatro, 2 (junto Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
ao Teatro de São Pedro). Rio de Janeiro, 1870, p. 657.
Café Restaurant Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
20, atualmente Praça Rio de Janeiro, 1866, p. 597.
Tiradentes.
Restaurant Carceller Boulevard Carceller, rua Diário do Rio de Janeiro, 1865, 21 de jun., p. 4.
Direita, 7 e 9
(atualmente rua
Primeiro de Março).
Hotel do Comércio com Rua da Alfândega, 31. Correio Mercantil, 1865, 28 de ago., p. 4.
restaurant
Café Restaurant do Passeio Rua das Marrecas, 34. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1866, p. 596.
Restaurant Français Rua do Ouvidor, 130. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1866, p. 629.
Hotel Restaurant de Lyon (e Rua do Carmo, 53. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
café) Rio de Janeiro, 1866, p. 629.
Hotel de La Plata com Rua da Assembleia, 69. Jornal do Comércio, 1866, 17 de mar., p. 4.
restaurant
Café de Paris e Café Rua Sete de Setembro, Estafeta, 1866, 06 de out., p. 4; Almanaque
Restaurant de Paris 39. Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1867, p. 597.
Hotel dos Príncipes com Palacete da Praça da Correio Mercantil, 1866, 24 de nov., p. 4.
restaurant Constituição, 8
(atualmente Praça
Tiradentes).
Restaurant Gardim Praça da Constituição Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
(atualmente Praça Rio de Janeiro, 1868, p. 654.
Tiradentes), (em frente á
porta lateral do Teatro).
Café Restaurant Rua da Carioca, 107. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1869, p. 643.
Restaurant Français Rua de Santo Antônio, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
8. Rio de Janeiro, 1869, p. 678.
Restaurant et Table d’hôte Rua do Hospício, 62, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
1°andar. Rio de Janeiro, 1869, p. 678.
Restaurante Rotschild Rua da Assembleia, 87. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 657.
Restaurant Italian Rua da Carioca, 56. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 657.
Restaurant Italian et Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Français 185. Rio de Janeiro, 1870, p. 657.
192

Hotel Universal com Andaraí Pequeno Jornal do Comércio, 1870, 29 de mai., p. 2.


restaurant (atualmente Tijuca), 52
E.
Restaurant Francez e Rua Gonçalves Dias, 13. Diário de Notícias, 1870, 11 de ago., p. 4.
Depósito Especial de Azeite
verdadeiro Plagniol
Restaurante Garibaldi Rua da Carioca, 6. Diário de Notícias, 1870, 29 de set., p. 3.
193

APÊNDICE 3 - QUADRO 3: RESTAURANTES E SUA LOCALIZAÇÃO (1871-80)

Estabelecimento Endereço Fonte


Hotel e Restaurant Rua do Teatro, 2. Diário do Rio de Janeiro, 1871, 22 de abr., p. 4.
Mangini
Restaurant Français Rua do Ouvidor, 130. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Café Restaurant de Paris Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
39. do Rio de Janeiro, 1871, p. 616.
Hotel dos Príncipes com Palacete da Praça da O Globo, 1875, 24 de dez., p. 4.
restaurant Constituição, 8
(atualmente Praça
Tiradentes).
Restaurant Français Rua de Santo Antônio, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
8. do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Restaurant et Table d'hôte Rua do Hospício, 62. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
1°andar. do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Restaurante Rotschild Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
87. do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Restaurant Italian Rua da Carioca, 56. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Restaurant Italian et Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Français 185. do Rio de Janeiro, 1871, p. 650.
Restaurant Italien ou Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Restaurant Italiano 183 do Rio de Janeiro, 1875, p. 903; Jornal da Tarde,
1877, 27 de ago., p. 4.
Restaurant Français Rua Gonçalves Dias, A Vida Fluminense, 1872, 12 de out., p. 1161.
13.
Café do Restaurante Rua da Ajuda, 57. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Phenix do Rio de Janeiro, 1871, p. 616.
Hotel Camões com Rua do Teatro, 35. Diário do Noticias, 1872, 07 de mar., p. 4.
restaurant
Restaurante Italiano ou Rua do Jardim Brasil e Portugal, 1872, 01 de jul., p. 4;
Restaurant Italiano Botânico, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1873, p. 741.
Hotel Regência com Rua do Sacramento, 1 A Vida Fluminense, 1872, 12 de out., p. 1161.
restaurant (canto da Praça da
Constituição).
Restaurant do Mundo Rua do Ouvidor, 81. A Vida Fluminense, 1872, 26 de out., p. 1177; A
Elegante e Restaurant Vida Fluminense, 1873, 07 de jun., p. 1433.
Popular
Restaurante Tavares Rua do Carmo, 27 Jornal do Comércio, 1872, 01 de set., p. 5.

Restaurante da Época Rua do Ouvidor, 81 e A República, 1873, 30 de nov., p. 4.


Atual em 1873 mudança
para a Rua da
Quitanda, 46.
Hotel Restaurant Rua da Saúde, 147. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1873, p. 739.
Restaurant Italiano Praça da Constituição Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
(atualmente Praça do Rio de Janeiro, 1873, p. 739.
Tiradentes), 22
(esquina da rua do
Teatro).
Restaurant do Caboclo Rua de São Pedro da A Vida Fluminense, 1873, 10 de mai., p. 1401.
Cidade Nova, 2.
Hotel do Universo com Rua da Assembleia, A Vida Fluminense, 1873, 24 de mai., p. 1417.
restaurant 52.
194

Chalet Restaurant Em frente ao Portão do D. Pedro II, 1873, 28 de jun., p. 3; Almanaque


Campestre ou Restaurant Jardim Botânico, Rua Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Campestre do Jardim Botânico, Janeiro, 1875, p. 903.
25.
Restaurante Carceller Em frente ao Portão do Diário do Rio de Janeiro, 1873, 25 de set., p. 4;
Jardim Botânico Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 833.
Restaurant Au Rocher do Rua Nova do Ouvidor, A República, 1873, 29 de out., p. 4; Almanaque
Cancale 32, (Travessa do Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Ouvidor) e em 1879 Janeiro, 1879, p. 916.
mudança para a rua
Nova do Ouvidor, 30.
Restaurant Comercial Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
48 e em 1875 mudança do Rio de Janeiro, 1874, p. 833; Almanaque
para a Rua Sete de Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Setembro, 44. Janeiro, 1875, p. 903.
Restaurant Comercial Rua Primeiro de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Março, 52. do Rio de Janeiro, 1880, p. 983.
Restaurant Ferrol Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
115. do Rio de Janeiro, 1874, p. 833.
Café de Londres com Mudança de endereço O Globo, 1874, 25 de out., p. 4.
restaurant da rua do Ouvidor,
120 para a rua do
Ouvidor, 113.
Restaurant Français Rua Uruguaiana, 16. A Vida Fluminense, 1874, 14 de nov., p. 2031.
Resturant de Charles Luc Rua do Hospício, 64. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 903.
Restaurant Comercial Rua da Quitanda, 163. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 903.
Restaurant François Rua de Gonçalves Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Dias 13 e Rua do Rio de Janeiro, 1875, p. 903.
Uruguaiana, 16 A.
Restaurant Salvine Praça da Constituição Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
(atualmente Praça do Rio de Janeiro, 1875, p. 903.
Tiradentes).
Restaurant Rua Primeiro de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Março, 49. do Rio de Janeiro, 1875, p. 903.
Restaurant do Progresso Rua de São Pedro, 78. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 244.
Restaurant Econômico Beco das Cancelas. A Vida Fluminense, 1875, 05 de jun., p. 181.
Grande Café Restaurant Rua Primeiro de A Vida Fluminense, 1875, 12 de jun., p. 189.
do Globo Março, 7.
Restaurant de São Carlos Rua de São Carlos, 34. A Pátria, 1875, 24 de jun., p. 4.
Restaurante Prazer do Rua do General Gazeta de Notícias, 1875, 09 de set., p. 4.
Comércio Câmara, 33, 2° andar.
Restaurant da Esperança Rua do Visconde de Gazeta de Notícias, 1875, 16 de set., p. 4;
ou Hotel Restaurant Itaboraí, 7, 1° andar Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Esperança (antiga praia dos do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
mineiros).
Restaurant-Café Rua Uruguaiana, 155. A Vida Fluminense, 1875, 18 de set., p. 301.
Hotel Restaurant Largo do Rosário, 17. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 957.
Restaurant de Calmels e Rua do Hospício, 64. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Irmãos do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
Restaurant Ao Chalet Em frente ao Portão do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Campestre Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
195

Restaurant do Comércio Rua do Mercado, 74. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
Restaurant do Império Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
107. do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
Restaurant do Sacramento Rua do Hospício, 226. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 958.
All' Isola di Caprera Rua do Lavradio, entre O Fígaro, 1876, p. 143.
Restaurant as ruas do Visconde do
Rio Branco e a rua do
Senado.
Hotel Restaurant Oriental Rua Nova do Ouvidor, Gazeta de Notícias, 1876, 20 de mai., p. 3.
24.
Hotel des Princes com Praça da Constituição, Gazeta de Notícias, 1876, 13 de ago., p. 4.
restaurant 8 (atualmente Praça
Tiradentes).
Restaurante Feliz Acaso Rua Primeiro de Gazeta de Notícias, 1876, 22 de out., p. 3.
Março, 90,
Restaurant Comércio e Praça das Marinhas. Gazeta de Notícias, 1876, 19 de dez., p. 3.
Artes
Hotel e Restaurant Du Rua da Assembleia 40 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Commerce e rua da Quitanda 12. do Rio de Janeiro, 1877, p. 962.
Restaurant Acadêmico Rua da Ajuda, 30. e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
em 1880 mudança do Rio de Janeiro, 1877, p. 963; Almanaque
para a rua da Ajuda Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
52. Janeiro, 1880, p. 983.
Restaurant do Brasil Rua do Ouvidor, 115. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 963.
Restaurant Brasil Rua do General Gazeta de Notícias, 1879, 10 de ago., p. 4.
Câmara, 221 (Largo de
São Domingos).
Restaurant Machado Rua dos Ourives, 79. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 965.
Restaurant Portuense Rua do Hospício, 119. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 965.
Restaurant Portuense Rua de Santo Antônio, O Repórter, 1879, 20 de jan., p. 4.
1.
Restaurant São Lorenço Rua do General Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Câmara, 251. do Rio de Janeiro, 1877, p. 965.
Restaurant São Sebastião Rua da Conceição, 44. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 965.
Restaurant São Sebastião Rua da Alfândega, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
157. do Rio de Janeiro, 1879, p. 916.
Resaturant Vimaranense Rua de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
271. do Rio de Janeiro, 1877, p. 965.
Restaurant e Jardim de No último ponto dos A Reforma, 1877, 30 de set., p. 4; Almanaque
Recreio bondes do Jardim Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Botânico, rua da Boa Janeiro, 1878, p. 903.
Vista, 36.
Restaurant Rua Primeiro de Gazeta de Notícias, 1877, 04 de dez., p. 2.
Março, 6.
Hotel Restaurant Em frente a estação Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
dos bondes. do Rio de Janeiro, 1878, p. 902.
Restaurant Blondin Rua do Rosário, 83 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
mudou-se para a rua do Rio de Janeiro, 1878, p. 902; Gazeta da tarde,
Nova do Ouvidor, 27. 1880, 15 de set., p. 4.
Restaurant da Bolsa Rua Primeiro de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Março, 37. do Rio de Janeiro, 1878, p. 902.
196

Restaurant des Nations Rua de São José, 111. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1878, p. 903.
Restaurant Del Opera Rua do Ouvidor, 118. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1878, p. 903.
Café Restaurante do Rua do Ouvidor, 118. Gazeta de Notícias, 1878, 01 de jan., p. 3; Gazeta
Cruzeiro ou Restaurant do de Notícias, 1879, 21 de ago., p. 4.
Cruzeiro
Hotel Argentino com Rua do Ouvidor, 141. O Besouro, 1878, 25 de mai., p. 2.
restaurant
Restaurant e Café Vinte Rua do Ouvidor, 141. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Oito de Setembro do Rio de Janeiro, 1880, p. 983.
Hotel Restaurant Francês Rua do Evaristo da Gazeta de Notícias, 1878, 08 de jun., p. 3.
e Italiano Veiga, 20 (Largo da
Mãe do Bispo).
Café Restaurant e Salão e terraço do Gazeta de Notícias, 1878, 29 de set., p. 6.
Confeitaria Teatro São Pedro de
Alcântara
Restaurant de la Terrasse No Teatro São Pedro Gazeta de Notícias, 1879, 02 de dez., p. 4.
de Alcântara
Hotel Thomé com Rua Sete de Setembro, Gazeta de Notícias, 1878, 01 de out., p. 4.
Restaurant 81.
Hotel Portugal com Rua do Sacramento Gazeta de Notícias, 1878, 08 de out., p. 3.
Restaurant (de frente para o
jardim do Rocio).
Maison Meublée com Rua de Santo Amaro, Gazeta de Notícias, 1878, 14 de nov., p. 6.
Restaurant 18 (próximo da linha
dos bondes de
Botafogo).
Hotel New York com Rua Primeiro de Jornal do Comércio, 1878, 17 de nov., p. 5.
restaurant Março, 41.
Hotel Restaurant de Rua Uruguaiana, 54. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Alcazar do Rio de Janeiro, 1879, p. 916.
Brazilian-Garden com Rua do Espírito Santo, Diário do Rio de Janeiro, 1878, 23 de out., p. 3.
Restaurant 43 e 45.
Skating-Rink com Rua do Costa, 31 A. O Repórter, 1879, 16 de fev., p. 4.
Restaurant
Restaurant do Tesouro Rua do Sacramento, Gazeta de Notícias, 1879, 26 de mar., p. 4.
26.
Restaurant Particular Rua de São José, 16. Gazeta de Notícias, 1879, 25 de abr., p. 5.
Restaurante Casa Rua de São José, 16. Gazeta de Notícias, 1879, 20 de ago., p. 4.
Particular
Restaurant Particular Rua da Assembleia, Gazeta de Notícias, 1879, 15 de ago., p. 6.
13.
Hotel Leão de Ouro com Rua da Candelária, 6. Gazeta da Noite, 1879, 10 de jun., p. 4.
restaurant
Restaurant São João Rua do Sacramento, Gazeta de Notícias, 1879, 24 de jun., p. 3.
15.
Restaurant da Península Rua Uruguaiana, 63. Alvorada Propriedade de uma Associação, 1879,
20 de jul., p. 4.
Café Restaurant Duas Rua de São José, 47. Gazeta de Notícias, 1879, 25 de ago., p. 3.
Águias de Ouro
Hotel com restaurant Rua Fresca, 7. Gazeta de Notícias, 1879, 04 de set., p. 3.
Restaurant Retiro Rua do Jardim Gazeta de Notícias, 1879, 14 de set., p. 6.
Campestre Botânico, 07.
Salão Oliveira - Rua Uruguaiana, 29. Gazeta da Noite, 1879, 22 de dez., p. 4.
Restaurant e Bilhares
197

Restaurant Rua Boulevard, Vila Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


Isabel. do Rio de Janeiro, 1880, p. 983.
Restaurant Praça da Carioca, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 983.
Restaurant de Recreio Rua Boulevard, Vila Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Isabel. do Rio de Janeiro, 1880, p. 983.
Cascata Restaurante Rua Sete de Setembro, Gazeta de Notícias, 1880, 21 de jul., p. 6.
239.
Hotel Aurora com Tijuca. Gazeta de Notícias, 1880, 28 de fev., p. 4.
restaurant
Restaurante Carmo Rua do Carmo, 61. Jornal do Comércio, 1880, 29 de abr., p. 4.

Confeitaria e Restaurant Praia de Botafogo, 250 Gazeta de Notícias, 1880, 04 de jun., p. 4.


Botânical (canto da rua dos
Voluntários da Pátria).
Café, Restaurant e Buffet Na Estação das Barcas Gazeta de Notícias, 1880, 18 de jul., p. 4.
de Ferry da Corte.
Café Restaurante Maison Largo da Carioca, 20. Gazeta da Notícias, 1880, 25 de jul., p. 5.
Dorée
Hotel Tourino com Rua da Carioca, 35. Gazeta da Notícias, 1880, 23 de set., p. 6.
restaurant
198

APÊNDICE 4 - QUADRO 4: RESTAURANTES E SUA LOCALIZAÇÃO (1881-90)

Estabelecimento Endereço Fonte


Restaurante Rua da Quitanda, 96. Jornal do Comércio, 1881, 29 de mai., p.
Progresso 5.
Hotel e Restaurante Vila Isabel (ponto dos bondes). Jornal do Comércio, 1881, 05 de jun., p.
Rhenania 6.
Hotel Brasil com Praça da Constituição, 8, 1° andar Gazeta da Tarde, 1881, 22 de jun., p.1.
restaurant (atualmente Praça Tiradentes).
Restaurant Francês Rua de Santo Antônio, 8. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Français Rua Gonçalves Dias, 13 Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Rua do Jardim Botânico, 25. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Campestre ou Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
Restaurant do Jardim 1031; O País, 1887, 13 de mar., p. 2.
Botânico
Restaurant Rocher Rua Nova do Ouvidor, 30. Almanaque Administrativo, Mercantil e
de Cancale Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p.
297.
Restaurant Rua Primeiro de Março, 52. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Comercial Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031
Restaurant da Rua do Visconde de Itaboraí, 7, 1° Almanaque Administrativo, Mercantil e
Esperança Andar (antiga praia dos mineiros). Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Hotel e Restaurant Rua da Assembleia, 40 e rua da Almanaque Administrativo, Mercantil e
Du Commerce Quitanda, 12. Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1029.
Restaurant Rua da Ajuda, 52. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Acadêmico Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Blondin Rua Nova do Ouvidor, 27 e em 1882 Almanaque Administrativo, Mercantil e
mudança para a rua do Carmo, 61. Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031; Almanaque Administrativo,
Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro,
1882, p. 297.
Restaurant da Bolsa Rua Primeiro de Março, 37. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant do Rua do Ouvidor, 118. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Cruzeiro Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant e Café Rua dos Ourives, 141. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Vinte Oito de Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
Setembro 1031.
Restaurant de la No Teatro São Pedro de Alcântara. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Terrasse Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1027.
Hotel Restaurant de Rua Uruguaiana, 54. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Alcazar Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1030.
Restaurant São João Rua do Sacramento, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant da Rua Uruguaiana, 63. Cidade do Rio, 1887, 11 de out., p. 3.
Península
199

Restaurant Oliveira Rua Uruguaiana, 29. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1027.
Restaurant Praça da Carioca, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant de Rua Boulevard, Vila Isabel. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Recreio Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Café Restaurante Largo da Carioca, 20. Gazeta da Notícias, 1880, 25 de jul., p. 5.
Maison Dorée Gazeta da Notícias, 1882, 30 de jan., p. 3.
Gande Café Largo da Carioca, 20. Gazeta da Notícias, 1881, 07 de mai., p.
Restaurant 6.
Café e Restaurant Largo da Carioca, 20. Diário do Comércio, 1890, 10 de jan., p.
Paris 4.
Restaurant de la Rua Uruguaiana, 41. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Renaissance Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1027.
Restaurant Botanical Rua da Boa Vista, 32, Gávea. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Recreio da Olaria Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Chinês Beco das Cancelas, 3. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant du Rua do Espírito Santo, 42. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Dauphiné Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Olinda Rua do Visconde de Itaboraí, 3 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Paraíso Rua Jardim Botânico, 7. Almanaque Administrativo, Mercantil e
da Mocidade Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant No grande estabelecimento Gazeta da Tarde, 1881, 22 de jan., p. 2.
Hidroterápico do Dr. Eiras, em
Botafogo.
Hotel e Restaurante Rua de Santa Carolina, 05 (Andaraí). Jornal do Comércio, 1881, 13 de mar., p.
Tijuca 5.
Restaurante Ipiranga Travessa de Santa Rita, 34. Gazeta de Notícias, 1881, 10 de mai., p.
4.
Café Restaurante Rua Sete de Setembro, 183. Gazeta de Notícias, 1881, 15 de mai. p. 4.
Pomba de Ouro
,Restaurant Trinta Rua Sete de Setembro, 183. Gazeta de Notícias, 1882, 31 de jul., p. 3.
Diabos
Restaurant Rival Rua dos Ourives, 41. Gazeta de Notícias, 1881, 14 de jun., p.
4.
Restaurant Du Midi Rua da Carioca, 9 e em 1886 Gazeta de Notícias, 1881, 05 de ago., p.
mudança para a rua Sete de 4; Gazeta de Notícias, 1886, 18 de ago.,
Setembro, 106. p. 4.
Restaurant Café Rio Largo de São Francisco. Brasil, 1881, 30 de out., p. 2.
de Janeiro
Restaurant Rio de Largo de São Francisco de Paula, 18. Brasil, 1881, 30 de out., p. 2.
Janeiro
Restaurant Londres Rua do Ouvidor, 113. Brasil, 1881, 30 de out., p. 2.
Restaurante Baiano Rua Uruguaiana, 39 B e em 1882 rua Gazeta da Tarde, 1881, 08 de nov., p. 3;
Uruguaiana, 39 B e 109. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p.
297.
200

Restaurant X.P.T.O. Rua Sete de Setembro, 239. Gazeta de Notícias, 1881, 12 de nov., p.
4.
Hotel Novo Mundo Rua Primeiro de Março, 13, O Globo, 1881, 30 de nov., p. 1.
com restaurant Boulevard Carceler.
Restaurant Lacombe Rua de São José, 39. Jornal da Noite, 1881, 30 de nov., p. 3.
Restaurant Graham's Rua da Alfândega, 1. Brasil, 1881, 11 de dez., p. 2.
Restaurant Rua da Alfândega, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p.
297.
Hotel Balneário com Botafogo (em frente á rua do Almanaque Administrativo, Mercantil e
restaurant Marquês de Olinda). Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p.
252.
Restaurant das Três Rua Larga de São Joaquim, 106. Gazetinha, 1882, 01 de fev., p. 2.
Nações da Mocidade
Restaurant L'Elysée No terraço do Tetro São Pedro Gazeta de Notícias, 1882, 15 de fev., p.
Alcântara. 2.
Restaurant Bordeaux Rua Uruguaiana, 52. Gazeta de Notícias, 1882, 02 de abr., p.
5.
Restaurante Sereia Praia de Botafogo, 236 (Freguesia da Gazeta de Notícias, 1882, 09 de abr., p.
Lagoa). 4.
Restaurant No Teatro Príncipe Imperial. Gazeta de Notícias, 1882, 10 de mai., p.
4.
Restaurant Grande Praça da Constituição, 5 e 7 Almanaque Administrativo, Mercantil e
Oriente (atualmente Praça Tiradentes). Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p.
581.
Restaurante Príncipe Praça da Constituição, 5 (atualmente Diário Ilustrado, 1887, 19 de mai., p. 5.
Imperial Praça Tiradentes).
Maison Champétre Rua do Riachuelo, 81. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Restaurant Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p.
582.
Restaurant Vencedor Rua Luiz de Camões, 36 Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p.
582.
Restaurant Maison Entrada pela rua do Espírito Santo, Gazeta da Tarde, 1883, 26 de fev., p.4;
Moderne 113 e Praça da Constituição 19 A Almanaque Administrativo, Mercantil e
(largo do Rocio) e em 1889 entrada Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p.
pela rua do Espírito Santo, 1, 3, 5 e 7 604.
e Praça da Constituição 19 A (Largo
do Rocio) (atualmente Praça
Tiradentes).
Restaurant Comércio Rua do Hospício, 139. A Folha Nova, 1883, 04 de mar., p. 4.
e Artes
Restaurante a Canoa Largo do Rocio, 50 (atualmente A Folha Nova, 1883, 18 de mar., p. 3.
do Beija-Flor Praça Tiradentes).
Restaurant Martins Rua de São José, 30. Corsário, 1883, 15 de mai., p. 4.
Restaurant Castro Rua do Carmo, 25. Gazeta da Tarde, 1883, 30 de jun., p. 3.
Alves
Restaurant da Gruta Rua do Carmo, 25. Gazeta da Tarde, 1884, 01 de dez., p. 3.
Restaurante Especial Rua de São José, 121. Gazeta de Notícias, 1883, 14 de jul., p. 4.
Restaurant da Ópera Largo de São Francisco de Paula, 10. Gazeta de Notícias, 1883, 19 de jul., p. 5.
Restaurant Olivia Rua da Quitanda, 131. Gazeta de Notícias, 1883, 03 de nov., p.
4.
Botequim, Rua da Candelária, 21. A Folha Nova, 1883, 17 de nov., p. 4.
Restaurante e salão
de bilhares
201

Café Centro do Rua da Candelária, 21. O Apóstolo, 1883, 16 de dez., p. 4.


Comércio com
restaurant
Hotel e Restaurant Rua da Boa Vista, 36 (Gávea). Jornal do Comércio, 1884, 11 de out., p.
da Olaria 5.
Restaurante da Rua da Candelária, 21. Gazeta da Tarde, 1885, 22 de jan., p. 5.
Candelária
Grande Restaurant Rua do Mercado, 86. Gazeta de Notícias, 1883, 01 de dez., p.
Comercial 4.
Restaurant Voltaire Rua Uruguaiana, 29. Gazeta de Notícias, 1884, 10 de jun., p.
4.
Restaurant Au Rua Nova do Ouvidor, 27. A Folha Nova, 1884, 09 de jun., p. 3.
Choppe
Restaurante Rua Nova do Ouvidor, 22. Jornal do Comércio, 1888, 10 de ago., p.
Cosmopolite 6.
Restaurante da Estação do Sítio, Estrada de Ferro D. Gazeta de Notícias, 1884, 07 de jun., p.
Estação do Sítio Pedro II. 2.
Restaurante e Café Rua do Ouvidor, 42. Diário Fluminense, 1884, 04 de jul., p. 3.
da Cascata
Hotel Restaurant Boulevard Vila Isabel, 61, 63 e 65. Gazeta de Notícias, 1884, 03 de ago., p.
Vila Isabel 8.
Restaurant Petit Rua Uruguaiana, 50. Gazeta de Notícias, 1884, 10 de out., p.
Renaissance 3.
Restaurant Victoria Rua do Rosário, 31. Gazeta de Notícias, 1884, 16 de set., p. 3.
Restaurante João Rua do Rosário, 31, 1º andar. Almanaque Administrativo, Mercantil e
China Industrial do Rio de Janeiro, 1886, p.
720.
Restaurant Paraíso Rua do Teatro, 19. Diário Fluminense, 1884, 26 de set., p. 4.
Hotel Restaurant Estação das Paineiras (estrada de Gazeta de Notícias, 1884, 12 de out., p.
Ferro do Corcovado). 4.
Restaurante da Rua Uruguaiana, 61. O Programa Avisador, 1884, 12 de nov.,
Chaumiére ou Hotel p. 3; Diário Português, 1885, 29 de mar.,
Restaurant a la p. 3.
Chaumiére
Restaurante Rua Uruguaiana, 61. Gazeta de Notícias, 1885, 18 de jun., p.
Choupana 4.
Cosmopolita
Restaurant Atlântico Rua do Mercado, 04. Diário Português, 1884, 13 de nov., p. 4.
Hotel Jourdain com Tijuca. Gazeta de Notícias, 1884, 23 de nov., p.
restaurant 6.
Maison Moderne Rua do Espírito Santo, 1, 3 e 5 (em Gazeta de Notícias, 1884, 14 de dez., p.
Restaurant frente ao Teatro Santana). 6.
Restaurant des Rua de Gonçalves dias, 9. O Programa Avisador, 1884, 25 de dez.,
Pyrénées p. 3.
Ao High-Life com Rua do Barão de Flamengo, A2 O País, 1884, 29 de dez., p. 4.
Restaurant (Catete).
Hotel e Restaurant Rua do Conde do Bonfim, 101. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Império do Brasil, 1885, p.
241.
Restaurant Freitas ou Rua do Catete, 186 e em 1887 Almanaque Administrativo, Mercantil e
Hotel e Restaurant mudança para a rua do Passeio, 70 Industrial do Império do Brasil, 1885, p.
Freitas (Largo da Lapa). 281 e 609; Diário de Notícias, 1887, 30
de out., p. 2.
Hotel Victoria com Rua do Catete, 186. Diário de Notícias, 1888, 12 de ago., p. 3.
restaurant
Chalet Roldão - Praça das Marinhas, 21, 30, 39, 46 e Almanaque Administrativo, Mercantil e
Botequim e 48. Industrial do Império do Brasil, 1885, p.
Restaurant 56.
202

Royal Hotel Praia de Botafogo, 152. Almanaque Administrativo, Mercantil e


d'Angleterre com Industrial do Império do Brasil, 1885, p.
restaurant 294.
Restaurante Estellita Rua da Assembleia, 104. A Folha Nova, 1885, 21 de mar., p. 4.
Restaurante Popular Rua do Ouvidor, 48. A Folha Nova, 1885, 24 de abr., p. 1.
Hotel Rigoleto com Rua Farani, 12 (praia de Botafogo). O Programa Avisador, 1885, 14 de jun.,
restaurante p. 2.
Restaurante do Rua do Hospício, 226. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Congresso Industrial do Rio de Janeiro, 1886, p.
719.
Café Restaurante Rua do Ouvidor, 8 (em frente a praça Gazeta Lusitana, 1885, 01 de ago., p. 2.
Luso-Brasileiro do mercado).
Restaurant Petit Rua do Ouvidor, 141. O Programa Avisador, 1886. 02 de abr.,
Paris p. 1.
Restaurant do Mello Rua de Teófilo Otoni, 1 (Canto da Diário de Notícias, 1886, 04 de abr., p. 6;
rua de Itaboraí) e em 1887 mudança O Programa Avisador, 1887, 04 de mai.,
para a rua Primeiro de Março, 76. p. 1.
Restaurante Rua Sete de Setembro, 113. Diário de Notícias, 1886, 05 de jun., p.3.
Democrata
Restaurante da Pátria Rua Sete de Setembro, 41. Jornal do Comércio, 1890, 01 de set., p.7.
Hotel Continental Praça da Constituição, 21 O Programa Avisador, 1886, 11 de jun.,
com restaurant (atualmente Praça Tiradentes). p. 3.
Restaurante Santo Rua da Alfândega, 285 (esquina da Gazeta de Notícias, 1886, 18 de jun., p.
Antônio rua do Regente). 4.
Restaurant Baiano Rua dos Ourives, 28. Gazeta de Notícias, 1886, 08 de mai., p.
3.
Restaurant Italiano Rua de São José, 84. Gazeta da Tarde, 1886, 07 de ago., p. 3.
do Peixe Cane
Restaurant do Leal Rua dos Andradas, 17. Gazeta da Tarde, 1886, 07 de ago., p. 3.
Restaurante Rua do Carmo, 38. O Programa Avisador, 1886, 11 de ago.,
Guttemberg p. 1.
Restaurant da Rua da Assembleia, 60. O País, 1886, 29 de ago., p. 4.
Primavera
Restaurant Rua do Jardim Botânico, 32. O País, 1886, 29 de ago., p. 4.
Campestre Botanical
Restaurant Rua do Riachuelo, 96. O Programa Avisador, 1886, 06 de set.,
p. 2.
Hotel Restaurant Rua do Ouvidor, 82. Diário de Notícias, 1886, 09 de set., p. 1.
Independência
Restaurant Leão de Rua da Ajuda, 8. O Programa Avisador, 1886, 02 de out.,
Ouro p. 4.
Café Restaurant Rua do Ouvidor, 153 e em 1890 O Programa Avisador, 1886, 18 de out.,
Anglais mudança para a Rua do Ouvidor, p. 2; Gazeta da Tarde, 1890, 01 de abr.,
149. p. 2.
Restaurante Praça do Engenho Novo, 32. O País, 1886, 12 de nov., p. 4.
Machado
Restaurante do Club Clube Beethoven Diário de Notícias, 1886, 17 de dez., p. 1.
Hotel do Globo com Rua Primeiro de Março, 7. Almanaque Administrativo, Mercantil e
restaurant Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p.
720.
Restaurant Ouvidor Rua Uruguaiana, 76. Almanaque Gazeta de Notícias, 1887, p.
336.
Restaurante Rua do Senador Vergueiro, 38. O País, 1887, 04 de mar., p. 4.
Particular
Restaurante Rua das Laranjeiras, 21 e 23. O Programa Guiador, 1887, 06 de mar.,
Português p. 4.
Café Restaurant Rua do General Câmara, 381. O Programa Avisador, 1887, 28 de abr.,
Municipal p. 1.
203

Restaurante Alberto Rua do Hospício, 79. O Programa Avisador, 1887, 05 de mai.,


p. 1.
Restaurant Français Rua Uruguaiana, 32. O Programa Guiador, 1887, 19 de jun., p.
3.
Restaurant do Rua Uruguaiana, 32. Cidade do Rio, 1887, 11 de out., p. 3.
Universo
Restaurant Rua do Catete, 172. O País, 1887, 15 de set., p. 4.
Restaurant Castellar Rua Teófilo Otoni, 1 (em frente ao O Programa Avisador, 1887, 08 de out.,
portão da bagagem da alfândega). p. 1.
Grande Hotel White Tijuca. O Programa Guiador, 1887, 16 de out., p.
com restaurant 1.
Café, Restaurant Largo da Carioca, 20. Gazeta Nacional, 1887, 07 de dez., p. 3.
Javanez
Restaurant du Jet Rua da Assembleia, 70. Gazeta da Tarde, 1888, 01 de fev., p. 4.
D'eau
Café Concerto Beco do Império (esquina com a rua Diário de Notícias, 1888, 14 de abr., p. 1.
Eldorado com Santa Teresa).
restaurant
Hotel Bellevue com Rua Fresca, 7. Jornal do Comércio, 1888, 29 de abr., p.
Restaurante 8.
Restaurant Rivas Rua do Rosário, 23. Cidade do Rio, 1888, 26 de mai., p.1.
Restaurant do Jardim Jardim Zoológico. Diário de Notícias, 1888, 04 de jul., p. 3.
Zoológico
Restaurant Au Petit Rua do Teatro, 23. Diário de Notícias, 1888, 19 de jul., p. 4.
Consolo
Restaurante Coroa de Rua de D. Manoel, 3. Gazeta de Notícias, 1888, 19 de jul., p. 4.
Ouro
Restaurant Primeiro Rua do Ouvidor, 82, 1°andar e rua do O País, 1888, 12 de ago., p. 6;
de Janeiro Ouvidor, 83 em 1889. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p.
736.
Restaurante Central Rua da Quitanda (esquina da Novidades, 1888, 21 de ago., p. 1.
Bar Visconde de Inhaúma).
Restaurant Sul Rua Primeiro de Março, 37 (em Gazeta da Tarde, 1888, 24 de set., p.4.
Americado frente ao correio geral).
Novo Restaurant Rua de Santana, 2 (em frente á Gazeta de Notícias, 1889, 01 de jun., p.
companhia de Carris Urbanos). 5.
Hotel Restaurant Boulevard Vinte e Oito de Setembro, Gazeta de Notícias, 1889, 20 de jan., p .8.
Vila Isabel 76.
Restaurant Rua do Thomaz Coelho, 117 (antiga Gazeta de Notícias, 1889, 02 de jul., p. 5.
Riachuelo rua dos Inválidos).
Hotel de Paris com Rua Uruguaiana, 47. Gazeta da Tarde, 1889, 16 de jul., p. 3.
restaurante
Restaurant Verçoza Rua dos Ourives, 20. O País, 1889, 10 de ago., p. 3.
Restaurante Rua do Hospício, 193 e Beco do O País, 1889, 15 de nov., p. 3.
Lisbonense Tesouro, 2.
Restaurant Praia de Botafogo, 236. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Guanabarense Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p.
732.
Restaurant A Sereia Praia de Botafogo. Diário de Notícias, 1890, 04 de jan., p. 1.
Hotel de Cintra com Rua do Ouvidor, 33. Gazeta de Notícias, 1890, 10 de jan., p. 6.
restaurant
Café e Restaurant Rua do Catete, 184 C. Gazeta de Notícias, 1890, 23 de jan., p. 5.
Progresso
Café Restaurant Praça do General Osório, 67. Diário do Comércio, 1890, 02 de fev., p.
Sportivo 2.
Restaurant Café Largo de Santa Rita, 4 e 6. Diário do Comércio, 1890, 01 de mai., p.
Ipiranga 3.
204

Restaurante á La Praça Tiradentes, 1 (esquina da Cidade do Rio, 1890, 05 de jul., p. 2.


Minute travessa do Club Ginástico).
Restaurante Amaro Praça das Marinhas, 72. Cidade do Rio, 1890, 15 de set., p. 1.
Restaurante Central Rua da Quitanda (esquina da rua do Gazeta de Notícias, 1890, 23 de set., p. 1.
General Câmara).
Hotel e Restaurant Largo do Paço, 12 (esquina da rua Gazeta de Notícias, 1890, 10 de nov., p.
de France Primeiro de Março). 6.
Restaurant Rua de São Bento, 13. Gazeta de Notícias, 1890, 17 de nov., p.
3.
Hotel e Restaurante Rua do Riachuelo, 108. Gazeta de Notícias, 1890, 07 de dez., p.
Riachuelo 6.
Restaurante Vinte de Rua do General Câmara, 157. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Janeiro Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p.
724.
Restaurante do Rua Visconde de Inhaúma, 53. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Centro (Antiga Rua dos Pescadores) Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p.
733.
Restaurante de Rua Primeiro de Março, 7. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Primeira Ordem Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p.
737.
Restaurant e Café Rua Primeiro de Março, 6. O Programa Avisador, 1885, 08 de jul.,
p. 3.
Restaurant Vinte e Rua dos Ourives, 141. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Um de Setembro Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.
1031.
Restaurant Leitão Rua Uruguaiana, 29. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881,
p.1031.
Hotel Restaurant Boulevard Vila Isabel. O Programa Avisador, 1886, 27 de jul.,
François p. 1.
Restaurant Botanical Praia de Botafogo, 236. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p.
724.
205

APÊNDICE 5 - QUADRO 5: CONFEITARIAS E SUA LOCALIZAÇÃO (1850-60)

Estabelecimento Endereço Fonte


Confeitaria Rua Direita, 7 e 9 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
(atualmente rua do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Primeiro de
Março).
Confeitaria e Confeitaria Rua do Ouvidor, Diário do Rio de Janeiro, 1850, 22 de ago., p.4;
Imperial em 1853 61. Correio Mercantil, 1853, 22 de mar., p.3.
Confeitaria e Confeitaria Rua do Cotovelo, Diário do Rio de Janeiro, 1850, 31 de ago., p.3;
do Cordeiro em 1859 20. Correio Mercantil,1859, 12 de out., p.3.
Confeitaria Rua do Hospício, Diário do Rio de Janeiro, 1850, 14 de out., p.4.
66.
Confeitaria e Refinação de Rua da Conceição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Açúcar 47. do Rio de Janeiro, 1850, p. 141.
Confeitaria e Refinação Rua de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Castellões 61. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua dos Latoeiros, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
62. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua da Prainha, 85. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua da Imperatriz, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
59. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua de São José, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
66. do Rio de Janeiro, 1853, p. 507.
Confeitaria Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
74. do Rio de Janeiro, 1854, p. 519.
Confeitaria Carceller e em Rua do Ouvidor, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
1851 Confeitaria do Leão 30. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1851, p. 388.
Confeitaria Largo de Santa Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Rita, 22. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua do Lavradio, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
72. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387. Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1851, p. 388.

Confeitaria da Águia Rua do Ouvidor, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


127. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Largo da Carioca, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
10. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
110. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Largo do Capim, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
156. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua do Conde, 29. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
206

Confeitaria Praça da Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


Constituição, 32 do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
(atualmente Praça
Tiradentes).
Confeitaria do Braço de Rua dos Ourives, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Ouro 65. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Rua do Cotovelo, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria do Pelicano Rua de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
110. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387.
Confeitaria Largo do Valdetaro, Correio Mercantil, 1850, 02 de nov., p.4.
92 (em frente á rua
do Príncipe -
Catete).
Confeitaria Rua da Alfândega, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
74. do Rio de Janeiro,1851, p. 388.
Confeitaria e em 1855 Rua do Ouvidor, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Ao Pão de 159. do Rio de Janeiro, 1851, p. 388; Almanaque
Açúcar Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1855, p. 577.
Nova Confeitaria e Largo da Mãe do Correio Mercantil, 1853, 01 de jan., p.4.
Refinação da Rosa de Bispo, 14.
Perone
Confeitaria Rua do Lavradio, Diário do Rio de Janeiro, 1853, 23 de mar., p.3.
126 (próxima á rua
Resende).
Confeitaria Magnólia Rua do Teatro, 33. Diário do Rio de Janeiro, 1853, 20 de jul., p.4.
Confeitaria Rua da Alfândega, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
244. do Rio de Janeiro, 1853, p. 507.
Confeitaria do Rocio Rua do Rocio, 32. Diário do Rio de Janeiro, 1854, 28 de abr., p.3.
Confeitaria da Estrela Rua do Catete, 129. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1854, p. 520.
Confeitaria Rua do Sabão, 243. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1859, p. 670.
Confeitaria e em 1854 Rua de São José, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria e Refinação 66. do Rio de Janeiro, 1850, p. 387; Almanaque
Estrela do Norte Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1854, p. 520.
Confeitaria Rua de São Bento, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
34. do Rio de Janeiro, 1854, p. 520.
Confeitaria Rua da Saúde, 61. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1855, p. 576.
Confeitaria Rua da Saúde, 203. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1856, p. 615.
Confeitaria Rua da Lapa, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1855, p. 576.
Confeitaria Largo de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Domingos, 2. do Rio de Janeiro, 1855, p. 576.
Confeitaria Catumbi, 110. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro. 1855, p. 577.
207

Confeitaria Largo do Capim, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


158 a 160. do Rio de Janeiro, 1855, p. 577.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 58. do Rio de Janeiro, 1855, p. 577.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 83. do Rio de Janeiro, 1855, p. 577.
Confeitaria e Refinação Largo de Correio Mercantil, 1855, 05 de abr., p.3.
Mataporcos, 64 (em
frente a igreja).
Confeitaria Rua dos Barbonos, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
14. do Rio de Janeiro, 1856, p. 615.
Confeitaria Rua do Conde, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1856, p. 615.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 100. do Rio de Janeiro, 1856, p. 616.
Confeitaria Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
84. do Rio de Janeiro, 1856, p. 616.
Confeitaria Alemã Rua da Assembleia, Correio Mercantil, 1856, 31 de dez., p.3.
117.
Confeitaria e Pastelaria Rua do Ouvidor, 76 Diário do Rio de Janeiro, 1857, 16 de set., p.4.
Francesa A.
Confeitaria Rua Nova do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Conde, 110. do Rio de Janeiro, 1857, p. 624.
Confeitaria Rua do Hospício, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
56. do Rio de Janeiro, 1858, p. 630.
Confeitaria Rua Nova do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Conde, 73. do Rio de Janeiro, 1858, p. 630.
Confeitaria Largo do Paço, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1858, p. 631.
Confeitaria Rua da Alfândega, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
182. do Rio de Janeiro, 1858, p. 631.
Confeitaria Rua da Conceição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
42. do Rio de Janeiro, 1859, p. 670.
Confeitaria Rua do Cano, 33 Correio Mercantil, 1858, 14 de nov., p. 3.
(atualmente rua
Sete de Setembro).
Confeitaria Rua de São Pedro Correio Mercantil, 1858, 21 de nov., p. 3.
da Cidade Nova,
58.
Confeitaria Rua da Assembleia, Correio Mercantil, 1858, 31 de dez., p. 3.
45.
Confeitaria Rua da Conceição, A Pátria, 1859, 31 de ago., p. 4.
40.
Confeitaria Rua Conde, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1859, p. 670.
Confeitaria Rua de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Clemente, 21. do Rio de Janeiro, 1859, p. 670.
(Botafogo)
Confeitaria Rua do sabão, 113. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1859, p. 670.
208

Confeitaria Rua da Conceição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


1. do Rio de Janeiro, 1859, p. 65.
Confeitaria Cearense Rua da Ajuda, 33. Jornal do Comércio, 1859, 12 de fev., p. 3.

Confeitaria e Refinação de Rio Comprido (em Correio Mercantil, 1859, 25 de mai., p.3.
Açúcar do Rio Comprido frente ao portão do
Bispo).
Confeitaria Rua Nova do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Conde, 84. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Rua do Rosário, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
122. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Rua Nova do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Conde, 168. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Rua de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
10. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Largo do Bispo Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
(Rio Comprido) do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Largo de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Domingos, 243. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
Confeitaria Rua da Imperatriz, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
63. do Rio de Janeiro, 1860, p. 685.
209

APÊNDICE 6 - QUADRO 6: CONFEITARIAS E SUA LOCALIZAÇÃO (1861-70)

Estabelecimento Endereço Fonte


Confeitaria Rua do Cotovelo, 20. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1864, p. 640.
Confeitaria Rua do Hospício, 66. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 610; Diário do Rio de
Janeiro, 1862, 05 de mai., p.2.
Confeitaria Rua de São Pedro, 61. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Castellões Rio de Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 116. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 629.
Confeitaria Rua da Prainha, 73. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1864, p. 640.
Confeitaria Rua da Prainha, 85. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1859, p. 670; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua Nova do Conde, 77. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1865, p. 621
Confeitaria e em Rua Direita, 7 e 9 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
1864 Confeitaria (atualmente rua Primeiro Rio de Janeiro, 1859, p. 670; Almanaque
Imperial de Março). Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1868, p. 624; Correio Mercantil, 1864, 26 de
dez., p.4.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 30, 32 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
34. Rio de Janeiro, 1859, p. 670; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1869, p. 648.
Confeitaria Largo de Santa Rita, 22. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria da Rua do Ouvidor, 127. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Águia Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua da Assembleia, 108, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
110 e 112. Rio de Janeiro, 1859, p. 669; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Largo da Carioca, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1859, p. 669; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1863, p. 624.
Confeitaria Praça da Constituição, 32 A Marmota, 1859, 22 de abr., p. 4; Almanaque
(atualmente Praça Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Tiradentes). Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria do Rua dos Ourives, 65. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Braço de Ouro Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
210

Confeitaria Rua do Lavradio, 126. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do


Rio de Janeiro. 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro. 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Alfândega, 244. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua do Aterrado, 28. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua da Conceição, 42. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1859, p. 670; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1863, p. 625.
Confeitaria Rua do Catete, 129. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1858, p. 631; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua do Sabão, 243. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1859, p. 670; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria da Rua de São José, 66 e 68. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Estrela do Norte Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Saúde, 203. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1858, p. 630; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Lapa, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua Nova de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
58. Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua Nova de São Pedro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
83. Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria e Largo de Mataporcos, 64 Correio Mercantil, 1855, 05 de abr., p.3; Almanaque
Refinação (em frente à igreja). Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 610.
Confeitaria Rua do Conde, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1858, p. 630; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 76 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua Nova do Conde, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
110. Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua Nova do Conde, 73. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
211

Confeitaria Rua da Assembleia, 45. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do


Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 59. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Conceição, 40. A Pátria, 1859, 31 de ago., p. 4; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua de São Clemente, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
21. Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua Nova do Conde, 84. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 610.
Confeitaria Rua Nova do Conde, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
168. Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 610
Confeitaria Rua da Saúde, 203. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria e Rua do Cotovelo, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Confeitaria São Rio de Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque
Januário em 1863 Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1862, p. 622; Diário do Rio de Janeiro, 1863,
22 de jul., p. 4.
Confeitaria Rua da Misericórdia, 84. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua da Misericórdia, 25. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1864, p. 639.
Confeitaria Rua do Pedregulho, 5. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua do Catete, 136. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1861, p. 611.
Confeitaria Rua do Rosário, 41. Correio Mercantil, 1861, 15 de ago., p.3.
Confeitaria do Rua do Lavradio, 1. Correio Mercantil, 1861, 28 de nov., p.3.
Pellicano
Confeitaria do Rua do Conde, 9. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Pelicano Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Imperial Confeitaria Rua dos Ciganos, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
do Pelicano Rio de Janeiro, 1865, p. 621.
Imperial Confeitaria Rua da Constituição, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
do Pelicano Rio de Janeiro, 1866, p. 601.
Confeitaria da Rua da Constituição, 7. Jornal do Comércio, 1867, 03 de fev., p. 3.
União
Confeitaria Rua dos Ourives, 49. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Largo de São Francisco Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
de Paula, 18. Rio de Janeiro, 1869, p. 648.
Confeitaria Largo da Prainha, 7. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua do Pedregulho, 30. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
212

Confeitaria Rua do Conde, 13. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do


Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua do Pedregulho, 22. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua de São Pedro, 156, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
158 e 160. Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria e Rua da Imperatriz, 94. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Confeitaria Aurora Rio de Janeiro, 1863, p. 625; Correio Mercantil, 1863,
13 de jun., p.3.
Confeitaria Rua da Alfândega, 178. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Rua da Alfândega, 244. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1867, p. 602.
Confeitaria Rua de São Pedro, 90. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1862, p. 622.
Confeitaria Alemã Rua dos Ourives, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1863, p. 624.
Confeitaria Alemã Rua do Ouvidor, 41. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 629.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 57. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1863, p. 624.
Confeitaria Rua do Pedregulho, 24. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1863, p. 624.
Confeitaria Praia do Saco do Alferes, Atualidade, 1863, 21 de ago., p. 4.
161.
Confeitaria Rua de São Luiz Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Gonzaga, 30 (São Rio de Janeiro, 1864, p. 639.
Cristóvão).
Confeitaria Rua de Mataporcos, 74. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
(atualmente Estácio de Rio de Janeiro, 1864, p. 640.
Sá, Cidade Nova)
Confeitaria Rua da Saúde, 267. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1864, p. 640.
Confeitaria Rua do Rosário, 43. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1864, p. 640.
Confeitaria da Praça do Constituição Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Estátua (atualmente Praça Rio de Janeiro, 1865, p. 621.
Tiradentes), 33.
Confeitaria Rua da Prainha, 9. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1865, p. 621.
Confeitaria Rua do Teatro, 35. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1865, p. 621.
Confeitaria Rua de São Clemente, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
32. Rio de Janeiro, 1866, p. 601.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, 64. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1866, p. 601.
Confeitaria Rua do Hospício, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1866, p. 601.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, 76. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1866, p. 601.
Confeitaria e Rua do Ouvidor, 128. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Padaria Rio de Janeiro, 1867, p. 602.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, 110. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1867, p. 603.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, 84. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1867, p. 603.
Confeitaria Rua do Engenho Velho, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
112. Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
213

Confeitaria Recreio Rua do Catete, 211. Jornal do Comércio, 1867, 31 de dez., p. 3;


do Catete Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua de São Cristóvão, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
20. Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua dos Barbonos, 51. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua dos Pescadores, 51 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
53. Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua de São Luiz Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Gonzaga, 22. Rio de Janeiro, 1868, p. 624.
Confeitaria Rua de São José, 30. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1868, p. 625.
Confeitaria Rua de São Pedro, 164. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1868, p. 625.
Padaria e Rua Sete de Setembro, 7. Correio Mercantil, 1868, 12 de jul., p. 4.
Confeitaria
Confeitaria Rua do Ouvidor, 138. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1869, p. 648.
Padaria e Rua de Gonçalves Dias, Diário do Povo, 1869, 03 de jul., p. 4.
Confeitaria 40.
Francesa
Confeitaria Rua da Guarda Velha, 4 Jornal do Comércio, 1870, 14 de jul., p. 8.
(atualmente Avenida
Treze de Maio).
Confeitaria Rua da Alfândega, 294. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 629.
Confeitaria Rua de São José, 42. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 629.
Confeitaria Rua dos Arcos, 8A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do
Rio de Janeiro, 1870, p. 629.
214

APÊNDICE 7 - QUADRO 7: CONFEITARIAS E SUA LOCALIZAÇÃO (1871-80)

Estabelecimento Endereço Fonte


Confeitaria Rua do Cotovelo, 20. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 640; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria e em 1871 Rua do Hospício, 66 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria do Carneiro em 1875 na rua do do Rio de Janeiro, 1862, p. 622; Almanaque
Hospício, 68. Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622; Diário de Notícias, 1871, 06
de jan., p.4; O Globo, 1875, 06 de jan., p.4.
Confeitaria Castellões Rua do Ouvidor, 116. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1870, p. 629; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621; Diário de Notícias, 1871, 20
de abr., p.3.
Confeitaria Rua de São Francisco Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Xavier, 28. do Rio de Janeiro, 1877, p. 924.
Confeitaria Rua da Prainha, 73. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 640; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua da Prainha, 85. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1862, p. 622; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria do Leão Rua do Ouvidor, 30. Diário do Rio de Janeiro, 1869, 27 de mar., p. 4; A
Vida Fluminense, 1875, 03 de jul., p. 213.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 30, 32 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
e 34. do Rio de Janeiro, 1869, p. 648; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua de São Cristóvão, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
8. do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
Confeitaria Largo de Santa Rita, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
22. do Rio de Janeiro, 1863, p. 625; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua Humaitá, 12. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria da Águia Rua do Ouvidor, 127. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria da Águia Rua do Ouvidor, 119. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
110. do Rio de Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1872, p. 692.
Confeitaria Largo da Carioca, 10 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
16. do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
215

Confeitaria do Anjo Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


32 (atualmente Praça do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Tiradentes). Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria do Anjo Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
30 (atualmente Praça do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Tiradentes).
Confeitaria Rua do Lavradio, 126. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque Administrativo,
Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1874, p.
799.
Confeitaria Rua do Lavradio, 124. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria e Refinação Rua da Alfândega, 244. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
de Açúcar América do do Rio de Janeiro, 1861, p. 611; A Vida
Sul Fluminense, 1874, 14 de fev., p. 1721.
Confeitaria América do Rua de São Clemente, Correio do Brasil, 1871, 24 de dez., p. 3.
Sul 22 (Botafogo).
Confeitaria Rua do General Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Câmara, 243. do Rio de Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua do General Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Câmara, 225. do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria da Estrela Rua de São José, 66 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Norte 68. do Rio de Janeiro, 1863, p. 625; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua da Saúde, 201 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
203. do Rio de Janeiro, 1863, p. 624; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1874, p. 800. (Relação de confeitarias).
Confeitaria Rua da Lapa, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 58. do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 100. do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua Nova de São Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pedro, 83. do Rio de Janeiro, 1863, p. 625; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1872, p. 692.
Confeitaria Rua do Conde, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Fluminense, Rua do Ouvidor, 76 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Godard em do Rio de Janeiro, 1860, p. 685; Jornal do
1870 e em 1871 Comércio, 1870, 12 de mai., p. 8; Correio do
Confeitaria Fluminense Brasil, 1871, 24 de dez., p. 3.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 76. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1871, p. 621.
216

Confeitaria Rua do Cotovelo, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1863, p. 624; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621).
Confeitaria Rua da Misericórdia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
25. do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua da Misericórdia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
27. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Catete, 136. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1864, p. 639; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Imperial Confeitaria do Rua do Lavradio, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pelicano do Rio de Janeiro, 1868, p. 624; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Imperial Confeitaria do Rua do Conde, 9. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pelicano do Rio de Janeiro, 1868, p. 624; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Imperial Confeitaria do Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pelicano Rio Branco, 9. do Rio de Janeiro, 1872, p. 692.
Confeitaria Rua dos Ourives, 49. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1867, p. 47; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua de São Pedro, 156, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
158 e 160. do Rio de Janeiro, 1862, p. 622; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria União Rua de São Pedro, 83. Jornal do Comércio, 1875, 25 de mar., p. 5.

Confeitaria Rua da Assembleia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


108, 110 e 112. do Rio de Janeiro, 1863, p. 625; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua do Teatro, 35. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1865, p. 621; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua de São Clemente, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
32. do Rio de Janeiro, 1866, p. 601; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
64. do Rio de Janeiro, 1866, p. 601; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
68. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua de São Cristóvão, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
73. do Rio de Janeiro, 1879, p. 874.
217

Confeitaria Rua Vinte e Quatro de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


Maio, 33. do Rio de Janeiro, 1877, p. 924.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
76. do Rio de Janeiro, 1866, p. 601; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria e Padaria Rua do Ouvidor, 128. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1867, p. 602; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria e Padaria Rua da Misericórdia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
36. do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Paschoal Rua do Ouvidor, 126. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864; Correio Mercantil,
1878, 12 de jun., p. 3.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
110. do Rio de Janeiro, 1867, p. 603; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, 84. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1867, p. 603; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
104. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Catete, 211. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1868, p. 624; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua de São Luiz Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Gonzaga, 24. do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria Rua de São Pedro, 164. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1868, p. 625; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua Sete de Setembro, Correio Mercantil, 1868, 12 de jul., p.4; Almanaque
7. Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria e Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Dezoito de 9. do Rio de Janeiro, 1875, p. 866. Jornal do
Julho Comércio, 1875, 28 de abr., p. 6.
Confeitaria Beco do Carmo, 18. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Beco do Carmo, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 926.
Confeitaria Beco do Carmo, 8 e 18. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 138. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1869, p. 648; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua da Alfândega, 294. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1870, p. 629; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622.
218

Confeitaria Rua da Alfândega, 296. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1875, p. 865.
Confeitaria e em 1871 Rua de São José, 42. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Colmeia de do Rio de Janeiro, 1870, p. 629; Almanaque
Ouro Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1871, p. 622; Periódico Caricato, Sátirico e
Popular, 1871. Ano I, nº45, p.7.
Confeitaria Largo de São Francisco Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
de Paula, 16. do Rio de Janeiro, 1871, p. 621.
Confeitaria Rua Primeiro de Março, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
7 e 9. do Rio de Janeiro, 1871, p. 622.
Confeitaria Rua da Carioca, 96. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1871, p. 622.
Imperial Padaria e Rua dos Ourives, 48. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria do Rio de Janeiro, 1871, p. 73.
Confeitaria de São Largo de São Francisco Periódico Caricato, Sátirico e Popular, 1871. Ano I,
Francisco de Paula de Paula, 10. nº45, p. 6.
Confeitaria, Café e Largo de São Francisco Periódico Caricato, Sátirico e Popular, 1871. Ano I,
Sorveteria Rio de de Paula (Estação dos nº46, p. 7.
Janeiro Bondes).
Padaria e Confeitaria e Rua do Catete, 73. Jornal do Comércio, 1870, 23 de out., p. 5; .D.
Padaria e Confeitaria Pedro II, 1871, 01 de jun., p. 4.
Dous Irmãos
Confeitaria Rua da Alfândega, 291. Correio do Brasil, 1871, 27 de dez., p. 3.
Confeitaria e Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria do Rio Branco, 11. do Rio de Janeiro, 1872, p. 692; Jornal do
Comércio Comércio, 1875, 22 de ago., p. 7.
Confeitaria Rua Bela de São João, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
48 (São Cristóvão). do Rio de Janeiro, 1878, p. 863.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 139. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1872, p. 692.
Confeitaria Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
5. do Rio de Janeiro, 1873, p. 708.
Confeitaria Largo do Valdetaro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
129. do Rio de Janeiro, 1873, p. 708.
Confeitaria Rua da Assembleia, 13. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1873, p. 708.
Confeitaria Rua dos Ourives, 136. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua da Prainha, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua da Prainha, 75. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
Confeitaria Rua da Prainha, 73. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua do Rio Comprido, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
31. do Rio de Janeiro, 1878, p. 861.
Confeitaria Rua de São Pedro, 291. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
219

Confeitaria Rua do Catete, 129. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1858, p. 631; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1861, p. 611; Almanaque Administrativo,
Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1874, p.
799.
Confeitaria Rua da Carioca, 119 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua de São Pedro, 160. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua do Catete, 2 C. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 799.
Confeitaria Rua do ouvidor, 143. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Rua do ouvidor, 157. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Rua de São Pedro, 191 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
e 193. do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 6 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Rua da Saúde, 251. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Alemã Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
143. do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria Alemã Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
141. do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria Rua dos Ourives, 79. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1874, p. 800.
Confeitaria do Anjo Rua da Carioca, 138. O Globo, 1874, 08 de dez., p. 4.
(filial)
Confeitaria e Refinação Largo da Carioca, 12 a Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
de Açúcar de João José 16. do Rio de Janeiro, 1875, p. 131.
Alves Costa e C.
Confeitaria Rua de Olinda, 12 A. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua dos Ourives, 37 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
39. do Rio de Janeiro, 1879, p. 874.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Euzébio, 64 e 66. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Euzébio, 106. do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 28. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Catete, 119. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua da Carioca, 99. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
220

Confeitaria Rua da Assembleia, 65. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua da Alfândega, 246. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua dos Ourives, 71. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Engenho Novo, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
32. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua da Saúde, 183 e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
185. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Euzébio, 27. do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria e Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria União Euzébio, 83. do Rio de Janeiro, 1876, p. 921; Jornal do
Comércio, 1878, 17 de abr., p. 4;

Confeitaria Rua da Saúde, 233. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Rua da Carioca, 84 Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 864.
Confeitaria Maná de Rua da Imperatriz, 36 e Gazeta de Notícias, 1879, 22 de out., p. 6.
Lyriope Barão de São Félix, 2
(frente para ambas as
ruas).
Confeitaria, em 1876 Rua do Ouvidor, 130. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Francesa e do Rio de Janeiro, 1875, p. 866; Almanaque
em 1878 Confeitaria Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Independente Janeiro, 1876, p. 107; O Cruzeiro, 1878, 26 de abr.,
p. 3.
Confeitaria Rua de São Pedro, 152. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria Rua de São Pedro, 171. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria e Rua do Ouvidor, 74. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Fluminense do Rio de Janeiro, 1875, p. 866; O Globo, 1875, 21
de set., p. 4.
Confeitaria Rua Nova do Ouvidor, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
32. do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua dos Ourives, 122. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria Rua Primeiro de Março, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
5. do Rio de Janeiro, 1875, p. 866.
Confeitaria e em 1879 Praça da Aclamação Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria da Gentil (atualmente Campo de do Rio de Janeiro, 1876, p. 921; Gazeta de
Pastora Santana), 121. Notícias, 1879, 05 de abr., p. 3.
Confeitaria Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Sapucaí, 179. do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
Confeitaria Rua do Regente, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
221

Confeitaria Rua do Marques de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


Olinda, 26. do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
Confeitaria e Refinação Rua Haddock Lobo, 8. Jornal do Comércio, 1875, 22 de abr., p. 5;
de Açúcar Estrela do Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Oriente e Confeitaria e do Rio de Janeiro, 1876, p. 921; Jornal do
em 1878 Confeitaria e Comércio, 1878, 06 de jan., p. 6;
Refinação de Açúcar
Espírito Santo
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, 7. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 926.
Confeitaria e em 1877 Rua do Conde d'Eu, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria do Lagarto 132. do Rio de Janeiro, 1876, p. 921; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de
Janeiro, 1877, p. 118.
Confeitaria dos Três Rua da Carioca, 9. Jornal do Comércio, 1875, 30 de jul., p. 5;
Provençaux e Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria do Rio de Janeiro, 1876, p. 921.
Confeitaria Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Rio Branco, 30. do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua Uruguaiana, 20. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua do Coronel Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Figueira de Mello, 13. do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua de São Pedro, 154. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pompeu, 220. do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua da Carioca, 100. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1876, p. 923.
Confeitaria Rua da Carioca, 79. Jornal do Comércio, 1878, 31de mar., p. 5.

Confeitaria Rua de São Bento, 25. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1877, p. 924.
Confeitaria Rua das Laranjeiras, 44. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 924.
Confeitaria Rua do Catete, 176. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 926.
Confeitaria Rua dos Andradas, 31. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1877, p. 926.
Confeitaria de Rua de Gonçalves Dias, Gazeta de Notícias, 1877, 10 de ago., p. 4; Gazeta
Petrópolis e em 1879 60 (próximo á rua do da Noite, 1879, 14 de ago., p. 4.
Confeitaria Chave de Ouvidor).
Ouro
Confeitaria e Rua dos Andradas, 53. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Veneziana do Rio de Janeiro, 1878, p. 863. Jornal do
Comércio, 1878, 20 de abr., p. 3;
Confeitaria e Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria e Refinação Maranguape, 1. do Rio de Janeiro, 1878, p. 864. Jornal do
de Açúcar do Destino Comércio, 1878, 31 de ago., p. 4;
Confeitaria Beco do Império, 10. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1878, p. 864.
222

Confeitaria Braço de Rua do Ouvidor, 124. Diário do Rio de Janeiro, 1878, 19 de jul., p.1.
Ouro
Confeitaria Estrada de Praça da Aclamação, O Cruzeiro, 1878, 02 de set., p. 4.
Ferro D. Pedro II 123.
Café, Restaurant e Teatro São Pedro de Gazeta de Notícias, 1878, 06 de out., p. 6.
Confeitaria Alcântara
Confeitaria Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
23. do Rio de Janeiro, 1879, p. 874.
Confeitaria Rua do Riachuelo, 140. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
(antigamente rua de do Rio de Janeiro, 1879, p. 874.
Matacavalos)
Confeitaria Rua de São Clemente, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
78. do Rio de Janeiro, 1879, p. 874.
Confeitaria Beco do Rosário, 1 B. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Rua da Floresta, 6. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Rua do Cotovelo, 29. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Largo da Lapa, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Rua da Misericórdia, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
14. do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria Rua dos Andradas, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1879, p. 875.
Confeitaria de Praia de Botafogo, 254. O Repórter, 1879, 26 de jul., p. 3.
Sant'Anna
Confeitaria Imperial Largo do General Jornal do Comércio, 1880, 24 de mar., p. 5.
Osório, 152.
Confeitaria Rua do Catete, 69. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 126.
Confeitaria Rua de São Pedro, 182. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua do Mercado, 5. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua do Mercado, 75. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Praia de Botafogo, 250. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Pompeu, 16. do Rio de Janeiro, 1880, p. 930.
Confeitaria Rua de Gonçalves Dias, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
75. do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
Confeitaria Rua do Senador Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Eusébio, 106. do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
Confeitaria Rua do Lavradio, 122. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
223

Confeitaria Rua do Catete, 4. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial


do Rio de Janeiro, 1880, p. 931.
Confeitaria e Praça da Constituição, Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial
Confeitaria Familiar 54 (atualmente Praça do Rio de Janeiro, 1880, p. 931; Gazeta de
Tiradentes). Notícias, 1880, 05 de fev., p. 4.
224

APÊNDICE 8 - QUADRO 8: CONFEITARIAS E SUA LOCALIZAÇÃO (1881-90)

Estabelecimento Endereço Fonte


Confeitaria Rua do Cotovelo, 20. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1864, p. 640;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 621;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria do Carneiro Rua do Hospício, 68. O Globo, 1875, 06 de jan., p. 4; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio
de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Castellões Rua do Ouvidor, 114. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 621;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua Haddock Lobo, Almanaque Administrativo, Mercantil e
109. Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p.968.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 32. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 621;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua de São Cristóvão, 8. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Largo de Santa Rita, 22. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1863, p. 625;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 622;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria da Águia e em Rua do Ouvidor, 119. Almanaque Administrativo, Mercantil e
1883 Confeitaria Deroche Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968;
Jornal do Comércio, 1883, 02 de jan., p. 6.
Confeitaria do Anjo e em Praça da Constituição, 30 Almanaque Administrativo, Mercantil e
1887 Confeitaria São João (atualmente Praça Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Tiradentes). Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Lavradio, 124. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua de São Clemente, 22 Almanaque Administrativo, Mercantil e
e 24. Industrial do Rio de Janeiro, 1878, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do General Câmara, Almanaque Administrativo, Mercantil e
225. Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria da Estrela do Rua de São José, 64. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Norte Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 131;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
225

Confeitaria Rua da Lapa, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1864, p. 639;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 622;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua da Misericórdia, 27. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Lavradio, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1872, p. 692;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua de Estácio de Sá, 68. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1877, p.924;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 874;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968
Confeitaria e Padaria e em Rua do Ouvidor, 126. Almanaque Administrativo, Mercantil e
1880 Confeitaria Paschoal Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Jornal do Comércio, 1880, 26 de mai., p. 5;
Jornal do Comércio, 1882, 13 de mai., p. 8.

Confeitaria e Padaria Rua da Misericórdia, 36. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Conde d'Eu, 104. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 213.
Confeitaria Rua do Catete, 211. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1868, p. 624;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 621;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua de São Luiz Almanaque Administrativo, Mercantil e
Gonzaga, 24. Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua Coronel Figueira de Almanaque Administrativo, Mercantil e
Melo, 11 A. (São Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 639.
Cristóvão)
Confeitaria Rua Sete de Setembro, 7 Correio Mercantil, 1868, 12 de jul., p.4;
e 9. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1871, p. 622;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 574.
226

Confeitaria Moderna Rua Sete de Setembro, Jornal do Comércio, 1881, 11 de mar., p. 5.


181.

Confeitaria Beco do Carmo, 8. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua da Alfândega, 296. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 865;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria de São Largo de São Francisco Periódico Caricato, Satírico e Popular, 1871.
Francisco de Paula de Paula, 10. Ano I, nº45, p. 6; Almanaque Administrativo,
Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1881,
p. 968.
Confeitaria Rua do Ouvidor, 139. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 213.
Confeitaria Largo de São Francisco Almanaque Administrativo, Mercantil e
de Paula, 18 (Estação Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
dos Bondes). Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 966.
Padaria e Confeitaria Rua do catete, 73. D. Pedro II, 1871, 01 de jun., p.4; Almanaque
Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio
de Janeiro, 1882, p. 213.
Confeitaria Rua do Visconde de Rio Almanaque Administrativo, Mercantil e
Branco, 11 (Rua do Industrial do Rio de Janeiro, 1872, p. 692; O
Conde). Programa Guiador, 1887, 05 de mar., p. 2.
Confeitaria Rua de Silva Manoel, 60. Almanaque Administrativo, Mercantil e
(Tijuca) Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Lavradio, 46. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 529.
Confeitaria Rua Sete de Setembro, 5. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1873, p. 708;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Carmo, 26. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua da Prainha, 73 e 75. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua Haddock Lobo, 131. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua Vieira da Silva Almanaque Administrativo, Mercantil e
(antiga rua da Prainha), Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 641.
73, 75 e 77.
Confeitarias e Refinações Largo da Carioca, 12 a Almanaque Administrativo, Mercantil e
de Açúcar 18 e rua da Assembleia, Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 131;
106 e 108. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 87.
227

Confeitaria Rua dos Ourives, 39. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Patrocínio, 4 Almanaque Administrativo, Mercantil e
(Andaraí). Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Senador Euzébio, Almanaque Administrativo, Mercantil e
64 e 106 (Flamengo). Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 214.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 28. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua da Alfândega, 246. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968
Confeitaria Rua do Braço de Ouro, Almanaque Administrativo, Mercantil e
18. Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 213.
Confeitaria Rua dos Ourives, 71. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 571
Confeitaria Rua da Saúde, 185. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua da Saúde, 145. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 683.
Confeitaria Rua do Senador Euzébio, Almanaque Administrativo, Mercantil e
83. Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 214.
Confeitaria Rua da Saúde, 233. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 36. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Francesa e em Rua do Ouvidor, 130. Almanaque Administrativo, Mercantil e
1883 Confeitaria Cailtau Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 107;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 87; Jornal
do Comércio, 1883, 02 de jan., p. 5.
Confeitaria Rua de São Pedro, 152. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria e Confeitaria Rua do Ouvidor, 74. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Fluminense em 1882 Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 923;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 2261
228

Confeitaria e em 1882 Rua dos Ourives, 122. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Confeitaria São Miguel Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969; O
Conservador, 1882, 07 de mar., p. 4.
Confeitaria e Confeitaria Rua Primeiro de Março, Almanaque Administrativo, Mercantil e
Carceler e em março de 5. Industrial do Rio de Janeiro, 1875, p. 866;
1883 Confeitaria Imperial Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969;
Jornal do Comércio, 1883, 29 de jan., p. 4;
Jornal do Comércio, 1883, 10 de mar., p. 5.
Confeitaria Praça da Aclamação, Almanaque Administrativo, Mercantil e
121. Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Regente, 11. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Marques de Almanaque Administrativo, Mercantil e
Olinda, 26. Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria e em 1889 Rua Haddock Lobo, 8. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Confeitaria Espírito Santo Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 921;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 966;
Jornal do Comércio, 1889, 27 de jan., p. 5.

Confeitaria Rua do Lavradio, 120. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 212.
Confeitaria do Lagarto Rua do Conde d'Eu, 132. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1877, p.118;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 87.
Confeitaria Rua do Coronel Figueira Almanaque Administrativo, Mercantil e
de Mello, 13 (São Industrial do Rio de Janeiro, 1876, p. 923;
Cristóvão). Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua de São Pedro, 154. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Senador Pompeu, Almanaque Administrativo, Mercantil e
220. Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua dos Andradas, 69. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 638.
Confeitaria Rua de São Bento, 25. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1877, p. 924;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 966.
Confeitaria e em 1890 Rua do Catete, 176. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Confeitaria Estrela do Rio Industrial do Rio de Janeiro, 1877, p. 926;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968;
Jornal do Comércio, 1890, 03 de out., p. 7.
229

Confeitaria Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e


Maranguape, 1. Industrial do Rio de Janeiro, 1878, p. 864;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Braço de Ouro Rua do Ouvidor, 124. Diário do Rio de Janeiro, 1878, 19 de jul., p1;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Estrada de Praça da Aclamação, O Cruzeiro, 1878, 02 de set., p4; Almanaque
Ferro D. Pedro II 123. Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio
de Janeiro, 1881, p. 966.
Confeitaria e em 1881 Rua do Riachuelo, 140. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Confeitaria Dous de Julho Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 874;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua de São Clemente, Almanaque Administrativo, Mercantil e
78. Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 874;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria e em 1885 Rua da Floresta, 6. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Confeitaria Lealdade Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 875;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969; A
Semana, 1885, 17 de jan., p. 12.
Confeitaria Rua da Misericórdia, 14. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 875;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua dos Andradas, 21. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1879, p. 875;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua dos Andradas, 8. Jornal do Comércio, 1889, 02 de mai., p. 4.

Confeitaria de Sant'Anna, Praia de Botafogo, 254. O Repórter, 1879, 26 de jul., p. 3; Almanaque


em 1883 Confeitaria e Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio
Refinação de Açúcar de Janeiro, 1883, p. 509; Jornal do Comércio,
Guanabara e em 1887 1883, 01 de jan., p. 7; O Programa, 1887, 03 de
Confeitaria e Refinação de fev., p. 2.
Açúcar Guanabara e
Armazém de Molhados
Confeitaria Rua do Catete, 69. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 126;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua de São Pedro, 182. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 212.
Confeitaria Rua do Mercado, 5. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 966.
Confeitaria Rua do Mercado, 75. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 212.
230

Confeitaria Rua do General Câmara, Almanaque Administrativo, Mercantil e


47. Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 212.)
Confeitaria Rua de D. Luzia, 24. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 212.
Confeitaria Praia de Botafogo, 250. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 930;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria e Soverteria Rua de Gonçalves Dias, Almanaque Administrativo, Mercantil e
Época Lírica e em 1887 75 (ponto dos bondes de Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Confeitaria do Ponto dos Botafogo). Gazeta da Tarde, 1881, 19 de ago., p. 3; O
Bondes Programa Guiador, 1887, 16 de dez., p. 1.
Confeitaria Rua do Senador Eusébio, Almanaque Administrativo, Mercantil e
106. Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Lavradio, 122. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Catete, 4. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1880, p. 931;
Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 640.
Confeitaria Familiar Praça da Constituição, 54 Gazeta de Notícias, 1880, 05 de fev., p4;
(atualmente Praça Almanaque Administrativo, Mercantil e
Tiradentes). Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Pey e C. Rua do Ouvidor, 129. O Mequetrefe, 1889, Jan. Ano 15º, nº 469, p. 6.
Confeitaria e em 1883 Rua de Gonçalves Dias, Almanaque Administrativo, Mercantil e
Confeitaria do Braguinha 15. Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968;
Gazeta da Tarde, 1883, 12 de mar., p. 3.
Confeitaria Rua Dois de Dezembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e
52 . Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria Rua do Catete, 228. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 968.
Confeitaria e em 1884 Rua da Carioca, 52. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Imperial Confeitaria Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969;
Veneziana Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 1938.
Confeitaria Rua de São Luiz Almanaque Administrativo, Mercantil e
Gonzaga, 30. Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Praia do Saco do Alferes, Atualidade, 1863, 21 de ago., p. 4; Almanaque
161. Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio
de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Rua do Barão de São Gazeta de Notícias, 1879, 22 de out., p6;
Félix, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1881, p. 969.
Confeitaria Sete de Setembro, 58. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 213.
Confeitaria Rua de São Pedro, 267. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 214.
Confeitaria Francesa Rua do Catete, 229. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 31.
231

Confeitaria Rua do Catete, 211. Jornal do Comércio, 1886, 01 de dez., p. 6.

Confeitaria do Machado Botafogo. Diário do Brasil, 1882, 20 de out., p. 4.

Confeitaria Bom Marché Rua do Teatro, 17. Gazeta de Notícias, 1881, 24 de ago., p. 4.
Confeitaria Rua Primeiro de Março, Almanaque Administrativo, Mercantil e
22. Industrial do Rio de Janeiro, 1882, p. 30
Confeitaria Ouvidor, em Rua do Ouvidor, 105. Gazetinha, 1882, 11 de fev., p. 4; Jornal do
1883 Confeitaria Santos e Comércio, 1883, 19 de abr., p. 4; Gazeta de
em 1890 Confeitaria O Notícias, 1890, 10 de mai., p. 5.
Ponto
Confeitaria Márquez de Praça da Constituição, 52 Gazeta da Tarde, 1882, 10 de jul., p. 2.
Pombal (atualmente Praça
Tiradentes).
Confeitaria Rua da Carioca, 73. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p. 507.
Confeitaria Rua de São Pedro, 3. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p. 508.
Confeitaria do Anjo Rua de São Pedro da Jornal do Comércio, 1883, 28 de mai., p. 6.
Cidade Nova, 83.
Confeitaria Rua da Alfândega, 156. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1883, p. 506.
Confeitaria Rua do Santo Cristo dos Almanaque Administrativo, Mercantil e
Milagres, 161. Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 572.
Confeitaria Rua do Lavradio, 100. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 572.
Confeitaria Rua do Lavradio, 36 A. Jornal do Comércio, 1890, 08 de set., p. 3.

Confeitaria Praça da Carioca, 12 a Almanaque Administrativo, Mercantil e


18. Industrial do Rio de Janeiro, 1884, p. 573.
Confeitaria Rua da Imperatriz, 15. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 527.
Confeitaria Rua da Candelária, 30. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 528.
Confeitaria Rua de D. Afonso, 24. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 528.
Confeitaria São Félix e em Rua do Barão de São Jornal do Comércio, 1884, 01 de jan., p. 4;
1885 apenas Confeitaria Félix, 1. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 528.

Confeitaria Rua do Riachuelo, 120. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 529.
Confeitaria Rua Sete de Setembro, Almanaque Administrativo, Mercantil e
58. Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 529.
Confeitaria Rua de Olinda, 26. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 529.
Confeitaria Rua da Passagem, 69 e Almanaque Administrativo, Mercantil e
71. Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 644.
232

Confeitaria da Liberdade Largo do São Francisco O País, 1885, 25 de dez., p. 1; Jornal do


de Paula, 18. Comércio, 1886, 10 de jan., p. 2.
Confeitaria Largo de São Francisco Jornal do Comércio, 1890, 26 de fev., p. 6.
de Paula, 16.
Confeitaria São José Praça Engenho Novo, Gazeta de Notícias, 1886, 04 de jun., p. 3.
26.
Confeitaria Praça da Constituição, 5 Almanaque Administrativo, Mercantil e
(atualmente Praça Industrial do Rio de Janeiro, 1886, p. 681.
Tiradentes).
Confeitaria Rua de São Francisco de Almanaque Administrativo, Mercantil e
Assis, 52. Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 683.
Padaria, Confeitaria e Rua do Senador Eusébio, Folha de Domingo, 1887, 01 de mai., p. 2.
Refinação São João 126 e 128.
Confeitaria Rua de São Pedro, 257. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 683.
Padaria e Confeitaria de Rua Uruguaiana, 39. Jornal do Comércio, 1886, 09 de fev., p. 4; O
Viena Programa Avisador, 1887, 13 de jul., p. 2.
Confeitaria Rua do Senhor de Almanaque Administrativo, Mercantil e
Matosinhos, 50 (esquina Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 683.
com a rua do Presidente
Barroso).
Confeitaria Espírito Santo Rua do Espírito Santo, 4. O Programa Avisador, 1887, 17 de jul., p. 4.
Confeitaria e Refinação de Rua da Lapa, 12 Gazeta de Notícias, 1890, 11 de jan., p. 4;
Açúcar e Confeitaria (próximo ao largo). Jornal do Comércio, 1890, 27 de mai., p. 7.
Bandeira
Confeitaria Boulevard Vila Isabel, Almanaque Administrativo, Mercantil e
26 D. Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 635.
Confeitaria Rua do Visconde de Almanaque Administrativo, Mercantil e
Itaúna, 81. Industrial do Rio de Janeiro, 1887, p. 635.
Confeitaria Rua Senador Dantas, 5. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 637.
Confeitaria Rua D. Manoel, 2. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 637.
Confeitaria Rua Uruguaiana, 62. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 637.
Confeitaria Rua Uruguaiana, 25. Jornal do Comércio, 1890, 11 de set., p. 8.

Confeitaria Rua São Joaquim, 157. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 637.
Confeitaria Rua da Alfândega, 108. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1888, p. 640.
Confeitaria Rua do Rosário, 97. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 642.
Confeitaria Rua São Pedro, 200. Almanaque Administrativo, Mercantil e
Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 642.
Confeitaria Rua do Espírito Santo, Almanaque Administrativo, Mercantil e
22. Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 642.
Confeitaria Rua do Espírito Santo, Jornal do Comércio, 1889, 30 de mar., p. 3.
17.
233

Confeitaria Rua Catumbi, 57. Almanaque Administrativo, Mercantil e


Industrial do Rio de Janeiro, 1889, p. 643.
Confeitaria Largo do Estácio de Sá, Jornal do Comércio, 1889, 10 de jan., p. 6.
8.
Confeitaria Rua do Senador Dantas, Jornal do Comércio, 1889, 24 de mai., p. 8.
3.
Confeitaria Rua Visconde de Itaúna, Jornal do Comércio, 1889, 07 de ago., p. 7.
89.
Confeitaria e Padaria Rua dos Voluntários da Jornal do Comércio, 1890, 01 de mar., p. 6.
Pátria, 70.
Confeitaria Rua do Engenho, 12. Jornal do Comércio, 1890, 11 de abr., p. 2.

Confeitaria Sul-Americana Boulevard Vila Isabel, Gazeta de Notícias, 1890, 23 de jun., p. 5.


100.
Padaria e Confeitaria São Rua Marques São Gazeta de Notícias, 1890, 11 de out., p. 7.
João Vicente, 9.
Ao High Life Santa Rua do Riachuelo Diário de Notícias, 1890, 12 de out., p. 1.
Thereza - Confeitaria,
Charutaria e Bilhares
Confeitaria Rua do Catete, 174. Jornal do Comércio, 1890, 25 de out., p. 8.

Confeitaria Rua Haddock Lobo, 10. Jornal do Comércio, 1890, 28 de out., p. 1.

Confeitaria Ao Quinze de Rua de Santo Antônio, 3. Gazeta de Notícias, 1890, 11 de nov., p. 3.


Novembro
Confeitaria do Roque Rua Direita, 53 Correio da Tarde, 1883, 12 de jun., p. 3.
(atualmente Rua
Primeiro de Março.

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