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Instrumentos de adivinhação – Tinlholo, hakati e macanga - usados como auxiliares de diagnóstico.


Colecção Etnográfica da Missão Antropológica de Moçambique (1936-1956)

O processo de diagnóstico:
os instrumentos de adivinhação 
   
No contexto da prática médica tradicional, os
instrumentos de adivinhação são auxiliares
indispensáveis do processo de diagnóstico. Ajudam o
Ñanga na identificação do problema e das causas do
mesmo por via da sua interpretação.

De entre os vários auxiliares o Tinlholo é um dos


principais instrumentos de adivinhação usado pelos
curandeiros. A posição específica de cada peça no
conjunto permite identificar febres, gravidez, doenças
graves ou incuráveis, avaliar se a gravidade da doença
obriga o paciente a consultar outro curandeiro mais
habilitado ao tratamento que deve ser feito ou ainda avaliar
as diversas causas na origem do mal diagnosticado,
associando-se a interpretação do Tinlholo quer a perguntas
específicas feitas ao paciente ou aos familiares que o
acompanharam quer a uma observação cuidada e
demorada do paciente.

O Tinlholo ou ossículos divinatórios é composto por


Shijava e Tinlholo. pares de cauris e búzios, sementes, sementes de canho
Bolsa e ossículos divinatórios do ñanga Mafumo Marracuene, 1955.
Colecção Etnográfica da Missão Antropológica de Moçambique
(fruto de Sclerocarya caffra Sond.), pedaços de carapaça
(1936-1956) de tartaruga, ossinhos (principalmente astragalos) de
animais selvagens e domésticos, pedrinhas e até moedas,
cada um com o seu significado próprio, que se jogam no chão, sobre uma esteira. Antes de serem lançados, o Ñanga mastiga um pedaço
de raiz de Manomo, e cospe sobre o Tinlholo. Depois de lançado é a posição específica de cada um destes elementos, isolado e em
associação com os outros, que é então interpretada. Um Tinhlolo completo pode incluir ainda um Hakata e um Tinguenha podendo estes
ser lançados em conjunto ou separadamente.

 
O processo de diagnóstico: os instrumentos de adivinhação
 
Neste espólio, para além de vários Tinhlolos existem ainda outros instrumentos de adivinhação, nomeadamente o Macanga e o Hakata:

Macanga – instrumento de adivinhação feito de caniço, usado da Zambézia. Tem a forma de um tapete duplo e estreito, ligado numa das
extremidades. O Macangueiro (espécie de adivinho que trabalha com a macanga) manobra-o de forma quase imperceptível afastando-o
em V e fazendo-o dobrar-se para a esquerda e para a direita, interpretando as suas variações

Hakata, Cakhata, Chacata, Kagata ou Thiakata - instrumento de adivinhação composto por 6 meias cascas de canho que o
Nhacuambeza (espécie de adivinho que, em Tete, trabalha com as hakatas) lança como dados sobre a esteira, com particular utilização
no caso de diagnóstico de possessão. Frequentemente são furadas para poderem ser transportadas enfiadas num aro metálico. Um outro
instrumento de adivinhação semelhante a este é o Tinguenha, composto por um conjunto de 6 escamas dorsais de crocodilo (nhacoco)
em vez das meias cascas.

Tal como para outras designações, o nome destes instrumentos de adivinhação varia consoante a região sendo estas as designaçãoes
correntes no centro e sul de Moçambique.

A primeira referência escrita ao uso de instrumentos de adivinhação, nomeadamente os Cakhatas data da viragem do século XVI – “As
sortes de que...usão são uns pequenos pedaços de pau redondos, espalmados e furados pelo meio e mais pequenos que távolas de
jogar: a estes paus ou sortes chamam os cafres chacatas, e todo o cafre traz estas chacatas consigo, enfiadas em ua linha, pera usar
delas quando lhe sucede algua cousa duvidosa; nos quês casos lançam estas sortes…” Frei João dos Santos (1609) Etiópia Oriental ,
Livro 1º, Cap. XIV, ed. CNCDP, p. 117, 1999.

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