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O COMPORTAMENTO DOS CAVALOS

O COMPORTAMENTO DOS CAVALOS .................................................................................................1


1. Comportamento diário de manutenção.....................................................................................................2
1.1. Comportamento alimentar .................................................................................................................2
1.1.1. Pastar ..........................................................................................................................................2
1.1.2. Outras formas de alimentação ....................................................................................................2
1.2. Descanso e procura de abrigo............................................................................................................3
1.3. Abeberamento ...................................................................................................................................3
1.4. Comportamento excretor ...................................................................................................................4
1.5. Locomoção ........................................................................................................................................4
1.6. Limpeza (comportamento dermatoterapêutico).................................................................................4
2. Comportamento de relação.......................................................................................................................4
2.1. Relação social....................................................................................................................................5
2.1.1. Os grupos....................................................................................................................................5
2.1.2. Dominância ................................................................................................................................5
2.1.3. Chefia .........................................................................................................................................6
2.1.4. Ligações preferenciais ................................................................................................................6
2.1.5. Distância individual e social e comunicação entre os indivíduos ...............................................6
2.1.6. Interacções sociais entre espécies...............................................................................................6
2.1.7. Utilização do espaço...................................................................................................................7
3. Comportamento reprodutivo ....................................................................................................................7
3.1. Comportamento sexual......................................................................................................................7
3.1.1. Regime reprodutivo ....................................................................................................................7
3.1.2. Comportamento sexual da égua..................................................................................................7
3.1.3. Comportamento sexual do garanhão, corte e cópula ..................................................................8
3.2. Comportamento maternal e filial .......................................................................................................9
3.2.1. O parto........................................................................................................................................9
3.2.2. Primeiros cuidados ...................................................................................................................10
3.2.3. Relações entre mãe e cria .........................................................................................................10
Bibliografia.................................................................................................................................................11
1. Comportamento diário de manutenção
São as actividades vitais de qualquer cavalo em liberdade ou estabulado,
isolado ou em grupo: comer, beber, defecar, urinar, descansar, deslocar-se,
etc. Repetem-se em padrões diários mais ou menos regulares, mas que
evoluem com as condições exteriores e variam com as características do
animal.

1.1. Comportamento alimentar

1.1.1. Pastar
É a forma natural de um cavalo se alimentar. A ela estão adaptados a
fisiologia e os traços hereditários do comportamento do animal.
Os cavalos servem-se do lábio superior para meter a erva entre os dentes
incisivos, e cortam-na por trituração e um movimento da cabeça para trás ou
para o lado. Apanham bocados pequenos de cada vez. A altura de corte
depende do comprimento da erva: se for curta, cortam-na rente. Vão andando
à medida que comem, à razão de uma ou duas dentadas por passada, pelo
que fazem grandes percursos a pastar. Evitam comer a erva nos sítios com
excrementos frescos, mas sobrepastoreiam os restantes se forem mantidos
numa pastagem pequena, fazendo um aproveitamento muito irregular da
superfície.
Passam cerca de 12 horas em cada 24 a pastar, o que é bastante mais do
que o normal em ruminantes. Têm dois períodos principais de pastoreio: o
primeiro desde o amanhecer até cerca do meio-dia e o segundo desde o
princípio da tarde até à noite. Quando podem, mudam de local entre um
período e o outro. Se a erva for abundante, prolongam o segundo período até à
meia-noite ou mais tarde. Não têm dificuldade em pastar de noite, graças à
constituição da retina. No entanto, são mais assustadiços de noite que de dia,
sobretudo, ao que dizem alguns autores, os de pêlo claro — mais visíveis no
escuro.
Quando o pasto é pobre, também alargam o tempo de pastoreio. Se andam
sossegados, pastam dispersos, mas juntam-se quando há motivos de alarme.
Outra particularidade da retina, é que permite focar ao mesmo tempo,
quando pastam, a erva diante do focinho e o horizonte.
Só interrompem o pastoreio por mau tempo com chuva forte. Nessa altura,
viram a traseira contra o vento e ficam imóveis.
Os poldros começam a comiscar erva, imitando a mãe, logo na primeira
semana de vida. A princípio, tal não tem expressão no regime alimentar. Para
povoar o cego com a flora bacteriana indispensável à digestão da erva, os
poldros ingerem as fezes de cavalos adultos, sobretudo da mãe. Nos adultos,
porém, a coprofagia (ingestão de fezes) é um comportamento anormal.

1.1.2. Outras formas de alimentação


Uma circunstância anormal, que altera os hábitos alimentares naturais do
cavalo, é a inclusão de concentrados na dieta, como suplemento ou como base
da alimentação. Em primeiro lugar, reduz sensivelmente — mais nos cavalos
que nos ruminantes — o tempo gasto a comer. Se o concentrado não for
acompanhado por suficiente quantidade de forragem fibrosa, o cavalo cria
vícios como a coprofagia, a aerofagia e comer madeira.
Também é preciso lembrar que o cavalo não tem domínio sobre o apetite.
Tendo evoluído num meio onde a probabilidade de apanhar indigestões é muito
pequena, não desenvolveu um mecanismo fisiológico que o impeça de comer
demais quando pode e lhe apetece. Portanto, muito cuidado para os animais
não terem acesso às reservas de concentrado, pois uma indigestão pode ser
fatal.

1.2. Descanso e procura de abrigo

Segundo Hafez et al. (1969), o cavalo chega a dormir 7 h por dia, mas
Houpt et al. (1978) dão apenas 2 h para o sono de ondas lentas (ligeiro), de pé,
e 47 minutos para o sono paradoxal (profundo), deitado. Provavelmente, o
segundos autores são mais exactos, uma vez que se baseiam em dados de
electroencefalograma. Hafez et al. (1969) devem ter confundido com sono o
descanso que o cavalo faz de pé, imóvel, durante o qual há períodos curtos e
irregulares de sono.
O descanso de dia é mais prolongado no Verão que no Inverno. É feito às
horas mais quentes, procurando a sombra nos dias de calor ou apanhando sol
nos dias frescos. Com céu encoberto, os períodos de descanso são irregulares:
os animais aproveitam as abertas para apanhar sol, normalmente deitado.
Em terreno ondulado, os cavalos costumam escolher para passar a noite
pontos mais altos do que aqueles onde passam o dia. No Inverno, procuram
sítios abrigados do vento. Em tempo calmo, mesmo com muito frio, dormem
em campo aberto. Nos temporais, preferem o abrigo das matas ao de
barracões e alpendres, talvez por causa das correntes de ar que quase sempre
se formam nestes.
Os cavalos descansam principalmente de pé. O aparelho suspensor dos
membros permite a estação sem esforço muscular, ao mesmo tempo que a
cabeça e o pescoço se sustêm passivamente, graças ao ligamento cervical.
Passam muito pouco tempo deitados. Não se apoiam sobre o esterno, como os
bovinos. O bordo cortante do osso torna essa posição impossível de manter,
excepto nos poldros. Os poldros por vezes estiram-se completamente no chão,
mas nos adultos esta posição provoca estase (estagnação da circulação)
pulmonar em pouco tempo.

1.3. Abeberamento

O cavalo bebe poucas vezes ao dia — pode ser só uma vez — e em


grandes quantidades. Quando tem fácil acesso à água, a frequência das
bebidas e a quantidade ingerida dependem da temperatura e da humidade
ambientes, do conteúdo em água e sal da alimentação e do estado fisiológico
do animal.
1.4. Comportamento excretor

Para defecar ou urinar, o cavalo, normalmente, interrompe outras


actividades (comer, andar). Um comportamento típico dos cavalos quando
pastam numa área reduzida é reservarem certas zonas para as dejecções. Os
garanhões costumam cobrir os dejectos das éguas com os deles. É talvez uma
maneira de esconder de outros garanhões o rasto das suas éguas. As éguas e
os castrados vão alargando a zona dos dejectos, porque excretam no
perímetro dela e com a traseira para fora.
A frequência das defecações é de 6-12 por dia, consoante a fibra do
alimento. A micção é rara de dia, excepto no garanhão, pela tendência de
excretar sobre os dejectos das fêmeas, e nas éguas em cio, que têm
polaquiúria (micções breves e frequentes). Os cavalos estabulados urinam
quando se lhes faz a cama. Por isso, uma artimanha de tratador quando um
cavalo tem retenção urinária é raspar o chão com a forquilha, como se fosse a
espalhar a cama, para desencadear a micção por reflexo condicionado. Claro
que a maior parte dos tratadores não sabe o que é um reflexo condicionado.
Em pastagens muito amplas, não se verifica a concentração das dejecções
em zonas próprias. Quando tardam vários dias a voltar ao mesmo sítio, os
cavalos já não têm repugnância em pastar onde caíram os excrementos.

1.5. Locomoção

Os andamentos naturais são passo, o trote e o galope. Os cavalos evitam


normalmente saltar obstáculos quando não estão treinados a saltar. Evitam
mais os saltos em comprimento — valas, ribeiros, charcos — que os saltos em
altura. Isto pode ser devido à dificuldade que têm em medir distâncias, por
terem um estreito campo de visão binocular.

1.6. Limpeza (comportamento dermatoterapêutico)

Os cuidados com a pele resumem-se a esfregar o corpo (pescoço,


costados, traseira) contra troncos ou postes, limpar flancos e membros com os
dentes e espojar-se. Numa pastagem habitual, existe sempre um espojadouro,
além das zonas de pastoreio e defecação. O cavalo espoja-se esfregando a
linha dorsal e o bordo do pescoço no chão. Um pormenor deste movimento: ao
rebolar sobre o dorso, marca sempre uma pausa a meio, para os intestinos
poderem acompanhar a volta e não torcerem. Lembremos que o cavalo é um
animal atreito a cólicas.
Das actividades de limpeza mútua, falaremos no capítulo seguinte, que
trata do comportamento social.

2. Comportamento de relação
2.1. Relação social

2.1.1. Os grupos
Na natureza, o grupo básico é formado por um garanhão, 2-4 éguas
adultas e crias até aos 2 anos de idade, mais ou menos. Os poldros mais
velhos separam-se da manada ou são expulsos pelo garanhão e vão formar,
com outros, grupos de 7-8 elementos, até conseguirem éguas próprias. Os
garanhões velhos acabam por perder as suas éguas e passam a viver
solitários.
Nas coudelarias, as condições alteram-se. As éguas de ventre não vivem,
em geral, com o garanhão. Os poldros são separados das mães ao desmame.
Os grupos podem ser muito maiores que os naturais. Surge um terceiro "sexo":
o dos castrados. No entanto, prevalece a tendência natural para os grupos
pequenos, que se formam e se mantêm dentro das manadas grandes.
Numa piara de poldras da Coudelaria Nacional, vimos há anos uma coisa
interessante. Três anglo-lusitanas faziam grupo à parte das outras, que eram
lusitanas puras. Todas eram filhas de éguas lusitanas da mesma éguada, mas
aquelas três, por serem filhas de um Puro-sangue Inglês, tinham maior
afinidade social entre elas do que com as outras companheiras. Enfim, umas
"betinhas", como se diz nos liceus.

2.1.2. Dominância
Nas manadas de cavalos forma-se sempre uma estrutura bastante estável
de relações de dominância e subordinação, em que os conflitos praticamente
deixam de existir. Os animais subordinados, evitando activamente o contacto
com os dominantes, são os que mantêm a paz. A estrutura social mais
frequente é a linear: A domina B e os dois dominam C. Também podem existir
estruturas triangulares, estas menos estáveis: A domina B, que domina C, que
domina A. As brigas que surgem numa manada hierarquizada são entre
animais de posições sociais imediatas.
Num grupo de cavalos que vive parte do tempo no pasto e outra parte
estabulada, notam-se por vezes alterações da ordem social entre uma situação
e outra, e com a presença ou ausência de pessoas.
A ordem hierárquica num grupo de cavalos que antes não se conheciam
estabelece-se por lutas ou manifestações agressivas mais ou menos violentas.
Os factores que favorecem um cavalo são o temperamento, o tamanho e a
idade, excluindo a velhice.
Nas manadas naturais, o garanhão é o primeiro da escala e os poldros são
os últimos. Quanto à posição relativa das éguas, não depende da antiguidade
na manada mas dos factores acima referidos. As mais velhas vão descendo de
categoria à medida que perdem o vigor.
A hierarquização entre os poldros começa a manifestar-se no primeiro
Inverno. É muito influenciada pelas posições relativas das mães, e esta
influência pode manter-se até à maturidade. Os poldros sem mãe são os
últimos da escala.
À medida que os poldros crescem, as hierarquias dos dois sexos tendem a
separar-se. Contudo, em situações de competição, os machos, em geral,
dominam as fêmeas.
Nota-se, da parte dos cavalos dominantes, uma grande tolerância em
relação aos subordinados, principalmente em grupos de poldros. As agressões
só ocorrem em situações de extrema competição. Estas podem dar-se em
manadas estabuladas na altura da distribuição do concentrado, por exemplo.
As brigas, nestes casos, são perigosas porque o vencido não pode fugir.

2.1.3. Chefia
Enquanto a dominância é a prioridade do mais prepotente em situações de
competição, a chefia é a iniciativa que se transmite à manada, sobretudo nas
deslocações. O chefe do grupo típico é o garanhão. Noutros grupos, ou na falta
do garanhão, pode ser qualquer dos animais adultos.

2.1.4. Ligações preferenciais


Os membros de um grupo estruturado mostram preferência por um ou dois
companheiros determinados. Pastam juntos, brincam, coçam-se e enxotam-se
as moscas mutuamente. Nestas duas últimas actividades, dois cavalos põem-
se ao lado um do outro, virados em sentidos opostos, e mordiscam-se no
pescoço, no dorso, na garupa, ou sacodem a cauda na cara um do outro. As
amizades entre cavalos são fortes e duradouras.
Nas manadas de éguas sem garanhão e em que os poldros não são
retirados, os filhos continuam ligados às mães até aos 2-3 anos.

2.1.5. Distância individual e social e comunicação entre os


indivíduos
A distância individual é a mínima que um animal tolera em relação a outro.
Para os cavalos, dá um autor o valor de 5 m. Os dominantes mantêm-na com
ameaças e os subordinados com a retirada.
Distância social é a distância máxima a que dois animais podem
estabelecer comunicação. Para os cavalos, é de 500 m. Os cavalos
comunicam por sons — resfolegar, relinchar, guinchar, trombetear — e por
atitudes, principalmente agonísticas e sexuais. Têm uma grande capacidade de
captar e interpretar movimentos e expressões, não só uns dos outros mas
também das pessoas a quem estão habituados. Têm uma expressiva mímica
facial, em que intervêm principalmente a boca e as orelhas. Quem lida com
cavalos sabe que tem de ter cuidado quando eles deitam as orelhas para trás:
a seguir vem o coice ou a dentada. A orelha fita virada para diante, de cabeça
levantada e olho arregalado, significa medo.
Os cavalos são muito investigadores em relação uns aos outros.

2.1.6. Interacções sociais entre espécies


Na pastagem, os cavalos misturam-se com os bovinos. Os ovinos podem
usar as mesmas áreas, mas normalmente só depois da passagem deles. Os
cavalos dominam bovinos o ovinos. Mantêm os bovinos a uma certa distância,
mas deixam muitas vezes que os ovinos lhes pastem entre as pernas.
2.1.7. Utilização do espaço
Os cavalos têm um comportamento residencial — mas não territorial —
marcado. Quando andam em liberdade, não saem de uma área residencial
definida. Ao serem levados para fora, são capazes de percorrer sozinhos
grandes distâncias para voltarem aos lugares familiares.

3. Comportamento reprodutivo

3.1. Comportamento sexual

3.1.1. Regime reprodutivo


Entre os cavalos selvagens, os grupos reprodutivos são estáveis: o
garanhão guarda o seu harém durante todo o ano. Os poldros e poldras
nascidos no grupo abandonam-no ao chegarem à puberdade. Os machos são
expulsos pelo chefe da manada e vagueiam, sozinhos ou em grupos incoesos,
até conseguirem éguas próprias. As fêmeas são levadas por garanhões
estranhos sem que o pai se oponha. Desta maneira é evitada a
consanguinidade.
São frequentes as tentativas de roubo de éguas por garanhões novos
ainda sem harém constituído. Os garanhões velhos acabam por ser expulsos
ou mortos por outros, mais novos e fortes, que ficam com as éguas.
Dada a dificuldade de obter, conduzir e defender um grupo de éguas, o
tamanho dos haréns é sempre reduzido.
A actividade sexual das éguas, que condiciona o ritmo reprodutivo da
manada, varia directamente com a duração dos dias, sendo máxima quando
eles são mais compridos (Primavera e princípio do Verão). Pode provocar-se a
actividade sexual fora de época na égua com iluminação artificial
Na criação comercial de cavalos, o sistema usual de utilização de
reprodutores é a cobrição à mão. Garanhão e égua são levados à presença um
do outro quando a égua está em cio. A inseminação artificial já se usa
comercialmente.

3.1.2. Comportamento sexual da égua


A égua tem um ciclo éstrico de 21-23 dias. O cio é muito prolongado:
normalmente 5-9 dias, sendo mais curto nas raças ligeiras e mais comprido nas
pesadas. A ovulação dá-se 48 h antes do fim do cio, e a melhor altura para a
cobrição é nas 12 h que a precedem.
O comportamento éstrico da égua é bem característico. Instala-se
progressivamente e atinge o auge imediatamente antes da ovulação.
A égua em cio mostra-se inquieta, inapetente, procurando andar junto das
companheiras. Põe-se, repetidamente, na posição de cópula, com os rins
flectidos, os membros posteriores em abdução (virados para fora é o que quer
dizer o palavrão), a cauda levantada e virada para o lado, descobrindo a vulva.
Esta aparece inchada e com um movimento de abrir e fechar muito típico, que
expõe o clítoris ingurgitado e a mucosa vaginal avermelhada. As micções,
feitas na posição descrita, são breves e frequentes (polaquiúria). Há um
corrimento vaginal mucoso. Estes sintomas aparecem antes do sintoma
específico do cio, que é a imobilização perante o garanhão.
A determinação da altura própria para a cobrição faz-se por exame dos
ovários — palpação rectal ou ecografia — ou pela observação do
comportamento, sobretudo na presença de um cavalo inteiro. Para este fim,
pode usar-se o garanhão de cobrição ou outro animal de menos categoria,
inclusive um garrano (pónei) ou um burro. Para evitar agressões da égua, esta
é peada ou põem-se os animais um de cada lado de um muro ou tapume que
lhes permita o contacto apenas ao nível da cabeça e pescoço. O segundo
sistema tem ainda a vantagem de impedir que um animal usado só para
detecção cubra a égua.

3.1.3. Comportamento sexual do garanhão, corte e cópula


A erecção aparece no poldro aos 2-3 meses, a puberdade (1ª cobrição
fecundante) aos 15.
É normalmente o garanhão que, entre os cavalos em liberdade, entabula o
contacto com a égua em cio. Atrai-o o cheiro espalhado pela urina da égua,
que provoca nele o reflexo do flehmen. O garanhão aproxima-se da égua,
fareja-lhe a vulva, mordisca-lhe a pele nas nádegas, no dorso, no pescoço e
resfolega. A égua pode resistir, mordendo ou escoiceando-o, ou então fugir.
Casos contrários, os dois esfregam focinhos e, por vezes, brincam, empinando-
se e dando galopadas curtas. A égua receptiva não tarda a imobilizar-se,
consentindo ser mordida e cheirada. O garanhão precisa de algum tempo,
variável com a raça e o indivíduo, para a erecção total. Finalmente, salta. Os
poldros inexperientes muitas vezes saltam de lado ou pela frente, mas acabam
por se colocar correctamente sobre a garupa da égua.
É frequente o garanhão ter de saltar mais de uma vez até conseguir a
intromissão. Feita esta (em média, 10 segundos depois do encabritamento), dá
uma série de impulsos pélvicos (7 ou mais, em 20 segundos), que termina
quando começa a ejaculação. Esta é sinalizada por vários movimentos
rítmicos, de cima para baixo, da cauda. Devem-se à contracção dos músculos
depressores da cauda, induzida pelas contracções reflexas dos músculos
uretrais, responsáveis pela ejaculação. Estas contracções são 5-10,
expulsando as primeiras três 80% dos espermatozóides contidos no ejaculado.
Depois da ejaculação, o garanhão desmonta, a erecção desaparece e os
animais põem-se a pastar. O garanhão pode tornar a saltar dentro de uma hora
(período refractário de 20 minutos, segundo outro autor) mas, normalmente,
não o faz antes do dia seguinte. Repete a cópula diariamente enquanto a égua
estiver em cio. A égua continua a mostrar os sinais de cio depois da cópula.
Quando a égua recusa o salto, o garanhão pode adiar nova aproximação
por umas horas, ou até ao dia seguinte. As poldras no primeiro cio são, muitas
vezes, relutantes em aceitar o garanhão, e este pode encurralá-las e cobri-las à
força.
A atitude de um garanhão em relação a cada égua é variável. A umas, só
liga durante o cio, ou mesmo só na fase peri-copulatória; as outras, quere-as
sempre ao pé, estejam ou não em cio. Certos garanhões têm preferências
quanto à pelagem da égua, podendo ser incapazes de cobrir éguas de uma
pelagem determinada.
Falámos da cobrição em liberdade. É a que permite uma maior taxa de
fecundação, mas tem vários inconvenientes. Em alternativa, pode usar-se a
cobrição à mão, em que o garanhão é conduzido à égua e ambos os animais
são seguros à arreata durante todo o processo. A cobrição à mão permite que
um garanhão cubra mais éguas, sofra menos agressões e se alimente melhor e
descanse mais durante a época reprodutiva. É aconselhada para animais de
valor.
Na cobrição à mão, deve dar-se tempo e sossego para a corte, que
permitirá a cobrição nas melhores condições fisiológicas e psíquicas. A corte é
uma forma de comportamento com uma função própria: excitação, erecção e
mobilização dos espermatozóides no macho; indução da receptividade e
preparação do tracto genital para a cópula e o transporte dos espermatozóides
na fêmea. Quaisquer perturbações ou impedimentos que se façam sentir sobre
ela vão-se reflectir, momentânea ou permanentemente, no desempenho
reprodutivo dos animais.
Podem-se treinar os garanhões a saltar sobre um manequim, para as
colheitas de sémen destinado à inseminação artificial ou a exames
laboratoriais. O estímulo fundamental para o salto é produzido no garanhão por
uma forma imóvel e com o tamanho adequado, sendo acessórios a percepção
visual — mesmo de olhos vendados alguns cavalos saltam sobre o manequim
— e as sensações olfactivas. Apesar de acessórias, nem todos os garanhões
prescindem delas.
Quando se usam éguas para as colheitas de sémen, pode ser útil lembrar
que os garanhões têm preferências quanto aos tipos de pelagem e que a
variação das éguas utilizadas ajuda a manter o interesse dos garanhões pelo
salto.
Devido ao seu grande valor económico, os garanhões de desporto são, por
vezes, exageradamente protegidos, tendo uma vida completamente artificial.
Vivem isolados, sem qualquer contacto com éguas ou outros cavalos, e isso
pode alterar-lhes o temperamento, tornando-os muito difíceis de usar como
reprodutores. A vida no exterior e o contacto com outros cavalos, pelo menos a
companhia de uma garrana estéril, torna-os mais aptos para a utilização
reprodutiva e mais capazes de se defenderem das agressões das éguas fora
de cio.

3.2. Comportamento maternal e filial

3.2.1. O parto
A gestação da égua dura cerca de 11 meses. Ao iniciarem-se as dores
preliminares, que podem aparecer, em acessos, vários dias antes do parto, a
égua mostra uma sintomatologia de cólicas (dores abdominais): ansiedade,
olha o flanco deita-se e levanta-se, rebola-se no chão, senta-se sobre os
posteriores.
As éguas que estão no campo, normalmente afastam-se da manada, para
um sítio escolhido com alguns dias de antecedência. As primíparas nem
sempre o fazem; por vezes parem no meio da manada.
Nas coudelarias de cavalos de desporto de grande valor, a égua costuma
ser metida numa box maternidade, quando está na iminência de parir, e o parto
é assistido. O parto em liberdade dispensa, normalmente, assistência, mas na
box, onde a égua não pode andar e mover-se livremente durante as
contracções, e com o risco de o poldro ficar entalado contra a parede, a
assistência é indispensável e todos os cuidados são economicamente
justificados.
O parto é rápido. Dura, em média, um quarto de hora, com uma variação
entre 5 e 47 minutos, segundo um autor. Quase sempre, as éguas parem
deitadas. Depois da expulsão do feto continuam deitadas, a descansar, por
cerca de meia hora.

3.2.2. Primeiros cuidados


Quando se levanta, a égua começa a limpeza do poldro, intercalando-a
com períodos de alimentação. O poldro acaba por se levantar, vacilante, e
quando outras coisas não o distraem, começa à procura da teta da mãe. A
égua experiente facilita a tarefa, colocando-se imóvel ao lado do poldro, virada
em sentido contrário. Pode até tornar as tetas mais acessíveis apoiando o
posterior na pinça (bordo anterior do casco) e contraindo os abdominais, ao
mesmo tempo que empurra o poldro por trás, com o focinho.
Se o poldro não mama dentro das primeiras duas horas, as suas
probabilidades de sobrevivência diminuem rapidamente. A égua torna-se mais
activa nas suas ajudas mas, se mesmo assim não tem sucesso, pode perder o
interesse pelo poldro antes dele morrer.
As primíparas, muitas vezes, reagem mal ao contacto do poldro com o
ventre e com as mamas, chegando a ser agressivas. Outras podem ter tanto
receio d perder o poldro de vista que, em vez de o deixarem mamar, viram-se
sempre de frente para ele. Estes problemas são, em geral, fáceis de resolver
quando se detectam a tempo. Basta prender a égua e pôr o poldro a mamar
para que a relação se normalize.

3.2.3. Relações entre mãe e cria


Durante os primeiros dias de vida do poldro, a égua no campo conserva-se
afastada da manada e não deixa o poldro sair de ao pé dela.
Os cuidados maternais, durante a amamentação, são variáveis. Há éguas
excessivamente maternais, que nunca deixam o poldro afastar-se e nunca
recusam a mamada. Outras só vão ter com o poldro a intervalos prolongados,
que se vão alargando com o tempo. Estas, muitas vezes, não deixam o poldro
mamar quando quer.
Todas as éguas dormem ao lado do poldro e, principalmente no tempo frio,
envolvem-no com o corpo.
Os poldros procuram mamar em éguas estranhas sempre que têm
oportunidade. A reacção das éguas, normalmente, é a recusa. Por vezes são
agressivas, mas também se podem mostrar protectoras sem deixar mamar.
Uma égua que tenha um poldro nado-morto, aceita facilmente um
adoptado, mesmo que ele já tenha alguns dias. As éguas dominantes que têm
nado-mortos, ou que perdem os poldros recém-nascidos, podem roubar as
crias às subordinadas.
O desmame natural dá-se, normalmente, no Inverno, quando há uma
quebra na secreção de leite. A idade dos poldros nesta altura anda pelos seis
meses. No entanto, as éguas mais maternais podem deixar o poldro mamar até
ao parto seguinte e mesmo depois, acompanhando o poldro novo.
A ligação entre a mãe e as filhas pode manter-se quando continuam na
manada.

Bibliografia
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