FLUIDOS
Fluido
Líquidos ou Gases
Viscosidade
G G
Fa v Fa ∝ v
Densidade
m
Densidade Absoluta ou Massa Volúmica
ρ=
V
[m ] = kg
[ρ ] = = kg / m 3 = kg ⋅ m − 3
Unidades S.I.
[V ] m 3
ρH2O = 1000 kg m –3 ( a 4 ºC )
No caso dos gases, como são compressíveis, a densidade varia face a alterações de
pressão.
Verificamos assim que a densidade de um gás, neste caso particular o ar, depende da
pressão e da temperatura a que está sujeito.
QUESTÃO 1
Mostrar que, exprimindo a densidade em g cm–3 , a densidade de uma substância e a
sua densidade relativa:
1- Têm o mesmo valor numérico nos sólidos e líquidos.
2- Têm valores diferentes nos gases.
QUESTÃO 2
Um tanque de água tem as dimensões 60 x 30 x 45 cm.
Determine a quantidade de água armazenada no tanque, em litros.
Tensão Superficial
As gotas de água ou de um spray líquido são exemplos disso, tomam a forma esférica
devido à Tensão Superficial.
Alguns insectos podem caminhar na água, e mesmo uma agulha fina colocada
cuidadosamente à superfície da água pode flutuar.
F
γ= Unidades: [γ ] =
N
l m
A Tensão Superficial da maioria dos líquidos decresce com a temperatura, sendo este
efeito mais significativo na água, as forças de coesão diminuem ao aumentar a
agitação térmica.
1- Gotas e Bolhas
As superfícies das gotas e das bolhas tende a contrair-se devido à tensão superficial,
aumentando assim a pressão interna.
GOTA BOLHA
Ora em equilíbrio, π r 2 ∆ p = 2π r γ
2γ 4γ
Ou seja, ∆p= Na bolha como há duas superfícies, ∆ p =
r r
2- Formação de um Menisco
3- Capilaridade
O líquido sobe até que o peso da coluna equilibre as Forças devida à Tensão
Superficial.
2 γ cosθ
Portanto, em equilíbrio ρ g π r h = 2 π r γ cos θ
2 h=
E então,
ρ gr
A altura a que se eleva, ou desce, o líquido num tubo capilar é directamente
proporcional à tensão superficial e inversamente proporcional à densidade do líquido e
do raio do tubo.
2γ
θ ≈ 0º , h=
Para água em vidro limpo
ρ gr
Para o mercúrio num tubo de vidro, θ > 90º , h < 0 (há uma depressão capilar).
Pressão de Vapor
ÁGUA
Temperatura 10 ºC 25 ºC 90 ºC 100 ºC
Pressão de vapor 1230 Pa 3170 Pa 70100 Pa 101 300 Pa
( 1 atm )
Compressibilidade
Trataremos por agora de fluidos ideais, i.e. que obedeçam às seguintes condições:
Equilíbrio Hidrostático
- Um fluido está em equilíbrio hidrostático quando o nº de partículas por unidade de
volume é constante
- As forças de acção do fluido sobre as paredes dos vasos que os contêm são
perpendiculares a estas (se as acções sobre as paredes tivessem componentes tangenciais,
as respectivas reacções tangenciais das paredes implicariam escorregamento do fluido ao longo
das paredes e ele deixaria de estar em repouso, i.e. em equilíbrio hidrostático).
Pressão
A força exercida nas duas situações é a mesma, o que varia é a área sobre a qual
essa força é exercida.
F
À força por unidade de área chamamos Pressão. p=
A
ESTÁTICA DE FLUIDOS
Adimtindo, com Stevin (1548-1620), que o equilíbrio dos fluidos obedece às leis
mecânicas do equilíbrio dos corpos sólidos,
G G G
F1 h1 Fi e F i' - forças de pressão laterais
G G G
Fg F1 e F2 - forças de pressão verticais
G
h2 Fg - força gravítica
G
F2
G G G G G G G G
∑F = 0 ⇒ F1 + F2 + F (
∑ i i' g = 0
+ F + F )
então,
⎧⎪∑ Fx = 0 ⎧⎪ Fi ' − Fi = 0
⎨ ⇒ ⎨
⎪⎩∑ y
F = 0 ⎪⎩− F1 + F2 − Fg = 0
Resta,
∑Fy = 0 ⇒ F2 − F1 = Fg ⇒ p2 ∆ S − p1 ∆ S = m g
Como m = ρ × ∆ V = ρ × ( ∆ S × ∆ h ) , temos
p2 − p1 = ρ g ∆ h ⇔ ∆ p = ρ g ∆ h
∴ maior profundidade, maior pressão. (medida a partir da superfície livre)
p0 x
h p − p0 = ρ g ∆h ⇔ p = p0 + ρ g h
p x Lei Fundamental da Hidrostática
O sinal negativo deve-se a considerar na vertical e para cima o eixo dos YY. Ou seja,
se dy aumenta, a pressão diminui (d p diminui).
No caso dos gases em recipiente fechado, a temperatura constante e uniforme, a
densidade considera-se constante. Assim, a diferença de pressão determina-se a
partir da expressão anteriormente deduzida.
Sendo a densidade dos gases muito pequena, a diferença de pressão entre dois
pontos quaisquer do recipiente fechado é muito pequena, pelo que, geralmente, se
pode desprezar. Isto é, a pressão de um gás contido num recipiente fechado pode-se
considerar constante.
EXEMPLO
Consideremos um compartimento fechado, uma sala, com 5 m de altura.
Qual a diferença de pressão entre o tecto e o chão?
Portanto ∆ p ≅ 0 atm
Assim sendo, a pressão do ar em qualquer ponto do compartimento é a mesma, por
exemplo, 1 atm.
y A = yB A B p A − pB = ρ g ( y B − y A ) ⇔
⇔ 0 = ρ g ( yB − y A ) ⇔
X ⇒ yB − yA = 0 ⇔ yB = yA
2- Vasos Comunicantes
3- Paradoxo Hidrostático
4- Bomba Aspirante
5- Sifão
Os gases são fluidos altamente compressíveis, pelo que a sua densidade varia em
função da pressão (e não apenas em função da temperatura).
m ⎛ massa de gas ⎞
pV = n RT em que n= ⎜ ⎟
M ⎝ massa molar ⎠
portanto,
m m
pV = RT ⇔ pM = RT ⇔
M V
M
⇔ p M = ρ RT ⇔ ρ= p
RT
(Um gás ideal é um gás em que o comportamento de cada partícula que o constitui se pode
considerar aproximadamente independente das restantes e obedece à equação acima referida.)
Esta equação permite-nos saber como varia a densidade em função da pressão para
um gás ideal sujeito a condições em que a temperatura se mantém constante.
dp M
Resolvendo esta equação = −c d h ; onde c = g
p RT
(equação diferencial de 1ª ordem e de variáveis separáveis)
p h
dp
∫ = − c ∫ dh ⇔ [ln p ] pi = − c [ h ]hi ⇔
p h
pi
p hi
⎛ p⎞
⇔ ln p − ln pi = − c ( h − hi ) ⇔ ln ⎜ ⎟ = − c ( h − hi ) ⇔
⎝ pi ⎠
p ⎡ M ⎤
⇔ = exp ⎡⎣ − c ( h − hi ) ⎤⎦ ⇔ p = pi × exp ⎢ − g ( h − hi ) ⎥
pi ⎣ RT ⎦
dp = − ρ g dh
M p
, onde ρ=
R T
dT dT
T = Ti + kh ; entao =k ⇒ dh= k euma cons tante
dh k
M p dT
dp = − g ;
R T k
p M g
dp = − c dT ; sendo c =
T Rk
p T
dp dT dp dT
p
= −c
T
⇒ ∫pi p = − c ∫T
Ti
⇔
⎛ p⎞ ⎛T ⎞ ⎛ p⎞
c
⎛T ⎞
⇔ ln ⎜ ⎟ = − c ln ⎜ ⎟ ⇔ ln ⎜ ⎟ = ln ⎜ i ⎟ ⇔
⎝ pi ⎠ ⎝ Ti ⎠ ⎝ pi ⎠ ⎝T ⎠
M g M g
⎛T ⎞ Rk ⎛ Ti ⎞ Rk
⇔ p = pi ⎜ i ⎟ ⇒ p = pi ⎜ ⎟
⎝T ⎠ ⎝ Ti + k h ⎠
∴ esta expressão dá-nos a pressão em função da temperatura.
(Reveja as Tabelas apresentadas nas páginas 3 e 4)
Também se diz que a pressão atmosférica ao nível do solo se deve ao peso da coluna
de ar que está acima de nós.
As condições padrão para a atmosfera (ou atmosfera padrão), ao nível do mar, são:
de, ∆ p = ρ gh
Como a densidade dos gases é muito pequena, a diferença de pressão entre dois
quaisquer pontos do recipiente fechado é muito pequena, pelo que geralmente se
pode desprezar. Isto é, a pressão de um gás contido num recipiente fechado pode
considerar-se constante.
Experiência de Torricelli
Pressão atmosférica
1 atm = 76 cm-Hg
Algumas Unidades de Pressão
Medidores de Pressão
Barómetro
(báros – peso; metro - medida)
Anerómetro
(a – sem; néros – líquido; eidos – forma)
Caixa metálica onde no interior foi feito vácuo.
Uma série de mecanismos permite amplificar a
deformação e medir a pressão atmosférica absoluta.
Manómetros
p A = p + ρ g h1
pB = patm + ρ g h 2
Como p A = pB ,
entao p + ρ g h1 = patm + ρ g h 2 ⇔
p − p0 = ρ g ( h 2 − h1 ) ⇒
A altura da coluna dá-nos a pressão
⇔ p = p0 + ρ g h no tanque
Outros Manómetros
Manómetro de Bourdon
Transdutores de Pressão
QUESTÃO 1
Na experiência de Torricelli, a altura da coluna de líquido no tubo é independente da
secção do tubo, isto é, é a mesma qualquer que seja a secção deste.
Explicar porquê.
QUESTÃO 4
Por meio da bomba pneumática e
por aspiração pela boca, extraiu-se
ar da lata e da palhinha, ver figura.
Explicar o que sucede em ambos casos.
QUESTÃO 5
1- Que relação há entre as pressões lidas nos manómetros M1 e M2?
2- Conhecidas as alturas h1 e h2 do mercúrio, e a pressão atmosférica, p0, indicar a
leitura feita nos manómetros.
3- Qual é a pressão do gás encerrado no
tubo fechado?
A lei que a seguir se deduz é válida apenas para líquidos incompressíveis, ideais, i.e.
com densidade constante durante o aumento ou diminuição de pressão.
A B
E como os pontos A e B estão ao mesmo nível, a pressão é a mesma, uma vez que
o fluido está em equilíbrio, p A = pB
Então,
FA FB
= que traduz a Lei de Pascal.
S A SB
1 1
Ou seja, SA < SB ⇒ > ⇒ F A < FB
SA SB
G
Fg - Força gravítica;
G
R - Reacção da mola do dinamómetro,
simétrica do peso do corpo imerso;
G G' G G
Fix , F ix , F1 , F2 - Forças de pressão
hidrostática laterais e verticais, respectivamente.
G
Chama-se impulsão I à força que tem a direcção vertical, está dirigida para cima e é
a resultante das forças de pressão exercidas pelo fluido.
G G G
As forças laterais equilibram-se duas a duas, portanto I = F1 + F2 ⇔ I = F2 − F1
Se retirarmos o corpo, o seu lugar será ocupado por líquido, que fica em equilíbrio,
sob acção de duas forças: a força gravítica exercida nesse fluido e a impulsão de todo
o líquido circundante (que é igual à que exercia no corpo).
Do equilíbrio resulta que estas duas forças são simétricas, ou seja: o valor da
G
impulsão I é igual, precisamente, ao peso de líquido do volume ocupado pelo
corpo imerso.
I = ρ fluido ⋅ Vimerso ⋅ g
QUESTÃO 6
Quando um barco passa da água doce de um rio (menos densa) para a água
salgada do mar (mais densa), a impulsão varia? Justifique.
(#)
(As secções assinaladas com têm um carácter meramente informativo, não estarão em avaliação)
Bibliografia:
“Fundamentals of Physics”, D. Hallyday & R. Resnick, Wiley & Sons, 6th ed., 2001
“Manual de Física – Mecânica (12ºano)”, L. Silva & J. Valadares, Didáctica Editora,1987
“Engineering Fluid Mechanics”, J. A. Roberson & C. T. Crowe, Wiley & Sons, 1997
“A Physical Introduction to Fluid Mechanics”, A. J. Smits, Wiley & Sons, 2000
“Física”, Alonso & Finn, Addison – Wesley, 1999