por volta do ano 700 havia, três civilizações que se colocavam como rivais em diferentes margens do
mediterrâneo: a bizantina, a islâmica e a cristã Ocidental.
a civilização bizantina, descendente direta do império romano do oriente, falava o grego e dedicavam-se pela
combinação das tradições romanas de governo com a busca da fé cristã.
a civilização islâmica falava o árabe e se inspiravam nos pontos relacionados ao governo e à cultura, para
idealizarem uma nova religião.
a civilização cristã ocidental, possuía uma economia pouco avançada, não tinham bases suficientes para se
organizarem tanto no governo como na religião. É no cristianismo e na língua latina que encontrou uma base que em
breve começaria a unir a política e a religião.
do século vii ao xi, dessas três civilizações, a mais atrasada foi a civilização cristã ocidental, mas as outras duas
civilizações merecem nossa atenção, pelo fato de terem influenciado direta e indiretamente a evolução da europa
ocidental.
no passado, o historiador gibbon, a menosprezou, enquanto que hoje é vista como uma das mais interessantes,
apesar de não ter sido inovadora.
o império aos poucos foi prosperando e influenciou muito o mundo a sua volta. entre muitas realizações, ajudou
a preservar o pensamento grego antigo, criou obras de arte, levou a cultura cristã a povos pagãos, sobre tudo aos eslavos.
a história bizantina não teve uma data precisa, porque varia de um historiador para outro. alguns relatam que
algumas características bizantinas se manifestaram na história romana, decorrente a política de diocleciano, enquanto
outros afirmam que a história bizantina começou quanto constantino mudou sua capital de roma para constantinopla.
o império bizantino atingiu seu apogeu durante o reinado do imperador justiniano (527 - 565) que pretendeu
reconstruir a unidade do antigo império romano.
após a morte de justiniano, o império bizantino foi decaindo e perdendo aos poucos tudo que havia conquistado.
heráclio (610 - 641) foi o último grande imperador bizantino.
o símbolo do seu triunfo, os persas em 614, levaram a relíquia sagrada tida como um fragmento da cruz de
cristo.
heráclio por sua vez, inverteu a situação, juntando forças e recuperando em 627 a cruz. heráclio reinou em glória
até 641.
os últimos anos de heráclio coincidiram com o começo das invasões árabes. em 636, os árabes conquistaram a
síria; em 638, a palestina e, em 641 a pérsia e o egito.
no século xi um outro povo islamita, os turcos seljúcidas, destruíram um exército bizantino em manzikert, na
Ásia menor. É nesse século que começaram as lutas entre bizantinos e turcos, que se estenderiam até 1453.
em 1071, mesmo ano que houve a vitória dos turcos sobre os bizantinos na Ásia menor, ocidentais conhecidos
como normandos expulsaram os bizantinos do sul da itália. o império do oriente defrontou-se com um inimigo inesperado:
os participantes cristãos da quarta cruzada que em 1204, desistiram do projeto de retomar jerusalém, em poder dos turcos,
e preferiram conquistar constantinopla.
vitoriosos, os cruzados fundaram o império latino de constantinopla que durou até 1261.
o império bizantino foi restabelecido mas a ameaça turca continuava a existir. e não apenas a dos seljúcidas, mas
a de um ramo ainda mais hábil e ameaçador, os turcos otomanos que desembarcaram na europa e aos poucos se
apoderaram das províncias européias do império.
no momento em que os otomanos lançaram o ataque final contra constantinopla, o império bizantino estava
reduzido aos limites das muralhas da cidade.
em 29 de maio de 1453, constantinopla caiu em poder dos turcos. até hoje os turcos dominam constantinopla ou
istambul.
conseguira sobreviver basicamente graças, de um lado, a uma eficiente máquina burocrática que deixou de
funcionar durante as inúmeras crises e, de outro, a sua base econômica baseada no comércio.
os funcionários urbanos em constantinopla, regulavam preços e salários, controlavam as exportações e tudo feito
com eficiência.
o comércio e a indústria dão realce, porque proporcionavam segurança e estabilidade ao estado. a agricultura é o
coração da economia bizantina.
os camponeses, antes conseguiam sobreviver, com a ajuda da legislação estatal, mas depois de 1205, os
aristocratas começaram a transformar os camponeses em rendeiros pobres.
dessa forma, o império foi destruído de dentro pelos venezianos que pretendiam dominar totalmente o comércio
no mediterrâneo, antes de ser dominado por fora, pelos turcos.
a religião desempenhava um papel central na vida cos bizantinos. ao que parece, nenhum outro assunto ocupou
de maneira tão absorvente a população local pois era enorme o interesse nas discussões sobre assuntos de natureza
religiosa que despertavam em todas as camadas da população, até mesmo nos governantes.
os religiosos bizantinos, como exerciam grande poder na vida da igreja, eram as vezes considerados pelos
sacerdotes como “semelhantes a deus”.
apesar de seus conhecimentos não podiam obrigar os seus subordinados a acreditar no que eles pensavam,
acreditavam.
os iconoclastas
iconoclastas, quebradores de imagens, eram denominados os que condenavam o uso de ícones no culto.
leão iii, o imperador que derrotava os árabes, era partidário da heresia dos iconoclastas, que acusavam as
pessoas fanáticas de deturpar a doutrina cristã e adorar as imagens religiosas como se fossem ídolos pagãos.
quando anunciaram o movimento religioso novo, os imperadores controlaram a igreja. acabaram defendendo a
causa das imagens e foram perseguidos por constantino v, que aproveitou para apropriar-se das riquezas dos conventos.
por causa dessa proibição, durante mais de um século os iconoclastas destruíram ou desfiguraram milhares de
pinturas e esculturas religiosas. outra questão religiosa que não deu origem a heresias, mais dividiu o cristianismo: o
chamado grande cisma (grande divisão) entre o catolicismo ocidental e o oriental.
o movimento iconoclasta representou um estágio importante na reformulação das tradições romanas e orientais,
foi um prenúncio da separação definitiva entre dois ramos da igreja.
o classicismo bizantino
os escritores imitavam a prosa de tucídides, porque foi o mais profundo historiador da antigüidade, e tinha uma
visão realista e racional, pois se preocupava em narrar os acontecimentos com imparcialidade e precisão, explicando suas
causas.
a educação feminina
as moças de famílias nobres não iam à escolas mas tutores particulares as orientavam com boa educação em sua
própria casa.
seu exemplo mais notável foi a igreja de santa sofia, erguida na época de justiniano. seus arquitetos projetaram
aspecto sóbrio na face externa, usaram mosaicos coloridos, detalhes folheados a ouro, colunas de mármores com cores
variadas e pedaços de vidros coloridos que refletiam como pedras preciosas. a disposição do edifício que a luz parecia não
vir de fora, mas brotar do próprio interior.
porém, quando constantinopla foi tomada pelos turcos, eruditos bizantinos procuravam refúgio em cidades
italianas, onde difundiram o gosto pela cultura clássica.
do ponto de vista bizantino os ocidentais eram rudes e ignorantes enquanto aos olhos ocidentais os bizantinos
eram efeminados e inclinados à heresia.
após o saque de constantinopla em 1204, o ódio bizantino pelos ocidentais tornou-se imenso. os beneficiários
desse ódio são os turcos, que não só conquistaram constantinopla, como conquistaram a maior parte da europa, até Viena.
a civilização bizantina conservou, e posteriormente, espalhou a herança cultural greco-romano. aos árabes e à
Europa ocidental, os bizantinos deram a conhecer as grandes obras dos sábios filósofos, escritores, médicos da
antigüidade.
mantiveram aceso o contato cultural entre o oriente e ocidente, através da manutenção do comércio entre
constantinopla e veneza. os eruditos bizantinos influenciaram diretamente a renascença italiana. nas artes legaram uma
arquitetura de acabamento interno rico e vistoso, trabalhos de ourivesaria, mosaicos, miniaturas de manuscritos e
preciosos estofos.
2. o florescimento do islam
o fenômeno do islam
no oriente médio desenvolveu-se o islamismo, religião nascida entre os árabes, a qual se converteram muitos
povos, desde a Índia até o norte da África. o islamismo é atualmente a religião que possuí maior número de seguidores,
depois do cristianismo.
islamismo significa “submissão a deus”. daí o adepto do islamismo chamar-se islamita, muçulmano ou
maometano.
antes do século vii os árabes não tinham estado e nem unidade nacional: formavam tribos que lutavam umas
com as outras. os árabes do deserto, chamados de beduínos, eram nômades, cujo sustento dependia dos oásis onde
plantavam a tâmara e criavam camelos e cabras.
os árabes da cidade por sua vez, tinham como principal atividade o comércio que se desenvolvia com os povos
vizinhos por intermédio das caravanas.
o comércio de meca beneficiava-se em larga medida de sua condição de cidade santa para todas as tribos árabes.
ali até hoje existe um templo sempre envolvido num pano negro: é a caaba, palavra que significa “cubo”, porque ele tem a
forma aproximada desse sólido.
a caaba abriga a pedra negra, venerada desde tempos imemoriais, e que é provavelmente um meteoro. conta-se
que a pedra era branca, mas se tornou negra com os beijos dos pecadores. ali também eram guardados os 360 ídolos
protetores das tribos da arábia.
maomé
nascido em meca no ano de 570, maomé pertencia a tribo dos coraixitas, de ricos comerciantes, cuja função
religiosa era a guarda da caaba.
Órfão desde cedo, maomé, foi condutor das caravanas de sua prima cadidja, que veio a desposar quando ela era
uma viúva bastante rica. aos 40 anos, a calma proporcionada pela riqueza permitiu-lhe longas meditações sobre as crenças
religiosas dos povos que ele havia conhecido nas viagens das caravanas à Síria a à Pérsia.
maomé afirmava ter visões, nas quais o anjo gabriel lhe ordenava a pregação de uma nova doutrina baseada na
submissão total (islam) a alá , o deus único.
dizendo-se profeta e alá Maomé começou a pregar contra os ídolos guardados na caaba. por esse motivo, foi
perseguido pelos coraixitas, interessados em manter a idolatria tradicional, que atraía multidões de visitantes a meca,
favorecendo com isso a atividade comercial.
em 622, para não morrer nas mãos dos coraixitas, maomé fugiu para yathrib que desde então passou a chamar-se
medina (cidade do profeta).
esse episódio, conhecido como hégira (fuga ou emigração marca o único do calendário muçulmano.
aproveitando uma luta entre duas poderosas famílias da cidade e explorando as rivalidades entre yathrib e meca, maomé
difundiu sua doutrina.
como os judeus de medina rejeitavam sua liderança, maomé procurou apoio nos beduínos. difundiu entre eles a
nova fé e desencadeou uma guerra santa contra seus inimigos.
fortalecidos, maomé e seus seguidores entraram em meca, no ano de 630.
em 632, maomé morria, deixando inteiramente difundida sua doutrina religiosa. ao mesmo tempo, a região, que
era um aglomerado de tribos e clãs dispersos, teve sua unificação política realizada através da própria unificação religiosa.
as doutrinas do islam
o islão, isto é, “submissão total à vontade de deus”, é uma mistura de idéias religiosas árabes com elementos da
religião judaica e da religião cristã.
a doutrina de maomé está no livro sagrado do islamismo, o corão ou alcorão, que não foi escrito pelo profeta,
mas por seus discípulos.
afirma, a existência de um só Deus, alá, e prega o combate aos infiéis através da guerra santa.
o islamismo é uma religião sincrético, ou seja, resulta da superposição de princípios extraídos do judaísmo e do
cristianismo.
o profeta afirmava que os preceitos dos islamismo foram ditados a ele por mensageiros de deus. seja como for, a
nova doutrina contem elementos das religiões cristã e hebraica, ambas monoteístas, e das crenças árabes tradicionais. por
exemplo, a pedra negra da caaba continuou a ser venerada; dizia-se que ela fora trazida à Terra pelo anjo gabriel.
após a morte de maomé, seus discípulos escolheram abu-bakr, como sucessor, um dos antigos fundadores do
islamismo.
ao novo governador denominou-se califa, que quer dizer “sucessor do profeta”.
abu-bakr morreu dois anos após sua acessão, mas foi sucedido no califado por omar. em 636, os árabes
destruíram um exército bizantino na síria, ocupando depois as cidades de antioquia, damasco e jerusalém.
em 637, destruíram o exército dos persas e atacaram contra a capital da pérsia, ctesifonte.
em 711, os árabes cruzaram o estreito do mediterrâneo e invadiram a espanha e conquistaram quase toda
península ibérica.
razões para a propagação do islam
o que fez os árabes saírem do deserto foi a procura de territórios mais ricos, e o que os manteve em contínuo
avanço foi a facilidade de guardarem as riquezas.
os governantes preferiam os árabes, pois estes cobravam menos impostos que os bizantinos e persas.
eis que o islam se divide em duas facções violentamente antagônicas: uma composta pelos sunitas, seguidores
da suna, e outra que permaneceu fiel a ali e seus descendentes diretos, os xiitas.
hoje, cerca de 90% dos muçulmanos seguem a tradição sunita, mas os xiitas, mesmo sendo minoria, não
desistiram de lutar por seus direitos.
os omíadas
estes concentravam suas forças nos territórios na síria. voltaram suas energias para o domínio no mediterrâneo e
a conquista de constantinopla.
os abássidas
os mais célebre cáfifa árabe, harun al-rashid ( o justo), da dinastia dos abássidas tinha corte em bagdá. governou
como califa de 786 à 809. foi contemporâneo de carlos magno e mostrou-se protetor das letras e das artes.
personagem dos contos de as mil e uma mortes, obra-prima da literatura árabe.
em 945, o império abássida arruinou-se quando uma tribo xiita capturou bagdá.
surgiu mais tarde, novos impérios islâmicos, sendo no ocidente o dos turcos otomanos, controlando grande parte
da europa oriental e do ocidente próximo.
em 1251, o império muçulmano atacado ao oriente pelos mongóis, teve bagdá conquistada, e com isso chegava
ao fim a dinastia abássida. no século xiv, os turcos otomanos conquistavam aquilo que ainda restava de outrora extenso
império fundado na religião criada por maomé.
inicialmente, o islamismo não encorajava e nem insistia na conversão. o alcorão incita a respeitar “os povos do
livro”, isto é, membros de religiões monoteísta que seguem a palavra escrita.
pela lei islâmica, a mulher é igual ao homem com os mesmos direitos e nos deveres, sendo que para ela não
haverá nenhuma discriminação na vida eterna que a espera depois da morte. mas no campo social há diferenças fortes e
muito graves.
sob a questão o alcorão estabelece: “os homens estão acima das mulheres porque, deus deu preferência a alguns
sobre outros e porque eles dão seus bens para mantê-las”. isso significa, na prática, que a mulher enquanto não casa, deve
submeter-se à autoridade do pai, e após o casamento, à do marido.
os ulama, letrados; sua tarefa se baseava em estudar e dar conselhos sobre religião e a vida religiosa.
os sufis, místicos; valorizavam a contemplação e a admiração, tal como os ulama valorizavam a lei religiosa.
alguns sufis eram “dervixes rodopiantes”, assim chamados no ocidente por causa de suas danças; outros eram
faquires, outros encantadores de serpentes, e outros meditavam.
filosofia islâmica
os filósofos islâmicos eram na verdade chamados faylasufs, por se dedicarem ao cultivo daquilo que os gregos
denominavam filosofia.
este era o problema dos faylasufs; o de conciliar filosofia grega com a religião islâmica.
os faylasufs reagiram a esse problema de um modo distinto. al-farabi (m.950) viveu em bagdá, ensinava que as
pessoas mais cultas podiam filosofar sem ser envolvidas pelas crenças comuns das massas.
avicena e averróes
o primeiro grande filósofo árabe foi al kindi. viveu no século ix e considerava-se neoplatônico. ibn sina,
chamado avicena, de origem persa, viveu no século x e foi o introdutor da indução na filosofia; realizou estudos de
psicologia, influenciando santo tomás e albert magnos. ibn rush - chamado averróes (1126 - 98), natural de córdova, viveu
no século xii e transmitiu as idéias aristotélicas ao mundo ocidental europeu, aceitando a doutrina de dupla verdade:
religiosa e intelectual.
os homens eram tanto filósofos como cientistas, pois não podiam ganhar a vida comentando aristóteles, mas
podiam mostrar a prática da astrologia da medicina.
avicena descreveu a natureza de várias doenças, como a da tuberculose, a peste, o contágio por meio da água,
solo, etc. sua principal obra, “canon da medicina”, foi adotada na europa até o século xvii.
rhazes (865 - 925) descobriu o sarampo e a varíola. outros médicos islâmicos descobriram antídotos para certos
casos de envenenamento. montaram hospitais nas principais cidades: pérsia, síria e egito; e organizaram cursos de estudos
médicos.
iniciaram a ciência da óptica, desenvolvendo as lentes de aumento e as de correção dos defeitos da visão. na
química, dedicaram-se à alquimia. procuravam descobrir a pedra filosofal (substância que transformaria os metais em
ouro) e o elixir da longa vida (substância que proporcionaria a juventude eterna). não foram bem sucedidos nessas
pesquisas mas acabaram descobrindo novas substâncias e compostos, como o salitri, o álcool, o ácido sulfúrico, o nitrato
de prata, o alúmen, o carbonato de sódio etc.
a literatura islâmica
a poesia era amplamente cultivada pelos árabes. o mais célebre poeta foi omar khayyam (m.1123) autor do
poema rubaiyat. a literatura também tinha importância para os árabes. na época do califa harun-al-rashid, em bagdá, foi
escrito o famoso livro as mil e uma noites. superior a poesia de khayyam foi a de sadi (1193 - 1292) e hafiz (m. 1389).
antes mesmo do surgimento do islamismo, as caravanas árabes já cruzavam boa parte da Ásia. após a formação
do império, as embarcações e as caravanas dos mercadores árabes alcançaram as regiões mais distantes. cidades como
bagdá (mesopotânea), damasco (síria) e alexandria (egito) tornaram-se importantes centros de comércio. recebiam tecidos
e porcelanas da china, pimenta e outras especiarias da Índia e de outros países asiáticos, escravos, marfim e ouro da
África.
2) indústria
quase todas as grandes cidades especializaram-se num dado tipo de indústria.
mossul, na síria, fabricação de tecidos de algodão. bagdá, especializou-se em vidros, ourivesaria, cerâmica e
sedas. damasco era famosa por seu aço e por seu damasco, ou seda. marrocos, produção de couros e toledo, na espanha,
por suas magníficas espadas. com os chineses muçulmanos, aprenderam a arte da fabricação de papel.
os ocidentais absorveram muito da tecnologia islâmica, como utilizando o sistema de irrigação, cultivo de
produtos agrícolas, fabricação de papel e a destilação do álcool. influência islâmica quanto as palavras de origem árabe e
persa, como: alface, benjoim, café, enxaqueca, fardo, garrafa, laranja, máscara, pataca, quilate, talco etc.
todas as obras científicas gregas foram traduzidas para o árabe e retraduzidas no ocidente para o latim. na
matemática desenvolveram a álgebra e a trigonometria, além dos conhecimentos deixados pelos gregos. propagaram o
sistema numérico “arábico” cuja invenção provem dos hindus.
civilizações superaram com suas conquistas intelectuais todas as outras civilizações da época. isso se deu à
capacidade de assimilar e reelaborar o patrimônio cultural das civilizações com que entravam em contato, enriquecendo-o
com contribuições originais. o que se deu com as mais diversas culturas como a bizantina, persa, hindu ou a chinesa.
por volta de 800 a monarquia dos francos, baseada nas riquezas agrícolas do norte da europa, conseguiu criar
um império europeu ocidental em aliança com a igreja cristã do ocidente. embora esse império não tivesse longa duração,
conseguiu moldar uma nova unidade cultural no ocidente que teria grande importância no futuro.
em 482, quando clóvis se tornou rei, os francos ocupavam apenas uma pequena parte da gálea e viviam
divididos em tribos. clóvis, porém, conseguiu unificar os francos e derrotar outros grupos germânicos da gálea. por esse
motivo, é considerado o fundador do estado franco e o mais importante rei da dinastia dos merovíngios (nome derivado
de meroveu, avô de clóvis, que combateu os hunos).
o arquiteto de uma nova política religiosa na europa ocidental, baseado numa aliança entre duas instituições, foi
o papa gregório magno. como teólogo, desenvolveu o trabalho de seus três antecessores: jerônimo, ambrósio e agostinho.
ele protegeu a ordem dos monges beneditinos, garantiu na itália, a sobrevivência física do papado e deu ênfase
as antigas pretensões de primazia do papado.
o mais importante foi a conversão da inglaterra anglo-saxônica ao cristianismo. não viveu o suficiente para ver
essa união, mas o principal fator de realização foi a política de revigoramento da igreja ocidental.
as terras ao norte, as áreas eram férteis, produzindo grandes riquezas com equipamentos agrícolas adequados.
em 687, pepino de heristal, conseguiu unir todas as terras francas sob seu governo e construiu uma nova base de
poder para sua família na região da bélgica e do reno. tornou o cargo hereditário e passou-o a seu filho carlos martel, que
derrotou na batalha de poitiers (732) tropas árabes que haviam invadido a gálea.
são bonifácio juntamente com os beneditinos atravessaram o canal da mancha para tentarem converter a
alemanha central.
com a expansão dos francos e o trabalho missionário progredindo lado a lado, carlos martel ofereceu a são
bonifácio e aos beneditinos ajuda material em troca de apoio as suas pretensões territoriais.
alguns anos mais tarde, 751, o filho de carlos martel, pepino o breve, com o apoio da igreja, afastou o último
soberano merovíngio e fundou a dinastia dos carolíngios.
o acontecimento mais importante do governo de pepino, o breve, foi a doação ao papa de territórios tomados aos
bombardos.
a reviravolta do papado
o filho de pepino, o breve, carlos magno (768 - 814) foi o maior soberano da idade média e o mais famoso de
todos os reis francos. conseguiu unir politicamente boa parte da europa central e ocidental.
apoiadas pela igreja, as campanhas militares de carlos magno possibilitaram tanto a expansão do reino franco
como a difusão do cristianismo.
a renascença carolíngia
carlos magno, que mal sabia assinar o próprio nome, fez muito pela instrução. ele ordenou a criação, em cada
convento, de uma escola para o ensino da gramática, cálculo e religião.
esses conventos, especialmente os dos beneditinos, eram os polos onde se rearticulava a vida intelectual na
idade média. os monges se dedicavam ao paciente trabalho de copiar em pergaminho obras de antigos autores gregos e
romanos, completando-as com ilustrações.
no palácio de carlos magno foi fundada a escola palatina, onde o imperador e os demais alunos assistiam as
aulas ministradas pelo monge inglês alcuíno, um dos mais brilhantes mestres e pensadores da época.
a retomada intelectual foi tão intensa que se tornou conhecida como renascimento carolíngio e comparada ao
renascimento da idade moderna.
com sua morte, em 814, os senhores proprietários de terras buscaram maior autonomia. seus sucessores
perderam o controle sobre eles. o feudalismo, sistema econômico político e social que caracterizou a europa na idade
média, assentou-se de forma mais nítida.
sucedeu a carlos magno seu filho luís, o piedoso, governando de 814 a 840.
sem energia para governar tão vasto império, ele foi combatido e deposto pelos próprios filhos.
com o desmembramento do império carolíngico, malogrou a tentativa de unificação de toda a europa cristã do
ocidente sob o comando de um único monarca.
o século x foi marcado pelo aparecimento de uma organização política estável no norte e no leste da europa. os
saqueadores do século anterior formaram estados estáveis sendo um deles a inglaterra, os sucessores de alfredo o grande,
que reconquistaram a zona dinamarquesa.
a frança foi a região devastada pelas invasões dos vikings, que haviam subido pelos rios franceses. a leste, os
reis da germania eram os mais fortes monarcas do século x, dominando um reino unido.
em 936, foi eleito rei da germania e em 955 derrotou os húngaros e conquistou o reino da itália.
em 962, oto i, conhecido como oto, o grande, foi coroado em roma pelo papa joão xii. pretendia, assim, suceder
a carlos magno.
nos séculos ix e x, a medida que conseguiram se libertar da autoridade monárquica, alguns principados deixaram
aos reis um poder apenas teórico sobre seus territórios. a divisão e a fragmentação interromperam a hegemonia franca na
europa ocidental.
o saber ou as artes eram pontos, que não prosperaram. o saber era privilégio de poucos, muitos eram
analfabetos.
vimos que houve uma idéia do conhecimento ao tempo de carlos magno, que não se transformou numa
criatividade verdadeira, pois sua realização foi a criação de escolas para ensinar o clero, os elementos iniciais da leitura e
da escrita. mas isso foi suficiente para as escolas e manuscritos sobreviverem em número suficiente para se tornarem base
de conhecimento bem mais amplo, que começou nos séculos xi e xii.
literatura
beowulf
É o épico anglo-saxão mais conhecido dessa literatura. É uma narrativa de lutas de antigas lendas dos povos
germânicos no noroeste da europa.
os primeiros monumentos da arte medieval antiga foram criados por monges da irlanda.
observou que a europa no ano 1.050 não teve muito progresso em relação aos séculos da idade média inicial.
muitos europeus viviam à beira da fome e eram mínimas as realizações culturais. muito havia sido feito
transferindo-se para o noroeste atlântico, a civilização européia passou a usar as terras que produziam riquezas agrícolas.
com as tradições desenvolvidas por gregório magno, são bonifácio, pepino e carlos magno, a civilização européia
desenvolveu uma unidade cultural que se baseou no cristianismo ocidental e na herança latina.
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