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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO

PROCESSO Nº: 0038400-96.5.19.2006.0009 - RECURSO ORDINÁRIO(069)


DESEMBARGADOR RELATOR: JOSÉ ABÍLIO NEVES SOUSA

ADV RECORRENTE(s) SERGIO LUIZ NEPOMUCENO PEREIRA

RECORRENTE(s) JOSE REINALDO PEREIRA DA SILVA

RECORRIDO(s) S.A. LEAO IRMAOS ACUCAR E ALCOOL

ADV RECORRIDO(s) ANTONIO JACKSON DE MELO SA CAVALCANTI

EMENTA CONFISSÃO FICTA. EFEITOS. O reclamante, devidamente


notificado da audiência de instrução e julgamento, na qual
daria seu depoimento pessoal e produziria as demais provas,
não compareceu a mesma, sendo-lhe aplicada a pena de
confissão ficta, a qual, faz presumir verdadeiros os fatos e
documentos apresentados pela reclamada no tocante as
matéria fáticas. Recurso ordinário não provido.

VISTOS etc

Trata-se de recurso ordinário interposto por José Reinaldo Pereira da Silva em face de decisão proferida pela 9ª
Vara do Trabalho de Maceió, que julgou procedentes em parte os pedidos constantes da reclamação trabalhista
ajuizada contra S.A. Leão Irmãos Açúcar e Álcool, condenando esta no pagamento da multa referente ao artigo 477,
da CLT e a recolher o FGTS do período contratual, sob pena desta obrigação ser convertida em indenização do
valor correspondente.

Com as razões de fls. 113/114, pretende o recorrente a reforma da sentença a fim de ver deferidos os títulos de
horas extras e horas "in itineres" + 50% e dobras dos feriados e adcionais, com repercussões legais (alíneas "c e d",
da exordial, conforme o horário da inicial).

Contra-razões de fls. 117-122, pelo desprovimento do recurso obreiro.

É o relatório.

VOTO

ADMISSIBILIDADE

Presentes os requisitos de admissibilidade, conhecemos do recurso obreiro.

MÉRITO

DOS EFEITOS DA CONFISSÃO FICTA

Insurge-se a recorrente contra a sentença ao argumento de que a reclamada deve ser condenada ao
pagamento dos títulos de horas extras e horas "in itineres" + 50% e dobras dos feriados e adicionais, com
as repercussões legais, pelo fato de deixar de juntar aos autos os cartões de ponto.

Examinando os autos vemos não assistir razão ao recorrente.

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Com efeito, o Juízo de primeira instância trilhou pelo afastamento do pleito do autor, considerando que os
documentos presentes aos autos (controle de jornada e contracheques - fls. 47, 54-73) restaram
incontestáveis, em face de carência de provas robustas que definhassem o seu conteúdo, haja vista que
o obreiro recorrente ausentou-se da audiência em que haveria a colheita de provas, momento em que lhe
seria oportuno oferecer elementos que demonstrassem a inconsistência da documentação ofertada.
Convém lembrar que as partes foram advertidas que deveriam comparecer à audiência em
prosseguimento, sendo alertadas ainda no tocante aos efeitos decorrentes de sua ausência, conforme se
constata na ata de fls. 27/28.

Assim, ausente o reclamante àquela assentada (fl. 106/107), a hipótese aplicável à espécie foi a disposta
no Enunciado 74, do C. TST, incidindo o autor em confissão ficta quanto à matéria fática, e ainda
sucumbindo no encargo de demonstrar a veracidade de suas alegações, a teor dos artigos 818, da CLT e
333, inciso I, do CPC.

A respeito dos efeitos da confissão ficta, temos a destacar que, embora tal questão seja bastante
controvertida, sendo aplicada, na hipótese, à reclamante, é todavia consabido que tais efeitos, os quais
se encontram sedimentados no Enunciado 74 do C. TST, não geram presunção absoluta "juris et de
jure", mas sim relativa "juris tantum". Assim, aplicada a pena de confissão ficta, cabe ao julgador proferir
decisão conforme elementos de prova constantes dos autos, uma vez que a presunção de veracidade
dos fatos alegados pelo reclamante e contestados pela reclamada não é absoluta, mas simplesmente
relativa.

Acerca da matéria ora discutida, transcrevemos a decisão jurisprudencial, por entendermos oportuna: "A
confissão ficta espelha presunção "juris tantum", o que permite sua elisão diante de qualquer outro meio
de prova já produzido, assim como atinge tão-somente as questões de fato e não as de direito, que se
impõem sejam apreciadas e decididas." (TST, RR 2494/88.7, Ac. 2ª T, 1213/90, j. 14-5-90, Relator
Ministro Hylo Gurgel).

O reclamante, agora na condição de recorrente, insiste que tem direito às horas extras e horas "in
itineres" + 50% e dobras dos feriados e adicionais, com as repercussões legais, sem, todavia, atentar
para o encargo que lhe cabia de demonstrar a veracidade dos fatos que cercam as suas alegações, uma
vez que ao alegar fatos extraordinários retém o ônus de comprovar a veracidade das alegações, a teor
dos artigos 818, consolidado e 333, I, do digesto processual civil. Por outro lado, não prospera a
alegação de que inexiste nos autos controle de jornada, pois o documento de fl. 47, aponta em sentido
contrário. Ademais, em alguns comprovantes de pagamentos consta verba paga a título de adicionais de
horas extras. Assim, inexistem, pois, qualquer motivo para se reformar a sentença. Mantém-se.

Ante o exposto, conheço e nego provimento ao recurso ordinário.

CONCLUSÃO

ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional do Trabalho da Décima Nona Região, por unanimidade,
negar provimento ao recurso.

Maceió, 16 de novembro de 2006.

JOSÉ ABÍLIO NEVES SOUSA


Juiz Relator

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