PROFISSIONAIS E DE FAMILIARES
Gabriela Ribas Campos1
gabriela_cacau@hotmail.com
Marina de Paula Gotlieb²
maarinagotlieb@gmail.com
Jonatan Schmeider³
jonatanschemeider@gmail.com
RESUMO:
ABSTRACT:
The theme of this research is the perception of professionals and families about the therapeutic
process provided by equine therapy. Equine therapy is a treatment modality of animal assisted
therapy, that is, there is the participation of animals, in this case, horses. This therapy provides
several benefits to the practitioner in a pleasurable way, as it is a playful method. As a research
design, we used a field study, a semi-structured interview with a qualitative approach, with descriptive
and exploratory objectives. The perceptions were positive according to the interviewees, because they
considered the equine therapy efficient, since they perceived a better development in the practitioners.
This therapy proved to be efficient in considering interviews and literature. Therapy is considered a
good therapeutic resource, since this practice brings benefits, both physical-psychological and social,
as well as increased self-esteem, self-confidence, sociability, improved balance and body posture, etc.
All researches done are still very limited, so it is believed that more studies should be done in this
area.
Keywords: Equine therapy. Animal Assisted Therapy. Therapeutic process. Psychological process.
2 Referencial Teórico
Boris Levinson, no ano de 1962, foi o iniciador da Terapia Assistida por Animais
(TAA) e, no Brasil, a pioneira foi a psiquiatra Nise da Silveira, que executou vários trabalhos
com esquizofrênicos (PEREIRA; PEREIRA; FERREIRA 2007).
A TAA demanda a assistência profissional de uma equipe multidisciplinar como
psicólogos, fisioterapeutas, veterinários, dentre outros, que fazem uso do animal como parte
de um tratamento (SCHMITT, 2015).
Além dos profissionais citados, é importante que se tenha o acompanhamento de um
veterinário para fazer uma avaliação do comportamento e da saúde dos animais utilizados no
tratamento. (SCHMITT, 2015). A TAA tem como objetivo desenvolver atividades que
auxiliem na recuperação da saúde ao paciente, tanto motivacional e terapêutico, e também
para proporcionar um melhor funcionamento fisiológico, psicológico e social. Várias espécies
de animais podem ser usadas nesses programas, sendo mais frequentes os cavalos e os
cachorros, porém outros animais também são utilizados, como golfinhos, coelhos, gatos,
porquinhos da índia, entre outros (SILVA, 2011).
Essa prática busca propiciar um desenvolvimento biopsicossocial, trabalhando
mediante o movimento tridimensional através do passo do cavalo (que é a andadura que mais
se aplica), que se assemelha à marcha humana no aspecto motor, em que o cavalo opera como
um componente de ligação, facilitando ao profissional trabalhar as demandas psicológicas
(SILVA; GRUBITS, 2004). Mediante o movimento tridimensional, “[...] é possível acionar o
sistema nervoso, alcançando objetivos neuromotores, como melhora do equilíbrio, ajuste
tônico, alinhamento corporal, consciência corporal, coordenação motora e força muscular”
(BARBOSA; MUNSTER, 2014, p. 71). Segundo Schmitt (2015, p.11) “ [...] quando o cavalo
se desloca, exige do praticante a modulação do tônus muscular para poder ajustar, manter,
recuperar ou adaptar seu equilíbrio postural a cada movimento”.
O praticante deverá estar bem alinhado no dorso do cavalo para poder receber os
estímulos gerados. Então, segundo o que Barbosa; Munster (2014, p. 74) apontam:
Para Sousa e Navega (2012), esses estímulos produzidos pela andadura do cavalo, uma
vez percebidos pelo praticante, produzem alterações no seu encéfalo e, portanto,
proporcionam melhoras efetivas, possibilitando novas percepções.
Há, como já anunciado acima, quatro programas dentro da equoterapia. O primeiro
deles é a hipoterapia. Esse programa é adequado àqueles praticantes que possuem patologias,
sejam físicas ou mentais, e é mais focado na reabilitação do mesmo. Nesse programa, não há
possibilidade de o sujeito permanecer sozinho em cima do animal e são necessários três
profissionais: o guia do cavalo, o mediador da sessão e o auxiliar lateral. (JESUS, 2014).
O segundo programa é o educacional ou de reeducação. Pode ser praticado tanto no
primeiro programa acima descrito, como na área da educação. Nesse caso, há a possibilidade
de o indivíduo se manter em cima do cavalo apenas com o guia e com o auxiliar lateral. O
animal atua como recurso pedagógico e também psicológico, trabalhando principalmente nas
questões de inserção e/ou de reinserção social (JESUS, 2014).
O terceiro programa é o pré-esportivo, que trabalha igualmente com a reabilitação e
com a educação, mas o praticante pode participar de atividades de hipismo. Diante disso, pode
também conduzir o animal sem precisar de ajuda, apenas precisa de orientação do equitador.
(JESUS, 2014).
O quarto e último programa é o esportivo. Nele o praticante é colocado nas aulas de
equitação, podendo ter condições para competir em olimpíadas, sendo que os que possuem
problemas cognitivos também podem participar de olimpíadas, porém “[...] são competições
hípicas especiais, com regulamentação especifica” (GONÇALVES, 2007, p. 19).
A equipe sempre planeja as sessões para os praticantes, porém, algumas vezes é
necessário, uma mudança nesse plano terapêutico, pois, tem dias que os praticantes não estão
bem emocionalmente, podem ter trocado a medicação e, por estes motivos não conseguem
seguir o objetivo que foi programado pelos profissionais. Ou onforme vão atingindo os
objetivos, poderão mudar de programa. (SANTOS; SILVA, 2016)
3 Método
Como delineamento de pesquisa, utilizou-se um estudo de campo, de abordagem
qualitativa, com objetivos descritivos e exploratórios.
A pesquisa foi realizada em um centro de reabilitação e equoterapia, no estado do
Paraná, na região Centro-Sul. Foram realizadas entrevistas com quatro profissionais, sendo
eles dois psicólogos, um fisioterapeuta e um equitador, aos quais foram feitas quatorze
perguntas. Além disso foram feitas onze perguntas para cinco familiares de pacientes. Os
dados foram analisados por meio da análise de conteúdo, seguindo três etapas: pré-análise,
exploração do material e interpretação. (CAREGNATO; MUTTI, 2006).
A presente pesquisa seguiu os preceitos da Resolução nº 466/2012 e foi submetida e
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa – (COMEP) da Universidade Estadual do Centro
Oeste, sob o Parecer nº 2.008.845.
4 Resultados e Discussão
Uma das profissionais relatou seu primeiro contato com a equoterapia: “Eu gosto de
coisas diferentes, que têm resultado e que eu não conheci na faculdade. Ouvi falar por um
colega que me emprestou um livro que estava um período depois de mim, mas a gente se
conhecia dos corredores da faculdade. Aí li o livro 'Terapia Assistida por Animais' e não
'Equoterapia', e comecei a buscar informações”. Quanto aos familiares entrevistados, um deles
disse que conheceu a equoterapia “Pela neuropediatra que atende ele, fui na primeira consulta
com ela em Curitiba, daí, no programa de atendimento que ela passou para ele, ela descreveu
a Equoterapia. Eu nem sabia que existia”. A equoterapia ainda é uma técnica pouco conhecida
e muito recente em pesquisas, por isso a necessidade de se estudar o assunto, para que mais
pessoas possam ter acesso a esse tratamento (GALVÃO et al., 2007).
O profissional da psicologia e o profissional que irá mediar a sessão, que pode ser o
fisioterapeuta também, deverá planejar a sessão para o praticante antecipadamente, com o
percurso, com atividades lúdicas e com o tipo de montaria/posturas e, ainda:
Nas entrevistas com familiares, foram levantados os dados de que dois praticantes
possuem autismo, dois possuem paralisia cerebral e um com encefalocele, que são patologias
encontradas na literatura e indicadas para essa prática. De acordo com os profissionais, a
equoterapia é indicada para paralisia cerebral, autismo, depressão (justamente por ter um
vínculo com o animal), hiperatividade, AVC, escoliose, TDAH, ansiedade, síndrome de
Down, Parkinson, Alzheimer, síndromes de Turner, de Rett, de Angelman e de Willians de
maneira geral, e também para problemas de equilíbrio e de lesão medular. E ainda:
Os familiares comentaram, sobre os seus filhos praticantes, que todos eles têm um
apego com o animal, dizem ser uma atividade prazerosa e que a criança faz, de uma forma
dinâmica e lúdica, o que é proposto. No praticante 1 (P1) e no praticante 3 (P3) foi observado
que eles ficam mais calmos depois que têm o contato com o cavalo. Tratam o animal dando-
lhe comida, cuidando dele e demonstrando carinho. Além disso, a equoterapia proporciona
uma autonomia maior, independência, confiança, bem como uma melhora na afetividade. De
acordo com Andrade e Cunha (2014), o cavalo proporciona ao praticante ganhos psicológicos,
educacionais e físicos, pois a equoterapia demanda que o corpo inteiro seja usado, auxiliando
em seu desenvolvimento muscular, consciência corporal, assim melhorando sua coordenação
motora e seu equilíbrio.
Os profissionais afirmaram que a rotina terapêutica do praticante não deve ser somente
a equoterapia como uma terapia alternativa, e sim um conjunto de atividades na rotina
convencional, uma complementando a outra. Gonçalves (2007) destaca que, como a
equoterapia é um tratamento complementar na reabilitação e na reeducação motriz e psíquica,
ela deverá ser somada com mais atividades. Ferreira (2008) diz que a equoterapia pode ser
uma terapia principal ou complementar, tudo depende da patologia do praticante. Em
entrevistas com os familiares, pode-se verificar que eles levam seus filhos para outras
atividades, como fonoaudióloga, musicoterapia, método Bobath, método Cuevas Medek,
terapia ocupacional, fisioterapia convencional e estimulação visual.
4.5 Percepções sobre a evolução do tratamento e os benefícios
O praticante aprende a ter limites e que ele necessita respeitar os limites do cavalo
também, pois, se ele está agressivo, o cavalo responderá à altura. E entende que o mesmo
respeito que ele precisa ter com o cavalo, esse respeito ele precisa ter também com os colegas
da sala e com todos os que estão à sua volta: “Pelo seu tamanho, o cavalo impõe respeito e
limites, sem envolver-se emocionalmente com o indivíduo, facilitando assim a aceitação de
regras de segurança e disciplina” (GALVÃO et al., 2007, p. 2).
Os familiares observaram uma melhora na coordenação motora, na sociabilidade, na
afetividade pela equipe e também melhora na agressividade, na postura e na força dos
músculos, ficando mais carinhoso, mais calmo, com autoestima, com independência, com
equilíbrio, com tronco cervical bem postado, com confiança e, enfim, sendo menos inseguro.
A mãe de um dos praticantes relatou que. “Além da postura, o cavalo aumenta a autoestima
dele, ele queria viver em cima do cavalo, parece que ele se sente livre, ele sai sozinho, vai pra
escola sozinho, sai com os amigos, vai em (sic) show de rock sozinho, e isso a equoterapia
influencia. Ele se sente independente em cima do cavalo e isso interfere na vida dele”. Já
outra mãe expôs que seu filho melhorou “Na agressividade, na postura, tinha problemas nas
pernas, caía sempre e com a equoterapia ele mudou bastante, mais meigo, menos agressivo,
ele adora vim, às vezes briga que não quer descer de cima do cavalo. Fica bem mais calmo
quando vem”. Segundo Andrade e Cunha (2014) o cavalo é muito importante como método
terapêutico, pois é através dele que o praticante se desenvolve, a partir do momento em que
ele está em cima do cavalo.
Depois de algumas sessões de equoterapia, em que o praticante já possui um contato
com o cavalo, os profissionais devem focar no seu objetivo específico e a comunicação é
muito importante nesse processo, pois é através dela que a equipe vai auxiliar e incentivar a
vencer os obstáculos e as dificuldades enfrentadas, desenvolvendo “a autoestima, a segurança,
a confiança, o desenvolvimento das relações de amizade, e visando principalmente o
autocontrole.” (BEZERRA, 2011, p. 22).
Antes de iniciar a equoterapia foi percebido, através dos relatos, que todos os
praticantes demostraram uma resistência em desenvolver as atividades. Depois de se
adaptarem, até escolheram alguns profissionais como prediletos. E, em relação aos familiares,
todos estão envolvidos com o tratamento e sabem do trabalho de todos os profissionais.
Gonçalves (2007) afirma que os familiares e/ou cuidadores devem estar próximos, cientes e
acompanhando os avanços da terapia, pois, dessa maneira, os pacientes se sentem entendidos,
confiantes e assistidos integralmente. Segundo Silva et al (2016), o acompanhamento dos pais
é importante, pois eles auxiliam na adaptação dos seus filhos, e para que consigam se separar
daquela dependência existente entre eles, obtendo uma confiança com a equipe e
desenvolvendo sua independência.
Diante disso, outro papel do psicólogo é fazer grupos com os familiares para que haja
reuniões constituindo um espaço de escuta, onde possam compartilhar as suas angústias, os
seus medos, os seus conflitos, e também um espaço para a troca de informações, de
expectativas em relação ao tratamento e também para compartilhar experiências, podendo,
dessa forma, elaborar todas essas questões. Esses grupos contribuem para a mudança de
condutas e de comportamentos com os praticantes, além do apoio recíproco, não ruptura de
convívio social, etc. (GONÇALVES, 2007). Para Silva et al (2016), na maioria dos casos os
pais dos praticantes acabam por superprotegê-los por conta da sua patologia, o que acaba
dificultando o processo de independência e de socialização. Então o psicólogo tem o trabalho
de orientar os pais nesse sentido, para um melhor desenvolvimento dos seus filhos.
Para os profissionais, a partir do momento em que o praticante atinge seu objetivo
inicial, ele pode evoluir para outros programas ou também procurar outras atividades que lhe
façam bem, ou ainda, se quiserem, podem continuar com o último programa, que é o
esportivo. A equoterapia é feita pela mediação de programas estruturados conforme as
necessidades e as capacidades do sujeito, e também dos propósitos do programa: o primeiro,
com fins médicos, usando procedimentos terapêuticos de acordo com a idade, visando
restabelecer e desligar aqueles que já têm possibilidades de realizar outras atividades. A outra,
com finalidades educativas e sociais com a utilização de técnicas psicopedagógicas, objetiva a
reintegração (GONÇALVES, 2007).
Os familiares do P2 e do P5 comentaram as dificuldades em entender todo esse
processo e que não iria existir o filho por eles inicialmente idealizado. Já o P1 e o P3
apresentaram mais preocupação com as dificuldades dos filhos do que com as dificuldades
deles próprios. Mesmo assim, todos aceitaram as suas limitações e dificuldades e sempre
estão em busca de várias alternativas para um melhor desenvolvimento dos filhos. Na
literatura, os especialistas expõem que o papel do psicólogo é a conscientização dos pais e ou
dos cuidadores dos praticantes, pois estes estão fragilizados por conta do diagnóstico. E que,
mesmo com todas as dificuldades e limitações, os praticantes podem vir a progredir na
implementação das suas potencialidades. Desse modo, o profissional da psicologia deve estar
preparado para todo tipo de situação, como preconceito ou ainda vergonha dos próprios pais
pela condição dos filhos. E essa conscientização deve ser feita no início da terapia, pois, como
qualquer patologia, ela provoca oscilações emocionais, tanto para a criança, quanto para o
meio familiar (GONÇALVES, 2007).
De acordo com os profissionais, a equoterapia é contraindicada para pessoas com
problemas de coluna, como hérnia de disco, escoliose e luxação de quadril, e pessoas que têm
medo ou fobia em relação ao cavalo, meningocele, cardiopatia grave e epilepsia grave. A
síndrome de Down também, em alguns casos, é contraindicada, porque, quando tem
instabilidade atlantoaxial e se a pessoa vier a fazer a equoterapia, acontece um deslizamento
na vertebra que pode ocasionar uma lesão maior. Além dessas patologias, na literatura,
Gonçalves (2007) ressalta ainda que o que desconsidera a pratica da "équo" não são somente
as doenças, mas o estado e a capacidade funcional dos praticantes. Andrade e Cunha também
escrevem sobre as contraindicações, que são:
Alergia ao pelo do cavalo por haver intolerância pela rinite; Hiperlordose, na qual
mesmo com uso de coxins de adaptação não se consegue o alinhamento pélvico;
Subluxação de quadril, por apresentar dor e/ou dificuldade na postura; Hipertensão,
quando esta não estiver controlada; Medo excessivo do animal; Atividade reflexa
intensa, dificultando o posicionamento correto sobre o animal. - Absolutas:
Instabilidade atlantoaxial presente em crianças portadoras de síndromes de Down,
podendo ocasionar lesão medular pela lassidão ligamentar; Escoliose estrutural
acima de 40 graus; Osteoporose, pelo risco de microfaturas; Osteogênese imperfeita,
pelo mesmo motivo da osteoporose; Hemofilia, pelos microtraumas vasculares;
Hérnia de disco; Doença de Schuerman, pela deformidade vertebral; Cardiopatia
grave. (ANDRADE; CUNHA, 2014, p. 134).
5 Conclusão
Concluindo, espera-se, com este estudo, que a equoterapia seja mais um recurso na
atenção à saúde, seja de indivíduos hospitalizados ou que frequentam outras instituições,
como clínicas, etc. Acredita-se que, como muitos ainda desconhecem sobre essa prática, e
poucas instituições utilizam esse recurso como terapia, possam também ter menos resistência
ao colocar animais, uma vez que, percebidos os resultados positivos, pode-se proporcionar aos
indivíduos uma melhor assistência.
Essa terapia mostrou-se eficiente, a considerar as declarações feitas nas entrevistas e
as informações da literatura da área. Assim, a equoterapia pode ser entendida como um bom
método terapêutico, uma vez que essa prática traz benefícios tanto físicos, como psicológicos
e sociais. Os resultados podem ser sumarizados em: i) ajudaram os praticantes na
socialização, pois eles sentem prazer por estarem nesse espaço e então colaboram no
tratamento; ii) melhoraram a comunicação, em especial pela aceitação de limites; iii)
alcançam maior independência e iniciativa, pela redução de estresses e de irritabilidades, e
também por melhor postura corporal e equilíbrio; e iv) vários outros benefícios podem ser
alcançados, como já exposto acima. Além disso, os resultados dessa pesquisa também foram
positivos com relação ao trabalho da equipe, da importância de uma equipe multidisciplinar
nessa prática, situação em que os profissionais se mostraram competentes, bem como a
importância da troca de informação entre as diferentes áreas da saúde, para um melhor
desenvolvimento biopsicossocial dos praticantes.
De acordo com o que foi dito pelos familiares e pelos profissionais, as percepções
deles são de que a equoterapia trouxe, e ainda traz benefícios para os seus filhos e praticantes.
Disseram que perceberam as mudanças em pouco tempo de tratamento, visto que todos fazem
o tratamento há mais de um ano. Desses testemunhos se pode concluir que a equoterapia é um
tratamento eficiente. Além disso, evidenciam o papel do animal como um agente facilitador
de experiências, de vínculo afetivo entre cavalo-praticante, e ganhos psicomotores e sociais.
Seria, contudo, pertinente haver mais pesquisas nessa área, para explanar a influência
de animais, caracterizando toda a competência dessa prática, visto que foi encontrada grande
dificuldade de achar artigos mais recentes, sendo ainda bastante limitados os existentes. Por
isso se considera que o assunto deveria ser mais estudado, visando estender os benefícios
dessa terapia a muito mais praticantes que dela poderiam se beneficiar.
Apesar dos relatos positivos dos entrevistados, um questionamento que deve ser
levado em consideração é que todos os praticantes fazem outras atividades complementares,
além da equoterapia, o que acaba dificultando a confirmação da sua eficiência, pois ela é
associada com outras terapias que também proporcionam diversos benefícios.
Pode-se afirmar que o trabalho realizado foi de grande proveito para a formação
acadêmica e de muito aprendizado, isso porque foi feito um estudo qualitativo e, assim, foi
possível estudar os fatos vivenciados. Os conhecimentos adquiridos se deram pelo fato de
observar na prática o que se estudou na teoria, e conhecer um pouco sobre como é o trabalho
realizado dentro do centro de equoterapia. Tal experiência propõe que se possa conhecer uma
nova área profissional, que não é estudada na graduação, bem como um incentivo para futuras
pesquisas.
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