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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN)


Curso de Pós-Graduação em Nível de Especialização Lato Sensu em Meio Ambiente
e Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

A FUNÇÃO DA ROTULAGEM
FACE AO INTERESSE PÚBLICO,
CONSOANTE LEGISLAÇÃO VIGENTE

Por: ITAMAR RIOS DA SILVA

ITAPETINGA-BA
NOVEMBRO /2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN)
Curso de Pós-Graduação em Nível de Especialização Lato Sensu em Meio Ambiente
e Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

A FUNÇÃO DA ROTULAGEM
FACE AO INTERESSE PÚBLICO,
CONSOANTE LEGISLAÇÃO VIGENTE

ARTIGO entregue como parte


integrante da avaliação parcial na
Disciplina DIREITO AMBIENTAL,
do Curso de Pós-Graduação em Nível
de Especialização Lato Sensu em
Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente.
Coordenação: Prof. Guilhardes de
Jesus Junior

ITAPETINGA-BA
NOVEMBRO/2016
A função da Rotulagem face ao Interesse Público,
Consoante legislação vigente
Itamar Rios da Silva1
Guilhardes de Jesus Júnior 3

RESUMO: Compete ao Estado garantir a confiabilidade da informação, quando relativa


a matérias pertinentes aos chamados interesses coletivos individuais. Dada relevância
dos rótulos como instrumento de orientação e proteção de fundamentais interesses, o
presente trabalho pretende demonstrar a relevância da confiabilidade das informações
apresentadas nos produtos. O direito de expressão do pensamento é delimitado pelo
direito de ser informado. A liberdade de informação tem caráter essencialmente
coletivo, e deve ser exercido de forma objetiva e verdadeira. Para tanto, pretende-se
pontuar em um breve estudo, as diversas normas e regulamentos que disciplinam a
produção e aplicação de rótulos, face seu papel preponderante na preservação de
garantias individuais, no propósito de informar com precisão, capazes de promover a
demanda de produtos e serviços, colocados à disposição da sociedade em geral.

PALAVRAS-CHAVE: Rótulo. Informação. Direitos Metaindividuais. Garantias


Fundamentais.

1. Introdução:

Compete ao Estado garantir a confiabilidade da informação, quando relativa a matérias


pertinentes aos chamados interesses coletivos individuais. Considerando o caráter
identificativo do rótulo, consoante sua inexorável importância na orientação do
consumidor, há dizer tratar-se de informação de interesse coletivo, vez que a ausência
de consciência quanto ao produto consumido pode expor há riscos importantes direitos
fundamentais, tutelados.

Como ferramenta aplicada na orientação do consumidor, o rótulo consubstancia-se em


qualquer identificação impressa ou litografada, inclusive nos dizeres pintados ou
gravados sobre o recipiente ou qualquer outro tipo de embalagem do produto. Seu papel
original era simplesmente apresentar o produto, trazendo uma identificação singular,
com o objetivo de propiciar distinção entre diversos outros congêneres, disponíveis no
mercado.

Com o passar do tempo, o rótulo foi perdendo este caráter meramente identificativo, e
passou a assumir uma função essencialmente informativa, oportunizando orientar
quanto composição do produto; seu prazo de validade; volume; aplicação; e outras
tantas informações igualmente importantes ao propósito de garantir segurança para o
consumidor.

Dada relevância dos rótulos como instrumento de orientação e proteção de


fundamentais interesses, o presente trabalho pretende demonstrar a relevância da
confiabilidade das informações apresentadas nos rótulos dos produtos. Para tanto,
pretende-se pontuar em um breve estudo, as diversas normas e regulamentos que
disciplinam sua produção e aplicação.

2. Da função fundamental da informação:

Em suas clausulas pétreas, a Constituição da República, ao tratar dos interesses


individuais, confere a informação status de pressuposto fundamental. Nos termos, do
artigo 5º, inciso XXXIII, assevera que todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, inclusive, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Neste desiderato, o artigo 42, “caput”, do Decreto nº 7.724/2012, resguarda o acesso a


informações necessárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

Para os fins da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), interesses coletivos,


são um tipo de interesse transindividual ou metaindividual, isto é, que pertence a um
grupo, classe ou categoria determinável de pessoas, que são reunidas entre si pela
mesma relação jurídica básica.

Em classificação doutrinária, de modo geral, as liberdades são tidas como direitos


individuais; os direitos de solidariedade, direitos difusos; os direitos sociais, direitos
individuais ou grupais; Já os direitos-garantia, estes, podem ser direitos individuais,
grupais ou difusos.

Os chamados interesses difusos, coletivos, supra ou metaindividuais, dizem respeito a


anseios ou mesmo necessidades da coletividade ou grupo de pessoas, relativamente à
qualidade de vida, como, por exemplo, o direito à saúde, à qualidade dos alimentos, à
informação correta e atual, à preservação do meio ambiente, etc (MORAES, 2003, p.
60).

O Código de Defesa do Consumidor, que dispõe essencialmente sobre a preservação na


relação de consumo, em seu artigo 81, preconiza quanto à defesa dos interesses
coletivos, ao esclarecer:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em Juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código,
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
Código, os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica-base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.

Nelson Nery Junior, na obra Alimentos Transgênicos e o dever de informar ao


consumidor (2001, p. 21), ao analisar a questão sob a ótica do direito do consumidor,
aduz que, a preservação do meio ambiente, da qualidade de vida sadia, da saúde, do
trabalho, da educação, da informação, das condições gerais do meio a que se submete o
ser humano, sua incolumidade física e psíquica, enfim, da vida em suas relações num
sentido amplo, encontra-se assegurado pela atual Constituição Federal.

3. O direito à Informação, pela ótica social:

A Constituição Federal, ao inaugurar a seção que trata dos direitos sociais tutelados,
preconiza que: são direitos sociais, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

No intuito de conferir efetiva blindagem aos artigos que tratam dos interesses
individuais, fundamentais, o legislador constituinte elegeu de forma objetiva, critérios
que limitam a possibilidade de emendar o texto constitucional, defeso alterações de
normas que preservam a integralidade de seus fundamentos. Neste diapasão, veda-se
emendas constitucionais mediante proposta tendente a abolir os direitos e garantias
individuais.

Ainda bebendo da fonte de Nery Jr (idem), ao estabelecer paralelo dos princípios


constitucionais privilegiados no Código de Defesa do Consumidor, o nobre professor
aduz que “Os princípios constitucionais reiterados pelo Código de Defesa do
Consumidor refletem sua proteção constitucional, consagrados como direito e garantias
fundamentais e inseridos entre os direitos sociais”. Neste momento enfatiza o Princípio
da Informação, pelo qual o fornecedor deve instruir de forma adequada, o consumidor
(art. 4º, IV e art. 6º, III, do CDC).

4. Do papel da informação face segurança da saúde pública.

Cediço, a saúde é direito de todos e deve ser garantida pelo Estado. Nesta esteira,
compete ao Estado promover políticas sociais que viabilizem a proteção de toda
população. Consoante assevera o artigo 196, da Constituição Social, de 1988, ao atribuir
ao Estado a responsabilidade da saúde pública. Neste contesto, tal foi a preocupação do
legislador que, no próprio texto constitucional, se incumbiu de criar institutos que
instrumentalizaram o poder público buscando consolidar essencial função. Mormente,
as competências atribuídas ao Sistema Único de Saúde – SUS, conferindo a este o dever
de executar as ações de vigilância, bem como, fiscalizar e inspecionar alimentos em
geral, colocados no mercado para consumo.

Com intenção de efetivar ações concretas de controle epidemiológico, bem como


exercer eminente papel de saúde pública, a Lei 9.782, ainda no ano de 1999, definiu o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, e criou a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária para executar, por intermédio de instituições da Administração Pública direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades de
regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária.
Por força de suas atribuições, compete à Agência de Vigilância Sanitária, atuar em
circunstâncias especiais de risco à saúde, devendo, inclusive, conceder registros de
produtos, proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a
comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou
de risco iminente à saúde, bem como, controlar, fiscalizar e acompanhar, sob o prisma
da legislação sanitária, a propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime
de vigilância sanitária.

Incumbe à Agência, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que


tragam risco à saúde pública. Deste modo, são bens e produtos submetidos ao controle e
fiscalização sanitária pela Agência, dentre outros, medicamentos de uso humano,
alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos
alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos, bem como,
medicamentos veterinários; v.g. Resolução ANVISA DC nº 35/09 - Agencia Nacional
de Vigilância Sanitária/Diretoria Colegiada, que disciplina rotulagem em ovos,
fornecendo regras obrigatórias de conservação e consumo.

Enfim, há dizer que compete a ANVISA, o dever de garantir ao consumidor correta


definição, identificação, caracterização, inclusive, especificidades gerais dos produtos
ofertados no mercado, vista conferir-lhe segurança básica necessária.

5. Da Informação face Liberdade de Manifestação

A influência e a importância da imprensa, atualmente, são fatos incontroversos. Dada


velocidade com que as informações são difundidas, resta patente presença de um
“quarto ou quinto poder”, que apesar de classificado pela doutrina como “incompatíveis
com o Estado democrático-constitucional” (CANOTILHO, 1993, p.689), decorre da
própria sociedade organizada, em resposta as informações que lhe são trazidas.

Dos art. 4º, inciso IV e art. 6º, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor, se
protrai a indubitável existência de um princípio derivado do dever de “bem informar o
consumidor”, consubstanciado no Princípio da Transparência e Veracidade. Esse último
traria consigo a necessidade de existir, nos contratos, escrita ou não, uma relação de
equilíbrio entre os contratantes, com a informação correta sobre o produto e/ou serviço.
Trata-se de um dever de lealdade entre as partes, mesmo na fase denominada pré-
contratual, corolário do dever de “bem informar”.

Ainda referenciando-se ao Professor Nery Jr. (idem), há dizer que:


Do dever de prestar informações não estaria eximido o fornecedor sob
qualquer argumento e em qualquer tempo, tendo-se o direito inequívoco de
exigir sempre as informações sobre o produto ou serviço adquirido, sob pena
de estar sendo flagrantemente violado o princípio da transparência, o que
provoca, inclusive, a falta de lealdade na relação contratual, mesmo ao pré-
contrato, e, ainda, pela falta de informação clara e correta, que não pode ser
dispensada em qualquer relação de consumo.

Neste sentido, a advertência de Norberto Bobbio (1992, p. 25) nunca foi tão atual. O
que é relevante em nossos dias não é mais fundamentar um determinado direito, mas
sim protegê-lo: “... não se trata de saber quais e quantos são esses direitos... mas sim
qual é o modo mais seguro para garanti-los, para impedir que, apesar das solenes
declarações, eles sejam continuamente violados”.

O direito à informação, no caso, é uma espécie de direito coletivo que merece a mais
ampla proteção. Integra os chamados direitos de terceira geração, que contemplam em
seu bojo: o desenvolvimento ao meio-ambiente; à paz; à propriedade em relação aos
bens comuns da humanidade; e, à comunicação.

O artigo 220, da Constituição Federal preconiza que a manifestação do pensamento, a


criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto naquela Carta Constitucional. Não
obstante, no parágrafo terceiro assevera que compete à lei federal estabelecer meios que
preservem a saúde e meio ambiente.

Tanto é que, no parágrafo quarto ainda deste artigo, impõe-se que a propaganda
comercial de produtos tidos por de alta capacidade lesiva, esteja sujeita a restrições
legais, e deverá conter, sempre que necessário, advertência, sobre os malefícios
decorrentes de seu uso, tornando legítima restrição ao acesso indiscriminado dos meios
de comunicação e propaganda, a despeito da via eleita, fazendo prevalecer latente
ponderação.

Note-se que cada vez mais, preza-se pela tutela de direitos como: saúde; educação;
cultura; segurança; meio ambiente sadio; direitos de natureza fluida, atribuindo-se sua
titularidade a todos.

Não se pode olvidar o caráter individual destes direitos, mas, desloca-se o enfoque das
relações intersubjetivas para aquelas inerentes às sociedades de massa, e, portanto, aos
direitos que transcendem a esfera do indivíduo, daí falar de direito metaindividual.

6. Conclusão:

O direito de expressão do pensamento é delimitado pelo direito de ser informado. A


liberdade de informação tem caráter essencialmente coletivo, e deve ser exercido de
forma objetiva e verdadeira.

A saúde é direito de todos, e para que seja alcançada, deve o Estado criar mecanismos
que garantam sua promoção, instituindo órgãos, normas e regulamentos que, além de
exercerem atribuições reguladoras e fiscalizatórias, instruam a população quanto os
riscos eminentes do uso inadequado de práticas ou produtos. Neste desiderato, incumbe
ao Agencia de Vigilância Sanitária, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e
serviços que tragam risco à saúde pública, exercendo controle em propagandas e
publicidade, inclusive, sem perder de vista a ponderação das garantias, fundamentos e
princípios constitucionais.
Garantias são mecanismos constitucionais que limitam a atuação dos órgãos estatais ou
de particulares; protegem a eficaz aplicabilidade e inviolabilidade dos direitos
fundamentais.

Sopesando as garantias da livre manifestação, face o direito de ser bem informado, não
se pode olvidar que compete ao Estado preservar este importante interesse
metaindividual, de terceira geração, com o propósito de proteger o desenvolvimento ao
meio-ambiente; à paz; à propriedade em relação aos bens comuns da humanidade; e, à
comunicação, como elemento essencial ao desenvolvimento social e saúde pública.

Neste diapasão, assume o rótulo papel preponderante na preservação de garantias


individuais, vez que devem informar com precisão e verificabilidade, nunca enganosa,
fatores capazes de promover a demanda de produtos e serviços, colocados à disposição
do consumidor.

TABELA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012.

BRASIL. Lei n. 8.078 de 11 de setembro de 1990.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988

BRASIL. Lei 9.782, de 26 de janeiro de 1999.

BRASIL. RESOLUÇÃO-RDC No- 35, DE 17 DE JUNHO DE 2009 MORAES,

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional / Alexandre de Moraes. - 13. ed. - São
Paulo: Atlas, 2003.

______. NERY JUNIOR, Nelson. Alimentos Transgênicos e o dever de informar ao


consumidor - Estudos em homenagem ao Ministro Adhemar Ferreira Maciel. São
Paulo: Saraiva, 2001.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional - 6." edição revista.


Coimbra: Livraria Almedina,1993.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

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