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DIREITO CONSTITUCIONAL I – AULA 14

1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS (artigo 5º, §§ 2º a 4º)

1.1 Recuperando a ideia de bloco de constitucionalidade

Como visto em aulas passadas, em princípio que norteou todo o curso, o estudo do
Direito Constitucional Brasileiro não pode mais ser compreendido como o exame
exclusivamente do texto da Constituição, sendo indispensável também a análise das decisões
do Supremo Tribunal Federal, bem como dos tratados internacionais firmados pelo Brasil. A
aula de hoje, nossa última aula, busca tratar exatamente dos Tratados Internacionais e sua
relação com o Direito Constitucional Brasileiro.

1.2. O texto original da Constituição

Acontece que, desde o texto original da Constituição (inicialmente pelo


parágrafo 2º do artigo 5º), a Constituição dava um destaque especial aos
Tratados que versassem sobre temas de Direitos Humanos. Veja o texto

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do


regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

Durante muito tempo debateu-se se isso queria dizer que tratados de Direitos
Humanos assinados pelo Brasil após 1988 teriam status constitucional. Há
vários autores que defendem isso.

No entanto, essa não foi a posição do STF, que, em 2008, julgando


exatamente a questão da Convenção Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH), definiu que o lugar deste tipo de tratado no Direito Brasileiro
seria acima da lei ordinária, mas abaixo da Constituição, ou seja, não
poderia contrapor-se ao texto da Constituição. Este é o resultado do julgamento
pelo STF do Recurso Extraordinário 466.343: A Constituição
Brasileira permite, mas não obriga a prisão do depositário infiel. Assim, a
CIDH ao impedir esta prisão, revoga as leis ordinárias que existiam sobre o
assunto, impedindo que este tipo de prisão aconteça no Brasil. Leia a decisão,
especialmente o voto do Ministro Gilmar Mendes para maiores detalhes.

Esta posição foi reafirmada pelo STF em 2010 em um caso emblemático: a


CIDH proíbe anistia a militares que atuaram contra direitos humanos nas
ditaduras. A Constituição Brasileira, em seu artigo 8º das Disposições
Transitórias, reafirmou a anistia concedida em 1979 por lei. Daí o STF, no
julgamento da ADPF 153, decidiu que não poderia anular a anistia concedida
constitucionalmente aos militares.

Em 2004, foi acrescido à Constituição o parágrafo 3º do artigo 5º, que


descreveu um procedimento para incorporação de tratados de direitos
humanos ao texto da Constituição
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste
parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015)

Nos links em azul acima estão os tratados que cumpriram este procedimento e
estão incorporados ao texto da Constituição. Todos eles tratam da questão dos
direitos das pessoas com deficiência. Essas regras ganham status
constitucional pleno, e não meramente supralegal (entre a lei ordinária e a
Constituição) como antes.

Outro ponto que observei no trabalho de vocês é que a ênfase é dada


exclusivamente ao lado "externo" do Direito Internacional. Explico

O Direito Internacional tem dois aspectos, um externo e outro interno. O


externo é o compromisso do Brasil com outros países, em uma mistura de
direito com relações exteriores: firmamos compromissos externos e temos um
dever moral de cumpri-los. Digo moral porque não há um órgão externo de
coerção (um judiciário internacional) que possa obrigar o Brasil coercitivamente
a cumprir o tratado.

Mas tão importante quanto é o aspecto interno do Direito Internacional: como


ele modifica a vida dos cidadãos que moram no Brasil. As normas que estão
nos tratados podem ser aplicadas no direito interno brasileiro? Em caso
positivo, como? Isso está faltando no seu trabalho, e espero que as
explicações acima ajudem a desenvolver este tópico.

Em todo caso, aplicar o direito dos tratados, seja nas relações exteriores, seja
nas relações internas, significa sempre relativizar a própria soberania, nos
termos em que procurei explicar.

Seguem alguns links e um pdf para você continuar a trabalhar o assunto.


Atenciosamente,

Luiz

http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/o-pacto-de-s%C3%A3o-jos%C3%A9-
da-costa-rica-e-o-julgamento-do-re-stf-466343

http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496888/RIL156.pdf?sequen
ce=1#page=160

https://intranet.univates.br/media/graduacao/direito/GLOBALIZACAO_VERSUS
_SOBERANIA.pdf

http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/7034/art_RAMANZINI_JUNI
OR_O_papel_da_integracao_regional_para_o_2008.pdf?sequence=1&isAllowe
d=y
Área de anexos

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