de Judô
Conteúdo Básico
Elaboração:
Sensei Emeri Pacheco - 7º DAN
Revisão:
Sensei Igor Victal - 3º DAN
CLUBE
JULHO - 2018
INTRODUÇÃO
1860 – Nasce Jigoro Kano, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba em Mikage, distrito de
Kobe / Japão, em um período conturbado politicamente, pois se encerrava o Shogunato
Tokugawa e o Imperador voltava a ter o poder político no Japão.
1871 – Após o falecimento da mãe, no ano anterior, mudou-se com o pai para Tóquio
uma vez que assumiram um posto oficial no governo.
1875 – Demonstrando aptidão particular, ingressa em uma escola de línguas estrangeiras.
1877 – É admitido na Universidade Imperial de Tóquio, onde passa a estudar Ciência
Políticas, Economia e Educação Moral e Estética. Inicia seus treinamentos de Ju-jutsu
com o metre Fukuda Hachinosuke, do estilo Tenshin Shinyo.
1881 – Conclui seus estudos na Universidade Imperial de Tóquio, licenciando-se em
Letras. Inicia os estudos do estilo Kito de Ju-jutsu, com o Mestre Likubo Tsunetoshi.
1882 – Forma-se em Ciências Estéticas e Moral. Ano de criação do Kodokan e um ano
especialmente movimentado para Kano, que também fundou o Kano Juku (Escola
Preparatória para crianças). O Kobukan (Escola de ensino do idioma inglês), além de ter
se tornado professor do Colégio dos Nobres.
1884 – Nomeado Adido do Palácio Imperial.
1886 – Nomeado Vice-Presidente do Colégio dos Nobres.
1889 – Viaja a Europa como Adido da Casa Imperial.
1899 – Torna-se Presidente do Butokukai (Centro de Estudos de Artes Marciais do
Japão).
1907 – Elabora os três primeiros Katas de Judô.
1909 – Torna-se membro do Comitê Olímpico Internacional, como primeiro
representante do Japão.
1911 – Eleito Presidente da Federação desportiva do Japão.
1922 – Passa a ter assento na Câmara Alta do Parlamento Japonês.
1924 – Nomeado Professor Honorário da Escola Normal Superior de Tóquio
1928 – Participa da Assembléia geral dos Jogos Olímpicos de Amsterdã.
04/05/1938 – Morre a bordo do navio que o transportava ao Cairo para participar da
Assembleia Geral do Comitê Internacional dos Jogos Olímpicos.
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE JUDÔ
GOKIO NO WAZA
Seguindo os princípios já comentados e objetivando a sistematização e ordenação
do ensino do Judô, o Instituto Kodokan, em 1895, reuniu as 40 projeções que considerou
mais significativas de cada categoria, dividiu-as em cinco grupos de oito técnicas cada,
classificou-as através de critérios pedagógicos preestabelecidos, e denominou essa
ordenação de GOKIO (GO = CINCO / KIO = PRINCÍPIO – FUNDAMENTO), que
caracterizam, portanto, os princípios de todas as técnicas de Judô. No pensamento da
instituição, também era imprescindível essa ordenação e registro para que não houvessem
distorções ou mudanças das técnicas ao sabor do gosto de cada professor ou praticante,
perpetuando-as para as futuras gerações, sem serem desvirtuados os seus fundamentos.
Em 1920 o Gokio passou por uma revisão realizada por uma comissão formada pelos maiores
mestres da época, entretanto, estranhamente, apontam certos autores, sem a participação direta do Professor
Jigoro Kano. Nessa revisão foram excluídos alguns golpes e incluídos outros, perdurando esta última
composição do Gokio até pouco tempo, quando então, em 1982, o Kodokan, resolveu resgatar as técnicas
anteriormente excluídas, que passaram a integrar um novo grupo, que passou a ser denominado ROKUKYO
(6º KYO). Ainda por ocasião da comemoração do centenário da criação do Judô, em 1982, após cuidadosa
consideração, o Kodokan resolveu também reconhecer um novo grupo de 17 técnicas, ao que foi
denominado SODE TSURI NO WAZA, que passou a fazer parte das técnicas oficialmente reconhecidas
por aquela instituição. Em 1997 foram adicionadas a este grupo mais duas técnicas, SODE TSURI KOMI
e IPPON SEOI NAGUE, perdurando a composição deste acervo, na forma abaixo, até a presente data.
DAÍ IKYO –
PRIMEIRA SERIE
0. KUMI-KATA
(SHIZEN-HONTAI)
1. DEASHI-HARAI
2. HIZA-GURUMA
3. SASSAE-TSURI-KOMI-ASHI
4. UKI-GOSHI
5. O-SOTO-GARI
6. O-GOSHI
7. OUCHI-GARI
8. SEOI-NAGUE
KATAME WAZA
Conta-se uma estória, que supostamente teria ocorrido nos primórdios do
KODOKAN, que ali teria chegado um famoso lutador de Ju-Jitsu, especialista em shime-
waza, que derrotou com facilidade a grande maioria dos discípulos do professor Jigoro
Kano através da luta de solo. Esse fato fez com que o Mestre Kano vislumbrasse da
necessidade de aperfeiçoar as técnicas de Katame Waza do Judô, até a forma como estas
se apresentam hoje. Esse fato, se realmente ocorreu, muito bem demonstra a necessidade
dos judocas realizarem sempre um treinamento completo, tanto de técnicas de luta em pé,
quanto de solo, em uma proporção ideal de 50% para cada, em uma sessão de treinamento.
Com efeito, hoje o Judô detém em seu acervo uma certa quantidade de técnicas de
Katame Waza, as quais, diferentemente das projeções, não foram classificadas através de
um Gokio, mas sim divididas através de uma forma mais simples, levando-se em conta o
tipo de domínio que é exercido sobre o adversário.
Assim temos as técnicas de:
OSSAE WAZA – Técnicas de Imobilização
SHIME WAZA – Técnicas de Estrangulamentos
KANSETSU WAZA – Técnicas de Luxações
Observando o quadro abaixo, verificamos que, quantitativamente, parecem-nos
poucas as técnicas de luta de solo, entretanto isto é um ledo engano, haja vista que estas,
quando na realidade concreta do randori e do shiai, se desdobram em inúmeras variantes,
utilizadas conforme as oportunidades vão se apresentando. Acrescente-se ainda que certas
técnicas de estrangulamentos e chaves de braço podem ser utilizadas indistintamente
tanto na luta em pé quanto no solo, principalmente quando se tratar de defesa pessoal. Na
seqüência, quadro com as principais técnicas de luta de solo e, mais à frente, desenhos da
maioria dessas técnicas, pedindo escusas pelo fato de não ter sido possível obter figuras
de todas:
São golpes combinados ou seqüenciados, que podem ser utilizados, dentre outras,
nas seguintes situações:
Quando aplicamos uma técnica que não surtiu o efeito desejado ou o adversário
nos respondeu com uma defesa, damos seqüência ao ataque com uma segunda
técnica, aproveitando o desequilíbrio já conseguido;
Simulamos um ataque visando confundir o adversário e aplicamos outro golpe
que ele não espera naquele momento.
GAESHI WAZA
BIBLIOGRAFIA