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e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Ações Diretas .......................................................................................................... 2
1.1 Participantes ..................................................................................................... 2
1.1.1 Audiência Pública & Peritos ......................................................................... 2
1.2 Cautelar ............................................................................................................. 2
1.2.1 ADI ............................................................................................................... 2
1.2.2 ADC .............................................................................................................. 4
1.2.3 ADO .............................................................................................................. 5
1.2.4 ADPF............................................................................................................. 5
1.2.5 ADI Estadual ................................................................................................. 5
1.2.6 Representação interventiva ........................................................................ 6
1.3 Decisão Final ..................................................................................................... 6
1.3.1 ADI ............................................................................................................... 6
1.3.1.1 Caráter Dúplice ou Ambivalente .......................................................... 6
1.3.1.2 Quórum ................................................................................................ 6
1.3.1.3 Efeitos .................................................................................................. 6
1.3.1.4 Técnicas decisórias ............................................................................. 11
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1. Ações Diretas
1.1 Participantes
1.1.1 Audiência Pública & Peritos
Lei 9.868/99, Art. 9º Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou
de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator
requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que
emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
§ 2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais
federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de
sua jurisdição.
§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão
realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator.
1.2 Cautelar
1.2.1 ADI
(i) Finalidade
A cautelar tem por finalidade suspender a eficácia do ato normativo.
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(ii) Efeitos
Tem a cautelar eficácia erga omnes e vinculante. Isso significa que nem magistrados
nem órgãos da administração pública pode aplicar a norma suspensa, sob pena de reclamação
constitucional endereçada ao STF.
Possui, também, efeito repristinatório (artigo 11, §2º, Lei 9.868/99).
Exemplo: Havendo uma lei A revogada por uma lei B e cautelar em ADI para suspender
os efeitos da lei B (inclusive os seus efeitos revogatórios), a lei A será restaurada, pelo menos,
durante a cautelar.
Lei 9.868/99, Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a
parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à
autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento
estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex
nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso
existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
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1.2.2 ADC
(i) Finalidade
Lei 9.868/99, Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus
membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
Possui prazo de 180 dias. Findo esse prazo, os processos outrora suspensos voltarão a
fluir. Em que pese a inexistência de previsão legal, já houve caso em que o Supremo Tribunal
Federal admitiu a prorrogação do prazo.
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1.2.3 ADO
A Lei 9.868/99 foi alterada pela Lei 12.063/2009, a qual acrescentou àquela novos
artigos disciplina, justamente, a ADO. Com base na novel disciplina legal, hodiernamente,
admite-se o cabimento de cautelar na ADO.
(i) Finalidade
Sua finalidade é (i) suspender a eficácia de ato normativo, no caso de omissão parcial.
Por um lado, a norma é omissa ao não abranger toda a categoria como lhe era devido. Por
outro, conspurca a isonomia mediante a ação de englobar apenas um setor da categoria em
detrimento de outro. A aferição do que é pior, a existência de uma norma omissa, ou a
inexistência da norma, será casuística (caso a caso); (ii) suspender processos judiciais ou
procedimentos administrativos nos quais a matéria impugnada esteja sendo discutida; (iii)
outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
(ii) Efeitos
Erga omnes e vinculante. Em havendo descumprimento, admissível o ajuizamento de
reclamação perante o STF.
1.2.4 ADPF
(i) Finalidade
a. Suspensão da eficácia do ato impugnado;
b. Suspensão dos processos em que se discute a matéria. Avive-se que não prazo
legal para tal suspensão. O STF assenta, por analogia, ser aplicável o prazo de 180 dias havido
na ADC;
c. Suspensão dos efeitos de decisão judicial que não tenha transitado em julgado;
d. Suspensão dos efeitos de outras medidas que guardem pertinência com a
matéria
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Quer pela procedência, quer pela improcedência, deve a decisão final ser prolatada
pela maioria absoluta dos ministros da Corte (seis). Possui essa decisão caráter
dúplice/ambivalente. A procedência da ADI é uma declaração de inconstitucionalidade,
enquanto a improcedência é a declaração de constitucionalidade. A mesma lógica vale para a
ADC, motivo pelo qual a ADI e a ADC são ações “com sinais trocados”, pois a procedência de
uma equivale à improcedência da outra.
1.3.1.2 Quórum
O quórum de presença é o de 8 ministros, no mínimo. Já a declaração de
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, como visto acima, deve ser feita por 6
ministros.
1.3.1.3 Efeitos
a. Subjetivo (Erga omnes e vinculante)
São afetados pelo efeito vinculante os demais órgãos do Judiciário e a Administração
Pública, direta ou indireta, da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Não se opõem,
contudo, ao próprio STF e ao Poder Legislativo.
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Esclareça-se que o Legislativo não é atingido em sua função legislativa, mas, sim, em
sua função administrativa, a qual exerce de forma atípica.
Se houver decisão judicial ou ato da administração pública contrários à decisão do
Supremo Tribunal Federal, caberá reclamação, que, é bom dizer, não detém natureza recursal.
Isso significa que, direcionada e acolhida pelo STF, não haverá reforma da decisão judicial.
Antes, a Corte determinará a cassação da decisão judicial ou a anulação do ato administrativo
para que a respectiva autoridade refaça o ato judicial ou o administrativo.
Um magistrado pode violar o efeito vinculante da decisão do STF de duas formas: [1]
deixar de aplicar a referida decisão; [2] aplicando a decisão indevidamente. Essa lógica vale,
também, para a Administração Pública.
Imagine-se que o Legislador confeccione uma nova lei idêntica àquela declarada
inconstitucional pelo STF. Pergunta-se: caberá reclamação contra esse novel diploma? A
resposta é negativa. A uma, porque não se opõe reclamação contra a norma em si mesma. Se
houver a propositura da reclamação, a ação não deverá ser conhecida. Nada obstante, o
Pretório Excelso assenta que, se essa reclamação preencher todos os requisitos da ADI, pode
nela ser convertida e prosseguir e ser processada como tal. A duas, porque o Legislador não
está vinculado à decisão do STF.
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b. Temporal
Lei 9.868/99, Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os
1
De precisão cirúrgica em comparação a esse caso, cita-se a presente oração de um ministro da Suprema
Corte dos EUA: “A Constituição é o que nós, juízes da Suprema Corte, dizemos que ela é.”
2
Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28%284335%2ENUME%2E
+OU+4335%2EDMS%2E%29%29+NAO+S%2EPRES%2E&base=baseMonocraticas&url=http://tinyurl.com/ba22n
hc>
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efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
c. Repristinatório
Lei A é revogada pela lei B. Esta, posteriormente, é declarada inconstitucional. Logo,
ela e todos os seus efeitos são nulos. A lei A, então, será restabelecida. Irá repristinar.
Doutrinadores há que diferenciam o efeito repristinatório da represtinação. Esta
última aloca-se na Lei de Introdução ao Direito Brasileiro e consiste na possibilidade de norma
revogada (A) voltar a viger caso sua norma revogadora (B) seja, também, revogada e a norma
que a revogou (C) preveja o restabelecimento da primeira norma (A). ~
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Caso o STF perceba que a lei a ser repristinada seja anterior à Constituição de 1988 e
com ela incompatível3, deverá reconhecê-la como não recepcionada pela nova ordem
constitucional e determinar sua inaplicabilidade. Ou seja, não voltará a viger. Ressalte-se que,
nesse caso, a ADI não foi proposta contra a lei anterior à Constituição de 1988, pois que tal
manejo é inviável. A ADI foi ajuizada contra lei atual que, declarada sua inconstitucionalidade,
traria de volta à vigência diploma anterior a Constituição de 1988.
Considere a seguinte assertiva: “não é impossível, em sede de ADI, a análise de leis
anteriores à Constituição nova”. Está correta. Como visto, é vedado que a lei anterior à
Constituição atual seja objeto de ADI. Entretanto, no bojo da ação direta, pode ser analisada,
na hipótese de essa lei anterior a novel Constituição repristinar no caso declaração de
inconstitucionalidade da lei que a revogou.
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Lembrete: o STF não admite a inconstitucionalidade de norma anterior à Constituição de 1988. Por
isso, fala-se em incompatibilidade.
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(ADI 3684 MC, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/02/2007,
DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-00030 EMENT VOL-
02283-03 PP-00495 RTJ VOL-00202-02 PP-00609 LEXSTF v. 29, n. 344, 2007, p. 69-86 RMP
n. 33, 2009, p. 173-184)
Visão clássica sobre esse tema pontifica que, ao interpretar a norma e definir seu
sentido compatível, haveria interpretação conforme a Constituição que, necessariamente,
seria declaração de constitucionalidade. Realizada a interpretação e obtido um sentido
incompatível, haveria uma declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto.
Observação: julgados mais antigos do STF (até o início dos anos 1990) adotavam essa
linha de raciocínio.
Na declaração de inconstitucionalidade sem redução texto, haverá redução do campo
normativo. O texto normativo permaneceu intacto. Entretanto, ao analisarem-se as hipóteses
de aplicação da norma, percebe-se que elas diminuíram.
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