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e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Organização dos Poderes ....................................................................................... 2
1.1 Recomendações iniciais .................................................................................... 2
1.2 Poder Legislativo ............................................................................................... 3
1.2.1 Congresso Nacional ..................................................................................... 3
1.2.2 Atribuições do Legislativo ............................................................................ 5
1.2.3 Comissões .................................................................................................... 6
1.2.3.1 Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)............................................ 7
1.2.3.1.1 Competência ................................................................................. 8
1.2.3.1.2 Requisitos ...................................................................................... 8
1.2.3.1.3 Poderes e Limites .......................................................................... 9
1.2.4 Tribunal de Contas ..................................................................................... 11
1.2.4.1 Composição ........................................................................................ 12
1.2.4.2 MP junto ao Tribunal de Contas ........................................................ 12
1.2.4.3 Atribuições ......................................................................................... 13
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Normalmente, é o ponto referente ao Poder Judiciário mais cobrado em provas. Recomenda-se a
leitura do texto constitucional. Em termos jurisprudenciais, orienta-se que se lei a Constituição anotada pela
jurisprudência do STF, disponível no site da instituição, em que também se encontram disponíveis os
comentários das leis regentes da ADI/ADC e ADPF.
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Matéria abordada nas disciplinas processuais.
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Sistema proporcional (art. 45) – estabelecido Sistema majoritário simples (no art. 45) – será
por lei complementar (LC 78/93) – O estado que considerado eleito para o cargo o candidato que
contenha maior densidade populacional elegerá obtiver mais votos. “Majoritário simples”, e não
mais deputados que outros absoluto3, porque será eleito o que possuir a
maioria dos votos, ainda que essa maioria não
ultrapasse a maioria dos próprios votos
(50%+1).
3
O sistema majoritário absoluto vige para Presidente da República, Governador do Estado e
Prefeito em municípios com mais de 200 mil eleitores. O sistema majoritário simples aplica-se aos
cargos de senador e prefeito em municípios com até 200 mil eleitores.
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Cediço é que a única espécie legislativa que demanda sanção presidencial é a lei (seja
ordinária, seja complementar). Assim, as matérias constantes do artigo 48, pode-se afirmar
seguramente, são reguladas por lei.
Pois bem. Lembremo-nos de que existe a reserva de lei complementar, o que significa
que só se cogitará haver lei complementar quando houver expressa exigência constitucional
nesse sentido.
Nada obstante, o artigo 48 não se preocupou em definir se a matéria é de lei
complementar ou ordinária. Daí, essas matérias poderão ser reguladas ou por lei ordinária ou
por lei complementar.
Isso não significa estar ao alvedrio do legislador a escolha da “espécie” de lei; se
ordinária ou complementar. A descoberta para essa resposta se dará a partir da combinação
do artigo 48 com outros dispositivos constitucionais.
Exemplo: artigo 48, inciso I, c/c artigo 146, ambos da CRFB. Esse artigo pontua que as
matérias nele previstas serão objeto de lei complementar.
Observação: deve-se estar atento a alguns julgados do Supremo Tribunal Federal.
Antigo aresto da Corte, da lavra do Ministro Moreira Alves, contém comentário acerca do
artigo 48 com o poder de gerar confusão no leitor. À época, o Ministro afirmou que, como não
havia definição sobre se a matéria deveria ser regulada por lei complementar ou ordinária,
poderia ela ser regulada tanto por uma como por outra. Leitura desatenta do julgado levará à
conclusão de que permanece ao arbítrio do legislador a escolha de regular a matéria com lei
ordinária ou lei complementar. E isso está equivocado.
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1.2.3 Comissões
São tipos de comissões: (i) temáticas (criadas livremente e a definição das matérias de
cada comissão fica a cargo da própria casa legislativa); (ii) permanentes ou temporárias; (iii)
de cada casa individualmente ou mistas.
Para alguns casos, a Constituição estabelece a criação de comissões.
Exemplo1: artigo 62, §9º - comissão mista relacionada a medida provisória.
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Registre-se que essa função não é típica pelo fato de estar positivada na Constituição da República,
porquanto, há funções atípicas que também encontram previsão no Texto Constitucional.
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1.2.3.1.1 Competência
Fiscalizar todas as matérias relativas à competência da própria Casa, uma vez que as
CPIs são órgãos fracionários dessas Casas.
1.2.3.1.2 Requisitos
1º. Subscrição do requerimento por 1/3 dos membros da Casa
Se o requerimento for assinado exatamente por 1/3 dos membros, há uma óbvia
minoria a requere a instalação da CPI. E pode ser que o restante que não assinou (maioria)
faça uma pressão política para que a CPI não seja instalada efetivamente. Nesse ponto, entra
em cena a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual essa minoria possui
direito líquido e certo de ver a CPI instalada (direito das minorias parlamentares).
Ora, tendo a minoria o direito líquido e certo, em caso de demora excessiva, viável a
impetração de mandado de segurança contra a mesa da Casa, a fim de que o STF conceda a
ordem para que o presidente determine a instauração da CPI.
2º. Fato determinado
Singularização dalguma situação a ser investigada (ex.: CPI dos Correios, CPI da
Petrobrás, etc.).
Imagine-se que, no curso da investigação, a CPI depare-se com fato novo, diverso do
fato determinado. De acordo com o STF, a CPI pode investigar fato diverso, contanto que
conexo/interligado com o fato determinado.
3º. Prazo certo
Delimitação temporal do funcionamento da CPI. Pode haver previsão regimental do
prazo? Resposta positiva e, nos dizeres do STF, admitem-se prorrogações sucessivas. Contudo,
existe um termo final de duração da CPI, a saber, a própria legislatura5 (limite final
intransponível).
5
“A sessão legislativa é o período em que o Congresso Nacional se reúne anualmente, compreendido
entre os dias 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Cada sessão legislativa é composta
de dois períodos legislativos, sendo um em cada semestre, que são intercalados pelos recessos parlamentares. E,
por fim, a legislatura é o período de quatro anos em que o Congresso Nacional executa as suas atividades,
compreendendo quatro sessões legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos.” Disponível em:
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090130081347981. Consulta em: 31/07/2014.
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a. Poderes de investigação
Note-se que o dispositivo constitucional fala sobre “poderes de investigação das
autoridades judiciais”, o que se dá em virtude de as CPIs não possuírem poder decisório. Para
além, registre-se que as CPIs não gozam do poder de cautelar (ex.: determinação de bloqueio
de bens preventivo).
Pelo fato de o Constituinte ter utilizado a expressão “poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais”, entende o STF que a CPI submete-se às mesmas limitações das
autoridades judiciais, dentre elas o dever de fundamentação. Dessa sorte, quando decide pela
determinação dalguma medida de investigação, tal decisão tem de ser fundamentada (artigo
93, inciso IX).
Exemplo: se a CPI determina uma medida de investigação que gera uma restrição ao
indivíduo, na fundamentação, deve demonstrar a necessidade dessa medida. Por conseguinte,
obrigatório o atendimento do princípio da proporcionalidade.
b. Poder de convocação
O convocado tem o dever de comparecimento. Nada obstante, essa regra comporta
exceções. Se o indivíduo convocado não tem recursos para comparecer, os custos (transporte,
alimentação, estadia, etc.) para isso têm de ser arcados pela CPI.
O não comparecimento injustificado sujeita o convocado à condução coercitiva. No
ponto, duas situações mostram-se interessantes: (i) magistrados: entende o STF que o juiz
somente pode ser convocado para depor perante CPI em razão de sua atividade-meio, e não
no que diz respeito à sua atividade-fim (atividade jurisdicional – porque decidiu de tal ou qual,
concedeu ou não medida cautelar, etc.); (ii) índios: vale a mesma proteção conferida ao grupo
indígena (artigo 231, §5º, CRFB) ao índio enquanto indivíduo (posição do STF). A definição da
identidade do índio, tal como no caso dos quilombolas, passa pelo seu pertencimento ao
grupo indígena (identidade gregária). Grosso modo, “o índio só é índio por pertencer ao grupo
indígena”. Logo, não há como proteger o grupo, sem estender a proteção ao indivíduo. Dessa
forma, o índio não poderia ser convocado a depor fora de suas terras.
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c. Direitos do convocado
ASSISTÊNCIA: familiar ou de advogado;
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Tal como o inquérito policial, a CPI é sigilosa. Nada obstante, deve garantir ao
investigado o acesso às informações (extensão do enunciado nº 14 da súmula vinculante do
STF ao âmbito da CPI), salvo nas hipóteses em que a prova ainda está em produção.
Enunciado nº 14 – Súmula Vinculante do STF
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
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1.2.4.1 Composição
A composição do TCU insere-se no artigo 73 da CRFB. Dos 09 ministros, 06 são
escolhidos pelo Congresso Nacional, e 03, pelo Presidente da República. Desses 03, 02
implicam uma livre escolha condicionada, haja vista que 01 deles é oriundo do MP que atua
junto ao Tribunal de Contas, e o outro, dos auditores do próprio Tribunal de Contas. Apenas o
terceiro restante será de livre escolha.
No âmbito do TCE, fala a Constituição em 07 conselheiros (e não ministros). Chegou o
STF à conclusão de que, para a mantença da simetria com o Executivo federal, com maioria
oriunda do Legislativo, o Legislativo estadual indica 04 conselheiros; o Executivo, 03. Desses
três a ser indicados pelo Governador do Estado, um deles será originário do MP junto ao TCE,
o outro será escolhido dentre os auditores e apenas o terceiro será de livre escolha.
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1.2.4.3 Atribuições
Plasma-se no artigo 71 da Carta de Outubro a competência do TCU.
Artigo 71, inciso I
Leiamos o inciso I, o qual demanda a confecção de combinações com outros
dispositivos constitucionais.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
c/c
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo;
c/c
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
c/c
Art. 166. [...]
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
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DISPOSITIVO Artigo 71, inciso I Artigo 49, inciso Artigo 51, inciso II Artigo 166, §1º,
IX inciso I
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c/c
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo.
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Esses incisos devem ser combinados com o §1º, o qual consigna a sustação de contrato.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Observação: não se pode olvidar de que o controle exercido pelo Tribunal de Contas
junge-se intimamente ao Direito Administrativo. Por isso, é nessa disciplina que se deve fazer
um estudo mais aprofundado sobre o tema.
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Como se pode notar, o controle sobre o qual incide o auxílio do TCU ao Congresso
Nacional é o externo. E, a cargo de cada um dos Poderes, está a função de manter, de forma
integrada, sistema de controle interno.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, os controles externo e interno coexistem. Um
não impede o outro. Eventualmente, inclusive, o mesmo fato pode ser objeto de investigação
no controle externo e no controle interno simultaneamente. O Poder Executivo possui a
Controladoria Geral da União. O Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (órgão interno do
Poder Judiciário, conforme o STF).
Destaca-se, ainda, o §2º, do artigo 74:
Art. 74, § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
Contas da União.
Cuida-se da denúncia popular no âmbito do TCU. Em relação a ela, o STF não admite a
delação anônima, porquanto pode ser utilizada com finalidades políticas de denigrir a imagem
de outrem.
Observação: no contexto criminal, o STF admite a delação anônima não para embasar
uma denúncia pelo MP. Entretanto, essa delação pode servir de base à instauração de
inquérito policial.
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