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A música medieval e renascentista

Hoje, cada vez mais, os meios de comunicação permitem a difusão rápida


de músicas produzidas por indivíduos famosos ou desconhecidos. A cada dia, uma nova música
é lançada nas rádios e na televisão, fazendo surgir novos artistas a todo momento. Na atualidade,
a produção musical é utilizada para o divertimento, relaxamento, em eventos públicos e privados,
em exposições artísticas, nos cinemas e em muitos outros lugares do cotidiano, seja na televisão
ou nos MP3’s individuais. E para você? Qual é a função da música de hoje? É para se divertir?
Para relaxar? É para se apreciar como obra de arte? Assim como tudo na história, a música de
nosso tempo acompanha a sociedade em que ela é produzida. Podemos perceber isso nas letras,
nas sonoridades e nos usos da música. Mas será que a música sempre foi produzida e usada
como hoje? Certamente não. Ela está associada ao seu contexto de produção e ao seu momento
histórico. Vamos ler a seguir algumas informações sobre a música no período medieval e depois
sobre a música renascentista, para percebermos como elas se relacionam com a sociedade em
que foi criada.
Durante a Idade Média (século 5 ao 15), a maioria das músicas produzidas fazia parte da
Igreja Católica e, por isso, eram religiosas. O canto gregoriano e o cantochão são alguns de seus
estilos mais comuns e conhecidos. Eles eram cantados, sobretudo, pelos padres. Isso mesmo!
Mulheres não podiam cantar e, para substituir a voz feminina, eram usadas as crianças.
Existiram também músicas não religiosas (chamadas profanas) na Idade Média, como as
populares, executadas em festas ou feiras, que eram passadas por tradições orais e, por isso,
acabaram por desaparecer, pois muitas vezes não deixavam vestígios escritos. No contexto
medieval, a partitura musical, que é o local onde são escritas as notas e todas as outras
informações da música, era chamada de neuma1, e possuía apenas quatro linhas. Mas qual era a
função e os usos da música medieval religiosa? Como podemos perceber, o canto gregoriano era
produzido pelos próprios religiosos católicos e, dessa forma, a música deveria servir como meio
de se aproximar e exaltar a Deus. Ela não era feita para o divertimento, mas sim para trabalhar a
fé do fiel. Lembremos que na Idade Média a religião cristã era o centro organizador de toda a
sociedade e da vivência humana. Deus deveria ser o centro dessa sociedade e a música deveria
seguir tais aspectos.
Nos cantos gregorianos, as mesmas notas são cantadas ao mesmo tempo pelo coro, em
um movimento repetitivo, como se fossem blocos de sons que oscilam nas notas cantadas em
conjunto. Não é por acaso que, quando ouvimos essas músicas, achamos todas muito parecidas.
Você já ouviu um canto gregoriano? Você consegue perceber tais aspectos? As letras dos cantos

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As neumas foram criadas no século 9. Antes dessa data, era comum a transmissão oral das músicas.
gregorianos normalmente eram escritas em latim, língua muito utilizada pela Igreja Católica na
época, e que continham trechos das Sagradas Escrituras ou de outros textos católicos. O canto
gregoriano era um som único (monodia), assim como Deus deveria ser o único na sociedade
medieval. A música deveria expressar essa concepção!
A partir do século 15, na Europa Ocidental, com o advento do Renascimento Cultural e da
Modernidade, percebemos modificações nas músicas criadas. Elas não necessariamente tinham
função religiosa. Na Modernidade e no Renascimento Cultural, o homem ganha um espaço
privilegiado e começa a dar mais importância para as suas capacidades. A religião cristã ainda
continua presente, mas já não é o centro da sociedade. Nos cantos gregorianos não era permitido
o uso de instrumentos, já que o objetivo não era divertir, mas cantar para exaltar a Deus. Já no
Renascimento, as músicas assumem outras funções e incorporam vários instrumentos que antes
não existiam ou não eram permitidos. A música podia ser usada para o divertimento, em festas e
eventos, para honrar o rei, entre outras funções, e, por isso, assumia contornos mais alegres do
que o canto gregoriano. É nesse momento que surge a polifonia, ou seja, vários sons e
instrumentos são tocados ao mesmo tempo, com ou sem voz, acompanhando as músicas. Na
Idade Média, o importante era a letra da música (que deveria remeter a Deus), enquanto no
Renascimento, a música não necessariamente precisaria ter letra, pois o objetivo nem sempre era
religioso.
Essa mistura de sons e instrumentos das músicas renascentistas mostra a pluralidade
dessa sociedade, ou seja, a Igreja Católica já não era a única instituição a instruir a sociedade,
assim como a música não estava mais somente a serviço da religião. As grandes navegações, as
invenções científicas e técnicas, as grandes construções e pinturas do Renascimento, assim
como as músicas mostram o quão valoroso e valorizado o ser humano deveria ser. A capacidade
humana era elevada, sem, contudo, excluir a religião cristã, que continuava muito importante.
Como podemos perceber, a música acompanha o seu tempo. Apesar de não ser comum
escutá-las atualmente, as músicas medievais e renascentistas são de extrema importância para a
compreensão do patrimônio cultural da humanidade. Que tal pesquisar um pouco sobre essas
músicas e escutá-las um pouco? Será que você vai se identificar com elas? Só tem uma maneira
de saber: ouvindo-as...

Referências:
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Cascatas da Modernidade. In: Modernização dos sentidos. São
Paulo: Editora 34, 1998.
VERGOTE, Antoine. Modernidade e cristianismo: interrogações e críticas recíprocas. São Paulo:
Loyola, 2002.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia
das Letras, 1989.
Site: Disponível em: <http://www.choralwiki.org/>. Acesso em: 15 jul. 2011.

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