NOTÍCIAS DE
ISRAEL
TEOLOGIA DA NEO-SUBSTITUIÇÃO
ORIZONTE
COMO A TURQUIA FOI PERDIDA
ISLAMISMO 2.0
DIREITOS HUMANOS -
DIA DE LAMENTAR. NÃO DE CELEBRAR
LULA QUER VISITAR 0 IRÃ
É uma publicação mensal da “Obra
Missionária Chamada da Meia-Noite” com
licença da “Verein für Bibelstudium in Israel,
Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para
Estudo Bíblico em Israel), da Suíça.
Administração e Impressão:
Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai
90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil
Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385
E-mail: mail@chamada.com.br
www.chamada.com.br
Endereço Postal:
Caixa Postal, 1688
90001-970 • PORTO ALEGRE/RS-Brasil
Fundador: Dr.Wim Malgo (1922 - 1992)
Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake,
Markus Steiger, Reinoldo Federolf
Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake
Diagramação & Arte: Roberto Rcinke 8c Julia
Wiesinger
Assinatura - an u al..................................31,50
-sem estral............................19,00
Exemplar Avulso.................................... 3,50
Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$35.00
Edições Internacionais
A revista “Notícias de Israel” é publicada
também em espanhol, inglês, alemão,
holandês e francês.
As opiniões expressas nos artigos assinados
são de responsabilidade dos autores.
INPI n° 040614
Registro n° 50 do Cartório Especial
O objetivo da Associação Beth-Shalom para
Estudo Bíblico em Israel é despertar e
fomentar entre os cristãos o amor pelo
Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra
o amor de Icsus pelo Seu povo de maneira
prática, através da realização de projetos
sociais e de auxílio a Israel. Além disso,
promove também Congressos sobre a Palavra
Profética em Jerusalém e viagens, com a
intenção de levar maior número possível de
peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a
Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte
Carmelo.em Haifa).
 Quandio o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu partiu para uma visita aos
Estados l nidos no início de novembro, a mídia israelense ficou em alvoroço. Ninguém sabia se o
presidem: Obama iria recebê-lo, e, caso o recebesse, o que os dois políticos iriam tratar. Depois
que o enc mtro acabou ocorrendo, as conversações não terminaram com a costumeira entrevista
coletiva Assim, a expectativa continuou a crescer na imprensa. Na ocasião, Netanyahu apenas
declarou Aiue foram tratados assuntos importantes e que todo o resto dar-se-ia mais tarde,
r, a resolução governamental anunciada pelo primeiro-ministro israelense, congelando
provisória tmente, por dez meses, o estabelecimento de novos assentamentos nas áreas palestinas foi
uma decií,ão dramática para Netanyahu e seu gabinete. Ela poderia até mesmo colocar em risco a
continuidide de seu governo. Para o próprio Netanyahu esse passo foi, certamente, uma grande prova,
uma vez <|ue ele sempre considerou os assentamentos uma prioridade nacional. Mas a decisão de
ceder ài ext!igência do presidente Obama, congelando temporariamente novos assentamentos, mostra
mais uma vez a grande importância da parceria estratégica entre Israel e os EUA.
Para 3bama, parar com os assentamentos é muito importante. Ele precisa do apoio e da
simpatia los países árabes moderados para a continuidade do assim chamado processo de paz e
deseja unjta normalização das relações deles com Israel. Afinal, o presidente americano declarou
que uma )az abrangente no Oriente Médio é um de seus alvos prioritários. 0 governo israelense,
por sua fez, ao prosseguir com novas construções no perímetro expandido de Jerusalém,
sinalizou claramente que não aceitará interromper seus projetos nessa cidade. Na questão dos
assentam|eintos, porém, foi obrigado a ceder às exigências norte-americanas,
Essa tbndéncia nos mostra que o governo israelense, majoritariamente de direita, não pode fazer o
que bem i ntende, por causa de sua dependência dos Estados Unidos. Outra prova dessa realidade é a
nova e de idida ênfase na política do presidente Obama para o Oriente Médio. Em futuro próximo,
essa deter ninação do presidente americano assumirá contornos ainda mais definidos,
Nos soontecimentos atuais também podemos reconhecer que o processo de paz, que deverá
culminar com a formação de um Estado palestino, não pode ser barrado, apesar do governo
direitista no poder em Israel. Isso se dará para confirmar o que a Bíblia diz acerca de uma paz
aparente, que será finalmente alcançada.
Por s::t uma prova tão evidente da veracidade da Bíblia, devemos prestar muita atenção ao
cumprim ento das profecias bíblicas no novo ano. Continuaremos tentando analisar os eventos
no Orienjie Médio à luz da Palavra de Deus, para reconhecer o que ela tem a nos dizer. Afinal,
sabemos que os fatos em Israel e os acontecimentos que envolvem o povo judeu mostram a
poderosa ação de Deus. Jesus censurou os fariseus e saduceus de então por não reconhecerem os
sinais do; tempos (veja Mt 16.1-4). Por isso, devemos ficar vigilantes, avaliando-os corretamente
e vivendo de forma adequada (veja Lc 21.36).
Agra< iecemos de todo o coração pelo seu apoio e pela sua confiança no ano que passou,
Desejamc s um ano de 2010 sob a direção do Senhor e Suas mais ricas bênçãos!
Unid' iiis nAquele que é a paz, saudamos com um cordial
Shalo
 Não será fácil encontrar uma prega­
rão ou um comentário mais extenso acerca
do “Santo Monte do Senhor”. Hoje em dia
grande parte dos temas tratados no meio
cristão estão relacionados com problemas
práticos e a solução de crises pessoais. 0
eixo central ao redor do qual giram todas
as atenções é o bem-estar do homem mo­
derno. Mas, se estamos convictos de que a
Bíblia é mesmo a Palavra de Deus, como
poderíamos simplesmente deixar de lado
grande parte do que Deus disse? Por que
nos comportamos como “sapinhos cris­
tãos” pulando de uma promessa edificante
para nosso próximo versículo predileto? O
apóstolo Paulo assegura por ocasião de sua
despedida dos anciãos da igreja de Éfeso:
“...jamais deixei de vos anunciar todo o de­
sígnio de Deus” (At 20.27). Ele não escamo­
teou nada! Daí a importância de estudar,
inclusive, temas, expressões e personagens
bíblicos pouco populares.
O prim eiro monte da Bíblia não é
mencionado logo no início. Encontramos o
registro em Ezequiel 28. Em um lamento é
anunciado ao rei de Tiro (localizada ao
norte de Israel, atual Líbano) a aproxima-
R O l i C I A S OE I S R A E l . J A N H B O OE 2 8 I S 5
ção do juízo de Deus. Uma leitura atenta
dos versículos 11 a 19 demonstrará, numa
retrospectiva profética, que o príncipe de
Tiro simboliza o querubim mais belo e
mais perfeito. Este era perfeito “até que se
achou iniquidade em ti [nele] ” (V.15J. 0 rei
humano, extremamente inteligente, equi­
pado com muitos dons e coroado de êxito,
transformou-se em um dominador corrup­
to, perverso e orgulhoso a ponto de refletir
aquele que é “homicida desde o princípio e
jam ais se firmou na verdade porque nele
não há verdade. Quando ele profere menti­
ra, fala do que lhe é próprio, porque é men­
tiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Em Eze-
quiel 28.12-13 descobrimos detalhes muito
interessantes a seu respeito: “Tu és o sinete
da perfeição, cheio de sabedoria e formosu­
ra. Estavas no Éden, jardim de Deus...” Em
seguida, no versículo 14, é mencionado o
primeiro monte da Bíblia: “Tu eras queru­
bim da guarda ungido, e te estabeleci; per­
manecias no monte santo de Deus, no
brilho das pedras andavas”.
Todo esse texto mostra que o maravi­
lhoso anjo protetor havia sido posto por
Deus no jardim do Éden, mas desqualifi­
cou-se por seu orgulho e sua rebelião con­
tra o Deus Criador. As conseqüências fo­
ram devastadoras. No meio da revelação
do Apocalipse o apóstolo João escreve que
o querubim se transformou em um terrível
dragão destruidor: “A sua cauda arrastava
a terça parte das estrelas do céu, as quais
lançou para a terra; e o dragão se deteve em
frente da mulher que estava para dar à luz,
afim de lhe devorar o filho quando nasces-
“TODO VALE SER A ATERRADO,
E NIVELADOS, TODOS OS
MONTES E OUTEIROS; 0 QUE É
TORTUOSO SERÁ RETIFICADO,
E OS LUGARES ESCABROSOS,
APLANAD OS" (IS 40.4;
COMP. M T 3.3).
6 1 N O T Í C I A S DE I S R A E l . J A N E I R O DE 2010
se (Ap 12.4). Um terço do mundo angeli-
cal, das miríades celestiais, seguiu esse se-
duto- príncipe das trevas” em sua queda.
I.m Isaías 14 reconhecemos o mesmo
esqueima. A zombaria do rei da Babilônia
revela detalhes sobre a queda daquele que
é chaimado de “estrela da manhã, filho da
alva (v.12), que em sua soberba até ousava
con correr com Deus. Por isso também não
hesitlo u em atacar no jardim do Éden os
dois primeiros seres humanos criados “ à
imag,em de Deus”. Usando de artimanhas
traiçci'eiras, lábia enganosa e adulação ca­
mufljaida, ele semeou dúvidas no coração
d eE ,'a, questionando o Deus amoroso, que
ele ap:resentou como sendo opressor e com
intert1 ções ocultas e malvadas. Depois da
exp ilsão do primeiro casal do Paraíso,
que rubins armados vigiavam o acesso à
árvone da vida.
formulação “no Éden, jardim de
Dem: no santo monte de Deus” (Ez
28. n i,14) demonstra desde o início o nível
de iinportância desse tema, mencionado
rep e tidas vezes na Palavra de Deus e que,
no f nal, é uma indicação à Jerusalém ce-
lest i tl Como o Tabernáculo no deserto
simtVolizava e refletia coisas espirituais e
ceie; tiais, assim o Santo Monte do Senhor
tamlpiém é uma indicação evidente daquilo
que Deus vai realizar num futuro não tão
distí nte, bem dentro do espírito de He-
breus 8.5: “os quais ministram em figura e
sompra das coisas celestes, assim como foi
Moi:. és divinamente instruído, quando esta-
vap1,ira construir o tabernáculo; pois diz ele:
Vê ç ue faças todas as coisas de acordo com
o modelo que tefoi mostrado no monte”. Ou
como Davi, quando entregou as plantas do
projeto da construção do Templo para seu
filho e sucessor Salomão executar: “Tudo
isso, disse Davi, me foi dado por escrito por
mandado do Senhor, a saber, todas as obras
desta planta” (1 Cr 28.19).
Na volta gloriosa e triunfal de Cris­
to, quando Ele estabelecer Seu reino de
paz, haverá grandiosas transformações so­
bre a nossa terra: “Naquele dia, estarão os
seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que es­
tá defronte de Jerusalém para o oriente; o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio,
para o oriente e para o ocidente, e haverá
um vale muito grande; metade do monte se
apartará para o norte, e a outra metade, p a­
ra o sul... Toda a terra se tornará como a
planície de Geba e Rimon, ao sul de Jerusa­
lém; esta será exaltada...” (Zc 14.4,10).
0 que, em sentido figurado, aconteceu
no passado por meio da pregação de João
Batista, cumprirá-se-á literalmente quando
Jesus voltar: “Todo vale será aterrado, e ni­
velados, todos os montes e outeiros; o que é
tortuoso será retificado, e os lugares escabro­
sos, aplanados” (Is 40.4; comp. Mt 3.3). Tan­
to montes inóspitos como mares de quilô­
metros de profundidade não faziam parte
da criação original, pois foram uma neces­
sidade pós-diluviana, para que voltasse a
haver terra seca (SI 104.6-9). Catástrofes
cósmicas e o maior terremoto de todos os
tempos, assim como chuva de pedras de
mais de 35 quilos sublinham o fim apoca­
líptico do domínio humano e realçam as
gigantescas modificações que ocorrerão: “o

céu recolheu-se como um pergaminho quan­
do se enrola. Então, todos os montes e ilhas
foram movidos do seu lugar” (Ap 6.14). “...e
ocorreu grande terremoto, como nunca hou­
ve igual desde que há gente sobre a terra; tal
foi o terremoto, forte e grande. E a grande
cidade se dividiu em três partes, e caíram as
cidades das nações... Todas as ilhas fugiram,
e os montes não foram achados; também de­
sabou do céu sobre os homens grande sarai­
vada, com pedras que pesavam cerca de um
talento...” (Ap 16.18-21).
Todas essas mudanças topográficas
têm um propósito: o Santo Monte do Se­
nhor, com isso, se tornará o monte mais al­
to do mundo: “Nos últimos dias, acontecerá
que o monte da C asa do Senhor será esta­
belecido no cimo dos montes e se elevará so­
bre os outeiros, e para ele afluirão todos os
povos” (Is 2.2). Ao mesmo tempo, o Santo
Monte do Senhor será o centro do mundo
vindouro: “Irão muitas nações e dirão: Vin­
de, e subamos ao monte do Senhor e à ca­
sa do Deus de Jacó, para que nos ensine os
seus caminhos, e andemos pelas suas vere­
das; porque de Sião sairá a lei, e a palavra
do Senhor, de Jerusalém” (Is 2.3). Todo o Is­
rael se reunirá ali: “Trarão todos os vossos
irmãos, dentre todas as nações, por oferta
ao Senhor, sobre cavalos, em liteiras e sobre
mulas e dromedários, ao meu santo m on­
te, a Jerusalém, diz o Senhor, como quando
os filhos de Israel trazem as suas ofertas de
manjares, em vasos puros à casa do Senhor”
(Is 66.20). Esse monte está inseparavel­
mente ligado com nosso Senhor jesus que
está voltando, pois a pedra cortada “sem
auxílio de mãos” esmiuçará a estátua Vista
no sonho de Nabucodonosor, que sim )oli-
zava os reinos humanos, e encherá to]da a
terra (veja Dn 2.34-35).
No reino de paz haverá um teriplo
real? Muitas vezes encontramos respostas
às nossas perguntas através de uma con­
clusão lógica. Em Zacarias 14.4 lemas a
respeito da vinda do grande Rei celest al, e
no versículo 8 está escrito: “Naquele dia,
também sucederá que correrão de Jerust úém
águas vivas, metade delas para o mar orien­
tal, e a outra metade, até ao mar ocidental;
no verão e no inverno, sucederá isto’ (Zc
14.8). Portanto, uma grande fonte de água
viva se abrirá em Jerusalém, com parte da
água escorrendo para o mar Mediterrâneo
e a outra para o mar Morto.
O profeta Ezequiel, que também men­
ciona muitas coisas relativas ao fim dos
tempos, nos revela com exatidão onde es­
tará localizada essa fonte: “Depois disto, o
homem me fez voltar à entrada do templo, e
eis que saíam águas de debaixo do limic r do
templo, para o oriente; porque a face da :asa
dava para o oriente, e as águas vinham de
baixo, do lado direito da casa, do lado sul do
altar” (Ez 47.1). De onde vem a água e oara
onde ela flui? Ela brota do templo e corre
para o mar Morto: “Então, me disse: Estas
águas saem para a região oriental, e descem
à campina, e entram no mar Morto, cujas
águas ficarão saudáveis. Toda criatura vi­
vente que vive em enxames viverá por onde
quer que passe o rio, e haverá muitíss imo
peixe, e, aonde chegarem estas águas, to :na-
rão saudáveis as do mar, e tudo viverá por
0 MAR MORTO É REAL. E SEU
AMBIENTE HOSTIL À VIDA É
CONHECIDO MUNDIALMENTE.
REAL ASSIM TAMBÉM SERÁ
O MONTE DO SENHOR COM
O TEMPLO. LÁ BROTARÁ A
ÁGUA QUE LEVARÁ VIDA AO
MAR MORTO!
onde quer que passe este rio. Junto a ele se
acharão pescadores; desde En-Gedi até En-
Eglaim haverá lugar para se estenderem re­
des; o seu peixe, segundo as suas espécies,
será como o peixe do mar Grande, em mul­
tidão excessiva" (Êx 47.8-10).
Até hoje não existem pescadores em
En-Gedi, pois a água do mar Morto contém
uma concentração tão grande de sal e mi­
nerais que nem peixes nem plantas aquáti­
cas sobrevivem ali. A Bíblia relata que o
mar Morto será transformado tão radical­
mente pelas águas que vêm de Jerusalém
que haverá muitos peixes em En-Gedi. 0
mar Morto é real, e seu ambiente hostil à
vida é conhecido mundialmente. Real as­
sim também será o monte do Senhor com
o Templo. Lá brotará a água que levará vida
ao mar Morto!
O monte da paz: “0 lobo habitará com
o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao
cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal
cevado andarão juntos, e um pequenino os
guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as
suas crias juntas se deitarão; o leão comerá
palha como o boi. A criança de peito brinca­
rá sobre a toca da áspide, e o j á desmamado
meterá a mão na cova do basilisco. Não se
fará mal nem dano algum em todo o meu
santo monte, porque a terra se encherá do
conhecimento do Senhor, como as águas co­
brem o mar” (Is 11.6-9).
Críticos, justamente da ala dos defenso­
res da piedosa evolução teísta, desqualifi­
cam a literalidade do leão e da ovelha como
sendo uma ilusão infantil, e argumentam
que essa imagem é linguagem figurada.
M U i C I A S Ot I S B A U . J A Ü t l R O fll ? 0 H I 7
 Mas, então, por que Deus explica, através do
profet;a, como e por que o leão, no Milênio,
rejeit i a saborosa ovelha como alimento?
Porquiie o leão, que segundo Romanos 8.18-
21 rá completamente liberto e transfor-
mado se alimentará da mesma maneira
que a ovelha se alimenta - literalmente!
Em Gênesis 1.24 descobrimos conexões
logic i:s: “Disse também Deus: Produza a ter­
ra senes viventes, conforme a sua espécie: ani-
mais domésticos, répteis e animais selváticos,
segu ndo a sua espécie. E assim se fez”. Vemos
que Deus criou animais específicos para
conv ver com o homem e também criou ani-
mais selvagens. Mesmo sendo chamados de
“selvpiáticos”, antes da queda em pecado to-
dos ■ des eram vegetarianos pacíficos: “E a
todo: os animais da terra, e a todas as aves
dos céus,:, e a todos os répteis da terra, em que
há fi itego de vida, toda erva verde lhe será
para mantimento. E assim sefez” (Gn 1.30).
Esselé um fato irremovível, que não pode ser
inter iretado de outra forma. Aqui todo cris-
tão \ erdadeiro precisa tomar posição e ves-
tira :amisa de“criacionista”.
s imensas mudanças que ocorrerão
por bcasião da volta de Cristo têm uma li-
gaçap imediata com o Santo Monte do Se-
nhot “0 lobo e o cordeiro pastarão juntos, e
o tec, 0 comerá palha como o boi; pó será a
■ . comida da serpente. Não se fará mal nem
dam algum em todo o meu santo monte,
diz o Senhor” (Is 65.25).
l iá, no Santo Monte do Senhor, também
haverá o ajuntamento de todo o Israel, que
terá retornado da Diáspora (Dispersão),
comp diz o versículo 20 de Isaías 66: “Tra-
rão 1odos os vossos irmãos, dentre todas as
naçc es, por oferta ao Senhor, sobre cavalos,
em / leiras e sobre mulas e dromedários, ao
meu santo monte, a Jerusalém, diz o Se­
nhot como quando os filhos de Israel trazem
TALVEZ HOJETAO POUCOS as si as ofertas de manjares, em vasos puros
FALEM DE ASSUNTOS à Ca >ia do Senhor".
PROFÉTICOS PORQUE SE O Iflaverá paz - entre os animais, entre
anmiiais e homens e entre os povos: “Ele jul-
FIZESSEM. NÃO APENAS garcí entre os povos e corrigirá muitas nações;
ESTARIAM OLHANDO PARA O estas converterão as suas espadas em relhas
FUTURO DOS SALVOS, de a,iados e suas lanças, em podadeiras; uma
naçc, o não levantará a espada contra outra
MAS TAMBÉM TERIAM DE naçc o, nem aprenderão mais a guerra” (Is
PROCLAMAR O LUGAR DE 2.4). Essa paz não virá por meio de esforços
humlainos, com negociações de paz ou trata-
ISRAEL NO CALENDÁRIO
dos de desarmamento, mas através do Prín-
DIVINO DO PLANO cipe da Paz, o Messias de Israel, o Libertador
DE SALVAÇÃO. de S: ão. Esse versículo maravilhoso está afi­
xadc na sede da ONU em Nova York apesar
8 I N O T Í C I A S DE I S R A E l . J A N E I R O DE 2010
de lá não se acreditar na Bíblia e constante­
mente se condenar Israel.
A vinda de Jesus em glória também
significará paz com Deus para Israel, pois
Ele mesmo habitará entre Seu povo: “En­
tão, ouvi grande voz vinda do trono, dizen­
do: Eis o tabernáculo de Deus com os ho­
mens. Deus habitará com eles. Eles serão
povos de Deus, e Deus mesmo estará com
eles” (Ap 21.3). O profeta Ezequiel diz algo
semelhante: “Habitarão na terra que dei a
meu servo Jacó, na qual vossos pais habita­
ram; habitarão nela, eles e seus filhos e os fi­
lhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu
servo, será seu príncipe eternamente. Farei
com eles aliança de paz; será aliança perpé­
tua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e
porei o meu santuário no meio deles, para
sempre. O meu tabernáculo estará com eles;
eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
As nações saberão que eu sou o Senhor que
santifico a Israel, quando o meu santuário
estiver para sempre no meio deles” (Ez
37.25-28).
O monte dos sobreviventes: Em Za­
carias 14 temos a descrição da situação
que se sucede após os juízos apocalípticos,
que criarão circunstâncias jamais vistas na
terra: “Todos os que restarem de todas as
nações que vieram contra Jerusalém subirão
de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor
dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Ta­
bernáculos. Se alguma das famílias da terra
não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o
Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a
chuva” (Zc 14.16-17).
Do mundo todo virão os sobreviventes
dos diversos povos até o centro da terra para
adorar o Deus verdadeiro, o Deus de Israel,
em Jerusalém, e para celebrar a Festa dos
Tabernáculos. Portanto, haverá sobreviven­
tes, um fato que mais uma vez reflete nitida­
mente a infinita graça de Deus. Por quê? Se
todos os que aceitarem o sinal da besta esti­
verem perdidos, e todos os que a rejeitarem
serão martirizados, quem restará? - Sabe­
mos que haverá um remanescente de Israel
que, de forma milagrosa, será sustentado e
protegido por Deus do furor do Anticristo.
Além desses, existe o grupo especial mente
mencionado de 144.000 selados, que será
protegido e usado por Deus. Esses sobrevi­
ventes serão judeus, mas haverá mais ho­
mens vivendo e participando do Milênio,
como já vimos nos versículos mencionados
acima, o que prova a imensa graça de Deus
para com uma humanidade rebelde.
 Perguntemo-nos por que depois das
sete cartas do Apocalipse aparecem em ce­
na as Duas Testemunhas e os 144.000 sela­
dos. Se nos aprofundamos nos capítulos 7
e 11 do Apocalipse sem idéias pré-concebi-
das e sem limitações denominacionais, en­
tenderemos facilmente que esses 144.000 e
as Duas Testemunhas serão judeus. Por que
de repente Israel reaparece em cena? As
Duas Testemunhas, equipadas com muito
poder, sem o menor resquício de dúvida
atuam como os maiores profetas do Antigo
Testamento, bem dentro da “linguagem de
Deus para com Israel”. Por quê? Simples­
mente, porque a Igreja não estará mais
aqui nessa ocasião! A Noiva com a “bendita
esperança” já terá sido arrebatada, tirada
desta terra pelo Noivo celestial antes “da
hora da provação” que há de vir (Ap 3.10).
Um exemplo forte de idéias eclesiasti-
camente pré-concebidas é encontrado no
site wvvvv.theworkofgod.org/ZION.htm
(em inglês). Ali, o “estudo bíblico” propõe
simplesmente substituir “Sião” e “santo
monte do Senhor” por “Maria” , e trocar
“Jerusalém” por “Igreja Católica” . Esse é
um exemplo típico de abuso das promes­
sas que são válidas exclusivamente para
Israel. O comentário sobre o texto de Mi-
quéias é uma aula prática desse abuso. Es­
tá escrito: “Irão muitas nações e dirão: Vin­
de, e subamos ao monte do Senhor e à ca­
sa do Deus de Jacó, para que nos ensine os
seus caminhos, e andemos pelas suas vere­
das; porque de Sião vird a lei, e a palavra
do Senhor, de Jerusalém” (Mq 4.2). Comen­
taristas católicos explicam assim esta pas­
sagem: “ Todos os povos virão a Maria e a
partir de lá (do papa, do Vaticano) provém
a doutrina verdadeira!” Ou Miquéias 4.11:
“Acham-se, agora, congregadas muitas na­
ções contra ti, que dizem: Seja profanada, e
vejam os nossos olhos o seu desejo sobre
Sião”. O comentário: “Ataque protestante a
Maria” . Ou Isaías 29.8: “Será também co­
mo o faminto que sonha que está a comer,
mas acordando, sente-se vazio; ou como o
sequioso que sonha que está a beber, mas
acordando, sente-se desfalecido e sedento;
assim será toda a multidão das nações que
pelejarem contra o monte Sião”. A explica­
ção: “Não há pão celestial em outras igre­
jas” - exceto, é óbvio, na “ única que salva”,
que seria a Igreja Católica.
Enquanto os católicos se apossam de­
savergonhadamente das mais belas pro­
m essas que Deus fez a Israel, os reforma­
dos combatem a crença em um rei io de
paz como sendo “fanatismo quilicsta” *.
Afirmam que Isaías 11.6 é apenas li ígua-
gem figurada. Que assim como o leão p as­
ta pacificamente com a ovelha, hoje o rei­
no de Cristo estaria frente a um n undo
ímpio e inimigo de Cristo e que o rei ao da
cruz significaria reino de paz e amcr, um
paraíso bem-aventurado. Percebemos co­
mo, mesmo no meio das igrejas cristãs,
muitas falácias no raciocínio acabam em
becos espirituais sem saída. Simplesmen­
te não se admite o sentido lógico de algu­
ma passagem! Após a queda em pecado,
nosso mundo começou a sofrer n a is e
mais debaixo da maldição, intensificada
ainda mais pelo devastador Dilúvio. Toda
a criatura geme e sofre sob o domír io da
morte. Mas Deus promete: quando o Prín­
cipe da Paz voltar, tudo será mudae o, fi­
cando semelhante à criação original. Mas
quando, no meio supostamente crist io, se
expande o pensamento darwinista o ate-
ísta e a crítica à Bíblia, logicamente r ão se
pode mais esperar por declarações edifi­
cantes e fiéis à Palavra de Deus.
Expressões como “Santo Monte c o Se­
nhor” , “meu santo monte”, “monte do Tem­
plo” ou “monte Sião” e combinações c e pa­
lavras de sentido similar aparecem m lis de
60 vezes na Bíblia. Esta nossa explanação
reflete uma posição doutrinária que pode
ser definida como “simples e evidmte” .
Não devemos nos desviar da “simplicidade
e pureza devidas a Cristo”, como Pau o re­
lembrou aos coríntios (2 Co 11.3). Talvez
hoje tão poucos falem de assuntos pro­
féticos porque se o fizessem , não apenas
estariam olhando para o futuro dos sal­
vos, m as tam bém teriam de proclam ar
o lugar de Israel no calendário d vino
do plano de Salvação. Após quase 2.000
anos de história eclesiástica, para muitos é
extremamente estranho falar em cumpri­
mento literal das profecias bíblicas, espe­
cialmente das que dizem respeito ao f rturo
de Israel. Isso acontece por preconceito,
mas também porque muitas denomin ições
simplesmente proscreveram de um i vez
por todas os “assassinos de Cristo”. A mal­
dição é deixada para os judeus, e as bên­
çãos são todas para os cristãos.
' De "quiliasmo" (do palavra grega chíliai: mil): a crenço
no reino Milenar com sede em Sião (Jerusalém e com
Jesus como "Rei dos reis e Senhor dos Senhores
É fascinante saber que Deus, em um
futuro não muito distante, interferirá atra­
vés de Jesus no nosso “sistema aparente­
mente fechado” e o romperá. Ele acabará
definitivamente com a política e o poder
humanos. Essas mudanças imensas e essa
reviravolta total são uma forte esperança
em meio à decadência e à desorientação
que nos rodeia. Que Deus nos ajude a en­
tender o que significa a “riqueza em Cris­
to”, a compreender tudo o que está incluído
e assegurado na obra redentora de Cristo e
tudo que se tornará realidade por ocasião
da manifestação da glória do Rei dos reis.
Reinhold Federo lf, de na­
cionalidade alemã, palestrante mis­
sionário e artista gráfico, vive há 35
anos no Brasil, trabalhando com a
Obra Missionária Chamada da Meia-
Noite e fazendo parte da liderança. É
casado com Traudi, gaúcha de ori­
gem alemà, e pai de 7 filhos. Ele
viaja pelo Brasil inteiro, desde o ano
2000 com a ajuda do bem equipado ônibus missionário
VERBUS, visitando as cidades, representando a missão,
palestrando nas mais diversas igrejas e divulgando a lite­
ratura cristã. Reinhlod desenvolveu no seu ministério a
pregação audiovisual (ilustrada e falada ao mesmo
tempo), que tem sido uma bênção para muitos.
Esta mensagem é a mais nova e também
está disponível em multimídia (DVD):
Outras mensagens de Reinhold Federolf
em DVD, todas ricamente ilustradas
Para realizar palestras em sua cidade/igreja,
entre em contato com:
T ra u d i F e d e r o l f
■a O x x 5 1 - 3 2 5 9 . 1 3 3 2
e-m ail: reinhold.federolf@ verbus.com .br
C h a m a d a d a M eia -N o ite - escritório:
■a 0 3 0 0 7 8 9 .5 1 5 2
e veja o site: ,
w w w .v e r D U 5 .c o m .b r
 “Supersessionismo é a visão de que a
Igreja do Novo Testamento suplanta, subs­
titui, ou cumpre o lugar e o papel de Israel
no plano de Deus” ,[ 1j observa Mike Vlach,
que escreveu uma tese de doutorado sobre
esse assunto.[2]
O supersessionismo é um outro termo,
geralmente encontrado em círculos acadê­
micos, usado como sinônimo de Teologia
da Substituição. Hoje há uma crescente
tendência por parte de alguns que ensinam
a Teologia da Substituição, de negar que
suas visões deveriam ser legitimamente
classificadas como supersessionismo.
CAMINHA DA MESMA
FORMA, GRASNA DA
MESMA FORMA
Existe uma expressão americana que
mostra ser possível identificar algo desco-
10 I N O T Í C I A S DE I S R A E L J A H E I R O Pi ZOlfl
nhecjido, observando suas características:
“Se ciminha como um pato, grasna como
um pato,i, e cheira como um pato, então de-
ve s e ­ um pato”. Shakesperare expressou-
se in t!is eloquentemente: “ Uma rosa pode
ser c íamada de qualquer outra coisa, mas
aindí é uma rosa”. Esses ditos podem ser
aplicaidos a alguns evangélicos que ensi-
nam i Teologia da Substituição, mas depois
não admitem o que realmente defendem,
Simuel Waldron, teólogo amilenista e
alian :ista, escreveu uma resposta a uma
pales :na proferida por John MacArthur na
qual este defende o premilenialismo. VVal-
dron negou veementemente ser um adepto
da T<ologia da Substituição, embora sus-
tente suas crenças clássicas. Diz ele: “A
Igrejí é Israel em uma nova fase de exis-
tênci 1, reformada e expandida. (...) A Igreja
é real:mente a continuação de IsraeP.[3]
Como pode alguém com um PhD em Teo-
logia como o que Waldron possui, não per­
ceber que a afirmação acima e o restante
de seu livro demonstram que ele defende
uma forma de Teologia da Substituição?
0 fato é que ele afirma que a Igreja re­
presenta uma nova “fase de existência” e
depois define a “fase” de Israel do Novo
Testamento como a fase de inclusão dos
gentios.[4) Isso é a clássica Teologia da
Substituição, uma vez que o resultado e a
lógica de sua posição são que o Israel étni­
co e nacional foi substituído pela Igreja. Tal
visão prega que Israel foi deserdado e não
tem um futuro que inclui uma existência
nacional para um Israel redimido. Waldron
demonstra uma cegueira que não lhe per­
mite ver que dois mais dois são quatro.
Hank Hanegraaff é um outro neo-su-
persessionista que disse: “Nunca defendi a
Teologia da Substituição” .[5] Essa é uma
declaração surpreendente, uma vez que seu
livro The Apocalypse Code [0 Código do
Apocalipse) está cheio de afirmações e ar-
gumentos da Teologia da Substituição. [6]
Ele dá a seguinte razão para negar que
apóia as visões supersessionistas:
Deus desde sempre teve apenas um po­
vo escolhido, que form a uma comunidade
de aliança, simbolizada lindamente nas Es­
crituras por uma oliveira cultivada. De fato,
a terminologia exata usada para descrever
os filhos de Israel no Antigo Testamento é
atribuída à Igreja no N ovo Testamento. (...)
Com o tal, a verdadeira Igreja é o verdadei­
ro Israel, e o verdadeiro Israel é verdadeira­
mente a Igreja - não se pode substituir o
que ela já é. Em vez de raciocinarem juntos
em um debate de alto nível, os dispensacio-
nalistas cunharam a frase "Teólogo da Subs­
tituição” como o silenciador final.[7]
Por um ou outro motivo, a nova ten­
dência de alguns é rejeitar o rótulo, mas
ensinar o ponto de vista histórico da Teolo­
gia da Substituição.
RAZÕES DA
SUBSTITUIÇÃO
Hanegraaff erra ao pensar que a Teolo­
gia da Substituição seja algo inventado pe­
los dispensacionalistas para que possam
rotular aqueles que discordam deles. “Em­
bora seja verdade que Israel ocupa um lu­
gar importante na Teologia da Dispensa-
çâo, também é verdade que a reflexão rela­
tiva ao lugar de Israel no plano de Deus
data de muitos séculos antes dessa escola
de pensamento”,[8] afirma Ronald Dipro-
se. Embora observe que uma forma ante­
rior da Teologia da Substituição começou
no Século II com Justino Mártir, Diprose a
descreve como uma teologia que consistia
da crença de que “Israel foi repudiado por
Deus e foi substituído pela Igreja na execu­
ção de Seu plano. Uma variação dessa idéia
é que o verdadeiro Israel tem sempre sido a
Igreja” ,[9] que é a visão expressa por Wal-
dron e por Hanegraaff em todo o livro The
Apocalypse Code (doravante, AC).[ 10]
Mike Vlach, em sua tese de doutorado
sobre esse assunto, descreve tanto o méto­
do da Teologia da Substituição quanto a te­
ologia, ou o resultado que ela produz:
N o âmbito da hermenêutica, os super­
sessionistas argumentam que: ( I ) o Novo
Testamento possui prioridade interpretativa
sobre o Antigo Testamento; (2) o Israel na­
cional funcionou como um tipo da Igreja do
Novo Testamento; e (3) o Novo Testamen­
to indica que as profecias do Antigo Testa­
mento relativas ao Israel nacional estão sen­
do cumpridas com a lgreja.[l I]
É óbvio que Hanegraaff adotou u her­
menêutica ou o método, e depois as con­
clusões, da Teologia da Substituição.
Que o Novo Testamento possui priori­
dade interpretativa sobre o Antigo é visto
em todo o AC à medida que Hanej;raaff
deixa de lado a profecia do Antigo ’ Testa­
mento que nunca foi cumprida por Israel
ao incluí-la em um suposto cumprir tento
do Novo Testamento. Por exemplo, ao ca­
racterizar Israel no Antigo Testameni o co­
mo “a noiva prostituída” que é substituída
no Novo Testamento pela “noiva pui ifica-
da”, que é a Igreja, Hanegraaff reintei preta
o Antigo à luz do Novo.j 12]
Após comparar uma série de per ;ona-
gens do Antigo Testamento com Jesus do
Novo Testamento (por exemplo, Josut e Je­
sus), Hanegraaff diz: “Em cada caso, o me­
nor é cumprido e tornado obsoleto pelo
maior”.] 13] Concordo que o Novo "esta­
mento sempre observa o progresso c a re­
velação de Deus ao manter o
do Antigo por Cristo, mas em nenhu n
gar o Novo indica que as promessas do An­
tigo Testamento ao Israel étnico são substi­
tuídas pela obra de Cristo. Em vez disso,
Cristo é a base para o cumprimento das
promessas do Antigo Testamento. Di;: Ha­
negraaff que “sombras da aliança antiga
encontram sua consumação final na pes­
soa e na obra de Jesus Cristo”.] 14] Não é
uma situação “ou isso ou aquilo”; é m dhor
ver a relação entre os testamentos como
“tanto isso quanto aquilo” .
O segundo ponto m etodológio de
Vlach é que os defensores da Teologia da
Substituição vêem o Israel nacional como
um tipo da Igreja do Novo Testamento.
“Jerusalém simbolizava tudo o que Israel
deveria ser. (...) Jerusalém é tipológico
dos maiores propósitos de Deus” ,] 15] de­
"U M A ROSA PODE SER
clara Hanegraaff. Ele fala de Paulo ilus­
trando um “cumprimento tipologicamen- CHAMADA DE QUALQUER OUTRA
te elevado (...) de que todos que se fir­ COISA, MAS AINDA É UMA
mam em uma Jerusalém terrena com um
ROSA". ESSE DITO PODE SER
templo reconstruído e com os sacrifícios
do templo reinstituídos estão em escravi­ APLICADO A ALGUNS
dão a tipos e sombras” .] 16] Hanegraaff EVANGÉLICOS QUE ENSINAM A
fala do “cumprimento tipológico do tem­ TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO,
plo e do restante da antiga aliança” [17]
Suas visões são resumidas da seg tinte MAS DEPOIS NÃO ADMITEM 0
maneira: “ Desta forma, a interpretaçí.o ti- QUE REALMENTE DEFENDEM.
pológica do Antigo Testamento pelo 'Jovo
N O T I C I A S D! I S R AE L . J A N E I R O Ot 1 01 0 I 11
Testamento coloca-se como a repreensão
final ao zelo sionista” .[ 18]
0 terceiro ponto, de que as promessas
do Antigo Testamento a Israel são cumpri­
das com a Igreja, também é evidente em
Hanegraaff. Ele diz que: “as promessas da
terra são enfim totalmente cumpridas no
futuro final através de Jesus. (...) A pro­
messa é tipologicamente cumprida no Se­
nhor” . ] ^ ] Adiante, ele afirma: “ Pedro usa
a linguagem exata anteriormente reservada
para o Israel nacional e a aplica ao Israel
espiritual” .[20]
“Além disso, as promessas da terra são
cumpridas no futuro remoto através de Je­
sus, que provê para o verdadeiro Israel um
descanso permanente de suas peregrina­
ções em pecado”.[21] Hanegraaff usa o
termo “verdadeiro Israel” como uma refe­
rência à Igreja.
Vlach também descreve os argumentos
teológicos que os supersessionistas cons­
troem como seguem: “ (1) o Novo Testa­
mento ensina a rejeição permanente do Is­
rael nacional como o povo de Deus; (2) a
aplicação da linguagem de Israel à Igreja
mostra que a Igreja é agora o verdadeiro
Israel; (3) a unidade salvífica entre os ju­
deus e os gentios descarta uma restauração
do Israel nacional; e (4) o cumprimento da
nova aliança com a Igreja mostra que a
Igreja é agora o verdadeiro Israel” .[22] Cla­
ramente Hanegraaff e Waldron aderem a
essas crenças teológicas.
CONCLUSÃO
Hanegraaff até mesmo utiliza o termo
“substituir” na seguinte declaração: “A
história, assim como o Novo Testamento,
revela que a Cidade Santa - que se tornou
em cidade prostituta - é substituída pelo
santo Cristo. Jesus é o antítipo que cum­
pre toda a tipologia investida em Jerusa­
lém” . [23] Hanegraaff diz que Gênesis
12 I N O T I C I A S Dt I S R A E L J A N E I R O DE 2010
12.3, que eu entendo que inclui o Israel
étnico, se refere, em vez disso, ao “verda­
deiro Israel, que consiste de toda pessoa
que, fo r meio da fé, foi adotada na família
de Deus” . [24] Quando ele fala sobre as
prom :ssas da terra, que até agora ainda
não foram completamente cumpridas,
Haneçraaff insiste em que elas foram
“cum jridas e tornadas obsoletas pela pro­
messa maior”.[25] Estas são as afirma­
ções clássicas da Teologia da Substituição.
seguro concluir que, a despeito de
suas hegativas, Hanegraaff e Waldron são
claramente defensores da Teologia da
Substituição. Norman Geisler também en­
tende que o AC de Hanegraaff ensina a
Teologia da Substituição quando observa:
“Em >eral, 0 Código tira repetidamente as
promessas do Antigo Testamento para os
ju d eis de seu contexto original substi­
tuindo Israel pela Igreja do Novo Testa­
mento. A “Teologia da Substituição” é um
exemplo clássico de retirar um texto de
seu contexto” .[26] Embora eles rejeitem
vigor jsamente o rótulo, tanto Hanegraaff
quan o Waldron e outros seguem hoje al­
gum: forma de Teologia da Substituição,
admitam eles ou não. Maranata! (Pre-Trib
Research Center)
Thoma: Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research
Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é outor de muitos
livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.
Notas:
1. Mihael J. Vloch, "12 Reasons Why Supersessionism/
Reilacement Theology Is Not o Biblicol Doctrine", [12
Rozões Pelas Quais o Supersessionismo ou a Teologia
da Substituição Não é Uma Doutrina Bíblica] www.
thi ologicalstudies.org/page/page/4425336.htm.
2. Michael J. Vloch, "The Church os o Replacement of
1st nek An Analysis of Supersessionism" [A Igreja
Co no Uma Substituição de Israel: Uma Análise do
Surersessionismo], Tese de Doutorado, Southeastern
ptist Theological Seminary, maio de 2004.
p edid os: <X' 0300 789.5152 | w w w .chainnda.eorn.br
3. Somuel E. Waldron, MacArthur's Millennial Manifesto:
A Friendly Response [0 Manifesto Mileniol de
MacArthur: Umo Resposta Amistosa] (Owensboro, KY:
Reformed Baptist Academic Press, 2008), p. 7.
[ênfase original],
4. Waldron, Manifesto, pp. 35-55.
5. Honk Honegrooff, "Response to National Liberty
Journal article on The Apocalypse Code [Resposto
ao Periódico Liberdade Nacional - ortigo sobre 0
Código do Apocalipse], www.equip.org/sile/apps/
nl/content2.asp?c=mulllaMNJrE&b=2616123&ct
=3839317.
6. Hank Hanegraaff, The Apocalypse Code: Find Out
What the Bible Really Says About The End Times and
Why It Matters Today [0 Código do Apocalipse:
Descubra o Que o Bíblia Realmente Diz Sobre os
Tempos do Fim e Por Que Isso é Importante Hoje]
(Nashville: Thomas Nelson, 2007). Paro um livro
com a refutação ao livro de Hanegraaff, veja Mark
Hitchcock e Thomas Ice em seu livro Breaking The
Apocalypse Code: Setting The Record Straight About
The End Times [Quebrando o Código do Apocalipse:
Corrigindo um Equívoco Sobre os Tempos do Fim]
(Costa Mesa, CA: The Word For Today).
7. Hanegraaff, "Response" [Resposta].
8. Ronald E. Diprose, Israel In The Development of
Christian Thought [Israel no Desenvolvimento do
Pensamento Cristão] (Rome: Instituto Biblico
Evangélico Itoliono, 2000), p. 3.
9. Diprose, Israel, p. 31. [ênfase original]
10. Hanegraaff chama a Igreja de "o verdadeiro Israel"
(p. 116, 124, 127, 180, 199, 200) ou o "Israel
espiritual" (p. 221) várias vezes no AC.
11. Vlach, "Replacement of Israel" [A Substituição de
Israel], p. xvii.
12. Hanegraaff, Código, p. 124.
13. Hanegraaff, Código, p. 201.
14. Hanegraaff, Código, p. 174.
15. Hanegraaff, Código, p. 190.
16. Hanegraaff, Código, pp. 202-03.
17. Hanegraaff, Código, p. 223.
18. Hanegraaff, Código, p. 223.
19. Hanegraaff, Código, p. 182.
20. Hanegraaff, Código, p. 221.
21. Hanegraaff, Código, p. 180.
22. Vloch, "Replacement of Israel" [A Substituição de
Israel], p. xvii.
23. Hanegraaff, Código, p. 197.
24. Hanegraaff, Código, p. 200.
25. Hanegraaff, Código, p. 201.
26. Norman L. Geisler, "Review of Honk Hanegraaff's
The Apocalypse Code" [Crítica de 0 Código do
Apocalipse de Hank Hanegraaff]. www.ses.edu/
NormGeisler/ReviewApocalypseCode.html.
Como a lurquia foi perdida
Antes considerada a apoteose de
uma democracia muçulmana confiá­
vel, pró-ocidental, agora a Turquia
deixou oficialmente a aliança ociden­
tal e tornou-se um membro por com­
pleto do eixo iraniano.
Isso não significa que o compor­
tamento de Ancara mudou funda­
mentalmente nos últimos dias. Não
há nada de novo em sua sólida hos­
tilidade em relação a Israel e sua
efusiva solicitude em relação à Síria
e ao Hamas. Desde que o partido
islâmico AKP ganhou o controle so­
bre o governo da Turquia nas elei­
ções de 2002, liderado por Recip
Tayyip Erdogan, os turcos têm movi­
do cada vez mais e inexoravelmente
sua democracia muçulmana, ante­
riormente favorável ao Ocidente,
para o campo islamita radical em
que convivem o Irã, a Síria, o
Hezb'allah (Partido de Alá), a al-
Qaeda e o Hamas.
O que fez o comportamento turco
recente diferir do seu comportamento
de meses e anos passados foi que
seus ataques [contra Israel] foram
concentrados, inequívocos e inegá­
veis para todos, exceto para a mídia
14 I N O T I C I A S DE I S R A E l . J A N E I R O DE 20 10
escandalosamente imbecil e auto-fla-
gelante de Israel.
Até agora, tanto Israel quanto os
Estacos Unidos foram rápidos em
desculpar Ancara. Em 2003, quando
o pcrlamento turco, dominado pelo
AKP, proibiu as forças armadas dos
EUA de invadirem o Iraque através
do Curdistão, os EUA culparam a si
mesmos. Em vez de ficar irado contra
a Turquia, o governo Bush argumen­
tou que seus funcionários mais gra­
duados haviam feito o jogo diplomá­
tico ce maneira ineficiente.
Em fevereiro de 2006, quando
Erdogan tornou-se a prim eira figu­
ra internacional a dar as boas-vin­
das aos líderes do Hamas em uma
visite oficial, após o grupo dos
jihacistas ter ganhado as eleições
palestinas, Jerusalém tentou achar
uma explicação, amenizando essa
agreisão diplom ática. Os líderes is­
raelenses afirm aram que o trata-
menta com tapete vermelho que Er-
dogen tinha dispensado aos assas­
sinos em massa que buscam a
d estrjição física de Israel não era
motivado por uma hostilidade ine­
rente por parte do regime do AKP
com relação a Israel. Em vez disso,
foi dito que Ancara simplesmente
apoiava a democracia e que o AKP,
como um partido islamita anterior-
mente tido como fora da lei, sentia
certa afinidade com o Hamas como
um pobre coitado muçulmano.
Jerusalém deu desculpas seme­
lhantes para os atos de Ancara
quando, durante a guerra de 2006
contra o Hezb'allah, a Turquia fe­
chou os olhos para os comboios de
armas iranianas que passavam pelo
seu território em direção ao Líbano.
As mesmas desculpas foram dadas
quando a Turquia tomou o partido
do Hamas contra Israel durante a
Operação Chumbo Moldado em
Gaza, e requereu, dentre outras coi­
sas, que Israel fosse expulso das N a ­
ções Unidas; e quando Erdogan cau­
sou um incidente diplomático ao ata­
car o presidente Shimon Peres
durante um aparecimento conjunto
na Conferência de Davos. Da mesma
forma, o apoio aberto ao programa
de armas nucleares do Irã e seu co­
mércio galopante com Teerã e com
Damasco, bem como seu envolvi­
mento com os financiadores da al-
Qaeda, suscitaram nada mais que
alguns resmungos por parte de Israel
e da América.
Durante essas últimas manifesta­
ções contra Israel, Jerusalém buscou
prosseguir com sua política de encon­
trar desculpas para a agressão da
Turquia. Depois que a Turquia des-
convidou a Força Aérea de Israel pa­
ra tomar parte do exercício aéreo
conjunto Anatolian Eagle juntamente
com a Turquia e a OTAN, funcioná­
rios de alto escalão, como o vice-mi-
nistro do Exterior Danny Ayalon, e a
líder oposicionista Tzipi Livni, tenta­
ram sublimar o incidente, afirmando
que a Turquia permanece como alia­
do estratégico de Israel.
Mas a Turquia não perdeu tem­
po e logo os fez de bobos. Onze
ministros do governo turco desce­
ram à Síria para assinarem uma sé­
rie de acordos de cooperação com 0 GOVERNO BUSH OS AVISO S DOS LÍDERES SECULARES TURCOS
os lacaios árabes do Irã. O Ministé­
M ÍD IA 0 0 P A ÍS. E NAS CORPORAÇÕES M ILITAR ES
rio do Exterior de Israel nem teve
tempo de escrever os pontos apolo­ E D IP LO M Á TIC A S TURCAS. DE QUE ERDOGAN
géticos para a discussão daquele ERA UM LOBO EM VESTES DE CORDEIRO.
movimento descarado antes que a
Síria anunciasse que estava entran­
do em aliança m ilitar com a Turquia
e iria realizar um exercício m ilitar res palestinas a abortar nos blo­ poder tenha sido simplesmente uma
conjunto com as forças militares tur­ queios das estradas e que en ilei- questão de tempo.
cas. Atônita diante da decisão da ram grupos de palestinos cont a a Mas, mesmo que a subida do
Turquia de realizar manobras m ili­ parede para serem fuzilados. AKP ao poder fosse eminentemente
tares com seu inim igo, apenas dois A transmissão da TRT1 consl ran­ previsível, sua habilidade para con­
dias depois de haver cancelado o geu Israel. O ministro do Exterior solidar o controle sobre todos os ór­
treinamento conjunto com Israel, Je­ anunciou que comunicaria um protes­ gãos do governo turco, assim como
rusalém não pôde pensar em ne­ to oficial à embaixada da Turquic. In- o que antes havia sido uma impren­
nhuma explicação branda para es­ felizmente, não ficou claro quem /iria sa livre, e de mudar completamente
se acontecimento. ao Ministério do Exterior para rece­ a postura estratégica da Turquia em
O dia seguinte foi caracterizado ber a comunicação, uma vez que a apenas sete anos estava longe de ser
por uma escalada de ataques verbais Turquia não mantinha embaixador inevitável. Por causa dessas realiza­
ao Estado judeu. Primeiro, Erdogan em Israel há três semanas. ções, o AKP tem um débito de grati­
renovou suas alegações difamatórias O rompimento da Turquia ccm o dão com os governos tanto de Bush
de que Israel deliberadamente matara Ocidente, assim como sua dec siva quanto de Obama, bem como da
crianças em Gaza. Depois, ele apelou ruptura com Israel e sua oposição União Européia.
aos turcos que aprendessem a ganhar aos EUA no Iraque e no Irã eram O governo Bush ignorou os avi­
dinheiro como os judeus ganham. previsíveis. O islã militante da varie­ sos dos líderes seculares turcos na
Os ataques anti-israelenses e dade AKP vem gozando de crescen­ mídia do país, e nas corporações
anti-semitas de Erdogan foram se­ te popularidade e apoio em tocla a militares e diplomáticas turcas, de
guidos pelo lançamento na rede de Turquia há muitos anos. A corrupção que Erdogan era um lobo em vestes
TV TRT1, que é controlada pelo go ­ endêmica dos líderes seculares tradi­ de cordeiro. Em vez de prestarem
verno turco, de uma nova série, no cionais da Turquia fez aumentar a atenção a suas tentativas anteriores
horário nobre, que representa os popularidade dos islamitas. Cada de enfraquecer o caráter secular e
soldados das Forças de Defesa de essa realidade doméstica da Turc uia, pró-ocidental da Turquia, e de tra-
Israel como assassinos de bebês e é possível que a subida de Erdcgan tá-lo ao menos com suspeita módi­
de meninas, que forçam as mulhe­ e de seus companheiros islamitas ao ca, após a vitória eleitoral do AKP

HO11CIAS BE ISRAfI .lAUflBfl BI ?II1H

em 2002 o governo Busch aprovou
o AKP e Erdogan como modelos de
virtude da moderação islâmica e
como provas positivas de que os
EUA e o Ocidente não tinham ne­
nhum problema com o islã político.
O islã de Erdogan, que foi sendo
mascateado suavemente, mas con­
solidado sem remorsos, foi abraça­
do pelos altos funcionários america­
nos que queriam reduzir a demo­
cracia a um sinônimo de eleições,
em vez de reconhecer que a demo­
cracia só é significativa quando é
um sistema de leis e de práticas que
promovem o igualitarism o liberal.
Num sentido bastante real, a
disposição do governo Bush de ser
manipulado por Erdogan abriu ca­
minho para a decisão americana,
em 2005, de pressionar Israel a
perm itir que o Hamas participasse
das eleições palestinas e de coagir
o Egito a perm itir que a Fraternida­
de Muçulmana participasse em sua
eleição parlamentar.
Na própria Turquia, o apoio en­
tusiástico que o governo americano
deu ao AKP significou que Erdogan
0 PRESIDENTE 8ARACK OBAMA FEZ UMA VISITA ENVAIDECEDORA A ANCARA.
NA QUAL ELE EFETIVAMENTE ENDOSSOU A ISLA MIZAÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA TURCA.
QUE LEVOU ESSE MEMBRO DA OTAN P/ RA OS BRAÇOS DOS M ULLAHS DE TEERÃ.
16 I IIOliCIAS 01 ISBftll. JAIIIIRO 01 ?01
nao encontrou nenhuma oposição
no C cidente a suas manobras para:
(a qcabar com a liberdade de im-
prenjs<a na Turquia; (b) expurgar as
forç ds armadas turcas de seus líde-
res seculares e terminar com seu
mand ato constitucional que visava
press rvar o caráter secular da Tur­
quia fe) intim idar e privar dos di-
rei tos de serem votados aos líderes
empnesariais seculares e diploma-
tas; e (d) encher os tribunais turcos
com islamitas. Isto quer dizer que,
em nome de seu apoio à definição
agu ada de democracia, os EUA fa-
cilitci ram a subversão, engendrada
por Erdogan, de todas as institui-
ções turcas que possibilitavam que
nor mas liberais fossem preservadas
e q mantinham a Turquia na
alian ça ocidental.
Quanto ao governo Obama, des-
de que começou, em janeiro, ele
aba ndonou o apoio dos EUA a ati-
viste democráticos em todo o mun-
do, sm favor de uma política de pu-
ro apaziguamento dos adversários
dos EUA, à custa dos aliados dos
EUA . Seguindo essa política, o pre-
sidente Barack Obama fez uma visi­
ta envaidecedora a Ancara, na qual
ele efetivamente endossou a islami-
zação da política externa turca, que
levou esse membro da OTAN para
os braços dos mullahs de Teerã. Vis­
tas em conjunto, as ações da Casa
Branca vindas de Bush e de Obama
desmoralizaram os turcos ocidentali­
zados, que agora crêem que seu pa­
ís está fadado a descer às profundi­
dades do extremismo islâmico. Da
maneira como muitos vêem essa
questão, se esses turcos ocidentaliza­
dos quiserem permanecer na Tur­
quia, seu único recurso será se uni­
rem ao campo islamita e acrescenta­
rem suas vozes ao crescente coro de
anti-americanismo e anti-semitismo
que está varrendo o país.
Além disso, há também a União
Européia (UE). Durante anos, Bruxe­
las vinha animando a Turquia, pro­
metendo que, se esta promovesse
suficientes reformas quanto aos d i­
reitos humanos, o país muçulmano
de 80 milhões de habitantes pode­
ria se unir à Europa. Mas, longe de
induzir a um comportamento mais
liberal por parte da Turquia, essas
reformas supostamente iluminadas
abriram caminho para o crescimen­
to do islamismo no país. Ao forçar
a Turquia a restringir seu papel m ili­
tar como garantia do secularismo
turco, a UE afastou a última linha
de defesa dos secularistas contra a
crescente onda do AKP. Ao forçar a
Turquia a tratar seus prisioneiros
políticos com mais humanidade e a
cancelar a pena de morte, a UE cor­
roeu a reivindicação moral dos se­
cularistas à liderança e enfraqueceu
a habilidade deles de efetivamente
combaterem o terrorismo, tanto dos
curdos quanto dos islamitas.
Ao mesmo tempo, ao se recusar
constantemente a permitir que a
Turquia se unisse à UE, a despeito
das mudanças promovidas por A n­
cara para comprovar sua correção
política, Bruxelas depreciou ainda
mais os secularistas turcos. Q uan­
do, depois de todas as suas refor­
mas auto-destrutivas e auto-degra-
dantes, a Europa ainda os rejeitou,
os turcos precisaram encontrar uma
 A UNIÃO EUROPÉIA VINHA ANIMANDO A TURQUIA. PROMETENDO QUE. SE ESTA PROMOVESSE SUFICIENTES REFORMAS QUANTO AOS
DIREITOS HUMANOS. O PAÍS PODERIA SE UNIR À EUROPA. MAS. LONGE DE INDU. IR A UM COMPORTAMENTO MAIS LIBERAL POR PARTE DA
TURQUIA. ESSAS REFORMAS SUPOSTAMENTE ILUMINADAS ABRIRAM CAMINHO PARA O CRESCIMENTO 00 ISLAMISMO NO PAÍS.
maneira para restaurar sua honra
ferida. O meio mais natural de fa ­
zer isso foi que os turcos simples­
mente viraram suas costas à Europa
e se moveram em direção a seus ir­
mãos muçulmanos.
Por seu lado, como o solitário
Estado judeu que não pertence a
nenhuma aliança, Israel não tinha
nenhuma habilidade para influen­
ciar mudanças internas na Turquia.
Mas, mesmo assim, a decisão da
Turquia de trair o Ocidente traz li­
ções gerais para Israel e para o
mundo livre como um todo. Essas li­
ções deveriam ser aprendidas e
aplicadas não apenas nas próximas
ações relacionadas à Turquia, mas
a toda uma hoste de regimes políti­
cos e grupos subnacionais naquela
região e pelo mundo afora.
No primeiro momento, é crucial
que os formuladores das políticas re­
conheçam que a mudança é a única
característica permanente da condi­
ção humana. A presença de um país
no campo ocidental hoje não é ga ­
rantia alguma de que ele permane­
cerá ali no futuro. Se um regine é
democrático ou autoritário, ou algo
entre essas duas posições, as condi­
ções e tendências domésticas têm
papel mais importante em determi­
nar sua postura estratégica com o
correr do tempo. Isso é tão verdadei
ro para a Turquia quanto o é para
os EUA, para o Irã, para a Siécia
ou para o Egito.
A perda da Turquia mostra que
países podem mudar e mudam. A
melhor maneira de se influenciar a
mudança é permanecer verdadeiro
com seus amigos, mesmo que esses
amigos sejam imperfeitos. Apencs ao
fortalecer aqueles que comparti ham
das normas e dos interesses de um
país - em vez de seus procedimentos
e de sua retórica - é que os governos
podem exercer influências construti­
vas sobre mudanças internas err ou­
tros Estados e sociedades.
Além disso, é apenas estando
disposto a reconhecer o que faz que
um aliado seja um aliado e um ad­
versário seja um adversário que o
Ocidente vai adotar políticas q je o
deixem mais seguro a longo prazo.
Uma democracia turca controlada
pelas forças armadas, que impedia
que os islamitas subissem ao poder
político, era mais desejável do que
um regime do AKP eleito pelo voto
popular, que moveu a Turquia para
o eixo iraniano. Por isso, também,
um regime corrupto dependente do
Ocidente no Afeganistão é mais de­
sejável que um Estado de terror
controlado pelo Taliban e pela al-
Qaeda. Da mesma forma, uma mu-
locracia instável e enfraquecida no
Irã, desafiada por uma oposição li­
beral bem financiada, é preferível a
uma mulocracia forte e estável, que
reprimiu com sucesso seus rivais li­
berais internacionalmente isolados.
A Turquia está perdida e é melhor
nos conformarmos com esse fato de­
vastador. Mas, se aprendermos suas
lições, poderemos elaborar políticas
que chequem os perigos que a Turquia
projeta e nos preparar para o dia em
que ela venha a decidir que quer re­
tornar ao aprisco ocidental. (Caroline
Glick - www.carolineglick.com)
N O T I C I A S Dl I S R A I l . J A N Í I R D Dl ? 01 D I 17
Islamismo 2.0
Emprestando um termo usado na ordem existente. Imagine se os isla- Embora a violência do Islamismo
informática, se o aiatolá Khomeini, mitas tivessem causado a devastap;ao 1.0 raramente obtenha êxito no fo­
Osama bin Laden e N idal Hasan do furacão Katrina ou do tsunarr i de mento da sharia, a estratégia do Isla­
(autor do massacre em Fort Hood, 2004 - o que seria alcançado corno mismo 2.0, de trabalhar através do
no Texas) representam o Islamismo efeito duradouro? sistema, se sai melhor. Islamitas adep­
1.0, Recep Tayyip Erdogan (o p ri­ A violência não-terrorista co ti o tos da conquista da opinião pública
meiro-ministro da Turquia), Tariq objetivo de implantar a sharia am- representam a principal força de
Ramadan (um intelectual suíço) e bém não atinge mais êxito. Resyolu- oposição em países de maioria mu­
Keith Ellison (um congressista dos ções (com o significado de revoltb so- çulmana tais como Marrocos, Egito,
Estados Unidos) representam o Isla- ciai em larga escala) levaram os sla- Líbano e Kuwait. Os islamitas se be­
mismo 2.0. Os primeiros matam mitas ao poder em apenas um lugar neficiaram com o sucesso eleitoral na
mais pessoas, mas os últimos repre­ e uma só vez - no Irã em 1978- 79. Argélia em 1992, em Bangladesh em
sentam uma ameaça m aior à civili­ Da mesma forma, um golpe de Êsta- 2001, na Turquia em 2002 e no Ira­
zação ocidental. do (praticado por militares) levou os que em 2005.
A versão 1.0 ataca aqueles con­ islamitas ao poder somente uma vez Uma vez no poder, eles podem d i­
siderados como empecilho a sua me­ - no Sudão em 1989. O me:smo rigir o país em direção à sharia. En­
ta de alcançar uma sociedade regi­ ocorreu com uma guerra civil no quanto Mahmoud Ahmadinejad en­
da por um califado global e inteira­ Afeganistão em 1996. frenta a ira das manifestações de rua
mente regulado pela sharia (lei
islâmica). As táticas originais do is­
lamismo, do governo totalitário ao
mega-terrorismo, abrange uma bru­
talidade ilimitada. Três mil mortos
em um ataque? A busca de Bin La­
den por armas atômicas indica que
o número de vítimas poderia ser cem
ou até mil vezes maior.
Entretanto, uma revisão das últi­
mas três décadas, desde que o isla­
mismo se tornou uma força política
importante, mostra que a violência
sozinha raramente funciona. Sobre­
viventes do terrorismo raramente ca­
pitulam diante do islã radical - foi o
que se viu depois do assassinato de
Anw ar el-Sadat no Egito em 1981,
dos ataques de 11 de setembro, dos
ataques a bomba em Bali em 2002,
dos ataques a bomba em M adri em
2004, dos ataques a bomba em
Amã em 2005 ou das campanhas ENQUANTO MAHMOUD AHMA pINEJAD ENFRENTA A IRA DAS MANIFESTAÇÕES DE RUA.
terroristas em Israel, no Iraque, no 0 PRIMEIRO-MINI!) TRO DA TURQUIA RECEP TAYYIP ERDOGAN SE REGOZIJA
Afeganistão e no Paquistão. O terro­ COM A APROVAÇÃO PÚBLICA. REFAZ A REPÚBLICA OA TURQUIA
rismo causa lesões físicas, mata e in­ E PROPÕE UM M ODELO SEDUTOR AOS ISLAMITAS AO REDOR 00 MUNDO.
timida, mas raramente subverte a

K D l i C I A S Dl I S f l A Í I . i A M I l R O Dl ? D I 0 I 19

SAYYID IMAM AL-SHARIF, 0 OUTRORA PRINCIPl
PERCEBEU A INUTILIDADE DOS ATAQUES VIOLEN
A ESTRATÉGIA DA INFILTRAÇÃO NO ESTADO EA
e bin Laden se encolhe de medo em
uma caverna, Erdogan se regozija
com a aprovação pública, refaz a
República da Turquia e propõe um
modelo sedutor aos islamitas ao re­
dor do mundo.
Reconhecendo esse padrão, o ou-
trora principal teórico da Al-Qaeda
repudiou publicamente o terrorismo e
adotou os meios políticos: Sayyid
Imam al-Sharif (nascido em 1950,
também conhecido pelo nome de
guerra Dr. Fadl) foi acusado de estar
envolvido no assassinato de Sadat.
Em 1988 ele publicou um livro sus­
tentando a jihad (guerra santa) per­
pétua e violenta contra o Ocidente.
Entretanto, com o passar do tempo,
Sharif percebeu a inutilidade dos ata­
20 I N 0 1 1Cl AS Oí I S R A H . J A N E I R O D! 7010
DEFENDER
SOCIEDADE.
ques violentos e passou a defender a
estratégia da infiltração no Estado e
a m luência na sociedade.
E
Em um livro recente, ele condenou
o u$<iO da força contra muçulmanos
("G cda gota de sangue derramada
ou que estiver sendo derramada no
Afecjjianistão e no Iraque é de respon-
sabi idade de bin Laden e Zawahiri e
seus seguidores") e mesmo contra
não muçulmanos (o 11 de setembro
foi contraproducente, pois "o que se
ganjiia destruindo um dos edifícios do
seu inimigo, se ele acaba destruindo
um Je seus países? O que se ganha
qua ido você mata um deles e ele
matò mil dos seus?").
evolução de Sharif de teórico
do terrorismo a defensor da trans­
formação legal ecoa uma mudança
bem mais ampla; assim sendo, co­
mo observa o escritor Lawrence
W right, sua deserção representa
uma "terrível ameaça" à Al-Qaeda.
Outras organizações islâmicas vio­
lentas do passado na Argélia, no
Egito e na Síria reconheceram o po­
tencial do islamismo legal e em ge­
ral renunciaram à violência. Tam­
bém pode-se observar uma mudan­
ça paralela em países ocidentais:
Ramadâ e Ellison representam uma
tendência florescente.
(O que se poderia chamar de
Islamismo 1.5 - uma combinação
de meios duros com meios bran­
dos, de abordagens externas e in­
ternas - também funciona. Envolve
islamitas legais com o propósito de
acalm ar o inim igo e em seguida a
conquista do poder por elementos
violentos. A tomada do poder pelo
Hamas em Gaza comprova que es­
sa combinação pode funcionar:
vencer as eleições em 2006, depois
executar uma insurreição violento
em 2007. E possível que processos
análogos estejam acontecendo no
Paquistão. O Reino Unido pode es­
tar atravessando o processo inver­
so, através do qual a violência cria
uma abertura política).
Em resumo, somente islamitas,
não fascistas ou comunistas, se de­
ram bem indo além da força bruta
para ganhar apoio popular e criar
uma versão 2.0. Pelo fato desse as­
pecto do islamismo enfraquecer valo­
res tradicionais e destruir liberdades,
ele pode ameaçar o modo de vida ci­
vilizado até mais do que a brutalida­
de da versão 1.0. (Daniel Pipes,
vAvw.danielpipes.org)
 HORIZONTE

Direitos humanos dia de lamentar.

não de celebrar
O ano de 2009 foi outro período tantes, não tem nenhum interesse em Organizações superpoderosas co­
ruim para os direitos humanos e hou­ abrir uma discussão sobre a opressão mo a Anistia Internacional, a Human
ve pouco para se celebrar no Dia In­ sistemática das mulheres ou das Rights Watch (HRW), a Federação In­
ternacional dos Direitos Humanos. norias na Arábia Saudita, na S^ria, ternacional dos Direitos Humanos,
Assassinatos em massa continua­ na Líbia, em Gaza, etc. com sede em Paris, e grupos seme­
ram em Darfur, no Congo e em mui­ Israel é uma alvo conveniente pa- lhantes, com orçamentos de muitos mi­
tos outros lugares na África, com ra desviar a atenção, o que exp ica lhões de dólares, trabalham em sinto­
apenas pouca e esporádica atenção o enfoque obsessivo nas alegações nia e apoiam a agenda do CDHNU e
por parte da mídia ou das Nações de "crimes de guerra" [supostam*en- de outras estruturas internacionais.
Unidas. As ditaduras na Coréia do te cometidos pelo exército israe en- Em vez de falarem a verdade so­
Norte e em Mianmar (Birmânia) ater­ se], inclusive no relatório Goldstbne bre esse abuso ostensivo do poder, os
rorizam seus cidadãos diariamente, sobre o conflito em Gaza, montado representantes desses autodenomina­
sem que se tenha um fim em vista. com profunda parcialidade. dos grupos de defesa dos direitos hu­
No Irã, uma eleição fraudulenta Para piorar as coisas, as ent da manos são parte do problema, per­
levou milhares de pessoas às ruas des não-governamentais de de esa manecendo totalmenfe em silêncio
para protestarem pela democracia. dos direitos humanos, que foram cria­ enquanto continuam os abusos na
As manifestações foram duramente das para compensar o comportanr ien- África, na Àsia ou no mundo árabe.
reprimidas [pelo governo de Ahma- to não-ético e a parcialidade dos go- No ano passado houve ainda
dinejad] (com pelo menos 70 mor­ vemos, tornaram-se cúmplices na maior cooperação entre a ONU e as
tos). Ocorreram inúmeras prisões, promoção da opressão. ONGs em distorcerem os valores dos
seguidas por julgamentos simulados
à moda stalinista para intimidar os
manifestantes. .V, n o t
Tragicamente, o Dia dos Direitos S T J r lfl To °r-;
Humanos, que marca o aniversário LAVRINo ■ i in AFc> i jjB r
da Declaração Universal dos Direitos lOrtfN iMAf.
Humanos e da Convenção Para a
Prevenção do Genocídio, de 1948,
agora serve como uma lembrança do
fracasso lamentável da comunidade
internacional em viver à altura de
seus compromissos morais.
Ignorando os apelos das vítimas
em todo o mundo, o Conselho de Di­
reitos Humanos das Nações Unidas
(CDHNU) está preso a uma agenda
política que usa a retórica da legisla­
ção internacional como arma na guer­
ra política que tem Israel como alvo.
A Organização da Conferência
Islâmica, que controla a agenda do
CDHNU e que escolhe seus represen-

N O T I C I A S Di I S R A H , J A N M R O Ui ? 0 H I 2 1
 direitos humanos de forma irreconhe­
cível. A HRW foi flagrada tentando
levantar fundos entre membros abas­
tados da elite da Arábia Saudita.
Em vez de liderar a campanha
contra os abusos impostos pela polícia
religiosa wahabita naquele país, essa
"entidade de defesa" ofereceu um jan­
tar com a presença de um membro do
Conselho da Shura (que supervisiona
a aplicação da lei islâmica na Arábia
Saudita), no qual o maior destaque fo­
ram as difamações de Israel e as ad­
vertências sobre o poder de "grupos
de pressão pró-lsrael".
Outros escândalos, inclusive a
susplensão do "analista militar se-
nior'■" da HRW, e perguntas não res­
pondidas sobre suas qualificações
pro issionais, mancharam ainda
majs essa organização. Paralela-
meirite, a Anistia Internacional e ou-
tros grupos aceleraram seus esforços
para transformarem os direitos hu-
maitvos e a legislação internacional
em plataformas ideológicas usadas
contira democracias ocidentais e con-
tra iociedades abertas.
Como as análises da HRW, uma
porcentagem altamente despropor­
cional dos relatórios e das campa­
nhas da Anistia Internacional se con­
centra em criticar os Estados Unidos e
os países da OTAN por supostas in­
frações no Iraque e no Afeganistão,
enquanto os terroristas e seus patroci­
nadores recebem relativamente pou­
ca atenção [...].(Gerald M. Steinberg
- extraído de www.ngo-monitor.org)
0 Professor Gerald M. Steinberg ministra aulas de ciência
politico na Universidade Bar llan e chefia a organização
ONG-Monitor (Jerusalém, Israel).

m m m

Lula quer visitar o Irã

Celso A m o r i m fo i ao Irã para c o n v e r s a r sobre q u e s t õ e s n u c l e a r e s
e a v i s i t a de Lula ao país

Dez dias após a visita do presi­ que (...) aumentar a pressão a cada
dente iraniano, Mahmoud Ahmadine- dia pode não resultar em algo positivo. A secretária de Estado
jad, ao Brasil, o ministro das Relações Precisamos de mais paciência para ele­ americana, Hillary Clinton,
Exteriores, Celso Amorim, fez uma var o nível de conversação com o Irã", advertiu os países latino-ame­
rápida visita ao Irã para continuar as afirmou Lula, logo depois que a chan­ ricanos sobre as conseqüên-
conversações que tiveram início em celer alemã, Angela Merkel, havia dito cias de "flertar" com o Irã:
Brasília, inclusive sobre o controverti­ que há possibilidades [dos países oci­ "Esperamos que pensem duas
do programa nuclear do Irã. dentais] "perderem a paciência" com o vezes. Relacionar-se com o Irã
Amorim chegou ao Irã partindo Irã devido às posições iranianas. é realmente uma má idéia",
de Genebra, na Suíça, onde havia A visita de Ahmadinejad ao Brasil afirmou, revelando que espera
participado de uma rodada de nego­ provocou controvérsias, uma vez que que os países reconheçam que
ciações na Organização Mundial do o presidente iraniano chamou Lula de o Irã "é um dos maiores pro­
Comércio (OMC), e passou um dia "meu amigo", que defendeu o direito motores e exportadores de ter­
inteiro em conversações com Ahma- do Irã de desenvolver um programa rorismo no mundo de hoje".
dinejad e o ministro do Exterior ira­ nuc ear para propósitos pacíficos. Além disso, no dia 14 de
niano, Manouchehr Mottaki [tratan­ Ahmadinejad assegurou que a usi­ dezembro, esteve no Brasil o
do, entre outros assuntos, da visita de na de enriquecimento de urânio em subsecretário de Estado dos
Lula ao Irã, prevista para maio]. seu país não tem objetivos militares. EUA para a América Latina,
Além do encontro de Amorim com Entretanto, a Agência Internacional de Arturo Valenzuela. Ele veio
Ahmadinejad, o presidente brasileiro, Energia Atômica (AIEA) aprovou uma para conversar sobre as in­
quando em visita à Alemanha, concla­ resolução em 27 de novembro censu­ quietações americanas devido
mou a comunidade internacional a rando o programa nuclear do Irã pela ao crescente relacionamento
manter conversações com o Irã: "O construção de uma usina de enriqueci­ dos países latino-americanos
melhor (...) é nos empenharmos nas mento de urânio suspeita de ter pro­ com o Irã.
negociações e sermos pacientes. Penso pôs tos militares, (extraído de Xinhua)

22 I N D I l G I A S flt I S R A E L . J A N E I R O 0! 2010