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iK.: Proscênio Filosófico Página. (Org. & Trad.

) Isaías Klipp

PROSCÊNIO
FILOSÓFICO
Em Busca Pela Suprema Instrução
(Org. & Trad.) Isaías Klipp1

ALBERTO SÁNCHEZ LEÓN

É possível sair do Objeto Pensado?

1
Isaías Klipp (Klippenstein): https://www.linkedin.com/in/isaias-klipp/

1
iK.: Proscênio Filosófico Página. (Org. & Trad.) Isaías Klipp

JANEIRO DE 2017

É POSSÍVEL SAIR DO OBJETO PENSADO?2

Pensar não é inteligir. A diferença é radical. Embora o


pensamento especule com objetos, inteligir prescinde aos objetos. O
objeto é, como é sabido, a realidade pensada, o Ser pensado. O objeto é
algo que está na inteligência. Sublinho a palavra está, porque não é o
mesmo dizer “está” do que dizer és”. O objeto está e está presente em
algum lugar: a inteligência, porém não é na cabeça (na mente humana)
senão que é na cabeça (na mente). Justamente por isso podemos dizer,
como o repete não poucas vezes Leonardo Polo, que o homem
pensado não pensa, ou que o fogo pensado (tomado na mente) não
queima. O homem pensado e o fogo pensado são presenças mentais e,
portanto, não galgam presença real. O objeto três (objeto mental) não é
três objetos.

Detectar essas diferenças é detectar o caráter limite que tem o


objeto. O objeto é limite. O objeto limita. O objeto é pura presença. O
objeto não é extramental. Por isso também se pode dizer que somente
há (existem objetos, presenças no sentido mental) objetos se lhes há um
sujeito pensante. Porém, não se pode dizer que há Ser se não lhe houver
também sujeito pensante. O objeto exige um sujeito, o Ser, todavia, não
o exige. A presença reclama, por assim dizer e de certo modo, um
cognoscente.

A não detecção de/do (de um) limite é o que postula o


idealismo, que se há já visto desde seus primeiros passos na tese
parmenidiana, para o qual ser e pensar são uma e mesma coisa. Não
detectar o limite e viver com ele faz-nos supor muitas coisas. E é
exatamente nisto que se apoia, em última instância, o idealismo. Daí a
suposição kantiana de als ob, do como se, do que é suposto (do suposto).

Detectar o caráter próprio do objeto e seu limite põe de


manifesto o quão paupérrimo (fraco) é o conhecimento objetivo3.
Necessário, sem dúvida, porém pobre. Com ele somente se chega a
presenças. Seguindo-se assim viva a pergunta pelo Ser, segue viva a
pergunta Heideggeriana pelo ouvir do Ser. Segue-se vivo o “que fazer
filosófico”, e, portanto, nem tudo é história, e nem tudo se há já por
dito, como diria Hegel. Existe ainda uma tarefa e Polo bem nos abre
esse quê fazer.

2
ALBERTO SÁNCHEZ LEÓN Inst. Superior de Ciencias Religiosas de Riga:
“É POSSIVEL SAIR DO OBJETO PENSADO”: Diponivel em:
http://dadun.unav.edu/handle/10171/691
3
Nota: A acepção de Objetivo aqui se vê em distinção do que seja Realidade.
A mente que é um âmbito que opera por relações entre limites é exatamente
um antro de men-surações (men-mente) que agarra, contorna e dá limites,
existem porque operam num sujeito que lhe da cognoscibilidade. A realidade,
por sua vez, não exige de um sujeito que lhe dê cognoscibilidade, a realidade é,
e é maior que o encaixe redutor que a mente força em si para poder reter e dar
volta, isto é, entender em suas vias de mensuração próprias.

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1. Distinguir o Real do Mental

Se o objeto conhecido requer um sujeito cognoscente, esse sujeito


realiza um ato. E este é o ato de pensar. O pensar pensa objeto, porém
“O que é o Objeto?”. Polo afirma que o estatuto do objeto é a
suposição. “A suposição é menos que o Ser, porém negar a suposição
do objeto é uma inadvertência4”. O objeto é o que há, o que está, o que
se há posto, suposto. “Se se pensa o pensado está já suposto”. E por
assim dizer se supõe que se conhece. Assim, esse supor que se conhece
não é um condicional, senão que o “já” do pensado; o pensado se dá
contanto que suposto, senão não se dá. Se nosso modo de pensar pode
conferir, há de ser dito que a persistência que corresponde ao ser da
criatura não pode ser menos que a suposição, posto que o caráter de
persistência corresponde ao ser da criatura em sua relação com o ato
criador… Criação significa dar o Ser; conhecer significa dar o objeto.
Dar o objeto é menos que dar o Ser. O objeta está dado em virtude do
ato de conhecer; a criatura não está dada deste modo, senão que é em
virtude do ato de criar5.

A limitação própria do modo de pensar humano coincide com


a limitação de seu ato de ser. Isto é, o homem é criatura. Este axioma,
isto é, o axioma da criação é muito importante. De fato, os gregos
nunca tiveram a seu alcance a claridade e também a noção de peso de
importância que supõe a criação e o fato de serem criaturas6.

4
POLO, L., Curso de teoría, II, Eunsa, Pamplona, 1985; 3ª ed., 1998, p. 118.
5
Ibíd., 118-119.
6
Aqui está a razão da nova linguagem criado por Leonardo Polo. Isto é, mais
que uma nova linguagem, porque Polo usa termos como: também, alcance
(alcançar), o ver-me (ver-yo), querer-me (querer-yo), etc., pretendendo assim
destrinchar de uma linguagem metafísica que intenta explicar o homem, porque
sensivelmente a metafísica não está para explicar o homem, visto que para isto
existe a antropologia. Polo pensa que ao haver uma segunda criação, os terminos
ou termos metafísicos que utilizava-se os gregos já não podem ser utilizados
indistintamente. Assim, com os termos substância, acidentes, ato e potência
não se pode falar com precisão do que seja pessoa. É verdade, que na criatura e
para criatura existam ato e potência, mas, no entanto, Deus é ato, ato puro. A
criatura é ato, porém um ato que não é ato-puro, e seu ato não é simples
(simplíssimo como o é em Deus). O homem é complexo, complicado, dual e
não idêntico. A criatura não é idêntica com sua essência, todavia, sua essência
se atualizando em dependência de seu ato de ser pessoa. Polo propõe seguir
nesta direção a distinção real entre essência e ato-de-Ser. Essa distinção o
levará mais adiante, lhe conferindo afirmar que o ato-de-Ser do homem não é o
ser como fundamento, senão que o ato de ser pessoal como liberdade. Assim,
dispondo de minha essência, porque sou (enquanto ser livre) livre, e, por isso, a
liberdade (a liberdade pessoal ou transcendental) não é parte da essência do
homem, senão que a faz possível. Por isso mesmo a pessoa não é um primeiro
princípio, nem muito menos se atesta em princípios causais. De modo que,
dizer que a pessoa responde a causas como princípios é, todavia, negar a
liberdade transcendental. “Pessoa” não é mundo. E, por isso, para Polo a
liberdade é transcendental, está a nível do ato-de-Ser e não da essência.
Embora, também a essência tenha liberdade, na essência a liberdade, no
entando, já não é transcendental, é uma liberdade inferior. Porque esta liberdade
da essência humana não é a liberdade pessoal. “Polo se refere a liberdade da essência

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Falávamos anteriormente da distinção entre Ser-pensado e Ser.


Agora veremos a importância de uma distinção superior, isto é, uma
que explica a limitações de nosso modo de proceder como pessoas
humanas. A distinção entre Ser Criado e Ser Incriado se divide em
Criado e Incriado é nuclear, e é também axiomática. “Ou se senta
(estabelece) como axioma central que o Ser se divide em criado e
incriado, ou não se sai do empreendimento grego. Os gregos acertaram
em muitos campos, porém acerca da realidade em seu sentido mais
estrito é preciso completá-los porque não tem em conta aquelas a
criação. Isto quer dizer que a teoria aristotélica do conhecimento deve ser
rechaçada… A suposição serve para distinguir o ato de conhecer
humano do ato criador. Não compromete o poder criador de Deus cuja
Infinitude não se nota na infinitude da criatura, senão que ao ato criador
confere o ato de ser, ante o qual digo que a suposição é limite7”.

O objeto pensado é o atual, o consistente. Aristóteles confunde


o ato com a atualidade. Polo mais do que atualidade prefere falar em
Ser-Criado e Actuosidade.

2. Distinguir o Pensar do Inteligir


Pensar é julgar com presenças, com suposições. Porém é
preciso avançar, é preciso sair da presença. Para isso é preciso o
inteligir. Inteligir é abandonar a presença, sair do limite, transpassar o
limite: deixar de especular, deixar de julgar com os supostos e ir, como
diziam os fenomenólogos, as coisas mesmas8.

A limitação que cabe no conhecimento objetivo se detecta com


atos intelectuais superiores a operação imanentes. Sem eles, o
conhecimento objetivo é limitado e se nota de maneira imprecisa ou
leva a apelações de instâncias irracionais (...) É incorreto sustentar que o
homem somente conhece objetivamente; pode conhecer sem que
precise apelar a vontade, a intuição emocional ou a atitudes que se
confinam a misticas ou com alguma teologia negativa9.

do homem como “liberdade em ladeira”, porque descende ou se segue da


liberdade pessoal”. [ Cfr., POLO, L., Persona y libertad, Pamplona, Eunsa,
2007, p. 19. ]
7
POLO, L., Curso de teoría, II, p. 118-119.
8
Convém saber que aqui nos referimos ao intellectus ut potentia, ou ao intellectus
ut habitus, senão ao intellectus ut co-actus, que coincide com o transcendental
pessoal. O primeiro intellectus se situa na essência humana, é por ele
manifestação do ser pessoal. O intellectus ut habitus é o hábito de sabedoria, que
corresponde a synderesis, ao eu como ápice da essência humana. Não
corresponde aos três sujeitos, senão que são dimensões de uma única luz
intelectual. O intellectus ut co-actus é o cume do inteligir humano. A sabedoria o
intellectus ut habitus como sempre busca, nunca culmina. O intelecto agente é ato
como ato de ser pessoal, não como ato de ser principal, fundante e
extramental, CFR., SELLÉS, J.F., El Intelecto agente como acto de ser
personal, Logos. Anales del seminario de Metafísica, 45 (2012) 26.
9
POLO, L., Antropología trascendental, Tomo I: La persona humana, Eunsa,
Pamplona, 1999, p. 107.

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É certo que os grandes pensadores que hão detectado a


vulnerabilidade do pensamento objetivo, hão, ademais, querido superá-
lo através da vontade. Pense-se em Descartes, Kant, ou no próprio
Heidegger, em Marx ou em Nietzsche, e deverás outros pensadores de
renome. Todos caem ante a tentação de pôr a vontade em um nível
superior ao do pensamento, todos caem em voluntarismos, com
matizes mais ou menos grandes, porém voluntarismos ao fim e ao cabo.
Soasse paradoxal, porém a modernidade mais do que um racionalismo,
está imersa no voluntarismo que mascara suas notas em uma ciência,
cujos fins são um progresso a todo custo, isto é, em uma razão-
deíficada. Porém se há posto quase todos os esforços em mãos da
vontade. É a vontade o que, de certa forma, fundamenta o peso da
modernidade (tendo-se ou não consciência disso, operando-se
conscientemente sobre isso ou não).

Se o conhecimento objetivo não se supera com a vontade, se a


razão não chega a ser e a vontade menos ainda, o que resta? L. Polo o
descreve deste modo:

“Ao detectar que a presença é o limite mental e ao abandoná-la,


se advertem os temas metafísicos e se alcançam os antropológicos com
atos cognoscitivos distintos das operações mentais e, portanto,
excluindo que os atos de ser de que se ocupam a metafísica e a
antropologia sejam atuais. Não se pode prescindir da noção de ato. Ser
significa ato, porém não ato-atual, porque o ato-atual é a operação
mental, da qual não é ser. Por outra parte, os atos de ser criados se
distinguem realmente de suas respectivas essências, as quais tampouco
são conhecidas objetivamente10. Neste texto de L. Polo se vê como se
usam os términos advertir e alcançar como aptos para falar de um
conhecimento não objetivo ou transobjeto”

L. Polo insiste em separar a metafísica e a antropologia.


Existem temas que são metafísicos e outros que são antropológicos. O
ser da metafísica não é o ser do homem, porque o ser humano não se
reduz ao universo. O ser humano é mais que o ser do universo, é
superior enquanto tema da metafísica. O objeto não é extramental. A
existência extramental advertimos (é o ser do mundo); por outro lado, o
ser do homem, que não é existência, senão co-existência, se alcança.
Advertir o cosmos e alcançar a pessoa são duas formas de abandonar a
presença, embora não sejam as únicas formas de abandonar o limite.

Porém, pode se dizer com exatitude que o advertir e o alcançar


são conhecimentos (não objetivos)? Ou seja, se pode dizer que com eles
chegamos ao ser? Com o pensamento nos fica claro que não podemos
chegar ao esse, somente ao esse pensado. Precisamente por isto mesmo
convém abandonar a via do pensamento superando-o. Para afirmar o
ser, para se dar com ele, não se pode fazê-lo desde a instância do

10
Ibíd., 108.

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pensar. Pensar o Ser é um oxímoron, porque justamente o ser é o que


está fora da mente, o extramental. A pergunta pertinente tem varias
modalidade, a saber: como conhecer sem pensar? Se pode entender sem
pensar? Pensar é o mais alto que o ser humano pode alcançar desde o
ponto de vista cognoscitivo?

Todavia, existem pistas nos pensadores gregos, concretamente


Aristóteles, que nos faz perceber que se pode transpassar o
conhecimento objetivo. Aristóteles fala do hábito dos primeiros
princípios como algo inato. Por esse hábito conhecemos os primeiros
princípios do conhecimento, isto é, aqueles nos quais se fundam a
razão, não somente para dizer senão que para especular11. Portanto, se
este hábito é principal, ou seja, fundante, não pode ser objetivo, porque
se este hábito dos primeiros princípios fosse objetivo, então já no seria
primeiro, ou não seria hábito dos primeiros princípios.

É interessante a observação de Santo Tomás de Aquino a


respeito do conhecimento deste princípio: “A partir da luz natural do
intelecto-agente se conhecem os primeiros princípios, e não são
adquiridos pelo raciocínio (raciocinar), senão que somente pelo fato de
serem conhecidos seus términos (fins). O qual se faz assim: a partir das
realidades sensíveis forma a memória, e a partir da memória a
experiência, e a partir da experiência o conhecimento; conhecidos esses
processos, se conhecem também essas proposições comuns que são os
princípios das artes e das ciências12. Com isto dito, existe, todavia, algo -
- senão tudo -- por resolver. A pergunta é: de que são princípios esses
primeiros princípios, do conhecimento, do Ser ou de ambas as coisas?”.

L. Polo afirma rotundamente que o conhecimento dos primeiros


princípios é conhecimento do ser. “O hábito dos primeiros princípios é
o conhecimento em ato dos primeiros princípios, e os primeiros
princípios são atos, são reais; por isso o conhecimento dos primeiros
princípios são um conhecimento actus essendi: o desenvolvimento, o
desprendimento da teoria do actus essendi de Tomás de Aquino13”.

Esse formulação assinala a superioridade do hábito desses


princípios primeiros a respeito da faculdade operativa do conhecer, isto
é, com respeito ao pensar. O resultado do princípio de não contradição
não é um objeto, é algo real. E esse conhecimento que se obtém pelo
hábito é conhecimento próprio do objeto agente. Aqui já percebemos a
primeira frase desse pequeno rascunho, pensar não é inteligir.

Se este tipo de conhecimento não objetivo dos primeiros


princípios está in-coagido pelo intelecto agente, e graças a ele
conhecemos o ser e não o objeto, então cabe dizer que se há

11
Cfr., CORAZÓN, R., El pensamiento de Leonardo Polo, Madrid, Rialp,
2011, 97-98.
12
SANTO TOMÁS, In IV Metaph., lect. 6, n. 1.
13
POLO, L., Nominalismo, idealismo y realismo, Pamplona, Eunsa, 1997, 1ª
ed., 188.

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abandonado o conhecimento objetivo, se há transpassado, se ha


superado por assim dizê-lo de algum modo.

O objeto consistia em uma série de características, porém o


objeto não é o real, portanto, o ser não consiste. Para L. Polo o ser per-
siste. Esta diferença entre o consistir e o persistir é a que delata a
diferença entre o objeto e o real. “Persistência é princípio incessante,
mantendo no ser, porém se culminar14”. Pois a persistência têm que ver
muito com o ser criado: “começar sem ser seguido e nem cessar é o ato
de ser criado como primeiro princípio15”.

Com o que temos indicado vemos que existem pontos de


pensamento de L. Polo que tem de serem sublinhados de maneira
especial, pois são clave (ou chave) para poder se adentrar em sua
filosofia: a noção de criado ou melhor dizendo, de ato de ser criado
totalmente distinto ao ato de ser incriado, a noção de princípio na
ordem do ser e o método do abandono da presença, junto com a
distinção radical entre essência e ato de ser que se dá na criatura.

Quando mencionamos o actus essendi, uma dimensão desse ato é


o intelecto agente. Graças ao intelecto agente chegamos a entrever que
podemos conhecer o ser e abandonar a presença. O ato de ser pessoal e
o intelecto agente hão de coincidir. O intelecto agente é o ato de ser
pessoal como sujeito cognoscente, porém não cognoscente de um modo
objeto, senão que de um modo trans-objetivo. Pensar não é inteligir.
Inteligir não é uma faculdade, não é uma potência, é um ato. Consistir
não é persistir. O objeto não é o inteligido. A lógica da identidade entre
o ser e o pensado faz conexão com esse empreendimento de modo mais
esclarecedor16. Quando dizemos de algo que consiste, imediatamente
usamos da preposição en. O assunto consiste en… Está muito enraizado
em nosso uso natural da linguagem este modo de dizer ou expressar.
Esse en reclama ou exige um lugar, porque justamente se trata de uma
presença. O objeto está en, consiste en. No entanto, quando falamos de
persistência fazemos referência a estabilidade, a algo que não pode
contradizer-se, ou seja ao ser (criado, porque o ser incriado não existe,
no entanto que persista o ato de ser de Deus não é não contraditório porque não
tem nada que ver com o começar: é Incriado17).

3. Pensamento e Pessoa

14
11 CORAZÓN, R., El pensamiento de Leonardo Polo, ed. cit., 102.
15
POLO, L., Nominalismo, 246.
16
«La identidad objeto-sujeto plantea una dificultad en lo que toca a su
conocimiento por el lado del sujeto. Esa dificultad es mucho más aguda que la
que se formula en la filosofía crítica. La intencionalidad es una remisión a la
realidad que no soy yo, pero no resuelve el problema del conocimiento de mi
propia realidad. Sin duda, el caballo objetivado no es el caballo real, pero eso
no impide que, al objetivar el caballo, se conozca aspectualmente su realidad.
En cambio, la realidad del yo no se conoce de ninguna manera objetivamente».
POLO, L., Antropología, II, (2ª de, 2010) 45.
17
14 POLO, L., Nominalismo, 247.

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Ao alcançar o ser abandonamos o objeto. E ele por meio do


intelecto agente, como sujeito do hábito dos primeiros princípios, como
o ato que caracteriza a pessoal como ser cognoscente. Porém o ser, e
também o ser pessoal se diz de muitas maneiras, e não somente como
cognoscente, pois também se diz como ser amante, ser co-existente, ser
livre, isto é, os transcendentais pessoais que descobre Polo. O alcançar,
ou o alcançar-se como pessoa ou como sujeito cognoscente somente se
logra quando se faz a pergunta pertinente, isto é, quando se formula a
questão radical ou se detectar o limite: de quem depende o pensamento?

Há que se detectar o ser pessoal, o ademais, o ademais do


pensamento. O eu pensado não é o eu que pensa. Existe um alguém
detrás do pensamento, um ser, um ser cognoscente, um ser pessoal.

De modo que, não se pode alcançar ao ser cognoscente


mediante o pensamento objetivo. Isto está claro. A pessoa não se
termina, não se alcança desde o pensamento. E eu pensado não existe,
não é um eu existente, e, portanto, com o pensamento não logramos,
não alcançamos a própria existência, que é sempre pessoal.

Quando alcanço o ademais do pensamento, esse caráter de ademais


há que usá-lo, há que exercita-lo, ativá-lo. Se exerce quando inteligimos,
amamos, fazemos um ato livre, quando coexistimos. A existência se
manifesta na ação. Quando faço algo livre ali se manifesta ser-livre, um
existente livre, e se não exerço a liberdade é difícil alcançar meu ser
livre. De modo que, não se me é possível alcançar meu ser livre com o
pensamento, senão que com a vida mesma18 de nosso ser vivido em
liberdade, manifestada em ações. Porém não logo unicamente com o
pensamento. Essa liberdade que é manifestada em ações é a liberdade
transcendental, que se manifesta em ações concretas. A manifestação de
algo sugere o ser. Aqui falamos de uma liberdade transcendental. Sou
livre, e alcanço a tal liberdade não com o pensamento, senão que
exercendo minha liberdade. A liberdade é então possessão de futuro
que não se desfuturiza. A liberdade se mantém assim como futuro,
futuro inesgotável.

Ademais do pensamento está o sujeito cognoscente. esse ademais


é o mesmo existente humano.

Nem os pensamentos e nem as ações são outro eu. O resultado


do pensamento ou o resultado de minhas ações não é outro eu. O
ademais não tem réplica, carece de réplica.

18
«Quizá por ello, Polo descarte realizar una lógica al estilo de la kantiana,
hegeliana o husserliana. Lo central para Polo no es la filosofía como ciencia
estricta, conmensurada con una lógica que la fundamente. Lo central no es el
conocimiento objetivo de las mediaciones racionales. Lo central es el vivir, el
conocimiento como pluralidad de actividades vitales a disposición. Y por ello,
elabora una teoría del conocimiento en lugar de una lógica trascendental.
También en ello consiste su propuesta de abandonar el límite del conocimiento
pluridimensionalmente». PADIAL, J. J. , «Libertad, coexistencia y pretensión
de sí», Studia Poliana, 15 (2013) 157.

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O ademais é coexistência. Coexistente com o pensamento, com


as ações, porém limitado com sua réplica. Portanto, o ademais não se
explica com seus pensamentos ou ações. O causado pelo eu não explica
a co-existência. A causalidade não se explica ao eu, pode explicar ao
mundo, porém a causalidade não se explica a pessoa.

Quiséramos pôr de manifesto que isto mesmo é dizer, isto é,


afirmar que a causalidade não explica a pessoa, ou não se diz da pessoa,
também o logra a fenomenologia de corte realista. Especialmente Max
Scheler. Se pudesse explicar ou alcançar a pessoa através da causalidade,
então o termo substância seria apto para falar de pessoa. Porém não é
que acontece. A causalidade é válida para explicar o universo, porém a
pessoa supera ao universo. Somos algo a mais que o cosmos. Explicar a
pessoa com as causas seria negar a liberdade humana. Por isso é muito
conveniente falar de motivos19 e distinguir a metafísica da antropologia.
Do primeiro, falaram acertadamente os fenomenólogos realistas, do
segundo L. Polo é pioneiro.

Porém, sigamos com o fio da meada tomado até agora.


Coexistente significa que carece de réplica. Coexistência e liberdade é o
mais íntimo do homem. O homem se abre para fora e para dentro.

O caráter de ademais tem uma dimensão metódica e temática. O


ademais tem um caráter temático, porém sem culminar, porque nunca
nos conhecemos de modo completo. É um tema que não se acaba. A
pessoa é mais do que alcança com o carácter metódico.

Que é esse mais? A pessoa ademais de alcançar-se (método),


também se busca. Esse mais remete ao dos transcendentais: o intelecto
pessoal20 e o amar donal. “Se busca mediante o intelecto pessoal.
Porém, por dizê-lo graficamente, o intelecto fracassa, já que seu tema
lhe transcende por completo e, portanto, não o alcança: o tema próprio
do intelecto pessoal não é uma dimensão do método proposto. Dito de
outro modo, o tema inabarcável não se alcança, senão que a transcende.
E como a dimensão mais elevada desse método de alcançar o caráter de
ademais, se há de dizer que o intelecto pessoal não alcança seu tema21”.

Se não se alcança é que há um mais, um plus. Ao se permanecer


na busca suspensa, porque não se alcança o tema, a pessoal no entanto
sabe que é criada, e que, portanto há um criador, e se o criador nos há
criado, deve fazer algo em nós dele. Portanto, a pessoa sabe algo mais, a
saber, que é criatura e que, portanto, é dependente. “Ser criado não é

19
Cfr., SÁNCHEZ LEÓN, A., El fundamento objetivo y subjetivo de la
acción humana, La perspectiva fenomenológica de Alexander Pfänder, Dietrich
von Hildebrand y Max Scheler, EAE, 2012, 135-152.

20
Sobre el intelecto agente muy interesante el artículo publicado por J. F.
SELLÉS, «El intelecto agente como acto de ser persona», Logos. Anales del
Seminario de Metafísica, 45 (2012) 35-63.
21
CORAZÓN, R., El pensamiento de Leonardo Polo, 193-194.

9
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uma indeterminação. Há que se dizer que essa autonomia da liberdade


em Kant que é uma liberdade independente não é uma liberdade
pessoal. A independência não é própria da pessoa, não é uma perfeição
pessoal. (...) Pessoa não significa em-si, a noção de em-si não se pode
aplicar a pessoa. Pessoa é começo e irredutibilidade. Na criação não há
nada mais radical que a pessoal, porque depende por criação e é
irredutível. Porém que seja irredutível, o que não quer dizer que esteja
separada. Por isso a liberdade é essa in-coação22”.

Conclusão: Pessoa Criada e Criador Pessoal


A pessoa é ser criado, não original, não idêntica. A criação consiste em
uma doação do ser, porém o ser criado, ao não ser simples, ao não ser
ato-puro, senão complicado, se desdobra, se dobra. “O ato de co-ser
pessoal é um dom criado. Se a criação é uma doação do ser, o ser criado
se dobra em dar e aceitar. Sem esse dobrar-se, a co-existência não seria
radical23”.

Dar e aceitar. Aqui entra em jogo outro transcendental pessoal:


o amar donal. É o dar esta tarefa, o aceitar é gratidão. Ambas as formas
são duas maneira de amar, pois são formas de viver. A pessoa somente
pode viver como pessoa amando. Sem amar a pessoal se despersonaliza.
O fazer é receber, o dar é o aceitar, pois são caras da mesma moeda,
que é o amar pessoal. “Sem aceitação não cabe o dar (a entrega): se
trataria de uma entrega solitária, inacabada, trágica. Quando se trata da
entrega divina, a radical aceitação da criatura não pode faltar, pois
equivaleria a uma criação falha e falida, noção por completo inaceitável.
Deus não criaria pessoa se a aceitação faltasse. E se a criatura pessoal a
aceita de seu ser não se traduz diretamente em ser como entrega (dar-
se), não seria criada como imagem de Deus24”.

Instituto Superior de Ciencias Religiosas de Riga (RARZI)


ALBERTO SÁNCHEZ LEÓN

Afiliado a la Pontificia Universidad Lateranense, Romaasanleo@gmail.com

22
POLO, L., Persona y libertad, 232-233.
23
20 POLO, L., Antropología, I, 210.
24
POLO, L., Antropología, I, 210.

10

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