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Curso de Formação em História e Cultura Afro Brasileira e Africana

2ª etapa
Maio – Julho/2007

Realização: Ágere Cooperação em Advocacy


Apoio: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade/MEC

Autoria: Álvaro Sebastião Teixeira Ribeiro


Bárbara Oliveira Souza
Edileuza Penha de Souza
Iglê Moura Paz Ribeiro

MÓDULO I
Aula 2: Educação e o papel da escola

Problematização do tema:

- O que você concebe como educação?


- Qual é o papel da escola?
- Quais responsabilidades da escola na transformação pessoal e social?

Reflexões sobre o tema:

O que nos parece indiscutível é que, se pretendemos a


libertação dos homens, não podemos começar por
aliená-los ou mantê-los alienados. A liberdade
autêntica, que é a humanização em processo, não é
uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma
palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a
ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para
transformá-lo (PAULO FREIRE, 1970).

Diariamente, nós, professores e professoras, nos deparamos com dificuldades de


toda ordem na escola. A má remuneração, as exaustivas jornadas, a falta de
tempo e a falta de criatividade para planejar nossas aulas muitas vezes têm
retirado de nós a garra de lutar conjuntamente com toda a comunidade escolar por
uma escola democrática, em que a alegria e o prazer nos conduzam ao partilhar
de idéias e às possibilidades de uma vivência capaz de questionar e atuar sobre o
aumento da violência, da desestruturação familiar, da pobreza, da falta de

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condições de vida, do racismo e das discriminações que permeiam a sociedade e
a escola.

Um dos papéis fundamentais da instituição escolar é buscar romper com os


estereótipos e refletir sobre nossas trajetórias, identidades e alternativas afim de
edificar uma escola pluricultural. Os problemas financeiros, sociais, afetivos, entre
outros, não podem servir de trava para implantar novos valores na educação. As
imensas dificuldades devem ser vistas como aprendizagem e busca de
qualificação da comunidade educacional.
Somente o acreditar, os valores e o desejo podem transformar a escola em um
espaço de libertação. Quando nos questionamos sobre o que é educação,
poderíamos cair na tentação de afirmar que educação é uma ação que deve
qualificar nossas crianças, adolescentes e jovens para se adaptarem às
necessidades criadas pela sociedade. E nessa perspectiva poderíamos definir a
escola também como um espaço de adaptação social. Entretanto, nossa
perspectiva é pensar a escola como âncora de uma pedagogia crítica baseada no
diálogo, na negociação e nas referências da comunidade.
As abordagens epistemológicas e os enfoques de diferentes teorias têm
possibilitado um pensar diferente e nos conduz à tentativa de construir uma visão
de mundo em que as pessoas possam fundar outras escalas de valores e,
conseqüentemente, outras formas de organização social. Para isso, é necessário
construirmos as condições de mudança e, como afirma Paulo Freire (2001), “a
educação não é a chave para a transformação, mas a transformação é por si
mesmo educacional”.
Necessitamos de uma escola que trate o(a) educando(a) como sujeito ativo de seu
conhecimento. Que reflita valores, crenças e comportamentos humanos. O(A)
educador(a) é um(a) colaborador(a) neste processo de construção das
identidades, aquele/a que estimula e ordena a dinâmica, de tal forma que não se
anule a criatividade e a espontaneidade do(a) educando(a), pois como nos
ensinou Paulo Freire (1977, p.79), “os homens se educam em comunhão”.

O papel da Escola para uma educação anti-racista

A escola é um espaço relacional. Estas relações ocorrem a partir do encontro das


diferenças. É no diferente, no outro, que nos vemos, nos compreendemos e nos
construímos como humanos. O outro “é aquilo de que nos diferenciamos: o
diferente, a possibilidade, o limite, o contorno, o desconhecido. Aquilo que nos
permite reconhecer-nos em nós mesmos pela diferenciação que estabelecemos
com ele” (BESSA, 2006, p.4). O outro está em toda a comunidade educativa, e por
que não dizer, em nós mesmos. É nas relações que estabelecemos com estes
outros, que construímos e reconstruímos nossas identidades pessoais, familiares,
sociais e culturais.

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Um encontro com outro é uma possibilidade de transformação e de criação.
Para que possamos nos encontrar com o outro é necessário o estabelecimento de
um espaço dialógico. Diálogo é a comunicação entre os seres humanos que
ocorre no processo de conhecimento do mundo, “ele sela o relacionamento entre
sujeitos cognitivos, podemos, a seguir, atuar criticamente para transformar a
realidade”. (FREIRE; SHOR, 1987, p. 123).
Segundo Iglê Paz:
Para este processo dialógico de construção humana solicita-se das
sociedades e de suas identidades e de cada um dos seres humanos, que
repensem seus conceitos e suas verdades, e não simplesmente tentar
apagar os modos de viver, falar e as características próprias dos diferentes
grupos e de seus questionamentos para a validação de qualquer
conhecimento humano” (PAZ, 2005, mimeo).
Uma educação transformadora necessita estar centrada na vida da comunidade.
As culturas locais e seus valores devem ser ponto de partida para o aprendizado.
A sala de aula, a escola, o bairro, a cidade formam comunidades de vida e, dentro
destas comunidades existem micro-comunidades. O espaço social da sala de aula
deve estar baseado na solidariedade entre seus componentes. Educandos e
educadores devem interagir com o conhecimento e aprender juntos. O ensinar e o
aprender só ocorrerão quando o desejo, a vontade do educando assim o solicitar.
Neste processo educativo, estudantes não devem ser vistos como recipientes
vazios em que são depositados nossos conhecimentos. Eles aprendem e
ensinam, como nós. Por isso, deve ser dada a eles oportunidade de maior
participação. Devem poder opinar sobre os passos de seu processo de
aprendizagem, bem como apresentar e reescrever suas próprias histórias.
Em uma escola com as características que buscamos, pode-se afirmar que “aí a
cultura de consciência negra estará gingando plenamente. Se vai, até onde vai,
como vai, são interrogações que se somam há tantas outras, nesse processo de
erigir bases de uma escola/nação/sociedade em que se construa valores de
justiça e democracia. E onde, certamente, haverá lugar para a
multiplicidade/unicidade da identidade nacional brasileira” (PEREIRA, 2005, p. 47).

Praticando
- Na sua escola o(a) estudante é um sujeito ativo no processo de sua
aprendizagem? Justifique.
- Que práticas pedagógicas você identifica que são desenvolvidas em sua escola
e que seriam mais adequadas a uma educação dialógica?

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Referências:

BESSA.Dante Diniz. Homem, pensamento e cultura. In:


www.mec.gov.br/profuncionario. MEC:Brasília, 2006. Acessado em: 25/02/2007.

CURY, Carlos Roberto J. Escola e contradição. São Paulo: Papirus, 1988.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 4.ed.RJ: Paz e Terra,1977, p.79.

___________. Entrevista concedida a Carlos Alberto Torres. Transcrita no Sítio da


Internet: www.escoladavida.eng.br/escoladavidapaulofreire.htm. Acessado em:
06/07/2001.

FREIRE, Paulo; SHOR. Medo e ousadia. O cotidiano do professor. São Paulo:


Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia - Saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra 1997.

FONTANA, Roseli A. C. Como nos tornamos professoras?. 2. ed. Belo


Horizonte: Autêntica, 2003.

RIBEIRO, Iglê M. P. A busca de um novo paradigma


para o ensino religioso. A atualidade de São Boaventura. Dissertação
(Mestrado). Lisboa: Universidade internacional de Lisboa, nov/2005.

PEREIRA, Amauri Mendes. Escola - espaço privilegiado para a construção da


cultura de consciência negra. In: História da educação do negro e outras
histórias. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

Filme
Nenhum a menos

Direção: Zhang Yimou. China, 1999,100 min. Quando o professor da escola


primária de Shuiquan tem de se ausentar durante um mês, o presidente da
pequena aldeia, Tian, apenas consegue encontrar uma adolescente de 13 anos,
Wei Minzhi, para o substituir. O professor Gao adverte-a para que não permita que
mais alunos abandonem a escola, garantindo-lhe o pagamento de 50 yuan e mais
um pequeno extra se for bem-sucedida. Minzhi, pouco mais velha que alguns dos

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seus alunos (do 1º ao 4º ano, na mesma classe), fez pouco além de escrever texto
no quadro e ensinar uma ou outra canção.

Sítios

Sítio com temáticas educacionais: www.educacional.com.br


Sítio com temáticas da psicologia e educação mantido por profissionais de
diversas instituições: w w w . n e t p s i . c o m . b r / a r t i g o s / 1 3 1 2 0 4 _ p a p e l . h t m

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