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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

INFLUÊNCIA DO INIBIDOR DE CORROSÃO, NITRITO DE SÓDIO 3% E 4%, NA


RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO DO CONCRETO

VICTOR HUGO MARTINS DA SILVA

SÃO JOÃO DEL REI – MINAS GERAIS


2018
VICTOR HUGO MARTINS DA SILVA

INFLUÊNCIA DO INIBIDOR DE CORROSÃO, NITRITO DE SÓDIO 3% E 4%, NA


RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO DO CONCRETO

Trabalho apresentado como requisito


parcial para a Conclusão do Curso de
Engenharia Mecânica da Universidade
Federal de São João Del Rei.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Dr. Alysson Helton Bueno
Universidade Federal de São João del-Rei

______________________________________
Prof. Dr. Nome do Membro da Banca 1
Universidade Federal de São João Del Rei

______________________________________
Prof. Dr. Nome do Membro da Banca 2
Universidade Federal de São João Del Rei

São João Del Rei, ____ de____________ de 2018


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DEDICATÓRIA

A Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo.


Aos meus pais, família e amigos que foram companheiros em todas as horas.
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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Alysson, pelo suporte durante todas as etapas da pesquisa,


braço amigo durante o trabalho.
A minha família, pela confiança e motivação.
Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.
Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de
nossas vidas.
Aos Técnicos da UFSJ, pela concessão de informações valiosas para a realização
de ensaios.
A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste
trabalho.
Agradeço a Cristiane pelo suporte junto com o orientador Alysson, foi de grande
importância durante todas as etapas da pesquisa.
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EPÍGRAFE

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria,

e o conhecimento do Santo é prudência”.

Provérbios 9.10
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SILVA, Victor Hugo Martins. INFLUÊNCIA DO INIBIDOR DE CORROSÃO, NITRITO
DE SÓDIO 3% E 4%, NA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO DO
CONCRETO.Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Mecânica.
Universidade Federal de São João Del Rei, 2018.

RESUMO

O concreto é considerado um material de suma importância em diversos ramos da


indústria, muito em decorrência da sua diversidade de uso e também das suas
excelentes propriedades mecânicas, principalmente no que se refere a resistência a
compressão. Uma outra grande qualidade deste material que o torna um gigante na
indústria, é sua extensa vida útil, que muitas vezes é igual a 50 anos sem a
necessidade de manutenção. Em contra partida, em ambientes agressivos, a sua
durabilidade pode ser fortemente afetada, principalmente em orlas marinha, onde
tem grande concentração de sais. Desta forma é crucial que investimentos sejam
alocados em estudos que visem melhorar suas qualificações em condições
extremas, além de garantir as condições mínimas de segurança e confiabilidade.
Tendo por base o que já foi expresso, a seguinte pesquisa tem como base avaliar a
interferência dos inibidores de corrosão Nitrito de Sódio 3% e 4% na resistência
mecânica do concreto. Já que muitas vezes estes inibidores são eficazes na sua
função principal, de inibir a corrosão, mas podem ser prejudiciais na resistência a
compressão. Neste trabalho foram utilizados corpos de provas cilíndricos de 5 cm de
raio e 10 cm de altura, conforme especificações normativas. Todos os passos desta
pesquisa, desde a confecção do concreto até o ensaio mecânico foram realizados
conforme embasamento de normas técnicas nacionais e internacionais. O resultado
mais expressivo obtido foi de uma redução de aproximadamente 35% com a
introdução do inibidor de corrosão.

Palavras-chave: Inibidores de corrosão; Resistência a compressão; propriedades


mecânicas; ambientes agressivos.
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SILVA, Victor Hugo Martins. INFLUENCE OF THE CORROSION INHIBITOR,


SODIUM NITRITE 3% AND 4%, IN THE RESISTANCE TO THE CONCRETE
COMPRESSION. Monograph for the Bachelor Degree in Mechanics Engineering.
Federal University São João Del Rei, 2018.

ABSTRACT

Concrete is considered a material of great importance in several branches of the


industry, due to its diversity of use and also it is excellent mechanical properties,
especially in terms of compressive strength. Another great quality of this material that
makes it a giant in the industry, is its extensive service life, which is often equal to 50
years without the need for maintenance. On the other hand, in aggressive
environments, its durability can be strongly affected, especially in marine waters,
where it has a high concentration of salts. In this way, it is crucial that investments
are allocated to studies aimed at improving their qualifications under extreme
conditions, in addition to ensuring the minimum conditions of safety and reliability.
Based on what has already been expressed, the following research is based on
evaluating the interference of corrosion inhibitors Sodium Nitrite 3% and 4% on the
mechanical strength of the concrete. Since these inhibitors are often effective in their
main function, they inhibit corrosion but can be detrimental in compressive strength.
In this work, cylindrical specimens of 5 cm of radius and 10 cm of height were used,
according to normative specifications. All the steps of this research, from the
preparation of the concrete to the mechanical test were carried out according to
national and international technical standards. The most expressive result obtained
was a reduction of approximately 35% with the introduction of the corrosion inhibitor.

Key Words: Inhibitors of corrosion; Compressive strength; mechanical properties;


environments.
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Principais componentes do cimento............................................ 03


Tabela 2 - Componentes do cimento Portland............................................. 04
Tabela 3 - Reação química entre o cimento e a água.................................. 04
Tabela 4 - Absorção de água (Porosidade).................................................. 22
Tabela 5 - Resistência a compressão........................................................... 24
v
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação esquemática do concreto. ............................................. 05


Figura 2 – Classificação dos inibidores ................................................................... 08
Figura 3 – Diagrama de polarização (Inibidor anódico). .......................................... 09
Figura 4 - Diagrama de polarização (Inibidor catódico). ......................................... 10
Figura 5 – Gráfico Resistência a compressão x Consumo de cimento. .................. 13
Figura 6 – Moldes para confecção do concreo........................................................ 15
Figura 7 – Moldes fixados em uma supérficie de vidro. .......................................... 16
Figura 8 – Concreto já inserido no molde. ............................................................... 17
Figura 9 – Corpos de prova. .................................................................................... 18
Figura 10 – Câmara de Vácuo. ............................................................................... 19
Figura 11 – Pesagem dos corpos de prova submerso. ........................................... 20
Figura 12 – Ensaio de compressão. ........................................................................ 21
Figura 13 – Gráfico ensaio de compressão (Inibidor).............................................. 23
Figura 14 - Gráfico ensaio de compressão (Branco)...............................................24
v
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LISTA DE ABREVIATURAS

ISO - Organização Internacional de Normas Técnicas.


NBR - Norma Brasileira.
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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Equação para cálculo absorção de água................................... 20


.
RESUMO Iv

ABSTRACT V

LISTA DE TABELAS Vi

LISTA DE FIGURAS Vii

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS Viii

LISTA DE EQUAÇÕES Ix

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01

1.1 Justificativa e Importância doTema........................................................... 01

1.2 Objetivo do Trabalho.................................................................................. 02

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 03

2.1 Propriedades e Composição do Concreto ................................................ 03

2.2 Inibidores de Corrosão............................................................................... 06

2.2.1 Constituição Química................................................................................. 08

2.2.2 Mecanismo de Ação................................................................................... 08

2.2.3 Teor Crítico................................................................................................ 11

2.2.4 Comportamento......................................................................................... 11

2.3 Porosidade................................................................................................. 12

2.4 Resistência a Compressão........................................................................ 12

3 METODOLOGIA....................................................................................... 14

3.1 Materiais..................................................................................................... 14

3.1.1 Confecção dos Moldes.............................................................................. 14

3.1.2 Confecção do Concreto............................................................................. 16

3.1.3 Processo de moldagem e desmoldagem................................................... 17

3.2 Procedimento Experimenal........................................................................ 18


3.2.1 Cura........................................................................................................... 18

3.2.2 Ensaio de Porosidade................................................................................ 18

3.2.3 Ensaio de Resistência a Compressão....................................................... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................... 22

4.1 Ensaio de porosidade................................................................................ 22

4.2 Resistência a Compressão........................................................................ 22

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 26
1 INTRODUÇÃO

Tendo em vista que o concreto é um material crucial para o mundo atual e que
tem grande diversidade na indústria, ele vem sendo alvo de vários estudos com
intuito de estender sua vida útil.
Quando uma estrutura de concreto é projetada, um dos objetivos é atender as
condições plausíveis de segurança e confiabilidade, além de assegurar que os
custos com manutenção sejam mínimos.

1.1 Justificativa e Importância do Tema

Segundo Dotto (2006), nos Estados Unidos, um estudo realizado pelo CC


Technologies Laboratories, Inc., entre os anos de 1999 a 2001, chegou a quantia de
276 bilhões de dólares, aproximadamente 3,1% do PIB, gasto em corrosão. No
Brasil o custo estimado de corrosão, aplicando o índice de hora, corresponde a
aproximadamente 67 bilhões de reais, ou seja, 3,5% do PIB.
Estudos mostram que as armaduras de concreto podem apresentar vida útil de
50 anos, porém elas estão sofrendo uma deterioração muito precoce. Com 15 anos
eles já necessitam de uma manutenção devido a corrosão na armadura, o que
aumenta o custo do projeto. Tendo em vista que o concreto tem papel de suma
importância na construção de edifícios e da infraestrutura do mundo atual, erros de
projeto podem acarretar em grandes prejuízos para a sociedade (HELENE, 2008).
Em ambientes marinhos o concreto está mais suscetível a deterioração,
devido a ação do cloreto de sódio, por isso é importante uma atenção especial
nesses ambientes que tem grande salinidade. Pois a névoa salina pode prejudicar a
condição de passividade do concreto (GENTIL,1996).
O estudo da corrosão no concreto é de suma importância, pois provoca sua
deterioração e afeta a durabilidade das estruturas. A armadura não é suscetível de
sofrer corrosão, a não ser que ocorra contaminação ou deterioração do concreto.
Os constituintes do concreto inibem a corrosão do material metálico e evitam a
entrada de contaminantes. Na maioria dos casos a armadura permanece protegida,
mas pode acontecer de o concreto ser afetado por um agente externo muito
agressivo, e assim pode ter o início da corrosão na armadura (GENTIL,1996).
2

Como já discutido, os gastos com a fabricação e a manutenção de armaduras


de concreto são enormes. Tendo em vistas esses aspectos, é de suma importância
o investimento em pesquisa para melhorar a resistência a corrosão, bem como a
suas propriedades mecânicas.
Em qualquer projeto com o uso abrangente do concreto, a resistência a
compressão é adotada como fator de dimensionamento. Logo, está diretamente
relacionada com a segurança e confiabilidade da estrutura. Desta forma, esta é uma
das propriedades do concreto que melhor o qualifica.
Em decorrência dessa corrosão no concreto, cada vez mais são os
investimentos e estudos em maneiras de prevenir a mesma. E umas dessas formas
é a prevenção indireta (no concreto), através do uso de inibidores.

1.2 Objetivo do Trabalho

Muitas vezes são realizados estudos sobre a eficácia desses inibidores, porem
as vezes é deixado de lado a interferência deles nas propriedades do concreto,
como a resistência a compressão. Logo este trabalho visa determinar se resistência
a compressão é afetada com o uso de inibidores em diferentes ambientes, com
agressividades específicas.
O primeiro passo consiste em verificar se a resistência mecânica é afetada
com o uso do inibidor Nitrito de Sódio com 3% e 4% em condições normais. Em
seguida a verificação vai ocorrer após o concreto ficar submetido a condições mais
agressivas, como a câmara de salinização para simular uma condição marinha e a
câmara de carbonatação para simular uma grande metrópole com altos índices de
dióxido de carbono.
Além de verificar essa influência do inibidor na resistência mecânica do
concreto, vai ser realizado o ensaio de porosidade, para determinar os índices de
vazios. E desta forma fazer uma análise conciliando os dois resultados.
3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Propriedades e Composição do Concreto

O concreto é um dos materiais mais utilizados no mundo. Logo sua


durabilidade e sua confiabilidade são de suma importância na avaliação de qualquer
projeto (GENTIL,1996).
Os principais componentes do concreto são o cimento, areia e agregados de
diferentes tamanhos.
O cimento utilizado neste trabalho foi o cimento “Portland”, onde as matérias
primas utilizadas na sua fabricação são, principalmente, calcário, sílica, alumina, e
óxido de ferro. Quando aquecidas, essas substancias reagem entre si, formando os
principais componentes do cimento (GENTIL,1996):

Tabela 1 – Principais componentes do cimento


Silicato tricálcico.................................... 3CaO. SiO2 (C3S)
Silicato dicálcico .................................... 2CaO. SiO2 (C2S)
Aluminato tricálcio................................... 3CaO. Al2O3 (C3A)
Ferro aluminato tetracálcico..................... 4CaO. Al2O3. Fe2O3 (C4AF)
Fonte: GENTIL (1996, modificada).

Na Tabela 2 será apresentado os valores médios dos componentes do


cimento Portland mais usuais no Brasil.
4

Tabela 1 – Componentes do cimento Portland

Fonte: GENTIL (1996).

As reações químicas entre o cimento e a água, geralmente são chamadas de


hidratação. Onde são de suma importância para a determinação das propriedades
físicas e estruturais do Concreto. No processo de hidratação os C 3S e C2S reagem
com a água e produzem os silicatos de cálcio hidratados (CSH) e hidróxido de
cálcio, segue as reações (PRUDÊNCIO, 1986; ACI 222 R96).

Tabela 3 – Reação química entre o cimento e a água.

2(3CaO. SiO2) + 6H2O → 3CaO. 2Si O2. 3H2O+3 Ca (OH)2


2(2CaO. SiO2) + 4H2O → 3CaO. 2Si O2. 3H2O+Ca (OH)2
Fonte: PRUDÊNCIO (1986).

O concreto tem uma estrutura interna bastante heterogênea, é composto por


grãos de agregados graúdo e miúdo de várias formas e dimensões. Onde a sua
volta existe uma grande quantidade de poros e capilares, que podem ser portadores
de água que não entrou na reação química. Logo o concreto não apresenta
continuidade de massa, no qual existem três estados de agregação: sólido, líquido e
gasoso (PINHEIRO, 2004).
Sabendo que o concreto é composto por vazios internos, devido ao arranjo
dos agregados e da pasta de cimento. A probabilidade de uma deterioração,
quando a estrutura fica submetida a agentes externos, é bem grande.
5

Na figura 1 está representada os caminhos no interior do concreto em


decorrência do seu processo de hidratação. Existe o caminho condutivo contínuo
(CCP), que permite a passagem de corrente elétrica. Também é importante lembrar
do caminho descontínuo (DCP), onde não tem passagem de corrente elétrica no
seu interior devido a sua descontinuidade e entre outros.

Figura 1 – Representação esquemática do concreto.

Fonte: FREIRE (2005).

As principais propriedades mecânicas do concreto são a resistência a


compressão, resistência a tração e o modulo de elasticidade. Onde ele apresenta
alta resistência a compressão e baixa resistência a tração. Onde a maioria das
estruturas de concreto são projetas para uma resistência a compressão entre 20 e
40 Mpa, embora nos dias atuais existem concretos com resistências superiores
(MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Também é importante listar alguns fatores que influem na durabilidade do
concreto, como por exemplo: a relação água/cimento, adensamento, cura e entre
outros.
Primeiramente a abordagem será sobre a relação água/cimento, que está
diretamente relacionada com a durabilidade do concreto e consequentemente com
a resistência do mesmo. A importância desta relação para o concreto deve-se a sua
6

influência direta na formação da microestrutura do mesmo, já que o tamanho dos


cristais de hidróxido de cálcio diminui com a redução das relações a/c (SILVA, 2006;
ALVES NETO, 2001).
Outra consequência que a relação a/c afeta o concreto, está relacionada a sua
permeabilidade. Já que quanto maior for a relação a/c utilizada no concreto, maior
será a probabilidade de evaporação da água e consequentemente maior será o
número de vazios, logo aumentando a permeabilidade e reduzindo a durabilidade
(SILVA 2006).
O adensamento também tem uma parcela considerável na durabilidade e
resistência do concreto, tendo por base que ele consiste no processo de moldagem
e tem como objetivo eliminar bolsões de ar retidos na massa do concreto, pode-se
fazer algumas considerações.
Inicialmente é necessário frisar que a vibração (para moldagem do concreto)
permite um adensamento mais consistente, ocasionando uma maior fluidez sem a
necessidade de acréscimo de água. Deste modo, acontece melhoras em algumas
propriedades do concreto, como: resistência mecânica, aderência, durabilidade e
retração (MEHTA,1992; SILVA, 1991).
Enfim, como última abordagem, é importante fazer algumas considerações
sobre a influência da cura na durabilidade do concreto. O processo de cura consiste
em uma metodologia para evitar a evaporação prematura da água de amassamento
e das reações de hidratação da superfície do concreto. É através desse processo
que é possível que a reação de hidratação ocorra com maior normalidade possível,
com todas as condições ambientais de umidade e temperatura necessárias.
Seguindo este procedimento a probabilidade de surgimento de tensões internas e
fissuras superficiais são mínimas (SILVA, 2006).
Segundos estudos realizados por DAL MOLIN (1995), a cura quando realizada
em ambiente com quase 100% de umidade apresentaram resistência a
compressão, em média, 7% superiores aos concretos submetidos a cura no
ambiente.

2.2 Inibidores de Corrosão


Segundo Gentil (1996), inibidores são substancias que tem como objetivo
reduzir ou eliminar a corrosão, se aplicada com uma concentração adequada.
Assim, eles vêm tendo papel importante nos estudos e aplicações para evitar a
7

corrosão.
Segundo Andrade (1992), inibidores são substancias que conseguem bloquear
a ação anódica, catódica ou ambas em um meio corrosivo. Quando utilizados em
concreto elas devem ser ativas em meios alcalinos, e manter as propriedades
físicas, químicas e mecânicas do mesmo.
Para obter um melhor resultado com a aplicação dos inibidores é necessário
adotar alguns critérios. É importante identificar a causa da corrosão, afim de
identificar qual o melhor método para a utilização do inibidor. Tendo em vista que as
empresas buscam cada vez mais a redução de custos, é crucial uma análise
financeira para identificar a viabilidade do projeto. Mas geralmente os inibidores são
de baixo custo e não exigem mão de obra especializada (GENTIL, 1996; CALLEJA
& ANDRADE,1974).
Um dos cuidados que devem ser adotados é em relação a concentração, pois
muitas vezes, quando utilizados com teores diferentes do ideal, eles tendem a
provocar uma aceleração do processo corrosivo. Logo cada inibidor tem uma
porcentagem específica para apresentar o melhor rendimento possível, em
decorrência destas características eles são chamados de “inibidores perigosos”
(SHREIR, 1979).
Os inibidores podem ser classificados quanto a constituição química,
mecanismo de ação, teor crítico e comportamento. Tendo em vista que essas
características são relevantes para o prosseguir da pesquisa, é importante defini-las
detalhadamente, segue a figura () com as classificações.
8

Figura 2 – Classificação dos inibidores.

Fonte: BOLINA (2008, modificado).

2.2.1 Constituição Química


Os inibidores podem ser classificados em relação a constituição química como
orgânicos e inorgânicos.
Os orgânicos têm como uma das principais caraterísticas a adsorção química
e física. A adsorção física consiste na interação do inibidor com a superfície do
metal através de ligações fracas, como as forças de Van der Walls. Como exemplos
desses inibidores podem ser citados as aminas, os ésteres solúveis em água, os
ácidos carboxílicos e entre outros (FREIRE, 2005).
Em contrapartida a adsorção química tem por base uma interação forte entre
inibidor e superfície metálica, como por exemplo, na formação dos complexos. A
reação química ocorre entre inibidor e metal, onde apresenta uma energia de
ativação maior do que a adsorção física (SILVA,2006).
Os inibidores inorgânicos, assim como o próprio nome diz, são compostos de
base inorgânica que tem por finalidade evitar a propagação da corrosão. Os mais
usuais são: cromatos, nitritos, fosfatos, silicatos, boratos e etc.

2.2.2 Mecanismo de Ação

Existem atualmente três mecanismos de ação dos inibidores, no qual são


classificados como: anódicos, catódicos e mistos. Os anódicos tem como
característica deslocar o potencial de corrosão na direção positiva, já o catódico
9

tende a deslocar para a região mais negativa. Os mistos têm um efeito relativo e
provocam variações nos dois sentidos (LIMA,1996; GENTIL1996).
Os inibidores anódicos tem como principal característica impedir ou retardar a
reação do anodo. Eles reagem com o produto da corrosão formando um filme de
passivação na superfície do metal, onde ocorre a polarização anódica. É necessário
um cuidado enorme para a aplicação desses inibidores, pois cada um tem uma
concentração específica para o máximo desempenho. Caso a dosagem do inibidor
não atinja o valor mínimo, não vai acontecer a formação do filme insolúvel e as
chances de corrosão por pite aumentarão consideravelmente. Como exemplo
desses inibidores podem ser citados os nitritos, hidróxidos, carbonatos, silicatos e
entre outros (MEDEIROS, 2002; FREIRE, 2005; GENTIL, 1996; SALVADOR 2002).
Na figura () é possível observar que a polarização anódica é aumentada com o
deslocamento do potencial de corrosão para valores positivos.

Figura 3 – Diagrama de polarização: (a) com inibidor anódico, (b) sem inibidor.

Fonte: GENTIL (1996).

Os Inibidores catódicos produzem íons metálicos capazes de reagir com a


alcalinidade do catodo, produzindo compostos insolúveis. Esse filme insolúvel
10

impede a difusão do oxigênio e a condução de elétrons, provocando a polarização


catódica. Apesar desses pontos positivos eles não são muito utilizados no mercado,
isso se deve ao fato de que os produtos da reação desses inibidores não aderem ao
metal tão firmemente como os anódicos. (GENTIL 1996; LIMA,1996).
Na figura () é possível notar que os inibidores catódicos controlam a corrosão
deslocando o potencial de corrosão a valores mais negativos e aumenta também o
pH do meio.

Figura 4 – Diagrama de polarização: (a) ação do inibidor catódico, (b) sem inibidor.

Fonte: GENTIL (1996).

Como já foi citado, esses inibidores formam um filme insolúvel em torno do


metal, logo ele não entra em solução, assim impede a corrosão localizada nessas
áreas. Desta forma, independentemente da concentração utilizada, são
considerados seguros, diferentemente dos anódicos, como visto anteriormente.
Como exemplos desses inibidores podem ser citados os sulfitos, hidracinas,
magnésio, sais de cálcio e entre outros (SILVA,2006; GENTIL,1996).
Já os inibidores mistos interferem tanto nas reações anódicas como nas
catódicas, onde sua atuação vai ser definida pelo efeito relativo nos respectivos
sentidos. Eles funcionam com películas protetoras, onde podem ser adsorvidos
tanto na superfície do metal quanto na película passivadora, desta forma estão
11

aptos para proteger tanto a área anódica como a catódica. Como exemplo podem
ser citados os colóides, aldeídos, compostos heterocíclicos nitrogenados,
polifosfatos e entre outros (CARDOSO,2005; GENTIL 1996).

2.2.3 Teor Crítico

Os inibidores também podem ser classificados de acordo com o seu teor


crítico, ou seja, ele tem que ser utilizado com uma concentração correta para não
comprometer sua eficiência. Logo eles podem ser definidos como inibidores
seguros e inibidores perigosos (LIMA,1996).
Os inibidores seguros são aqueles que quando utilizados com uma
concentração insuficiente, geralmente provocam corrosão uniforme. Ou seja, eles
não geram a corrosão localizada, que é altamente danosa para o metal e pode
comprometer a estrutura de componentes. Um exemplo destes são os inibidores
catódicos, que independentemente da concentração, não causarão uma corrosão
por pite, pois formam um filme protetor no metal (FREIRE,2005; RIBEIRO,2001;
MEDEIROS,2002).
Já os inibidores perigosos “dangerous” quando não estão em concentrações
padrão, tendem a fazer o efeito contrário. Ou seja, é gerada a corrosão por pite, que
é uma oxidação localizada altamente prejudicial. Um exemplo são os inibidores
anódicos, que apesar da sua grande eficiência, caso seja utilizada com um teor
incorreto pode trazer grandes danos (GROCHOSKI, 2006).

2.2.4 Comportamento

Em relação ao comportamento dos inibidores, existem duas classificações, os


oxidantes e os não oxidantes, onde as definições são curtas e simples.
Os oxidantes não precisam da presença do oxigênio dissolvido em uma fase
líquida para a manutenção do filme de passivação, ou seja, compostos por óxidos
(GROCHOSKI, 2006).
Já os não oxidantes, precisam do oxigênio dissolvido na fase liquida para
manutenção do filme de passivação, compostos por óxidos. Como exemplo destes
têm-se: benzotriazol, silicatos, orto-fosfatos e entre outros (SALVADOR,2002; LIMA
1996).
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2.3 Porosidade
A porosidade é a propriedade do concreto que determina os índices de vazios,
que podem ocorrer devido a diversos fatores, principalmente, no seu processo de
fabricação. Quando o concreto está em processo da reação química, que ocorre na
hidratação, tem uma redução de volume e logo o surgimento de poros (PINHEIRO,
2004).
A estrutura interna do concreto é bastante heterogênea, onde é composta por
grãos de agregado graúdo e miúdo. Envolto por grandes quantidades de poros e
capilares, que proporciona o retimento de água que não entrou na reação química,
assim como vapor d’água e ar. Fisicamente o concreto é um material que não
apresenta continuidade de massa, composto por três estados físicos: sólido, líquido
e gasoso (PINHEIRO, 2004).
Um dos processos que podem ser utilizados para a determinação da
porosidade é a determinação do percentual de absorção de água, que inclusive foi
utilizado experimentalmente nesta pesquisa. Um concreto que apresenta uma
porcentagem muito grande de poros, está propicio ao surgimento da corrosão
precocemente. Isto ocorre em decorrência dos íons de cloreto dissolvidos na água,
que penetram na estrutura geralmente por absorção capilar pelos poros do concreto
(SILVA,2006).
A porosidade também está diretamente relacionada com a resistência a
compressão do concreto. Quando existem o menor número de poros possíveis, a
resistência tende a ser maior, uma vez que que a ligação agregado-matriz é mais
homogênea. Logo a determinação da porosidade do concreto é crucial para
determinar a sua durabilidade, bem como em relação a sua resistência a
compressão, como também a sua resistência a corrosão (ASSIS,****).

2.4 Resistência a compressão

A resistência a compressão consiste na capacidade do concreto de suportar


uma carga até o momento da falha. Diversos são os fatores que influenciam na sua
resistência, a relação a/c está diretamente relacionada, visto que quanto maior for
essa relação, menos homogêneo vai ser o material, logo maior percentual de poros
13

e automaticamente menor a resistência a compressão (MEHTA e MONTEIRO,


2008).
Também é válido lembrar que a idade de cura do concreto também exerce
grande influência na resistência a compressão. Já que essa resistência é em função
de processo de hidratação, a idade de cura padronizada para esse processo é de
28 dias segundo a NBR 9479:2006 – Argamassa e Concreto – Câmaras úmidas e
tanques para cura de corpos-de-prova.
De acordo com MOREIRA (2012), a resistência a compressão diminui com a
adição do inibidor nitrito de sódio. Observou-se uma tendência de queda com o
aumento do teor do inibidor.
A resistência mecânica do concreto varia bastante em função do consumo de
cimento. A resistência aumenta proporcionalmente com o aumento do consumo de
cimento, como é possível verificar na figura 5.

Figura 5 – Gráfico da resistência a compressão (Mpa) x Consumo de cimento (Kg/m³)

Fonte: Almeida (1996, modificado).


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3 METODOLOGIA
Este Tópico tem como objetivo relatar todo o processo de fabricação e
realização de ensaios nos corpos de prova de concreto. Para facilitar a compressão
é importante dividir as etapas do processo em subtópicos. No qual primeiramente
vai ser relatado os procedimentos referentes a caracterização dos materiais, traços
e cura. Em seguida a parte experimental, que vai abordar as etapas do ensaio que
o concreto foi submetido para avaliar a influência dos inibidores no mesmo.
Tendo como base que que este trabalho é classificado como uma pesquisa
experimental, foi utilizada o espaço físico da UFSJ (Universidade Federal de São
João del Rei), especificamente, os laboratórios do DEMEC (Departamento de
Engenharia Mecânica).
3.1 Materiais
O primeiro passo para iniciar uma pesquisa de forma satisfatória é buscar
informações em normas que padronizam o processo. Desta forma verificou-se que
era necessário escolher as dimensões do molde para o corpo de prova e determinar
o traço para a fabricação do concreto. Logo, vai ser apresentado nesta etapa as
normas utilizadas e as principais peculiaridades da caracterização e fabricação dos
corpos de prova.
3.1.1 Confecções dos Moldes
Antes de iniciar a confecção dos moldes para os corpos de prova é primordial
escolher uma norma que padronize as dimensões dos mesmos. Em decorrência da
falta de verba, optou-se por uma norma que viabilizasse a utilização de um molde
menor. Logo para a fabricação dos moldes foi utilizada a ASTM-C39. Que
específica que para corpo de prova cilíndricos, que é utilizado para o ensaio de
compressão, a altura deve ser o dobro do diâmetro, sendo o diâmetro mínimo de 5
cm. Segue uma imagem dos moldes no tamanho padrão.
15

Figura 6 – Moldes para confecção do concreto.

Fonte: Autoria própria.

Conhecendo as dimensões dos corpos de prova cilíndrico, o segundo passo


foi procurar possíveis moldes, e uma escolha bem eficaz foi o tubo de “PVC” com o
diâmetro já prescrito. Desta forma cortou-se o tubo com uma altura de 10 cm, onde
para uma melhor precisão para um futuro ensaio, optou-se por fazer 3 moldes para
cada caso. A metodologia consiste em um processo inicial de moldagem e um final
de desmoldagem. O concreto deve ser inserido no molde e esperar por período
para que crie uma consistência. Para facilitar a desmoldagem é de suma
importância fazer um corte ao longo da altura do molde, em seguida esse espaço
vazio deve ser coberto por fita crepe, para evitar o vazamento no momento da
moldagem. Os tubos de “ PVC” são fixados em vidros, com a utilização de silicone
para sua fixação. Segue uma imagem dos moldes fixados no vidro.
16

Figura 7 – Moldes fixados em uma superfície de vidro

Fonte: Autoria própria.

3.1.2 Confecções do Concreto


Um processo de muita importância durante a pesquisa, foi o de fabricação do
concreto. Pois é este que define a resistência mínima que o concreto deve ter
quando não está sob a influência de inibidores. Neste trabalho optou-se por um
traço de 25 Mpa com 28 dias de cura.
Como o concreto que foi utilizado não foi em larga escala, foi escolhido o
processo de fabricação manual, sem a utilização da betoneira. A norma utilizada
para esta etapa foi a NBR 5738- Procedimento para moldagem e cura de corpos de
prova. Tendo em vista que o processo de fabricação escolhido foi o manual, é
primordial que as etapas sejam seguidas de forma minuciosa, para evitar possíveis
erros.
Tendo em vista que o concreto deve ser o mais uniforme possível, vai ser
listado os passos para a fabricação do mesmo. O concreto deve ser preparado em
uma superfície rígida, limpa e impermeável. Primeiro espalhe o agregado miúdo
(areia) formando uma camada em torno de 15 cm, em seguida adiciona-se cimento
e mistura-se bem, até apresentar uma cor homogênea. O próximo passo consiste
em adicionar a brita e misturar até ficar homogêneo novamente, depois abre-se um
buraco no meio da camada e adiciona água aos poucos. Para finalizar misture bem,
lembrando que as quantidades de cada componente são determinadas pelo traço.
17

3.1.3 Processo de Moldagem e Desmoldagem

O processo de moldagem consiste em inserir o concreto fabricado no molde,


logo existe uma metodologia para garantir que o concreto fique o mais uniforme
possível. Foi utilizada a “NBR 5738 – Procedimento para moldagem e cura dos
corpos-de-prova”. A norma específica que deve ser utilizado uma haste de aço,
cilíndrica, com superfície lisa, de (16,0 ± 0,2) mm de diâmetro e comprimento de
600 mm a 800 mm, no qual tem como finalidade dar golpes consecutivos no
concreto que for colocado no molde. Seguindo as prescrições da norma, deve ser
feito duas camadas, 20 golpes para cada, sendo importante sempre manter o
mesmo operador e a intensidade do golpe deve ser constante. Segue a imagem do
concreto no molde.

Figura 8 – Concreto já inserido no molde

Fonte: Autoria própria.

Ainda tendo como base a norma “NBR 5738” para o processo de


desmoldagem, deve- se colocar os moldes sobre uma superfície horizontal rígida
que não esteja sobe a ação de vibração ou qualquer outra oscilação. Após o
momento da moldagem é necessário armazenar os corpos de prova em local
18

protegido de intempéries durante as primeiras 24h, para depois fazer o processo de


desmoldagem, que consiste em cortar a fita adesiva e retirar o molde. Segue a
imagem do corpo de prova desmoldado.

Figura 9 – Corpos de prova

Fonte: Autoria própria.

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAL


Feito toda a parte de caracterização e confecção dos corpos de provas, foi
possível iniciar os procedimentos experimentais. Logo este tópico tem como
objetivo detalhar os processos que os corpos de prova foram submetidos para
colher os resultados da pesquisa.
3.2.1 Curas
Sabendo da grande importância do período de cura do concreto, no qual
garante que ele apresente a resistência e a durabilidade desejada, é importante que
ela seja feita de forma minuciosa. Partindo deste ponto, a norma “NBR 5738”
estabelece um procedimento padrão para esse processo, que foi o utilizado nesta
pesquisa. Os corpos de prova ficaram em condições de cura, em um ambiente com
100% de umidade, durante 28 dias até o momento do ensaio.
Para simular uma orla marinha, com alta salinidade, foi utilizado uma mistura
de água com 3,5 % de NaCl. Os corpos de prova ficaram em imersão durante 20
dias.

3.2.2 Ensaios de Porosidade


O ensaio de porosidade consiste em verificar os índices de vazios do concreto,
19

em virtude, principalmente, do processo de fabricação. Logo este tópico tem como


objetivo descrever a metodologia para a realização deste ensaio.
Para a realização do ensaio foi utilizado a norma (BS_EN_ISO_10545) que é
uma norma adaptada para utilização em concreto, já que ela tem maior aplicação
para determinar a porosidade de telhas cerâmicas. Tendo em vista que é uma
norma bem abrangente e com especificações bem claras, optou-se por ela.
O primeiro passo do processo consiste em colocar os corpos de prova na
estufa ajustada a (110 +- 5) °C até que seja atingido massa constante, isto é, até
que a diferença entre duas pesagens consecutivas em intervalos de 24 h seja
inferior a 0,1%. Em seguida arrefecer os mesmos em um dessecador, depois
registrar o peso.
Depois colocar os corpos de prova na vertical, sem contato entre eles, na
câmara de vácuo. Evacuar a uma pressão de (10 +- 1) KPa e manter durante 30
min. Segue a imagem da câmara de vácuo:

Figura 10 – Câmara de vácuo

Fonte: Autoria própria.

Em seguida, mantendo o vácuo, admitir-se lentamente água suficiente para


cobrir os corpos de prova por 5 cm e permitir que eles permaneçam submersos por
15 min. Em seguida, secar eles com um pano, imediatamente a realização desse
20

processo pesar cada corpo de prova. Segue a imagem da pesagem do corpo de


prova submerso:
Figura 11 – Pesagem dos corpos de prova submerso

Fonte: Autoria própria.

Para a realização dos cálculos, existem três massas diferentes, sendo elas:
M1: É a massa seca do corpo de prova após a passagem pela estufa e dessecador
M2: É a massa do corpo de prova após a passagem pela câmara de vácuo
M3: É a massa do corpo de prova após a passagem pela câmara de vácuo, porém
imerso em água.
Para este trabalho o foco principal vai ser na absorção de água, já que a mesma
mostra resultados bastante significativos referente aos espaços vazios do concreto.
Para cada corpo de prova, a absorção de água é expressa como porcentagem e é
calculada usando a seguinte equação:

Equação 1 – Absorção de água

Fonte: BS_EN_ISO_10545.

3.2.3 Ensaio de Resistencia a compressão


Afim de se obter uma resistência padrão, especifica-se um período de cura,
21

que como já foi dito foi de 28 dias de acordo com a “NBR 5738”.
Toda a metodologia feita no ensaio de compressão foi de acordo com a “NBR
5739 – Concreto – Ensaio de Compressão de corpos-de-prova cilíndricos”.
Após tirar os corpos de prova da condição de cura é importante ficar atento a
determinadas peculiaridades. É necessário que as bases estejam uniformes, logo
foi feito um faceamento em ambas as bases. Antes de iniciar o ensaio é preciso
inserir alguns dados de entrada na máquina, são eles a altura e diâmetro exato de
cada corpo de prova, porem a norma especifica que devem ser retiradas três
medidas de cada e fazer a média.
Feito tudo isso, o próximo passo consiste em secar os corpos de prova antes
do ensaio e entrar com a velocidade de ensaio, que é de 0,45 MPa/s e a velocidade
deve ser mantida durante todo o processo. Depois de um tempo, a máquina mostra
o pico de força e da resistência a compressão máxima. Segue a imagem do ensaio:

Figura 12 – Ensaio de Compressão

Fonte: Autoria própria.


22

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este tópico tem como objetivo mostrar e discutir os resultados obtidos na
pesquisa, independente se eles foram encontrados conforme o esperado. Sendo
assim, cada resultado vai ser explicado conforme embasamento científico e
orientações de especialista.

4.1 Ensaios de porosidade


Como já se sabe, nesta pesquisa foi utilizado o inibidor nitrito de sódio com
3% e 4% na condição normal e também na condição de um ambiente com cloreto de
sódio (para representar uma orla marinha). Desta forma segue uma tabela com os
respectivos resultados do ensaio de porosidade.

Tabela 4 – Absorção de água (Porosidade)

Absorção de Água
Corpos de Prova-Branco 9,73%
Branco-NaCl 8,69%
Corpos de Prova-3% 9,66%
3%-NaCl 8,62%
Corpos de Prova-4% 9,63%
4%-NaCl 8,87%
Fonte: Autoria própria.

É possível notar que a porosidade sofreu uma pequena diminuição com a


introdução do inibidor Nitrito de Sódio, mas a variação foi tão pequena que pode ser
considerada desprezível. O que nos indica que o inibidor não tem grande influência
na porosidade do concreto.
Também foi possível detectar que os corpos de prova que passaram pelo
ambiente com cloreto de sódio apresentaram uma porosidade menor, como é
possível observar na tabela. Sendo que as amostras brancas com NaCl obtiveram
uma diminuição de 10,68% na porosidade, os com 3% de nitrito apresentaram uma
diminuição de 10,76% e os com 4% de nitrito a diminuição foi de 7,89%. Ou seja, o
ambiente marinho, que contém a presença da sanalidade, pode contribuir para a
diminuição de absorção de água do concreto, em decorrência do excesso de íons
sódicos.

4.2 Ensaios de compressão

Como já se sabe, este tópico desta tese teve como objetivo avaliar como a
resistência a compressão do concreto é alterada com o uso de inibidores de
corrosão. Porém, com o decorrer da pesquisa, foram obtidos alguns resultados não
esperados.
Tendo por base que foi escolhido um traço para uma resistência a
compressão de 25 MPa, esperava-se que o corpo de prova branco apresentasse no
23

mínimo esta resistência. Mas os resultados obtidos foram bem abaixo do esperado,
desta forma buscou-se revisar a literatura e normas para ver se a metodologia do
processo estava de acordo com as especificações.
Após uma minuciosa revisão repetiu-se o processo de fabricação, cura e
ensaio. Pois poderia ter ocorrido algum erro ao longo do processo, mas os
resultados persistiram e continuavam bem abaixo do especificado. Depois de muita
persistência, optou-se por mudar o traço, pois as vezes o erro poderia ser no
mesmo. O traço escolhido foi o de 40 MPa, foi feito todo o processo prescrito pela
norma e o resultado dos corpos de prova branco continuavam dando abaixo do
especificado pelo traço. Durante esta longa jornada de trabalho buscou-se a ajuda
de diversos pesquisadores e especialistas na área, porém não foi encontrado um
possível erro. Desta forma, já que existia resultados comparativos entre corpos de
prova branco e com inibidor, mas com resistência a compressão abaixo do
especificado. Optou-se por colocar nesta pesquisa uma relação percentual entre os
respectivos corpos de prova.
Como já se sabe, foram ensaiadas três amostras para cada condição, e o
resultado será apresentado com base na média obtida. Segue alguns gráficos
gerados durante o ensaio de compressão referentes ao corpo de prova branco e
com o inibidor.
Figura 13 – Gráfico ensaio de compressão (Inibidor)

Fonte: Autoria própria.


24

Figura 14 – Gráfico ensaio de Compressão (Branco)

Fonte: Autoria própria.

Como já se sabe, nesta pesquisa foi utilizado o inibidor nitrito de sódio com
3% e 4% na condição normal e também na condição de um ambiente com cloreto de
sódio (para representar uma orla marinha). Segue uma tabela com os respectivos
resultados, tendo por base a média das amostras.

Tabela 5 – Resistência a Compressão

Resistência a Compressão (Mpa)


Branco 9,913615239
Branco- NaCl 8,641746399
3% NTS 6,497219359
3% NTS-NaCl 4,797859107
4% NTS 6,849391708
4%NTS-NaCl 5,187773105
Fonte: Autoria própria.

Com esta tabela é possível observar que aconteceu uma queda cerca de
34,5% do corpo de prova branco para o de 3% de NTS nas condições normais, que
é uma perda considerável, que em nível de projeto pode ocasionar grandes danos. A
variação entre os inibidores de 3% e 4% nas condições normais foi muito pequena,
em torno de 5,4%. Também foi possível observar que para um mesmo inibidor, que
em média a resistência cai em torno de 21% da condição normal para a condição de
ambiente com cloreto de sódio. Uma possível explicação para o decaimento da
resistência a compressão com ou uso dos inibidores, é que eles retardaram o
processo de hidratação do concreto e assim afetando diretamente na sua
resistência.
Desta forma a conclusão da pesquisa é que o referido inibidor tem muita
influência na resistência mecânica do concreto, e que estudos mais aprofundados
25

são necessários para detectar a causa raiz desta diminuição. Mas de certo,
empresas da área de construção civil devem ficar atentas aos inibidores de corrosão
utilizados. Pois muitas vezes eles cumprem a sua função principal, de inibir a
corrosão, mas podem interferir em outros fatores, como observado nesta pesquisa,
com a diminuição da resistência a corrosão.
26

REFERÊNCIAS

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