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volume IV - número 19 - janeiro/fevereiro 1967

diretor responsável
Adalberto Miehe
redator chefe
Alfredo Franke ÍNDICE
secretário '
Fausto P. Chermonl
Transmissor para contrõle remoto 9
consultores
eng. Tomas Hajnal
eng. Luciano Kliass FM estéreo 13
desenhos
Alcides J. Pereira O Osctlador de bloqueio 17
revisão
Adauto V. 8 . Conde Documentação Técnica: TV PHILCO 19
publicidade
Roberto Firíatti Gerador de áudio freqüências 21
fotografias
Fotolabor Ltda. A técnica de medidas em amplificadores de áudio 24
clichis
Cllcheria Unida S. A. Interferência de transmissores em TV 31
impressão
Soe. Benof. S. Camilo Geradores MHD de energia elétrica 32
(Dep. Gráf.)
distribuição eiCcfusiva Amplificador de áudio 9/14 W 31
I*• todo o Brasil
Fernando Chinaglia Distribuidora S. A.
R. Teodoro da Silva. 007 Matemática p/ o técnico 39
Rio de Janeiro
distribuição· em Portugal "Labirinto elétrico'' 43
e Províncias Ultramarinas
Centro do Livro Brasileiro Ltda. O orticon de imagem 45
R. Rodrigues Sampaio. 30-8
Lisboa Documentação Técnica : Ampl. estereofõnico EASA
proprietários e editõres
ETEGIL Elementos de Eletrônica 50
Ed. Técnico-Gráfica Industrial Ltda.
redação e administração
R. Sta . lfigênia. 180
T&da• a• apllcaç&e• aqui de•crlta•, utiliza"' "'ate-
Tel. 35-4006 - C. P. 30 869 rlal• ftlcll"'ente encontrado• no "'ercado nacional.
São Paulo .- Brasil Os artigos assinados sao de exclusiva responsabilidade · seus
autores. E vedada a reproduçao dos textos e das llus•. 'SçOes
PREÇOS publicados nesta revista. salvo mediante autorlzacao po • ·.escri-
to da redaçao.
EXEMPLAR AVU..SO CR$ 850
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REGISTRADA CR$ 4.100 Atualmente em fase de transmiSSÕes expe-
AÉREA REGISTRADA CR$ 6.100 rimentais para ajuste do equipamento, a
ASSINATURA 2 ANOS TV Bandeirantes - Canal 13 de São Paulo
REGISTRADA CR$ 7.600 é uma das mais modernas e bem Instala-
AtREA REGISTRADA CR$ 11 .600 das emissoras de TV do 1lJOSSO Hemisfério.
Sua tOrre no Pico de Jaraguã alcanca uma
As ..-...as deverão ser enviadas para altitude superior a 1300m acima do nivel
E1ER. - C.P. 30 869 . S. Paulo do. mar.

.! AXllWW&iWIRO - 1967
IJ[llffil~~mQ~~®[ll
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Alberto José Rodrigues Alves

INTRODUÇAO MODULADOR

A finalidade dêste artigo é a complemen- O modulador é constituído essencialmente


tação do '•Receptor para contrôle remoto" pu- de um oscilador e de um estágio de potên-
blicado no n ." 15 desta revista. Esperamos, cia. O oscilador formado pelos transistorEs
com isso, que os aficionados do comando à TR 1 e TR 2 é um multivibrador astável cuja
distância não tenham mais problemas de equi- freqüência de saída é de 1. 000 Hz. O contrôle
pamento, pois a eficiência e o preço do con- dessa oscilação é feito através da chave S1,
junto publicado são bastante compensadores que é uma chave de pressão (normalmente
em relação aos similares estrangeiros. aberta), a qual permite ou não a alimentação
O transmissor aqui descrito pode fornecer do multivibrador.
uma potência de saída da ordem de 200 mW, O estágio de saída é formado por um ex-
o que é mais do que suficiente para contrôles citador (Tr3l e pelo . estágio complementar
de aeromodelos a distâncias de até 1,5 km. (Tr 4 e Tr5) em classe B. A razão da escolha
sendo a portadora de 27,255 MHz modulada em de uma saída complementar em classe B sJ
amplitude por 1 . 000 Hz. A alimentação é de deve primeiro, ao fato de economizarmos um
12V e pode ser feita por pilhas tipo lapi- transformador excitador e segundo que em
seira. classe B os transistores permanecem pràti-
A montagem poderá ser bem comoacta, o - camente cortados na ausência de sinal, o que
oue facilitará o manuseio do transmissor no favorece a economia das pilhas.
campo. Alguns detalher; do circuito e os O acoplamento do modulador ao estágio
ajustes necessários são descritos a seguir. de RF é feito por transformador, a fim de

Fig. 1 - Circuito do modulador . Os valõ·


res dos componentes figuram na lista de
materiais no final do artigo .

aa ponto@

TR5

c:s

~IRO/FEVEREIRO - 1967 9
termos um perfeito casamento de impedâncias Estágio de RF: 1 - Com o aparelho total-
e um melhor rendimento. mente montado e sem an-
tena, solde uma resistên-
ESTAGIO DE RF cia de 52Q - 1W, entre
o ponto B e a terra. Li-
Para economia e simplicidade, usamos ape- gue também um miliam-
nas um transistor do tipo AFY19 como osci- perímetro de 0-100mA em
lador controlado a cristal e amplificador de série com a resistência
RF. Rts (emissor) .
A resistência fixa !Rt4l e a variável de 10k~~ 2 - Ligue o · aparelho numa
(Rtsl, determinam a polarização de base do fonte de 12 Vcc e ajuste
transistor. No circuito de coletor do transis- o potenciômetro de base
tor se encontra o circuito oscilador constituí- <Rtsl para uma leitura de
do da bobina L~, do trimmer Cto e do conden- 35mA no emissor. O os-
sador fixo Cu. O uso do cristal é importante cilador deverá funcionar
para que a freqüência de oscilação seja está- sem problemas. entretan-
vel com variações da temperatura e da tensão to é interessante fazer-se
da bateria. O trimmer permite o ajuste cor- uma verificação com au-
reto do circuito oscilante para o mesmo va- xí.lio de um Grid-Dip-Me-
lor da freqüência do cristal. ter.
3 - Coloque agora um medi-
dor de intensidade de
ponto@ campo perto da bobina
Lt, e varie o trimmer C10
a fim de se obter a me-
lhor leitura. Se o valor do
trimmer não fôr suficien-
te mude o valor do capa.-
citor fixo Cu. Ajuste si-
multâneamente o poten-
CIO C /1
ciôinetro de base a fim de
que a corrente de emis-
sm: permaneça nos 35mA
4 - Ajustado o oscilador, des-
ligue a resistênci!J, de 52Q
e coloque a antena no seu
lugar. Aproxime o medi-
dor de intensidade de
campo da bobina de car-
ga da antena e ajuste o
trimmer C13 para máxima
leitura. Em seguida ajus-
Fig. 2 - Circuito esquemãtico do estãgio de RF. te o ferrite da bobina de
carga para a melhor lei-
tura no medidor e torne
a ajustar Ct3, e assim por
A bobina de antena L2 é acoplada induti- diante. até se obter a má-
vamente a Lt. Através de L2 o sinal de RF xima saída na antena. A
chega até a antena. O trimmer C13 em para- corrente ftnal de emissor
lelo com L2 serve para efetuar o correto casa- do AFY19. deve estar por
mento com a antena. volta de 35mA.
Estágio Modulador: O único ajuste do estágio
Montagem e Ajuste modulador é da norcenta-
gem de modulação. Para
tanto, comprima a chave
A montagem e ajuste . dêste aparelho de- St e com auxílio de um os-
vem ser efetuadas com bastante cuidado por ciloscópio, ajuste R~ de
aquêles que não tiverem alguma experiência modo oue a modulacão se
anterior neste tipo de circuito. situe entre 95% e 100% . O
A montagem deverá ser feita em circuito aiuste correto de modula-
impresso para uma míniaturização do apare- cão é importantíssimo nes-
lho e devem ser observadas tôdas as recomen- tes sistemas de contrô!e
dações para montagens em altas freqüências remoto com portadora mo-
(lides curtos, condensadores de boa qualidade, dulada.
etc.). Deve-se especialmente, tomar muito
cuidado para evitar uma realimentação entre CONSTRUÇAO DO TRANSFORMADOR
a bobina osciladora e outro ponto qualquer
do circuito. As dimensõP.s Cio ferro estão na figura 3.
Para os ajustes deve ser seguida a seguinte A seccão é quadrada. e o ferro-silício do tipo
ordem: comum para transformadores de saída.

10 REVISTA ELETRONICA
ANTENA
SUF~RIOR

TUBO
ISOLANTE

BOBINA DE
CARGA
C/ FERRITE

ANT~NA
INFERIOR

FRENTE LADO

Fig. 4 b - Detalhe da antena com bobina de carga.

Fig. 3
ma de 10mm de diâmetro externo por 20mm de
Primário: 124 espiras de fio 30 A.W.G., es- comprimento. e com núcleo ajustável de fer-
maltado. rite.
Secundário: 700 espiras de · fio 34 A.W.G., es- O enrolamento é constituído de 18 espiras
maltado. de fio 28 A.W.G., esmaltado.

CONSTRUÇAO DA ANTENA CONSTRUÇAO DAS BOBINAS L 2 E L1

As dimensões da antena estão na figura 4. A figura 5 mostra um detalhe das bobinas


A separação das duas seções deverá ser feita Lz e L1.
com um tubo de 6 cm de material isolante. A A bobina osciladora L1 é construída sôbre
bobina de carga é construída sôbre uma fôr- uma fôrma de 12mm de diâmetro. sôbre a qual
se enrolam 5,5 espiras de fio 18 A.W.G. esmal-
tado. Depois de enroladas, retira-se a fôrma
ANTENA TELESCOPICA e afasta-se as espiras de modo que ocupem um
..--ENTRE 1,2m e t,4m comprimento de 12mm.

50 cm

LI
5,5 ESPIRAS

-'---~M... TUBO ISOLANTE


6cm :;.l---PARA SEPARAÇÃO
DAS SEÇÕES
CRISTAL COLETOR

Fig. 5 - Detalhes das bobinas L1 e L2.

A bobina de antena Lz é construída sôbre


uma fôrma de 10mm de diâmetro, sôbre a qual
TOem se enrolam 4 espiras juntas de fio 18 A.W.G.
e~maltado. Depois de enroladas, retira-se a
forma para que as espiras fiquem no ar.
A posição d3;s duas bobinas é importante:
Lz deverá estar Situada sôbre L1 a uma distân-
Fig. 4 a - Construção da cia de 3mm da mesma. As derivações na bo-
antena. Caso não se encon-
tre uma antena telescópica bina L1, também devem ser feitas com cui-
entre 1,2 e 1,4 m, a antena dado e do seguinte modo: ·
1 - A uma espira do extremo que vai ao


poderá ser feita de tubo de
aço , de parede bem tina e coletor, deve-se ter uma derivação para o cris-
nas dimensões do desenno. tal .
.IANEIRO/FEVEREIRO - 1967
11
2 - A 2,5 espiras do extremo que vai ao Condensadores
coletor, deve-se tirar uma derivação para a
alimentação <ponto A). Ct: .01 11F
C2: .01 f..LF
RF;FER~NCIAS C3: . 1 11F
C4: 10 rtF - 16 V - eletrol.
''Construccion Facil de Objetos Teledirigidos" Cs: 100 rtF - 16 V - eletrol.
-A. Zamora. Cs : 400 11F - 16 V - eletrol.
··Revista Eletrónica n .0 8". C1: .05 f..LF
•·Transistores : Circuitos - Disefio''. Cs: 4,7 pF
Texas Instruments Cg: .05 rtF
"Transistores : Teoria e Apliccaciones". Cw: 3 - 30 pF - trimmer a ar
Miniwatt Cu: 120 pF
C12: 10 pF
C13 : 3 - 30 pF - trimmer a ar
LISTA DE MATERIAL
Transistores
Resistências: Tôdas 1/ 2 W, 10%
Trt Tr2 OC71
Tr3 OC75
Rt: 20 K Q Tr4 e Trs = par complementar AC127 -
R2: 6,8K Q AC132
R3: 100 K Q Trs AFY19
R4: 100 K Q
R.s: 6,8K Q S1: chave de pressão, normalmente aberta
Rs : 10 K !>. potenciómetro linear Tt: transformador de modulacão (texto)
R1: 2,2K Q C.R.F.t: choque de 500 rtH, 100 mA
Rs : 10 K Q C.R.F.2 : chooue de 500 rtH, 50 mA
Rg: 150 Q XTAL: 27,255 MHz, 3° sobretom,
R to: 39 Q Antena telescópica de 1,2m a 1.4m
Ru: 1 K Q Bateria de 12V: 8 Pilhas do tipo lapiseira (ou
R12: 2,5 Q outro tipo maior) em série. As
R13: 2.5 Q pilhas d e v e m ser trocadas
Rt4: 10 K Q ouando a tensão cair abaixo
R15 : 10 K Q potenciómetro linear de lOV com o transmissor em
Rta: 47 Q funcionamento .

12 REVISTA ELETRONICA
FM estúet
Transmiss'lo O sistema adotado pelas autoridades in-
ternacionais em rádio-difusão satisfaz, con-
As primeiras experiências feitas na trans- tudo, as seguintes condições:
missão estereofônica, por meio de rádio, en-
volviam dois transmissores e dois receptorts a - não requer uma banda passante
separados. O método era muito caro, além de maior do que a exigida para transmissão mo-
exigir uma faixa de freqüências para trans- nofônica.
missão mais larga, tanto em ondas médias b - é um sistema compatível.
como em ondas ultra-curtas (VHF-FM) .
A primeira conclusão a que se chegou, c - é transmitido em freqüência modu-
posteriormente, é que rádio-estereofonia devia lada.
ser preferivelmente transmitida em freqüên- Bàsicamente o sinal transmitido se com-
cia modulada. Isto se deve ao fato de que, põe de um sinal monofônico contendo tôda
em ondas médias, as condições de interfe- a informação musical e outro sinal contendo
rência não permitem que se obtenha uma tôda a informação direcional. O sinal mono-
alta qualidade de áudio. E, como sabemos, a fônico ( M) consiste na soma dos sinais pro-
estereofonia melhora a qualidade do áudio mas venientes da direita (D) e da esquerda (E) .
exige que o áudio em si tenha ótima quali~ A informação direcional ( S) é a diferença
da de. entre E e D (figura 1).

Fig. 1

.JANEIRO/FEVEREIRO ~ 1967 13
O sinal M é modulado de maneira comum ocupado no espectro de freqüências por um
de acôrdo com os padrões para rádio-difu- sinal que não contém nem informação musi-
são em FM, com exceção de que a máxima cal nem direcional. É necessário, evidente-
profundidade de modulação é de apenas 90% mente, que a sub-portadora de 38 kHz seja
da prescrita para transmissões monofônicas restaurada no receptor com a mesma fase que
em FM. possuiria a sub-portadora original se fôsse
O sinal S é obtido modulando-se primei- transmitida. Como a sub-portadora no trans-
ramente em amplitude uma sub-portadora de misor (figura 6) é obtida também por dobra-
38 kHz (figura 2) . Considerando-se então mento, esta condição se encontra satisfeita,
que a máxima freqüência de áudio a trans- exceto quando existem distorções de fase na
mitir é 15 kHz, as bandas laterais em tôrno trajetória de propagação ou no receptor ; no
da sub-portadora se situam entre 38 - 15 = entanto, isso pode ser evitado por meio de
23 kHz e 38 + 15 = 53 kHz. Êsse sinal é projeto adequado.
então aplicado ao modulador FM. O sinal de O sinal de áudio que atinge o modula-
!i.udio total aplicado ao modulador apresenta dor de FM portanto, tem o aspecto apresen-
portanto a distribuição de freqüência que 5e tado pela figura 4. A informação musical
vê na fig. 3. fica restrita a 15 kHz. o que dificilmente pode
ser chamado de limitação. Se o sinal de 19
kHz não fôsse suprimido no receptor e atin-
gisse o alto-falante, teria tão pequena ampli-
tude que não seria ouvido nem mesmo por
M aquêles que possuem uma acuidade auditiva
excepcional. A distância de 4 kHz entre o si-
nal pilôto e a freqüência mais alta de áudio
ou a banda lateral mais próxima (23 kHz) é
suficiente para evitar que a operação do do-
brador de freqüências no receptor seja in-
Fig. 2 fluenciada pelo sinal M ou pela banda late-
ral inferior de S, mesmo que haja um sinal
Próximas da sub-portadora (abaixo de 400 de áudio ligeiramente superior ao limite de
Hz) as bandas laterais são atenuadas, já que 15 kHz. E também permite que a amplitude
para essas freqüências o efeito direcional § do sinal pilôto seja bem pequena.
desprezível. Os sons de baixa frequência atin- Fica então bem claro do que foi exposto
gem os microfones com diferenças de fase e que um receptor monofônico de FM reproduz
intensidade pràticamente desprezíveis, exata- somente a parte M do sinal estereofônico de
mente como acontece no caso da audição hu- FM. O sinal pilôto e o sinal S contido nas
mana. Os sinais D e E de baixa freqüência bandas laterais dispostas simetricamente em
(abaixo de 400 Hz) são portanto pràticamen- tôrno da sub-portadora de 38 kHz não serão
te idênticos e conseqüentemente sua diferen- reproduzidos. 'tles serão conduzidos à massa
ça terá uma amplitude muito pequena. A por circuitos .iá existentes em aualquer recep-
sub-portadora de 38 kHz, contudo, tem uma tor e. de aualauer maneira. não serão repro-
amplitude considerável e portanto requer uma duzidos pelo alto-falante. A Qualidade de re-
parte considerável da energia a ser transmi- cepcão é idêntica à aue se obteria com uma
tida. Para superar essa dificuldade, a sub- transmissão monofônica. Em outras palavras,
Cl sistema duplex de transmissão satisfaz per-
portadora de 38 kHz é suprimida (figura 4).
feitamente as necessidades de compatibili-
Sua presença, no entanto, é necessária no dade. isto é. de se receber um sinal estereo-
receptor, pois senão o sinal S não pode ser fônico em um receptor monofônico sem al-
recuperado das bandas laterais que o contêm teração de qualidade.
(figura 5).
Para tal, um sinal pilôto de 19 kHz é Recepção.
transmitido em lugar da sub-portadora de 38
kHz. :tsse sinal possui pequena amplitude O recentor de FM estéreo é de certa ma-
e no receptor, após a deteção de FM é ampli- neira idêntico ao receptor de FM monofônico
ficado e dobrado. Assim, menos espaço é principalmente se êste ·último possuir uma

Ptr. a Fig. 4

14 REVISTA ELETRONIC .~
:J8kHr

]] f9kHr

Fig. 5

etapa de áudio para reprodução de discos es- Fig. 6


Cereofônicos. Então, a unica diferença visí-
.-el será o decodificador (fig. 7), no qual a
sub-portadora de 38 kHz é recuperada e os retificadores. Variantes do circuito visto na
sinais D e E são obtidos dos sinais M e S. figura 9 podem ser empregados sem que o
ESte decodificador se encontra entre o detefor princípio original de operação seja afetado.
de FM e a entrada dos amplificadores de áu- Dependendo do circuito empregado, os capa-
dio. Além disso, deve ser provido de um citares de de-ênfase devem ser incluídos nos
dispositivo que indique se a transmissão que dois amplificadores de áudio ou no decodifi-
está sendo recebida é estéreo ou monofônica. . cador. Não devem, em hipótese alguma, no
No conversor (fig. 8) o sinal pilôto de entanto, ser incluídos no detetor de relação,
19 kHz é usado para regenerar a sub-porta- porque o sinal S seria atenuado.
dora de 38 kHz. Após essa última ser adi-
cionada às bandas laterais (E-D), o sinal S
modulado pode então ser aplicado ao detetor Conversão e adaptação
de AM em cuja saída obtém-se o sinal E-D.
Somando-o ao sinal M, o sinal correspondente
a E reaparece ; subtraindo-o obtemos o sinal Se quiséssemos evitar distorção, teríamos
D. Em outras palavras. o sinal E é obtido de prover o receptor de FM com uma largu-
;:ela adição de M com o sinal f?., ambos em ra de banda de 180 kHz. Em alguns recep-
~ase; enquanto o sinal D resulta, ~.ambéni, de tores monofônicos de FM, contudo, a largura
uma adição. sf'mente que S aí Sé apresenta de banda de FI (que determina a seletividade
rom 180° de diferença de fase cvm relação do receptor) é menor do que 180 kHz, che-
aM. gando às vêzes a somente 120kHz, o que, de-
O circuito básico de um decôdificador é vido à relativamente pequena amplitude das
listO na figura 9. As setas indicam as fases freqüências altas, ainda conduz a resultados
õo sinal S = E-D após a deteção. Por inspeção satisfatórios quando se trata de transmissões
do circuito não é difícil também de se com- monofônicas.
preender como a adição e a subtração dos do_is Já em recepção estereofônica, o sinal mo-
9nais se realizam e como os sinais D e E s:ao dulado (E - D) será atenuado e distorcido
~dos . se a largura de FI fôr excessivamente estrei-
Para uma operação confiável do gerador ' ta. Poderá ocorrer também distorção do si-
ãe 38 kHz é necessário que o sinal pilôto . de nal M, cuja terceira harmônica cai dentro
19 kHz seja bem distinto dos outros compo- da faixa do sinal S, produzindo, portanto, ba-
nentes do sinal, o que requer que ha.ia muito timentos.
!xJa filtragem. Ao mesmo tempo, é essen-
dal que a sub-portadora de 38 kHz recupe- Isto pode impedir uma adaptação bem
=-ada no receptor tenha a mesma fase que sucedida de um aparelho FM mono para es-
:JOSSuía no transmissor. Outros dobradores téreo. Além disso, o discriminador deve ter
de freqüência usam osciladores de bloqueio ou uma curva de resposta em freqüência plana
até 53 kHz., enquanto nos receptores monofô-
nicos a resposta cai de 3 dB já em 3,18 kHz,
segundo as normas européias, e em 2,12 kHz
nos Estados Unidos, em virtude da de-ênfase.
Outrossim, as imperfeições do detetor de re-
lação, pelo menos em receptores monofônicos,
causam uma queda adicional de 3 dB em
15 kHz. Assim. mesmo que o circuito de de-
ênfase fôsse desligado, a condição de respos-
ta em freqüência plana até 53 kHz não po-
deria ser satisfeita. Conseqüentemente a con-
versão de um receptor monofônico para es-
téreo. mesmo que êle possua uma seção de
áudio estéreo, implicará em alguns casos em
mudanças no estágio de FI e no discrimina-
Fig. 7 dor: a menos que o receptor tenha sido pro-

.;.umRO/FE:VEREIRO - 1967 15 .
jetado para adaptação para FM estéreo, a con- = 2D. Se no entanto 0 é diferente de 0°
versão será uma operação cara e insatisfa- ou 180° então a soma de M com S conterá
tória. sempre os dois sinais D e E.
Diafonia Isto nos mostra que se aplicarmos um
filtro no caminho de um dos sinais <E+D) ou
Se parte do sinal E se mistura ao sinal D, (E-D), é necessário que apliquemos um que
ou vice-versa, o som estereofónico ficará pre- introduza a mesma diferença de fase no ca
judicado. No caso de haver 100% de diafonia minho do outro. Também assimetrias que afe-
(interação entre os dois canais) não haverá tam as amplitudes dos dois sinais devem ser
mais sinais E e D separados e a reprodução evitadas. Em geral, introduz-se no circuito
será monofônica (fig. 10). uma rêde para compensação de diafonia em
virtude das pequenas diferenças que . sempre
existem.
Um receptor monofónico reproduz um si-
nal estereofónico pràticamente como se esti-
~E Yesse recebendo um sinal mono e com a mes-
ma relação sinal-ruído, já que o processo de
modulação da portadora pelo sinal <E+D) é

l. .______.r o Fig. 8
quase o mesmo que o empregado para sinais
mono.
Se um sinal FM mono é recebido por um
---------+ receptor estéreo_cujos estágios de rádio-fre-
qüência, misturador e FI são idênticos aos de
um receptor monofónico, a relação sinal-ruído
será idêntica. Através do caminho do sinal
lE-D), o ruído existente na banda do sinal S,
será aplicado aos detetores e somado às sai-
das em contrafase. Esta tensão de ruído, no
A influência da diafonia é desprezível des- entanto, é muito baixa e em virtude da sub-
de que ela não seja mais do que 5 a 10% portadora não estar presente a eficiência da
ou -26 a -20 dB na faixa central de áudio. deteção também é muito pequena. Conseqüen-
Como uma certa porcentagem de diafonia es- temente a relação sinal-ruído será idêntica à
tará presente no sinal transmitido, no recep- do receptor mono.
tor as especificações deverão ser mais rígi-
das: - 29 dB ou 3%, o que dará uma diafo- Se o dobrador de freqüência, no entanto,
nia total de - 26 dB se o valor da mesma funcionar, a eficiência do detetor atinge um
fór de - 29 dB na transmisão. nível normal e o ruído contido na banda
Com a experiência existente em estereo- (E-D) será reproduzido. Portanto, o dobra-
fonia em áudio, não é muito difícil de se dor de freqüência só deve ser pósto em ope-
evitar diafonia na etapa de áudio. Contudo a racão auando uma transmissão estéreo é re-
diafonia pode também se originar no decodi- cebida.·
ficador se os sinais M e S não estão na relação Se, contudo, a intensidade do campo de
apropriada de amplitude ou então existe en- uma transmissão FM estéreo é relativamente
tre êles uma diferença de fase. baixa, o ruído total é a soma do contido na
Considerando o sinal M igual a (E+Dl e banda (E+D) com o presente na banda (E-D>
o sinal S igual a p<E-Dl. sendo p um nú · e: no sinal de 38 kHz, e será maior do que o
mero qualquer, temos: existente em uma recepção mono de umá
transmissão mono. Conélui-se daí que pari
E+D uma recepcão FM estéreo virtualmente desnro-
vida de ruído é necessário que a intensidade
p(E+D) do campo seja maior do que para a recençãó
mono. Conseqüentemente o raio de acão de
um transmissor estéreo para uma recepção
(1 -p) E + O+n)D, portanto. se p fór mono, será o mesmo que para um transmis-
diferente de 1 o sinal esouerdo se mistura com sor mono.
o canal direito e, assinalando o sinal M + S:
Para a reccncão estéreo um sinal 18 dB
maior é necessário para se obter uma rela-
E+D cão sinal-ruído igual à obtida em recepçã0
+ p(E-D) mono. Pode-se dizer que dependendo da an-
tena de transmissão e das condicões de pro-
pagacão há uma redução da faixa de recep-
(l+p)E+O-p)D, se p fór diferente de 1 o ção isenta de ruído de 20%.
sinal direito se mistura com o canal esquerdo. Na maioria dos casos os receptores de
Um êrro de fase causa um efeito seme- F'M estão ligados a antenas internas ou ex-
lhante (fig. 11). SeM é igual :t <E+D) e S a ternas muito simples (por exemnlo. um dipolo
(E-D) cos125 então teremos: M+S = E+D+ dobrado). Uma antena mais eficiente ou um
... Ecosi2S -Dcos0 = EO+cos!ZS) + DO-cos0 L aumento na altura rla antena de 5 a 20 m
Se 125 = 0° então cos125 = 1 e M+S = 2E. proporcionará condições de recepção semelhan-
Para 125 = 180°, cos 125 = -1 e portanto M + S = tes às de uma recepção mono.

16 REVISTA ELETRóNICA
O oscilador de bloqueio
O OSCILADOR DE BLOQUEIO
O método descrito no artigo “Geração de
pulsos em televisão (revista n.° 18) basea-
va-se única e exclusivamente na deformação
de uma tensão senoidal já existente. A fre-
qüência de repetição dos pulsos gerados de-
pendia então da freqüência da oscilação fun-
damental. Neste artigo vamos abordar o mé-
todo que emprega osciladores de relaxação, em
que a freqüência dos pulsos gerados independe
de uma freqüência fundamental, decorrendo
de considerações que veremos adiante. O osci-
dor de bloqueio, cujo esquema é apresentado
na figura 1, é um dos circuitos mais simples
desse tipo.

Fig. 2 — Princípio do transformador, (a) aspecto geral,


com parte dos enrolamentos removidos; (b) diagrama teó-
rico para ilustrar o funcionamento do transformador.
Fig. 1 — Circuito de um oscilador de bloqueio. B — Ba-
teria Cg — capacitor de grade; R g — resistor de escape
de grade tr — transformador de alimentação; Wp e Ws
— enrolamentos primário e secundário do transformador; cundário, pois o campo magnético criado não
ia— corrente de anodo; V g — tensão de grade; Vo — varia, não existindo então o efeito indutivo.
tensão de saida. No oscilador de bloqueio o transformador
tem a seguinte função: no momento em que
a tensão de alimentação é aplicada (ao se
Antes de entrarmos em considerações sô- ligar o circuito), há um fluxo ràpidamente
bre o funcionamento do circuito, vamos exa- crescente de corrente anódica que circula pelo
minar com mais detalhes o transformador enrolamento primário e induz uma tensão do
Tr. Êste componente consiste de dois enro- mesmo tipo no secundário. Esta tensão cres-
lamentos separados elètricamente um do ou- cente é aplicada à grade da válvula por meio
tro e que estão dispostos num núcleo de do condensador Cg de tal maneira que o po-
ferro como se vê à figura 2. (O enrolamento tencial da grade torna-se ràpidamente posi-
primário é chamado de wp e o secundário de tivo. Com isso há um aumento da corrente
ws). Se uma corrente de amplitude variável anódica, que provoca uma tensão maior no se-
(como é o caso de uma corrente senoidal) é cundário do transformador, donde resulta um
aplicada ao primário, ela cria um campo mag- aumento da tensão de grade, que causa um
nético que varia do mesmo modo que a cor- nôvo aumento na corrente anódica, e assim
rente e que induz uma tensão em qualquer por diante.
condutor que êle corte (figura 2b). No pri- Êste processo cumulativo é extremamente
mário a tensão induzida assume a forma de rápido, ocorrendo durante o intervalo de tem-
uma tensão de polaridade contrária à que a po t0 — t1 da figura 3. Contudo o fato da
gerou (enquanto no secundário, a tensão in- grade se tornar positiva implica em que ela
duzida é a que vai se fazer presente no cir- atraia elétrons do feixe que atravessa a vál-
cuito). Assim uma corrente variável no pri- vula. Apenas uma pequena parte dêsses elé-
mário produz uma tensão no secundário que trons consegue escapar para a massa através
varia da mesma forma. Normalmente os do resistor Rg de alto valor. O resultado é um
transformadores são ligados de tal maneira excesso de elétrons na conexão grade, C g, Rg,
que a forma da tensão secundária corres- o que provoca uma queda rápida do potencial
ponde à da corrente do primário e geralmente de grade que ocorre no intervalo t1 — t2.
é proporcional a ela. Se a corrente no primá- No instante em que a tensão de grade co-
rio fôr continua, não haverá tensão no se- meça a cair, a corrente anódica diminui e

JANEIRO / FEVEREIRO — 1967 17


trons através da válvula. Aí então todo o
processo cumulativo descrito anteriormente se .
uesencaae1a, ate que a valvula entre nova-
(a} mente em corte. Entao segue-se uma nova
descarga, um novo impulso ae corrente e as-
sim por diante.
; f5
a sequenc1a de eventos ocorre sem ajuda
' I (;Xterna e com grande regularidade. A cor-

1 _1__ (b}
rente anodica resultante e um trem de pul-
sos muito pequenos (como se vê na figura
;;b) . A freqi.lencia de repetição dos mesmos
depende do tempo de descarga (intervalo t2 -
- tJ) ou seja, dos valôres de Rg e C11 • Se se
deseja uma frequência de repetição variável
Fig. 3 - Correntes e tensões num oscilador de bloqueio. basta que se empregue um resistor R11 va-
(a) t en são de grade Vg ; Vco -- tensão d e corte da riável.
válvula; ( b) corrente anódica i 8 (ou alternativamente , O fenômeno que ocon:e no circuito de blo-
a tensão de salda V0 ) . queio descrito recebe o nome de processo de
relaxação periódica (daí o nome de oscila-
dores de bloqueio). Sua característica prin-
cipal é a rápida reversão do potencial de
com ela o campo magnético no transforma- grade durante o período de instabilidade (to -
dor. Um campo magnético que diminui in- - t2> do oscilador. No segundo período, em
duz no secundário uma tensão de sentido que ocorre uma descarga natural dos elétrons
contrário àquela que é induzida por um cam- a cumulados na grade <t2 - t3) o circuito
po magnético cuja intensidade aumenta. Co- se encontra em um estado semi-estável. Não
mo, quando a corrente anódica estava aumen- se pode chamar de estável porque êle existe
tando, a tensão aplicada à grade pelo con- somente enquanto o potencial da grade é maior
densador Cg era positiva, agora que a cor- (em valor absoluto) do que a tensão de cor-
rente diminui, a tensão aplicada deve ser ne- te) - ao atingi-la em tJ o circuito reverte a
gativa. Êste acréscimo de tensão negativa um estado instável.
na grade provoca uma aceleração da dimi- Alem do oscilador de bloqueio existem ou-
nuição da corrente anódica, e o valor negativo tros circuitos de relaxação, a maioria dos quais
final atingido pela grade, no instante t2, está possui duas ou mais válvulas. O processo
bem abaixo do valor da ten<>ão de corte da de relaxação, em tais circuitos pode ser com-
válvula. binado, se assim fôr desejado, com um es-
A válvula se encontra então co.·tada e ne- tado verdadeiramente estável. em vez de um
nhuma tensão é induzida no transformador. estado semi-estável. O processo perde en-
Os elétrons em excesso fluem agora atraves tão o seu caráter periódico, ocorrendo somen-
da resistência Rg, (intervalo t2 - tJ da figu- te quando é iniciàdo, intencionalmente ou não,
ra 3) fazendo com que a tensão de grade por um pulso externo. Uma aplicação dês-
caia na mesma proporção. se princípio é o circuito contador de uso em
computadores.
No instante tJ, a grade atinge a tensão No nosso próximo número falaremos sô-
de corte, recomeçando, então, o fluxo de elé- bre os multivibradores.

18 REVISTA ELETRONIC\
D açao TECNICA
TELEVISOR PHILCO
MODELOS B-117 - B-118 - .B-119 - 193
19 3 CR - B -19 5 - 19 5 CR
ESPECiFICAÇOES
SINTONIA VHF - Com seletor de canais de 13 posições abrnagendo 12 canais,
entre 2 e 13 (VHF), uma posiçao, UHF, e contrôle para ajuste
fino do oscilador local, individual para cada canal, do tipo
memória.

FREQ. INTERMEDIÁRIAS
FI de vídeo - 45,75 MHz
FI de som - 41,25 MHz
INTERPORTADORA DE SOM- 4,5 MHz
lMPEDÃNCIA DE ENTRADA - antena externa 300 ohms, fio paralelo
VOLTAGEM DE OPERAÇÃO 100 a 120 volts, 50/60 Hz, c.a.
CONSUMO - 150 W
VÁLVULAS
Símbolo de referência Tipo Função
V1 6GK5 ou 6HA5jEC900 Amplificadora de RF
V2 6HG8 ou 6GJ7 jECF801 Osciladora-misturadora
V3 6EH7 / EF183 1. 0 Amplificadora de FI de vídeo
V4 6EH7/EF183 2.0 Amplificadora de FI de vídeo
V5 6HJ8 3.0 Ampli:t'iicadora de FI de vídeo e de te tora
de vídeo
V6 6JT8 Saída de vídeo e CAG
de vídeo
V7 6EJ7/EF184 Amplificador a de FI de som
V8 6BN8 Detetora de FM e Amplificador de áudio
V9 6BQ5/EL84 Saída de áudio
V lO 6CS6/EH90 Separadora de sincronismo e canceladora de
ruído
Vll 12AU7 / ECC82 Osciladora vertical
V12 6EM5 Saída vertical
V13 6AL5/ EAA91 Comparadora de fase
V14 12AU7A Osciladora horizontal
V15 6DQ6B aSída horizontal
V16 6AU4 GTA Amortecedora
V17 1G3 Retificadora de MAT
V18 23FP4/ A57-19WB Cinescópio

UJIEIRO/FEVEREIRO - 1967 19
Gerador de audlofreqüênciaS
sem válvulas ou transistores

Sérgio Américo Boggio

O gerador de áudio que passamos a apre-


sentar neste artigo é de grande interêsse ao
técnico reparador, por se tratar de um apa-
relho útil, baratíssimo, e pequeno (cabe na 1
palma da mão). 11 • 2
Sem válvulas e sem transistores, qual o
segrêdo?
É simples para quem se recordar do fun-
c:ionamento da lâmpada neon. Para os me-
nos esclarecidos daremos a seguir o princí-
pio básico de funcionamento.
"!iÁ'
A.\3}
10,

9•
.

8'.
@ l ·..
. 6
5
3

A lâmpada neon é formada por um con-


junto de duas placas dentro de um bulbo que
contém um gás nobre, no caso, gás neon.
Aplicando uma tensão AC ou DC variável,
encontraremos uma tensão em que a lâm-
pada acende, começando a conduzir corren-
te, chamada tensão de ignição Vt. Diminuindo No instante to ligamos o interruptor I, o
a tensão aplicada, ela apagará, ao se atingir resistor R irá carregar o capacitar C o qual
uma dada tensão chamada tensão de extinção tende ao valor de E. Porém ao ser atingida
Ve. Por exemplo para a lâmp3:.da neon NE2 a tensão Vt no instante t1 a lâmpada L passa
temos que a tensão de ignição vale 75V e a a conduzir e o capacitar C Irá se descarre-
tensão de extinção vale 55V. gar pela lâmpada L até que chegada a tensão
Suponhamos o circuito da figura 1. de extinção Ve, no instante t2 a lâmpada apa-
gue. Neste momento R começa a recarregar
R o condensador C até Vt no instante t3 e assim
por diante. Desta forma, temos um oscilador
cuja forma de onda é pràticamente uma onda
dente de serra. A freqüência depende dos va-
lôres R e C e da tensão E aplicada.
Deve ser lembrado que se retirarmos o si-
nal do condensador C, a impedância de carga
Z estará em paralelo com C, alterando a fre-
qüência do gerador. Feito isto passemos ao
gerador de áudio propriamente dito (fig. 2).
(o) Como se pode notar, a simplicidade do
circuito é enorme. O sinal é retirado no di-
visor de 1,5 K para evitar que a impedância
de carga altere a freqüência. O retificador
pode ser qualquer um que forneça 10 mA,
v a 110 V. No protótipo foi usado um BY100.
No caso do leitor possuir uma fonte de 150Vcc,
poderá ligá-la ao circuito nos pontos terra e
+ Ebb, não precisando pois da fonte do ge-
rador. Note-se que o gerador possui chassi
ligado em um dos pólos da rêde: porém para
o técnico ou curioso experiente não haverá
problemas. Todavia se o leitor quiser evitar
tal fato poderá utilizar o transformador iso-
lador T.
O gerador trabalha na faixa de 1 Hz até
2 kHz. O leitor pode. aumentando C, conse-
guir freqüênclas abaixo de 1 Hz ou dimlunlndo
(b) C, conseguir freqiiênclas acima de 2 kHz. Não
foram incluídos outros valôres de C pois have-
Flg. 1 rá pontos em que o gerador deixará de oscilar.

.JAifEIRO/FEVEREIRO - 196'7 21
0,1
41/l

J~ai::
ffD VAC
2,2M

zM~"V14M1MO..--k--------o---.:Hit---1
Lin.
Fi g. 2 - Circui to esquemá -
t ico comple t o do a parelho.

t ovAcl ]IÍ[ }ovAc 5M

- Opcional

fOO
A <gama· de .1 Hz até· . 2lí;Hz está dividida ----· r
~!
em 5, faixas . ~. ·'B, C, D E e o potenciômetro
de 2M!l lin faz a variação de freqüência den-
tro dos limites de cada faixa escolhida ..
L e-
O ·-ê.onsU.tpo do gerador é ba)xíssil)2Ó ; má-
ximo 200 f..LA. De\tido a êste fato, cpmo o lei- --- - - - - - , ----- ~T---- --- -- -------- -t
tor poderá observar, o- geracl,or, apos ser des- I J\.:"l I
ligado da rêde continua oscilando por cêrca : • C\j l • :
de 3,5 minutos, pois êste é o tempo que leva
para que os eletrolíticos se descarreguem com : ··$·_}_
I •
.-€1-· !
• I
ll)l
ll)'

êste baixo consumo. ~g4 50 J,25,: lo 1

A ni.onta.:g em :não é critica devendo ser ---- - -- -- ~ ------ -- - - --·-' ___ j ___ _
feita · a · nienor possível para fica! bem com- t
pacta.
A fig. 3 dá uma sugestão de como con-
feccionar o chassL Observar primeiramente o (a)
tamanho das peças adquir1das. O chasSi pode
ser confeccionado em chapa de · ferro fina
· ou fõlha de fiandres, Já· que o chassi. que é a
cab(a ·ao mesmo tempo, é bem pequeno.
O · diâmetro dos · fUros será funÇão do diâ-
metro das peças .'USadas. · t---- -'º0_ _ _...;
· ; A peÇa A a :Pós dobrada <o desenho fica
~temo) · terá suas 'aletas soldadas nas · par-
·tes ' frontelra e traseira: .
A peÇa ·B ·é .o fundo. Suas aletas serão
dobradas· de forma q,ue ês~e .· fundo encaixe no (b)
· chassJ A, sob pressao; · .
· A distribuição das' peças é a da fig. ·4.

Fi g. 3 - (em cima) . Sugestão para
470k construção do chassi.

~xf50
Fig. 4 .:.... <ao lado). Distribuição das
peças no interior do chassi.

REVISTA ELETRONICA
22
No protótipo foi usado para a entrada (11 traços). Feito isto divide-se com um traço
110V uma tomada fêmea. Porém o leitor menor cada parte; e numera-se no sentido
poderá usar cordão de fórça ligado perma- horário os traços maiores de 1 a 11. Note o
nentemente ou, çolocar uma tomãda macho leitor que no protótipo foi feita uma tabela,
de encaixar diretamente nas tomadas da rede. que relaciona os números de 1 a 11 com as
Foi usado para a saída do sinal um jaque freqüências. Porém o leitor poderá desenhar
tipo telefone por ser o mais prático e ro- a escala diretamente em freqüência.
busto.
Os eletrolíticos foram colocados em pé,
um de cada lado do potenciômetro.
O cabo de saída deve ser do tipo blindado,
usando-se em suas pontas, jacarés ou pontei-
ras, como o leitor preferir.
Após montado o gerador, passamos agora
à construção da escala.
O painel terá o aspecto da fig. 5.
Fig. 6 — Disposição usada para a calibração.

Chega, agora o momento da calibração,


para a qual existem diversas técnicas. Uma
delas é a seguinte:
Dispondo de um osciloscópio e um gerador
de áudio, faça a montagem, da fig. 6.
Ligamos o nosso gerador, na faixa A po-
sição (1) na entrada vertical do osciloscópio.
Com a varredura e o sincronismo horizontal
na posição externo, e o gerador de áudio li-
gado à entrada horizontal, variamos a fre-
qüência do gerador de áudio até obter na
tela uma elipse. Lemos então o valor da fre-
A chave 5x1 receberá 5 letras A, B, C, D, qüência na escala do gerador de áudio e o
E, no sentido horário. Com o potenciômetro anotamos em nossa tabela
no início e no fim faz-se duas marcas. A Feita a tabela está terminado o nosso ge-
distância maior divide-se em 10 partes iguais rador.

LISTA DE MATERIAL

Condensadores
2 30 μF 150 V
1 .1 μF 500 V
1 .05 μF 500 V
1 .02 μF 500 V
1 .002 μF 500 V
1 500 pF 500 V
Resistores
1 pot. 2 MΩ lin. sem chave
1 5 MΩ 1/2 W
1 2,2 MΩ 1/2 W
1 470 KΩ 1/2 W
1 1 KΩ 1/2 W
1 1,5 KΩ 1/2 W
1 47 Ω 1/2 W
Geral

1 retificador BY100
1 lampada neon NE2
1 jaque de telefone
1 chave 5 x 1
1 Tomada 110 V (vide texto)
1 jôgo de jacarés ou ponteiras
1 chapa para chassi
2 botões tipo instrumento

JANEIRO/FEVEREIRO — 1967 23
A técnica de medidas em
an1plificadores de áudio
Christian Dartevelle, de "Toute l'Electronique"

INTRODUÇAO rente. A potência de pico - têrmo muito usa-


do nos Estados Unidos - é igual ao dôbro da
Christian Dartevelle é redator-chefe da potência máxima eficaz. Portanto é muito im-
revista "Toute l'Electronique", e seu artigo portante ao se fornecer a potência máxima
inicia uma seção destinada à publicação dos do aparelho dizer-se se ela é dada em watts
melhores artigos de publicações estrangeiras. eficazes ou de pico.
Neste artigo é abordada a técnica de me-
didas em amplificadores de áudio, em geral, osc osco"Po
'
muito pouco conhecida pelos técnicos. Hoje "
@
VOLTIMCr RO
em dia, existem várias normas que a regula- GERADOR OE S. F ~-
mentam sendo as mais empregadas as do Ame-
B]
rican Institute of High Fidelity Manufactures
(!HFM) e do British Standard (BS 3860).
Fazendo de um certo modo uma síntese
@ ANPL/F

' 1

I ti
REStSr.
0€
dos diversos métodos empregados, o presente CAIItGA

estudo propõe uma espécie de "digest" das téc- I I


nicas hoje · quase universalmente a dotadas pe-
los especialistas de alta fidelidade. Fig. 1 - Principias da Medição da Potência de salda de
um amplificador.

MEDIDA DA POTí:NCIA DE SAíDA

Um dos primeiros parâmetros a serem me- Para a maioria dos técnicos, entretanto,
didos no teste de um amplificador de áudio a determinação da potência fornecida pelo
é a potência de saída que êle pode fornecer. amplificador em regime permanente nas con-
Ela é definida como sendo a potência, em dições especificadas não tem senão uma lon-
1. 000 Hz e em regime permanente, que o gínqua relação com a realidade. Para êles
amplificador fornece a uma resistência de seria mais certo de se falar em potência mu-
carga pura, com uma certa porcentagem de sical (muslc power output) que nos Estados
distorção que depende da classe a que o mes- Unidos é norma do IHFM mas que o British
mo pertence. Assim para equipamentos de Standard não reconhece. Sob o têrmo potên-
sonorização tolera-se uma distorção de 10% cia musical os técnicos compreendem a máxi-
enquanto que para equipamentos de alta-fide- ma potência instantânea que é possível de se
lidade o máximo permitido é de 0,1 %. obter do amplificador sem ultrapassar a dis-
Entretanto, para proceder à medida dessa torção permitida. Entretanto- e convém fri-
potência dita nominal, certas precauções de- zar que isso é de muita importância - a me-
vem ser tomadas. Em primeiro lugar, o sinal dida da potência instantânea não seria cor-
aplicado à entrada do amplificador deve ser reta se não fôsse feita imediatamente após
perfeitamente senoldal. Em seguida, a resis- a constatação do fenômeno e antes mesmo
tência de carga usada deve ser rigorosamente que a tensão de alimentação tenha podido
não-indutiva. Enfim, e êste não é o menos variar em relação ao seu valor de repouso.
importante dos imperativos, a determinação Naturalmente, em tais condições, a realidade
da porcentagem de distorção harmônlca per- se acha bem próxima, pois se testa o ampli-
mitida, não deve ocorrer senão 30 segundos ficador em condições multo próximas às de seu
após a obtenção da potência nominal. uso normal. Devido a essas discordâncias exis-
Além da potência nominal é costume con- . tentes esta questão será objeto de estudos pos-
siderar-se também a potência máxima que o teriores mais detalhados. No momento, deve-
amplificador pode fornecer em regime . perma- mos nos lembrar que a medida da potência
nente. Ela também é medida em 1 . 000 Hz e de um amplificador se faz ou colocando um
corresponde à potência de saída que se ob- amperimetro em série com a carga ou um
tém do eoulpamento com uma porcentagem voltimetro (que meça volts eficazes) em pa-
de distorção Igual ao llmlte estabelecido para ralelo com a mesma e extrapolando os resul-
a classe à qual êle pertence. tados obtidos. ·
A potência máxima pode ser eficaz ou Convém sempre utillzar um osciloscópio
de pico - conforme sejam considerados os para garantia de que o sinal de saída não ·se
valôres eficazes ou de pico da tensão ou cor- apresenta distorcido. No que diz respeito à

24 REVISTA ELETRONICA
impedância de carga utilizada, as opiniões di- SENSffiiLIDADE E GANHO DO
fel'elll ligeiramente. Assim o British Standard AMPLIFICADOR
admite que as variações de resistência do ele-
JDeD.to empregado, devido à potência dissipa- Tendo mencionado no parágrafo anterior
da, não devem ser superiores a 5% do valor a expressão sensibilidade do amplificador, é
DOIDinal. Para os técnicos da IHFM, não so- conveniente que se introduza a definição d3.
mente essas variações devem ser menores ( 1% mesma para evitar que êrros de interpretação
do valor nominal) como a resistência de car- possam ser cometidos, o que geralmente acon-
P não deve ter mais do que 10% de compo- tece.
nente reativa em tôdas as freqüências até cin- A sensibilidade de um amplificador é ge-
co vêzes a mais alta freqüência a analisar. ralmente estabelecida em relação à amplitude
O sinal fornecido pelo gerador de áudio de um sinal senoidal de 1 kHz, medida com
deve ser bem preciso ( ± 2%) e possuir uma tõda a precisão desejada, e que é aplicado -
distorção no mínimo 1/5 da mínima distorção através de uma certa resistência interna do ge-
harmónica que afeta o amplificador em teste. rador, R. - à entrada do amplificador para que
Kssa. afirmação parece evidente, mas, em mui- êste forneça uma potência de saída nominal.
tos casos, se não se toma cuidado, pode acon- É necessário frizar que a sensibilidade de
tecer que· é usado um gerador com distorção um amplificador não é determinada imicamen-
superior à do amplificador, cometendo-se as- te em função da amplitude do sinal de exci-
sim um êrro grosseiro de medida. tação, mas sim do valor da tensão aplicada
à entrada do amplificador através de uma re-
RESPOSTA EM FREQ'O~NCIA sistência interna do gerador perfeitamente de-
finida.
Embora contenham uma informação mui- O esquema da figura 2 nos mostra como
to mais objetiva sõbre o comportamento real se deve efetuar essa medida. Tem-se o gerador
de um amplificador, as curvas de resposta em de sinais, em 1 kHz, a resistência interna do
treqüência não são levadas em consideração
pelos fabricantes, os quais se limitam a dar a
banda passante total do seu equipamento, fre-
qüentemente, sem mesmo mencionar em que
potência ela foi obtida. t desnecessário di-
zer-se que uma inform~ção dêsse tipo não
t~m o menor valor e só pode prestar-se a
confusões. Só podem ser consideradas espe-
cificações que se refiram à potência dispo-
nível.
Dois métodos são comumente empregados. Fig. 2 - Medida da sensibilidade de um amplificador.
O primeiro consiste em se levantar a curva
de potência de saída do equipamento em fun-
ção da freqüência (20-20.000 Hz em princi-
pio) , para uma distorção igual à máxima per- gerador Rs colocada em série entre êle e o am-
mitida para a classe do amplificador sob teste. plificador e a impedância de carga Zc entre
Na prática, aliás, esta .curva é muito fre- cujos bornes, através de um voltímetro, me-
qüentemente levantada com a ajuda de um os- dimos a tensão de saída fornecida pelo am-
ciloscópio que permite um contrôle visual da plificador, que nos permite então calcular
deformacão da senóide observada. Também. a potência nominal.
quase sempre, êsse levantamento é feito para A determinação da resistência interna do
várias potências de salda. gerador sendo muito importante, vê-se à figu-
O segundo método envolve a noção de sen- ra 3 os detalhes do circuito destinado a simu-
sibilidade do amplificador em ensaio, em fun- lá-la e previsto para ser inserido entre a saída
ção da freqüência. Primeiramente, aplica-se à de 600 Q de um gerador de áudio qualquer e a
entrada do amplificador um sinal senoidal de entrada do amplificador cuja sensibilidade se
treqüência de 1 kHz cuja amplitude é ajustad~ quer medir.
e medida de maneira a se obter uma certa po-
tência de salda. A medida do ganho do amplificador é efe-
Em principio, a potência medida nestas tuada em condições idênticas às da sensibili-
condições deve estar 10 dB abaixo da potência dade, que se encontram esquematizadas na fi-
nominal. A seguir, varia-se a freqüência do si- gura 3.
nal de excitação para ambos os lados da fre-
qüência inicial e dentro dos limites da banda Fig. 3 - Montagem que
de freqüências a reproduzir. Deve-se tomar permite obter uma resis-
cuidado para que a amplitude do sinal de ex- tência de fonte (R8 ) de
citação permaneça constante durante êsse des- 5 Q a partir de um ge-
locamento. Anota-se então, nas diversas fre- rador com impedância de
qüências, os valôres da potência fornecida pelo saída de 600 Q .
aparelho, que são levados a uma escala gra-
duada em dB. Nestas condições, obtém-se en-
tão uma curva de resposta em freqüência, de- É também conveniente que se aplique um
finindo os pontos de 3 dB, em relação ao ní - sinal de excitação aos bornes de entrada do
Yel de referência em 1 kHz, a banda passant0 amplificador através de uma resistência inter-
tOtal do amplificador a uma certa potência. na do gerador bem determinada. A tensão de
JANEIRO/FEVEREIRO- 1967 25
entrada Ve (em volts eftcazea) 6 ajustada de maneira precisa já que freqüentemente, ela
maneira que a tensão de salda v. sôbre a re- depende multo da lmpedAneia dO gerador uti-
sistência de carga Zc corresponda a uma po- lizado para efetuar sua medição. Um modo
tência 10 dB abaixo da potência nominal. simples de medir esta impedância é visto na
Desta maneira, a potência máxima P ( *) figura 4a. A tensão de excitação VE1 for-
fornecida pelo gerador é igual a: necida por um gerador de ondas senoidais
< 1 kHz) é aplicada, através de uma resistên-
VE2 cia de valor definido R., ao amplificador cuja
p impedância de entrada queremos medir. Essa
E 4 Rs tensão de excitação é ajustada de maneira a se
obter uma certa potência de saída, inferior a
potência nominaL
enquanto que a potência Ps dissipada em Zc, é Conhecendo a tensão VE1 nos bornes de
igual a: saída do gerador e a tensão VE2 aplicada efe-
tivamente aos bornes de entrada do amplifi-
cador, pode-se determinar uma expressão que
Ps = nos dá a impedância de entrada ZE do ampli-
Zc ficador:
Nestas condições, o ganho G do amplifica- ZE = ----
dor expresso em decibéis é igual a:
P. Examinemos agora o caso da medida da
G = 10 lo.~ - - - impedância de saída de um amplificador. Po-
p demo-nos utilizar de uma montagem muito
E simples (figura 4b) constante de um gerador
de áudio (em 1 kHz), um voltímetro de alta
Nota-se que a medida do ganho de um pré- impedância e uma resistência de carga Rc que
amplificador é feita da mesma maneira que a é colocada ou não no circuito por intermédio
definida acima, aplicando-se o sinal de excita- de um interruptor.
ção (expresso em princípio em milivolts efi- A medida faz-se em duas operações, em
cazes) à entrada, através de uma resistência primeiro lugar anotando a tensão Vs1, nos bor-
de valor bem determinado, é ajustado de ma- nes do amplificador, com a saída em aberto
neira que a tensão de saída, medida em um (sem resistência de carga conectada); em se-
voltímetro de alta impedância, esteja 12 dB guida, medimos a tensão de saída Vs2 obtida
abaixo do valor nominal (0,707 v.>. ligando-se a resistência Rc ao circuito.
IMPEDANCIA DE ENTRADA E DE SAíDA Nestas condições a impedância de saída
do amplificador é dada pela seguinte relação :
São inúmeros os casos em que é indispen-
sável que se conheça de uma maneira precisa Re (Vsl - Vs2l
a impedância de entrada ou de saída de um z.
amplificador. vs2
Lembremos que a impedância de entrada
de um amplificador é aquela efetivamente "vis- Também é interessante de se determinar
ta" quando olhamos entre os bornes de entra- o fator de amortecimento (ou relação entre a
da do amplificador. Esta impedância é ge- resistência de carga e a impedância de saída)
ralmente muito difícil de ser medida de uma o qual exige uma técnica de medida semelhante
às anteriores. A diferença reside no fato de
que o sinal de excitação aplicado na entrada
tiERADOR OE I r ·
do amplificador geralmente tem uma fre-
qüência de 50 Hz e sua amplitude é ajustada
@ RESIST.
DE
CA"GA
de maneira que a potência de saída {)btida sô-
bre a resistência de carga seja um quarto da
potência nominal.
o Mede-se então a tensão V'sl entre os ter-
minais de saída do amplificador, depois, des-
conectando-se a carga do amplificador me-
de-se um segundo valor V's2 da tensão de saí-
da. O fator de amortecimento é calculado
então, pela expressão seguinte:
V'sl
F
A
Fig. 4 - Determinação da impedância de entrada (a) e V's2- V'sl
da impedância de salda (b) de um amplificador .
DISTORCAO HARMóNICA E POR
INTERMODULAÇAO
• Isto é verdadeiro desde que a resistência de entra-
da do amplificador tenha um valor igual ao da resistên- Nós vimos oue, de modo geral ao se falar
cia interna do gerador_ em potência nominal de um amplificador de-

26 REVISTA ELETRONICA
w-se fazer referência à porcentagem de dis- filtro esteja centrado exatamente sôbr~ a fun-
que afeta o: .sinal de saída.
llllrÇão damental: Eft, podé... se admitir que ·só ·as harr-
Vários métodos existem para deter.minação mônic·as dêsse sinal 'o atrávessarão, provocando
da distorção dos quais o mais: simples e rá- um certo deslocamento na agulha do voltime ...
pido é o da figura · 5, o qual se utiliza de um tro.. Comparando-se ·.então as. duas indicações
Dllro para rejeição de freqüências, puramente ifoYnecidas ipelo' voltfnieti'o, pode-se muito sim-
passivo, centrado em' uma freqüência determi- iplesmente calcular: a porcentagem de distor-
bãd harmônica (expressa em valor eficaz) ine-
R.U._.DE.F.
rente ao a~plificador sob teste, através da
expressão:
. V 'E:_2_f2_ +_ E2
_ t3_ +_ E_2_f4_ +_ _
dist t o t a l = - - - - - - - - - - - -
Y E2n ·+ E2t2 . + E2t3 +

Sendo En = tensão eficaz da · fundamental


Jlig. 5 - Principio da medida da distorção harmónica a
uma determinada freqUência.
Ef2 = tensão eficaz da 2.a harmônica
Ef3 = tensão eficaz da 3.a harmônica
nada e que é colocado entre a saída do ampli- Embora seja preciso, êste método . não nos
ficador sob teste e um voltímetro eletrõnico. possibilita senão <:alcular .a ..distorção harmô-
A fim de se obter uma boa precisão de me- nica. total.' Entretanto, algumas vêzes dese-
dida convém que o gerador utilizado seja afe- ja-se conhecer a ' ~orc~ritágem de distorçãó de
tado de uma distorção muito pequena. Uma vez cada uma das harmônicas. - Nesse caso, somos
preenchida esta condição e para tanto basta obrigadOs a recorrer ao analisador cujo es-
que nos utilizemos do gerador apresentado no quema vemos na figUra 7: . ll:sse aparelho se
esquema da figura 6 - mede-se em primeiro constitui de uma série de filtros de rejeição
lagar a amplitude de sinal na saída do amplifi- comutáveis centrados. respectivamente sôbre a
cador, que é resultado da composição da onda fundamental e suas hatmônicas. A técnica
fundamental e dos seus harmônicos. Chame- de seu emprêgo, é .semelhante . à do filtro de
mo-la de Eto. Em seguida, sem nada modificar rejeição simples. . . . .. . r . •
coloca-se no circuito o filtro de rejeição da ma- Um terceiro método, muito pouco conheci-
neira indicada na figura 6. Supondo que êste do apesar de sua facilidade de construção é o

J, JK RJ

r-----, r-----1
I I I I
RJI I RJZ RZJ I RJII I
IOOJl I $U .,ZK I IOOA I
r I I
Ct4 I I C l, I
1 470pF 1
L . - __ ..J
r
I
I
r ____ _j
r, •

R29 RJ5

•••
..
'·'·
TRANSISTOReS : 2NI!J96 ou 2N404

Fig. 6 - Circuito prático de um gerador de áudio de


baixa distorção harmomca .

.MIDIRO/PEVEREIRO - 1967 27
aaé&odo do eQuilfbrio, o qual é usado algumas ceio pode ser feito. No entanto, se o sinal pos-
9êzes para determinar ràptdamente a porcen- suir um conteúdo de harmónicas, não se ob-
tagem de distorção harmónica que afeta um tém mais um traço luminoso horizontal no os-
amplificador. ciloscópio mas sim uma reta cuja inclinação
C JtCIIIJI.O DE FIL TifOS
ltEJ/CITOitCS DE ACÔitDO
depende da porcentagem total de distorção.
COII SCIAS DIFCRCIIITCS
FltCOÜlNCIAS
Para se obter ràpidamente uma medida
correte. da distorção, evidentemente, um me-
didor de distorção é o método mais indicado.
Contràriamente ao que se pensa êle não é um
@ aparelho de construção delicada nem tampou-
co caro. É'suficiente que se associe três tran-
sistores a um jógo de filtros RC que permi-
tam cobrir a faixa de freqüências de 20 a
20.000 Hz (figura 9) e calculados de maneira
Fig. 7 - Montagem que permite a medição da distorção a eliminar a fundamental e deixar passar as
harmômca em diversas freqüências . harmónicas.
Para aquêles que porventura hajam es-
quecido, vamos explicar ràpidamente a manei-
~.+. ra de utilização de um aparelho dêsse tipo.
Gf:RA OOR CIC 8 F
Aplicando-se por exemplo, ao ponto A um si-
nal de 1 kHz retirado da saída do amplificador
@ I ATC~AOOif
I I
sob teste, ajustamos os potenciómetros de equi-
I
líbrio (PI -P2) e os de freqüência (P3 -P4 ) de
AMfiL.IF.

maneira a obter, no ponto C, um sinal de


mínima amplitude.
lfESIST
~
CAR'A
OSCU.. OSCÓI'IO
Variamos então a freqüência injetada para,

•-r• v
0 •• ,._H
por exemplo, 2,5 kHz ( freqüência superior à
2.a harmónica do sinal de 1 kHz) e ajustamos
o potenciómetro de entrada Pe de maneira a
obter uma tensão de saída Vai igual a V.t.
Anotamos então o valor da tensão no ponto
H (VB).
Fig. 8 - Medição da distorção harmônica pelo processo
"de balanceio". Em seguida, fazendo o gerador voltar para
a freqüência de 1 kHz, ajustamos Pe de modo
A montagem utilizada é a que se vê na fig. a obter no ponto B a mesma tensão que a ob-
8 e emprega além de um gerador de sinais e tida anteriormente, reajustando PI -P2 e P3 -P•
um amplificador ligado a uma carga, um ate- de maneira que no ponto C se obtenha um si-
nuador, um potenciómetro de equilíbrio e um nal Vs2 de amplitude mínima. Nestas con-
osciloscópio. A entrada horizontal do oscilos- dições, a porcentagem de distorção harmónica
cópio está ligado o sinal de saída do gerador do amplificador é dada pela seguinte relação:
e à entrada vertical o sinal obtido na resis- Vs2/Vai x 100. Assim, para um sinal Vai iguaJ
tência de carga. a 1 V e um sinal Vs2 de 10 mV, a porcentagem
De acórdo com êsse método, é convenien- de distorção do amplificador sob teste será
te, em primeiro lugar, balancear, por meio do de:
atenuador A, os sinais existentes na entrada dist 10/1000 x 100 = 1%
e na salda do amplificador, sinais êstes defa-
sados entre si de 180°. Na ausência de har-
mónicas criadas pelo amplificador, o balan-
Fig. 9 - Circuito prático de um dlstorsimetro cobrindo
uma faixa de freqüêncla de 20 Hz a 20 000 Hz.

RVI
ENTRADA III
LIN..
®
IOOnF

J®SA l DA

@
PONTO DE
rcsrc
$6K

ov

28 REVISTA ELETRONICA
Por mals interessantes que elas sejam, as A determinação da porcentagem de inter-
medidas de distorção não poderão dar uma in- modulação faz-se tendo em conta as amplitu-
formação tão precisa sôbre a não-linearidade des respectivas dos dois sinais. A seguinte ex-
de funcionamento de um amplificador como as pressão permite calculá-la ràpidamente.
medidas de intermodulação.
A-B
Graças a elas, é possível de se colocar em dist lnt = ---- x 100 ( %> me-
evidência as distorções de não linearidade de A+B
um aparelho, as quais são, por exemplo, res-
ponsáveis pela geração de sinais parasitas pelo dindo-se os comprimentos A e B diretamente
batimento de sinais de excitação aplicados ao sôbre a tela do osciloscópio.
amplificador.
SINAL d• 50Hr .
Para efetuar estas medidas, tomamos dois
sinais de freqüências e amplitudes diferentes: ' ""'

~ :-_-:~ - ~
geralmente 60 ou 120 Hz e 5.000 Hz, sendo o si-
nal de freqüência mais baixa o de maior am-
plitude ( cêrca de 4 vêzes o sinal de 5. 000
Hz). ·
Vários métodos podem ser utilizados para
a determinação da porcentagem de intermo-
b
dulação de um amplificador. Um dos mais em- 0 SINAL d# 50KHr - - ·-- - ---

pregados é aquêle que se vê esquematizado na Fig. 12 - Sinais livres de distorção por intermodulação
figura 10. Emprega dois geradores sintoniza- (a) ou afetados por uma modulação parasitica (b)
dos cada um em uma freqüência diferente e

r-------, GCRADOft OC li. r.


Infelizmente nem semp~e nos será pos-
sível ter dois geradores de áudio à nossa
@
FI= IOOH6
disposição e muito menos um transformador
RE'SIS'/: de acoplamento de relação de espiras 1: 1 e de
oc
CARG4 alta qualidade. Então poderemos fazer uso de
um circuito misturador puramente resistivo e
da própria rêde como gerador de 60 Hz, como
nos mostra a figura 13. ·

OSCILOSCÓPIO

*
GCRADOit DE &I';

FI•50Hl~TOOt( ~
100
FZ•.SKHI

@ -l.-
OOOV/

IS~~
OSCILOSCOÍ>IO

GCRAOOR OE B F

Fig. 10 - Disposição recomendada para a medição de


distorção por intermodulação.

cujas saídas estão ligadas à entrada do ampli- L SINCII

ficador por meio de uma ponte equilibrada,


carregada por um transformador de acopla- Fig. 13 - Variação simplificada da montagem da fig. 10,
para medição da distorção por intermodulação.
mento de alta qualidade.
O sinal resultante é observado na tela de
um osciloscópio acoplado à resistência de carga
do amplificador através de um filtro passa- Ensaios com ondas quadradas
alto destinado a eliminar a freqüência mais
baixa e cujo esquema é apresentado na figura Para quem sabe interpretar muito bem as
11. Assim só atinge o osciloscópio o sinal de figuras que aparecem na tela de um osciloscó-
5. 000 Hz, modulado pelo sinal de 120 Hz, cujo pio, o ensaio de um amplificador utilizando
aspecto está reproduzido na figura 12. ondas quadradas é sem dúvida o mais com-
pleto e o mais eficaz, pois permite que se ve-
rifique o desempenho dinâmico do aparelho
sob teste.
Fig. 11 · Filtro passa- Ao aplicar um sinal de onda quadrada na
·altos sintonizado· em entrada do amplificador, por um simples exa-
50Hz. me de onda obtida sôbre a tela do oscilos-
cópio, podemos tirar conclusões a respeito da
sua banda passante.
JANEIRO/FEVEREIRO - 1967 29
Para reproduzir convenientemente uma on- Já há alguns anos, os sinais de onda qua-
da quadrada de freqüência f é necessário que drada são muito utilizados também para veri-
o amplificador ao qual aplicamos o sinal, seja ficar os' tempos de comutação dos estágios de
capaz de deixar passar tõdas as freqüências en- potência dos amplificadores, fenômeno até en-
tre f/10 e 10f. Assim um sinal quadrado de tão muito pouco levado em consideração em-
1 kHz reproduzido perfeitamente, nos permite bora seja capaz de revelar muito bem as rea-
deduzir que a banda passante do amplificador ções do amplificador em presença de um tran-
sob teste vai pelo menos de 100 Hz a 10 kHz. sitório brusco, do tipo que se encontra em
É fácil de se notar portanto que se variarmos música. Na verdade, uma medida dêsse tipo
a freqüência dos sinais quadrados de excitação envolve equipamento cujo desempenho seja de
podemos ràpidamente determinar a banda pas- alta categoria (gerador com tempo de subida
sante efetiva do amplificador. muito pequeno, osciloscópio de banda larga e
Mas, sem dúvida, os sinais quadrados não com marcadores de freqüência incorporados) ;
servem unicamente para a verificação rápida de qualquer maneira, ela permite sem êrro al-
da banda passante de um amplificador. :tles gum, determinar a capacidade dos amplifica-
permitem também e sobretudo constatar vi- dores de reagir mais ou menos ràpidamente aos
sualmente a estabilidade da montagem em ataques bruscos dos instrumentos, do que de-
regime transitório, seu comportamento em pre- pende enfim, em grande parte uma boa re-
sença de uma carga capacitiva. :a:ste ensaio produção musical. ·
pode ser feito ràpidamente empregando-se si-
nais quadrados de baixa freqüência <20 Hz a
100 Hz) os quais, se o amplificador é perfei- Bibliografia
tamente estável, serão afetados por oscilações
parasitas amortecidas ràpidamente quando a Audio Amplifier Measurements: D. Towers,
carga do aparelho é constituída unicamente "Wireless World", setembro 65.
por um condensador ( 0.1 a 1 !J.F para uma Solid State Wien Bridge Audio Oscillator: C.
jmpedância de carga de 15Q). Zero, "Audio", julho 65.

30 REVISTA ELETRONICA
Interferência
de transmissores
em TV ADAUTO V. B. CONDE

Harmónicas mento, a leitura indicada pelo microamperí-


metro é anotada.
As freqüências harmônicas podem ser ir- Para se verificar se a irradiação se dá
radiadas diretamente de um determinado es- pela antena, esta é substituída por uma carga
tágio do transmissor ou pela antena. Para o resistiva - uma lâmpada incandescente, por
emprêgo das diversas técnicas de eliminação exemplo. É importante que essa carga seja
~nvém conhecer o ponto de origem da irra- carregada com a potência total do transmis-
diação. O primeiro passo nesse trabalho con- sor, sendo portanto, necessário um nôvo ajus-
siste na IlliOntagem de um ondâmetro, que te do sintonizador de antena.
cubra pelo menos os canais de TV mais su- Se com a antena artificial a leitura do
~'-'itos a interferências. A figura 1 ilustra um microamperímetro não sofrer alteração ou so-
frer uma alteração mínima, concluímos que a
irradiação está se dando diretamente do trans-
missor. Se isso se verificar , a pesquisa con-
tinua nos diversos estágios do transmissor.
O primeiro estágio a ser excluído do cir-
cuito é o estágio de potência. Para tal, ou se
interrompe a ligação de filamento ou se des-
0 - 200pA
conectam as ligações +B da válvula.
A leitura do microamperímetro é nova-
mente verificada; se a corrente não sofreu al-
teração sensível, não será êste ainda, o ponto
de irradiação do harmônico.
Fi g . 1 - Ondâmetro simples. Processo idêntico é utilizado nos demais
estágios do transmissor, até o oscilador. Na
parte que ao ser desconectada do circuito, hc;m-
ver sensível redução da corrente no microam-
circuito simples de um dispositivo dêsse tipo, perímetro, estará a origem da irradiação.
para freqüências entre 40 e 150 MHz, o que Se fôr comprovado que a irradiação do
: á é suficiente para o trabalho em questão. harmônico se verifica pela antena, a instala-
Os dados das bobinas são os seguintes: ção de um filtro passa-baixo poderá solucio-
Ll L2 nar o problema. Naturalmente, a instalação
N. 0 de espiras: 10 2 de um sintonizador de antena é imprescindí-
Fio B & S: 14 14 vel; o uso de linhas concêntricas (cabo coa-
Comprimento: 3 cm * xial) é também aconselhável.
Diâmetro: 13 mm Se a irradiação se verifica em um deter-
* enrolada entre as espiras de L 1 • minado estágio do transmissor, êste deverá
ser devidamente examinado, efetuando-se as
A calibração deve ser feita com o auxílio alterações que se fizerem necessárias. Em ar-
·ie um gerador de RF. tigo anterior (Revista Eletrônica n. 0 18) as
indicações para redução de harmônicas já fo-
Localização ram tratadas detalhadamente.
O método aqui apresentado pode também
A localização é efetuada com o ondãme- ser utilizado na localização de oscilações para-
tro procurando-se pelo ajuste do circuito C1 L 1 sitas, já que estas, da mesma forma, podem
:.. freqüência do harmônico causador da inter- ter origem em qualquer estágio do transmis-
ferência. Com o transmissor em funciona- sor.
._. _\:\EIRO/FEVEREIRO- 1967 31
Geradores MHD*
de energia elétrica * Magneto-Hidro-Dinâmicos
Leis de Faraday
Sir Humphrey Davy, quem primeiro con- O fenômeno da indução eletromagnética
cebeu a possibilidade da utilização da célu- estudado por Faraday pode ser demonstrad o
la de combustível como fonte de energia elé- pela experiência ilustrada na figura 1. O dis-
trica, teve, na Royal Institution, um assis- co AB pode girar livremente sôbre seu eixo.
tente chamado Michael Faraday. De ima- que está prêso a um suporte metálico em P.
ginação fértil e pouca instrução formal, em como ilustra a figura. Um fio rigido BC, sol-
pouco tornou-se um brilhante cientista, vindo dado à borda do disco, mergulha num reei -
a suceder a Sir Humphrey em 1827. piente metálico contendo mercúrio; um pe-
É dificil enumerar-se suas descobertas, queno pêso Q é prêso ao disco no lado dia-
já que se estendem por tõda a química e fí- metralmente oposto ao codutor BC para con-
sica. Trabalhando com Davy, naturalmente, trabalançar o pêso dêste, de modo que todo
interessou-se pela eletroquímica e, alguns de o conjunto QABC se equilibra exatamente em
seus trabalhos mais importantes foram reali- P. Um ímã é disposto como ilustra a figu-
zados nesse campo; seu trabalho em indu- ra, com uma de suas peças polares mergu-
ção eletromagnética (a interação entre cor- lhadas, parcialmente, no mercúrio. Um dos
rentes elétricas e campos magnéticos), en- terminais de uma bateria é ligado ao supor-
tretanto, foi bem mais importante, pois cons- te de metal, em D, e o outro terminal ao re-
titui a base da indústria elétrica moderna. cipiente com mercúrio, em E, através do in-
terruptor R. Fechando R estabelece-se um
SUPORTE METÚICO circuito elétrico: a corrente flui da bateria
o
-- ao suporte metálico, por D, daí para o disco
de metal através de P, pelo fio rígido até
o mercúrio, daí, através do recipiente para
DIRECÀO
DA -8 o outro terminal da bateria, pelo ponto E.
COR!t~NTE Quando o interruptor é fechado, o con-
"-.... --- FIO junto QABC começa a girar na direção in-
RÍGIDO
\CONTRAPÊSO dicada na figura 1; a ponta C do fio BC mo-
vimenta-se circularmente no mercúrio, man-
tendo o contato elétrico e a rotação conti-
+ nua, enquanto a corrente não é interrompida .
a Se a corrente fôr invertida, a direção da ro-
tação será oposta à indicada em lb.
Temos aqui, na realidade, um motor elé-
BACIA
META'LICA
trico reversível primitivo, onde a interacão
entre o campo magnético da peça polar N e
a corrente que flui em BC produz uma fôrc a
MERCÚRIO em BC, fazendo-o girar. Com a disposição
mecânica ilustrada, o deslocamento de BC re-
sulta na rotação de todo o conjunto QABC.
que corresponde ao rotor em certos motores
elétricos. (Em motores e dínamos modernos
é prática comum fazer girar-se o imã den-
tro de bobinas fixas. O princípio da inte-
ração mútua entre o campa do ímã e as
correntes das bobinas continua o mesmo).
Suponhamos agora que a bateria seja subs-

B Fig. 1 a - Motor elétrico primitivo, que demonstra a


b primeira lei de Farady.
Fig. 1 b - Plano do disco AB indicando a direção da
rotação .

32 REVISTA ELETRONICA
SUPORTE META'LICO cêrca de 130 anos atrás, foram consideradas
I puramente de interêsse teórico, com poucas
D probabilidades de aplicação prática. Conta-se
o caso de uma senhora que assistindo a uma
das conferências de Faraday, perguntou-lhe:
-8
'·Senhor Faraday, qual o uso de tôdas essas
experiências?", ao que o grande experimenta-
dor retrucou: "Madame, qual o uso de um
\ bebê recém-nascido?" Desde então o bebê de
CONTRAPÊSO
Faraday cresceu.
Magnetohidrodinâmica (MHD)
. As Leis de Faraday não afirmavam que o
condutor devia necessàriamente ser sólido. Em
geradores convencionais utilizam-se conduto-
MERCÚR IO res sólidos, por simples conveniência prática,
mas foram também experimentados geradores
que utilizavam líquido como condutor móvel.
Já vimos em "Células de Combus.tível"
=·~ · 2 - Dinam o primitivo, que demonstra a segunda que a água salgada é um condutor. Lord
lei de Farady. Kelvin mostrou alguns anos atrás, que a água
da maré, fluindo por um estuário, no campo
=ituída por um amperímetro sensível, como magnético da terra, pode atuar como um ge-
ilustra a figura 2. O circuito não dispõe de rador simples. :tle colocou dois eletrodos de
!onte de energia elétrica. Portanto não se cobre, um em cada lado do estuário e ligou-
:;Mlde esperar que flua uma corrente, e de fato, os entre si através de um amperímetro com
!lada acontece enquanto a "armadura" QABC
um cabo isolado; o cabo achava-se assim, em
pennanece imóvel, mas tão logo se a faz girar ângulo reto tanto em relação à direção do
•por algum agente mecânico externo não mos- estuário, como em relação ao campo magné-
nado na figura) o amperímetro registrará uma tico da terra (figura 3). Observou-se uma
corrente. A corrente fluirá durante o tempo corrente elétrica no circuito compreendido pelo
em que a armadura permanecer girando e in-
•erterá sua direção se o movimento circular fôr
invertido. Nosso motor primitivo estará agora
~
atuando como um dínamo, transformando a
energia mecânica da rotação em corrente elé-
õrica. DIREÇÀO 0 0
Realizando experiências similares a essas, . CAMPO MA GNETICO
TERRE S TRE
Faraday estabeleceu suas célebres leis da in-
dnção eletromagnética, sôbre as quais se ba-
seia tôda a indústria elétrica moderna. Essas ~
leis podem ser resumidas como se segue:
1 - Um condutor conduzindo corrente
elétrica num campo magnético sofre uma fôr-
ça que tende a movê-lo numa dlreção perpen-
dicular ao plano definido pelas direções da
corrente e do campo magnético (princípio
do motor elétrico - o condutor seria o fio
BC, no exemplo citado) .
2 - Se um condutor se move num campo
magnético, fluirá nesse condutor, uma corren-
te numa direção perpendicular ao plano de-
tinido pelas direções do movimento e do cam-
po magnético (princípio do dinamo).
As fôrças e correntes associadas com os Fig. 3 - Gerador MHD de Kelvin: a âgua salgada (con·
dispositivos das figuras 1 e 2, são reduzidas dutor móvel> fiuindo no estuârio, na presença do campo
quando comparadas com as fôrças e corren- magnético da terra produz um fluxo de corrente elétrica
tes encontradas em motores e dínamos mo- no cabo BO que une os eletrodos. A corrente é registrada
dernos, onde o condutor BC é substituído por pelo ampermetro A.
bobinas com muitas espiras e o imã por po-
derosos eletro-tmãs. Nos turbo-geradores mo-
dernos a fôrça de rotação mecânica é obtida cabo, amperímetroeletrodos e a água entre os
por jatos de gás, vapor ou água a alta pres- eletrodos, como seria de se supor pela segunda
são, sôbre as lâminas da turbina. Os gran- lei de Faraday. O valor da corrente era pro-
des geradores apresentam saída elétrica da porcional à velocidade da água salgada. Na
ordem de megawatts. inversão da maré, a corrente elétrica parou
Atualmente a corrente elétrica e seus efei- e inverteu sua direção, da mesma forma ~~e
tos já estão totalmente esclarecidos: é difí- a água que fluía pelo estuário o fêz.
cil de se conceber que as leis de Faraday, OUtro exemplo de condutor liquido móvel
quando foram enunciadas pela primeira vez, aparece na bomba eletromagnética utilizada

JANEIRO/FEVEREIRO- 196'1 33
para bombear metais líquidos na refrigera- Os átomos de um gás comum não ionizado
ção de certos tipos de reatares nucleares. Aqui, são . elétricamente neutros. As cargas posi-
a corrente passa através do metal líquido, sen- tivas dos prótons no núcleo de cada átomo
ão o campo magnético aplicado .em ângulo são exatamente neutralizadas pelas cargas ne-
reto com relação ao líquido. o líquido se gativas dos eletrons que giram em órbitas ao
move - ou é bombeado - numa direção per- seu redor. A ionização ocorre quando a ener-
pendicular ao campo magnético e à corren- gia no gás é aumentada suficientemente, por
te, como foi estabelecido pela primeira lei de aquecimento, irradiação de raios X ou gama,
Faraday. E:'tc. A energia recebida pelos átomos ou mo-
O ramo da ciência que trata da interação léculas do gás aumentam seu movimento alea-
entre campos magnéticos e fluídos conduto- tório de tal forma, que as colisões entre áto -
res elétricos (líquidos ou gases) é conhecido mos ou moléculas se verificam com muito
por hidromagnética, magnetohidrodinâmica ou mais freqüência e violência, fazendo com que
simplesmente MHD. Um gerador MHD mo- alguns elétrons libertem-se de seus átomos. os
derno, que explora essa interação, não é fun- elétrons libertados tornam-se assim íons ne-
damentalmente diferente do gerador-estuário gativos livres. O átomo ou molécula que per-
de Kelvin - a água é substituída por um gás deu um elétron tem carga positiva em ex-
condutor elétrico, que flui a alta velocidade cesso, i. e., tornou-se um íon positivo. A io-
entre os eletrodos e, o reduzido campo mag- nização do gás hidrogênio, por exemplo, pode
nético da terra substituído por poderosos ele- ser representada por:
tro -ímãs (figura 4).

ELETROOO __ mostrando que uma molécula neutra de hi-


drogênio (H2) dissocia-se em uma molécula.
de hidrogênio positivamente ionizada (H2 +)
PECA POLAR
00 Í MÃ ~ e um elétron livre ou íon negativo (e-) .
A massa de um elétron é cêrca de 1/2000
da massa do átomo de hidrogênio (ou 1/ 4000
PEÇA POLAR
- oo íMÃ
da massa de uma molécula de hidrogênio
formada por dois átomos). O hidrogênio é o
gás mais leve conhecido. Para gases ioni-
zados mais pesados a disparidade entre elé-
ELETROOO - - ·- trons e íons positivos é ainda maior. Por
exemplo, quando uma molécula de oxigênio se
ioniza (Ü2 - Ü2+ + e--) a massa do íon 02 +
é cêrca de 60 . 000 vêzes a massa eletrônica ;
Fig . 4 - Diagrama simplificado do gerador MHD de para o dióxido de carbono ionizado ( co2
nuxo de ps. COz+ + e-) a massa do Co2+ é cêrca de
70 . 000 vêzes a massa eletrônfca.
A vantagem da geração MHD, onde uma Os elétrons, de massa muito menor que os
saída elétrica é obtida diretamente do movi- íons positivos, têm movimento muito mais li-
mento do gás, consiste na eliminação das tur- vre que êstes. Quando um gás ionizado con-
binas e dínamos. Seu desenvolvimento prático duz eletricidade, a corrente é transportada
entretanto, como veremos mais adiante, é di- quase que totalmente pelos · elétrons, que se
ficultado pelos problemas (alta temperatura, movem a altas velocidades no meio de tons
etc.) que surgem da necessidade de se man- positivos, pràticamente estacionários. Essa é
ter o gás em um razoável estado de condu- outra importante distinção entre gases ioni-
ção. zados e eletrólltos; no eletrólito, as massas dos
íons positivos e negativos são pràticamente
Gases como condutores iguais entre si e ambos contribuem igualmen-
te, para a condução.
Gases comuns não são condutores de ele- Como os elétrons livres num gás são por-
tricidade, mas podem se transformar em con- tadores excelentes de eletricidade, são necessá-
dutores razoàvelmente bons, pelo processo de rias quantidades relativamente pequenas dês-
ionização. Já comentado no ítem "Eletrólise" ses portadores para obtenção de um alto grau
em "Células de Combustível". Foi visto que de condutividade. A figura 5 mostra a rela-
a água pura, um não condutor, pode se tornar ção entre condutividade elétrica e porcen-
condutor pela dissolução de pequenas quanti- tagem de ionização de um gás. Para obten-
dades de certos ácidos ou sais cujas moléculas ção da máxima condutividade teoricamente
se dissociam em tons positivos e negativos. Nos possível é necessário cem por cento de ioni-
gases o mecanismo é um pouco diferente : aqui zação; l. e., tôda molécula deve dissociar-se
são os i tomos ou moléculas do próprio .gás, em um fon positivo e um elétron. Entretanto.
e não de alguma substância adicionada, que como pode ser observado na curva, um por
se dissociam em tons. É verdade que alguns cento de ionização produz uma condutividade
gases se ionizam mais fàcilmente na presen- de mais de noventa por cento do máximo teó-
ça de certos aditivos, mas êstes não são es- rico e mesmo 0.1 por cento de ionização -
senciais e não transportam parte apreciável uma molécula dissociada em cada cem -'- pos-
da corrente num gás em condução. sibilita uma condutividade de cincoenta ·por

34 REVISTA ELET:Rt'>Mle'A
cento do máximo teórico. Um gás um por sôbre reações termonucleares controladas. Tais
cento ionizado é, portanto, um condutor quase reações como as das estrêlas exigem tempe-
tão bom quanto um gás totalmente ionizado. raturas de milhões de graus e não se vê ainda
Foi dito anteriormente que a ionização (e claramente, como isso pode ser explorado co-
daí a condutividade) pode ser aumentada pe- mercialmente.
lo aquecimento do gás. A temperaturas de Os geradores MHD que trataremos aqui
milhões de graus, que se verificam nas es- podem operar em temperaturas muito mais
baixas, como, por exemplo, 2.800°C — a tem-
trelas, os gases são completamente ionizados
peratura mais baixa em que os gases são su-
e melhores condutores que metais comuns a
ficientemente ionizados para serem razoàvel-
temperatura ambiente. As propriedades do
mente condutores. (Mesmo 0,1 por cento de
gás ionizado ou “plasma”, como é chamado,
ionização é difícil de se manter em tempera-
são tão diferentes das propriedades da ma- turas inferiores a essa). Tais temperaturas
téria comum, que algumas vêzes é apresenta- entretanto, são ainda bem superiores aos 650°C
a que mesmo os mais eficientes geradores con-
vencionais trabalham; na verdade, quase tô-
das as dificuldades tecnológicas no desenvol-
vimento de geradores comerciais de MHD
devem-se direta ou indiretamente, às altas
temperaturas exigidas para operação eficien-
te. Algumas dessas dificuldades serão co-
mentadas no item seguinte, que trata de um
gerador MHD imaginário.
Um sistema de geração MHD imaginário
A figura 6 ilustra esquemàticamente um
sistema de geração MHD que utiliza combus-
tão de gases quentes. O ciclo de trabalho é
basicamente o seguinte: o ar atmosférico é
enviado a um compressor onde é comprimido
a cêrca de cinco atmosferas (aproximadamen-
te 34 kg. por cm2); a seguir passa por um
trocador de calor*, onde sua temperatura é
elevada a cêrca de 1.000 a 1.500°C; daí é en-
viado a uma câmara de combustão, onde a
Fig. 5 — Gráfico mostrando como a condutividade de “queima” de um combustível resulta na ele-
um gás depende do grau de ionização. vação da temperatura de mais alguns milha-
res de graus. A mistura resultante de ar e
do como o quarto estado da matéria, para produtos da combustão, a uma temperatura de
distinção entre os estados mais normais: só- aproximadamente 2 800°C expande-se por um
lido, líquido e gás (não ionizado). Nas estré- tubo de forma especial (como se vê à figura
las, o plasma é o estado “normal” da maté- 6), caindo a pressão para cêrca de 0L1 atmos-
ria. A ciência da magnetohidrodinâmica ou fera. Como resultado dessa expansão, o gás
MHD foi inicialmente desenvolvida por astro- quente agora parcialmente ionizado, adquire
físicos, para explicar a interação do plasma uma velocidade direcional elevadíssima (mi-
com os campos magnéticos das estrêlas. (No
Sol, essa interação se manifesta, por exem- —— —
* Trocador de calor é um têrmo genérico usado
plo, como manchas solares). para designar todo aparelho que facilita a transfe-
Recentemente, houve sensível avanço na rência de calor de um fluido mais quente para -jm
magnetohidrodinâmica, através de trabalhos fluído mais frio.

Fig. 6 — Representação es-


quemáticade um sistema de
geração MHD imaginário,
que utiliza combustível con-
vencional e opera em ciclo
aberto.

JANEIRO/FEVEREIRO — 1967
35
lhares de quilómetros por hora) e atravessa, elétricas a temperaturas de 3. 000°C ou mais.
em seguida, o campo magnético de um po- Outra dificuldade está nas propriedades elé-
deroso eletro-imã. A corrente elétrica resul- tricas dos gases utillzados. Os gases de com-
tante é retirada através de eletrodos devida- bustão (incluindo dióxido de carbono, tam-
mente dispostos no campo magnético (figura bém usado como resfriador) não se ionizam
4). Antes de ser descarregado na atmosfera, imediatamente, mesmo nas altas temperaturas
o gás, ainda, a uma temperatura de aproxi- mencionadas, sendo portanto maus conduto-
madamente 1. 500°C, circula pelo trocador de res de eletricidade. Isso resulta em uma alta
{!alor, onde aquece o ar atmosférico prove- resistência interna do gerador, o que o torna
niente do compressor. ineficiente (como se num dínamo convencio-
O sistema que acabamos de descrever ope- nal o enrolamento da armadura fôsse de algum
ra em ciclo aberto, i.e., o gás é descarregado fio de alta resistência ao invés de cobre).
na atmosfera. Foram também propostos sis- A ionização pode ser aumentada e a re-
temas de operação em ciclo fechado, onde um sistência reduzida, elevando-se ainda mais a
mesmo gás circula continuamente no circui- temperatura ou, introduzindo-se no jato de
to, sendo aquecido e comprimido e a seguir ex- gás, pequenas quantidades de substâncias fà-
pandido e resfriado, da forma descrita aci- cilmente ionizáveis, como por exemplo, sais de
ma. metais alcalinos. tsses expedientes entretan-
A escolha entre operação em ciclo aber- to, agravariam os problemas de materiais; em
to e fechado não é determinada exclusivamen- particular, a presença de sais alcalinos, mesmo
te pela melhor eficiência, já que o gás pode na pequena concentração exigida, poderia pro-
{!Onter substâncias tóxicas ejou de alto custo vocar fortes corros.ões em materiais "nor-
para ser descarregado na atmosfera. Tais mais".
{!Onsiderações aplicam-se por exemplo, a sis- O projeto do tubo de expansão do cir-
temas que ao invés de câmaras de combustão, cuito da figura 6 é muito crítico. O ideal
utilizam reatores nucleares para aquecimento seria que a expansão fôsse exatamente o ne-
do gás, pois êste tornando-se radioativo, não cessário para dar ao gás velocidade máxima;
poderia ser descarregado em grandes quanti- mas, a expansão é acompanhada por uma
-dades na atmosfera. Os reatores nucleares de queda na temperatura e pressão do gás, o que
potência resfriados a gás construídos na In- aumenta sua resistência elétrica, de forma
glaterra, operam, geralmente, a uma tempera- que na prática, deve-se estabelecer um com-
tura de gás inferior a 500°C, portanto, muito promisso.
reduzida para ser de interêsse na geração MHD. Além dessas dificuldades existem os pro-
Existem entretanto possibilidades futuras que blemas de natureza prática, que se espera-
serão discutidas no item que trata da utiliza- ria encontrar no desenvolvimento de qualquer
ção de energia nuclear na geração MHD. equipamento não convencional. O trocador de
Uma das dificuldades práticas em qual- calor da fig. 6 por exemplo, deve operar sob
quer sistema de geração MBD de potência é a condições de temperatura, pressão, etc., bem
exigência de materiais que mantenham as ne- diferentes das encontradas em unidades gera-
-cessárias propriedades mecAnlcas, térmicas e doras convencionais.

36 REVISTA ELETRONICA
Amplificador de áudio 9/14W
sem transformadores
Êsse amplificador que pode ser usado co- deve ter um valor próximo de 30 mA para
!IlO amplificador para guitarras e violões, se evitar distorção por sôbre-excitação. Para evi-
compõe de sete transistores, todos, exceto os tar qualquer possibilidade de instabilidade em
dois primeiros, acoplados diretamente. Os dois! altas freqüências que possa resultar do fato
primeiros estágios estão equipados com o tran- de se usar realimentação por sôbre quatro
sistor planar de silício de alto ganho e baixo estágios, e ainda permitir o uso de transisto-
::::úvel de ruído, BC108. res de baixa freqüência no elo de realimen-
tação, a faixa de alta-freqüência sofre um
Como conseqüência, as impedâncias nes- "roll-off" em 6 kHz por meio de um conden-
sa parte do circuito tornam-se tão pequenas sador entre a base e o coletor de Ts. Esta so-
que não se faz necessário o acoplamento dos lução, evidentemente, não é satisfatória para
estágios por meio de condensadores eletrolí- equipamentos de alta-fidelidade mas para uso
ticos, bastando para isso condensadores de em amplificadores para guitarras é bem reco-
poliestireno. mendável. Se a resposta em freqüência do
amplificador deve ser normal, o condensador
Outra vantagem do circuito é que o elo de pode ser omitido e o transistor Ts (AC 125)
realimentação CC-CA, que é usado em todos substituído por um tipo mais caro.
os projetas de amplificadores sem transfor-
madores, é aplicado a um estágio anterior do O amplificador fornece 9W a uma carga
usado normalmente. O ganho CC extra obti- de 8Q e, sem alteração nenhuma, 14W a uma
do é tal que o ajuste do ponto de meia-tensão carga de 4Q. Ligando-se o amplificador a um
para cortar o sinal simetricamente pode ser único alto-falante de 8Q ou a dois alto-falantes
dispensado: o único ajuste necessário é o da de 8Q em paralelo o ganho permanece prà-
corrente de repouso lq do estágio de saída, que ticamente inalterado.

lq
JOmA t

.3,.311

l60pF

I Z!JV

ZZOK

4flii4W)
ou
8fl(9WJ

L lN.
AGUOOS

Fig. 1 REALIMENTACA"O CA • CC

J~IRO / FEVEREIRO - 1967 37


A máxima potência obtenível dêsse ampli- Contrôles de tom
ficador é 14W, devendo-se a limitação à ten-
são Vce máxima que suporta o par complemen- Agudos -10 db em 10 kHz
tar excitador. Se quisermos mais potência -8,5 dB em 5 kHz
de saída seria necessário que o estágio de sai- Graves -10 dB em 100 Hz
da seja excitado por um transformador aco- Valôres relativos a 1 kHz
plado a um excitador em classe A. A maior
necessidade de corrente implica em maiores o contrôle de baixos é uma modificação de
custos de filtragem comparados com os de um um filtro T em ponte. Quando as constantes
projeto sem transformador algum. de tempo dos dois ramos são iguais, a atenua-
ção do conjunto é independente da freqüência.
DESEMPENHO Quando a capacitância em paralelo é aumen-
tada pela redução do valor do potenciôme-
Sensibilidade de tro do contrôle de baixos, a constante de tem-
entrada - 22mV para 9Wet em BQ po dêsse ramo aumenta, aumentando a ate-
- 22mV para 14Wet em 4Q nuação das baixas freqüências, resultando en-
Máxima tensão de tão um acréscimo nos baixos já que o filtro
entrada - 1 volt. está no elo de realimentação.
Impedância de en-
trada - 470 kQ
(A maioria dos captadores para guitarras Dissipadores de Calor
tem uma faixa de tensão de 140 mV a 250 mV,
com impedância de 10 kQ a 150 kQ em 1 kl'Iz. l Os dois transistores de saída AD149 po-
dem ser montados (sôbre isoladores de mica)
Resposta em Freqüência sôbre o chassi, se êste fôr de alumínio com
(para 3dB) 37Hz a 6 kHz espessura de, no mínimo, 1,5mm.
a 14 W , 1kHz, 4Q Os transistores excitadores (T, e Ts) de-
31 Hz a 6,5 kHz vem ser colocados dentro de dissipadores espe-
a 9 W, 1 kHz, BQ ciais que serão presos ao chassi.
Os contrôles de tom
ção média. FONTE DE ALIMENTAÇAO
Distorção Total
para BQ Para manter a impedância de saída de fon-
colocados na posi- te o mais pequena possível, o transformador
Agudos -10 dB em 10 kHz de fôrça deve ter uma resistência de secun-
em 1 kHz < 3,5 % para 5W dário bem baixa.
5 % para BW O enrolamento secundário deve ser pre-
10 % para 9W visto para 2 x 17V I 2A. Os retificadores de si-
para 4Q lício devem suportar lA e se o amplificador
< 5 %para lOW é utilizado juntamente com uma carga de BQ,
8,5 % para 14W o consumo de corrente é de cêrca de 500 mA.

38 REVISTA ELETRONICA
MATEMATICAI+I-IXI+I
PARA o TÉCNICO
ALGEBRA- (conclusão)
11ILTIPLICAÇAO DE UM MONóMIO POR
OUTRO
Regras
1 - Acha-se o produto dos coeficientes 5
aiiDtéricos, dando-se o sinal correspondente,
* acôrdo com as regras de multiplicação.
2 - Multiplica-se êsse produto numérico
Fi.~. 11

prlo produto dos fatôres literais, multiplican-


lkt-se as potências de mesma base, sempre que
possível.
6
Exemplo 1:
Multiplique:
-6x3y2 por 3xy2. O produto de 5(6+9) pode ser represen-
tado como ilustra a figura 12. O produto
Solução: a(c + d) seria, assim, representado como indi-
•.-6x3y2) ( 3xy2) ( 6 . 3) . x3 + 1. y2 +2 ca a figura 13.
=- 18x4y4 Dêsses exemplos, pode-se concluir que
Exemplo 2:
Multiplique: 3 (4+2) = 3x4+3 x 2 = 12+6 = 18
-6x3y2 por 3xy2. 4 (5+3+4) = 4x5+4 x 3+4x4
= 20+12+16 = 48
Solução: t (y+z) = ty+tz
i -6x3y2) ( 3xy2) (6.3) .x3+1.y2+2
= - 18x4y4 p (q+r+s) = pq + pr + ps
Note-se que em todos os casos, cada têr-
»ULTIPLICAÇAO DE POLINóMIOS POR mo do polinômio (têrmos entre parêntesis) é
multiplicado pelo monômio. Considerando-se
MONóMIOS êsses exemplos, podemos estabelecer a seguin-
te regra:
A figura 11 ilustra outro método de repre-
sentação gráfica do produto de dois números. Para se multiplicar um polinômio por um
o produto 5 x 6 = 30 é representado em um monômio, multiplica-se cada têrmo do polinô-
:-etãngulo cujos lados têm 5 e 6 unidades de mio pelo monômio e escreve-se os têrmos re-
~mprimento, num total portanto, de 30 qua- sultantes em sucessão, precedendo-os dos si-
drados. nais correspondentes.

r· · · · · ·. . . . . . . _._!r - }
Fig. 12
5 {r ~ . :. . . .
;. ...............-.......
~ L.:_ ~ . .··l
1........ -..........

"'··-··4 •·- ~·-·····-···


+ 5

6 9

Fig. 13 ··o,···
:

~.c.. . . . .
a L......
· · ·~~···-· · · ad =
;

a: ......... ........ :
i

c d c

,;~"""EERO/FEVEREIRO- 1967
39
Exemplo 4: DIVISAO
3k ( 3k2y--4ky2 + 6y3) = ?
Embora a divisão de expressões algébri-
Solução: cas apresente diversos aspectos novos, êstes se-
Multiplicando = 3k2y--4ky2+6y3 rão fàcilmente compreendidos, se a matéria
Multiplicador = 3k explicada até aqui foi realmente assimilada.
Inicialmente, revisemos as seguintes de-
Produto = 9k3y-12k2y2+ 18ky3 finições:
Exemplo 5: 1 - Dividendo é o número ou quantidade
-2ac(-10a3+4a2b-5ab2c) = ? a ser dividido:
Solução: 2 - Divisor é o número pelo qual um ou-
tro número ou quantidade deve ser dividido.
Multiplicando = -10a3+4a2b-5ab2c
Multiplicador = - 2ac 3 - Quociente é o resultado da divisão.
Dividendo
Produto = 20a4c-8a3bc+ 102b2c2 - - - - = Quociente
Divisor
MULTIPLICAÇAO DE UM POLINóMIO POR
OUTRO
DIVISAO DE NúMEROS POSITIVOS
Sabemos que E NEGATIVOS
(3 + 4) (6-3) = 7 X 3 = 21
Como a divisão é o inverso da multiplica -
Essa multiplicação pode também ser efe- ção, usaremos na dedução das regras de divi-
tuada assim: são, as regras de multiplicação. Por exemplo,
( 3 + 4 ) ( 6- 3) = 3 ( 6-3) + 4 ( 6-3) como 6x4 24
(18-9) + (24-12) temos que 24 + 6 = 4
= 9 + 12 e 24 + 4 = 6
= 21
Da mesma forma, Estas relações podem ser usadas na apli-
cação das regras de multiplicação e divisão.
(2a- 3b ) (a+5b) = 2a (a+5b) -3b (a+5b) As combinações possíveis são quatro:
= (2a2+10ab)-(3ab+15b2)
= 2a2+10a~3a~15b2 ( +24) ( +6) = ?
= 2a2+7ab- 15b2 (-24) ~
( +6) ?
Concluímos assim que ( +24) (-6) = ?
(-24) ~ (-6) = ?
Para se multiplicar polln6mi~ multipli-
ca-se cada têrmo do multiplicando por cada Aplicamos aqui as mesmas regras de si-
têrmo do multiplicador e somam-se al,.ebri- nais da multiplicação :
camente os produtos parciais.
<+24) + <+6) = +4 pois (+4) x (+6) = ± 24
Exemplo 6: (-24) + <+6) = --4 pois (--4) x <+6> = - 24
Multiplique 2i-3 por i+ 2. ( +24) + (-6) = --4 pois (--4) x (-6) = +24
Solução : (-24) + (-6) = +4 pois ( +4) x (-6) = - 24
Multiplicando = 2i-3 Podemos portanto estabelecer a seguinte
Multiplicador = i+ 2 regra:
----
i vêzes ( 2i-3) = 2i2-3i Na divisão de números positivos e nega-
2 vêzes (2i-3) = 4i-6 tivos,
1 - se dividendo e divisor tiverem sinais
Somando, obtém-se : iguais, o quociente será positivo;
Produto = 2i2+i-6
2 - se dividendo e divisor tiverem sinais
O produto obtido pode ser verificado, subs- diferentes, o quociente será negativo.
tituindo-se as letras por números quaisquer.
Exemplo 7:
DIVISAO DE POTI:NCIAS DE MESMA BASE
Multiplique a2--4ab-b2 por a+ b, e com-
prove o resultado com a = 2· e b=2. Pela definição de potência,
Solução : k .k . k.k .k .k
a2--4ab-b2 4-16--4 = - 16 k .k .k
a +b 2 + 2 4 k6
portanto, k6 + k3 = k3
-64 k3
a3--4a2b-ab2
a2b-4ab2-b3 O resultado é obtido, cancelando-se os fa-
tôres comuns no numerador e denominador. A
8-24--40-8 = -64 operação acima pode ser assim expressa :

40 REVISTA ELETRONIC4.
k6 Do exposto, concluímos que qualquer base
k3 elevada a um expoente negativo é igual a 1 di-
k3 vidido pela mesma base elevada a um expoen-
te positivo de mesmo valor absoluto que o ex-
a7 poente negativo.
da mesma forma, - - - = a7-3 =a4
a3 Exemplos:
A regra de divisão de potências pode ser, 1
portanto, expressa pela fórmula geral, k-4 =
am
am + an = = am-n
2-2
1 1
an
22 4
onde a -::;t; O e m e n, números quaisquer.
1 1
3-3 =
EXPOENTE ZERO 33 27
Qualquer número, exceto zero, dividido por 43 1 1
êle mesmo resulta no quociente 1. Portanto, 4 -2
45 4x4 42
6
= 1 43
6 ou-- 43-5 ·= 4-2
a3 45
e = 1 Conclui-se assim que qualquer fator de um
a3 têrmo algébrico pode passar do numerador ao·
denominador ou vice-versa, trocando-se o si-
a3 nal do expoente do fator.
Assim, - - = a3 - 3 = ao = 1
a3
DIVISAO DE UM MONóMIO POR OUTRO
Voltando à fórmula geral temos:
am Regra
- - = am-n Para s.e dividir um monômio por outro,
an 1 -- Ache o quociente dos valôres abso-
lutos dos coeficientes numéricos, dando o si-
sem=n nal de acôrdo com as regras de divisão de
temos que m-n = O números positivos e negativos.
am 2 - Determine os coeficientes 1 it e r a i s
e - - =am-n =ao = 1 (executando as divisões de potência, caso exis-
an tam) e escreva-os à frente do coeficiente nu-
mérico achado em (1).
Podemos assim, estabelecer que qualquer Exemplo 8:
base, exceto zero, elevada ao expoente zero, dá
como resultado 1. Portanto, ao, ko, yo, 3o, 40, Divida -12 a3k4y por 4a2k2y
etc., são iguais a 1. Solução:
-12a3k4y
EXPOENTE NEGATIVO 3ak2
4a2k2y
Já que a regra de divisão de potências é Exemplo 9:
aplicável em qualquer caso, deve valer tam-
bém para quando o n é maior do quem. Por- Divida -7a2b4c por -14ab2c3, e ex-
tanto, presse o quociente com expoentes positivos.
a2 1 Solução:
--= -7a2b4c ab2
as a3 =
· a2 -14ab2c3 2c2
ou-- a2-5 = a-3 Essas divisões podem ser verificadas, subs-
as tituindo-se os fatôres literais por valôres nu-
1 méricos arbitrários, ou multiplicando-se o di-
Assim, a - 3 = visor pelo quociente, obtendo-se o dividendo.
a3
DIVISAO DE POLINóMIO POR MONóMIO
e de forma geral
Comparemos novamente com a multipli-
1 cação.
a-n =
an Como 2 x 8 = 16

~O/FEVEREIRO - 1967 41
16 Divide-se a2, primeiro têrmo do dividendo,
temos que - - = 8 por a, obtendo-se o primeiro têrmo do quocien-
2 te, a. A seguir multiplica-se o primeiro têr-
mo do quociente, pelo divisor. O produto obti-
também, como 3(a+4) = 3a+12 do é agora subtraído do dividendo (colocam-se
os têrmos do subtraendo sob os têrmos corres-
3a+12 pondentes do minuendo, ver "Adição e Subtra-
teremos que---,--= a+4 ção de Polinômios") . o primeiro têrmo do res-
3 to, 3a, será agora um nôvo dividendo, repetin-
do-se o processo.
Podemos, assim, estabelecer a seguinte re-
gra: O resultado obtido pode ser provado, mul-
Para dividir um polinômio por um monô- tiplicando-se o divisor pelo quociente.
mio,
1 - Divida cada têrmo do dividendo pelo
divisor; Divisor = a+2
2 - Escreva, em seqüência, os resultados Quociente = a+ 3
parciais com os sinais obtidos na divisão.
a2+2a
3a+6
Exemplo 10:
Divida Dividendo = a2 + 5a + 6
8a2b3c - 12a3b2c2 + 4a2b2c por 4a2b2c. Exemplo 12:
Divida
Solução: 8a2b3c - 12a3b2c2 + 4a2b2c
a2b2+a4b4 por -ab+b2+a2.
4a2b2c
Solução : Ordena-se o dividendo e o divisor
2 b -3ac + 1 de acôrdo com o parágrafo ( 1) da regra. Como
não aparecem têrmos de a3b ou ab3, colocam-se
zeros em seus respectivos lugares, na escala
DIVISAO DE UM POLINóMIO POR OUTRO decrescente de potências :
Regra
Para se dividir um polinômio por outro, a4 + O+a2b2+0+ b4 a2-ab+b2 = Divisor
a4-a3b+a2b2 a2-ab+b2 =Quociente
1 - Ordene o dividendo e o divisor, se-
gundo as potências decrescentes (ou crescen- -t-a3b +b4
tes) de algum fator literal comum; a3b-a2b2 + ab3
2 - Divida o primeiro têrmo do dividendo
pelo primeiro têrmo do divisor e escreva o re- a2b2-ab3 + b4
sultado, como primeiro têrmo do quociente; a2b2-ab3 + b4
3 - Multiplique todo o divisor pelo pri-
meiro têrmo do quociente e escreva o resultado o
sob os têrmos correspondentes no dividendo e
subtraia-o do dividendo;
4 - Considere o resto um novo divisor e Exemplo 13:
repita (1), (2), e (3) até que não haja mais
restos, ou até que o resto não possa ser divi- Divida
dido pelo divisor.
a4+3a2+4 por a2-2.
Exemplo 11: I
Solução: a4+3a2+4 I a2-2
Divida: a2 + 5a + 6 por a + 2
Solução:
a4-2a2
i •'+5
5a2+4
Dividendo =_a2 + 5a + 6 1 a + 2 = divisor 5a2-10 !

a2 + 2a Ia + 3 = quociente 14 = resto
resto (no-
vo (di v i- :tste resultado escreve-se
dendo + 3a + 6 14
Produto do a2-2
2.0 têrmo
doquocien-
Visor =--~3~a,_+~6~ Esta notação é usada também em divisão
o aritmética, quando a divisão não é exata.

42 REVISTA ELETRONICA
"LABiRiNTo" Ei.EtRiGO
FAÇA ÊSTE ;;LABIRINTO" E TESTE A HABILIDADE DE SEUS AMIGOS (E A
SUA TAMBÉM) NO MANÉJO DE NúMEROS
Oito chaves seletoras, uma lâmpada e duas nação desejada, as chaves da parte inferior
pilhas - eis os componentes empregados neste do Labirinto Elétrico permitem ainda deter-
:.nteressante quebra-cabeça. Alguns minutos minar o grau de dificuldade do jõgo. Para
dispendidos na sua construção serão regia- crianças, apenas duas ou três das chaves são
mente recompensados com as horas de diverti- fixadas em números arbitrários; a chave ou
mento que lhe serão proporcionadas e aos seus chaves restantes são colocadas na posição
amigos. zero (assim como as chaves correspondentes
Na figura 1 mostramos o aspecto do apa- na parte superior). Usando-se três chaves, o
relho. Como se pode observar, na face supe- número de combinações possíveis se reduz para
rior encontram-se quatro chave~ seletoras. 1.000; usando-se duas chaves, reduz-se pa-
cada chave pode ser ajustada para qualquer ra 100. Para adultos, especialmente pessoas
uma de dez posições, pelo jogador. Quan- com inclinação para matemática, tôdas as cha-
do êle dispõe as chaves em uma combi- ves devem ser usadas.
nação que corresponda a uma escolhida pre- Como Funciona
namente, a pequena lâmpada no extremo es-
querdo da caixa acende, indicando o fim do O esquema de ligações do Labirinto Elé-
jõgo. O número de combinações possíveis é trico aparece na figura 3. Cada chave da
de 10 mil, na versão mais difícil do jõgo, mas parte superior é interligada com sua corres-
pode-se reduzir para até 100 combinações, de- pondente na parte inferior: cada terminal da
pendendo do grau de habilidade do jogador. chave superior, com exceção do terminal cen-
A figura 2 mostra a parte de baixo do tral, é ligado ao mesmo terminal da chave
Labirinto Elétrico. Aqui se vê também qua- inferior. Quando o polo central da chave 1
tro chaves seletoras com dez posições. Cada estiver ajustado, por exemplo, para a posição
uma dessas chaves corresponde a uma chave 4, só haverá continuidade com o polo cen-
na parte superior. A disposição que faz acen- tral da chave 3, se o po!o central da chave 2
der a lâmpada é determinada pela disposi- também estiver ligado com o terminal 4, já
ção aqui escolhida. Como é possível a esco- que os terminais fixos de chaves correspon-
lha de qualquer uma das 10 mil combinações, dentes estão ligados entre si. Se o polo cen-
um jogador poderá testar a sua habilidade tral da chave 3 estiver em contato com o termi-
quanta vêzes quiser. nal 6, só haverá continuidade com o terminal
Além de possibilitar a escolha da combi- central da chave 5, se o terminal central da

4
'
.•
3 ..
• • • 6
• • • 6 2
• • • 6 2.
• •
• • • • • •

f. •o
• 7

•s
1.

•o
. • 8

9.
• 7 !e •

• 8
7 1•

•o •9

~
4

5 ~
4

5 ~
4

2 6 2~6 5 2 6 2~6

o
3 ... L

1 71~71 71~7

8 8 8
09 09 09 09

Fig. 1 - Aspecto do "labirinto" (em cima) na sua partE' superior. Em baixo sugestão para o desenho do painel
superior.
.1UEIRO/FEVEREIRO - 1967 43
• •

f. :~· ,...8
2 6

, .·~·. ,

•o •o •

0 0

Fig. 2 - Vista inferior do protótipo (en. clllia) e desenho do painel usado (em baixo>.

chave 4 também estiver ligado com o polo 6 foi usado um suporte para as pilhas, mas como
e assim por diante, até o terminal central da estas terão vida pràticamente ilimitada, po-
chave 8. Como a bateria e a lâmpada estão em derão ser soldadas diretamente no circuito.
série com as chaves, a lâmpada só acenderá Os botões utilizados deverão dispor de guia
quando houver continuidade através das cha- de posição. Os mostradores das chaves sele-
ves. toras poderão ser construídos com plástico ou
metal. Pode-se também fixar com fita ade-
Construção siva transparente, pequenos números batidos
As ilustrações poderão servir como guia a máquina, ou mesmo pintar os números dire-
de montagem. Nosso protótipo foi montadc tamente na madeira.
numa caixa de madeira compensada de 30 x
12 x 8 cm, mas naturalmente, qualquer outra LISTA DO MATERIAL
caixa em que caibam os componentes empre- 81 a Sa -
Chaves seletoras de um polo, 10 po-
gados poderá ser utilizada. Qualquer que seja sições
a construção adotada para a caixa do labirinto M1 - Lâmpada pilôto 49
elétrico, é claro que as chaves que estabele- B1 B2 - Pilhas de 1,5 volts, tipo "lapiseira".
cem a disposição a ser procurada devem ficar
ocultas. Outros: soquete para a lâmpada, suporte para
As chaves são de um polo, dez posições. A duas pilhas, mostradores numerados
lâmpada deve ser do tipo 49. No protótipo de O a 9, etc.

-81
-sz

SB

MI

Fig. 3 - Circuito esquemático do "labirinto elétrico".


REVISTA ELETRONICo\
44
-

1 O FOTO-CATODO E O ALVO damentais entre o iconoscópio e o iconoscópio


de imagem ocorrem entre o orthicon e o orthi-
Entre as válvulas captadoras de imagem con de imagem: a imagem ótica não é explo
que utilizam o princípio da foto sensibilidade, rada diretamente, mas sim transformada an-
o orthicon de imagem é o mais recente da sé- tes em uma imagem eletrônica. Assim é pos-
rie e representa um estágio de desenvolvimen- sível fazer-se um foto-catodo homogêneo e
to que dificilmente será superado (o vidicon, com alta eficiência na emissão de foto-elétrons.
desenvolvido posteriormente, utiliza o princí- O foto-catodo mede 24 x 32 mm, é transparen
pio da foto-condutividade). Em razão de sua te e está situado imediatamente atrás da face
elevadíssima sensibilidade, suplantou rapida- frontal do tubo, permitindo o emprêgo de len-
mente tôdas as válvulas captadoras de ima- tes objetivas de pequena distância focal e
gem anteriores. A sensibilidade do orthicon de grande sensibilidade.
imagem excede a da mais sensível câmara ci-
nematográfica e equipara-se à sensibilidade do A uma certa distância do foto-catodo (fig.
ôlho humano; é possível, mesmo, a transmis- 1) que está a um potencial de —500 V, encon-
são de cenas noturnas iluminadas apenas pela tra-se uma rêde finíssima com potencial de
luz da lua ou de uma vela. Um palito de fós- + 1... + 3 V. Devido ao seu potencial, a rêde
foro, se aceso dentro de seu campo de visão, M provoca um forte campo de aceleração
causa uma sobre-modulação tão intensa que para os foto-elétrons emitidos pelo catodo que
provoca o aparecimento de uma mancha pre- sofrem ainda a ação de um forte campo mag-
ta na imagem captada. nético homogêneo paralelo ao eixo do tubo.
Forma-se assim uma imagem eletrônica de-
talhada a uma certa distância do catodo. O
plano no qual se forma a imagem, situado al-
guns centésimos de milímetro atrás da rêde,
é ocupado pela placa de armazenamento T
(alvo). Esta placa consiste de um modernís-
simo tipo de mosaico — uma placa homogênea
finíssima, de uma espécie de vidro ligeiramen-
te condutor. Seu diâmetro é de cêrca de 4 cm
e sua espessura não maior do que 0,005 mm.
Vejamos agora como essa finíssima película
de vidro funciona como mosaico.
Como já vimos acima os foto-elétrons
Fig. 1 — Secção longitudinal do orthicon de imagem. emitidos pelo catodo, atravessam a rêde, al-
e= feixe de exploração; e p = foto-elétrons; i s = cor- cançando a placa de vidro e formando ali
rente de sinal; A = anodo; Alf A2 = aceleradores de
foto-elétrons; C = coletor; D = eletrodo de desacele-
uma imagem eletrônica detalhadamente defi-
ração do feixe de elétrons; EM = multiplicador de nida. Como conseqüência, cada um dos pontos
elétrons; G = canhão eletrônico; G 2 = acelerador do da superfície do alvo libertará elétrons secun-
feixe de exploração; L = lentes; Lc bobinas de corre- dários, dada a condutividade do vidro. O pon
ção; Lf = bobinas de focalização; L hv = bobinas de
deflexão; M — rêde; P = foto-catodo; T = alvo.
to atingido adquire um potencial ligeiramente
inferior ao da rêde, o que permite a esta cap-
tar todos os elétrons secundários liberados,
retirando-os da válvula.
Evita-se portanto, a formação de nuvem de
A figura 1 apresenta uma secção longitudi- elétrons com tôdas as desvantagens dela de
nal da válvula. As mesmas diferenças fun- correntes. Na placa de armazenamento do
<-'rthicon de imagem, da mesma forma que na za se um campo magnétir::o para deflexão ho-
placa de armazenamento do iconoscópio de rizontal, ao invés do campo eletrostático em-
imagem, forma-se uma carga pela emissão de pregado no orthicon comum. Sõmente pelo
elétrons secundários, que reproduz exatamen- uso de um campo defletor magnético o feixe
te, a imagem ótica . Um ponto iluminado da pode retomar pelo mesmo pe:curso de ida.
imagem ótica causa foto-emissão no foto-ca-
todo : os elétrons assim liberados são focali- No processo de transformação de variações
zados em um feixe estreito sõbre a lâmina de de luminosidade, em variações de corrente uti-
vidro, onde produzem uma intensa emissão liza-se amplificação por emissão secundária
secundária e a perda de elétrons do ponto em dois estágios diferentes . Além da ampli-
atingido torna-o positivo. Um ponto escuro ficação que se obtém no multiplicador de elé-
por sua vez, libera um fluxo reduzido de trons, também no alvo a imagem eletrõnica é
foto elétrons, o que provoca, conseqüentemen- formada por emissão secundária, sendo os elé-
te, uma reduzida emissão secundária no alvo trons secundários, uma amplificação dos fo-
elevando apenas ligeiramente o potencial do to-elétrons emitidos pelo catodo . Êste fato
ponto em questão. combinado com o aproveitamento quase de
100% do processo de armazenamento da ima-
Devido à alta resistência elétrica do vidro gem é seguramente uma demonstração clara
e a sua reduzidíssima espessura, o restabele· de que o orthicon de imagem representa um
cimento do equilíbrio de potencial entre pon- avançado estágio de desenvolvimento que difi-
tos adjacentes é relativamente lento . Forma-se cilmente será superado.
então sõbre o vidro uma imagem eletrônica
(imagem de cargas elétricas), cópia fiel da
imagem ótica, como acontece em um mosaico 3. A CORRENTE DE SINAL
real . í
A corrente de sinal (I,) fornecida pelo orthi-
2. EXPLORANDO A IMAGEM con de imagem constitui-se de uma corrente
contínua modulada pela imagem e expressa
ELETRóNICA portanto o brilho médio da imagem captada.
Do exposto no item anterior depreende-se A válvula não é ofuscada por breves exposi-
que a imagem eletrõnica se mantém fixa num ções excessivas à luz . Essas exposições cau-
dado instante . No entanto, sendo o vidro de sam uma emissão secundária tão intensa no
pequena espessura, ela o atravessa aparecen- alvo que o~ elétrons não podem ser retirados
do do lado oposto ao do foto-catodo. E é esta pela rêde de absorção, permanecend_o entre o
última imagem que será explorada da mesma alvo e a rêde em forma de uma nuvem, retor-
maneira como se faz no orthicon comum . nando ao alvo e restabelecendo o potencial de
equilíbrio . Essa sObre-modulação ocorre fre-
O feixe, a baixa velocidade, varrendo a lâ- qUentemente devido à elevada sensibilidade da
mina de vidro no padrão convencional de li- válvula; pode ser causada, por exemplo, por
nhas, inverte sua direção imediatamente em lâmpadas no campo de visão da câmara, por
frente à superfície do alvo e retoma em di- reflexões de objetos metálicos brilhantes, etc.
reção ao canhão eletrônico. Quando um pon- Quando isso acontece, forma-se uma nuvem
to com ligeiro potencial positivo é explorado, de elétrons em frente ao alvo e sõmente os
o feixe cederá elétrons para reduzir o poten- pontos circunvizinhos ao ponto atingido, sofre-
cial dêsse ponto a zero antes de inverter sua rão a precipitação dos elétrons secundários. A
direção. Quando isso acontece, o feixe retoma vizinhança imediata do elemento da imagem
ao anodo coletor C diminuído dêsses elé- atingido ficará, naturalmente, escurecida; o
trons . O número de elétrons cedidos na ex- feito na tela do receptor seria como se os ob-
ploração da imagem eletrônica, variará de PO" jetos brilhantes fOssem envolvidos por uma
to a ponto da placa; assim, o feixe de retOr- nuvem escura.
no terá sido modulado pela imagem ao chegar Experiências com o orthicon de imagem
ao coletor. mostram que um certo grau de sõbre-modula-
O sistema de exploração do orthicon de ção, embora não tão drástica como esta, ocor-
imagem apresenta uma característica que au re com freqUência em elementos brilhantes da
menta consideràvelmente seu desempenho. O imagem, já que a iluminação da cena é, ge-
coletor serve não só para coletar o feixe de ralmente, excessiva. Isso dá à imagem uma
elétrons que retoma, como também constitui característica interessante, mas nada agradá·
o primeiro elemento de um multiplicador de vel; áreas brancas, cinzas e mesmo preto acin-
elétrons que geralmente possui cinco etapas . zentadas são reproduzidas com brilho quase
idêntico; estas áreas, entretanto, mesmo quan-
O multiplicador de elétrons é construído em do adjacentes, são distinguidas devido às for-
tOmo do canhão, de modo a envolvê-lo e am-' tes linhas pretas circundantes . Estas linhas
plifica cem vêzes a corrente correspondente significam que a nuvem de elétrons ficou re-
ao feixe de retõmo. A presença dêsse multi· duzida a uma faixa estreita envolvendo o ele·
plicador de elétrons implica ainda em que o mento . Raramente a iluminação da cena apre-
teixe de retõmo atinja o coletor em um só senta o valor exato para a transmissão com
ponto (não acontecendo, pois, o que sucede o orthicon, de tõda a escala de tons cinzas,
no orthicon) . Para que isso seja obtido, utili· como acontece com o iconoscópio.

46 REVISTA ELETRONICA
4. CONCLUSÃO mento preciso do canhão eletrônico e dos sis
temas de focalização e deflexão. Para que o
A breve descrição aqui apresentada mostra tubo funcione como deve, é necessário não sò
claramente que o orthicon de imagem, é, sem mente que o feixe de elétrons, com 0,04 mm
dúvida, um instrumento de grande precisão e de diâmetro, execute seu rápido movimento
de incomum sensibilidade. Coube a Rose, Law com precisão geométrica e atinja a imagem
e Weimer em 1945, construí-lo, em forma utili- eletrônica com absoluta perpendicularidade,
zável. Mas mesmo hoje existem apenas algu- mas ainda é exigido que o feixe pare e inver-
mas poucas fábricas capacitadas para produ- ta a sua direção a distâncias da imagem de
ção em massa da válvula, com a qualidade cargas, iguais em toda a área do alvo.
e precisão necessárias. A dificuldade principal Não será de surpreender assim, que certas
está na construção e montagem do alvo e da precauções sejam também necessárias na ope
rêde de absorção. Esta rêde apresenta nada ração prática do orthicon de imagem.
menos de 1600 fios por milímetro quadrado; Além da estabilização perfeita de tôdas as
cada furo deve ser menor que o gráu de de- correntes e tensões que o alimentam e sua pro-
finição do sistema de TV. Sua construção é teção total contra o campo magnético da terra
geralmente obtida por processo fotográfico. e qualquer outro campo magnético ou elétrico
Para que a absorção de elétrons secundários que possa estar presente, deve manter-se por
seja exercida por igual, a separação de 0,05 aquecimento elétrico, uma temperatura unifor-
mm entre a rêde e o alvo deve ser mantida me de operação de cêrca de 30°C.
uniforme e numa margem de tolerância de Apesar de tôdas essas dificuldades, para
alguns milésimos de milímetro, sôbre tôda a transmissões externas, utiliza-se exclusivamen-
área. É desnecessário dizer que o próprio al- te o orthicon de imagem, em razão de sua
vo, a lâmina de vidro de 0,004 mm deve tam- elevadíssima sensibilidade, cêrca de 1500 vêzes
bém ser absolutamente plano. superior à do iconoscópio. Suas dimensões
Essas dificuldades são puramente de proje- aproximadas são: comprimento, 40 cm e diâ-
to e construção — adicionadas a estas existem metro, 8 cm.
outras exigências com relação ao funciona-

JANEIRO/FEVEREIRO --- 1967


47
ao TECNICA
AMPLIFICADOR ESTEREOFÔNICO EASA MOD. AM-1015
ESPECIFICACAO

Potência: 14 W por canal. Total 28W


Resposta de Freqüência: ± 1 dB de 30 Hz a 25 KHz em 28 W
ContrOle de tonalidade: ± 0,5 dB de 15 Hz a 55 KHz em 1W
graves: % 19 dB - 17 dB a 30 Hz
agudos: % 13 dB - 17 dB a 15 KHz
Separacão entre canais: 40 dB
Distorção Harmõnica: 0,7%em 1 KHz - 12 W
Distorção em intermodulacão: 1% em 60Hz - 6 KHz
Zumbido: Fono «M~ - 60 dB abaixo de 14 w
Fono «C~ - 62 dB abaixo de 14 W
Tuner Aux - 68 dB abaixo de 14 W
Fator de amortecimento: 10

INTBODUCAO Tôcias estas entradas poderão ser convenientemente


ajustadas pelos contrôles situados no painel frontal.
~te aparelho é constituldo de dois amplificadores e
pré-amplificadores, montados em conjunto com a fon. SELETOR: escolhe a entrada desejada.
te de allmentacão, em uma dnlca peca.
BALANCO: aumenta o nivel de um canal e simultâ-
Devido a um circuito moderno allado · a um cuida-
neamente reduz o do outro mantendo o global
doso estudo na disposição do material foi obtido um
constante, permitindo a compensação das defi-
aparelho de pequenas dimensões, com alta potência
ciências nos alto-falantes, na acústica da sala
de salda, distorção e zumbido lnaudlveis e quali-
e na correta localização do programa estereo-
dade de reprodução à prova dos mais exigentes apre-
fónico.
ciadores de música.
VOLUME: atua em ambos os canais simultâneamente.

DESCRICAO TONALIDADE: oontrõles de graves e agudos inde-


pendentes permitindo um correto ajuste · para
O conjunto amplificador consta de 10 válvulas minia- cada C?nal.
tura, sendo 4 no pré-amplificador e 6 no amplltl-
cador. A fonte de alimentacão emprega retifica- FUNÇÃO: escolhe o modo de funcionamento do apa-
dores de silicon e um circuito de onda completa, relho, permitindo a reversão dos canais e o fun-
empregando capacitares de alto valor, o que asse- cionamento em paralelo dos amplificadores, oge.
gura uma perfeita regulação. lecionando assim o pré-amplificador desejado.

Uma grande variedade de fontes de sinal poderá ser MONTAGEM::


usada em conjunto com êste aparelho, as quais a
seguir especificamos. Siga exatamente a fiação e disposição das pecas, in-
dicadas pelO& esquemas fornecidos. Essa disposição
FONO db - para fonocaptores magnéticos de alta é resultado de um cuidadoso estudo para se obter
qualidade, equallzada para curva RIAA. um aparelho com ntvel de rufdos inaudtvel e uma
estabilldade perfeita.
FONO cC. - para fonocaptores piezoelétrlros, fm. Use material da melhor qualidade principalmente no
pedlnMa desta entrada é de 2,2M ohms~' o que que se refere a vâlvulas.
uaegura resposta linear nas freq. baixas. · Faca soldas com cuidado evitando assim posteriores
aborreclmentos. Depois de montado reveja tOdas as
AUX. TUNER - para ligação de sintonizador de lic6es, assegurando-se que tudo esteja correto. As-
J"M-AM:-TV-gravadores etc., a impedância de en· sim v. Sa. terã um ampllficador estereofónico com-
trada é de 500 K . ohms. parável ao melhor existente.

48 REVISTA ELETRONICA
!2AX7 6AU6 6AN6 EL84
~E

..

'1: A

...
....-c~:,::"'.::...'- - - . l
'F@J AMPLIFICADOR ESTEREOFOOICO
EASA 28W
+

LISTA DE COMPONENTES ~onden::-.adores Válvulas

conjunto Chassi stereo 2 22 K Poliester 125V 2 12 AX.7


complete 4 47 K " 400V 2 6 AN8
8 100 K " 400V 2 6 AU6
Transformador tipo ~\M- 4 . 05 óleo 600V 4 EL-84
1015
., Transformadores tipo AM- Condensadores 'disco Retificadores
1000
4 2K 2 BYlOO
Resistências 2 3K3
3 10 K Diversos
4 1K 1/ 2 w 2 10 pf.
2 33 pf.
4 2 K5 ".. 2 68 pf.
2 tomadas A.F. 4 terminais
2 10 K 8 tomadas RCA
2 200 pf.
5 22 K "•· 1 100 pf.: 600V 1 porta fusível
2 27 K , 6 soquetes 9 pinos
4 33 K Condensadores eletrolíticos 2 soquetes 9 pinos c/ blin-
3 47 K " dagem
12 100 K 1 100 MFD. 450V 2 soquetes 7 pinos
2 150 K " 2 32x32 MFD. 450V 1 borracha passagem peq.
4 220 K " 2 10 MFD. 12V 1 lâmpada pilôto
2 270 K " 1 50 MFD. 50V 'h metro de ponte P/ ser
10 470 K " cortada
2 680 K " l'otenciômetros 'h metro de cabo de micro-
1 1M
, fone
1 duplo 500 K Lin. 1 eixo
2 2M2 " 1 , 500 K Log. 1 eixo 1 metro de espaguetl 1 m / m
1 1 K lW 3 1 Mg. Lin. 12 metros de fio, diversas cô-
1 4 Kí 2W 1 1 Mg. Lin. c/ chave res
1 10 Ohms 10 w 2 200 ohms pot. fio 1 cabo rádio plug.
1 100 Ohms 5W 2 chaves 2 polos 4 posições 5G parafusos e porcas

JANEIRO/FEVEREIRO- 1967 49
ELETRÚNICA

ALTO FALANTE bobina, sob a influência da mesma, a bobina


começará a mover-se para a frente e para trás
O alto-falante serve para converter tensões longitudinalmente. À bobina fixou-se um co-
elétricas alternadas em vibrações de som. A ne, de papel. O movimento da bobina põe em
função do alto falante é portanto contrária à movimente o cone, que produz uma vibração
do microfone. de ar, e portanto, um som . A bobina deve ser
Conhecem se quatro sistemas diferentes : montada de modo que só possa mover-se lon-
a) Sistema eletrodinâmico gitudinalmente para a frente e para trás. A fi-
b) Sistema eletromagnético xação faz-se por meio dum sistema de precisão
c) Sistema eletrostático que evita o movimento transversal e só permi-
d) Sistema de cristal. te o longitudinal.
De toaos êstes sistemas, o mais importante
é o eletrodinâmico e é o que atualmente se
aplica na maioria dos casos . Limitar-nos-emos
a falar sõmente do alto falante eletrodinâmico .
ALTO-FALANTE ELETRODINAMICO
~ste alto-falante baseia-se na propriedade de
um condutor, atravessado por uma corrente "
situado num campo magnético, ficar sujeito a
uma fôrça que o desvia (fôrça de Lorenz). Já
tratamos dêste princípio quando analisamos
o instrumento de medida de bobina móvel.
Na figura 135 representa-se o princípio do
alto-falante eletrodinâmico. Observa-se na
mesma a bobina móvel e o entreferro do ímã.
Fazendo passar uma corrente alternada pela

Fig. 135 - Principio do alto-


-falante eletrodinimico .

Fig. 136 - Diagrama de construção


do alto-falante eletrodinãmico. al
bobina móvel; b) entreferro do
imã; c-d) imã; e) anel de centra-
gem; f) cone; g) carcaça do alto·
-falante; h) flange de carcaça.

50 REVISTA ELETRONICA
A figura 136 mostra a construção de um alto- do. A resistência da bobina acústica em corren-
falante eletrodinâmico. A bobina (a) (a que te alternada (ou impedância) é de 3 - 40 ohms
se chama bobina acústica), move-se no entre- aproximadamente, a uma freqüência de 1000
ferro (b) do sistema magnético (c-d). A bobi- Hz dependendo esta resistência do tipo de al-
na, está fixa ao cone (f). O conjunto está fixo to-falante.
no suporte do cone (g) por meio de um bor- Para uma boa reprodução de som não se po-
do com caneladuras (h). A centragem dêste de usar somente êste sistema de alto-falante.
sistema faz se por meio de um anel de centra
gem fixo (e). Há também sistemas onde se Para as baixas freqüências obtém-se uma re-
pode ajustar a centragem. Na figura 137 apre- produção pior do que para as altas. Isto é con-
sentam-se três métodos de centragem. Na fi- seqüência do chamado curto-circuito acústico.
gura 137a temos a chamada centragem inferior. Quando o cone da figura 136 se move para a
direita as partículas de ar serão empurradas
para diante mas as restantes passam o bordo
do cone e vão suprir a rarefação de ar do lado
posterior ao cone.
Pode suprimir-se em grande parte êste fe-
nômeno de compensação pondo no alto falan-
te uma proteção acústica. Dêste modo o com
primento do caminho das partículas do ar é
tão grande que pràticamente não têm possibi-
lidade de colocar obstáculos ao movimento
normal do cone. O efeito da proteção acústica
é tanto maior quanto maiores forem as suas
dimensões. Num receptor de rádio o móvel
desempenha a função de proteção acústica.
Fig. 137 — a) cone com cen- Contudo o móvel deve ser o mais aberto possí-
tragem interna; b) cone com vel na face posterior, pois que se fôsse comple-
centragem externa; c) cone tamente fechado a quantidade de ar dentro
com centragem fixa. dêle podia chegar à ressonância e produzir
grandes perturbações no som.
Por essa razão não se deve encostar o móvel
demasiadamente junto à parede. Para eliminar
o efeito de transmissão central das notas al-
tas, uma vez que êstes tons se ouvem princi-
palmente na direção longitudinal, usa-se em
alguns tipos de alto falantes, um cone de Phi-
lite. A esta construção chama-se difusor de
som.

No lugar onde se fixa o cone à bobina acústi-


ca dispõe-se um pequeno disco de cartão com
ranhuras, que o tornam flexível e que tem no
centro uma abertura para se poder fazer a fi-
xação. O disco de cartão é fixado por meio de
um parafuso rosqueado ao polo central do ímã
(na figura 135 ao polo sul) de tal modo que o
sistema completo se pode mover livremente no
entreferro. Na figura 137b representa-se um
cone com bobina acústica e centragem exterior.
Aqui faz-se a fixação por meio duma "aranha"
de cartão flexível (na figura vêem-se 2 dos 4
terminais de ligação). A figura 137c representa
um cone de centragem fixa, como o que se uti-
lizou no sistema da figura 136. Êsse sistema de
Fig. 138 — Principio do fone auricular. a) ímã; b) pólos
centragem deve colar-se ao fundo do suporte do imã; c) bobinas por onde flui a corrente; d) dia-
de metal do cone, com cola celulósica. fragma de lâmina de ferro.
A corrente para a bobina acústica é conduzi-
da por meio de condutores flexíveis que não
devem impedir a liberdade de movimento que
tem o cone juntamente com a bobina, mas, Como no alto falante eletrodinâmico se usa
apesar disso, não devem ser flexíveis demais um ímã muito forte deve-se utilizar também
para baterem de encontro ao cone. Para evitar neste caso uma bancada limpa nas reparações.
que entre pó e partículas de ferro, envolve-se O ímã forte atrai fortemente a limalha de fer-
boca do alto falante com um pano apropria- ro.

JANEIRO/FEVEREIRO — 1967 51
50. AURICULARES menos atraída pelos pólos magnéticos e entra
em vibração .
Quando a energia aplicada ao alto-falante é
muito pequena, também serão pequenas as vi-
brações sonoras, e a intensidade do som é mui-
to pequena. Em tais casos usam-se auriculares,
nos quais as vibrações elétricas provocam, por
via eletromagnética, vibrações mecânicas na ta
membrana. A membrana põe em movimento
por sua vêz o ar que se encontra entre a mem-
brana e o pavilhão do ouvido. Dêste modo a
perda de energia sonora é muito pequena. Na

·~b
figura 138 representou-se duma maneira sim-
plifica-da a construção de um auricular. Na Fig. 140 - Diferentes etapas
na conversão de vibrações
caixa do auricular há um ímã permanente em elétricas em ondas sonoras.
a) corrente elétrica; b) va·
nações correspondentes do
campo magnético ; c) vibra-

~c
ções mecânica do diafragma:
d) vibração do ar correspon·
dente .
Fig. 139 - Trajetória das
linhas de fôrça do , campo
magnético no fone .

)))))))))) d
forma de ferradura (a). Em volta dos polos
do ímã ( b) há duas bobinazinhas (c) . A uma
pequena distância dos polos do ímã encontra-
se uma pequena placa vibrante de ferro. Quan- Na figura 140 traçaram-se diversas fases do
do não circula corrente nas bobinas, existe um processo de conversão de vibrações elétricas
campo magnético permanente, cujas linhas de em som. A figura superior representa a cor-
fôrça se dispõe como :-evê na fig . 139 . Logo rente alternada, a figura 140b a variação do
que circula uma corrente variável nas bobinas campo magnético, a figura 140 c a vibração da
o campo magnético torna-se mais forte ou mais membrana como conseqüência das variações
fraco de acOrdo com o sentido da corrente. A do campo magnético e a figura inferior a vi-
placa vibrante é, por conseqüência, mais ou bração sonora .

52 REVISTA ELETRONICA

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