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Nestes casos a criança não somente não quer ir à escola, mas apresenta
forte ansiedade quando pressionada a ir. É comum surgir algum sintoma
físico ou medos paralelos,como o medo de animais, de serem abandonadas,
de que algo ruim aconteça com os pais,do escuro, etc. Observa-se que tais
crianças são muito apegadas aos pais, às vezes até exageradamente. E os
cientistas estão crendo que o maior problema, na verdade, não é que a
criança tem medo do que pode ocorrer na escola, mas sim de separar-se da
mãe, de ter de se afastar de casa. Claro que ela pode numerar uma série de
coisas da escola como sendo o problema, mas tudo isso parece ser uma
racionalização, ou seja, uma espécie de deslocamento do problema
verdadeiro para algo representativo ou simbólico. E isso é feito de maneira
inconsciente pela criança.
3. Padrão C. A criança tem medo de que algo horrível ocoora com ela
mesma enquanto está longe de casa. Nesses casos é muito comum existir
no relacionamento dos pais com o filho ameaças de abandoná-lo.
Creio que você precisa refletir sobre as vivências, as experiências que teve
na sua infância com seus pais, procurando entender que tipo de dificuldade
emocional ocorreu entre você e eles nos primeiros anos de sua vida. Pode
ser que você descubra que, por exemplo, esperava mais carinho, mais
presença, mais encorajamento e o que recebeu (se é que recebeu) não foi
suficiente para produzir em si mesma segurança e auto-estima. Por isso
você acaba manifestando tais necessidades na relação com o filho,
apegando-se demais a ele.
Pode ser que, ao procurar fazer uma avaliação da sua infância, sua mente
não libere lembranças muito claras do que teria ocorrido de
problemático,emocionalmente falando. Muitas vezes nossa mente não
libera facilmente lembranças desse tipo, justamente porque são lembranças
dolorosas que vão para “bem fundo” de nosso inconsciente a fim de não
causar dor na consciência. Mas muitas vezes é preciso haver dor para curar.
Claro que você terá que ser honesta e sincera consigo mesma, e evitar
racionalizar (arranjar desculpas) para continuar se apegando demais ao
menino! Sem honestidade não há possibilidade de cura. Recomendo que
você come a “soltar” o garoto aos poucos, gradativamente, permitindo que
ele faça coisas sozinho – as coisas que você sempre estava tomando a
frente dele para fazer. Incentive-o a realizar tarefas e gratifique-o com
elogios e carinho não fingido, quando ele conseguir realizá-las. Mas
comece do mais simples para omais complexo. Você terá que lutar dentro
de si para evitar repetir as ações de superproteção. Ao verificar que ele
pode fazer aquilo que você achava que não podia, você ficará mais
confiante na capacidade dele e o liberará mais, o que por sua vez aumentará
a confiança dele nele mesmo. E, aos poucos, com muita paciência e amor, o
medo dele diminuirá.
Adescrição que deu do seu marido, apesar de ser insuficiente, dá a idéia de
que provavelmente o comportamento ansioso e agitado dele possa também
colaborar no surgimento e na manutenção daansiedade no filho. Além do
fator genético, que é passado dos pais para os filhos, há os fatores
cultivados, ou adquiridos pela convivência. O comportamento se aprende.
Portanto, será também importante que seu marido reflita sobre o porquê de
ter agitação, ansiedade. É muito fácil culpar a “vida agitada”, mas muitas
vezes a agitalção do corre-corre da vida de trabalho encobre a agitação
interior, do íntimo da pessoa, agitação esta que tem mais a ver com
conflitos internos, pessoais, do que com a batalha pela vida. Nesse caso é
também necessário a pessoa ser honesta consigo mesma e procurar não
tornar “bicho-papão” aquilo que não é.
Creio que muito da ansiedade tem que ver com a própria filosofia de vida
que a pessoa tem. Na verdade, tem que ver com um conjunto de fatores, os
quais basicamente envolvem aspectos físicos, mentais e espirituais. A
filosofia de vida de uma pessoa, ou seja, a maneira como ela crê que a vida
deve ser levada, os alvos que possui, tudo isso tem muito a ver com fatores
emocionais inconscientes muito potentes.