Anda di halaman 1dari 2

Súmula 569-STJ

Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO TRIBUTÁRIO
DRAWBACK
Momento da exigência de certidão negativa de débito no caso de drawback

Súmula 569-STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no


desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais
quando da concessão do benefício relativo ao regime de drawback.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 27/04/2016, DJe 02/05/2016.

Comprovação de quitação de tributos federais


Para que o contribuinte possa receber incentivos ou benefícios fiscais relacionados com tributos federais,
ele não pode estar em débito com o Fisco federal. Assim, ao requerer o incentivo ou benefício, o
contribuinte deverá apresentar uma certidão negativa comprovando que todos os tributos federais estão
quitados. Tal exigência encontra-se prevista no art. 60 da Lei nº 9.069/95 e no art. 47, I, “a”, da Lei nº
8.212/91:
Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e
contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo
contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais.

Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito-CND, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos:
I - da empresa:
a) na contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício
concedido por ele;

Drawback
Drawback é uma palavra de origem inglesa, cuja tradução literal seria algo como "arrastar de volta".
Trata-se de uma operação pela qual o contribuinte se compromete a importar a mercadoria, beneficiá-la
e, depois, mandá-la de volta ao exterior (exportá-la).
Nas palavras do Min. João Otávio de Noronha, "drawback" é a operação mediante a qual o contribuinte,
para fazer jus a incentivos fiscais, importa mercadoria com o compromisso de exportá-la após o
beneficiamento." (STJ REsp 385634/BA).

Com a maestria de quem conhece muito sobre Direito Tributário, a Min. Regina Helena Costa explica, de
forma mais técnica, em que consiste o drawback:
"O drawback constitui um regime aduaneiro especial, que pode apresentar-se em três modalidades -
isenção, suspensão e restituição de tributos - e é classificado como incentivo à exportação, nos termos
dos arts. 1º, I, da Lei nº 8.402/92 e 382, caput, do Decreto nº 6.759/09. O incentivo consubstancia-se
na desoneração do processo de produção o que acaba tornando a subsequente mercadoria nacional
mais competitiva no mercado global." (STJ REsp 1313705/PR).

Exemplo: uma indústria de automóveis importa matérias-primas, fabrica carros no Brasil e os revende para
o exterior.

Súmula 569-STJ – Márcio André Lopes Cavalcante | 1


Para o Brasil, isso é algo produtivo, considerando que favorece a balança comercial, já que houve o
ingresso de uma mercadoria que será em seguida reenviada para o exterior com um valor maior em razão
do melhoramento do produto (agregou-se valor à mercadoria que será exportada). Com isso, em tese,
mais divisas ficam no país, gerando aqui emprego e renda.
Diante desse cenário, o país incentiva a referida operação, concedendo benefícios fiscais para o
contribuinte que se compromete a realizar o drawback.

Concessão do benefício e desembaraço aduaneiro


Para que o contribuinte possa participar do drawback, é necessário que ele assuma junto ao Governo um
compromisso de exportação.
A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) analisa o pedido e autoriza (ou não) a importação com a
suspensão dos tributos.
No momento em que formula o pedido, já se exige que o contribuinte apresente a certidão negativa de
tributos federais.
Ocorre que, posteriormente, no momento em que a mercadoria chega ao Brasil e o importador vai realizar
o desembaraço aduaneiro, o Governo exige novamente a apresentação da certidão negativa.
O STJ, contudo, entende que é indevida a exigência da certidão negativa nestes dois momentos distintos.
Assim, “apresentada a certidão negativa, antes da concessão do benefício por operação Drawback, não é
lícito condicionar-se à apresentação de novo certificado negativo no desembaraço aduaneiro da respectiva
importação." (STJ. 1ª Turma. REsp 196.161/RS, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em
16/11/1999).

Drawback: ato complexo


O argumento do STJ para que a certidão negativa seja exigida somente uma vez está no fato de que o
drawback é uma operação única que, no entanto, se divide em três momentos distintos: a) quando a
mercadoria ingressa no território nacional; b) quando a mercadoria, no País, sofre o beneficiamento; e c)
quando a mercadoria beneficiada vai ser reexportada (REsp 240.322/RS). Assim, o drawback é um ato
complexo, que se forma a partir da conjugação dessas três fases, não sendo lícito exigir-se a certidão
negativa em cada uma de suas etapas.
Outra razão invocada pelo STJ está na redação do art. 60 da Lei nº 9.069/95. Isso porque o referido
dispositivo afirma que a comprovação, pelo contribuinte, da quitação de tributos federais deve ocorrer no
momento da “concessão ou reconhecimento” de qualquer incentivo ou benefício fiscal. Dessa forma, a
certidão é exigida em um momento ou no outro. E não nos dois. Assim, quando o Fisco aceitou o
compromisso do contribuinte de fazer o drawback, ele já concedeu o benefício, exigindo, para tanto, a
certidão negativa. Logo, não é devida nova exigência no momento do desembaraço.

Este entendimento consolidado do STJ foi agora convertido em uma súmula:


Súmula 569-STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no
desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais quando da
concessão do benefício relativo ao regime de drawback.

Súmula 569-STJ – Márcio André Lopes Cavalcante | 2

Anda mungkin juga menyukai