22/09/2018 A Sociedade do Anel

O Senhor dos Anéis

A Sociedade do Anel
Nesta aula de nosso curso sobre O Senhor dos Anéis, Padre Paulo
Ricardo nos ajuda a mergulhar de cabeça no primeiro volume da trilogia, A
Sociedade do Anel.

Desapego e fé, con ança e sofrimento, fragilidade e amadurecimento: eis

alguns dos temas-chave que permeiam o início dessa grande aventura.

Dedicaremos a presente aula ao estudo de A Sociedade do Anel, o primeiro volume da trilogia O

Senhor dos Anéis, conforme a divisão em que a obra foi originalmente publicada, ainda que
Tolkien mesmo, como já tivemos a oportunidade de mencionar, a tenha escrito como uma
história única e indivisa. Como feito anteriormente, deixamos listados abaixo, como guias de
leitura, os principais pontos abordados pelo Pe. Paulo Ricardo na aula de hoje.

O capítulo primeiro, como se pode constatar também por seu tom mais ou menos
infantil, serve de ponte entre O Hobbit e a saga O Senhor dos Anéis e, por isso, deve
ser lido à luz das duas histórias.

O Um Anel é apresentado constantemente como um objeto que passa de mãos em

mãos por todos os meios, sem que nenhum daqueles que o possuem renuncie de
fato ao seu domínio.

Por isso, o fato de, logo no início de A Sociedade do Anel, Bilbo o entregar
liberalmente a Frodo constitui um gesto de grande profundidade espiritual, que nos
remete à parábola evangélica do jovem rico (cf. Mt 19, 16-30; Mc 10, 17-31; Lc 18, 18-
30).

Neste sentido, a festa de aniversário com que se abre o livro, apesar de seu tom
alegre e permeado de piadas, retrata o drama do desapego a que Bilbo, de forma
heróica e vitoriosa, é submetido.

A confiança e o desapego que Gandalf pede de Bilbo, por sua vez, refletem em certa
medida a fé que temos de depositar em Deus para que a salvação que Ele nos oferece
entre em nossas vidas.

A tristeza que Frodo experimenta recorrentemente por ter sido encarregado de levar
o Um Anel refere-se aos momentos de dor e prova pelos quais todos nós temos de
passar, muitas vezes contra os nossos projetos pessoais.

https://padrepauloricardo.org/aulas/a-sociedade-do-anel 1/2
22/09/2018 A Sociedade do Anel

Os hobbits servem de ponto de contato e identificação entre o mundo fictício da

Terra Média e o mundo real dos leitores, na medida em que representam o processo
de amadurecimento próprio dos seres humanos.

A situação de medo e insegurança em que os hobbits dão início à sua aventura

retrata a condição de pecado e fragilidade em que todos nos encontramos em nossa
caminhada rumo ao céu e à santidade.

O capítulo em que se descreve o Conselho de Elrond, que muitos leitores costumam

omitir, é de fundamental importância, entre outras coisas, por sua ligação com O
Silmarillion.

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