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Súmula 579-STJ

Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


RECURSOS
Desnecessidade de ratificação do Resp que foi interposto
antes dos embargos se estes não modificaram a decisão recorrida

Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do


julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
STJ. Corte Especial. Aprovada em 01/07/2016, DJe 01/08/2016.

Imagine o seguinte exemplo hipotético:


João é o autor de uma ação contra Pedro.
O pedido foi julgado parcialmente procedente em 1ª instância e ambas as partes apelaram ao Tribunal de
Justiça, que manteve a sentença.
O acórdão do TJ foi publicado no dia 22/04/2015.

Quais os recursos que as partes poderiam interpor contra este acórdão do TJ?
Em tese, tanto João como Pedro poderiam interpor os seguintes recursos:
• Recurso especial;
• Recurso extraordinário; e
• Embargos de declaração.

No dia 24/04/2015, João interpôs recurso especial alegando que a decisão do TJ violava lei federal.
No dia 25/04/2015, Pedro opôs embargos de declaração afirmando que a decisão do TJ foi omissa quanto
a alguns pontos.

Quem julgará estes recursos e qual deles deverá ser apreciado por primeiro?
O REsp é julgado pelo STJ e os embargos de declaração pelo próprio TJ. Justamente por isso, os embargos
devem ser julgados em primeiro lugar e só depois os autos serão remetidos ao STJ para apreciação do REsp.

Os embargos de declaração foram julgados conhecidos e improvidos (rejeitados) em 20/05/2015 e o


acórdão publicado no dia 23/05/2015.

Diante disso, indaga-se: o recurso que havia sido interposto antes da decisão dos embargos de
declaração continua valendo e poderá ser conhecido pelo Tribunal ad quem ou a parte que o ajuizou
deverá ratificá-lo (confirmá-lo) após os embargos serem julgados?
Não é necessária a ratificação do recurso interposto na pendência de julgamento de embargos de
declaração quando, pelo julgamento dos aclaratórios, não houver modificação do julgado embargado.
STJ. Corte Especial. REsp 1.129.215-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/9/2015 (Info 572).

Voltando ao nosso exemplo. E se os embargos tivessem sido providos e o resultado do acórdão do TJ


houvesse sido alterado, o que João teria que fazer?
Neste caso, João teria que ratificar o recurso especial já interposto. Além de ratificar, ele também teria
direito de complementá-lo, impugnando o que foi decidido nos embargos em seu desfavor. A isso
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chamamos de princípio da complementaridade. Confira a lição de Fredie Didier e Leonardo da Cunha
sobre este derradeiro ponto:
“Vale ressalvar, apenas, a hipótese de, nos embargos de declaração, haver modificação da decisão, sendo,
então, possível à parte que já recorreu aditar seu recurso relativamente ao trecho da decisão embargada
que veio a ser alterado. É o que se extrai do chamado ‘princípio’ da complementaridade.
Não havendo, todavia, modificação no julgamento dos embargos de declaração, a parte que já recorreu
não pode aditar ou renovar seu recurso.” (Curso de Direito Processual Civil. Vol. 3. 11ª ed., Salvador:
Juspodivm, 2013, p. 231).

Novo CPC:
O novo CPC reforça a conclusão acima exposta ao trazer a seguinte regra:
Art. 1.024 (...)
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior,
o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será
processado e julgado independentemente de ratificação.

Súmula 418-STJ
Vale ressaltar que o entendimento acima explicado é recente. Durante muito tempo o STJ decidiu de
forma oposta, tendo, inclusive, editado uma súmula espelhando essa posição. Veja:
Súmula 418-STJ: É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos
embargos de declaração, sem posterior ratificação.

O STJ cancelou formalmente a súmula 418 e, em seu lugar, editou outro enunciado que agora espelha o
entendimento atual do Tribunal:
Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos
embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.

A Súmula 579 fala que não é necessário ratificar o "recurso especial". O mesmo raciocínio ali presente
pode ser aplicado também para o recurso extraordinário?
SIM. Antes do CPC/2015, o tema era polêmico no STF e havia decisões afirmando que a ratificação era
indispensável e outras sustentando que era desnecessária, em regra. Confira:
1ª) É necessário ratificar o RE 2ª) Só é necessário ratificar o RE interposto antes dos
interposto antes dos ED ED caso tenha havido alteração do julgado
A jurisprudência da Corte é pacífica no sentido de ser A parte pode, a partir do primeiro dia do prazo,
extemporâneo o recurso extraordinário interposto, sem interpor o recurso extraordinário, independentemente
que haja a ratificação oportuna do ato, antes do da parte contrária ter oposto embargos declaratórios.
julgamento de todos os recursos interpostos na O recurso extraordinário surge oportuno ainda que
instância de origem, mesmo que os referidos recursos pendentes embargos declaratórios interpostos pela
tenham sido manejados pela parte contrária. parte contrária, ficando a problemática no campo da
STF. 1ª Turma. ARE 764438 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, prejudicialidade se esses últimos forem providos com
julgado em 30/09/2014. modificação de objeto.
STF. 1ª Turma. RE 680371 AgR, Relator p/ Acórdão Min.
Marco Aurélio, j. em 11/06/2013 (Info 710).

No entanto, com a redação do § 5º do art. 1.024 do CPC/2015 o legislador fez uma opção e determinou
expressamente a solução adotada pela 2ª corrente, devendo este entendimento ser seguido pelo STF.
Assim, se os embargos de declaração foram rejeitados ou não alteraram a conclusão do julgamento
anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos
embargos de declaração terá que ser julgado independentemente de ratificação.

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