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Fundação João Pinheiro

Gabriel Silva Bianchini

Resenha dos capítulos I e III do livro: “Por que as Nações Fracasssam”


de Daron Acemoglu e James Robinson

Belo Horizonte
2018
A presente resenha pretende realizar uma análise dos capítulos I e III do livro “Por
que as Nações Fracassam” de Daron Acemoglu e James Robinson. O texto faz uma
abordagem da importância das instituições para o desenvolvimento dos países apresentando a
história de formação dessas nações. O trabalho apresentará um resumo dessas histórias assim
como a relação delas com as teorias do desenvolvimento formuladas por outros autores.
O capítulo I: “Tão próximos, mas tão diferentes” apresenta as diferenças entre o
processo de colonização da América Latina e da América Anglo-Saxônica e como isso foi
determinante para o desenvolvimento tão distinto das duas regiões. Para exemplificar essa
diferença eles citam o exemplo das cidades de Nogales, que se localizam na divisa entre
México e Estados Unidos, mostrando que a cidade mexicana apresenta uma série de
problemas que a cidade americana não possui devido à disparidade de eficiência das
instituições entre os dois países.
Na segunda parte do capítulo, os autores tratam da questão da colonização na América
Espanhola, tentando fazer uma retomada histórica do processo para mostrar como esse de
diferenciou ao da América Inglesa e como isso que se deu com a tomada dos territórios
indígenas e exploração dos mesmos para realização de trabalho escravo de forma a gerar
enriquecimento para a colônia. As instituições da encomienda, da mita do repartimiento e do
trajin foram instrumentos determinantes utilizados para essa exploração. Através desses
instrumentos os colonizadores conseguiam explorar os nativos fazendo-os trabalhar de
maneira forçada e retirando seus poucos recursos. A questão mais importante é que a
organização dessas sociedades ao longo da história foi influenciada por esses instrumentos.
No caso da colonização Anglo-Saxônica as terras da América do Norte não foram
escolhidas pelos colonizadores ingleses, eram, na verdade, o que estava disponível, visto que
a produtividade dessas terras setentrionais era bem menor do que a das regiões mais tropicais,
além disso não havia ouro e outras grandes riquezas. Por esse e outros motivos, o mesmo tipo
de colonização utilizado nas colônias espanholas não teve, aqui, o mesmo êxito. A estratégia
seria colocar os colonos para trabalhar de forma forçada, o que não deu certo. Isso foi um dos
fatores determinantes para a criação da ideia das instituições inclusivas, que ampliassem o
direito desses colonos e os incentivassem a investir e trabalhar. Não por coincidência, todas
as tentativas de implantar governos hierárquicos nessa região não deram certo. As 13
colônias, que surgiram depois, seriam um ponto de partida para a construção de um estado
democrático.
A organização diferenciada dessas duas regiões, dessa forma, determinou que os
Estados Unidos se aproveitassem dos benefícios da Revolução Industrial enquanto as Guerras
Napoleônicas traziam efeitos negativos para as colônias espanholas, principalmente a do
México, que decretou sua independência e iniciou um regime monárquico. Dentre os
inúmeros benefícios trazidos pela Revolução Industrial à região dos EUA é necessário
destacar o fomento à inovação, considerada pelos estudos de Solow e Chang como um dos
fatores que mais influencia o desenvolvimento econômico. É notável destacar que o acesso ao
crédito, por exemplo, era muito mais fácil nas colônias do norte porque existiam muito mais
bancos, o que impedia a prática de juros elevada, além disso, as forças políticas adentravam
muito menos nessas áreas.
A explosão na economia mundial a partir da segunda metade do século XIX
representou um grande avanço das tecnologias em diversos países do mundo, mas naqueles
que possuíam instituições menos consolidadas, como, por exemplo, o México, representou
mais do que tudo um ganho de poder dos mais ricos e o aumento das desigualdades.
Acemoglu e Robinson demonstram as diferenças de aproveitamento dessas inovações nos
dois países com o exemplo de Bill Gates e Carlos Salim, os homens mais ricos do mundo.
Esse ficou rico através de monopólios e grande poder político, caso comum em países com
instituições mais fracas, e aquele ficou rico através da inovação alavancando, dessa maneira,
ainda mais, a economia de seu país.
As diferenças entre as instituições acabam sendo determinantes para o
desenvolvimento alcançado por cada país, de modo que um país que possui uma educação,
saúde, infraestrutura, política e vários outros fatores mais eficientes acaba gerando mais
incentivos para seus cidadãos inovarem.
O capítulo III: “A Criação da Prosperidade e da Pobreza” apresenta um novo caso,
destaca que a divisão da Coréia em duas após a 2ª Guerra Mundial foi responsável pela
criação de inúmeras diferenças entre os dois países no que se refere à renda per capita,
qualidade de vida e liberdade política. A Coréia do Sul tem como características marcantes a
defesa da propriedade privada e dos mercados, o que não ocorre na Coréia do Norte, onde a
propriedade privada é ilegal, dessa maneiras é muito difícil que o aumento da produtividade
seja incentivado visto que os indivíduos não se apropriam dos seus próprios ganhos.
Os casos desses países asiáticos apresentados permitem a chegada de uma conclusão:
a de que as instituições inclusivas (instituições pluralistas que permitem a participação da
população nas atividades econômicas e são pautadas na livre escolha) fomentam a
produtividade econômica através da criação de um cenário favorável às práticas inovadoras e
produtivas, o que leva a economia, como consequência, à prosperidade. As instituições
extrativistas (instituições que concentram o poder nas mãos da elite, sem um sistema político
e econômico justo) representam, por outro lado, um cenário totalmente desfavorável ao
desenvolvimento econômico na medida em que a busca pela prosperidade é impedida em
nome dos interesses de enriquecimento das elites. As sociedades que apresentam essas
instituições convivem diariamente com instabilidades políticas e econômicas além do atraso
em diversas outras áreas como políticas sociais e infraestrutura, isso faz com que a inovação
seja impedida justamente por essa falta de perspectiva e ambiente favorável à população.
Segundo o autor, entretanto, é possível haver um certo crescimento econômico em
instituições extrativistas quando as elites alocam recursos em atividades de alta
produtividade, o que seria uma forma de investimento, presente no Modelo de Solow, que
também explica o fato de esse tipo de investimento não gerar grande desenvolvimento a
longo prazo. Outra forma de crescimento sob essas instituições seria quando as próprias
permitissem o surgimento de algumas instituições inclusivas, o desafio, nesse caso, para o
desenvolvimento, seria libertar de maneira quase completa a sociedade dessas instituições
extrativistas, semelhante ao que ocorreu na Coréia do Sul e não ocorreu na China.
Os capítulos estudados do texto se limitam a uma análise histórica das dimensões do
desenvolvimento, mostrando como as instituições podem ser determinantes para que uma
nação seja mais desenvolvida do que outras, mas essa não é a única das variáveis. Instituições
fortes e inclusivas favorecem o surgimento da inovação interna, mas essa inovação também
pode vir através de investimentos externos ou importando tecnologias de outros países.
Ao meu ver, o desenvolvimento econômico duradouro de uma nação só pode ser
alcançado através da diversificação produtiva, como apontavam Hausmann e Rodrik, além da
força das instituições esse é um fator bastante presente nos países com maiores taxas de
desenvolvimento do mundo. Como exemplo disso temos o Japão, país altamente
diversificado, e por outro lado temos os grandes exportadores de petróleo que não apresentam
o mesmo desenvolvimento. Mesmo com os argumentos de Chang que mostram que a
industrialização não é tão importante assim nesse processo, acredito que ela é uma das
melhores formas de agregar valor ao produto e trazer desenvolvimento para as nações. Criar
formas alternativas para agregar valor é então um dos maiores desafios dos países nesse
processo.

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