engenharia
Neste post, você verá as diferenças entre a análise linear e não linear e perceberá que
há momentos ideais para usar um tipo de análise em comparação com outro.
Descobriremos que negligenciar os efeitos não lineares pode resultar em erros de
projeto sérios. Após analisar os exemplos obtidos com a prática diária em projetos, você
verá como a análise não linear pode ajudar a evitar mudanças no projeto e criar
produtos superiores.
INTRODUÇÃO
O termo “rigidez” define a diferença fundamental entre análise linear e não linear.
Rigidez é uma propriedade de uma peça ou montagem que caracteriza sua resposta para
a carga aplicada. Vários fatores afetam a rigidez:
2. Material: uma viga de ferro é menos rígida do que uma viga de aço do mesmo tamanho.
3. Suporte a peças: uma viga com um suporte simples é menos rígida e apresentará mais
deflexão do que a mesma viga com suporte incorporado, como mostrado na Figura 1.
Figura 1: A viga cantiléver (superior) tem menos rigidez do que a mesma viga suportada em ambas as
extremidades (inferiores).
Quando uma estrutura é deformada sob uma carga, sua rigidez muda devido a um ou
mais dos fatores listados acima. Se ela sofrer muita deformação, sua forma poderá mudar.
Se o material alcançar seu limite de falha, suas propriedades mudarão.
Por outro lado, se a alteração da rigidez for pequena o suficiente, fará sentido
considerar que nem as propriedades da forma nem as propriedades do material mudarão
durante o processo de deformação. Essa pressuposição é o princípio fundamental de
análises lineares.
Embora o processo de alteração da rigidez seja comum para todos os tipos de análises
não lineares, a origem do comportamento não linear poderá ser diferente, sendo
lógico classificar as análises não lineares com base na origem principal de não
linearidade. Como não é possível indicar uma única causa de comportamento não linear
em vários problemas, algumas análises talvez precisem considerar mais de um tipo de não
linearidade.
Essas alterações na rigidez causadas por forma podem ocorrer quando uma peça tem
deformações grandes visíveis a olho nu. Uma boa prática geralmente aceita sugere a
realização de uma análise de geometria não linear caso as deformações sejam maiores
que 1/20 avos da dimensão maior da peça. Outro fator importante é reconhecer que,
em casos de deformações grandes, a direção da carga poderá mudar conforme o modelo
é deformado. A maioria dos programas de FEA oferece duas opções para considerar
essa mudança de direção: cargas seguidoras e não seguidoras.
Uma carga seguidora mantém sua direção em relação ao modelo deformado, como
mostrado na Figura 3. Uma carga não seguidora mantém sua direção inicial.
Figura 3: A carga seguidora, ou não conservadora, altera sua direção durante o processo de deformação e continua normal em relação à viga
deformada (esquerda). A carga não seguidora, ou conservadora, mantém sua direção original (direita).
Um vaso de pressão submetido a pressão muito alta que sofre uma mudança drástica
de forma é outro bom exemplo da última situação. A carga de pressão sempre parece
normal em relação às paredes do vaso de pressão. Embora a análise linear desse cenário
considere que a forma do vaso não muda, a análise realista do vaso de pressão requer a
análise de não linearidade geométrica com carga não conservadora (ou seguidora).
Figura 4: A análise de uma membrana plana sob carga de pressão requer uma análise de geometria não linear, embora a magnitude da
deformação possa ser muito pequena.
Alguns programas de FEA usam uma terminologia confusa e chamam qualquer análise
de não linearidades geométricas de “análise de deformação grande”. Isso ignora a
necessidade de executar análises não lineares de deformação menor.
Figura 5: Uma membrana plana responde à carga somente com rigidez de dobra. Devido à deformação, ela também adquire rigidez de
membrana. Por isso, é muito mais rígida do que o previsto pela análise linear.
Material não linear
Embora essa simplificação seja aceitável, se as cargas forem altas o suficiente para
causar algumas deformações permanentes, como é o caso com a maioria dos plásticos,
ou se os esforços forem muito altos (às vezes > 50%), como ocorre com borrachas e
elastômeros, um modelo de material não linear deverá ser usado.
A análise linear revela uma tensão máxima de von Mises de 614 MPa (89.600 psi) em
comparação com um escoamento de material de 206 MPa (30.000 psi). Os resultados
dessa análise linear são mostrados na Figura 8.
Figura 8: A solução de tensão linear de um anteparo mostra concentrações de tensão muito altas e localizadas.
Figura 10: A solução de tensão linear de um suporte oco informa tensão acima do limite de tensão de escoamento do material.
A análise do material não linear responde por esses resultados, em que o material
escoa quando a tensão máxima é mantida em 28 MPa (4.100 psi) (Figura 11). Os resultados
de tensão não linear indicam que o suporte está muito próximo do colapso. As zonas de
plástico ocupam quase toda a seção transversal do cantiléver, e um leve aumento da
magnitude da carga fará com que a seção transversal fique completamente plástica e
desenvolva uma articulação plástica que faz o suporte ruir.
Figura 11: A solução de tensão não linear mostra uma tensão máxima inferior à tensão de escoamento. A extensão das zonas plásticas indica
que o suporte está muito perto de formar uma articulação plástica. Ele está no limite da capacidade de suporte de carga.
Figura 12: A análise de dobra de clipe de papel requer material não linear e análise de geometria não linear. O
clipe de papel na posição “desdobrado” mostra tensões plásticas
Figura 13: O clipe de papel dobrado de volta na sua posição original mostra tensões residuais.
As tensões de contato se desenvolvem entre duas superfícies de contato. Por isso, a área
de contato e a rigidez da zona de contato são desconhecidas antes da solução. A
Figura 15 mostra uma solução de tensão de um problema de contato típico. Embora a área
de tensão de contato seja muito pequena em comparação com o tamanho do modelo
geral, a rigidez em mudança da zona de contato utiliza análise não linear.
Figura 15: A análise de tensão de contato que modela as tensões que se desenvolvem entre duas esferas (somente uma das duas peças de
contato é mostrada) pertence à categoria de análise com suportes não lineares.
Figura 16: Esse suporte (quando ativado) altera o comprimento útil da viga. Consequentemente, a rigidez da viga muda, e o problema requer
análise não linear.
A natureza é não linear. Isso significa que a análise linear pode apenas aproximar o
comportamento não linear real de peças e montagens. Na maior parte do tempo, essa
aproximação é aceitável, e a análise linear pode fornecer uma percepção valiosa das
características do produto. Entretanto, em muitos casos, as pressuposições lineares
diferem muito da realidade e fornecem informações cruas ou erradas.
Usar os resultados da análise linear para decidir se uma peça falhará sob suas cargas
operacionais poderá ocasionar em mudanças no projeto. Por exemplo, um projeto de
suporte analisado apenas com a análise linear requer que o projetista se atenha a um
requisito de que a tensão não deve exceder o escoamento. Mas a análise não linear pode
mostrar que algum escoamento é aceitável.
Polia (Figura 17): Esta polia em aço estampado pode flambar sob a carga da correia antes
de produzir tensões excessivas. Embora uma análise de flambagem linear possa ser
suficiente para determinar a carga de flambagem, a análise não linear é necessária para
estudar seu comportamento pós-flambagem.
Mola do diafragma (Figura 18): A característica da mola não linear requer uma análise de geometria não linear para considerar os efeitos da
membrana.
Estrutura protetora de sobreposição (Figura 19): No caso de uma sobreposição, a estrutura deforma após o seu escoamento e absorve a
energia da sobreposição. Durante esse processo, ela sofre uma grande deformação. Entender os efeitos da sobreposição requer a combinação
de material não linear e análise de geometria não linear.
Fórceps obstétrico leve (Figura 20): O fórceps obstétrico leve foi projetado para se “moldar” ao redor da cabeça de um bebê durante o parto
com a assistência de um fórceps. Se uma tração e/ ou compressão muito altas forem aplicadas, o fórceps foi projetado para sair da cabeça do
bebê para impedir a ocorrência de ferimentos. A análise desse fórceps deve combinar material não linear e geometria não linear para considerar
grandes deformações e material elástico não linear.
Grade do ventilador (Figura 21): Essa peça requer uma análise de geometria não linear devido às tensões da membrana que são produzidas
durante o processo de deformação. Uma análise de material não linear também pode ser solicitada.
Anel de encaixe (Figura 22): Uma análise de geometria não linear é solicitada devido às grandes deformações. Esse anel pode ser também
candidato a análise de material não linear.
Compartimento para bagagens de companhia aérea (Figura 23): Esse compartimento para bagagens de companhia aérea requer uma
análise de geometria não linear devido aos efeitos da membrana nos painéis Lexan azuis. Além disso, a estrutura requer uma flambagem ou
análise pós-flambagem.
Cadeira de escritório (Figura 24): Neste exemplo, grandes deformações da estrutura podem necessitar de uma análise de geometria não
linear. O assento e o seu encosto requerem geometria não linear e análise de material não linear.
Chave Allen (Figura 25): O contato entre a chave e o parafuso Allen necessita de uma análise de tensão de contato.
CONCLUSÃO
Os últimos dez anos condicionaram os engenheiros a usa FEA como uma ferramenta de
projeto. Agora, o software de FEA e o hardware de computadores sofreram avanços
suficientes para que a análise não linear possa ser adicionada às suas caixas de
ferramentas.