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Astrobiologia

Mestrado e Doutorado em Física e Astronomia

Prof. Dr. Sergio Pilling


Aluno: Alexandre Bergantini de Souza

7 Exoplanetas

1. Introdução
Baseado na União Astronômica Internacional (IAU), para que um corpo seja considerado um
"planeta", ele deve apresentar as seguintes características:
Um planeta é um corpo celestial que: (a) está em órbita ao redor de uma ou mais estrelas, (b) tem
massa suficiente para que sua auto-gravidade permita que ele assuma uma forma arredondada
(em equilíbrio hidrostático) e seja menor que 13 Massas de Júpiter e, (c) tem limpa a sua
vizinhança ao longo de sua órbita.
Portanto, um exoplaneta seria um corpo celeste com estas características, mas que orbita uma
estrela que não seja o Sol e, desta forma, pertence a um sistema planetário distinto do nosso.
A descoberta dos primeiros exoplanetas foi anunciada em 1989, quando variações nas velocidades
radiais das estrelas HD 114762 e Alrai (γ Cephei) foram explicadas como efeitos gravitacionais causados
por corpos de massa sub-estelar, possivelmente gigantes gasosos de massas 11 MJ e 2-3 MJ,
respectivamente. Contudo, os dados não eram robustos o bastante para confirmar a presença de um
planeta. A confirmação veio alguns anos depois, quando técnicas aperfeiçoadas confirmaram que Alrai era
realmente um exoplaneta. O primeiro planeta extra-solar descoberto ao redor de uma estrela da seqüência
principal (51 Pegasi) foi anunciado em 6 de Outubro de 1995 por Michel Mayor e Didier Queloz da
Universidade de Genebra. O primeiro sistema a ter mais de um planeta detectado foi υ Andromedae. A
maioria dos planetas detectados possuem órbitas muito elípticas e são de grande massa, geralmente
superior à de Júpiter.
A figura 1 exibe um histograma do número de planetas descobertos no período de 1989 à Abril de
2010:
Até a data de 28 de Abril de 2010, haviam sido detectados 453 candidatos a exo-planetas1.

2. Métodos de detecção de exoplanetas


Devido não possuir luz própria, e seu tamanho característico, não é possível, com raras exceções, a
observação direta de um planeta fora do Sistema Solar. As principais técnicas utilizadas para deteção de
exoplanetas são:
• Astrometria
• Medida de Velocidade Radial (Efeito Doppler)
• Fotometria (Trânsito de Planetas)
• Cronometria da chegada de Pulsos (pulsares)
• Observação Direta
• Micro-lentes Gravitacionais

2.1 – A Técnica de Astrometria


Muitos dos exoplanetas são grandes o bastante para provocar movimentos observáveis na estrela
que ele órbita, em outras palavras, provocando um deslocamento da estrela ao redor do centro de gravidade
do sistema. A figura 2 ilustra o movimento de um planeta e de uma estrela ao redor do centro de gravidade
do sistema formado por eles:

Mello (2010)

Figura 2: Movimento de um sistema planetário.


Fonte: figura gerada com auxílio de softwares do
projeto PhET http://phet.colorado.edu/index.php

Obs: R, r, V, v são coordenadas e velocidades baricêntricas (em relação ao centro de massa do sistema).

O método da Astrometria envolve a medição do movimento próprio da estrela em busca dos efeitos
causados por seus planetas; no entanto, variações no movimento próprio da estrela são muito pequenas, o
que gera dificuldades extras para detecção e confirmação de exoplanetas por este método; além disso,
outro fator importante é que as órbitas dos sistemas planetários a serem estudados devem se apresentar
quase perpendicularmente a nossa linha de visada (face-on). Essa técnica é extremamente sensível para
detecção de corpos de alta massa e razoavelmente afastados da sua estrela pois, como pode ser visto na
equação acima, R ou V são proporcionais ao produto m × r. Sendo assim, a técnica de astrometria
permitiu a descoberta de poucos exoplanetas (devido à pequena massa dos mesmos), mas de muitos
sistemas de estrelas com uma anã marrom a mover-se ao seu redor (Mello, 2010).

2.2 A Técnica de Medida de Velocidade Radial (Efeito Doppler)


Uma maneira eficiente de investigar o movimento de uma estrela consiste em usar o efeito Doppler
para medir a velocidade com que se desloca. Isto é feito medindo-se as variações nas posições das linhas
do espectro da estrela. Esta técnica é a responsável pela quase totalidade das descobertas feitas (Mello,
2010). A velocidade medida resulta da composição de dois movimentos: o movimento da estrela ao redor
do centro de gravidade do sistema - uma oscilação parecida com uma senóide - e o movimento de todo o
sistema no espaço - uma constante. De fato, o efeito Doppler mede a projeção sobre a linha de visada, dá a

1
Fonte: http://exoplanet.eu/catalog.php
velocidade da estrela em relação ao observador, que também está em movimento, o que tem que ser
considerado detalhadamente na análise das medidas feitas.

As figuras 3 e 4 ilustram como o comprimento de onda da radiação eletromagnética emitida por


uma estrela se altera por causa do efeito Doppler:

Figura 4: Pontos amarelos são as velocidades


medidas; a linha vermelha indica a variação teórica
Figura 3: efeito Doppler causado pela alteração da velocidade devido ao movimento da estrela ao
da velocidade radial da estrela. Fonte: redor do centro de gravidade do sistema. Fonte:
http://www.cfa.harvard.edu/afoe/doppler http://www.astro.iag.usp.br/~sylvio/exoplanets

Medidas de velocidade radial da estrela 51 Pégaso, que tem um planeta bem maior que Saturno,
indicam que a variação total da velocidade da estrela é de 113,6 m/s. As velocidades medidas são
representadas pelos pontos amarelos; a linha vermelha indica a variação presumida da velocidade devido
ao movimento da estrela ao redor do centro de gravidade do sistema. Uma grande dificuldade deste
método é que o sistema planetário precisa estar numa posição relativa que chamamos de edge-on, ou seja,
quase de perfil. Obviamente nem todos os sistemas estudados estão nessa posição relativa, e precisam,
portanto, serem abordados por um outro método.

2.3 Fotometria (Trânsito de Planetas)


Outra técnica importante para a busca de planetas extra-solares é a fotometria das estrelas. Se ao
orbitar uma estrela o exoplaneta apresenta uma órbita vista de frente (edge-on) em relação à Terra, em
outras palavras, se o planeta se interpõe entre a estrela e a Terra, ocorre uma diminuição da quantidade de
luz vinda da estrela, e que é medida na Terra similiar a um eclipse. A observação dessa diminuição
repetidas vezes permite identificar sua causa como sendo o trânsito de um planeta em frente à estrela. Essa
técnica está sendo usada para a busca de exoplanetas a partir de telescópios espaciais, como por exemplo o
COROT.
As figuras 5 e 6 mostram exemplos da diminuição do brilho de uma estrela pela passagem de um
planeta entre a estrela e a Terra:

Figura 5: gráfico da fotometria de uma estrela,


relacionando o fluxo de radiação eletromagnética
com o período orbital. Fonte: IAG-USP
Discussão e Conclusões
Figura 6: imagem astística do trânsito de um
planeta entre a Terra e uma estrela. Fonte:
http://bit.ly/9qEMFl

2.4 Cronometria da chegada de Pulsos (pulsares)


Pulsares são estrelas de nêutrons em rotação, emitindo rádio-ondas na direção do seu eixo
magnético. Essa radiação é detectada por rádio-telescópios sempre que o eixo magnético do pulsar estiver
apontando na nossa direção. Em geral os pulsares dirigem seu feixe de rádio-ondas para nós em períodos
da ordem de milissegundos. Quando exite algum corpo orbitando o pulsar, seja um exoplaneta ou não, a
freqüência com que esses pulsos chegam à Terra é afetada pela velocidade relativa da fonte que os emite
(efeito Doppler).

2.4.1 – Problemas na detecção de exoplanetas pelo método da cronometria de pulsares


A precisão exigida, tanto nos cálculos envolvidos, quanto nos instrumentos utilizados pelo
astrônomo para detecção de planetas por este método é muito grande. Mello (2010) cita as diversas
variáveis envolvidas na busca por exoplanetas pelo método da cronometria de pulsares:
1) Um observador no equador se move em um círculo de raio 6378 km e com uma velocidade de
460 m/s (muito maior do que a velocidade da estrela devida ao movimento do planeta ao seu redor.) O
raio e a velocidade diminuem proporcionalmente ao cosseno da latitude do observador:

2) A Terra se move ao redor do centro de gravidade do sistema Terra-Lua. O centro de gravidade


do sistema Terra-Lua está a cerca de 4700 km do centro da Terra. A velocidade da Terra nesse movimento
é de 13 m/:

3) O Sistema Terra-Lua se move ao redor do Sol em uma elipse com semi-eixo maior 149,6
milhões de km. A velocidade da Terra na sua órbita é de aproximadamente 29,8 km/s. Ela é maior (30,3
km/s) quando a Terra está no periélio de sua órbita (dia 2 ou 3 de janeiro) e menor (29,3 km/s) quando a
Terra está no afélio de sua órbita (2 ou 3 de julho).
4) O Sol se move ao redor do centro de gravidade do Sistema Solar, que está situado em um ponto
próximo à superfície do Sol (dentro do Sol). A posição desse ponto depende da posição de todos os
planetas. A contribuição de Júpiter a esse movimento é de cerca de 13 m/s.
A maior dificuldade para descoberta de planetas por este método é a grande precisão exigida nas
medições, o que dificilmente é possível de ser obtido.
2.5 Efeito de Microlente gravitacional
O efeito de microlente gravitacional (figura 7) acontece quando, num sistema planetário, os campos
gravitacionais do planeta e da estrela agem de modo a magnificar a luz de uma estrela distante ou promofer
a distorção do feixe luminoso emitido por essa estrela. Para que o efeito ocorra, o sistema planetario deve
passar quase diretamente entre a estrela distante e o observador. Em outras palavras seria semelhante a um
“eclipse” promovido por um sistema planetário em uma estrela de fundo. Uma vez que esses eventos são
raros, um número muito grande de estrelas distantes deve ser continuamente monitorado de modo a
permitir a detecção de planetas a uma taxa razoável. Devido ao movimento da Terra e dos corpos celestes
em geral, uma dada configuração de microlente gravitacional só ocorre uma vez, portanto é impossível
repetir ou reconfirmar este experimento. Apesar disto, este é o método mais promissor para detecção de
planetas localizados entre a Terra e o centro da galáxia, já que as partes centrais da galáxia fornecem um
grande número de estrelas distantes de fundo. O efeito da microlente pode ser visualizado na figura 8.

Figura 7:
x: Efeito de microlente gravitacional
causando por um sistema planetário. Fonte: site
Wikipédia.
do projeto MOA.

Figura 8: distorção da luz causada pelo efeito


de microlente gravitacional binária. Fonte: site
do projeto MOA (Microlensing Observations in
Astrophysics)

As microlentes gravitacionais permitem descobrir planetas de baixa massa (i.e. telúricos), uma
grande vantagem sobre outros métodos de detecção de planetas. Ademais, os planetas detectados tendem a
se localizar a muitos quiloparsecs de nós, tal que observações de monitoramento posterior não são
possíveis. Contudo, se um número suficiente de estrelas de fundo forem observadas com boa precisão, o
método pode informar-nos quão ordinários são os planetas telúricos em nossa galáxia.
A figura 9 mostra uma variação na curva de luz, causada por uma microlente gravitacional, no
objeto MOA 2001-BLG-022. A linha azul é a curva de luz teórica, e os pontos vermelhos são os valores
medidos. Segundo os coordenadores do projeto MOA (Microlensing Observations in Astrophysics),
uma rede de telescópios no entorno do globo terrestre são necessários para obtenção de uma curva de luz
contínua, necessária para comprovar a existência da lente gravitacional.

Figura 9: microlente gravitacional causada por um


sistema planetário no objeto MOA 2001-BLG-02.
Fonte: site projeto MOA (dias julianos).

2
Fonte: http://www.phys.canterbury.ac.nz/moa/microlensing_alerts.html
O efeito de microlente pode ser melhor compreendido com o vídeo criado pela equipe do MOA,
disponível em http://www.phys.canterbury.ac.nz/moa/Plastic14.wmv

3 - Algumas propriedades detectadas em exoplanetas


Após a descoberta de vários exoplanetas orbitando estrelas próximas, um sistema de classificação
foi adotado para diferenciar os tipos de corpos encontrados, de acordo com a massa:
- Exoplaneta: massa <13MJ
- Anã marron: 13 MJ < massa < 74 MJ
- Estrela: massa > 74 MJ
O limite entre exoplanetas e anãs marrons refere-se ao fato de que essas últimas já terem iniciado o
ciclo de ignição nuclear de deutério. Acredita-se que a duração da fase de queima de deutério nas anãs
marrons dura até cerca de dez milhões de anos, após o qual a estrela esfria, até tornar-se uma rocha gelada.
Segundo Encrenaz (2003), dos dados obtidos com os exoplanetas descobertos, as seguintes
características principais podem ser deduzidas:
- Uma grande fração de estrelas próximas têm ao menos um companheiro massivo: >1 MJ à 1 UA,
e >2 MJ à 5 UA. Cerca de 5% dessas estrelas tem uma companheira entre 0,5 e 5 MJ em uma distância de
menos de 2.5 UA.
- Parece haver uma correlação entre o número de planetas em torno de estrelas e a sua
metalicidade: a proporção de elementos pesados em estrelas que possuem planetas parece ser maior do que
a de estrelas sem planetas.
- Devido à dificuldade em se detectar corpos de baixa massa, a distribuição de massa dos
exoplanetas descobertos tende para corpos com massas maiores que 10MJ, mas um número cada vez maior
de corpos de menor massa têm sido descobertos.
- Há um acúmulo de grandes exoplanetas com períodos de 3 dias, e baixa excentricidade, com
casos raros de objetos com períodos mais curtos. Exoplanetas com períodos longos tendem a ter maiores
excentricidades. Há raros corpos na região de 30-50 MJ, o que tem sido chamado de “deserto das anãs
marrons”.

4 - Dificuldades na detecção de exoplanetas


Desde quando os primeiros exoplanetas foram descobertos, nos anos de 1990, astrônomos
trabalham para aumentar os limites da tecnologia necessária para detectar mais sistemas planetários com
planetas semelhantes à Terra. Discutimos aqui algumas das dificuldades tecnológicas encontradas
atualmente na busca por exoplanetas, dificuldades essas que pode ser basicamente de duas naturezas:
limitações tecnológicas e limitações observacionais.
Em termos de tecnologia, os astrônomos estão limitados pelo poder de resolução dos telescópios.
Pelo método da visualização direta, isso implica que, quanto menor o telescópio, mais difícil é observar o
planeta separadamente de sua estrela hospedeira. Na astrometria, equipamentos pouco potentes não
permitem determinar com boa precisão a posição das estrelas, então, qualquer pequena oscilação
produzida pela passagem de um planeta invisível, não será visível.
Na técnica de velocidade radial, uma limitação tecnológica é o poder de resolução das fendas
utilizadas em espectroscopia. Astronomos têm que estar aptos a separar luz em uma resolução bastante
alta, para assim observar o pequeno desvio Doppler que um planeta induz em sua estrela hospedeira.
O segundo tipo de limitação é relacionado ao tempo em que estamos procurando por exoplanetas
com a atual tecnologia, pois o tempo mínimo necessário de observação, para que possamos concluir que o
efeito de um dado planeta sobre sua estrela hospedeira indique que ali realmente existe um planeta, pode
ser muito grande. Para um planeta com a órbita como a de Júpiter, são necessários pelo menos 12 anos
terrestres de observação, e para um planeta como Saturno, pelo menos 29 anos terrestres de observação.
Dadas essas dificuldades, um estudo feito por Lawson et al. (2004), com objetivo de predizer os
limites teóricos na detecção de exoplanetas, indica que a descoberta de planetas semelhantes à Terra ainda
está além do que a tecnologia atual pode prover. O resumo de tal estudo pode ser visto na figura 10:
Figura 10: Image shows
the current and future
theoretical limits of
finding extrasolar planets
in terms of their distance
from their parent star vs.
mass. Figure from
Lawson, Unwin, &
Beichman (2004).

Na figura x acima, cada ponto representa um exoplaneta conhecido. Os círculos azuis com letras
dentro representam 7 planetas em nosso Sistema Solar. A barra verde, no centro inferior da figura,
representa a zona de habitabilidade. Cada uma das diferentes linhas do gráfico representa os limites de
várias técnicas de observação. Qualquer coisa acima das linhas deve ser possível de ser observado com a
respectiva técnica descrita na figura. Qualquer coisa abaixo das linhas indica que está abaixo do limite de
detecção.
A figura 11 abaixo mostra um quadro semelhante, porém indica os exoplanetas descobertos de
acordo com cada técnica, além dos limites de detecção.

Figura 11: Discovered exoplanets and detection


limits for various techniques as function of mass m
and orbital radius a or Period P (indicative): radial
velocity (Doppler wobble), astrometry, eclipsing
transits, and microlensing. Fonte:
http://planet.iap.fr/OB05390.news.html
5 – Órbitas planetárias em sistemas extra-solares
Os oito maiores planetas do Sistema Solar possuem órbitas que estão basicamente no mesmo plano.
Já foi confirmado que muitos sistemas planetários extra-solares possuem a mesma característica, porém
existem também sistemas planetários com órbitas muito diferentes das do Sistema Solar, incluindo
planetas orbitando planos muito inclinados e planetas em órbitas retrógradas.
O sistema de Upsilon Andromedae, por exemplo, as órbitas de dois de seus três planetas possuem
30° de inclinação, uma em relação à outra (Figura 12).

Figura 12: Impressão artística de Upsilon


Andromedae A, um sistema planetário com
três Jupiter-type planets. Astronomos
descobriram recentemente que nem todos os
planetas orbitam suas estrelas no mesmo
plano, ao contrário dos grandes planetas do
Sistema Solar. A órbita de dois dos três
planetas de Andromedae tem um inclinação
de 30° uma em relação a outra.
Credito: NASA, ESA, and A. Feild (STScI)

Segundo alguns astrônomos, no início da vida de um sistema planetário, o processo de estabilização


pode expulsar um ou mais planetas. Talvez este fato seja o responsável pela existência de planetas
orbitando em um ângulo tão inclinado. Certas interações que também podem ocorrer entre os planetas de
um sistema poderiam ser igualmente a causa desses planos de órbita tão inclinados.
As figuras abaixo mostram como são alguns dos sistemas planetários conhecidos, em relação à
inclinação das órbitas, distância da estrela e massa dos planetas:

Figura 13: Comparação do sistema Upsilon Andromedae com o Sistema solar interno. Fonte:
http://www.fas.org/irp/imint/docs/rst/Sect20/A11.html
Figura 14: comparação das órbitas e massas dos planetas entre alguns dos sistemas planetários conhecidos. Fonte:
http://www.daviddarling.info/images/explanets.gif

A figura 15, abaixo, mostra o sentido de rotação da estrela e de translação de alguns exoplanetas
conhecidos.Pode-se notar que alguns planetas, como WASP 8b, possuem órbita retrógrada:

Figura 15. Fonte: http://www.sciencedaily.com/images/2010/04/100413071749-large.jpg


A figura 16, abaixo, mostra a primeira imagem no ótico de um exoplaneta. Ele orbita a estrela Formalhaut,
e é chamado de Formalhaut b. Ele encontra-se na borda interna de um disco gigante de detritos, e orbita
sua estrela a uma grande distância, completando uma revolução a cada 872 anos. Este sistema está
localizado a apenas 25 anos-luz de distância do Sistema Solar

Figura 16: Formalhaout b, o primeiro exoplaneta com imagem no ótico.


Fonte: http://blogs.discovermagazine.com/80beats/2008/11/13/four-exoplanets/

6 – Exoplanetas e a possibilidade de vida extraterrestre


O candidato extra-solar mais promissor a abrigar alguma forma de vida, até o momento, é o sistema
planetário em torno da estrela Gliese 581, que abriga quatro planetas, sendo que um deles, Gliese 581c,
estaria dentro da ZH da estrela. Algumas características de Gliese 581c são:
• Localizado na Zona de Habitabilidade de uma estrela fria: Gliese 581;
• Exoplaneta menos massivo já descoberto;
• Possivelmente rochoso (M ~5,1 MTerra e R ~1,5 RTerra);
• Temperatura superficial estimada do planeta: entre 0°C e 40°C;
• Possivelmente em rotação síncrona com a estrela devido a proximidade (1/2 hemisfério
permanentemente iluminado).
Gliese 581c é o exoplaneta menos massivo (e possivelmente rochoso) descoberto até o momento. A
descoberta foi feita pelo grupo suíço do Observatório de Genebra, que opera o espectrógrafo HARPS no
ESO/La Silla, no Chile. Situado numa órbita de 13 dias de período e, portanto, na Zona de Habitabilidade
da estrela Gliese 581, que é uma anã vermelha de tipo espectral M3, isto é, com temperatura superficial de
cerca de 3200 K. Essa estrela tem um terço da massa do Sol e é 50 vezes menos luminosa do que ele. Está
situada apenas a 16,3 pc de nós. Os autores da descoberta estimam que a temperatura superficial do planeta
esteja entre 0°C e 40°C, em condições, portanto, de conter água no estado líquido.
As figuras 17 e 18 mostram uma imagem no ótico da estrela Gliese 581, e um esquema das órbitas
do planeta daquele sistema, respectivamente:
7 – Biomarcadores como sinal de vida em exoplanetas
Um investigação sobre a possibilidade de vida em outros corpos do Universo pode ser conduzida
apropriadamente à distância, in-situ, ou mesmo por meio de amostras trazidas de fora da Terra. A procura
por vida extraterrestre busca por sinais de processos físicos e/ou químicos que estejam ligados à vida,
incluindo a abundância de certas moléculas, a produção de biomassa e dejetos, a emissão de ondas
eletromagnéticas (semelhantes às usadas em telecomunicações), entre outros; estes fenômenos seriam
sustentados pela presença da vida, e seus indícios são o que chamamos de biomarcadores (biosignatures,
ou biomarkers, em inglês).
Um biomarcador é um objeto, substância ou padrão, cuja origem requer especificamente um agente
biológico. A importância de um biomarcador é determinada não só pela probabilidade de ter sido criado
pela vida, mas também pela improbabilidade de processos não-biológicos tê-lo produzido. Um exemplo de
biomarcador pode ser a presença de moléculas orgânicas complexas e/ou estruturas cuja formação é
praticamente inatingível na ausência de vida. Contudo, Marais et al. (2008) completam que, quando uma
evidência da presença de vida fora da Terra for encontrada, ela deve ser analisada sempre sob a ótica da
possibilidade de ser resultado tanto de uma origem biótica, quanto abiótica.

8. Grupos de pesquisa na descoberta de exoplanetas

8.1 A missão COROT3


A missão COROT (Convection, Rotation and planetary Transits) envolve um telescópio espacial, e
é uma missão liderada pelo Centre National d'Études Spatiales (CNES) em parceria com laboratórios
franceses, como o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), e com vários parceiros
internacionais (países europeus e o Brasil).
A sonda, pertencente à série Proteus, é equipada com um telescópio afocal de 27cm de diâmetro, e
uma câmera com 4 CCD’s, sensíveis o bastante para detectar pequenas variações na intensidade da luz
vinda das estrelas.
Os instrumentos do COROT tornam possível, com um método chamado sismologia estelar,
conhecer a estrutura interna das estrelas, assim como detectar planetas extrasolares pela observação d e
micro-eclipses periódicos que ocorrem quando um planeta transita em frente da estrela do seu sistema
planetário.
A missão COROT foi lançada em 27 de Dezembro de 2006, e as principais etapas do projeto
podem ser vistas na figura x. O site da missão COROT disponibiliza um vídeo que explica os principais
objetivos do projeto. O vídeo está acessível em http://smsc.cnes.fr/IcCOROT/Corot.avi.

3
Fonte: http://smsc.cnes.fr/COROT/index.htm
Por sua alta sensibilidade fotométrica, a missão COROT pretende ser pioneira na descoberta de
planetas extrasolares telúricos, os quais, pelo conhecimento atual, a vida tem condições mais propícias
para existência.

Figura 19: Principais etapas do


projeto COROT.
Fonte:http://smsc.cnes.fr/COROT/
index.htm

8.2 Grupo MOA - Microlensing Observations in Astrophysics4


O MOA é uma colaboração entre o Japão e a Nova Zelândia para fazer observações de matéria
escura, planetas extrasolares e atmosferas estelares, usando da técnica de microlentes gravitacionais. O
projeto se desenvolve no Mt. John Observatory, na Nova Zelândia (Figura 20).

Figura 20: Observatório Mt. John Observatory, do


programa MOA, na Nova Zelândia. Fonte:
http://www.phys.canterbury.ac.nz/moa/

8.3 Missão Kepler da NASA


A sonda Kepler consiste em um observatório espacial projetado pela NASA, que deverá procurar
por planetas extrasolares. Para esta finalidade, a sonda deverá observar cerca de 100 000 estrelas por um
período de quatro anos. Para descobrir exoplanetas, a missão Kepler utiliza-se do método de fotometria, a
fim de detectar alguma ocultação periódica de uma estrela por um de seus planetas.
A sonda Kepler não permanece em órbita da Terra, mas sim em uma órbita de perseguição à órbita
solar da Terra, a fim de que a Terra não oculte estrelas que estejam sendo estudadas pela sonda. O seu
principal instrumento é um fotômetro de 0,95 m de diâmetro. Para realizar sua missão, a sonda Kepler
deverá bater uma foto da região de interesse a cada três segundos.
Os primeiros resultados foram anunciados em 4 de janeiro de 2010. Os dados das primeiras seis
semanas de atividade da sonda revelaram cinco exoplanetas antes desconhecidos, todos bem próximos de
suas estrelas, um do tamanho próximo ao de Netuno e quatro do tamanho de Júpiter. Um deles, Kepler-7b
é o planeta menos denso descoberto até agora.

Figura 21: Telescópio espacial Kepler. Fonte:


Nasa

4
Fonte: http://www.phys.canterbury.ac.nz/moa/
8.4 The Very Large Telescope Interferometer (VLTI)
O VLTI consiste em uma combinação de quatro Very Large Telescopes (VLT), e de quatro
telescópios móveis auxiliares, de 1,8m. Quando totalmente opercional, o VLTI poderá prover alta
sensibilidade e uma resolução angular de mili-arsecusando linhas de base de até 200m de comprimento.
Devido a suas características, o VLTI se tornou um meio muito importante para pesquisa cientifica
em diversos objetos, tais como exoplanetas e objetos extragalácticos.

8.5 The Atacama Large Millimeter Array (ALMA)


O ALMA é composto de 66 antenas de alta precisão, e está localizado nos Andes chilenos. Os
comprimentos de onda cobertos pelo ALMA vão de 0,3mm a 3,6mm, e as freqüências cobertas irão de 84
a 950GHz. Este intervalo é essencial para sondar as primeiras estrelas e galáxias, obter imagens
diretamente dos discos em que os planetas são formados, e sondar a produção de energia a partir de
buracos negros ativos supermassivos em galáxias extremamente luminosas. Mais dados sobre o ALMA
estão disponíveis em http://science.nrao.edu/alma/index.shtml

8.6 The European Extremely Large Telescope (E-ELT)


O E-ELT permitirá um grande avanço dos conhecimentos astrofísicos, permitindo estudos
detalhados de exoplanetas, os primeiros objetos do Universo, buracos negros super-massivos e a natureza e
distribuição da matéria escura e da energia escura que dominam o Universo.
A previsão é que o E-ELT tenha 42 metros de diâmetro, e que comece a operar em 2018, sendo o
maior telescópio do mundo baseado no solo. Mais informações em: http://www.eso.org/public/teles-
instr/e-elt.html

9- Referências:
Mello, Sylvio Ferraz, Grupo de dinâmica de sistemas planetários, disponível em:
http://www.astro.iag.usp.br/~sylvio/

Encrenaz, T. - Planetary Atmospheres: From Solar System Planets to Exoplanets, - Lectures in


Astrobiology, Volume II

Exoplanets, disponível em http://exoplanet.eu/pictures.html

Discovery of OGLE 2005-BLG-390Lb, the first cool rocky/icy exoplanet, disponível em


http://planet.iap.fr/OB05390.news.html

Scientists directly image an extra-solar planet’s orbit around a young star, disponível em:
http://www.wsws.org/articles/2010/jul2010/plan-j19.shtml

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