A confissão de um Eremita

Uma garotinha desceu pulando pela trilha, seus tênis balançando sobre a cobertura macia de
pinheiro lascado à mão. Observando mais de perto é obvio que a pessoa em questão não é uma
menininha, mas sim uma jovem moça de no mínimo 19 anos de idade. Suas vestes, uma saia de
pregas e uma blusinha colorida e brilhante, exalam juventude - assim como seu comportamento. Ela
vai rodopiando caminho abaixo, que está escuro devido à grossa cobertura das arvores, cantando
baixinho para si mesma e gesticulando para figuras e seres que só ela pode ver.

Sob a cobertura de uma moita no morro acima da trilha, um eremita olha fixamente para ela com
intenso desejo. Parece que fazem anos desde a ultima vez que ele contemplou uma forma de beleza
feminina, apesar de fazerem apenas 13 meses desde que Wulsin assumiu o seu "Insight Role" como
um eremita recluso, vivendo na parte mais profunda das florestas sulistas.

A mão esquerda de Wulsin esta enrolada em um galho de uma arvore jovem - a subida é ingreme e
se cuidado não for tomado, não é nada difícil para uma pessoa levar um tombo e rolar loucamente
ladeira abaixo até a trilha do vale abaixo.

Com a sua mão direita, Wulsin pega um velho apito de madeira de sua mochila de viagem
encharcada.

Uma buzina de aviso perfura a serena quietude da floresta. A jovem garota para com seus
movimentos extravagantes, ficando solidamente em pé com suas mãos em seus quadris, soltando
graciosamente suas orelhas ao vento.

Wulsin remove o instrumento de sua boca e suspira. Faz muito tempo desde a ultima vez que ele
falou ( muito mais ainda que ele tocou!) com outra pessoa. Seus únicos companheiros durante os
longos meses de recolhimento total foram espíritos familiares, os quais o visitaram sob formas de
gatos e coelhos e a manifestação astral etérea dos espíritos elementais da floresta que vieram até ele
nas noites de lua nova.

Quando ele deu início a sua vida de reclusão, ele estava deixando para trás um caótico período de
muitos anos caracterizado por involvimento em políticas revolucionárias, intriga e subversão, bem
como um período de quase dois anos passados na cadeia, como um resultado de seu envolvimento
com certos círculos anti-sistema.

Foi um período de tragédia, terror, camaradagem e glória faustiana. Esse periodo começou em se
desenvolveu durante os primeiros estágios das "Guerras Terroristas", dos quais Wulsin emergiu, não
ileso, mas como um sobrevivente. Muitos dos seus companheiros não tiveram anta sorte: alguns,
assassinados por balas federais. Outros, sequestrados e levados para campos de concentração ilegais
onde eles ficaram apodrecendo ( isso se eles ainda possuíam vida ao chegar lá) - idos, para nunca
mais voltar.

Um arrepio percorreu seu corpo enquanto ele contemplou seu passado, uma auto-superação
Satânica que o fez ficar mais maduro - destruindo a inocência que ele possuía, e que agora não é
mais do que uma doce memória do passado vivente.

Seus olhos percorreram com apetite o corpo da garota - pernas fartas e musculosas que eram a
evidencia de uma participação ativa em uma vida de atividade física. Braços firmes e quadrís
perfeitos, tão comuns das meninas das fazendas rurais Americanas.

Wulsin elevou seu apito até seus lábios e uma lenta e vigorosa melodia saiu dos canos de madeira
para o ar fresco da floresta.

Os olhos da menina se tornaram vitreos e, para a surpresa de Wulsin, ela agachou-se e sentou-se de
pernas cruzadas, ouvindo o som que cantava sobre uma uma mais velha, e mais nobre era.

Um sorriso intenso brotou no canto da boca de Wusin mesmo enquanto ele cantava.

Para alguns, o momento de magia simples no qual ele agora se encontrava imerso, é algo fora de
alcance - além de sua compreensão. Conforme os dias de vida de inseto da população Americana
iam passando, escravizada pelas forças de distorção Magianas e sua subsequente futilidade
materialista, muito mais, muito mais acontecia no mundo além do escopo de sua embotada visão.

Conforme sua melodia chegou ao fim, ele lentamente se removeu da folhagem - deslizando
suavemente de volta para a escuridão das arvores - de volta aos seus deveres solitários de seu papel
de eremita.

Ele deu uma ultima olhada na garota antes de pegar sua mochila de viagem de dentro de duas toras
podres,e partir daí então.

Um sorriso brilhou no rosto da jovem mulher, uma apreciação e uma apreensão que era pura para
as forças auspiciosas que o eremita avia manifestado.

"Aperiatur stella et germinet Mactoron" Wulsin sussurrou.

Poucos minutos após - a garota levantou-se e procedeu em direção ao local onde o automóvel dela
estava esperando além dos limites da floresta.

Quando ela voltou de seu passeio para a casa de seus pais, eles pareceram ter notado uma pequena
mudança nela, mas de que tipo, eles não conseguiram dizer. Poucos meses depois ela deixou sua
casa e sua cidade. Alguns anos depois ela adquiriu uma reputação perversa.

"Ela rema um barco numa lagoa negra

Dos passos dela:
O Hermafrodita,
O corpo afogado.
O Planeta Deles
E a primeira gota
Em um deserto branco
Em aguas claras
Aktlal Maka"
-IV. Mactoron, 'Caelethi' Black Book of Satan II (ONA)

Tempel ov Blood

August 31 114yf eh

15/01/2011e.v. / 21:05:12PM (brazilian time)

Tradução: Rex Choronzon 333

Agios O Noctulius!
Agios O Vindex!