Fase 4 - Redação
Redigir o texto preliminar, explicando o fenômeno observado
Redigir o texto definitivo, incorporando ao texto, indicações e críticas pertinentes.
O Ponto de Partida
• Como começar bem a pesquisa? Esse é o primeiro problema do investigador. Não
é fácil traduzir um foco de interesse ou uma preocupação relativamente vaga num
projeto de investigação operacional.
• Dois erros comuns:
• “fuga para frente” ou renunciar o projeto.
• A dificuldade em começar de forma válida um trabalho tem, freqüentemente,
origem numa preocupação de o fazer demasiado bem e de formular desde logo um
projeto de investigação de forma totalmente satisfatória.
• O investigador deve obrigar-se a escolher rapidamente um primeiro fio condutor
tão claro quanto possível, de forma que seu trabalho possa iniciar-se sem demora
e estruturar-se com coerência.
• Pode ser banal e ainda não totalmente maduro; pouco importa.
• É provável que o pesquisador mude de perspectiva ao longo do caminho.
• Deve ser assinalado que autores mais respeitados não hesitam em enunciar os
seus projetos de investigação sob a forma de perguntas simples e claras, ainda
que, na realidade, essas perguntas tenham subjacente uma sólida reflexão teórica.
A Escolha do Tema
• Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o
trabalho de pesquisa:
Fatores Internos:
• Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal: Para se
trabalhar uma pesquisa é preciso ter um mínimo de prazer nesta atividade. A
escolha do tema está vinculada, portanto, ao gosto pelo assunto a ser trabalhado.
Trabalhar um assunto que não seja do seu agrado tornará a pesquisa num
exercício de tortura e sofrimento.
• Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa: Na escolha do
tema temos que levar em consideração a quantidade de atividades que teremos
que cumprir para executar o trabalho e medi-la com o tempo dos trabalhos que
temos que cumprir no nosso cotidiano, não relacionado à pesquisa.
• O limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido: É
preciso que o pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos
para não entrar num assunto fora de sua área. Se minha área é a de ciências
humanas, devo me ater aos temas relacionados a esta área.
Fatores Externos:
• A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus
valores acadêmicos e sociais: Na escolha do tema devemos tomar cuidado para
não executarmos um trabalho que não interessará a ninguém. Se o trabalho
merece ser feito que ele tenha uma importância qualquer para pessoas, grupos de
pessoas ou para a sociedade em geral.
• O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho: Quando a
instituição determina um prazo para a entrega do relatório final da pesquisa, não
podemos nos enveredar por assuntos que não nos permitirão cumprir este prazo.
O tema escolhido deve estar delimitado dentro do tempo possível para a conclusão
do trabalho.
• Material de consulta e dados necessários ao pesquisador: Muitas vezes o
tema escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes
secundárias para consulta. A falta dessas fontes obriga ao pesquisador buscar
fontes primárias que necessita de um tempo maior para a realização do trabalho.
Este problema não impede a realização da pesquisa, mas deve ser levado em
consideração para que o tempo institucional não seja ultrapassado.
A Justificativa
• O autor deve procurar responder, neste tópico, o “por que” da pesquisa e “para
quem” os seus resultados serão úteis.
• Deve descrever as razões teóricas e práticas que justificam a pesquisa, suas
contribuições e potencial de influência na área de conhecimento onde a mesma se
insere
• Trata-se do convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser
efetivado.
• Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da Justificativa, de não se tentar justificar
a Hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado
no trabalho de pesquisa.
• A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a
necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.
O Objeto de Pesquisa
A formulação do objeto da pesquisa é o momento mais importante da definição. Em
relação ao tópico, os autores fazem a seguinte menção:
• Toda pesquisa, análise ou estudo, tem como ponto de partida uma situação
percebida como problemática, ou seja, que causa desconforto e que, em
conseqüência, exige uma explicação.
• Esta situação problemática surge quando há defasagem entre a concepção ou
explicação de um fenômeno e a observação ou percepção da realidade.
• É desta defasagem que se origina o objeto da pesquisa.
• A pesquisa tentará resolver a discordância entre um modelo, uma teoria ou uma
explicação da realidade percebida.
• Um objeto de pesquisa é assim “uma interrogação explícita em relação a um
problema a ser examinado e analisado com o fim de obter novas informações”
(CONTANDRIOPOULOS et al., 1999, p. 19).
Definição de Problema
• Uma forma de atuação é enunciar o projeto de investigação na forma de uma
pergunta de partida, através da qual o investigador tenta exprimir o mais
exatamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor.
• “(...)dizer de maneira clara, explícita, compreensível e operacional, qual a
dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando seu
campo e apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da formulação
do problema da pesquisa é torná-lo individualizado, específico, inconfundível.”
• (RUDIO, 1978, p.75)
Características do Problema
• Enuncia uma questão, cujo melhor modo de solução se faz por meio de uma
pesquisa científica
• Apresenta uma questão que pode ser resolvida por meio de processos
científicos
• Deve ser factível, tanto em relação à competência do pesquisador, quanto à
disponibilidade dos recursos
Delineamento de um Problema:
“(...) podemos afirmar que toda pesquisa científica consiste apenas em enunciar e
verificar hipóteses; estas são suposições que se fazem na tentativa de explicar o que
se desconhece. Esta suposição tem por característica o fato de ser provisória,
devendo, portanto, ser testada para se verificar sua validade”. Rudio, 1978,
p.78)
HIPÓTESE É . . .
uma suposição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece
uma antecipação do conhecimento.
um conhecimento provisório que deve ser verificado para ter validade e que serve
para preencher “lacunas do conhecimento”.
É a resposta provável do problema que será testada na pesquisa.
uma fase do método de pesquisa que vem depois da formulação do problema.
não é apenas uma mera opinião, mas uma suposição provisória porém fundamentada
em sólidas bases teóricas.
é o indicador do caminho a seguir com a investigação
Referencial Teórico
Metodologia Científica
Nesta parte deve ser informada o tipo de pesquisa a ser realizada e os principais
métodos e procedimentos necessários à sua consecução.Uma seqüência lógica deve
ser observada, conforme sugestão a seguir.
Delineamento da pesquisa:
Nesse tópico, o pesquisador define o tipo da pesquisa (método) a ser realizada para
atingir o objetivo geral, que deve aqui novamente ser enunciado.
A pesquisa deve ser classificada quanto ao objetivo, à técnica e a classificação do
estudo.
A classificação quanto ao procedimento técnico busca dar conta da análise dos fatos
do ponto de vista empírico, nesse caso é preciso traçar um modelo conceitual e
operativo relativo ao planejamento do trabalho em sua dimensão mais ampla, que
envolve tanto a diagramação do estudo quanto a previsão de coleta e interpretação
dos dados.
População: deverá ser descrita da forma mais completa possível, incluindo todas as
características que interessam (critérios de inclusão e exclusão).
Amostra: inclui sua descrição e a do processo para selecioná-la, bem como
informações sobre o seu tamanho e as formas utilizadas para determiná-lo.
Variáveis da Pesquisa: definições gerais e operacionais das variáveis relacionadas
à problemática do estudo.
Coleta de dados: trata-se da definição dos instrumentos (entrevistas, questionários,
observação), dos dados se primários ou secundários, da preparação (elaboração, pré-
teste, discussão) e do procedimento de aplicação.
Deve ser indicado como, onde, quando etc. os dados foram coletados
Análise dos dados: Devem ser descritas as técnicas utilizadas para a análise dos
dados.
Se qualitativa, deve definir o procedimento (análise de conteúdo – por exemplo);
e quantitativa deve especificar o tratamento (se estatística descritiva ou análises mais
complexas) e o instrumento (se EXCEL, SPSS).
População:
Toda questão de pesquisa define um universo de objetos aos quais os resultados do
estudo deverão ser aplicados.
A população alvo, também, chamada população estudada, é composta de elementos
distintos possuindo um certo número de características comuns (pelo menos uma).
Essa característica comum deve delimitar inequivocamente quais os elementos que
pertencem à população e quais os que não pertencem.
Estes elementos, chamados de unidades populacionais, são as unidades de análise
sobre as quais serão recolhidas informações.
Variável de Pesquisa
É uma característica da população. Toda questão de pesquisa define um número de
construções teóricas que o pesquisador quer associar. O grau de operacionalização
destas construções não faz parte de um consenso. Por essa razão, a seção que trata
das definições das variáveis deve permitir ao leitor avaliar a adequação dos
instrumentos utilizados, as variáveis escolhidas e as construções teóricas descritas no
quadro conceitual.
Variável dependente (VD): Mede o fenômeno que se estuda e que se quer explicar.
São aquelas cujos efeitos são esperados de acordo com as causas. Elas se situam,
habitualmente, no fim do processo causal e são sempre definidas na hipótese ou na
questão de pesquisa.
COLETA DE DADOS
“Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das
técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos” (MARCONI e
LAKATOS, 1996, P.30).
“A arrumação dos dados em tabelas maneira a permitir a verificação das relações que
guardam entre si”
Abramo (1976) apud Marconi e Lakatos (1996, p. 130).
Citações Bibliográfica
Citação é a menção de informações extraídas de outras fontes, com o propósito de
fundamentar, comentar ou ilustrar o texto;
Devem, obrigatoriamente, seguir a mesma entrada nas referências no final do
trabalho ou em notas de rodapé.
... são elementos retirados dos documentos pesquisados durante a leitura de
documentação que se revelam úteis para elaborar as idéias desenvolvidas pelo autor
no decorrer de seu raciocínio.
... é a transcrição das palavras de um autor ou a referência as suas idéias,
geralmente para ilustrar ou sustentar o que se afirma.
Citações Bibliográficas
É obrigatório apresentar a REFERÊNCIA COMPLETA da fonte de qualquer
documento citado direta ou indiretamente.
(é dar o devido crédito ao autor da idéia)
Exemplo:
A situação econômica do Brasil, em fins de 1986, estava extremamente semelhante
àquela do ano de 1963 (FONTES, 1987).
Em caso de citação de dois ou mais trabalhos do mesmo autor, com o mesmo ano
de publicação, diferenciar cada uma utilizando letras minúsculas. Exemplo:
Souza, 1978
Souza, 1978a
CITAÇÃO DE CITAÇÃO
É usada quando for absolutamente indispensável a menção a um trabalho ao qual o
autor não teve acesso, mas do qual tomou conhecimento apenas por citação em outra
publicação.
Para simplificar a forma de apresentação é necessário o emprego da palavra latina
Apud.
transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original
É citar um autor que foi citado no documento que se tem em mãos (citado por,
conforme, segundo)
Exemplo:
Silva, 1978 apud Souza, (1985)
(QUEIROZ, 1999 apud SANCHEZ, 2000, p. 2-3)
Segundo Queiroz (apud SANCHEZ, 2000, p. 2-3) diz ser [...]
Lefebvre (1983 apud COELHO 2000, p. 178) propunha em seu método:
“.........................”.
ELIPSE : É permitida a omissão de palavras na citação quando não altera o sentido.
A omissão é indicada por reticências entre parênteses (ou colchetes). A omissão de
um parágrafo ou mesmo diversos é indicada por uma linha pontuada.
Citações Bibliográficas
INTERPRETAÇÃO : A exatidão é fundamental na citação; portanto, qualquer
correção ou observação feita por quem cita deve ser indicada corretamente, corrige-se
da seguinte forma:
Inserindo a expressão sic entre colchetes ou parênteses;
Inserindo a correção entre colchetes ou parênteses;
Inserindo frases que indicam a correção, entre colchetes ou parênteses
Citações Bibliográficas
CITAÇÃO PELO SOBRENOME DO AUTOR, INSTITUIÇÃO OU TÍTULO
Se entre parêntesis = pelo SOBRENOME do autor, INSTITUIÇÃO ou primeira
Elementos complementares
São as informações que, acrescentadas aos elementos essenciais, permitem
melhor caracterizar os documentos. Por exemplo: edição, tradutor, páginas, sub-título,
etc.
Até 3 autores: Documento elaborado por até 3 autores, faz-se a referência de todos,
separados com ponto e vírgula (;).
Ex: EIGA, R. A. A.; CATÂNEO, A.; BRASIL, M. A. A. Elaboração de um sistema
integrado de computação para quantificação da biomassa florestal. Científica, São
Paulo, v. 17, n. 2, p. 231-236, 1989.
Mais de 3 autores: Documento elaborado por mais de 3 autores, indica-se apenas o
primeiro, acrescentando a expressão et al.
PINO, F. A . Localização das culturas de grão no estado de são Paulo, ano agrícola,
1973/4. Curitiba, 1975.
Trabalho apresentado na Reunião da SOBER, 13. Curitiba, 27-30 jul. 1975.
Coletânea de Textos
Autor, coordenador, editor são diferentes da parte referenciada.
BACHA, E. L. Hierarquia e remuneração gerencial. In: TOPOLOPAN, R., TINELLI, A .
C: A controvérsia sobre o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. P. 124-155
(Biblioteca de Ciências Sociais.)
Autor, coordenador, editor são iguais ao autor da parte referenciada.
STEPAN, A . (Org.) Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro : Paz Terra 1988. Cap. As
prerrogativas militares nos regimes pós-autoritários: Brasil, Argentina, Uruguai e
Espanha, p. 521-561.
Publicação periódica e seriada considerada no todo.
Título da publicação e subtítulo quando necessário; Local de publicação; Editor-autor
(entidade responsável, se não constar do título); Data (ano) do primeiro volume e, se a
publicação cessou, também o último.
FUNDAÇÃO IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. 1985. Rio de Janeiro, v. 46, 1986
Artigos periódicos
Autor(es) do artigo; Título do artigo; Título do periódico (grifado); Local da publicação
(cidade); Número do volume (v.); Número do fascículo (nº); Página inicial e final do
artigo (p.); Data (mês e/ou meses, estação ou trimestre e ano) do fascículo.
LAMBERT, W. Contabilidade ganha espaço nos EUA. Gazeta Mercantil, São Paulo, v.
75, nº 20, p. c-7, col. 1-8, 2 maio 1995.
Legislação
NOME DO PAÍS, ESTADO OU MUNICÍPIO. Nome do Ministério ou Secretaria. Título
(especificando o tipo e o n. da legislação, dia, mês e ano da assinatura ou
promulgação). Título do jornal ou da coletânea, local, n. do volume, n. do fascículo,
página, dia, mês ¯ano da publicação. Seção ou parte.
EMBRAPA. Pantanal: um passeio pelo paraíso ecológico. Rio de Janeiro: Sony Music,
1990. 1 CD-ROM.
ENERGIA nuclear. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, s.d. 1 fita de vídeo
(24 min), VHS, son., color.
Depoimento pessoal
SUSSEKIND, A . Anteprojeto da nova CLT. Porto Alegre : TV Guaíba, 29 abr. 1978.
(Depoimento pessoal)
Internet
Norma proposta pela USP
SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes, Título, expressão "obtida via Internet",
endereço eletrônico, data.
Conclusões e Recomendações
•Este é um dos capítulos essenciais do relatório de pesquisa. Aqui, especificamente, o
autor deve realizar uma espécie de “resumo ampliado” do texto, que se inicia
relembrando os objetivos da pesquisa.
•Na seqüência, o autor descreve como e em que medida os mesmos foram
alcançados e as limitações da pesquisa. Ao final, devem ser apresentadas as
recomendações.
Conclusões e Recomendações
•Estas tanto podem ser dirigidas para a prática, isso é, intervenção na realidade
observada, como para novos estudos.
•Pode-se, também, indicar recomendações para a área do conhecimento estudada,
apoiadas nas conclusões.