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Questões Comentadas AFT 2010

16 - Marque a opção correta.

a) Em face da cláusula constitucional da não-discriminação, a


possibilidade de ajuste tácito, consensual e não solene para a
formação do contrato de emprego, e respectiva projeção dos seus
efeitos, estende-se a todos os ofícios e profissões.

Errada, pois é lícita a previsão de determinada forma solene para


pactuação de determinados contratos de trabalho especiais, sem
que, com isso, seja violado o princípio da isonomia (não-
discriminação). Trata-se de atribuir a hipóteses específicas
tratamento legal condizente. Mencione-se como exemplo o
contrato do atleta profissional, que deve ser necessariamente
escrito, conforme dispõe a Lei nº 9.615/1998. Ver videoaulas 58 e
128.

b) O contrato de trabalho tem natureza jurídica essencialmente


privada, salvo quando o Estado é um dos sujeitos pactuantes, em
face das prerrogativas processuais que lhe confere a legislação
brasileira.

Errada. Embora a questão da natureza jurídica do contrato de


trabalho apresente, hoje, pouca relevância, é verdade que
sobressai a natureza privada, inclusive quando o Estado é o
empregador, hipótese em que se sujeitará às mesmas obrigações
conferidas aos particulares. Questão explicada na videoaula nº
122.

c) O menor de 18 anos, conforme previsto na Constituição, não


pode, em razão da sua incapacidade, prestar serviços, nem
receber por eles, em período noturno ou em circunstâncias
perigosas ou insalubres.

Errada. A assertiva trata da noção de trabalho proibido e seus


efeitos. O trabalho noturno, ou em circunstâncias insalubres ou
perigosas, é realmente vedado ao menor de 18 anos pela CRFB
(art. 7º, XXXIII), porém se descumprido o preceito, obviamente o
menor receberá pelos serviços prestados, dada a impossibilidade
de se restituir ao obreiro a energia de trabalho despendida. Por
isso diz-se que, em caso de trabalho proibido, a nulidade opera
efeitos ex nunc, ou seja, a partir do pronunciamento judicial. Ver
videoaula nº 126.

d) É possível reconhecer-se a condição de empregado, com


cômputo do tempo de serviço, ao eleito para ocupar cargo de
diretor quando, a despeito da nova posição ocupada na estrutura
hierárquica da empresa, ainda se fizerem presentes os traços
característicos da subordinação jurídica.

Certa. Inteligência da Súmula nº 269 do TST. No mesmo sentido, a


“deixadinha” nº 01. Ver videoaulas nº 59 e 60.

e) Para a configuração do grupo econômico, ou do chamado


“empregador único”, que atrai a hipótese de responsabilidade
solidária pelos créditos trabalhistas, é necessária a prova do nexo
relacional entre as empresas, nos formatos previstos pelo Direito
Comercial e pelo Direito Empresarial, como no caso dos consórcios,
holdings e pool de empresas.

Errada, pois a doutrina entende que a configuração do grupo


econômico trabalhista independe da ligação entre as empresas na
forma do direito comum e/ou empresarial, bastando para tal que
fique demonstrada a relação de subordinação ou mesmo de
coordenação entre duas ou mais empresas. Ver videoaula nº 72.

17- Assinale a opção correta.

a) Constituem requisitos para a caracterização da relação de


emprego a pessoalidade e a exclusividade na prestação dos
serviços.

Errada. A pessoalidade é um dos requisitos da relação de emprego


(arts. 3º e 2º da CLT), mas a exclusividade não o é. Com efeito, o
empregado pode prestar serviços a mais de um empregador, desde
que os horários de trabalho sejam compatíveis. Ver deixadinha nº
16 e videoaulas nº 46/50.
b) O afastamento do empregado nos dias em que estiver
comprovadamente realizando provas de exame vestibular para
ingresso em estabelecimento de ensino superior ou quando tiver
que comparecer em juízo gera a interrupção do contrato de
trabalho.

Correta e, portanto, o gabarito da questão. Sem problemas,


conforme art. 473, incisos VII e VIII, da CLT. Ver videoaula nº 18.

c) A partir do afastamento do serviço para tratamento de saúde,


em face de doença ou de acidente, independentemente de
guardar relação de causalidade com os serviços prestados, o
empregado tem o respectivo contrato de trabalho suspenso.

Errada, porque em caso de afastamento por doença e/ou acidente


os primeiros quinze dias configuram hipótese de interrupção
contratual. Somente depois, a partir do 16º dia, trata-se de
suspensão contratual, nos termos dos artigos 59 e 60, §3º, da Lei
nº 8.213/1991. Ver videoaulas nº 15 e 18.

d) A subordinação que define e caracteriza a existência da relação


de emprego é a econômica, fundada no reconhecimento jurídico-
institucional da hipossuficiência material do trabalhador.

Errada, porque a teoria da subordinação econômica já se encontra,


há muito, superada na doutrina. Atualmente é pacífico o
entendimento no sentido de que a subordinação existente entre
empregado e empregador é jurídica, decorrente do contrato de
trabalho. Ver videoaula nº 49.

e) A suspensão do empregado por prazo superior a 30 dias


consecutivos, fundamentada em punição disciplinar, não prejudica
a fluência do contrato de trabalho.

Errada, pois a suspensão disciplinar do empregado por prazo


superior a 30 dias consecutivos configura rescisão indireta do
contrato de trabalho, nos termos do disposto no art. 474 da CLT.
Ver videoaula nº 85.

18- Assinale a opção correta.


a) É equiparada ao empregador rural, a pessoa física ou jurídica
que, de forma habitual, em caráter profissional, e por conta de
terceiros, execute serviços de natureza agrária, mediante
utilização do trabalho de outrem.

Correta, nos termos do art. 4 da Lei nº 5.889/1973.

b) A legislação trabalhista estabelece expressamente a


possibilidade de distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador e entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.

Errada, pois, ao contrário, a legislação veda tais distinções (art. 7º,


XXXII, da CRFB/88; art. 6º da CLT). Ver videoaula nº 57, bem como
a deixadinha nº 15.

c) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, é ilícito o desconto salarial do trabalhador frentista,
referente à devolução de cheques sem fundos, ainda quando deixa
de observar as recomendações previstas em instrumento coletivo,
tendo em vista que o desconto descaracterizaria a alteridade
própria da figura do empregador.

Errada, pois contraria o disposto na OJ nº 251 da SBDI-1 do TST.


Ver videoaula nº 193 e deixadinha nº 44.

d) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, a prestação de serviços a mais de uma empresa do
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho,
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho.

Errada, pois contraria o disposto na Súmula nº 129 do TST. Ver


videoaula nº 72.

e) Não se equipara ao empregador rural a pessoa física ou jurídica,


proprietária ou não, que explore atividade industrial em
estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das
Leis do Trabalho.
Errada. Há duas possibilidades de interpretação da assertiva,
porém em ambas a afirmação é incorreta. Em primeiro lugar, sob
uma análise mais técnica, poder-se-ia dizer que a pessoa descrita
pela assertiva não é equiparada ao empregador rural porque é o
próprio empregador rural (art. 3º, caput e §1º, da Lei nº
5.889/1973). Em uma segunda linha de raciocínio, e partindo-se da
premissa de que o legislador trabalhista não prima pelo rigor
técnico (vide a confusão do art. 2º, §1º, da CLT, que arrola
verdadeiros empregadores como “equiparados a empregadores”),
poder-se-ia afirmar que o erro da questão seria o “não” do início
da assertiva. Ver videoaula nº 63.

19- Marque a opção correta.

a) Acaso o trabalhador, durante a semana, não observe os


requisitos da frequência, faltando injustificadamente ao serviço, e
da pontualidade, por iniciar ou terminar o expediente fora do
horário estabelecido, perderá o direito ao descanso semanal e à
sua respectiva remuneração.

Errada, pois se o empregado não é freqüente ou é impontual


durante a semana, perde o direito à remuneração do DSR, mas não
a folga. Neste sentido, o art. 6º da Lei nº 605/1949. A questão
constava da deixadinha nº 25. Ver videoaula nº 244.

b) Na hipótese de empregados com jornada de seis horas, em


razão de cumprirem turnos ininterruptos de revezamento, iniciado
o expediente às 23h e encerrado às 7h30min, o direito ao
adicional noturno se circunscreve ao período compreendido entre
22h e 5h, e, quanto às horas extras, deverão ser computadas a
partir de 5 horas.

Errada, pois o adicional noturno é aplicável às prorrogações do


horário noturno, consoante art. 73, §5º, da CLT, bem como
entendimento jurisprudencial consolidado na Súmula nº 60 do
TST. Além disso, em face da hora noturna reduzida a jornada
normal do empregado termina antes das 5h, razão pela qual tudo
que for trabalhado a mais deverá ser remunerado como hora
extra. Ver videoaula nº 233.
c) Quando o empregado exerce a função de vigilante, na condição
de “folguista”, não tem direito à jornada reduzida de 6 (seis)
horas, mesmo que trabalhe em vários turnos durante a semana,
isso porque a natureza do seu serviço não equivale ao conceito de
turno ininterrupto de revezamento, motivo pelo qual as horas
extras só poderão ser computadas a partir da 8ª (oitava diária) e
44ª (quadragésima quarta) semanal.

Errada, porque não interessa, para enquadramento na hipótese de


turno ininterrupto de revezamento, com jornada normal de 6
horas, a natureza da atividade em si, nem se esta atividade é, por
sua natureza, ininterrupta. Neste sentido, a OJ nº 360 do TST. Ver
videoaulas nº 218 e 219.
d) O motorista de caminhão que cumpre jornada
predominantemente externa não é destinatário das regras
pertinentes à limitação da jornada de trabalho, ainda que sofra
rígido controle de horário pelo empregador, porque, nesse caso,
há apenas a adoção de postura discricionária por parte do
contratante dos serviços.

Errada, pois o motorista somente é dispensado, em princípio, do


controle de jornada, nos termos do art. 62, I, da CLT, dada a
dificuldade de controle do horário de trabalho. Não obstante, se
existe efetivamente tal controle pelo empregador, obviamente
que este controle também deverá ser documentado mediante
controle de ponto. Ver videoaula nº 213.

e) Observando a alteração legislativa promovida em 1994 (Lei n.


8.966), versando sobre os empregados que não estão abrangidos
pelas normas de limitação da jornada de trabalho (art. 62 da CLT),
não mais se considera requisito essencial à configuração do
exercício de gerência a prova do encargo de gestão, com
investidura por meio de mandato legal.

Correta. A Lei nº 8.966/1994 alterou o art. 62, II, da CLT, a partir


do que a doutrina passou a entender que a exceção legal veiculada
pelo dispositivo passou a prescindir do poder de representação, o
qual é formalizado pelo instrumento de mandato. Atualmente,
para que o empregado se enquadre na exceção do art. 62, II, da
CLT, basta que tenha poderes de gestão, dispensado, entretanto, o
poder de representação. Ver videoaula nº 213.

20- Assinale a opção correta.

a) A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas


suplementares, em número não excedente de duas, mediante
acordo escrito ou tácito entre empregador e empregado, ou por
contrato coletivo de trabalho.

Errada, pois o acordo de prorrogação de jornada deve ser


necessariamente escrito, jamais podendo verbal, e muito menos
tácito. Neste sentido, o art. 59, caput, da CLT. Ver videoaula nº
220.

b) Os empregados sob o regime de tempo parcial poderão prestar


horas extras desde que haja prévia autorização do Ministério do
Trabalho.

Errada, pois os empregados sob o regime de tempo parcial (art. 58-


A da CLT) jamais poderão prestar horas extras (art. 59, §4º, da
CLT), sendo que inexiste a possibilidade de autorização do MTE
para tal. Ver videoaula nº 230.

c) Os estabelecimentos com mais de dez trabalhadores terão


obrigatoriamente sistema de anotação da hora de entrada e de
saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver
diariamente assinalação do período de repouso, a cargo do
trabalhador.

Errada, pois o horário de repouso (intervalo intrajornada) deve ser


apenas pré-assinalado, conforme dispõe o art. 74, §2º, da CLT, não
havendo necessidade de assinalação diária pelo empregado. Ver
videoaula nº 210.

d) Não serão descontadas nem computadas como jornada


extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
Correta, nos termos da literalidade do art. 58, §1º, da CLT. Ver
deixadinha nº 20 e videoaula nº 209.

e) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, a concessão do intervalo para repouso e alimentação,
dentro de cada turno, ou o intervalo para descanso semanal,
descaracteriza o sistema de turnos ininterruptos de revezamento
previsto na Constituição.

Errada, porque contraria o disposto na Súmula nº 360 do TST, no


sentido de que a concessão de intervalo dentro de cada turno, ou
descanso semanal, não descaracteriza o sistema de turnos
ininterruptos de revezamento. Ver deixadinha nº 21 e videoaula nº
219.

21- Certo empregado celebrou, com o respectivo empregador,


acordo escrito de compensação de jornada. Entretanto, após a
pactuação, o acordo foi reiteradamente descumprido, diante da
prestação habitual de horas extras, inclusive acima do limite
previsto no acordo, sem que houvesse qualquer compensação de
horário.

Considerando as normas relativas à jornada de trabalho, a situação


hipotética descrita e a jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, assinale a opção correta.

a) O acordo de compensação de jornada poderia ter sido firmado


tacitamente entre empregado e empregador, o que não afetaria
sua validade.

Errada, pois o acordo de compensação de jornada deve ser


firmado expressamente, e por escrito, conforme art. 59, §2º, da
CLT. Ver videoaula nº 225.

b) A prestação habitual de horas extras descaracteriza o acordo de


compensação de horário, tendo o empregado direito ao
pagamento como horas extraordinárias das que ultrapassarem a
duração semanal normal.
Correta, nos termos da Súmula 85, IV, do TST. Ver deixadinha nº
22 e videoaula nº 227.

c) É requisito de validade do acordo de compensação de jornada a


previsão de que, em caso de não-compensação das horas
excedentes, o empregado terá direito a percebê-las com o
adicional de no mínimo 75% (setenta e cinco por cento) do valor da
hora normal de trabalho.

Errada, por ausência de previsão legal no sentido do adicional


mínimo de 75%. Com efeito, dispõe o art. 59, §§ 2º e 3º, da CLT,
que as horas não compensadas deverão ser pagas como
extraordinárias, mas não há menção a adicional superior ao
mínimo legal, qual seja, de 50%. Ver videoaula nº 225.

d) O acordo individual de compensação de horário é inválido,


exigindo a legislação pertinente a celebração via convenção ou
acordo coletivo de trabalho.

Errada, pois é válido, de forma pacífica, o acordo individual para


compensação intrasemanal. Neste sentido, a Súmula nº 85 do TST.
Quanto ao acordo para implantação da compensação além da
semana (“banco de horas”), a questão é polêmica. Ver, a respeito,
as videoaulas nº 225/227.

e) Em caso de força maior para atender à realização ou conclusão


de serviços inadiáveis, poderá o empregador exigir horas extras do
empregado, além do limite legal, contratual ou convencional,
desde que haja previsão nesse sentido em convenção ou acordo
coletivo de trabalho.

Errada, pois no caso as horas extras podem ser compulsoriamente


exigidas pelo empregador, independentemente de qualquer
acordo prévio ou previsão em norma coletiva, nos termos do art.
61, caput, da CLT. Ver videoaula nº 222.

22- Assinale a opção correta.

a) A legislação considera trabalho em regime de tempo parcial


aquele cuja duração não exceda a vinte horas semanais.
Errada, pois o artigo 58-A da CLT define o trabalho como tempo
parcial como sendo aquele cuja duração não exceda a 25 horas
semanais. Ver videoaula nº 230.

b) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, inexistindo instrumento coletivo fixando jornada
diferente, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de
revezamento tem jus ao pagamento apenas do adicional das horas
extraordinárias trabalhadas além da 6ª diária.

Errada, por afrontar o entendimento dominante no TST,


consubstanciado na OJ nº 275 da SBDI-1. Ver videoaula nº 220.

c) O adicional noturno, inclusive quando pago com habitualidade,


detém natureza indenizatória, tendo em vista que tem por
objetivo compensar o desgaste do trabalhador que se ativa em
horário biologicamente destinado a descanso.

Errada, pois o adicional noturno tem natureza salarial (salário-


condição). Neste sentido, a Súmula 60 do TST. Ver videoaula nº
233.

d) O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e


para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de
local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o
empregador fornecer a condução. Para esse fim, considera-se de
difícil acesso o local de trabalho quando há mera insuficiência de
transporte público.

Errado, por afrontar o disposto na Súmula nº 90 do TST. Para o


cabimento das horas in itinere não basta mera insuficiência de
transporte público. Ver videoaulas nº 205/206.

e) Para os empregados que trabalham por dia, semana, quinzena


ou mês, a remuneração do repouso semanal corresponderá à de
um dia de serviço, computadas as horas extraordinárias
habitualmente prestadas.
Correta, pela literalidade do art. 7º, “a”, da Lei nº 605/1949. No
mesmo sentido, a Súmula 172 do TST. Ver videoaula nº 245.

23- Assinale a opção correta.

a) Para o cálculo das férias, deve ser considerada a média dos


salários fixos apurada durante o período aquisitivo, com
integração, também, pela média duodecimal, de outras parcelas
de caráter salarial recebidas habitualmente.

Errada, por afronta ao disposto no art. 142 da CLT. Ver videoaulas


nº 262/263.

b) Pode-se considerar “salário normativo” tanto o menor


parâmetro (valor) definido para certa categoria profissional, por
meio de sentença normativa ou de convenção ou de acordo
coletivo de trabalho, como a equivalência de remuneração entre o
trabalhador temporário e os empregados da mesma categoria da
empresa tomadora dos serviços temporários.

Errada. O “salário normativo” seria, em princípio, aquele menor


parâmetro definido por sentença normativa para determinada
categoria profissional. Entretanto, a expressão tornou-se, na
prática, consagrada também como sinônimo de “salário
convencional”, assim considerado aquele menor parâmetro
definido em instrumetno coletivo de trabalho (ACT ou CCT),
valendo para determinada categoria profissional. A incorreção da
assertiva encontra-se em sua parte final, tendo em vista que a
equivalência da remuneração entre o trabalhador temporário e os
empregados da mesma categoria da empresa tomadora dos
serviços temporários é denominada “salário equitativo”, expressão
consagrada pelo Min. Godinho Delgado. Ver videoaulas nº 156 e
190.

c) São características do salário o caráter alimentar e forfetário, a


disponibilidade relativa, a irrenunciabilidade, a periodicidade, a
intermitência, a tendência à determinação autônoma e a pós-
numeração.
Errada, porque são características do salário o caráter alimentar e
forfetário, a indisponibilidade, a irrenunciabilidade, a
periodicidade, persistência ou continuidade, a tendência à
determinação heterônoma e a pós-numeração. Com efeito, a lei
estabelece mecanismos de proteção ao salário, de forma que
sequer o próprio trabalhador pode dispor de seu direito ao salário.
O salário tem como característica a persistência ou continuidade
dado o fato de que o contrato de trabalho é de trato sucessivo,
pelo que as obrigações (dentre as quais a obrigação patronal de
pagar o salário) renovam-se periodicamente, de forma contínua.
Por fim, a tendência à determinação heterônoma significa que na
maioria dos casos não são as partes contratuais que fixam o salário,
e sim agentes externos, em geral o Estado (mediante a fixação do
salário mínimo) ou os sindicatos, mediante negociação coletiva.
Observe-se que este rol de características foi visivelmente retirado
do “Curso de Direito do Trabalho” do Min. Maurício Godinho
Delgado (8ª ed. 2009, p. 658/661). Ver videoaulas nº 168/169.

d) Tanto no cálculo das férias como da gratificação natalina, deve


ser considerada a integração, pela média, das gorjetas, porquanto,
embora pagas por terceiros, compõem a remuneração do
trabalhador.

Correta, porque tanto as férias quanto o décimo terceiro são


calculados sobre a remuneração, e não sobre o salário do
empregado. Neste sentido, o art. 142 da CLT e o art. 1º, §1º, da
Lei nº 4.090/1962. Ver videoaula nº 167.

e) O décimo terceiro salário é direito de todo empregado,


incluindo os trabalhadores domésticos e os rurícolas, mas não é
devido no caso dos safristas informalmente contratados e na
hipótese de rescisão contratual por culpa recíproca.

Errada. O décimo terceiro salário é devido aos safristas, ainda que


contratados informalmente, à luz o princípio da primazia da
realidade. Da mesma forma, em caso de culpa recíproca é devido o
décimo terceiro salário proporcional, reduzido à metade (Súmula
14 do TST). Ver deixadinha nº 38 e videoaula nº 202.

24- Assinale a opção incorreta.


a) O trabalhador transferido, por ato unilateral do empregador,
para local mais distante de sua residência, tem direito a
suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de
transporte.

Correta, pela literalidade da Súmula 29 do TST.

b) Observado o princípio protetivo, na hipótese de coexistência de


dois regulamentos da empresa, cujas cláusulas revoguem ou
alterem vantagens deferidas, o empregado poderá optar, com
efeitos ex nunc, por um deles, mas sua desistência será retratável,
acaso se comprove que a escolha ocorreu sobre normas menos
favoráveis.

Nesta assertiva a banca fez uma grande confusão com a matéria,


mas de qualquer forma não há como considerá-la correta. A
solução está na interpretação da Súmula nº 51 do TST. Uma das
possibilidades é considerar que a opção pelo regulamento menos
favorável é ilícita, dada a indisponibilidade preconizada pelo art.
468 da CLT. Logo, não seria caso de retratação, mas a opção seria
nula de pleno direito. Outra possibilidade, dependendo da
interpretação que se dê à Súmula 51, seria que a escolha por um
dos regulamentos seria irretratável, posto que o ato
corresponderia à renúncia do empregado às regras do sistema do
outro regulamento (Súmula 51, II). Pensamos que a melhor
interpretação da Súmula, dado o princípio da irrenunciabilidade,
seria a possibilidade de opção por um dos dois regulamentos
apenas para os empregados admitidos quando os dois já existiam.
Para quem já tinha contrato em vigor quando do segundo
regulamento (que veio suprimir direitos anteriormente deferidos)
nada muda. De qualquer forma, sob nenhum ponto de vista a
assertiva pode ser considerada correta. Ver videoaula nº 275.

c) As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não


são consideradas para os efeitos de duração de férias, salvo se o
trabalhador tiver percebido da Previdência Social prestações de
acidente do trabalho ou de auxílio doença por mais de seis meses,
embora descontínuos.
Correta, conforme art. 130, c/c o art. 131, III, c/c o art. 133, IV,
todos da CLT. Ver deixadinha nº 29 e videoaulas nº 252/253.

d) A remuneração percebida pelo empregado à época da


propositura da ação na Justiça do Trabalho serve de base de
cálculo para as férias não concedidas no tempo oportuno.

Correta, nos termos da Súmula 7 do TST. Ver videoaula nº 268.

e) A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço


(FGTS) incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado,
inclusive adicionais eventuais.

Correta, conforme art. 15 da Lei nº 8.036/1990. Ver deixadinha nº


50 e videoaula nº 324.

25- Acerca do instituto das férias, é correto afirmar:

a) a depender da livre conveniência do empregador e da


necessidade do trabalho, serão as férias concedidas em dois
períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias
corridos.

Errada, porque as férias devem ser concedidas, em regra, em um


único período, conforme art. 134 da CLT. Apenas
excepcionalmente admite-se a concessão em dois períodos,
quando então é correto dizer que um deles não poderá ser inferior
a 10 dias corridos. Ver videoaula nº 255.

b) o abono de férias concedido na forma da lei, bem como o


decorrente de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento
empresarial, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
integrarão a remuneração do empregado, independentemente do
valor e para todos os fins.

Errada, porque o abono de férias (conversão de parte das férias em


pecúnia) tem natureza indenizatória, desde que limitado ao valor
correspondente a vinte dias do salário, razão pela qual não integra
a remuneração do empregado para quaisquer fins. Neste sentido, o
art. 144 da CLT. Ver videoaulas nº 265/266.
c) independentemente do tempo de serviço, havendo cessação do
contrato de trabalho, qualquer que seja sua causa, será devido ao
empregado a remuneração em dobro correspondente ao período
de férias cujo direito tenha adquirido.

Errada, pois as férias somente são devidas em dobro quando


vencidas, e não quando simplesmente adquiridas mas ainda não
gozadas, nas hipóteses em que a cessação do contrato de trabalho
se dá antes do fim do período concessivo. Art. 146 da CLT. Ver
videoaula nº 267.

d) a concessão das férias suspende o contrato de trabalho, de


forma que o período respectivo não é computado como tempo de
serviço.

Errada, porque as férias configuram hipótese típica de interrupção


contratual, em que não há prestação de serviço mas há
remuneração e contagem do tempo de serviço. Este cômputo do
período destinado ao gozo de férias como tempo de serviço é
expressamente previsto no art. 130, §2º, da CLT. Ver videoaulas nº
249/150.

e) poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados


de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores,
e os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses
gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se,
então, novo período aquisitivo.

Correta, conforme combinação dos artigos 139/141 da CLT. Ver


videoaulas nº 259/260.

26- Marque a opção correta.

a) Após o advento da Constituição de 1988, foi superada, no


Direito do Trabalho, a regra geral baseada no critério da dispensa
imotivada, motivo pelo qual, nos casos de contratos de duração
indeterminada, com ruptura de iniciativa do empregador, há
necessidade, para a sua validação, da indicação dos motivos que a
ensejaram.
Errada, pois a proteção contra a dispensa arbitrária prevista no art.
7º, I, da CRFB/88, depende de lei complementar que a
regulamente, o que não existe até os dias atuais. Por esta razão,
ainda é admitida no Brasil a denúncia vazia do contrato de
trabalho. Ver videoaula nº 288.

b) Nos contratos a prazo determinado sem cláusula assecuratória


do direito recíproco de rescisão, ocorrendo a chamada extinção
anormal, isto é, quando há antecipação por vontade do
empregador ou do empregado, não há direito ao levantamento do
FGTS.

Errada, pois se a extinção antecipada do contrato a termo ocorre


por iniciativa do empregador terá o empregado direito ao saque do
FGTS. Ver videoaula nº 287.

c) Nos contratos a prazo indeterminado, havendo pedido de


demissão do empregado, devem ser pagos o décimo terceiro
salário proporcional e as férias proporcionais, acrescidas do 1/3
constitucional, mas o trabalhador perde a proteção, de que
eventualmente fosse destinatário, das garantias de emprego, e
ainda deve conceder aviso prévio de 30 (trinta) dias ao
empregador.

Correta, pois as garantias de emprego protegem o empregado


contra despedida arbitrária, não incidindo, por óbvio, quando a
extinção contratual se dá pela vontade do empregado, até porque
o trabalho é livre. Por sua vez, o aviso prévio, na dispensa por
iniciativa do empregado, é obrigação do empregado e direito do
empregador. Neste sentido, a deixadinha nº 36. Ver videoaula nº
289.

d) Nos contratos a prazo determinado, com cláusula assecuratória


do direito recíproco de rescisão, quando há pedido de demissão do
contratado, embora sejam devidas férias proporcionais, acrescidas
do 1/3 constitucional, e décimo terceiro também proporcional ao
período, o trabalhador indenizará o empregador dos prejuízos
decorrentes do rompimento.
Errada, pois a cláusula assecuratória do direito recíproco de
rescisão do contrato por prazo determinado tem como objetivo
exatamente liberar as partes da multa dos artigos 479 e 480,
respectivamente, se a extinção se deu por iniciativa do
empregador ou do empregado. Assim, dispõe o art. 481 da CLT
que existente a “cláusula assecuratória” aplicam-se as mesmas
regras cabíveis na extinção do contrato a prazo indeterminado.
Logo, se a extinção antecipada se deu por iniciativa do empregado,
os efeitos serão idênticos ao de um pedido de demissão. Ver
videoaula nº 287.

e) Nos contratos a prazo determinado, na hipótese de antecipação


empresarial em razão de justa causa do trabalhador, não são
devidas parcelas trabalhistas remanescentes do período.

Errada, pois continuam devidas as parcelas já adquiridas como, por


exemplo, o saldo de salários. Ver videoaula nº 298.

27- Marque a opção incorreta.

a) Havia exclusão dos trabalhadores rurais do tratamento geral da


CLT, mas no sistema constitucional atual há plena paridade jurídica
entre os trabalhadores urbanos e os rurais, embora algumas
especificidades ainda remanesçam.

Correta. A CLT (art. 7º, “b”) excluía de sua proteção o rurícola,


porém a CRFB/88 (art. 7º, caput) igualou trabalhadores urbanos e
rurais quanto aos direitos trabalhistas. Continuam, entretanto,
especificidades no tratamento do trabalhador rural, como, por
exemplo, o intervalo intrajornada concedido conforme os usos da
região. Ver videoaula nº 146.

b) No caso dos trabalhadores rurais, é devido adicional noturno


definido em 25%, nos casos em que houver labor no horário
compreendido entre 21h e 5h, na agricultura, e 20h e 4h, na
pecuária.

Correta, conforme art. 7º da Lei nº 5.889/1973. Ver videoaula nº


148.
c) Em se considerando as empresas de reflorestamento, os
trabalhadores serão considerados rurais, inclusive para eventual
contagem diferenciada do prazo prescricional, quando se ativarem
no campo, exercendo tarefas próprias aos rurícolas.

Errada, tendo em vista que os trabalhadores em empresas de


florestamento e reflorestamento são tidos como rurícolas ainda
que se ativem em área urbana. Neste sentido, foi inclusive
mencionada na videoaula nº 68 uma questão anterior da ESAF.
Ademais, embora a OJ nº 38 da SBDI-1 do TST se refira à
prescrição do rurícola, sabemos que não mais existe, desde a EC
28/2000, diferença de tratamento entre o empregado urbano e o
rurícola em relação à prescrição. Portanto, somente se poderia
falar em contagem diferenciada do prazo prescricional como regra
de transição, para as hipóteses anteriores à referida Emenda. Ver
videoaulas nº 65, 68 e 149.

d) Também aos trabalhadores rurais é obrigatória a concessão de


um intervalo mínimo de 1 (uma) hora para repouso e alimentação,
em caso de trabalho contínuo de duração superior a 6 (seis) horas,
observados os usos e costumes da região.

Correta, conforme art. 5º da Lei nº 5.889/1973, c/c o art. 5º, §1º,


do Decreto nº 73.626/1974.

e) No caso dos trabalhadores domésticos, o FGTS e o seguro-


desemprego estão previstos em norma de caráter dispositivo,
motivo pelo qual dependem de ato voluntário do empregador.

Correta, conforme artigos 3º-A e 6º-A da Lei 5.859/1972. Com


efeito, o FGTS é facultativo para o empregador doméstico, sendo
que somente os empregados domésticos vinculados ao regime do
FGTS (portanto, a partir de liberalidade do empregador) fazem jus
ao benefício do seguro-desemprego. Ver videoaula nº 154.

28- Assinale a única opção que enseja a interrupção do contrato de


trabalho.

a) Licença-maternidade da empregada gestante.


Correta. Quem assistiu às aulas do Curso Completo (videoaulas 14
e 15) ou ao menos se preocupou em dar uma lidinha na Deixadinha
nº 35 acertou a questão sem maiores problemas. Embora a licença-
maternidade tenha algumas peculiaridades, como o pagamento do
salário (salário-maternidade) a cargo da Previdência, a doutrina
dominante, seguida pela ESAF desde sempre, classifica a hipótese
como de interrupção do contrato de trabalho. Ver videoaula nº 20.

b) Eleição para cargo de direção sindical.

Errada, pois se trata de hipótese de suspensão contratual (art. 543,


§2º, da CLT). Observe-se, por oportuno, que a alegação de que
será interrupção se houver previsão contratual ou em norma
coletiva de pagamento dos salários e demais verbas ao empregado
não tem o condão de colocar em dúvida a assertiva. É a regra, e no
caso não comporta este tipo de ilação. Ver videoaula nº 14.

c) Aposentadoria provisória, sendo o trabalhador considerado


incapaz para trabalhar.

Errada, pois se trata de hipótese de suspensão contratual (art. 475,


caput, da CLT, c/c a Súmula 160 do TST, c/c os arts. 43 e 47 da Lei
8.213/91). Ver videoaula nº 15.

d) Atendimento a encargo público, na hipótese de cumprimento de


mandato político eletivo.

Errada, pois é outra hipótese de suspensão contratual (art. 483,


§1º, c/c o art. 472 da CLT). Ver videoaula nº 15.

e) Prisão provisória do empregado.

Errada, porque é hipótese de suspensão contratual (não há


pagamento de salários nem contagem do tempo de serviço). Ver
videoaula nº 15.

29- Assinale a opção incorreta.


a) O instrumento de rescisão do contrato de trabalho ou recibo de
quitação deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao
empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação
apenas relativamente aos valores indicados.

Esta é a alternativa que derrubou muitos candidatos. Engraçado


que vários alunos me mandaram e-mails indicando exatamente o
dispositivo legal em face do qual a alternativa mostra-se errada.
Vejamos o que dispõe o art. 477, §2º, da CLT:

§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer


que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter
especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e
discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às mesmas parcelas.

A diferença é sutil, mas relevante. Com efeito, a quitação se dá,


pela literalidade da CLT, em relação às parcelas constantes do
TRCT, e não aos valores indicados.

No mesmo sentido, a Súmula 330 do TST:

SUM-330 QUITAÇÃO. VALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,


20 e 21.11.2003

A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade


sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos
requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia
liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no
recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor
dado à parcela ou parcelas impugnadas.

I - A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de


quitação e, conseqüentemente, seus reflexos em outras parcelas,
ainda que estas constem desse recibo.

II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a


vigência do contrato de trabalho, a quitação é válida em relação ao
período expressamente consignado no recibo de quitação.
Sérgio Pinto Martins, nos seus “comentários à CLT”, explica:

“É possível afirmar que a Súmula 330 do TST interpretou


corretamente o §2º do artigo 477 da CLT quando não se refere a
parcelas e não a valores, pois é o que está escrito no referido
mandamento legal, embora na redação do citado dispositivo legal
nada se fale sobre eficácia liberatória. A Súmula 41 do TST referia-
se aos valores expressos na quitação, que não é a melhor
interpretação do §2º do artigo 477 da CLT, que trata de parcelas.
Logo, a sua interpretação era contrária ou oposta à lei”. (MARTINS,
Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 14ª Ed. – São Paulo : Atlas, 2010,
p. 489).

A questão é polêmica na doutrina, apresentando basicamente duas


correntes: a primeira, que interpreta o dispositivo (art. 477, §2º)
como se referindo a valores; e a segunda, que interpreta pela
literalidade do dispositivo, como parcelas e não como valores. O
TST já se inclinou no sentido da primeira corrente, mas
posteriormente cancelou a Súmula 41 e editou a 330, que se
refere também a “parcelas”, como a Lei.

É verdade que eu comentei, na aula 304 do Curso Completo, que


“embora a lei se refira à quitação das parcelas, a jurisprudência
tende a considerar a quitação somente em relação aos valores
especificados, notadamente quanto às parcelas que também
vencem ao longo do contrato de trabalho”. Esse ensinamento não
é meu, mas do Prof. Maurício Godinho Delgado (Curso de Direito do
Trabalho, 8ª edição, 2009, p. 1055). Porém, a questão trouxe
outras quatro alternativas cobrando pontos literais da CLT, então o
candidato deveria, a meu ver, interpretar a alternativa “a”
também nos termos literais da CLT.

b) Qualquer compensação no pagamento a que tiver direito o


empregado no ato da homologação da rescisão do contrato de
trabalho não poderá exceder o equivalente a um mês de
remuneração.

Correta. Literalidade do art. 477, §5º, da CLT. Se quiserem


procurar pelo em ovo, não contem comigo. Recebi e-mail de aluno
defendendo que, pela redação da alternativa, seria possível
entender que “o direito à compensação seria do empregado”, o
que estaria incorreto. Ora, aí é questão de Português, e não de
Direito do Trabalho. Pelo pouco que sei da nossa língua, “direito”,
na assertiva, se refere a “pagamento”, e não a “compensação”.
Desculpem-me, mas considero que insistir em outra leitura é muita
“forçação de barra”.

c) Caso o empregador não cumpra as suas obrigações contratuais,


poderá o empregado pleitear em juízo a rescisão do contrato de
trabalho e o pagamento das verbas respectivas, permanecendo ou
não no serviço até decisão final do processo.

Correta. A hipótese de rescisão indireta do contrato de trabalho


pelo não cumprimento de obrigações contratuais é prevista pelo
art. 483, alínea “d”, da CLT. Já vi gente sugerindo a anulação
desta questão porque o art. 483 prevê a possibilidade de
permanência ou não do empregado no serviço somente nas alíneas
“d” e “g” do art. 483, conforme dispõe o §3º do mesmo artigo.
Ora, a hipótese aventada pelo examinador é exatamente a da
alínea “d”, então a assertiva está plenamente compatível com o
texto celetista.

d) Quando o aviso prévio for indenizado pelo empregador, as


parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação devem ser pagas até o décimo dia, contado da data da
notificação da demissão.

Correta, pela literalidade do art. 477, §6º, alínea “b”, da CLT.

e) O ato da assistência pelo sindicato respectivo na rescisão


contratual deve ocorrer sem ônus para o trabalhador e
empregador.

Correta, pela literalidade do art. 477, §7º, da CLT.

30- Marque a opção correta.

a) Em face do princípio da autonomia da vontade, constatando o


trabalhador, após a homologação da rescisão contratual, a
existência de diferenças da indenização compensatória de 40%
sobre o FGTS, em razão de depósitos insuficientes do período
contratual, estará impedido de postulá-las, acaso tenha conferido
ao empregador ampla quitação na transação extrajudicial realizada
para adesão ao plano de demissão voluntária.

Errada. Dada a indisponibilidade que caracteriza, como regra, as


normas trabalhistas, não é permitido ao trabalhador renunciar a
direitos trabalhistas no âmbito extrajudicial, notadamente
mediante os famosos recibos de quitação “plena e irrestrita” dos
direitos trabalhistas. Dessa forma, o plano de adesão voluntária
não tem o condão de substituir a gama de direitos conferidos ao
trabalhador, pelo que se aplicam os mesmos efeitos da dispensa
imotivada, somados a eventuais benefícios normalmente
oferecidos pelo empregador para que o empregado se interesse
pela adesão.

b) O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do


contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um)
ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do
respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do
Trabalho e Previdência Social, salvo no caso em que o documento
seja confeccionado e assinado perante comissão instituída pela
empresa, e formada por representantes dos trabalhadores e da
empregadora.

Errado, tendo em vista a parte final da assertiva. Com efeito, a


comissão de conciliação prévia não tem atribuição para prestar
assistência à homologação da rescisão do contrato de trabalho (art.
477, §8º, CLT). Ver videoaula nº 303.

c) A multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias incide


mesmo nos casos em que a rescisão contratual tenha-se operado
por prática de justa causa pelo trabalhador.

Correta, tendo em vista que o dispositivo aplicável (art. 477, §8º,


CLT) não faz qualquer distinção relativa à modalidade de rescisão
contratual operada, pelo que deve-se interpretar que a multa é
cabível em todos os casos, inclusive na dispensa por justa causa.
Ver videoaula nº 304.
d) O pagamento das parcelas constante do instrumento de rescisão
ou recibo de quitação deverá ser efetuado em até um dia útil nas
hipóteses de término do contrato a prazo e de pedido de
demissão, com dispensa do aviso prévio.

Errada, pois na hipótese de pedido de demissão com dispensa do


aviso prévio o empregador terá até o décimo dia, contado da
comunicação do pedido de demissão, para proceder ao pagamento
das verbas rescisórias devidas, nos termos do disposto no art. 477,
§6º, “a” e “b”, da CLT. Ver videoaula nº 304.

e) Conforme previsão legal pertinente ao tema, no caso de


trabalhador analfabeto, o pagamento das verbas rescisórias poderá
ser realizado em dinheiro ou cheque, acaso o ato seja
acompanhado por duas testemunhas, caso contrário, deverá ser
feito apenas em espécie.

Errada, pois o trabalhador analfabeto deverá receber o seu salário


necessariamente em dinheiro, conforme art. 477, 4º, da CLT. Ver
videoaula nº 304.

31- Assinale a opção correta.

a) O operador portuário é o responsável principal pelo pagamento


dos encargos trabalhistas, das contribuições previdenciárias e
demais obrigações devidas ao trabalhador portuário, enquanto o
órgão gestor de mão-de-obra detém responsabilidade subsidiária
por tais encargos.

Errada, pois o operador portuário e o OGMO são solidariamente


responsáveis pelo pagamento dos encargos trabalhistas e das
contribuições previdenciárias, nos termos do art. 2º, II, §4º, da Lei
nº 9.719/1998. Ver videoaula nº 159.

b) O caráter educativo do trabalho desenvolvido pelo adolescente,


no curso de programa social sob responsabilidade de entidade
governamental ou não governamental sem fins lucrativos, é
descaracterizado quando há participação na venda dos produtos da
atividade exercida.
Errada, por contrariar a literalidade do art. 68, §2º, do ECA. Ver
texto-resumo do Capítulo 28 do Curso Completo.

c) Cabe ao operador portuário efetuar o pagamento da


remuneração pelos serviços executados e das parcelas referentes
a décimo terceiro salário e férias, diretamente ao trabalhador
portuário avulso.

Errada, pois a atribuição em referência é do OGMO, e não do


operador portuário, conforme art. 2º, II, da Lei nº 9.719/1998. Ver
videoaula nº 159.

d) É proibido qualquer trabalho a menores de 14 (quatorze) anos


de idade, salvo na condição de aprendiz, hipótese em que serão
assegurados ao adolescente apenas os direitos trabalhistas.

Errada, porque o trabalho é proibido aos menores de 14 anos


mesmo na condição de aprendiz, sendo lícito o trabalho aos
maiores de 16 anos, e aos maiores de 14 anos, na condição de
aprendiz. Além disso, asseguram-se ao aprendiz não só os direitos
trabalhistas, como também os direitos previdenciários (art. 7º,
XXXIII, da CRFB/88). Ver texto-resumo do Capítulo 28 do Curso
Completo.

e) Salvo em situações excepcionais, constantes de acordo ou


convenção coletiva de trabalho, na escalação diária do trabalhador
portuário avulso deverá sempre ser observado um intervalo
mínimo de onze horas consecutivas entre duas jornadas.
32-Assinale a opção correta.

a) Em caso de aposentadoria concedida pela Previdência Social, o


trabalhador não terá direito a levantar os valores depositados em
sua conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS), devendo aguardar o prazo de três anos a partir da cessação
da última relação de emprego.

Errada, pois a aposentadoria (inclusive a espontânea) é uma das


hipóteses de levantamento da conta vinculada do FGTS, nos
termos do art. 20, III, da Lei nº 8.036/1990. Ver videoaula nº 325.
b) A extinção normal do contrato a termo autoriza o levantamento
dos valores depositados na conta vinculada do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço, salvo se se tratar de trabalhador temporário
contratado na forma da Lei n. 6.019/1974.

Errada, pois também em caso extinção normal do contrato de


trabalho temporário subsiste o direito ao saque do FGTS, por
expressa disposição legal (art. 20, IX, da Lei nº 8.036/1990). Ver
videoaula nº 325.

c) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, o empregado poderá ter direito à indenização em caso
de não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o
recebimento do seguro-desemprego.

Correta, nos termos da Súmula 389, II, do TST. Muitos candidatos


arguiram a nulidade da questão sob o argumento de que esta
alternativa também estaria errada, ante a expressão “poderá”
utilizada pelo enunciado, quando na verdade deveria constar “terá
direito”. Não concordo. Há vários requisitos para que o empregado
faça jus ao benefício do seguro-desemprego, então o simples não
fornecimento da guia não garante o direito à indenização.

d) O trabalhador cujo contrato de trabalho foi extinto por culpa


recíproca tem direito à percepção do seguro-desemprego.

Errada. O trabalhador cujo contrato foi extinto por culpa recíproca


também concorreu para a extinção do contrato, logo não terá
direito ao benefício, que visa àqueles despedidos sem justa causa.
Neste sentido, o artigo 2º, I, da Lei nº 7.998/1990 e a Deixadinha
nº 48.

e) De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, o trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado
nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público (art.
37, § 20, da Constituição) não tem direito ao depósito do FGTS na
conta vinculada, ainda que preservado o direito ao salário.

Errada, por contrariar a literalidade da Súmula 363 do TST.


33 - Acerca do contrato de trabalho e considerando a
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, assinale a opção
correta.

a) A sucessão de empregador é hipótese de alteração objetiva do


contrato de trabalho.

Errada, pois a sucessão de empregadores altera um dos sujeitos da


relação de emprego (o empregador), logo se trata de alteração
subjetiva. O objeto (contrato de trabalho) permanece incólume,
conforme artigos 10 e 448 da CLT. Ver videoaulas nº 73/74.

b) Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo


empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo ao
cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação, tendo em vista
o princípio da estabilidade financeira.

Correta, nos termos da Súmula 372, I, do TST. Ver videoaula nº


182.

c) O fato de o empregado exercer cargo de confiança, ou a


existência de previsão de transferência no contrato de trabalho,
afasta seu direito à percepção do adicional correspondente em
caso de alteração do local da prestação de serviços.
Errada, por contrariar o disposto na OJ 113 da SBDI-1 do TST. Ver
videoaula nº 276.

d) A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado


com habitualidade, durante pelo menos seis meses, assegura ao
empregado o direito à indenização correspondente ao valor de um
mês das horas extras suprimidas para cada seis meses de prestação
de serviço acima da jornada normal.

Errada, pois a Súmula 291 do TST prevê a indenização nos casos


em que o serviço suplementar é prestado com habitualidade
durante pelo menos um ano (e não seis meses), e o valor da
indenização é calculado à razão de um mês das horas extras
suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses
de prestação de serviço acima da jornada normal. Ver videoaula nº
231.
e) A transferência do empregado para o período diurno de trabalho
não implica a perda do direito ao adicional noturno, tendo em vista
o princípio da inalterabilidade contratual lesiva.

Errada, porque o adicional noturno é típica parcela condicional,


podendo ser suprimido em caso de alteração benéfica ao
empregado (alteração para o período diurno). Neste sentido, a
Súmula nº 265 do TST e a Deixadinha nº 23. Ver videoaulas nº 233
e 274.

34- Assinale a opção correta.*

* Embora esta questão tenha sido comentada no artigo de


16.03.2010, resolvi comentá-la novamente, em vista dos fatos
novos surgidos desde então (leia-se “parecer” da ESAF sobre os
recursos interpostos).

a) Tendo em vista os benefícios trazidos ao trabalhador, a empresa


de trabalho temporário pode cobrar importância a título de
mediação, desde que o valor seja proporcional à remuneração
paga.

Errada, por contrariar disposição expressa de lei (art. 18 da Lei nº


6.019/1974). Ver videoaula nº 157.

b) Em caso de falência da empresa de trabalho temporário, a


empresa tomadora ou cliente é responsável subsidiária pelo
recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao
tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens.

Errada, pois a responsabilidade, no caso, é solidária, consoante


dispõe o art. 16 da Lei nº 6.019/1974. Ver Deixadinha nº 40 e
videoaula nº 157.

c) Uma vez reconhecido em juízo o vínculo empregatício, diante


da fraude na contratação por interposta pessoa, fora das hipóteses
legais, o trabalhador tem direito à multa por atraso no pagamento
das verbas rescisórias.
Errada, pois o entendimento ainda dominante é no sentido de que
parcelas rescisórias controvertidas (diretamente ou reflexamente)
não ensejam a obrigação de pagar a multa do art. 477, §8º. Neste
sentido era a OJ 351 do TST, que, entretanto, foi cancelada em
novembro/2009.

Exatamente em virtude de tal cancelamento, a ESAF anulou esta


questão, considerando que a mesma teria duas respostas corretas
(quando, na minha opinião, não tem nenhuma!). Nos termos do
“parecer” divulgado pela ESAF, a anulação da OJ 351 do TST teria
tornado a assertiva correta. Não custa lembrar, entretanto, que o
simples cancelamento de um verbete de jurisprudência,
principalmente se ocorreu recentemente, não significa a mudança
de entendimento da Corte, e sim a tendência à rediscussão de uma
questão até então pacífica.

Desse modo, é extremamente temerária a cobrança de questões


deste tipo em provas de concurso, pois o candidato precisa
adivinhar qual dos posicionamentos jurisprudenciais o examinador
escolheu.

d) É válido o pagamento parcelado das verbas rescisórias desde


que haja previsão nesse sentido em convenção ou acordo coletivo
de trabalho ou anuência da entidade sindical representativa da
categoria profissional.

Esta alternativa era o gabarito oficial da questão, porém também


está errada! Com efeito, não existe qualquer previsão legal neste
sentido e, ao contrário, a CLT dispõe expressamente a respeito dos
prazos para pagamento das verbas rescisórias, conforme art. 477,
§6º, da CLT.

Tratando-se de norma cogente, o dispositivo não admite a


flexibilização sequer mediante negociação coletiva, até porque
encontra-se fora das hipóteses constitucionais de transação de
direitos trabalhistas mínimos (art. 7º, incisos VI e XIV, da
CRFB/1988).

Neste sentido já decidiu várias vezes o TST (basta dar uma olhada
rápida nas notícias do TST).
No “parecer” divulgado pela ESAF a assertiva foi dada como certa,
com base em julgados isolados do TST. Lamentável! Cabem as
mesmas considerações lançadas em relação à assertiva anterior.

e) É nula de pleno direito a contratação do trabalhador pela


empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido
colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário.

Errada, porque é até mesmo desejável a efetivação do trabalhador


pela tomadora ao fim do contrato de trabalho temporário. Neste
sentido, o art. 11, parágrafo único, da Lei nº 6.019/1974 dispõe
que “será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva,
proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou
cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua
disposição pela empresa de trabalho temporário.”

35- Assinale a opção correta, em relação ao seguro-desemprego.

a) O direito ao seguro-desemprego não é compatível com a


percepção simultânea de qualquer benefício previdenciário de
prestação continuada.

Errada. Embora seja a regra geral, há exceções, como, por


exemplo, o auxílio-acidente (art. 3º, III, da Lei nº 7.998/1990). Ver
deixadinha nº 49.

b) A prova dos valores percebidos durante o período que a lei


define como aquisitivo do seguro-desemprego é que serve de
parâmetro para a definição do valor do benefício, mas que nunca
poderá ser inferior ao salário mínimo.

Errada. O parâmetro para definição do valor do benefício na regra


geral (trabalhadores urbanos e rurais) é a médica aritmética dos
três últimos salários recebidos, e não do período aquisitivo (art. 9º
da Resolução 467/2005). Para o doméstico, o pescador artesanal e
o trabalhador resgatado, o valor do benefício é fixo, igual a um
salário mínimo.
c) Não impede a percepção do benefício do segurodesemprego a
existência de renda própria de que seja destinatário o trabalhador,
desde que de origem privada.

Errada, pois o benefício é incompatível com qualquer outro


rendimento, excetuado os casos dos benefícios previdenciários
expressamente mencionados no art. 3º, III, da Lei nº 7.998/1990.
Neste sentido, o art. 3º, IV, da Lei n 7.998/1990.

d) A legislação define como período aquisitivo do benefício do


seguro-desemprego o de 6(seis) meses imediatamente anteriores à
dispensa, e que se considera devidamente provado com a
percepção de salários de pessoa física ou jurídica.

Errada, pois o período aquisitivo é de 16 meses, conforme dispõe o


art. 4º da Lei nº 7.998/1990.

e) A morte do segurado é causa de cancelamento do benefício do


seguro-desemprego.

Correta, conforme art. 8º, IV, da Lei nº 7.998/1990. Muitos


candidatos se insurgiram contra esta alternativa, sob o argumento
de que os dependentes poderiam receber o benefício devido ao
trabalhador falecido. Não prospera o argumento, porque os
dependentes podem receber apenas parcelas já devidas (mas
ainda não recebidas) quando do falecimento do trabalhador,
conforme dispõe o art. 11 da Resolução CODEFAT nº 467/2005. Em
relação a parcelas ainda não adquiridas, o benefício é realmente
cancelado, conforme assertiva.

36- Constituem situações que autorizam o levantamento, pelo


trabalhador, dos depósitos efetuados na respectiva conta vinculada
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, exceto:

a) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta


anos.

Correta, tendo em vista a literalidade do art. 20, XV, da Lei nº


8.036/1990. Ver videoaula nº 325.
b) rescisão contratual decorrente de força maior ou culpa
recíproca.

Correta, tendo em vista a literalidade do art. 20, I, da Lei nº


8.036/1990.

c) quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver


em estágio terminal, em razão de doença grave, segundo previsão
em regulamento.

Correta, tendo em vista a literalidade do art. 20, XIV, da Lei nº


8.036/1990.

d) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior


a noventa dias, comprovada por declaração do respectivo sindicato
profissional.

Correta, tendo em vista a literalidade do art. 20, X, da Lei nº


8.036/1990

e) despedida voluntária quando o trabalhador tiver tempo de


serviço igual ou superior a um ano.

Errada, pois despedida voluntária (pedido de demissão) não é


hipótese de saque da conta vinculada, por ausência de previsão
legal, e também por contrariar o espírito do FGTS, que é
exatamente garantir a subsistência do trabalhador que perdeu o
emprego involuntariamente. Ver videoaula nº 325.

37- Considerando a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, assinale a opção correta.

a) O adiantamento da gratificação natalina deve ser pago no


mesmo mês para todos os empregados da empresa, sob pena de
desrespeito ao princípio da isonomia salarial.

Errada, por contrariar a literalidade do art. 2º, §1º, da Lei n

º 4.749/1965.
b) Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos
salários, sendo, porém, lícito o desconto em caso de dano causado
pelo empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada
ou na ocorrência de dolo ou culpa do empregado.

Errada, pois o desconto é lícito em caso de dolo,


independentemente de estipulação contratual, mas não prescinde
da autorização do empregado em caso de culpa, conforme art.
462, §1º, da CLT.

c) Impede o reconhecimento do direito à equiparação salarial a


existência de quadro de pessoal organizado em carreira, que será
válido apenas quando homologado pelo Ministério do Trabalho,
excluindo-se dessa exigência as entidades da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios .

Embora o gabarito oficial seja letra “D”, não consegui identificar


erro nesta alternativa, tendo em vista o disposto no art. 461, §2º,
da CLT, c/c a Súmula nº 6, I, do TST.

Depois que postei este texto, vi muita gente dizendo, nos mais
diversos sítios, que o erro estaria em “administração indireta”,
posto que a Súmula em referência não dispõe assim, ao menos
expressamente. Não concordo! Vejamos os ensinamentos do
Ministro Maurício Godinho Delgado:

“Exige, contudo, a jurisprudência, que esse quadro seja


homologado pelo Ministério do Trabalho (Súmula 6, I, TST),
exigência que deve ser compreendida como, obviamente, dirigida
apenas a empresas privadas. É que, em se tratando de empresas
vinculadas à Administração Indireta Federal, a mesma
jurisprudência já pacificou que a homologação far-se-á pelo órgão
administrativo próprio (antigo Enunciado 231; Súmula 6, I, TST).
Esse mesmo critério de homologação pelo órgão – ou autoridade –
administrativo próprio, e não pelo Ministério do Trabalho, aplica-se
também a entidades estaduais, distritais ou municipais, sob pena
de agredir-se o princípio constitucional da autonomia
administrativa, que favorece tais entidades político-administrativas
(art. 18, caput, CF/88)” (DELGADO, Maurício Godinho. Curso de
Direito do Trabalho. – 8ª Ed – São Paulo: LTr, 2009, p. 741.)

Ora, a razão de ser da exceção é exatamente a


característica/prerrogativa do ato administrativo conhecida por
“presunção de legitimidade”, segundo a qual os atos
administrativos, quando editados, trazem consigo a presunção de
que nasceram em conformidade com a lei. Portanto, defender que
a exceção somente se aplicaria à administração direta seria o
mesmo que sustentar, de forma absurda, que a administração
indireta não pratica atos administrativos, ou que, se o faz, estes
atos têm características diferentes daqueles praticados pela
administração direta.

d) O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo,


assinado pelo empregado, tendo força de recibo o comprovante de
depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de
cada empregado, com o consentimento deste, em
estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.

Está correta, conforme art. 464 da CLT, e é o gabarito oficial da


questão. Entretanto, além de existir outra alternativa correta, qual
seja, a letra “C”, ressalte-se que o enunciado da questão induziu o
candidato a erro ao mencionar “considerando a jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho”. Ora, se há duas alternativas certas
(“C” e “D”), e apenas uma delas traz consigo preceito decorrente
de Súmula do TST, ao passo que a outra transcreve dispositivo
legal (art. 464 da CLT), seria razoável que o candidato escolhesse a
que melhor satisfizesse o comando do enunciado, que, no caso, é a
letra “C”.

e) O salário deve ser pago no lugar da contratação do trabalhador,


ainda que a prestação de serviços ocorra em outra localidade.

Errada, pois o salário deve ser pago no local de trabalho, conforme


art. 465 da CLT.

Portanto, a questão deveria ser anulada ou, quando menos, ter o


gabarito alterado para letra “C”.
38- Assinale a opção correta.

a) A hipossuficiência econômica do empregado, que fundamenta o


direito do trabalho e a relação de emprego, torna recomendável
que, em determinadas hipóteses, o empregador limite a liberdade
dos empregados de dispor do seu salário.

Errada, pois somente a lei pode limitar o poder de disposição do


salário por parte do empregado. Ver videoaula nº 190.

b) Em relação às utilidades concedidas pelo empregador, não será


considerado salário o fornecimento de educação, compreendendo
os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e
material didático, salvo quando concedida em estabelecimento
próprio do empregador, hipótese em que terá natureza salarial.

Errada, tendo em vista a última parte (“salvo quando concedida


em estabelecimento próprio do empregador, hipótese em que terá
natureza salarial”), que inclui restrição não prevista em lei e,
inclusive, contrária ao disposto no art. 458, §2º, da CLT. Ver
videoaula nº 174.

c) O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do


trabalho, não deve ser estipulado com periodicidade superior à de
um mês, inclusive no que diz respeito a comissões, percentagens e
gratificações.

Errada, porque a modalidade de fixação do salário com base em


comissões, percentagens e gratificações constitui exatamente a
exceção à regra geral de estipulação do salário com periodicidade
máxima mensal, nos termos do art. 459, caput, da CLT. Ver
videoaula nº 190.

d) Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente


dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for
cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a
qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados.

Correta, nos termos da literalidade do art. 457, §3º, da CLT. Ver


videoaula nº 182.
e) Com relação às comissões decorrentes de transações realizadas
por prestações sucessivas, o término das relações de trabalho
afasta o direito do empregado à percepção das comissões e
percentagens restantes.

Errada, por contrariar o disposto no art. 466, §2º, da CLT. Ver


videoaula nº 182.

39- Acerca da intermediação de mão-de-obra (terceirização), é


correto afirmar:

a) salvo nos casos previstos em lei, é ilegal a contratação de


trabalhadores por empresa interposta, por isso, nas
intermediações ilícitas de mão-de-obra, devem ser consideradas
responsáveis solidárias pelo adimplemento dos débitos trabalhistas
tanto a prestadora quanto a tomadora dos serviços, ainda que esta
última seja ente pertencente à Administração Pública.

Errada. Sob um primeiro aspecto, poder-se-ia defender que na


terceirização ilícita o vínculo se forma diretamente com o tomador
dos serviços, razão pela qual não seria o caso de responsabilização
solidária, e sim de mera responsabilização direta do tomador dos
serviços. Neste sentido, a literalidade do item I da Súmula 331 do
TST. Por sua vez, há corrente doutrinária cada vez mais
prestigiada no sentido de que no caso de terceirização ilícita, como
é o caso, ocorre a responsabilidade direta do tomador, nos termos
da Súmula 331, I, do TST, mas o prestador de serviços (terceiro)
responderia solidariamente, tendo em vista que se obrigou por sua
conta e risco, não podendo alegar a própria torpeza em seu
benefício. De qualquer sorte, a alternativa está errada, pois não
existe previsão legal de responsabilização solidária da
Administração Pública, sequer nas hipóteses de terceirização
irregular. A jurisprudência, consolidada na Súmula 331 do TST, é
remansosa em considerar inviável o reconhecimento de vínculo
direto com a Administração Pública em casos de terceirização
irregular (dada a regra do concurso público), caso em que é devido
somente o salário e o FGTS (Súmula 363), e não o total dos direitos
trabalhistas. A jurisprudência reconhece a possibilidade de
responsabilização subsidiária da Administração, mas não a
solidária. A redação da assertiva não é das mais felizes, mas era
perfeitamente possível acertar a questão buscando a “mais
correta”, ou a “menos errada”, como queiram. Ver videoaulas nº
92/93.

b) a chamada Lei do FGTS (8.036/90) faz referência à relação


trilateral terceirizante ao englobar na definição de empregador as
figuras do prestador e do tomador de serviços,
independentemente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária
que lhes sejam reconhecidas.

Correta. De fato o art. 15, §1º, da Lei nº 8.036/1990, faz


referência a tal relação trilateral. No mesmo sentido, Godinho
Delgado (Curso de Direito do Trabalho, 9ª Ed. 2010, p. 420). Mais
uma vez se percebe a predileção da ESAF pela doutrina do Min.
Godinho Delgado...

c) constatada a existência de fraude na atuação de cooperativa de


trabalho, intermediadora de mão-de-obra, o vínculo de emprego
se forma com a tomadora final do serviço, sem prejuízo da
responsabilidade subsidiária da prestadora.

Errada. O vínculo não se forma diretamente com tomadora se esta


for a Administração Pública (Súmula 331, II, do TST). Ademais,
sendo a tomadora empresa privada, o vínculo se formará
diretamente com ela (Súmula 331, I, do TST), mas a prestadora,
caso considerada responsável, o será solidariamente, e não apenas
subsidiariamente. Ver videoaula nº 110.

d) nos casos de intermediação de mão-de-obra, há restrição ao


alcance da responsabilidade subsidiária do tomador de serviços,
especialmente em se tratando de ente da Administração Pública,
porque nela não poderão estar compreendidas as multas por
atraso no pagamento de verbas rescisórias de que tratam os arts.
467 e 477, ambos da CLT.

Errada, porque a responsabilização subsidiária, nos casos de


terceirização lícita, é irrestrita, alcançando inclusive entes da
Administração Pública. Neste sentido, a Súmula nº 331, IV, do TST.
Ver videoaulas nº 94 e 110.
e) por expressa disposição legal, consideram-se lícitas as atividades
terceirizadas para atender aos serviços de limpeza e conservação e
de vigilância bancária, motivo pelo qual, nesses casos, é
recomendável a contratação da mão-de-obra por meio de
cooperativas de trabalho regularmente constituídas.

Errada, a uma porque os serviços de vigilância bancária devem ser


prestados necessariamente por empresa especializada, nos termos
da Lei nº 7.102/1983, e a duas porque as chamadas “cooperativas
de mão-de-obra” constituem, quase sempre, fraude à lei, por se
divorciarem dos princípios do cooperativismo, razão pela qual é,
ao contrário do quanto mencionado na assertiva, recomendável
que a contratação não se dê por meio de cooperativa de trabalho,
e sim através de empresas especializadas, que possibilitem se
alcance o escopo da terceirização, que é o fornecimento de
atividade e não de trabalhadores. Ver videoaulas nº 92/97.

40- Marque a opção correta, considerando os temas da prescrição


e da decadência no Direito do Trabalho.

a) A prescrição, no Direito do Trabalho, que equivale à perda de


uma faculdade processual, tem seus prazos definidos tanto em
fonte heterônoma como autônoma.

Errada, porque os prazos prescricionais são definidos sempre em


lei (em sentido estrito), portanto em fonte heterônoma, não
podendo ser derrogados pela vontade das partes, sequer em
benefício do trabalhador. Neste sentido, o art. 162 do Código Civil.

b) De acordo com a previsão legal que rege o tema, na hipótese de


incapacidade civil originária, em razão da faixa etária, os prazos
prescricionais trabalhistas ficam suspensos, e nos casos de
incapacidade civil superveniente eles são interrompidos.

Errada, porque nos casos de incapacidade civil originária há


impedimento do fluxo do prazo prescricional, ao passo que nos
casos de incapacidade civil superveniente há suspensão do prazo
prescricional.
c) O juiz pode conhecer de ofício da decadência tanto quando
estabelecida por lei como na hipótese de previsão contida em
norma de produção autônoma.

Errada, pois o juiz só pode conhecer de ofício da decadência


prevista em lei, não podendo fazê-lo se estabelecida por
convenção entre as partes. Neste sentido, os artigos 210/211 do
Código Civil.

d) Como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),


embora direito trabalhista em sentido estrito, também guarda as
características de típico fundo social, a prescrição do direito de
reclamar as diferenças reflexas geradas pelo não-pagamento de
horas extras é de trinta anos, mas desde que observado o de dois
anos após o término do contrato de trabalho ou o advento da
aposentadoria.

Errada, porque o acessório segue o principal. Assim, às diferenças


reflexas aplica-se o prazo prescricional aplicável à parcela
principal. No caso (horas extras), cinco anos, observado o prazo de
dois anos após a extinção do contrato. Neste sentido, a Súmula 206
do TST.

e) Considera-se de decadência o prazo de 180 dias estabelecido


por determinada empresa para a adesão ao seu Plano de Demissão
Incentivada, que prevê acréscimos financeiros específicos e
vantajosos para o desligamento dos empregados.

Correta. Este é o entendimento doutrinário majoritário (por todos,


Godinho Delgado). Ver videoaula nº 08.

41- Acerca das convenções e acordos coletivos do trabalho, é


correto afirmar:

a) acordo coletivo é o contrato de caráter normativo pelo qual dois


ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito
das respectivas representações, às relações individuais de
trabalho.
Errada, porque o ACT se caracteriza pela participação de apenas
um sindicato, qual seja, o dos trabalhadores (categoria
profissional), enquanto o empregador não é representado por
sindicato. Neste sentido, o art. 611, §1º, da CLT.

b) em relação a categorias econômicas e profissionais


inorganizadas em sindicatos, as federações e, na falta destas, as
confederações representativas poderão celebrar convenções
coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas
vinculadas, no âmbito de suas representações.

Correta, ante a literalidade do art. 611, §2º, da CLT.

c) de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, o depósito da convenção ou do acordo no órgão
competente do Ministério do Trabalho é condição de validade da
norma coletiva.

Esta questão é muito controvertida, tanto na doutrina quanto na


jurisprudência. Pelos que defendem a correção da assertiva, a
literalidade do art. 614, §1º, da CLT, e a OJ nº 34 da SDC do TST.
Na doutrina há duas correntes contrapostas, sendo que a primeira
defende a não recepção do art. 614 pela CRFB/88, dada a vedação
constitucional à interferência estatal na atividade sindical, ao passo
que a segunda defende a recepção e a validade do dispositivo, mas
ressalva que a norma coletiva vale, desde já, entre as partes,
servindo o depósito apenas para fins de publicidade e efeitos erga
omnes.

Embora a questão não seja explorada de forma mais aprofundada


pela doutrina trabalhista, acredito que a solução estaria na teoria
da norma jurídica, mais precisamente no estudo dos planos da
validade, da existência (vigência) e da eficácia. Assim, a norma
coletiva seria válida desde a pactuação, mas teria sua vigência
condicionada ao simples depósito no órgão local do Ministério do
Trabalho, e ao transcurso de três dias contados do protocolo.
Portanto, sob este aspecto a assertiva é incorreta.

Ademais, é verdade que o TST tem decidido no sentido da


prescindibilidade da formalidade do art. 614 da CLT para fins de
validade da norma coletiva, mas tal entendimento ainda não foi
sumulado, e de certa forma contraria o disposto na OJ 34 da SDC
do próprio Tribunal.

Na dúvida, cabia ao candidato escolher a alternativa menos


duvidosa, que sem nenhuma dúvida é a da letra “b”, que reproduz
literalmente o art. 611, §2º, da CLT.

d) as condições estabelecidas em convenção, quando mais


favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo e, de
acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, em
caso de conflito entre acordo e convenção, deve o intérprete
valer-se da teoria da acumulação, identificando em cada norma
coletiva as cláusulas que sejam benéficas aos trabalhadores,
aplicando-as separadamente das demais.

Errada, pois o entendimento predominante na jurisprudência é


pela utilização do critério do conglobamento, e não da
acumulação.

e) de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, as condições de trabalho firmadas em sentença
normativa, acordo ou convenção vigoram inclusive após o seu
prazo de vigência, incorporando-se, de forma definitiva, ao
patrimônio jurídico dos empregados representados.

Errada, pois a jurisprudência é pacífica no sentido de que as


cláusulas de normas coletivas ou sentença normativa não aderem
ao contrato de trabalho, valendo apenas durante o prazo fixado
(art. 614, §3º, da CLT). Ver deixadinha nº 52.

42-Assinale a opção incorreta.

a) Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços,


empresas, instituições, associações, órgãos e entidades de
qualquer natureza ou finalidade ficam obrigados a franquear, aos
Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso aos estabelecimentos,
respectivas dependências e locais de trabalho e, desde que
notificados com antecedência mínima de vinte e quatro horas,
exibir os documentos e materiais solicitados para fins de inspeção
do trabalho.

Incorreta, tendo em vista a parte final (“desde que


notificados...”), que contraria o disposto no art. 630, §3º, da CLT,
c/c os artigos 9º e 14 do RIT.

b) Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa


será dividido em circunscrições, que, por sua vez, poderão ser
divididas em áreas de inspeção, pelas quais os Auditores-Fiscais do
Trabalho serão distribuídos de acordo com sistema de rodízio,
efetuado em sorteio público.

Correta, nos termos dos artigos 4º e 5º do RIT.

c) Os Auditores-Fiscais do Trabalho integram o Sistema Federal de


Inspeção do Trabalho e são subordinados tecnicamente à
autoridade nacional competente em matéria de inspeção do
trabalho.

Correta, conforme artigos 2º e 3º do RIT.

d) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho propor a interdição


de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento,
ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação
de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do
trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a
situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas
que deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do
trabalho.

Correta, nos termos do art. 18, XIII, do RIT.

e) Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e


advertir as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho e os
trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e
observarão o critério da dupla visita quando se tratar de primeira
inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente
inaugurados.
Correta, conforme art. 23 do RIT.

43- Assinale a opção incorreta.

a) O processo especial para ação fiscal poderá ser instaurado de


imediato pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, independentemente de
anuência da chefia imediata, quando concluir pela ocorrência de
motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o
cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor
econômico sujeito à inspeção do trabalho.

Incorreta, pois o procedimento especial para ação fiscal depende


sempre de anuência da chefia imediata, inclusive na hipótese da
assertiva. Neste sentido, a literalidade do art. 28, caput, do RIT.

b) O levantamento técnico das condições de segurança nos locais


de trabalho, com vistas à investigação de acidentes do trabalho; o
levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de
frequência e gravidade dos acidentes; e a avaliação quantitativa ou
qualitativa dos riscos ambientais são atividades auxiliares de apoio
operacional à inspeção do trabalho, sendo desenvolvidas pelos
Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho.

Correta, conforme art. 31, incisos I, II e III, do RIT.

c) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo território


nacional, verificar o cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à saúde do
trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em
especial os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social
e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Correta, conforme art. 18, I, do RIT.

d) O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de


especialistas e técnicos devidamente qualificados, bem como
recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou
credenciados, com o objetivo de assegurar a aplicação das
disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde
no trabalho.
Correta, conforme art. 22 do RIT.

e) As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as


exploradas pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, bem
como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o
trânsito, concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho
e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, dentro do
território de exercício da sua função, diante da apresentação da
Carteira de Identidade Fiscal, estando abrangida pelo passe livre a
travessia realizada em veículos de transporte aquaviário.

Correta, conforme art. 34 do RIT.

44- Acerca da inspeção do trabalho e do processo de multas


administrativas, é correto afirmar:

a) comprovada a má-fé do agente de inspeção, quanto à omissão


ou lançamento de qualquer elemento no livro empresarial
“Inspeção do Trabalho”, responderá ele por falta grave no
cumprimento do dever, ficando passível, desde logo, da pena de
advertência, instaurando-se, facultativamente, em caso de
reincidência, inquérito administrativo, a depender da
discricionariedade do Delegado do Trabalho.

Errada, porque a pena é de suspensão de até 30 dias, e porque a


instauração do inquérito administrativo, em caso de reincidência,
é obrigatória. Neste sentido, o art. 628, §3º, da CLT.

b) o auto de infração terá seu valor probante condicionado à


assinatura de duas testemunhas ou do infrator e será
obrigatoriamente lavrado no local da inspeção.

Errada, por contrariar o disposto no art. 629, §1º, da CLT.

c) qualquer funcionário público da administração federal, estadual


ou municipal, bem como o representante legal de entidade sindical
podem comunicar à autoridade competente do Ministério do
Trabalho as infrações que verificar à legislação de proteção
trabalhista.
Correta, conforme art. 631 da CLT.

d) uma vez lavrado o auto de infração, poderá o autuado requerer


a audiência de testemunhas e as diligências que entender
necessárias à elucidação do processo, não podendo a autoridade
competente indeferir as provas requeridas.

Errada, pois a autoridade competente pode indeferir as provas


requeridas, conforme dispõe o art. 632 da CLT.

e) de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e


do Tribunal Superior do Trabalho, o seguimento do recurso
interposto contra decisão que impuser multa por infração da
legislação trabalhista dependerá de o interessado instruí-lo com a
prova do depósito do valor da penalidade.

Errada, pois a exigência do depósito prévio constante do 636, §1º,


da CLT, foi afastada pelo STF, nos termos da Súmula Vinculante nº
21. No mesmo sentido, a Súmula 424 do TST. Ver deixadinha nº
60.

45- Assinale a opção incorreta.

a) A ideia de certo nível de desterritorialização dos direitos


humanos está presente tanto na Convenção Americana de Direitos
Humanos quanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos
porque, no primeiro caso, considera-se explicitamente que os
direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser
ela nacional de determinado Estado e, no segundo, há previsão de
que todo indivíduo tem direito em todo lugar ao reconhecimento
da sua personalidade jurídica.

Correta, porque adequada a uma das principais características dos


direitos humanos, que é a universalidade. Aliás, a diferença
estabelecida entre direitos humanos e direitos fundamentais pela
doutrina é exatamente que os primeiros seriam direitos
supranacionais, garantidos a todo ser humano, enquanto os últimos
são direitos assegurados pela ordem jurídica interna de cada
Estado. Logo, os direitos humanos devem ser respeitados em
qualquer lugar do mundo onde se encontre um cidadão de
qualquer nacionalidade.

b) Nos termos do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal


Federal, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
ratificada pelo Brasil, possui status supralegal, formal e
materialmente, e suas normas devem ser projetadas sobre as
relações jurídicas com efeitos ex tunc.

Incorreta. Realmente o STF alterou recentemente seu


entendimento até então consolidado, passando a conferir à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos status supralegal
(inferior à Constituição, mas superior à legislação
infraconstitucional, portanto “paralisante” da aplicabilidade das
normas infraconstitucionais em sentido contrário). Neste sentido, é
interessante ler o inteiro teor do acórdão do RE 466343-SP, que
contém longa e pormenorizada discussão sobre o tema. Não
obstante, a alternativa está incorreta porque os efeitos destas
normas internacionais não são retroativos (ex tunc), mas operam a
partir da ratificação da norma pelo direito interno (ex nunc). Aliás,
esta é a regra geral da aplicabilidade das leis (eficácia imediata e
não retroativa), regra esta cujo conhecimento seria suficiente para
resolver a questão toda.

c) O Supremo Tribunal Federal no Brasil assentou o entendimento,


inspirado nos termos da Convenção Americana de Direitos
Humanos, de que é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade de depósito.

Correta, conforme Súmula Vinculante nº 25, publicada dias antes


da publicação do edital do concurso.

d) Segundo consta na Convenção Americana de Direitos Humanos,


ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou
obrigatório, mas isto não significa, ainda nos termos da convenção,
que esteja vedada a pena privativa de liberdade acompanhada de
trabalhos forçados, embora a pena do trabalho forçado não deva,
na sua execução, afetar a dignidade do condenado, e tampouco a
sua capacidade física e intelectual.
Correta, conforme art. 6º da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos.

e) A Convenção Americana sobre Direitos Humanos prevê, como


um dos órgãos competentes para conhecer de assuntos
relacionados com o cumprimento dos compromissos assumidos
pelos Estados-partes, a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
que, como regra, não deve ter, em sua composição, dois juízes da
mesma nacionalidade.

Correta, conforme art. 52 da Convenção em referência.

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