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Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA

ASPECTOS AMBIENTAIS DE UMA REFINARIA E RESPECTIVAS FORMAS DE


CONTROLE

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

ASPECTOS AMBIENTAIS DE UMA REFINARIA E RESPECTIVAS FORMAS DE


CONTROLE

ELOISIA B. A. P. COELHO

Equipe Petrobras Petrobras / Abastecimento UN s: Repar, Regap, Replan, Refap,


RPBC, Recap, SIX, Revap

CURITIBA 2002

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

333.72 C672

Coelho, Eloisia B. A. P. Curso de formação de operadores de refinaria: aspectos


ambientais de uma refinaria e respectivas formas de controle / Eloisia B. A. P. Coelho.
Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002. 46 p. : il. color. ; 30 cm. Financiado pelas
UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC, RECAP, SIX, REVAP.

1. Meio ambiente. 2. Refinaria. 3. Resíduos. 4. Controle. I. Título.

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

Apresentação É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você. Para
continuarmos buscando excelência em resultados, diferenciação em serviços e
competência tecnológica, precisamos de você e de seu perfil empreendedor. Este projeto
foi realizado pela parceria estabelecida entre o Centro Universitário Positivo (UnicenP)
e a Petrobras, representada pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais
pedagógicos que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria. Estes
materiais módulos didáticos, slides de apresentação, planos de aula, gabaritos de
atividades procuram integrar os saberes técnico-práticos dos operadores com as teorias;
desta forma não podem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado pela flexibilidade
exigida pelo porte e diversidade das unidades da Petrobras. Contamos, portanto, com a
sua disposição para buscar outras fontes, colocar questões aos instrutores e à turma,
enfim, aprofundar seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras. Nome: Cidade: Estado: Unidade: Escreva uma frase para acompanhá-lo
durante todo o módulo.

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

Sumário

1 ASPECTOS AMBIENTAIS DE UMA REFINARIA DE PETRÓLEO, FORMAS DE


CONTROLE E ATUAÇÃO DO OPERADOR . 7 1.1 Introdução . 7 1.2 Evolução dos
conceitos sobre proteção ambiental. 7 1.3 O Planeta Terra e seus Recursos Ambientais
(Naturais) . 8 1.4 Poluição Ambiental. 13 1.4.1 Poluição química . 13 1.4.2 Poluição
Térmica . 14 1.4.3 Poluição Radiativa . 14 1.4.4 Poluição Sonora . 15 1.4.5 Poluição
Biológica . 15 1.5 Legislação Ambiental . 15 1.6 Monitoramento Ambiental . 18 1.7
Efluentes Atmosféricos . 18 1.7.1 Sistema de Contaminação do ar . 18 1.7.2
Contaminantes Atmosféricos . 19 1.7.3 Aspectos atmosféricos da contaminação do ar .
20 1.7.4 Os efeitos da contaminação do ar . 22 1.8 Efluentes Hídricos. 24 1.8.1
Principais fontes de poluição hídrica em uma refinaria . 24 1.8.2 Principais
contaminantes encontrados nos efluentes hídricos de uma refinaria . 25 1.8.3
Segregação de efluentes hídricos . 26 1.8.4 Tratamentos Localizados . 26 1.8.5 Estação
de Tratamento de Efluentes Hídricos ETEH . 27 1.8.6 Tratamentos
Secundários/Terciários . 29 1.9 Resíduos Sólidos . 32 1.9.1 Introdução . 32 1.9.2
Resíduos Sólidos . 33 1.9.3 Gerenciamento de resíduos sólidos . 33 1.9.4 Alternativas
de Disposição . 34 1.10 Atuação do Operador . 40 6

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Aspectos Ambientais de uma Refinaria de Petróleo, Formas de Controle e Atuação do


Operador

1.1 Introdução

O homem, hoje, mais do que nunca, deve estar atento às alterações por ele provocadas
no meio ambiente. Deve preocupar-se efetivamente, quando constatar qualquer
rompimento, do equilíbrio, com a natureza, perseguindo, então, soluções criativas e
exeqüíveis. Assim é necessário ter sempre em mente que toda ação inteligente deve ser
pensada e planejada antes de ser praticada. Toda atividade humana deve, portanto,
buscar, como finalidade, o bem estar da comunidade, e, desta forma, torna-se óbvio que
o conhecimento minucioso do ambiente em que vivemos constitui matéria de relevante
interesse. Surge, então, à necessidade do respeito e culto à Ecologia, que deve ser posta
entre as primeiras áreas no ramo das ciências. A Ecologia estuda, entre outros assuntos,
a estrutura e o desenvolvimento das comunidades em suas relações com o meio
ambiente e sua conseqüente adaptação a ele. Estuda, ainda, os aspectos a partir dos
quais os processos tecnológicos ou os sistemas de organização social interagem com as
condições de vida do homem. A experiência constatou que a capacidade do homem em
prever as conseqüências de um empreendimento em relação ao meio ambiente, até há
pouco tempo, era muito limitada. Algumas vezes, esta preocupação era relegada a um
plano secundário. Como conseqüência, o avanço tecnológico, sem preocupação
ecológica provocou, muito freqüentemente, a alteração dos elementos naturais,
atingindo, por vezes, situações irreversíveis, aniquilandose bens essenciais à
preservação da espécie. A sociedade, estruturada sobre o conceito de que os valores
econômicos predominavam sobre todos os demais, começa a se modificar pela própria
conscientização do homem, no sentido de que toda alteração do meio ambiente deve
sempre concorrer para a melhoria das condições de vida presente e das gerações futuras.

Torna-se assim imperiosa, a qualquer custo, a manutenção do equilíbrio entre o homem


e a natureza, como condição única de preservação e melhoria da qualidade de vida. Para
tanto, deve-se agir de forma ordenada, visando controlar ou eliminar os agentes
modificadores do meio ambiente. Esta filosofia de ação traduz a convicção de que a
atividade industrial, bem equacionada, não é incompatível com a preservação do meio
ambiente. A indústria será uma contribuição à qualidade de vida do homem, desde que
orientada para tal. Tendo em vista as presentes considerações, é primordial que o
homem exercite seus conhecimentos técnicos imensos para aplicá-los em benefício de
sua própria sobrevivência, pois como a natureza não é uma fonte inesgotável de
riquezas, deve ser preservada permanentemente.

1.2 Evolução dos conceitos sobre proteção ambiental

No período pós-guerra, a maior preocupação era a retomada do crescimento econômico,


a reconstrução dos países que sofreram grandes perdas e o suprimento de toda uma
demanda reprimida de consumo da população economicamente ativa dos Estados
Unidos. A consciência ecológica era ainda incipiente, priorizava-se a construção de
novas indústrias. Os aspectos ambientais podem ser dividos em quatro fases distintas. O
primeiro movimento na formação de uma consciência ambiental foi a preocupação
sobre os recursos hídricos e o saneamento básico. Este estágio foi denominado de
conscientização. Somente nos anos 70, com o aumento significativo de indústrias
poluidoras do ar e da água e com contaminações acidentais, o mun- 7 do começou a se
preocupar com os efeitos danosos da poluição. A Conferência de Estocolmo (1972)
tratou, basicamente, do controle da poluição do

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ar e da água. Nesta época, surgiram, também, os primeiros organismos oficiais de


controle da poluição. Já no final da década, verificou-se que, apenas com o controle da
poluição, os impactos ambientais não conseguiriam ser evitados. Na década de 80,
iniciou-se a fase de planejamento ambiental, pois somente o controle da poluição gerada
não era mais aceito como alternativa tecnicamente viável e acreditavase que, com um
planejamento adequado, os impactos poderiam ser minimizados. Esta década foi
marcada por grandes desastres ecológicos como o acidente da Union Carbide (em 84, na
Índia), a explosão nuclear em Chénobil (em 86), o grande derramamento de óleo
provocado pelo navio Exxon Valdez (no Alasca, em 89) e pela identificação da
degradação da camada de ozônio. O CONAMA (Conselho Nacional de Meio
Ambiente) passou a exigir o EIA (Estudo de Impacto Ambiental), como instrumento
obrigatório para o licenciamento ambiental de atividades poluidoras ou modificadoras
do meio ambiente, em 1986. A indústria ainda adotava, em sua maioria, uma postura
reativa em todo o mundo. Começaram a surgir as ONG s (Organizações Não
Governamentais) e os partidos verdes, que levantaram a bandeira ecológica e
demonstraram ao mundo que somente o planejamento ambiental também não era
suficiente para se prevenir impactos ambientais danosos à humanidade. Os anos 90
trouxeram a globalização da economia e, por conseguinte, dos conceitos de gestão (por
exemplo, a adoção mundial da série ISO 9000) e também a globalização dos conceitos
relativos ao meio ambiente uma vez que, os aspectos ambientais podem ser globais e
não apenas locais. Iniciou-se a fase do chamado gerenciamento ambiental, ou seja, da
consideração da satisfação da parte interessada da sociedade, como integrante da gestão
empresarial. A conferência do Rio de Janeiro (ECO 92) trouxe o compromisso com o
desenvolvimento sustentável, o tratado da Biodiversidade e o acordo para a eliminação
gradual dos CFC s. Posteriormente, foi editada a primeira norma sobre gestão
ambiental, a BS-7750, de origem britânica. Em 1993, surgiu o Sistema Europeu de 8
Ecogestão e Auditorias (EMAS Environment Management Audit Scheme) e,
finalmente, em 1996, foram aprovadas no Rio de Janeiro as normas ISO 14000,
representando o consenso mundial sobre gestão ambiental.

Nos dias atuais, não se admite mais que uma empresa seja administrada sem que a
questão ambiental seja considerada. Quanto maior o potencial poluidor ou extrativista
das atividades da organização, maior ênfase deve ser dada à questão ambiental. O
mundo vive hoje grandes problemas ambientais, que precisam ser revertidos ou
contidos: Degradação da camada de ozônio; Efeito estufa (devido a CO2, CH4 e NOx);
Perda da biodiversidade (flora e fauna); Poluição do ar (CO, SO2, NOx); Poluição das
águas (superficiais e subterrâneas); Disposição inadequada de resíduos tóxicos e
nucleares; Esgotamento de recursos naturais (combustíveis fósseis, água, florestas);
Lixo urbano; Aumento do consumo de energia. Como elementos formadores de grupos
de pressão para resolução dos problemas podem ser citados: Clientes (já se preocupam
com o potencial de danos dos produtos ao meio ambiente); Investidores (desejam saber
onde estão aplicando seus recursos); Agentes financeiros (exigem avaliação ambiental
para liberar recursos); Seguradoras; Público em geral (cada vez mais consciente); Leis e
Regulamentos (cada vez mais restritivos); ONG s (Organizações não governamentais).

1.3 O Planeta Terra e seus Recursos Ambientais (Naturais)

De uma forma geral, o Planeta Terra pode ser dividido nas seguintes partes: núcleo
(interno e externo), biosfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera.

Crosta consiste nos continentes e nas bacias oceânicas Manto superior Manto inferior
Núcleo externo líquido Núcleo interno

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Admite-se que o núcleo do planeta é constituído de uma esfera de material sólido, muito
denso e muito quente, possivelmente uma liga metálica formada por níquel (Ni) e ferro
(Fe). Seu centro está a 6.350 km de profundidade (no centro do planeta) e tem raio de
cerca de 1.225 km. Nesta região, é impossível a existência de qualquer vida conhecida
atualmente. Saindo um pouco do centro, encontrase o núcleo externo, material líquido
constituído de ferro (Fe) e Sulfeto de ferro II (FeS), ainda muito denso e quente. Esta
região tem uma espessura de aproximadamente 2.260 km. No núcleo externo, também
não há possibilidade de existir vida de acordo com o que se conhece até o presente. A
massa total do núcleo (interno e externo) é estimada em 1,94 x 1024 kg, o que
corresponde a cerca de 32,4% da massa do planeta. Indo em direção à superfície da
terra, encontra-se o manto, cuja espessura corresponde a cerca de 2.875 km. É
constituído, principalmente, de silicatos de ferro e magnésio, mas apresenta também
pequena quantidade de silicatos de cálcio, de alumínio e de sódio. A massa do manto é
estimada em 4 x 1024 kg, o correspondente a 67,2% da massa do planeta. Também não
existe vida no manto terrestre, pois não há água e a temperatura ainda é elevada. A
crosta terrestre é uma fina camada de no máximo 90 km de espessura, que apresenta
grande variedade de materiais. Sua massa é estimada em 2,4 x 1022 kg, ou seja, 0,4%
de toda a massa do planeta. A crosta terrestre, ou litosfera, é constituída de rochas,
minerais, matérias fossilizados e, na parte mais superficial, o solo, formado da mistura
de minerais, materiais orgânicos, tendo como característica a existência de vida. Muitas
vezes, os minerais e matérias fossilizados podem ser encontrados na formação de
jazidas em quantidades suficientes para serem extraídos a custos economicamente
viáveis, e, nesse caso, são chamados minérios. São exemplos de jazidas: Jazidas de
carvão mineral Também conhecido como hulha, o carvão mineral é um dos produtos de
fossilização da madeira. Sólido, preto, opaco, inflamável, seu constituinte principal é o
carbono. As jazidas de carvão distribuemse por todo o planeta e têm diferentes usos,
como a siderurgia e a geração de energia; Jazidas de Petróleo Em algumas regiões do
planeta e a diferentes profundidades,

concentra-se em porosidades de certas rochas um líquido viscoso, quase negro: o


petróleo. No passado, possuia pouca utilidade, era usado para iluminação e
impermeabilização de alguns materiais. Sem ele, o mundo, hoje, quase pararia de
funcionar: praticamente, depende dele toda frota mundial de veículos, assim como
grande parte das indústrias. Há várias hipóteses sobre como o petróleo se formou. As
mais aceitas sugerem que tenha se formado, em um processo muito lento (centenas de
milhares de anos), a partir da decomposição de diversos organismos mortos, associada a
continuas mudanças do ambiente terrestre. Por isso, não se pode esperar, em curto prazo
, a reposição das jazidas que hoje vêm sendo exploradas com rapidez muito maior do
que aquela com que os processos geológicos naturais conseguem repor. O petróleo é
constituído, principalmente, por hidrocarbonetos, que podem ser representados por
CxHy. Alguns exemplos de tais substâncias são o Butano (C4H10), um dos
constituintes do gás liqüefeito de petróleo (GLP) e o isocotano (C8H18), um dos
constituintes da gasolina automotiva. É pelo fato de serem constituídos por compostos
de carbono e hidrogênio, que os componentes do petróleo são bons combustíveis;
Jazidas de Minerais de Ferro Estas jazidas são constituídas de rochas que contêm teores
elevados de minerais de ferro, como a hematita (Fe2O3) e a magnetita (Fe3O4).
Misturados a estes minerais, há outros constituintes das rochas, como, por exemplo,
silicatos diversos, sílica e alumínio. O ferro, tem grande importância industrial, pois
além de seu uso em diversos equipamentos pesados, é matéria-prima para a produção de
vários tipos de aço; Jazidas de Ouro O ouro é um elemento químico elementar, isto é,
encontra-se na natureza sob forma não combinada com outros elementos químicos. Na
verdade, não é encontrado totalmente puro, mas sim misturado, em várias pro- 9
porções, com prata, ferro, cobre, chumbo e zinco. Em estado puro, o ouro é um sólido
amarelo, resistente à corrosão atmosférica e insolúvel em água;
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Jazidas de Argila Componente de granulação mais fina do solo, a argila é formada por
uma mistura heterogênea de muitos materiais em proporções variáveis. Seus principais
componentes são misturas de diversos silicatos e óxidos (de alumínio, magnésio, zinco,
cálcio, potássio). Pode apresentar-se nas cores cinza, preta, vermelha, rosa, amarela,
marrom, verde e branca. Utilizada para a produção de tijolos, telhas, ladrilhos, pisos
cerâmicos e porcelanas. A hidrosfera é constituída pelas águas do planeta que podem ser
subterrâneas e superficiais. Partindo-se do núcleo em direção a superfície, antes de
chegar a esta, são encontradas (águas subterrâneas), formando os lençóis freáticos e
preenchendo os poros de rochas que dão origem aos aqüíferos subterrâneos. Dos lençóis
e aqüíferos subterrâneos, as águas podem caminhar e chegar à superfície (águas
superficiais), se encontrarem falhas, poros ou fraturas em rochas (fontes) ou sendo
captadas artificialmente através de poços. Chegando à superfície terrestre, as águas
ocupam três quartos desta e formam os oceanos, mares, rios, lagos e geleiras. As águas
dos oceanos e mares são salgadas, geralmente transparentes e, às vezes, com odor
peculiar (maresia). As águas de rios e lagos são chamadas de águas doces , ou seja,
possuem baixa salinidade, que se define como a massa de sais dissolvidos por
quilograma de água. As geleiras existentes nos pólos e nos picos das montanhas são
formadas por água em estado sólido, praticamente pura, pois apresentam quantidades
muito pequenas de sais. Tal como a litosfera, a hidrosfera também é fonte importante de
materiais para a sobrevivência humana, dentre os quais o principal é a própria água
potável, obtida das águas doces. Outros compostos importantes também são extraídos
da hidrosfera, como, por exemplo, o sal marinho. A maior parte da superfície do
planeta, cerca de 71%, é coberta de água. Cerca de 97% desta água está nos oceanos e
não pode ser prontamente utilizada pelos seres humanos para consumo. Apenas
0,0092% da água do planeta faz parte de 10 lagos, e 0,0001%, dos rios. A água em
nosso planeta age de forma marcante, transportando substâncias, atuando na
constituição de paisagens, na formação de diversos materiais e também sofrendo
transformações.

Uma maneira de compreender o papel desta substância na natureza é por meio do ciclo
da água, ou ciclo hidrológico. As transformações que ocorrem em maior escala no ciclo
hidrológico são: a evaporação, a condensação, o congelamento e a fusão.

Precipitação

Condensação

Enxuradas Infiltração Rios Descarga Vegetação Solo

Oceanos

A água muda de forma, isto é, passa de um estado de agregação para outro, e ocupa não
apenas a hidrosfera, mas também a litosfera, a biosfera e a atmosfera. É importante
ressaltar a diferença entre o processo de condensação e o de precipitação. A água na
atmosfera provém da evaporação das superfícies líquidas, do solo e da vegetação.
Quando o ar úmido sobe para as camadas mais altas da atmosfera, onde a temperatura é
mais baixa, a água se condensa na forma de gotículas. As nuvens são grandes
aglomerados dessas partículas líquidas em suspensão. A precipitação ocorre quando
gotículas de água em suspensão (névoa) começam a se juntar umas com as outras,
dando origem a gotas maiores que caem na forma de chuva. As chuvas são o resultado
da evaporação de uma grande quantidade de água e de sua posterior condensação e
precipitação. A água que chega ao solo pode se infiltrar ou correr pela superfície,
atingindo rios, lagos ou diretamente os oceanos, que são, em qualquer caso, o destino
final de toda a água de chuva, seja pelo subsolo ou pelos rios. As principais
transformações químicas na natureza envolvendo a água são: fotossíntese, na qual a
água é reagente, e a respiração, em que ela é sintetizada. A superfície terrestre está
envolvida por uma camada gasosa, sem contornos definidos, mas que se estende por
vários quilômetros de altitude: a atmosfera. O ar que respiramos é um fluido,
geralmente sem cheiro, incolor e compressível. É essencial à vida da superfície terrestre,
onde se encontram diversos seres vivos, entre eles,

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aqueles de formas microscópicas. Na troposfera (região mais baixa da atmosfera, que


chega a cerca de 18 km de altitude), a atmosfera é formada por misturas de gases:
nitrogênio (N2), constituinte mais abundante, oxigênio (O2), argônio (Ar), neônio (Ne),
hélio (He), criptônio (Kr), xenônio (Xe), gás carbônico (CO2), além de quantidades
variáveis de água (H2O), a umidade do ar. Dependendo da região, podem ser
encontradas também partículas sólidas (poeira), gotículas de materiais líquidos como a
água, formando a neblina, por exemplo; e gases como o dióxido de enxofre (SO2),
dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), metano (CH4) e
muitos outros. Com o aumento da altitude, o ar vai ficando cada vez mais rarefeito, pois
diminui a quantidade total dos gases componentes. Entretanto a quantidade de certos
gases aumenta. Na estratosfera (região seguinte à troposfera), a quantidade de ozônio,
por exemplo, aumenta muito em relação à que existe na superfície. Com o aumento da
altitude, a homogeneidade aumenta, pois deixam de existir as partículas sólidas e
líquidas. Torna-se mistura de uma só fase, a gasosa, enquanto que, na troposfera, o
sistema é trifásico, com sólidos, como a poeira, líquidos, como as nuvens e gases
constituintes do ar. O ar atmosférico também é fonte de materiais para a utilização
humana, entre os quais o oxigênio, o nitrogênio e os gases nobres. O oxigênio está
presente no ar em concentrações da ordem de 20% em volume. O oxigênio combina-se
com a grande maioria dos elementos químicos conhecidos, formando óxidos, e é o
elemento mais abundante do planeta está presente na hidrosfera, litosfera e atmosfera.
Nas condições ambientais, é parcialmente solúvel em água, o suficiente para manter
toda a vida aquática aeróbica, ou seja, que depende de oxigênio. O oxigênio puro tem
grande importância na siderurgia (fabricação de aço). Na medicina (uso hospitalar) e em
processos de soldas, como o realizado com os maçaricos oxi-acetileno. O nitrogênio é o
componente mais abundante no ar atmosférico. Nas condições do ambiente, é
relativamente pouco reativo quando comparado com o oxigênio. Essa é uma
característica importante para a vida no planeta, pois se sua interação com o oxigênio,
nessas condições, resultasse em transformação química, não existiria oxigênio na
atmosfera. Em temperaturas mais altas, tais transformações ocorrem

mais facilmente, e essa é a principal razão da queima de combustíveis em veículos


emitir óxidos de nitrogênio, poluentes do ar. O nitrogênio atmosférico é essencial à
vida, pois é fonte de compostos nitrogenados indispensáveis a todos os seres vivos. Por
interação com a eletricidade, proveniente dos raios durante chuvas, esse gás, água e
oxigênio transformam-se em amônia e óxidos de nitrogênio, que por sua vez, arrastados
pela água das chuvas e interagindo com os componentes do solo, originam compostos
como nitratos e sais de amônio, todos indispensáveis para que os vegetais possam
produzir aminoácidos e proteínas e conseqüentemente, os animais possam dispor dessas
substâncias, por meio da cadeia alimentar. Com o crescimento populacional humano, a
quantidade de compostos nitrogenados obtidos por esse processo natural tornou-se
insuficiente, e sua produção industrial passou a ser necessária para utilização como
fertilizantes na agricultura. O nitrogênio, quando puro, no estado líquido, é amplamente
utilizado em processos criogênicos, ou seja, resfriamento a baixíssimas temperaturas.
Os gases nobres, hélio, neônio, argônio, xenônio, criptônio e radônio são assim
chamados porque se acreditava que eram elementos químicos inertes. Hoje, tal visão
não mais é aceita. Todos os gases nobres existem na atmosfera em baixas
concentrações. Na superfície terrestre, há várias formas de vida na litosfera, na
hidrosfera e na atmosfera. Estas três regiões do planeta estão intimamente relacionadas
entre si, constituindo a biosfera, a região em que há vida. Aceita-se hoje que, entre as
condições planetárias básicas para que possa existir vida , seja essencial: presença de
água, no estado líquido, em quantidade suficiente; energia solar em quantidade
adequada, fornecendo luz e calor; ocorrência de interações e transformações entre
materiais sólidos, líquidos e gasosos. Tais condições são essenciais para que os seres
vivos possam se desenvolver e se reproduzir, utilizando, transformando e produzindo
grande número e variedade de materiais dos quais dependem para sobreviver. Em
seguida, alguns desses materiais serão exemplificados: 11 Carboidratos: Os vegetais
produzem, a partir da fotossíntese, os chamados carboidratos ou hidratos de carbono:
açúcares, amido e celulose. Têm como

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função fornecer parte da energia para a sobrevivência dos seres vivos, ou seja, função
energética; Óleos e gorduras: Têm como função armazenar energia para os organismos
vegetais e animais; Proteínas: As proteínas, misturas de composição variável, compõem
um grupo de substâncias de fundamental importância na constituição da matéria viva.
As proteínas, nos seres vivos, apresentam diversas funções, dentre as quais pode-se
ressaltar: estruturação de tecidos e recuperação de lesões, atuação como catalizadores
das relações biológicas (enzimas), funções hormonais, ação como anticorpos e
composição sangüínea. São polímeros (substâncias formadas por muitos monômeros)
resultantes da união de aminoácidos. De acordo com a visão sistêmica, a teia da vida
consiste em redes dentro de redes. A tendência é de arranjar cada elo dentro do outro, de
forma hierárquica, de modo que os sistemas menores estejam dentro dos maiores,
conforme abaixo: Macromoléculas Células Tecidos Órgãos Sistemas Indivíduos
Populações Comunidades Ecossistema Biosfera. Na verdade, não há acima ou abaixo ,
somente redes alinhadas dentro de outras redes. As redes de seres vivos têm a
capacidade de manter-se em equilíbrio, desde uma célula até a biosfera. Toda
comunidade tem a capacidade de auto-regulação dinâmica, isto é, deve manter seu
estado de equilíbrio e recuperá-lo logo, se houver alguma perturbação no seu

habitat. Contudo, o homem pode provocar alterações drásticas a ponto de afetar essa
capacidade de equilíbrio. Para a ecologia, é muito importante ver a natureza como uma
rede. Desequilíbrios ambientais localizados podem afetar todo o equilíbrio da rede. É
interessante lembrar que, de acordo com a hipótese de Gaia, a própria terra comportase
como um ser vivo e faz parte desta rede. Em uma comunidade, é a diversidade de seres
vivos que fornece indicações do equilíbrio em que ela se encontra. Porém, para atingir
esse estágio de maior equilíbrio, chamado de comunidade clímax, ela passa por estágios
sucessivos. Quando atinge o último, é possível afirmar que esta passou a estável,
compatível com as condições da região, mantendo a diversidade biológica, conservando
o mesmo tipo e número de espécies. Quanto maior o número de espécies, maior
diversidade tem a comunidade. O termo biodiversidade começou a ser usado, na metade
dos anos 80, pelos naturalistas que estavam preocupados com a rápida destruição dos
ambientes naturais e, conseqüentemente, das espécies que neles viviam. A
biodiversidade ou diversidade biológica tem sido, então, relacionada somente ao
número de espécies de um local. Os recursos biológicos são os próprios organismos ou
mesmo elementos deles que tenham valor para a humanidade. Daí a importância que
essa biodiversidade tem, sendo uma delas, o fornecimento de matéria prima para a
fabricação de medicamentos. A biodiversidade regula o equilíbrio da natureza e o ciclo
hidrológico, portanto contribui para a fertilidade e proteção dos solos, absorvendo e
decompondo diversos poluentes orgânicos e minerais.

12

Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

A população mundial está crescendo aproximadamente 1,8% ao ano. Isto significa que
são introduzidas na população mundial 96 milhões de pessoas a cada ano. Entretanto,
em relação às espécies de outros seres vivos, o panorama é de desaparecimento de 8 a
28 mil espécies por ano. Para satisfazer suas necessidades, o ser humano baseia-se em
propriedades para extrair, purificar, misturar e/ou sintetizar materiais utilizando recursos
do mundo físico. Com estes procedimentos, obtém, a cada dia, maior variedade e
quantidade de materiais. Para isso, interfere no mundo físico, extraindo cada vez mais
recursos naturais. Os alimentos de origem vegetal podem ser obtidos sazonalmente,
entretanto, a produção é limitada por zonas de superfície terrestre onde há condições
apropriadas (basicamente tipo de solo, água, energia, clima adequado). Alimentos de
origem animal, para serem obtidos, também dependem de condições apropriadas
(espaço, alimento, água) para criação dos animais. Ambos são considerados recursos
naturais renováveis. Minerais e combustíveis fósseis são considerados recursos naturais
não renováveis, pois o planeta os contêm em quantidades fixas e, como vêm sendo
extraídos e consumidos pelos seres humanos de forma ininterrupta ao longo dos anos,
seus estoques, conseqüentemente, estão diminuindo, o que pode, no futuro próximo,
exaurí-los, caso o consumo continue nos níveis atuais.

Esse controle adquire cada vez mais importância quando se pretende garantir um
ambiente de qualidade para as futuras gerações. Nesse sentido, há necessidade de ações
individuais, coletivas e governamentais, que envolvam diferentes interesses
econômicos, políticos e sociais. Considerando-se a conceituação genérica de poluição
como a introdução de agentes perturbadores ou modificadores nos quatro ambientes
(atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera), têm-se, basicamente, os seguintes tipos de
poluição: poluição química introdução de agentes químicos; poluição térmica aumento
excessivo de temperatura do ambiente; poluição radiativa introdução de agentes
radiativos; poluição sonora aumento excessivo de ruído no ambiente; poluição biológica
aumento excessivo de carga orgânica e nutrientes, e introdução de agentes patogênicos.

1.4.1 Poluição química


Serão considerados, a seguir, dois exemplos de atividades do ser humano que
acarretaram e vêm acarretando perturbações sérias no meio ambiente: uso do praguicida
DDT (Diclodifenilcloroetano) e a produção de energia por combustão. Com estes
exemplos, podese ter uma idéia da extensão dos problemas ligados à introdução de
agentes químicos no ambiente.

1.4 Poluição Ambiental

Há dois tipos de perturbações no ambiente: as naturais e as decorrentes de atividades


humanas : antrópica. As naturais, ou acontecem no decorrer do tempo geológico, ou
resultam de cataclismos como vulcanismo, furacões, enchentes e terremotos, tais
perturbações podem até ser previstas, mas não são controláveis. Já as perturbações
decorrentes de atividades humanas podem ser previstas e controladas. O ser humano
depende de materiais para a sua sobrevivência, utilizando-os conforme as propriedades
que apresentam, para isso, interfere no ambiente basicamente de duas formas: extraindo
certos materiais (renováveis ou não) e lançando outros. Dessa interferência podem
decorrer problemas quanto à escassez de recursos naturais, caso a extração seja
predatória e de poluição, se o lançamento de materiais no ambiente for feito sem
controle.

A combustão

O fenômeno da combustão, normalmente incompleta, que se dá nas fontes emissoras


pode ser representado por:

Combustível + ar Óxidos de Carbono + Dióxido de Enxofre + Óxidos de Nitrogênio +


Água + Fuligem + Hidrocarbonetos + Energia Térmica

Entre os óxidos de carbono, o CO2 (Dióxido de Carbono), também conhecido como gás
carbônico, vai para a atmosfera. Parte é absorvida pela hidrosfera, biosfera e litosfera,
13 onde participa, por exemplo, do processo de fotossíntese e da formação de carbonato
de cálcio, constituinte dos calcários e da carapaça de certos seres vivos. Parte
permanece na

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atmosfera. Embora tenha baixa toxicidade, apresenta perigo potencial para os seres
vivos, pois está relacionado ao aumento da temperatura média da atmosfera terrestre.
Isto ocorre porque o aumento de sua concentração intensifica o chamado efeito estufa .
O efeito estufa é um fenômeno natural; sem ele as condições de vida no planeta Terra
seriam difíceis, pois é um dos principais responsáveis pela manutenção da temperatura
terrestre em níveis apropriados à vida. O problema é decorrente da intensificação de tal
efeito, provocada pelo aumento da concentração do gás carbônico na atmosfera e não da
existência dele. O monóxido de carbono também vai para a atmosfera, onde pode
permanecer por alguns dias. Entretanto é muito tóxico por ser facilmente absorvido pela
hemoglobina do sangue, prejudicando no organismo humano sua função de transportar
oxigênio a todas as células. O dióxido de enxofre (SO2), gás irritante aos seres vivos vai
para a atmosfera, interage com o oxigênio e com a água e pode gerar ácido sulfúrico,
um dos responsáveis pela chuva ácida. O ácido sulfúrico é um poluente secundário. O
dióxido de nitrogênio (NO2) também vai para a atmosfera e nela chega a permanecer
por cerca de 150 anos. Seus principais sorvedouros são suas interações com outras
espécies químicas presentes na atmosfera, gerando poluentes secundários como o ácido
nítrico, outro dos responsáveis pela chuva ácida. A fuligem (fumaça negra) é formada
por partículas sólidas de carbono e é um dos principais constituintes da poeira, chamada
de material particulado (MP). Permanece por algum tempo no ar e seus principais
sorvedouros são o solo e os seres vivos. Um dos principais problemas das grandes
metrópoles, decorrente da queima de combustíveis, é a dificuldade de dispersão dos
poluentes em certos períodos do ano, principalmente no outono e inverno. Isto porque,
nesta época, são freqüentes os eventos conhecidos como inversões térmicas. A inversão
térmica é um fenômeno natural em que, nas proximidades da superfície terrestre, o ar
fica mais frio do que em altitudes mais elevadas, o que dificulta sua circulação. Em
outras palavras, o ar frio não 14 sobe por ser mais denso que o ar quente.

mosquito da malária, piolhos e pragas agrícolas. Entretanto, o uso indiscriminado


mostrou que ele pode, por seu baixo potencial de degradação, permanecer muitos anos
no solo bem como ser acumulado nos tecidos gordurosos dos seres vivos, pois apresenta
solubilidade em meios apolares, como gordura. Como este praguicida não tem
especificidade (não é absorvido apenas por determinados seres vivos), também contribui
para matar vários membros da cadeia alimentar e causar danos a quase toda a cadeia. O
solo, a água e os seres vivos são alguns dos sorvedouros para o praguicida. A toxicidade
aguda pode ocorrer pela inalação, pela absorção pela pele ou pela ingestão de sementes
ou vegetais. A toxicidade também por ser crônica, ou seja, pode provir da adsorção
continuada de pequenas quantidades do praguicida, que se vão acumulando nos
organismos.

1.4.2 Poluição Térmica

A chamada poluição térmica decorre da elevação da temperatura de um ambiente acima


dos níveis considerados normais, de forma que acarretam perturbações nesse ambiente.
Hoje estão bem estudados os efeitos em ambientes aquáticos próximos a usinas
geradoras de eletricidade termelétricas e nucleares. Tais usinas retiram água destes
ambientes e devolvem aquecida. A operação de tais usinas acarreta diferentes tipos de
perturbações, que podem afetar a flora e a fauna. Algumas dessas perturbações são
mecânicas, provocadas pela própria movimentação das águas nas proximidades das
usinas. O arraste de sedimentos, por exemplo, torna as águas turvas e,
conseqüentemente, dificulta a fotossíntese e a alimentação dos seres vivos. Essa
movimentação também faz com que voltem, às águas, os poluentes que, anteriormente,
estavam sedimentados no fundo do ambiente aquático. Outro tipo de perturbação é que
a água fica aquecida e, com isso, parte dos gases nela dissolvidos, como oxigênio e gás
carbônico, escapa para o ar, comprometendo os processos de respiração e fotossíntese.

1.4.3 Poluição Radiativa

Há diversos materiais, naturais ou sintetizados pelo ser humano, que são radiativos, isto
é emitem radiações. As radiações conhecidas como alfa, beta e gama têm várias
características , como por exemplo, o poder de penetração

O praguicida DDT

O DDT foi considerado, durante muito tempo, como muito eficaz para combater o
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em diferentes tecidos vivos e objetos. Fala-se em poluição radiativa quando atividades


humanas ou acidentes, delas decorrentes, introduzem materiais radiativos no ambiente,
e provocam um aumento nos índices de radiação. Estas atividades estão relacionadas à
extração e processamento de materiais radiativos; produção, armazenamento e
transporte de combustível nuclear, produção, uso e testes de armas nucleares, operação
de reatores nucleares; e uso de materiais radiativos na medicina, na indústria e na
pesquisa. Os efeitos da radiação nos organismos vivos são, entre outros, mutações
genéticas, câncer, necroses e alterações de metabolismo. Conforme a intensidade e a
natureza da radiação, ela pode ser fatal.

1.4.5 Poluição Biológica

Devido à precariedade da rede de esgotos sanitários em nosso país, grandes volumes de


água contaminada com fezes humanas, restos de alimentos e detergentes são
diariamente despejados sem tratamento em córregos, rios e mares, atingindo as formas
de vida nesses ecossistemas aquáticos, além de comprometer seriamente a saúde
humana. Os esgotos domésticos provocam três tipos de contaminação das águas:
contaminação por bactérias: principalmente por coliformes presentes nas fezes
humanas, responsáveis pela grande incidência de diarréias e infecções. Porcentagem
considerável da mortalidade infantil no país é atribuída a doenças transmitidas através
de água contaminada; contaminação por substâncias orgânicas recalcitrantes, ou de
difícil degradação. Como exemplo, pode-se citar, os detergentes sulfônicos, cuja ação
tóxica não é muito acentuada, mas os efeitos secundários são graves. Destroem as
células dos microorganismos aquáticos, o que impede a oxidação microbiológica dos
materiais biodegradáveis contidos nos esgotos. Reduzem, também, a taxa de absorção
de oxigênio, diminuindo a velocidade de autodepuração dos rios; eutrofização de lagos
e lagoas, devido ao excesso de nutrientes, com crescimento excessivo de espécies não
desejáveis em detrimento de outras espécies (desequilíbrio do ecossistema).

1.4.4 Poluição Sonora

O som é um fenômeno físico ondulatório periódico, resultante de variações da pressão


em meio elástico que se sucedem com regularidade. Pode ser representado por uma
série de compressões e rarefações do meio em que se propaga, a partir da fonte sonora.
Não há deslocamento permanente de moléculas, ou seja, não há transferência de
matéria, apenas de energia. Ruído é qualquer sensação sonora indesejável . Há quem
considere o ruído como um som indesejável que invade o ambiente e ameaça nossa
saúde, produtividade, conforto e bem estar . A ação perturbadora do som depende de
suas características, como intensidade/duração, bem como da sensibilidade auditiva, um
parâmetro variável de pessoa para pessoa. O trânsito é o grande causador do ruído na
vida das grandes cidades. As características dos veículos barulhentos são o escapamento
furado ou enferrujado, as alterações no silencioso ou no cano de descarga, as alterações
no motor e os maus hábitos ao dirigir, como acelerações e freadas bruscas e o uso
excessivo de buzina. A partida e a chegada de aviões a jato são acompanhadas de ruídos
de grande intensidade, que perturbam, sobremaneira, os moradores das imediações. O
ruído gerado pelas indústrias também pode atingir as comunidades vizinhas e precisa
ser controlado. Normalmente, é feito o enclausuramento das grandes máquinas. A
Resolução CONAMA Nº 001, de 08 de março de 1990 estabelece os padrões para
controle de ruído.

1.5 Legislação Ambiental

No Brasil, a legislação ambiental teve início em 1934, através de dois decretos, um


aprovando o Código Florestal e o outro relativo ao Código da água. Relacionam-se,
abaixo, os principais marcos da evolução da legislação ambiental brasileira. 1973
Criação, no âmbito do Ministério do Interior, da Secretaria Especial do Meio Ambiente
SEMA. 1981 Política Nacional do Meio 15 Ambiente, Constituição do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), Criação do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA).

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16

1985 Criação do Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. 1988 A


Constituição Federal aborda a questão do Meio Ambiente, o controle da poluição e a
disposição final de resíduos sólidos, de maneira abrangente definindo: Art. 225 Todos
têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Parágrafo 1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: V
controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 1989 Extinção
da SEMA e criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), vinculado ao Ministério do Interior, criação do Fundo Nacional
do Meio Ambiente (FNMA). 1990 Criação da SEMAM/PR (Secretaria do Meio
Ambiente da Presidência da República). 1992 Transformação da SEMAM/ PR em
Ministério do Meio Ambiente (MMA). 1993 Criação, mediante transformação, do
Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal. 1997 Instituição da Política
Nacional de Recursos Hídricos e criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, criação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. 1998 Lei nº
9.605, de 12 de fevereiro Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Medida
Provisória nº 1.710, de 07 de agosto Acrescenta dispositivo à Lei nº 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

1999 Transformação do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da


Amazônia Legal em Ministério do Meio Ambiente. Integram a estrutura básica do
Ministério do Meio Ambiente, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conselho
Nacional da Amazônia Legal, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o Comitê do
Fundo Nacional do Meio Ambiente, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro e até cinco Secretarias. Constitui área de competência do Ministério do Meio
Ambiente, a política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; política de
preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, e biodiversidade de
florestas; proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais
para a melhoria da qualidade ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais;
políticas para integração do meio ambiente e produção; políticas e programas
ambientais para a Amazônia Legal; e zoneamento ecológico-econômico. 2000 Criação
da Agência Nacional de Águas (ANA), entidade federal de implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Conforme pode ser verificado, a política nacional
do Meio Ambiente está estabelecida legalmente desde 1981. O Sistema Nacional do
Meio Ambiente (SISNAMA) é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder
Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. O SISNAMA
apresenta a seguinte composição: Conselho do Governo: Representado pelos Ministros
de Estado. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): 25 membros dos
ministérios. O presidente é o Ministro de Meio Ambiente. É o órgão consultivo e
deliberativo do SISNAMA e tem, através de resoluções, estabelecido normas e padrões
ambientais, destacando-se a classificação das águas doces, salobras e salinas do
território nacional, padrões de qualidade do ar, padrões de emissões atmosféricas; o
Programa Nacional de Controle da Qualidade

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do Ar (PRONAR), os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação


da Avaliação do Impacto Ambiental e o Programa de Controle da Poluição por veículos
Automotores (PROCONVE). Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente. Órgão
Executor: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBAMA. Órgãos Seccionais: Órgãos Ambientais Estaduais. Órgãos Locais: Órgãos
ambientais Municipais. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes
princípios: Equilíbrio ecológico; racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos
ecossistemas; controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras; acompanhamento do estado da qualidade ambiental; recuperação de áreas
degradadas; proteção de áreas ameaçadas de degradação e educação ambiental em todos
os níveis de ensino. Tem como objetivos: a compatibilização do desenvolvimento
econômico social, com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico; subsidiar a atuação institucional para o cumprimento das prescrições
constitucionais relativas ao princípio de que a defesa e preservação do Meio Ambiente
cabem ao poder público e à sociedade civil; assessorar as ações governamentais para a
priorização de programas e projetos; promover a captação de recursos internos e
externos; financiar atividades pioneiras no desenvolvimento de pesquisas. Em relação à
Lei Federal Nº 9.605, de fevereiro de 1998, denominada Lei dos Crimes Ambientais ,
tomando como base a indústria, é importante ressaltar os seguintes itens: esta lei trata
das sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente;

quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide
nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la;. as pessoas
jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, conforme o
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício
da sua entidade; a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do

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