Processo: 0006786-46.2014.8.19.0008
interposto às fls. 262, pugnando, desde já, pelo seu recebimento e, após as
providências de praxe, sua remessa ao Tribunal ad quem, a fim de que o Recurso
seja apreciado.
E. Deferimento
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RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo: 0006786-46.2014.8.19.0008
Recorrente: SHEILA ARAÚJO DA SILVA
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Egrégia Câmara
Nobres Julgadores,
I - DA AUSÊNCIA DE PROVAS
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Como bem corrobora o art. 5, LV da Magna Carta, a todo
aquele que responder a processo administrativo e judicial é assegurado o direito
ao contraditório e a ampla defesa.
Contudo, em sede policial não é o que certamente acontece,
podendo-se dizer que o procedimento inquisitivo instaurado não confere ao
investigado o direito de exercer a plenitude de defesa.
Nesse sentido, pode-se dizer que o inquérito policial só
serve de base para alicerçar os elementos para formação da justa causa, assim,
com o fito de repassar ao órgão Ministerial tais elementos para que este possa
oferecer a peça acusatória.
Diante de tal premissa, observa-se que dúvida não existe na
prova judicial, ou seja, não há como se afirmar ou considerar, pelo que foi dito em
juízo, que há indícios suficientes de que o recorrente foi o autor do delito.
A r. decisão de pronúncia, tal qual proferida, superestimando
o inquérito policial e ignorando a importância da prova judicial, afrontou
diretamente as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa – art.
5º, LV, da Constituição Federal – e não pode prevalecer.
No caso em epígrafe, a única prova que o insigne
representante do Ministério Público trás aos autos, são os depoimentos prestados
em sede policial e em juízo.
No entanto, todas as testemunhas afirmaram em juízo que
não presenciaram os fatos. Assim, não servem como testemunhas de viso, uma
vez que não presenciaram os fatos, sendo suas declarações especulações sobre
o que realmente teria ocorrido. E como se sabe, o direito penal não permite que
se condene alguém baseado em suposições.
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Ora, no sistema de valoração de prova, o magistrado não
deve se ater à suposições para proferir uma sentença de pronúncia, pois assim
agindo, comete injustiça.