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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


BELFORD ROXO/RJ

Processo: 0006786-46.2014.8.19.0008

SHEILA ARAÚJO DA SILVA, já devidamente qualificado nos


autos da Ação Penal em epígrafe, vem, pelo Defensor Público em exercício neste
Juízo, com fulcro no art. 581 e ss do Código de Processo Penal, apresentar suas

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

interposto às fls. 262, pugnando, desde já, pelo seu recebimento e, após as
providências de praxe, sua remessa ao Tribunal ad quem, a fim de que o Recurso
seja apreciado.

E. Deferimento

Belford Roxo, 26 de setembro de 2018.

Daniela Vieira Schlegel


Defensora Pública
Mat:.969.616-2

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RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo: 0006786-46.2014.8.19.0008
Recorrente: SHEILA ARAÚJO DA SILVA
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO

Egrégia Câmara

Nobres Julgadores,

O presente recurso tem por objetivos a reforma da sentença


de pronúncia de fls. 210/214, para que seja o réu despronunciado.

I - DA AUSÊNCIA DE PROVAS

Primeiramente, cumpre esclarecer que a prova da alegação


incumbe a quem a fez, conforme preconiza o art. 156 do CPP. Nesse sentido,
cumpre esclarecer que o ilustre membro do parquet tem a obrigação de provar
com veemência que o apelante seria o suposto autor do fato.
Como fundamento para embasar suas derradeiras
alegações, o parquet utilizou-se de depoimentos prestados em sede policial para
abalizar a autoria do crime em epígrafe.
Entretanto, como sabido, o depoimento prestado em sede
policial não é suficiente para formar o convencimento magistrado, sendo certo que
tal procedimento inquisitorial não é meio de prova contumaz para embasar uma
sentença penal condenatória.

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Como bem corrobora o art. 5, LV da Magna Carta, a todo
aquele que responder a processo administrativo e judicial é assegurado o direito
ao contraditório e a ampla defesa.
Contudo, em sede policial não é o que certamente acontece,
podendo-se dizer que o procedimento inquisitivo instaurado não confere ao
investigado o direito de exercer a plenitude de defesa.
Nesse sentido, pode-se dizer que o inquérito policial só
serve de base para alicerçar os elementos para formação da justa causa, assim,
com o fito de repassar ao órgão Ministerial tais elementos para que este possa
oferecer a peça acusatória.
Diante de tal premissa, observa-se que dúvida não existe na
prova judicial, ou seja, não há como se afirmar ou considerar, pelo que foi dito em
juízo, que há indícios suficientes de que o recorrente foi o autor do delito.
A r. decisão de pronúncia, tal qual proferida, superestimando
o inquérito policial e ignorando a importância da prova judicial, afrontou
diretamente as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa – art.
5º, LV, da Constituição Federal – e não pode prevalecer.
No caso em epígrafe, a única prova que o insigne
representante do Ministério Público trás aos autos, são os depoimentos prestados
em sede policial e em juízo.
No entanto, todas as testemunhas afirmaram em juízo que
não presenciaram os fatos. Assim, não servem como testemunhas de viso, uma
vez que não presenciaram os fatos, sendo suas declarações especulações sobre
o que realmente teria ocorrido. E como se sabe, o direito penal não permite que
se condene alguém baseado em suposições.

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Ora, no sistema de valoração de prova, o magistrado não
deve se ater à suposições para proferir uma sentença de pronúncia, pois assim
agindo, comete injustiça.

Diante do exposto, uma vez que não há nos autos provas no


sentido técnico, aptas a conduzir a uma sentença de pronúncia, pugna, a defesa,
pela despronúncia do recorrente.

Belford Roxo, 26 de setembro de 2018.

Daniela Vieira Schlegel


Defensora Pública
Mat:.969.616-2

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