DA EDUCAÇÃO
Para a escrita da pesquisa, tomei como método as cartas, escrevi sete cartas que
tinha como base vida e ideias do poeta, e tinha como horizontes temáticos: a politização
do pensamento e a emergência de um intelectual da tradição; a relação entre
espiritualidade, artes e ciência; e a interface educação e antropolítica como antídotos
contra o utilitarismo das ciências. Escolhi uma das poesias trabalhadas pelo Velho do
Rio, nomeada de “Velha carcaça de boi” para expor um método construído por Robson.
Essa poesia possuía quatro estrofes quando foi escrita na década de 1980, depois, nos
anos 2000, ele acrescenta mais duas estrofes, e assume uma atitude crítica e política
frente aos problemas relacionados a seca que vive o sertão da Paraíba.
Foi folheando o livro “O dom da história – uma fábula sobre o que é suficiente”
da psicanalista junguiana Clarissa Pinkola Estés, que encontrei uma chave de leitura
sobre Robson Marques, essa frase-guia se tornou como um operador do meu
pensamento: “A vida de um guardião de histórias é uma combinação de pesquisador,
curandeiro, especialista em linguagem simbólica, narrador de histórias, inspirador,
interlocutor de Deus e viajante do tempo” (ESTÉS, 1998, p. 10).