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Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 914.980 RIO DE JANEIRO

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


RECTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO
RECDO.(A/S) : IGREJA PENTECOSTAL DE NOVA VIDA -
BOTAFOGO
ADV.(A/S) : ROGÉRIO CARLOS BEHNKEN

DECISÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA. IMPOSTO SOBRE A
PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL
URBANA – IPTU. DISCUSSÃO SOBRE
DESTINAÇÃO DE IMÓVEL.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO:
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL
SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório

1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso


extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, al. a, da
Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro:
“APELAÇÃO - TRIBUTÁRIO – EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL - IMPROCEDÊNCIA– IPTU –
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – RECONHECIMENTO -
TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – IMÓVEL CONTÍGUO
UTILIZADO COMO ESTACIONAMENTO PARA VIABILIZAR
O ACESSO DOS FIÉIS AO LUGAR – REGRA IMUNIZANTE

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ARE 914980 / RJ

DO ART. 150, VI, ALÍNEA “B”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


– BEM QUE, SEGUNDO INTERPRETAÇÃO AMPLIATIVA DE
BASE CONSTITUCIONAL, VISAM FACILITAR O ALCANCE
DAS FINALIDADES INSTITUCIONAIS DA RECORRENTE –
SENTENÇA QUE SE REFORMA - PROVIMENTO AO
RECURSO.
1. Trata-se de apelação cível interposta contra sentença que
julgou improcedentes embargos à execução fiscal que visavam livrar
imóvel (estacionamento) de propriedade da ora recorrente de
lançamento do IPTU relativo ao exercício de 2006.
2. A tese autoral, devolvida pela via do presente recurso, tem
como objetivo o reconhecimento da imunidade prevista no art.150, VI,
“b” da CRFB – imunidade constitucional concedida sobre templos de
qualquer culto – imóvel contíguo ao que instalada a sua sede,
utilizado exclusivamente pelos membros e sacerdotes da Igreja como
estacionamento gratuito.
3. Provimento ao recurso. Imóvel objeto da presente lide que se
tem como imune à cobrança de IPTU, haja vista que o entendimento
do STF, no sentido de que se adote interpretação ampliativa e
elastecida da alínea “b” do inciso VI do art. 150 da Constituição
Federal, de forma a estender o benefício aos bens que cumprirem a
finalidade religiosa a que se destinam.
4. In casu, o espaço destinado a estacionamento é meio para a
realização dos cultos, onde a sua finalidade pressupõe a presença dos
fiéis. Ostenta, pois, finalidade essencial à realização dos cultos.
5. Hipótese que reclama a aplicação da disciplina prevista no
Enunciado da Súmula n° 724 de Jurisprudência predominante do
STF, a consignar que: ‘Ainda quando alugado a terceiros, permanece
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades’.
6. In casu, a fruição é realizada pelos próprios fiéis que,
graciosamente, ali estacionam seus veículos, justificando ainda com
mais razão a concessão do benefício.
7. Tem-se, pois, que a pretensão do Município do Rio de Janeiro
de fazer incidir o IPTU sobre o imóvel objeto dos autos (terreno

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existente ao lado do tempo religioso, e que serve de estacionamento


para os frequentadores da igreja), não encontra respaldo legal, motivo
porque deve ser reformada a sentença, com o consequente provimento
do recurso.
DOU PROVIMENTO AO RECURSO” (fls. 217-218).

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados.

2. No recurso extraordinário, o Agravante alega ter o Tribunal de


origem contrariado o art. 150, inc. VI, al. b e § 4º, da Constituição da
República, asseverando que “a embargante não produziu qualquer prova no
sentido de relacionar o uso do imóvel (um estacionamento) ou a possível receita
dele às finalidades essenciais exigidas pelo texto constitucional” (fl. 253).

Argumenta que, “sendo a regra do art. 150, VI, “b” e seus parágrafos,
limitações ao poder de tributar, ou seja, que retira da possibilidade de tributação o
patrimônio dos entes ali previstos, desde que observem determinadas exigências,
constituindo-se, via de regra, em norma excepcional, deve a mesma sofrer
interpretação restritiva” (fl. 254).

3. Na decisão agravada, adotou-se como fundamento para a


inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência da Súmula n.
279 do Supremo Tribunal Federal.

Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO.

4. No art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei


n. 12.322/2010, estabeleceu-se que o agravo contra inadmissão de recurso
extraordinário processa-se nos autos do recurso, ou seja, sem a
necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso.

Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja


decisão se terá, na sequência, se for o caso, exame do recurso
extraordinário.

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5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.

6. No voto condutor do julgado recorrido, o Desembargador Relator


afirmou:
“o espaço destinado a estacionamento é meio para a realização
dos cultos, onde a sua finalidade pressupõe a facilidade de acesso e,
assim, maior presença dos fiéis, revelando-se como finalidade essencial
à realização dos cultos, ainda mais nos dias atuais onde não há lugares
para parqueamento de veículos e a fiscalização, em boa hora, vem
apertando o cerco aos maus motoristas que acabam usando as calçadas
e outros espaços públicos” (fl. 222).

A apreciação do pleito recursal demandaria o reexame do conjunto


fático-probatório constante do processo, a inviabilizar o processamento
do recurso extraordinário. Incide, na espécie, a Súmula n. 279 do
Supremo Tribunal Federal:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo.
Tributário. IPTU. Imunidade. Entidade religiosa. Extensão do
Templo. Utilização nas finalidades essenciais da entidade. Necessidade
de revolvimento do conjunto fático e probatório. Súmula nº 279/STF.
1.O Tribunal de origem concluiu no sentido de que “a toda
evidência”, o imóvel em discussão “não se enquadra no conceito de
extensão do templo”. Para ultrapassar o entendimento acerca do
enquadramento do imóvel nas finalidades essenciais da entidade
religiosa, como exige o § 4º do art. 150, VI, da Constituição, seria
necessário o revolvimento do conjunto fático e probatório dos autos, o
que é inviável em sede de recurso extraordinário. Incidência da
Súmula nº 279/STF 2. Agravo regimental não provido” (ARE n.
898.896-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma,
DJe 14.12.2015).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. IPTU.
IMUNIDADE. TEMPLO DE QUALQUER CULTO.
DESTINAÇÃO DO IMÓVEL. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCINAL E INCURSÃO NO ACERVO FÁTICO-

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PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA Nº 279 DO STF.


INCIDÊNCIA. 1. A imunidade do IPTU deferida aos templos de
qualquer culto, quando controversa a comprovação da finalidade do
imóvel, não enseja o cabimento de recurso extraordinário, por
demandar a análise da legislação infraconstitucional, bem como, a
incursão no acervo fático-probatório dos autos. Precedentes: AI
595.479-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Primeira Turma, DJe 6/8/2010,
e AI 651.138-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe
17/8/2007. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de
questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório
dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem
constitucional. 3. A violação reflexa e oblíqua da Constituição Federal
decorrente da necessidade de análise de malferimento de dispositivo
infraconstitucional torna inadmissível o recurso extraordinário. 4. In
casu, o acórdão recorrido assentou: “Direito Tributário. Imunidade de
templos religiosos (art. 150, VI, “b” da Constituição Federal). Agravo
interno contra decisão que reconheceu a imunidade do imóvel da
demandante. Irregularidade da representação que pode ser sanada a
qualquer tempo, ratificando-se os atos anteriormente praticados,
segundo jurisprudência pacífica do STJ e TJRJ. Imunidade tributária
que deve ser reconhecida. De acordo com a jurisprudência mais
recente do STF e STJ, milita presunção relativa de que os imóveis da
entidade religiosa seriam destinados às finalidades essenciais da
instituição (art. 150, § 4º da Constituição), sendo ônus do ente
federativo provar eventual desvio de finalidade. Recurso desprovido.”
5. Agravo regimental DESPROVIDO” (ARE n. 841.212-AgR,
Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 9.12.2014).

Nada há a prover quanto às alegações do Agravante.


7. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II, al.
a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal).
Publique-se.
Brasília, 25 de fevereiro de 2016.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

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