Curitiba-PR
2013
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede
e-Tec Brasil.
Prezado estudante,
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui
uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-
nico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como
objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propi-
ciando caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promo-
toras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação
dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país,
incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma forma-
ção e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de
educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Ministério da Educação
Novembro de 2011
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
3 e-Tec Brasil
Indicação de ícones
5 e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do professor-autor 11
e-Tec Brasil
Aula 10 – Desenvolvimento rural 55
10.1 A realidade rural brasileira 55
Aula 16 – O
s instrumentos da política de
desenvolvimento urbano 81
16.1 Os instrumentos da política urbana 81
16.2 Instrumentos de intervenção no uso e ocupação do solo 81
Aula 17 – O
s instrumentos de indução do desenvolvimento
urbano 85
17.2 Transferência do direito de construir (Art. 35) 86
17.3 Operações urbanas consorciadas 87
17.4 Direito de Preempção 87
Aula 19 – Instrumentos de
regularização fundiária 93
19.1 A regularização fundiária 93
Aula 20 – G
estão democrática
da cidade 97
Referências 101
e-Tec Brasil
Palavra dos professores-autores
11 e-Tec Brasil
Aula 1 – Urbanização mundial
No Brasil, segundo o IBGE qualquer núcleo urbanizado que possua sede ad-
ministrativa situada no perímetro urbano, pode ser classificado como cidade.
13 e-Tec Brasil
necessidade humana de organização em torno de um bem comum; produ-
ção e troca de produtos e serviços; e manifestação cultural.
Vale ressaltar que a urbanização não ocorreu da mesma forma nos pa-
íses ricos e pobres. Nos ricos, principalmente na Europa, a urbanização
aconteceu durante o século XIX, acelerando na transição para o século
XX. Nos países pobres da América Latina, Ásia e África, a urbanização
ocorreu somente após meados do século passado, concomitante ao
processo de industrialização (SENE; MOREIRA, 2008).
Resumo
Em nossa primeira aula abordamos o conceito de cidade e os fatores que
levaram à sua formação. Algumas surgiram de forma espontânea como a
cidade do Rio de Janeiro e outras de forma planejada como Brasília. Aborda-
mos também que algumas possuem funções específicas como político-admi-
nistrativa, religiosa, portuária, industrial ou de múltiplas funções, sendo que
mundialmente mais de 50% da população vive em cidades, abandonando o
campo. Na próxima aula, avaliaremos a urbanização brasileira.
Atividades de aprendizagem
1. Defina com suas próprias palavras o que é viver em uma cidade.
Anotações
2. 1 A urbanização brasileira
Durante séculos, o Brasil foi um país agrário. As vilas e as pequenas cidades
surgidas nos séculos XVIII e XIX não foram suficientes para caracterizar o País
como urbano (MILTON SANTOS, 2005).
19 e-Tec Brasil
Ano do População População População
% %
Censo Total Urbana Rural
1991 146.825.475 110.990.990 75,59% 35.834.485 24,41%
2000 169.799.170 138.800.000 81,23% 23.999.170 14,13%
2006 186.119.238 165.832.920 89,10% 20.286.318 10,90%
Fonte: Estimativas da população residente 1940-2000, IBGE e estimativas do autor com base em índices do IBGE para
2006.
Atividades de aprendizagem
1. A demanda demográfica em viver em cidades é sustentável?
Na aula anterior vimos que muitos foram os fatores que levaram ao êxodo
rural e, consequentemente, à problemas ambientais nos centros urbanos.
Nesta aula abordaremos a degradação ambiental devido à urbanização
não planejada.
23 e-Tec Brasil
Podemos perceber que estes conceitos além englobarem a interação entre os
aspectos naturais e humanos destacaram a importância da natureza para a
perpetuação das espécies, tanto animais e vegetais como da espécie humana.
Resumo
Nesta aula abordamos os problemas que o meio ambiente enfrenta às ativi-
dades antrópicas, especialmente, relacionadas a agricultura e à indústria. As
perturbações ao meio ambiente alterando a qualidade do ar, do solo e da
água trouxeram implicações diretas à saúde humana. No entanto, a socieda-
de moderna ainda não havia sido sensibilizada que os recursos naturais são
finitos, e muitos deles não são renováveis. Na próxima aula abordaremos um
novo modelo de desenvolvimento econômico: a sustentabilidade.
2. Cite três ações que você poderia fazer para minimizar a degradação am-
biental.
Anotações
27 e-Tec Brasil
Foi, portanto, a partir da década de 1970 que a ideia de desenvolvimento
sustentável ganhou notoriedade. Esse modelo de desenvolvimento foi, pri-
meiramente, denominado de “ecodesenvolvimento”.
• programas de educação;
O Relatório Brundtlandt apresentou uma lista de ações que deveriam ser O desenvolvimento sustentável
é um caminho de progresso
adotadas pelas nações e definiu as metas a serem atingidas em nível global. social e econômico que procura
No entanto, isso não foi suficiente para que o desenvolvimento sustentável atender as aspirações do
presente sem comprometê-las
fosse alcançado, faltava o delineamento das estratégias a serem aplicadas. no futuro (Relatório Brundtlandt,
1987).
Miranda (2008), ao discutir esse assunto, afirma que a união desses dois
processos permite a construção permanente de instrumentos de gestão pú-
blica evitando o retorno ao planejamento funcionalista que predominou em
nosso país nas três últimas décadas do século passado. “Um Plano Diretor
incluído dentro do processo da Agenda 21 é um Plano Diretor aberto, em
movimento, com controle social, ou seja, verdadeiramente democrático e
sustentável.”
Resumo
Nesta aula foi apresentado o conceito de um novo tipo de desenvolvimen-
Para Saber Mais Sobre Agenda to econômico: o Sustentável. Vimos que a ideia de Crescimento Zero não
21 acesse o link: < http://
www.mma.gov.br/sitio/ foi bem recebida pelos governantes dos países em desenvolvimento, e em
index.php?ido=conteudo. diversos encontros mundiais para debater o assunto um novo horizonte de
monta&idEstrutura=18> e
leia as especificações no site possibilidades havia se apresentado: A Sustentabilidade, que visa preservar
da secretaria da articulação os recursos naturais para as gerações futuras. Na próxima aula aprofunda-
institucional e cidadania
ambiental. remos o tema.
Atividades de aprendizagem
1. Você acredita em Desenvolvimento Sustentável? Se você acredita, o que
tem feito em prol do meio ambiente?
31 e-Tec Brasil
A construção da cidade sustentável, segundo Alva (1997), pressupõe um
conjunto de mudanças e “depende da capacidade de reorganizar os espa-
ços, gerir novas economias externas, eliminar as deseconomias de aglome-
ração, melhorar a qualidade de vida das populações e superar as desigualda-
des sócio-econômicas como condição para o crescimento econômico e não
como sua consequência”.
Entretanto, em qualquer cidade ou bairro, por mais pobre que seja, é pos-
sível melhorar a qualidade de vida da população caso os serviços de saúde,
educação, transporte coletivo, infraestrutura urbana, etc., funcionem de for-
ma adequada. (MOREIRA; SENE, 2007).
Resumo
Vimos nesta aula que a busca por uma sociedade economicamente viável,
socialmente justa e ambientalmente saudável está relacionada com a cons-
trução de políticas públicas que priorizem a qualidade de vida, a produtivi-
dade, a preservação e a inclusão social, e que o crescimento desordenado
das cidades resultou em problemas ambientais severos, com o aumento da
pobreza e desigualdade social. Na próxima aula iremos avaliar os principais
problemas urbanos.
Anotações
Muitos não possuem casa própria e nem remuneração suficiente para pagar
aluguel, restando-lhes: ocupar ilegalmente áreas onde se proliferam as fave-
las; invadir edificações não utilizadas nos grandes centros; abrigar-se debaixo
de pontes e viadutos; etc.
35 e-Tec Brasil
A Organização das Nações Unidas (ONU) define favela a partir de cinco
características: acesso inadequado à água potável, falta de infraestrutura
ou saneamento básico, aglomerações de moradias, estrutura pobre da
construção das casas e residências inseguras.
A Índia, por exemplo, considerada mais pobre que o Brasil, apresenta índices
de violências menores que os nossos. Para se ter uma ideia da proporção, o
índice de homicídios do Rio de Janeiro (59,4) é quase trinta vezes maior que
o de Mumbai (2,44).
Lembre-se que em Mumbai, cidade hindu onde a crença religiosa está acima
de tudo, a Igreja exerce importante função na redução da violência. Portan-
to, a redução da violência urbana esta diretamente relacionada à inclusão
social.
O esforço para solucionar esses problemas sociais deve ser conjunto entre o
poder público e a sociedade civil organizada. Torna-se fundamental que os
governos busquem melhores condições sociais e também ambientais nas ci-
dades. Devem aplicar medidas que melhorem o cotidiano das pessoas, como Sobre o capital social consulte
a obra “A Divisão Social do
a implantação de parques, áreas verdes, arborização das ruas, sistema de co- Trabalho I” de Emile Durkheim,
leta seletiva de lixo, transporte coletivo eficiente, moradias populares sadias, publicada em São Paulo pela
Editora Nacional, em 1979 que
saneamento básico, fiscalização das emissões de poluentes atmosféricos por aborda uma reflexão das ações
do homem no convívio social.
veículos automotores e indústrias, etc.
Diante desta situação, o que seria ideal fazer? Você separa o lixo que pro-
duz? Em seu município existe coleta seletiva do lixo? O destino final do lixo
em sua cidade é o aterro sanitário ou o lixão?
As questões anteriores têm como objetivo levar você a refletir sobre o seu
consumo e, consequentemente, sobre a sua produção diária de lixo. Caso
você possa fazer algo para mudar essa situação, faça! As ações globais se
efetivam a partir da soma das ações locais.
Curiosidade!
Cada pessoa produz em média 800 g a 1kg de lixo por dia. Isto significa
que somente em São Paulo são geradas aproximadamente 15 mil ton de
Resumo
Nesta aula abordamos os principais problemas dos centros urbanos, desta-
cando a submoradia, a violência, o subemprego e a geração dos resíduos Sobre a implantação de um
aterro sanitário acesse o site
sólidos, que atualmente constitui um grave entrave à sustentabilidade devi- <www.resol.com.br>
do ao consumismo. Na próxima aula abordaremos a qualidade de vida nos
centros urbanos.
Atividades de aprendizagem
1. Por que as ações locais são importantes para mudanças globais?
41 e-Tec Brasil
Nas grandes cidades, convivemos com os congestionamentos, poluição do
ar, violência, falta de moradias sadias, entre tantos outros que conduzem
muitas pessoas ao chamado “estresse urbano”. O estresse urbano pode ser
entendido como o estado de cansaço físico e mental responsável por diver-
sas alterações em nossa saúde, portanto, está diretamente relacionado à
qualidade de vida.
Neste contexto, podemos afirmar que a qualidade de vida nas cidades pe-
quenas é melhor? Devemos lembrar, por exemplo, que nessas cidades a as-
sistência de alguns serviços especializados na área de saúde não satisfaz
plenamente as necessidades da população.
• mudança climática;
• catástrofes naturais;
• poluições;
• desmatamento;
• desertificação.
• crescentes monopolizações;
• globalização;
• crises petrolíferas.
• intensificação da automação;
• excesso de liberalismo;
Atividades de aprendizagem
1. Como você considera a qualidade de sua própria vida?
47 e-Tec Brasil
• Para que todos estejam comprometidos com o objetivo de construir uma
cidade sustentável: “a cidade que queremos”.
Você pode perceber que motivos não faltam para fazermos o planejamento
territorial de nossas cidades. Mas, como realizá-lo?
Resumo
Nesta aula estudamos a importância do planejamento para melhor fazer
Sobre Planejamento você pode uso do solo e das condições ambientais de uma cidade. Vimos também que
acessar o site do governo
<http://www.planejamento.gov. todo processo de planejamento segue quatro etapas principais: a leitura da
br/secretaria.asp?sec=10> que realidade local, o estabelecimento de acordos e parcerias, a implementação,
revela como as cidades estão
estruturadas e como acontece o e a avaliação/revisão dos planos. Na próxima aula abordaremos o que pode
planejamento das ações destas. acontecer se não planejarmos.
Atividades de aprendizagem
1. Por que você escolheu realizar esse curso à distância?
51 e-Tec Brasil
Esse modelo correspondia às ideias de um Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado que era executado ano a ano para se atingir a cidade desejada.
A implementação do plano era responsabilidade exclusiva do poder público
municipal, que definia os padrões de organização da cidade através de in-
vestimentos públicos e da aplicação de uma legislação de uso e ocupação
do solo (Lei Orgânica do Município). O território era dividido em zonas dife-
renciadas (zoneamento), definidas a partir de parâmetros específicos como a
taxa de ocupação, coeficientes de aproveitamento, tamanho dos lotes, etc.
O zoneamento, geralmente, indicava os usos proibidos ou permitidos da
cidade. As obras planejadas iam muito além da capacidade de realização o
município (POLIS, 2002).
Esse modelo, importado dos países ricos, não refletiu a realidade da socie-
dade brasileira. Era um planejamento tecnocrata, autoritário, complexo e de
difícil aplicação. A cidade era considerada um objeto técnico e a legislação
aplicada deveria apenas regular o seu funcionamento. Não eram reconheci-
das as injustiças no território da cidade.
Art. 183 – Aquele que possuir como sua área urbana de até 250m²,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Resumo
Abordamos nesta aula as consequências do não planejamento que resulta
em estagnação econômica, a migração da população jovem, a formação de
favelas, problemas como os deslizamentos de encostas, as enchentes ur-
banas, o desperdício de recursos, etc. Vimos também que ano de 2001 foi
promulgada a Lei Federal 10.257, que institui o Estatuto da Cidade, regula-
mentando a Política Urbana Brasileira.
Atividades de aprendizagem
1. Você considera que sua cidade foi planejada?
Anotações
55 e-Tec Brasil
Campanhola e Silva (1999) destacam outras três importantes políticas públi-
cas que consideram essenciais ao desenvolvimento rural. São elas: infraes-
trutura básica; incentivos à auto-construção rural; e programas de garantia
de renda mínima.
Resumo
Vimos nesta aula que no meio rural parte da população não ocupa atividade
agrícola, e que essas atividades não agrícolas não exige alta qualificação e
tem baixos salários, desmotivando a permanência no ambiente rural, mas
apesar disso, ainda representa um ganho cerca de 50% maior do que aque-
les que trabalham na agricultura. Discutiu-se ainda a necessidade de haver
uma articulação entre o campo e a cidade, promovendo uma melhoria na
qualidade de vida e a cidadania.
Atividades de aprendizagem
1. Por que existe tanta dificuldade em segurar o jovem no campo?
Cada município deve ter um Plano Diretor para que todas as regras do
Estatuto da Cidade sejam aplicadas.
O Plano Diretor diz quais regras serão usadas em cada área do município.
As propostas integrantes do plano devem ser justas socialmente e exequíveis
tecnicamente. Ele define o futuro da cidade de acordo com o projeto de ci-
dade que se quer. Embora o plano diretor seja considerado um instrumento
de política urbana ele deve contemplar todo o território do município.
59 e-Tec Brasil
todo o seu território para promover o seu desenvolvimento urbano. [...]
O que o município não pode é promover uma política agrária e instituir
um zoneamento rural.
Cada um dos 1683 municípios que se encaixa nessas categorias tinha até
outubro de 2006 para elaborar ou revisar seu plano diretor, caso contrário o
prefeito poderia responder por improbidade administrativa. As dificuldades
apresentadas pelos municípios motivaram a Comissão de Constituição e Jus-
tiça e de Cidadania (CCJ) a aprovar a prorrogação para 30 de junho de 2008
para a aprovação dos Planos Diretores Participativos (PDP). Os prefeitos de-
veriam enviar o projeto do PDP às câmaras de vereadores até 28 de fevereiro
do mesmo ano (Polis, 2008).
Atividades de aprendizagem
1. Seu município se encaixa em alguma das condições citadas nesta aula
para ser obrigado a elaborar o Plano Diretor?
Anotações
É importante destacar que o Plano Diretor deve ser elaborado pela munici-
palidade. Não é necessário contratar uma equipe externa para elaborar o
plano. No máximo pode haver a contratação de uma consultoria. Qualquer
município tem condições de construir seu Plano Diretor. Os municípios pe-
quenos têm uma equipe técnica pequena, mas os problemas urbanos são
menos complexos que os problemas das grandes cidades, que têm grandes
equipes. Portanto, o Plano Diretor deverá ser do tamanho do município, nem
maior e nem menor.
63 e-Tec Brasil
As estratégias de intervenção urbana devem ser negociadas e definidas em
conjunto por representes da sociedade, do governo local (prefeito, vereado-
res, secretários, etc.) e das empresas provedoras de infraestrutura urbana. O
poder público estadual ou federal deverá participar desde que o município
possua em sua área grandes obras como: rodovias; hidrelétricas; portos; ae-
roportos; etc.
A participação popular nessa etapa, assim como nas demais, exige do poder
público a realização de um trabalho de sensibilização, consulta e mobilização
e envolvimento da sociedade.
O traçado desse perfil poderá ser facilitado com o uso de mapas. Os mapas
ajudam a visualizar as informações contidas nas leituras técnica e comunitá-
ria, e localizá-las no território.
• a estrutura fundiária;
Resumo
A construção do Plano Diretor deve envolver toda a sociedade. No muni-
cípio, é indicado que a Secretaria de Planejamento Urbanismo e de Obras
coordene a construção do Plano Diretor, no entanto, todos os demais órgãos
Atividades de aprendizagem
1. Cite os passos necessários para realizar uma leitura técnica de uma cidade.
Eixo: Habitação.
69 e-Tec Brasil
o plano em si não deve ficar restrito ao aspecto ambiental, deve contemplar
diversos aspectos como: culturais, sociais, econômicos, turísticos, etc.
Resumo
Vimos nesta aula que existem cerca de 30 instrumentos que o município pode
utilizar para promover o desenvolvimento urbano. Os instrumentos de políti-
ca econômica, tributária e financeira do município devem ser adequados aos
objetivos do planejamento territorial, ou seja, deve haver coerência entre a
aplicação dos tributos (IPTU, ISS, entre outros) e o Plano Diretor do Município.
Na próxima aula daremos continuidade à construção do Plano Diretor.
Anotações
Nesta aula abordaremos uma Lei Federal muito importante para todos os
cidadãos: o Estatuto da Cidade.
77 e-Tec Brasil
• Adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financei-
ra do desenvolvimento urbano.
Atividades de aprendizagem
1. O que você entende sobre cidadania? Você se considera um cidadão
participativo?
Aprovada a lei do Plano Diretor o poder público municipal terá respaldo legal
para induzir do desenvolvimento urbano, aplicando os instrumentos defini-
dos como adequados ao processo.
73 e-Tec Brasil
14.2 5ª. Etapa - Implementação do plano e
revisão periódica pelo menos a cada dez
anos.
A lei do Plano Diretor deve estabelecer a estrutura e o processo participativo
de planejamento para implementar e monitorar o Plano Diretor. O moni-
toramento compreende avaliações, atualizações e ajustes sistemáticos, que
devem ser definidos na lei. O Plano Diretor deve definir também as instâncias
de discussão e decisão do monitoramento, como conselhos, sua composição
e suas atribuições.
Resumo
Nesta aula vimos que depois de elaborado o projeto de lei do Plano Dire-
tor este deve ser encaminha à Câmara Municipal que após discuti-lo com
a sociedade em audiências públicas poderá aprová-lo, ou não. O prefeito
também pode votar emendas abusivas. Uma vez aprovado pela Câmara o
prefeito deve sancioná-la, tornando-se, pois, uma Lei Municipal. A cada dez
anos é necessária uma revisão do Plano Diretor. Na próxima aula aprofunda-
remos o estudo do Estatuto da Cidade.
Atividades de aprendizagem
1. Cite exemplos de emendas abusivas que podem ser vetadas pelo prefeito
no Plano Diretor.
Anotações
Esta aula tem com objetivo o estudo dos instrumentos da Política Urbana
que são definidos no Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/01).
81 e-Tec Brasil
• Outorga onerosa do direito de construir (art. 28 a 31), direito de super-
fície (art. 21 a 24);
Resumo
Nesta aula abordamos os instrumentos da Política Urbana dirigidos à indu-
ção do uso e ocupação do solo como ferramentas para conter a expansão Assista o vídeo sobre a
participação popular na
desordenadas das cidades. Esse conjunto de instrumentos permite induzir melhoria da qualidade de vida:
a ocupação das áreas dotadas de infraestrutura e equipamentos, evitando a http://www.youtube.com/
watch?v=28HKEOu5l8U
ocupação de áreas desprovidas de infraestrutura e frágeis do ponto de vista
ambiental. Na próxima aula daremos continuidade no estudo dos instrumen-
tos da Política Urbana.
Atividades de aprendizagem
1. Cite os instrumentos urbanísticos de intervenção no uso e ocupação do
solo elencados no Estatuto das Cidades.
Anotações
Nesta aula, vamos ver como pode ser induzido o desenvolvimento urbano.
Reunimos aqui os instrumentos apresentados pelo Estatuto da Cidade e
comentados pelo Instituto Polis.
85 e-Tec Brasil
O Coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área
do terreno. (Art.28 §1º. do Estatuto da Cidade)
Curiosidade!
Em CURITIBA,a figura da outorga onerosa aparece como Solo Criado – Lei
Ordinária no 7.420 de 16 de março de 1990 – cujo objetivo é gerar recursos
para financiar a habitação de interesse social. O valor é pago para o Fundo
Municipal de Habitação e empregado na compra de lotes ou na regulariza-
ção fundiária. Segundo dados da Prefeitura, 720 empreendimentos habita-
cionais utilizaram-se do instrumento em 11 anos, arrecadando um total de
R$ 18.036.387,04. A maioria dos imóveis onde foi aplicado o acréscimo de
potencial construtivo localiza-se nas zonas residenciais 4, que são lindeiras
ao sistema viário estrutural e às áreas no entorno do centro, embora ocor-
ram também em outros pontos da cidade. (POLIS, 2001, p.77)
Atividades de aprendizagem
1. Por que o dono do terreno não tem o direito absoluto de construir o que
quer e como quer?
89 e-Tec Brasil
Operações Urbanas Consorciadas: são instrumentos que servem para o
poder público recuperar parte dos investimentos gastos em obras de infraes-
trutura que resultaram na valorização imobiliária.
Resumo
Abordamos nesta aula que a elaboração do Plano Diretor tem custos, avalia-
Saiba Mais Sobre do entre 80 e 120 mil reais para cidades de 50 a 120 mil habitantes. As fon-
Financiamentos Públicos, Acesse:
< http://www.bndes.gov.br/ tes de recursos são de origem tributária ou multas, rendimentos financeiros,
SiteBNDES/bndes/bndes_pt/ etc. Entretanto, existem instrumentos definidos no Estatuto da Cidade que
Navegacao_Suplementar/Perfil/
Administracao_Publica/> que podem auxiliar no financiamento da política urbana, como o IPTU Progres-
apresenta como esta situação
de financiamento funciona nos sivo no Tempo, a Outorga Onerosa do Direito de Construir, as Operações
grandes centros. Urbanas Consorciadas e o Consórcio Imobiliário. Na próxima aula estudare-
mos a regularização fundiária.
Anotações
Não são todas as pessoas que podem se beneficiar com a aplicação da usu-
capião. A concessão de uso será garantida aqueles que moram em uma
área de até 250m² há pelo menos cinco anos consecutivos e que não sejam
proprietários de imóvel urbano ou rural.
93 e-Tec Brasil
e privadas. Na ausência de soluções preventivas, resta ao poder público, em
princípio, três alternativas: ignorar os fatos, despejo forçado ou regularização
das ocupações. Em muitos casos, com até 2\3 da população vivendo em si-
tuações irregulares e ilegais, quase todas as administrações estão engajadas,
de uma forma ou outra, na tentativa de regularizar as ocupações. (...) Porém,
apesar dos programas de regularização fundiária terem se disseminado nas
cidades brasileiras nos últimos anos, é flagrante a inexpressividade dos resul-
tados (...), especialmente nas capitais. Existe uma imensa defasagem entre o
número de famílias potencialmente beneficiárias dos direitos e o número de
famílias objetiva e finalmente titulares do direito à terra.”
Entre as razões que explicam esse fato está a dificuldade que os governos
municipais enfrentam para atuar nas favelas, loteamentos ou propriedades
privadas.
Utilizando as ZEIS como instrumento de regularização fundiária estabelecido Saiba mais sobre a urbanização
da Rocinha acesse o site
no Plano Diretor o poder público promove a melhoria das condições de vida do Ministério das cidades:
da população de baixa renda. www.cidades.org.br. Que
apresenta todo o processo de
assentamento e revitalização na
O estabelecimento de ZEIS significa a construção de uma legalidade que comunidade.
Atenção!
É importante definir ZEIS nas áreas centrais da cidade, equipadas e providas
de infra-estrutura. Essa escolha vai induzir a ocupação mais equilibrada da
cidade.
Para implementar essas áreas, segundo o Instituto Pólis (2008), o Plano Dire-
tor deve responder às seguintes questões:
Resumo
Vimos nesta aula que a Usucapião é um instrumento que de regularização
fundiária que ajuda a população de baixa renda a legalizar sua estadia. Sua
aplicação está diretamente relacionada à necessidade da melhoria da quali-
dade de sua vida e resgate da cidadania. Para ter direito a esse benefício as
pessoas necessitam estar morando há pelo menos cinco anos consecutivos
e que não sejam proprietários de imóvel urbano ou rural. As Zonas Especiais
de Interesse Social (ZEIS), também é um instrumento que auxilia a inclusão
de parcela da população dos centros urbanos que ocupa áreas de maneira
ilegal. Na nossa última aula abordaremos a Gestão Democrática da Cidade.
Atividades de aprendizagem
1. Para a população de baixa renda qual a vantagem do instrumento usu-
capião?
97 e-Tec Brasil
criar obstáculo ou negar acesso aos documentos e propostas do Plano Dire-
tor; permitir ou facilitar o enriquecimento de alguém através das propostas
do Plano Diretor (Polis, 2008)
Através dessas aulas pudemos perceber que não é tão difícil construir e im- Leia sobre A Gestão
Democrática das Cidades,
plementar o Plano Diretor quanto parece. É preciso, primeiro entender como Acessando: <http://www.
funciona a cidade, ou seja, verificar qual é a cidade que temos para depois forumreformaurbana.org.br/
index.php/plataforma-fnru/a-
construirmos a cidade que queremos. Para isso temos a nossa disposição gestao-democratica-da-cidade.
inúmeros instrumentos apresentados pelo Estatuto da Cidade. Vimos que html> e veja como este processo
funciona nos grandes centros.
é necessário que a cidade cumpra sua função social e desta forma se torne
uma cidade sustentável onde todos tenham acesso à infraestrutura básica e
moradia sadia. A cidade deve ser de todos e não apenas privilegiar alguns.
Se já sabemos disso, a partir de agora é hora de colocar em prática tudo o
que aprendemos. É hora de participar, de exercer nosso papel de cidadãos e
juntos com o poder público melhorarmos nossa qualidade de vida.
Resumo
Vimos nesta aula que a má administração pode acarretar em uma Ação de
Improbidade Administrativa que visa punir os administradores quando co-
metem atos que prejudicam a receita do município ou burlam as leis. Podem
Atividades de aprendizagem
1. Aponte os instrumentos de participação popular à Gestão Democrática.
2. Diante de tudo o que você aprendeu nesta disciplina, como você vê ago-
ra sua participação na construção da cidade em que mora? É possível
atingir a Sustentabilidade?
BARBOSA, Sônia Regina da Cal Seixas. Qualidade de vida e suas metáforas. Uma
reflexão socio-ambiental. Tese de Doutorado em Ciências Sociais, IFCH/UNICAMP, 1996.
MOREIRA, J. C.; SENE, E. Urbanização: dinâmica recente. In: ____. Geografia. São Paulo:
Scipione, 2008 p.28-50.
OLIVEIRA, I., C., E. Estatuto da Cidade: para compreender... Rio de Janeiro: Ibam/Duma,
2001.
PÓLIS. Plano Diretor Participativo: Guia para elaboração pelos municípios e cidadãos.
Brasília: Ministério das Cidades, 2004. Disponível em: <www.estatutodacidade.org.br>.
Acesso em 20 mar 2008>
ROLNIK, R. Estatuto da Cidade: instrumentos para as cidades que sonham crescer com
justiça e beleza. Instituo Polis. Disponível em: www.polis.org.br Acesso em: 23 mar 2008.
VESENTINI, J. W.; PORTELLA, F. Êxodo Rural e urbanização. 21.ed. São Paulo: Ática,
2005. (Col. Viagem pela Geografia).
III. A urbanização ocorreu da mesma forma nos países ricos e pobres. Nos
ricos, principalmente na Europa, aconteceu durante o século XIX, acele-
rando-se na transição para o século XX. Nos países pobres da América
Latina, Ásia e África, a urbanização ocorreu somente após meados do
século passado, concomitante ao processo de industrialização.
a) Argentina.
b) Coréia do Sul.
c) China.
d) Brasil.
e) Austrália.
a) Intelectual.
b) Atrativo.
c) Repulsivo.
d) Seletivo.
e) Permissivo.
Coluna A
(3) Ecodesenvolvimento.
Coluna B
( ) E sse termo foi utilizado pela primeira vez em 1973 para caracterizar
uma concepção alternativa de política de desenvolvimento.
a) 2, 3, 1.
b) 1, 3, 2.
c) 1, 2, 3.
d) 3, 1, 2.
e) 3, 2, 1.
I.
Aumento do número dos sem-teto, existência de moradias precárias,
aumento da pobreza e das desigualdades sociais.
II.
Falta de saneamento básico e surgimento dos loteamentos clandestinos.
III.
Falta de segurança, elevados índices de criminalidade, inadequação
dos serviços e da infraestrutura.
(1)
Indicadores objetivos.
(2)
Indicadores subjetivos.
( ) Fatores econômicos.
a) 1, 2, 2.
b) 1, 1, 2.
c) 1, 1, 1.
d) 2, 2, 1
e) 2, 1, 1.
a) I e II estão corretas.
e) P ara garantir o uso dos recursos naturais para atender apenas às ne-
cessidades das gerações presentes.
a) 1, 3, 2, 4.
b) 4, 1, 2, 3
c) 4, 3, 2, 1
d) 2, 3, 4, 1
e) 1, 2, 4, 3
III. Caso o município não tenha uma equipe de pessoas habilitadas, pode
contratar consultoria externa, que entre suas funções estará a de capa-
citar os profissionais locais.
a) II e III;
b) I e II;
c) I e III;
d) I, II e III;
e) Apenas I.
a) 123 e 124;
b) 134 e 135;
c) 182 e 183;
d) 128 e 129;
e) 157 e 157.
b) Estatuto Urbano;
c) Estatuto do Município;
e) Estatuto Regional.
d) A cidade planejada.
a) O Plano Diretor é uma lei federal criada com pelo Senado para orga-
nizar o crescimento e o funcionamento das cidades brasileiras.
b) O Plano Diretor diz quais regras serão usadas em cada área do muni-
cípio. As propostas integrantes do plano devem ser justas socialmen-
te e exeqüíveis tecnicamente.
a) O Plano Diretor deve ser elaborado por uma equipe externa compos-
ta por profissionais qualificados em planejamento e gestão urbana.
(C)
3ª. Fase
A sequência CORRETA é:
a) 2, 4, 1, 3, 5
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 1, 3, 2, 5
d) 1, 3, 2, 5, 4
e) 5, 2, 4, 1, 3
II. É importante definir eixos e temas cruciais para a cidade, que se trabalha-
dos de maneira rápida e eficaz possam redefinir o destino da cidade.
Estão CORRETAS:
a) apenas I, II e III;
d) apenas II e IV;
e) todas as alternativas.
a) à comunidade;
a) conferência;
b) audiência pública;
c) reunião colegiada;
d) conselho municipal;
e) reunião da Câmara.
I.
Com o intuito de promover o planejamento e a gestão urbana den-
tro dos moldes sustentáveis, o Estatuto da Cidade traçou as Diretri-
zes Gerais e Instrumentos da Política Urbana Brasileira.
a) II e III;
b) I e III;
c) I e II;
d) Todas;
e) Nenhuma.
d) R
ecuperação dos investimentos públicos que tenham gerado valori-
zação imobiliária;
b) C
entralização da gestão da cidade; tecnocratização; regulação fundi-
ária;
c) A
mpliação dos poderes públicos; redução da participação popular na
gestão da cidade; indução do uso e ocupação do solo;
d) A
mpliação dos poderes públicos; regularização fundiária; redução da
participação popular na gestão da cidade.
e) C
entralização da gestão da cidade, regularização fundiária; democra-
tização da gestão urbana.
Estão CORRETAS:
a) I e II;
b) II e III;
c) I, e III;
d) I, II e III;
e) Nenhuma.
a) Direito de Superfície;
c) Direito de Preempção;
e) Consórcio Imobiliário.
a) Direito de Superfície;
c) Direito de Preempção;
e) Consórcio Imobiliário.
I. A
s Operações Urbanas Consorciadas geram recursos na medida em que
obrigam o proprietário a pagar ao município pelo direito de construir,
em circunstância definidas no Plano Diretor.
a) I;
b) I e II;
c) I e III;
d) II;
e) III.
a) a usucapião;
b) o direito de preempção;
e) o consórcio imobiliário.
b) Conferências da Cidade;
c) Audiências Públicas;