INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3
1. DIREITOS SOCIAIS E O DIREITO À SAÚDE ....................................................... 4
2. A SAÚDE COMO DIREITO FUNDAMENTAL ....................................................... 6
3. TRAJETÓRIA NORMATIVA DO SERVIÇO DE SAÚDE NO BRASIL .................. 8
4. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – ESTRUTURA, PRINCÍPIOS E DIVISÃO DE
COMPETÊNCIAS JURÍDICAS ................................................................................ 10
5. DIREITO DO CONSUMIDOR CONSTITUCIONAL .............................................. 12
6. TEORIA GERAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO ........................................... 14
7. DIREITO DO CONSUMIDOR APLICADO À SAÚDE .......................................... 22
8. CONTRATOS DE SAÚDE À LUZ DO CDC ....................................................... 24
9. A JURISPRUÊNCIA DO STJ SOBRE CONTRATO DE SAÚDE ........................ 26
10. PRÁTICAS ABUSIVAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE ....................................... 30
11. RESOLUÇÕES DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (ANS) SOBRE PLANOS
DE SAÚDE ............................................................................................................... 33
12. JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE ........................................................................ 37
13. LEI DOS PLANOS DE SAÚDE (LEI Nº 9.656/1998) ........................................ 39
14. PLANOS DE SAÚDE X DIREITO DO CONSUMIDOR: DESVIO DE
FINALIDADE ........................................................................................................... 43
15. Lei do Acompanhante para os consumidores de plano de saúde .............. 44
16. ALCOLISMO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA SOB A PERSPECTIVA
CONSUMERISTA .................................................................................................... 46
17. TRATAMENTO PSICOTERAPICO E COBERTURA OBRIGATÓRIA DAS
DOENÇAS MENTAIS .............................................................................................. 48
18. A RELAÇÃO HOSPITAL-PACIENTE SOB A ÓTICA DA RESPONSABILIDADE
OBJETIVA ............................................................................................................... 51
19. REVISÃO .......................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 56
2
INTRODUÇÃO
Este curso de direito aplicado aos serviços de saúde exige uma abordagem
multidisciplinar tendo em vista que o vocábulo direito exigirá um desdobramento a fim
de esclarecer que o Direito é composto de vários “direitos”.
Assim é que este “direito” aplicado aos serviços de saúde envolve então uma
explicação de direito constitucional, de teoria dos direitos fundamentais e direitos
sociais, envolverá também explanação sobre direito do consumidor e direito civil na
parte contratual.
Para além das disciplinas jurídicas mais tradicionais teremos também uma incursão
sobre a matéria específica com a apresentação do direito regulatório que é
desempenhado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) sobre a qual teremos também
um tópico explicativo.
Dada a sua magnitude, o SUS também será objeto de análise a fim de demonstrar
sua estrutura, princípios jurídicos e competências administrativas e jurídicas como
forma de compreensão de todos os mecanismos legais que permitem a
implementação de todo o serviço de saúde.
Um bloco final será destinado a uma análise prática das consequências jurídicas
sobre o sistema de saúde e a relação com as operadoras privadas, neste sentido a
relação Hospital-Paciente sob a ótica da responsabilidade objetiva; o tratamento
psicoterapico e a cobertura obrigatória das doenças mentais por parte dos planos de
saúde, chegando ao tema da interrelação jurídica entre o direito à saúde, o direito do
consumidor e o alcoolismo visto como problema de saúde pública.
3
1. DIREITOS SOCIAIS E O DIREITO À SAÚDE
Desta forma, os direitos sociais são nada mais do que direitos fundamentais e
garantias básicas que devem ser compartilhados por cada indivíduo da sociedade,
sem qualquer exceção, devendo ser respeitada toda e qualquer diferença de raça,
orientação sexual, gênero, etnia, religião, classe econômica e etc.
É importante ressaltar que as principais conquistas dos direitos sociais ocorreram nos
séculos XIX e XX, após a ocorrência da Revolução Industrial, bem como está
presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 e no Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966.
Ambos os diplomas serviram de base para a Constituição Federal do Brasil e também
de vários outros países e, na nossa, tais direitos estão devidamente previstos em seu
artigo 6º:
4
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
doença”.
Como bem explicita o conceito trazido pela OMS, trata-se também de um estado de
completo bem-estar social e, por essa razão devemos saber que tal conceito também
envolve o tratamento de moléstias, o fornecimento de medicamentos, medidas de
prevenção, entre outras políticas públicas.
Sendo um direito de todos, é possível que seja exigido, reclamado e/ou combatido
por meio da via judicial, como por exemplo em situações de negação de
medicamentos, cirurgias, bem como solicitar a abstenção de qualquer ação estatal
que prejudique a saúde individual ou coletiva, como por exemplo, atualmente com a
PL do Veneno – Projeto de Lei nº 6.299, que está gerando um alvoroço social em
razão do possível aumento da utilização de agrotóxicos em nossos alimentos, o que
prejudicará direta e nocivamente a saúde de todos.
5
2. A SAÚDE COMO DIREITO FUNDAMENTAL
Como bem introduzido no tópico anterior, o direito à saúde é tratado como um direito
social, fudamental, vez que trata-se de uma questão de cidadania, pertencente à
coletividade de uma forma geral, englobando acesso à tratamentos, medicamentos,
boa alimentação, assistência social, moradia digna e trabalho.
Vale relembrar que o direito à saúde, nem sempre foi alvo da proteção estatal, vez
que há muitos anos atrás, a saúde era sinônimo de felicidade, ou até mesmo, ligada
à alma e, somente com na transição do constitucionalismo liberal para o
costitucionalismo social é que a saúde ganhou impostância e proteção, tendo também
como ponto curcial, a segunda guerra mundial, ocorrida entre 1939 a 1945, pois muito
se falava em dignidade da pessoa humana e, tal coisa não poderia existir sem que
fosse permitido amplo acesso à saúde.
Hoje em dia, conforme já explicitado anteriormente, não podemos tratar de tal direito
somente naquilo que diz respeito à dimensão curativa da doença, e sim, também, a
promoção da saúde, vigilância da saúde, políticas públicas saudáveis, cidades
saudáveis, englobando as condições de vida e de trabalho de cada um sob o ângulo
social.
6
Devemos entender que tais direitos abarcam, ainda, o esclarecimento e educação da
população, higiene, saneamento básico, lazer, campanhas de vacinação, dentre
outras coisas, devendo o Estado formular e executar políticas econômicas e sociais,
além da prestação de serviços públicos de promoção, prevenção e recuperação.
Ainda, devemos entender que como protetor e aplicador deste direito fundamental,
existe o Estado Democrático de Direito, que visa superar desigualdades sociais para
que seja realizada a justiça social, visto que o direito à saúde está englobado ao
direito à vida, dando ao cidadão, o garantismo estatal da dignidade da pessoa
humana.
7
3. TRAJETÓRIA NORMATIVA DO SERVIÇO DE SAÚDE NO BRASIL
Conforme citado anteriormente, sabemos que a Constituição de 1988 foi quem trouxe
a saúde como direito fundamental e como dever do Estado assegurar a sua garantia.
Ocorre que, para que possamos entender o panorama geral que culmina com a
instituição de um sistema único de saúde pela constituição de 1988, falaremos um
pouco sobre a trajetória do serviço de saúde no Brasil.
Pois bem, em 1920 foi criado um primeiro modelo de previdência social, que eram as
Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS), contudo, asseguravam somente
funcionários ferroviários marítimos. Já em 1930 houve a unificação do CAPS em
Institutos de aposentadoria e pensões (IAPS), que asseguravam outras categorias
profissionais, mediante registro na carteira de trabalho.
Assim, o contexto da saúde no Brasil, nesse momento era dividido em dois campos:
saúde pública, sob o comando do Ministério da saúde e direcionada principalmente
às zonas rurais e aos setores mais pobres da população, com atividades de caráter
preventivo x medicina previdenciária, dirigida à saúde individual dos trabalhadores
formais, voltada prioritariamente para as zonas urbanas, estando a cargo dos
institutos de pensão.
8
Sistema Nacional de Saúde, ponto crucial para a divisão do dos campos de atuação
da saúde pública e da assistência médica previdenciária.
Foram então, a partir dai, criados vários programas, como o Piass – Programa de
Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento, cujo objetivo é a expansão da rede
de atenção primária de saúde em municípios do interior, o que também refletia
princípios defendidos em âmbito nacional pela OMS (Organização Mundial de
Saúde).
Em relação aos princípios do SUS, podemos dizer que são 3 basilares, quais sejam:
universalização, equidade e integralidade. Da universalização, entende-se que, como
já demonstrado, o Estado deverá assegurar o direito à saúde a todos os cidadãos
sem qualquer preconceito de origem racial, de gênero, sexo, ocupação ou outras
características pessoais ou sociais.
10
No que diz respeito à Equidade, o objetivo é diminuir as desigualdades e deve-se
investir mais no local mais carente e sobre a Integralidade, podemos falar em uma
articulação da saúde com outras políticas públicas, a fim de promover uma atuação
intersetorial entre diferentes áreas que possam de alguma forma repercutir na área
da saúde ou na qualidade de vida de cada ente da sociedade.
Mais uma característica do SUS é a divisão de competências existente, vez que cada
ente possui a sua responsabilidade, vejamos: 1) União – faz a gestão federal através
do Ministério da Saúde e financia a rede pública de saúde. O Ministério é responsável
por formular políticas nacionais, mas não as aplica na prática, pois isso quem fará
serão seus parceiros, Estados, Municípios, ONGS, empresas, fundações, dentre
outras, bem como tem a função de controlar o SUS, fazendo planejamentos,
elaborando normas e etc.
No que diz respeito aos Estados e o Distrito Federal, as Secretarias fazem a gestão
da saúde, aplicando os recursos repassados pela união, seus próprios e os dos
municípios, podendo fazer suas próprias políticas de saúde, visto que planeja e
cordena o SUS em nível estadual, respeitando sempre a normatização federal
imposta.
11
5. DIREITO DO CONSUMIDOR CONSTITUCIONAL
O direito do consumidor protege e intervém em uma relação que possui uma parte
mais fraca, vulnerável, a qual não pode estar afastada de uma proteção constitucional
que imporá limites e princípios gerais de defesa, o que se observa em seu artigo 5º,
XXXII: “O Estado promoverá, na forma da Lei, a defesa do Consumidor".
Pois bem, já ficou claro que o direito do consumidor é por inúmeras vezes citado na
Constituição Federal, haja vista sua importância social, porém, o que também deve
ficar claro é que a constitucionalização deste direito abarca a incorporação de
mandamentos e princípios constitucionais em sua legislação e aplicação junto à
sociedade.
Desta forma, assim como destacado anteriormente, dentre outros tantos que devem
ser respeitados, aqui trataremos sobre o princípio da dignidade da pessoa humana,
um dos fundamentos da república brasileira e princípio da garantia à segurança e à
vida, que deve contar com qualidade de forma sadia, em função da garantia do meio
ambiente ecologicamente equilibrado e da qual decorre o direito necessário à saúde.
12
Em razão disso o legislador infraconstitucional, mais especificamente, no art. 6º,
inciso I, da Lei nº 8.078/90 (Código do Consumidor) optou por colocar como o primeiro
direito básico do consumidor, o direito a vida, vejamos:
13
6. TEORIA GERAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Estudar a teoria Geral do direito das relações de consumo exige uma abordagem
teórica a fim de esclarecer quais são efetivamente os pontos principais que permitirão
o adequado entendimento basilar, sob a perspectiva jurídica, das relações de
consumo.
Neste sentido, é importante partir dos conceitos bases que estabelecem a relaçã de
consumo, quais sejam: consumidor; fornecedor, produto e serviço. Todos estes
conceitos decorrem do próprio código de defesa do consumidor, conforme excerto
abaixo:
14
Para além destes conceitos introdutórios existem as questões envolvendo a
responsabilidade civil na legislação consumerista. São quatro as situações de
responsabilidade civil adotadas pelo Código de Defesa do Consumidor:
15
convencionada em separado, por meio de manifestação
expressa do consumidor.
16
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
17
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização
e riscos.
I - sua apresentação;
19
Responsabilidade pelo fato do serviço (art. 14).
20
As relações de consumo se constituem, portanto, entre consumidores, fornecedores,
por meio de produtos e serviços. Eventuais defeitos ou danos serão apurados por
meios do sistema estruturado de responsabilidades, conforme exposto acima.
21
7. DIREITO DO CONSUMIDOR APLICADO À SAÚDE
Neste tópico, de uma forma geral, trataremos do direito ao consumidor aplicado aos
serviços públicos em geral, e, obviamente, dentro deles se encontra o direito à saúde.
Para essa explanação é imperioso destacar, que o usuário dos serviços públicos pode
ser encarado como um consumidor coletivo, o qual poderá, coletivamente, ingressar
com uma medida para que haja melhoria dos serviços, tanto que, em 2008, o
Supremo Tribunal Federal decidiu que o usuário do serviço público, bem como o
terceiro não usuário podem invocar a responsabilidade objetiva, ou seja, novamente,
fica explícito aqui a questão social do tema, haja vista que uma vez havendo prejuízo
ou dano à alguém, relacionado a um serviço público ofertado pelo Estado, todos os
seus usuários poderão reivindicar e não somente aquele que foi diretamente lesado.
22
ordem jurídica do Estado Social, daí a impossibilidade de o
consumidor delas abrir mão.” (STJ, Resp. 586, Rel. Min Herman
Benjamim, 2t, DJ 19/03/2010).
Sendo assim, podemos entender que, sendo o direito à saúde, um direito ofertado
pelo Estado, por dever imposto pela Constituição Federal, todo aquele que dele
utilizar ou não poderá lançar mão das normas e diretrizes alocadas no Código de
Defesa do consumidor a fim de fazer prevalecer o seu direito.
23
8. CONTRATOS DE SAÚDE À LUZ DO CDC
24
Por fim, é importante mencionarmos as incompatibilidades constantes da Lei nº.
9.656/96 em relação ao Código de Defesa do Consumidor, um exemplo é o caso em
que a Lei permite a denúncia unilateral do contrato por inadimplência do consumidor
superior a 60 dias, que o CDC proíbe que a rescisão seja feita unilateralmente sem
informação clara e precisa (III, art 6º). Sendo assim, a Lei que regula os planos de
saúde deve se curvar às normas do Código Consumerista.
25
9. A JURISPRUÊNCIA DO STJ SOBRE CONTRATO DE SAÚDE
Abaixo as sumulas mais importantes do STJ sobre o tema da saúde que valem a
atenta leitura:
26
Após o ato registral [pela Anvisa], a operadora de plano de
saúde não pode recusar o tratamento com o fármaco indicado
pelo médico assistente. Com efeito, a exclusão da cobertura do
produto farmacológico nacionalizado e indicado pelo médico
assistente, de uso ambulatorial ou hospitalar e sem substituto
eficaz, para o tratamento da enfermidade significa negar a
própria essência do tratamento, desvirtuando a finalidade do
contrato de assistência à saúde (arts. 35-F da Lei no 9.656/1998
e 7o, parágrafo único, e 17 da RN no 387/2015 da ANS).”
(REsp 1.632.752/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe
29/08/2017)
27
inseminação artificial, o que tem respaldo na LPS e na RN
338/2013.”
(REsp 1.590.221/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe 13/11/2017)
28
(REsp 1.568.244/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/12/2016, DJe
19/12/2016).
29
10. PRÁTICAS ABUSIVAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE
É importante mencionar que a linha mestra de todo o direito, não poderia ser diferente
no direito do consumidor, é a Dignidade da Pessoa Humana que irradia todo o seu
efeito pelo sistema jurídico como diz Rizatto Nunes:
1
NUNES, Rizzatto, Curso de Direito do Consumidor, 7ª ed. Revisada e atualizada, São Paulo: Saraiva, 2012.
30
No que concerne a vulnerabilidade econômica, em regra o consumidor possui poder
econômico inferior ao fornecedor e, por esta razão, poderá inclusive abusar desta
superioridade.
32
11. RESOLUÇÕES DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (ANS) SOBRE
PLANOS DE SAÚDE
Importantes informações podem ser encontradas no site da ANS sendo que algumas
delas merecem ser textualmente citadas abaixo::
2
Rachel Torres Salvatori e Carla A. Arena Ventura. A Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS: onze anos
de regulação dos planos de saúde. Revista da UFBA.Salvador, v.19 - n.62, p. 471-487 - Julho/Setembro – 2012, p
477.
33
Missão: Promover a defesa do interesse público na assistência
suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais - inclusive
quanto às suas relações com prestadores e consumidores - e
contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país.
3
Disponíven em: http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos
34
normativos, dentro do princípio da legalidade, tem força
normativa à todos integrantes do setor regulado4.
Por fim, as principais resoluções da ANS sobre o tema dos planos de saúde são as
que seguem abaixo:
4
JOSÉ VICENTE GODOI JUNIOR AGÊNCIAS REGULADORAS: CARACTERÍSTICAS, ATIVIDADES E FORÇA
NORMATIVA. UNIVERSIDADE DE MARÍLIA – UNIMAR. 2008, p. 80.
35
de 2010, RN nº 262, de 1 de agosto de 2011, RN nº 281, de 19 de dezembro de
2011 e a RN nº 325, de 18 de abril de 2013; e dá outras providências.
36
12. JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE
Os teóricos sobre o tema divergem pois uns dizem que este fenômeno deslegitima a
esfera política que deveria ser responsável pela elaboração e implantação de políticas
5
Giovanna Paola Primor Ribas e Carlos Frederico Marés de Souza Filho. A Judicialização das Políticas Públicas
e o Supremo Tribunal Federal. Direito, Estado e Sociedade n.44 p. 36 a 50 jan/jun 2014. P. 41.
37
públicas, enquanto que os defensores da judicializaçã entendem que, na verdade, o
judiciário está ocupando um espaço vago deixado pela paralisia e ineficiência dos
políticos que não tem correspondido às demandas sociais que já possuem previsão
constitucional (Ex. a universalização da Saúde prevista na constituição)
38
13. LEI DOS PLANOS DE SAÚDE (LEI Nº 9.656/1998)
Como se pode notar pelo ano de publicação da referida lei, ela já possui 20 anos de
vigência e tem sido um diploma legislativo muito utilizado, questionado e com diversas
tentativas de reforma, conforme passa-se a expor.
39
faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços
de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede
credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência
médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou
parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante
reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem
do consumidor;
40
III - descrição de suas instalações e equipamentos
destinados a prestação de serviços;
41
c) comprovação da quitação de suas obrigações com os
prestadores de serviço no âmbito da operação de planos
privados de assistência à saúde; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)
6
Luciano Correia Bueno Brandão. Proposta que reforma lei de planos de saúde é absoluto retrocesso. Site
Conjur. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-out-23/luciano-brandao-proposta-mudancas-planos-
saude-retrocesso Acesso em 16/05/2018.
7
Bruno Miragem. Reforma da lei dos planos de saúde não pode vulnerar consumidor. Site Conjur.
https://www.conjur.com.br/2017-set-13/garantias-consumo-reforma-lei-planos-saude-nao-vulnerar-
consumidor Acesso em 16/05/2018.
42
14. PLANOS DE SAÚDE X DIREITO DO CONSUMIDOR: DESVIO DE
FINALIDADE
A Lei dos planos de saúde foi alterada em 2001 pela medida provisória nº 2.177-44
sendo que esta alteração representa uma vitória dos consumidores uma vez que
ampliou a cobertura de doenças como AIDS, problemas mentais e ainda a própria MP
fixou limites para cobrança de planos calculados por faixa etária.
Apesar do exposto acima, a saúde no Brasil, por ser explorada como negócio por
empresas particulares e vista como mercadoria pela iniciativa privada acaba por gerar
o que implica numa possível visão mercantilista desvirtuando o exercício da medicina
como mera forma de obtenção de lucro e afastando-se de sua função social.
Estes desvios de finalidade que afastam os serviços de saúde da sua finalidade social
é que geral um confronto entre o direito do consumidor e a postura de algumas
empresas que são operadoras de planos de saúde, um exemplo típico desta corrida
pelo lucro e eventual má fé de alguns prestadores de serviços é aquele que surge em
situações de emergência e urgência que pela lei (art. 12, V, C) devem possuir
carência de apenas 24 horas, sendo que após este prazo a operadora deve responder
pelas despesas médico-hospitalares, sem limitação temporal
Além disto, outros dois fatores são reiterados como elementos de desvio de finalidade
dos serviços de saúde. O primeiro está associado com os critérios que permitem que
permitem o aumento anual das mensalidades, e apesar de estar de acordo com a
inflação os critérios não são claros para os ajustes correspondentes o que faz com
que tais planos estejam em desacordo com a realidade brasileira. O segundo está no
fato da lei permitir que os planos de saúde comercializem cada bloco do plano
(ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia, odontológico, mistos)
separadamente, pois muitos consumidores se sentem prejudicados, tendo em vista
que para que tenham direito à cobertura completa terão que contratar o pacote inteiro,
ou contratar mais de um.
43
Material Complementar: Conflitos Contrato Plano de Saúde x CDC
https://www.youtube.com/watch?v=NXLZ4Kgatyw
15. Lei do Acompanhante para os consumidores de plano de saúde
44
A dúvida que remanesce é, qual é a situação jurídica do idoso que contratou plano
de saúde anterior a lei nº 9.656/98? Para adequada análise jurídica do tema vale a
leitura do material complementar.
45
16. ALCOLISMO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA SOB A PERSPECTIVA
CONSUMERISTA
O tema do alcoolismo envolve uma análise jurídica crítica e reflexiva para que se
coadune com a interrelação do direito do consumidor com o direito à Saúde. Neste
sentido, o Recurso Especial no 772.723 de 2005 que teve como relator o Ministro
Benedito Gonçalves, como agravante a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BEBIDAS –
ABRABE, representada pelo Advogado Hamilton Dias de Souza e outro (S), como
agravado a ASSOCIAÇÃO DE DEFESA E ORIENTAÇÃO DO CIDADÃO – ADOC,
representada pelo advogado Francisco Juraci Bonatto e outro e como interessado a
União, tratou de desenvolver um grande precedente nos seguintes termos:
46
Art. 12 - § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a
segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a
época em que foi colocado em circulação.
47
17. TRATAMENTO PSICOTERAPICO E COBERTURA OBRIGATÓRIA DAS
DOENÇAS MENTAIS
8
Site Jurídico Migalhas. Plano de saúde não pode interromper sessões de terapia que ultrapassem limite de
cobertura. http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI267027,51045-
Plano+de+saude+nao+pode+interromper+sessoes+de+terapia+que
48
PSICOTERÁPICO. LIMITAÇÃO DO NÚMERO DE
CONSULTAS. ABUSIVIDADE. FATOR RESTRITIVO SEVERO.
INTERRUPÇÃO ABRUPTA DE TERAPIA. CDC. INCIDÊNCIA.
PRINCÍPIOS DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NA SAÚDE
SUPLEMENTAR. VIOLAÇÃO. ROL DE PROCEDIMENTOS E
EVENTOS EM SAÚDE DA ANS. CUSTEIO INTEGRAL.
QUANTIDADE MÍNIMA. SESSÕES EXCEDENTES.
APLICAÇÃO DE COPARTICIPAÇÃO. INTERNAÇÃO EM
CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. ANALOGIA.
50
18. A RELAÇÃO HOSPITAL-PACIENTE SOB A ÓTICA DA RESPONSABILIDADE
OBJETIVA
51
limite, a tese subverte todos os fundamentos essenciais da
responsabilidade civil, ensejando condenações por presunções.
52
6. Não ficou comprovada nos autos a exclusão da possibilidade
de quaisquer outras formas de contágio no decorrer dos quase
sete anos entre a cirurgia pela qual passou o autor (ora
recorrido) e o aparecimento dos sintomas da hepatite C.
O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, estabelece que “os produtos e
serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou
segurança do consumidor” (art. 8°), cabendo aos fornecedores o dever de prestar
informação sobre os mesmos. Quando produto ou serviço não oferecer ao
consumidor a segurança que dele se espera, este será considerado defeituoso (Art.
12, §1o; Art. 14, §1o)
53
19. REVISÃO
SUS: O Sistema Único de Saúde foi trazido com o advento da Constituição de 1988,
abrangendo desde os procedimentos mais simples, até os mais complexos, o que
antes era somente feito por entidades filantrópicas. Além disso, proporcionou acesso
universal ao sistema público de saúde e com a Lei 8.080/90, aumentou o abrangência
do entendimento de que não se deve somente se precaver de doenças, e sim
promover a qualidade de vida, a redução de desigualdades regionais e
desenvolvimento econômico e social.
54
Judicialização da Saúde: A Judicialização quer dizer que questões políticas e
sociais não estão mais sendo decididas somente pelas instâncias políticas
tradicionais – Executivo e Legislativo – mas também pelo Poder Judiciário.
Conceitos Legais na sobre Direito do Consumidor:
55
BIBLIOGRAFIA
KELSEN, H. Teoria pura do direito. São Paulo, Martins Fontes Ed., 1985.
56