INTRODUÇÃO
(1) Chamo a preciosa atenção do meu querido ouvinte para a tripla divisão do texto
que acabamos de ler: Primeiro, em verso 13 Tiago refere-se aos planos que seus
leitores traçavam para as suas vidas: viagens, negócios etc.; segundo, em versos
14-15 Tiago denuncia que a manifestação de tais planos esbarra na ignorância do
futuro, na instabilidade e fragilidade da vida; e finalmente nos versos 16 e 17
Tiago chama esta elaboração e a concretização de tais planos sem o
reconhecimento da presença de Deus de “jactância de arrogantes pretensões”, ou
seja, é o orgulho manifestado, a confiança nas próprias possibilidades, enfim, a
soberba da vida (1 Jo 2.16); por fim, Tiago identifica sua natureza e origem – é
maligna; e sem rodeios chama-a de pecado.
(2) Estamos no começo de um novo ano, ocasião em que nossos olhos, nosso
coração se projeta para o futuro, tecendo planos, sonhando cenários, idealizando
situações; assim é preciso perguntar-nos se estamos dentro da vontade de Deus.
Para não cairmos naquilo que Tiago chamou de “jactância de arrogantes
pretensões”, analisaremos este texto sob o tema da Presunção.
I. ANALISANDO A PRESUNÇÃO
Enfim, é claro que Tiago não está combatendo a questão do planejamento, mas
combatendo o planejamento sem levar Deus em conta. É claro também que a vida é
feita de nossas escolhas. Precisamos ter alvos, planos, sonhos, mas não presunção.
Por isso, recomenda Tiago que antes de todas coisas devemos dizer: “Se o Senhor
quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. ” (4.15) Essa é uma
advertência saudável e que está de acordo com a vontade de Deus, quantas vezes a
declaração recomendada por Tiago não se torna rotineira, não refletindo uma condição
da nossa mente, do nosso espírito, do nosso coração. A mera repetição de palavras não é
o que está em vista aqui, não é o que Tiago ensina. Não deve ser uma declaração apenas
que se faz com a boca, ou como costumamos dizer, “da boca para fora”, mas sim uma
constante atitude de coração. “Se o Senhor quiser” deve sair do profundo de nossa alma,
deve ser o enunciado de um coração rendido à vontade de Deus, de um coração que
reconhece que a vontade Deus é “boa, agradável e perfeita. ” (Rm 12.2).
Lembremo-nos destas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: “A minha comida
consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34).
sejam elas o cerne de nossa vida.
CONCLUSÃO
Podemos afirmar que a vida humana está em certo aspecto sob o controle humano.
Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões que fazemos na vida:
quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos, o que fazemos. Por
outro lado, a vida humana, não está em nosso controle. Nós não conhecemos o nosso
futuro nem sabemos o que é melhor para nós. Devemos procurar saber quais são os
planos de Deus para a nossa vida. A verdade incontroversa é que a vida humana está sob
o controle divino. Se Deus quiser iremos, compraremos, ganharemos.
Encerro aqui com a leitura de Lucas 12.16-20 e uma ligeira observação sobre ela:
“16 E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu
com abundância. 17 E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho
onde recolher os meus frutos? 18 E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros,
reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus
bens. 19 Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe e regala-te.20 Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a
tua alma; e o que tens preparado, para quem será? ”.