Chiattone
Partindo do pressuposto de que o ser doente deve ser considerado nas três esferas (bio-
psico-social), onde uma esfera interdepende e inter-relaciona-se à outra, mantendo o ser doente,
intercâmbios contínuos com o meio em que vive, num constante esforço de adaptação à sua nova
condição de doente (Olivieri, 1985; Chiattone e Sebastiani, 1991), define-se a abrangência
AULA FUNDAMENTOS EM PSICOLOGIA HOSPITALAR – Prof. Heloisa B.C.Chiattone
No hospital, o psicólogo possue uma extensa área de ação, muitas vezes não se
circunscrevendo apenas àquelas que envolvem os conhecimentos aprendidos durante sua
formação. Assim, o alcance, as limitações ou o tipo de atendimento realizado, estarão
intimamente ligados à situação em si, ao contexto, às necessidades do paciente assistido
ou da população alvo.
Esta tarefa pressupõe uma reformulação interna do profissional, coerente com uma
adaptação a nova forma de atuação, na medida em que, sabidamente, o psicólogo, em sua
formação recebe outro tipo de orientação. O ambiente físico onde ocorrerá o atendimento
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psicológico, além de ser considerado um elemento de muita importância (Craig, 1991), pressupõe
tranquilidade, espaço suficiente para a acomodação dos participantes de forma confortável (Kaplan
e Sadock, 1990), com garantias de adequação a nível de silêncio e luminosidade. Além disso,
propõe-se que o paciente só falará livremente em ambiente que garanta a privacidade e os
atendimentos devem ocorrer sem interrupções (Craig, 1991).
Assim, o psicólogo que exerce suas funções no hospital deve ‘estar onde estão os
acontecimentos’ (Lamosa, 1987), libertando-se do modelo de consultório, constrito a uma sala e
andar pelo hospital.