Pesquisa e Edição
Kissyan Castro
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Castro, Kissyan.
CDD 921
CDU 929:82
NÓTULA DO EDITOR
Kissyan Castro
o n
n Frederico Figueira
(1849-1924)
n
SUMÁRIO
OS PRIMEIROS ANOS/7
FREDERICO FIGUEIRA E ARTUR AZEVEDO/9
A MUDANÇA PARA BARRA DO CORDA
E A TRAJETÓRIA POLÍTICA/11
O DECANO DA IMPRENSA MARANHENSE/15
DUAS VEZES À FRENTE DO GOVERNADO DO ESTADO/17
A CRUZADA GONÇALVES DIAS/19
FREDERICO FIGUEIRA E A CRISE
NO GOVERNO DE LUÍS DOMINGUES/21
PROJETOS LEVADOS A EFEITO/25
O FIM DA JORNADA/26
TRABALHOS PUBLICADOS/32
REFERÊNCIAS PARA ESTUDO/32
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA/34
CRÉDITO DAS IMAGENS/34
SOBRE O AUTOR/35
Editorial
OS PRIMEIROS ANOS
Frederico Figueira em
foto da juventude.
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benévolos à massa curiosa que à passagem
atenta o contemplava” (Glorificação a
Gonçalves Dias, 1904, p. 47).
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francesas que, numa companhia de operetas, então
fizeram época em São Luís. Os caixeiros exaltavam
Adèle por sua graça e talento, os estudantes, por sua
vez, aclamavam Pope; cada facção tratava também de
rebaixar a rival, desqualificando-a. As atrizes se diver-
tiam com essas disputas. A situação, porém, foi ficando
fora de controle, resultando em apupos e agressões
físicas. Artur e Frederico, que encabeçavam o grupo
dos caixeiros, foram parar na polícia, para escândalo
das famílias maranhenses. E, como se não bastasse, o
patrão de ambos, o comerciante português Manoel
Ferreira Campos, tirou-lhes das mãos a insígnia
simbólica – feita de madeira e piaçaba – das funções
2
que eles exerciam no seu armazém .
13
província. Coisas dessa ordem só se veem
aqui. Não há dúvida de que o Maranhão é
uma terra incomparável”.
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da campanha que, em prol dos princípios democrá-
ticos, fez, nos sertões maranhenses, aquele hebdoma-
dário”. A propósito, Frederico Figueira não engajou-se
de imediato na campanha republicana “devido à
natural veneração pelo seu velho progenitor”, que era
conservador, como bem registrou Dunshee de
Abranches que, não obstante, acrescentou ser ele “um
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espírito adiantado e livre de preconceitos facciosos” .
Quando, porém, atirou-se na propaganda republi-
cana, o fez de corpo e alma, com coragem e denodo.
Após a morte de Isaac Martins, assumiu a dire-
ção do jornal e o manteve em circulação, não obstante
os muitos obstáculos que teve ele de vencer para
sustentar por quase três decênios, com galhardia,
aquele “órgão das ideias republicanas”.
O Governo do Estado, em conformidade com o
art. 1º do Dec. nº 15, de 12 de fevereiro de 1890, resolve
nomeá-lo membro do Conselho de Intendência
Municipal. Em julho do mesmo ano, é nomeado
membro da Comissão Municipal de Instrução Pública.
No dia 26 de junho de 1891 é pela terceira vez nomeado
Promotor Público de Barra do Corda, cargo para o qual
tomou posse no dia 18 de agosto daquele ano e
permanecendo, a partir do ano seguinte, como adjunto
da promotoria.
7 É a este momento histórico que se reporta Carlota Carvalho, autora da célebre obra
“O Sertão”, quando diz que Frederico Figueira “foi por Urbano Santos excluído da
representação nacional por não ser bacharel” (Op. Cit., p. 146).
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em nosso Estado, for necessária a minha
desistência à candidatura, desde já vos
autorizo a fazê-lo. Não tenho ambição
política, sendo o meu maior desejo cooperar
ao vosso lado, para a harmonia e o engran-
decimento de nossa terra, não me poupando
a nenhum sacrifício para corresponder à
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vossa confiança. Abraços afetuosos.”
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O FIM DA JORNADA
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Nas palavras do Dr. Costa Gomes, Frederico Fi-
gueira, cuja morte muito o abateu, foi “o paladino das
ideias liberais no sertão, um batalhador que só a morte
o tirou do combate”. Em 1921, Aquiles Lisboa declarou
que “nenhum representante lhe serviria melhor aos
interesses do Congresso Federal do que Frederico
Figueira, que mais que todos os que para ali se desti-
nam, conhece as necessidades do mesmo Sertão, a que
11
tem devotado o melhor de sua operosa existência” .
***
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ouvido esse nome; fora, porém, do Estado,
quantos o terão pronunciado ou escrito?
É que Frederico Figueira, cujo desapa-
recimento acaba de ser anunciado pelo
telégrafo, era um nome puramente mara-
nhense. Vivendo no interior do Estado, onde
assentava os seus arraiais políticos e lite-
rários, surgira ele, aí, no antigo regimen,
batendo-se por ideais que eram ainda
novidade nas cidades mais adiantadas.
Assim, quando a República e a Emanci-
pação constituíam, ainda, uma utopia no
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Sul, era já Frederico Figueira, em 1885, no
interior maranhense, um vigoroso campeão
do abolicionismo e das ideias republicanas.
Com a vitória dos seus ideais, podia o
paladino sertanejo ter descido para a
Capital, à conquista dos postos públicos que
por direito lhe cabiam; preferiu, porém,
ficar na sua cidadezinha do interior, ba-
tendo-se pelo seu progresso e pela cultura
dos seus conterrâneos, tornando-a, naque-
las regiões, um dos focos intelectuais e
industriais do sertão.
Frederico Figueira foi, em síntese, uma
glória que devia ser nacional, e que só a sua
modéstia, o seu retraimento, e o amor ao seu
12
torrão, tornaram puramente regional”.
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13
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
13 Não constam deste rol a relação dos periódicos já citados nas referências
marginais.
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KISSYAN CASTRO nasceu em Barra do Corda, Ma-
ranhão, no dia 23 de dezembro de 1979. Desde cedo, levado
por necessidades de ordem econômica, deixa sua província
natal e se lança pelo mundo, incursionando no Pará, Brasília
e Tocantins. Aí, aos vinte anos de idade, começa a produzir
seus primeiros poemas. Junta-se a três jovens poetas e cria o
grupo “Fênix”, resultando na publicação conjunta do livro
“Sete Amores Em Um Só” (Palmas, 2002). No entanto, é com o
livro “Vau do Jaboque”(Rio de Janeiro: CBJE, 2005) que se dá a
sua estreia como poeta. Dois anos depois está em São Paulo,
onde entra para a Faculdade de Farmácia e Bioquímica da
Universidade Paulista, filia-se a agremiações e ganha
prêmios literários.
Após longo período de existência andarilha, volta à
terra natal robustecido no aprendizado da vida e da poesia,
para lançar-se a novos empreendimentos literários, de que é
fruto “Bodas de Pedra” (Lisboa: Chiado, 2013), livro elogiado
pela crítica, cujos “poemas, de sabor ameno, denunciam um
artista que trabalha com a lupa engastada na órbita, não
presumindo a menor aspereza na pedra preciosa em que os
esculpe”, afirmou o jornalista Nonato Silva. Prefaciando
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Bodas de Pedra, o poeta Nauro Machado confessa: “Foi, para
mim, uma grande e grata surpresa a leitura desses poemas
de Kissyan Castro, nome a já fazer parte dos melhores e mais
autênticos poetas da nova geração maranhense”.
Pesquisador, reuniu a obra dispersa em verso de
Maranhão Sobrinho, sob o título “Maranhão Sobrinho –
Poesia Esparsa” (São Luís: 360°, 2015), obra que, segundo
Jomar Moraes, “representa uma das mais significativas
homenagens prestadas ao grande poeta de Papéis velhos...
roídos pela traça do Símbolo”, mormente “a empenhada e
perspicaz pesquisa que resultou na reunião de dados com os
quais o organizador reconstruiu, documentadamente, uma
quase história completa da aventurosa e tumultuária vita
brevis do bardo”. Publicou ainda “Rio Conjugal” (Imperatriz:
Ética Editora, 2016) e “O Estreito de Éden” (São Paulo:
Penalux, 2017)
Tem colaborado com crônicas, poemas e haikais em
vários sites e revistas eletrônicas, entre as quais Recanto das
Letras, Caqui, Germina, Mallarmargens e Portal de Poesia
Ibero-Americana, de Antonio Miranda. Participou ainda das
antologias “Caleidoscópio” (São Paulo: Andross, 2006),
“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” (Rio de
Janeiro: CBJE, 2011), “Os 50 Melhores Sonetos do Ano”
(Academia Jacarehyense de Letras, 2012) e “Antologia de
Poesia Brasileira Contemporânea – Além da Terra Além do
Céu” (São Paulo: Chiado, 2017). Atualmente Kissyan colabora
no site www.barradocorda.com, é funcionário público e
membro efetivo da Academia Barra-Cordense de Letras.
E-mail: kissyancastro35@gmail.com
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