Anda di halaman 1dari 28

Aarão Brito

Série Barra-Cordenses Ilustres


Notas Biobibliográcas

Pesquisa e Edição

Kissyan Castro
Copyright © 2019 by Kissyan Castro

Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta


publicação, no todo ou em parte, constitui violação
de direitos autorais (Lei 9.610/1998).

Edições ABCL

Castro, Kissyan.

Aarão Brito; Série Barra-Cordenses Ilustres; Notas Biobiblio-


gráficas/ pesquisa e edição de Kissyan Castro. Barra do Corda: Edições
ABCL, 2019.
28p.
1. Biografia nacional 2. Biografia maranhense
I. Título

CDD 921
CDU 929:82
NÓTULA DO EDITOR

A “Série Barra-Cordenses Ilustres” é resultado


de séria pesquisa, consulta recorrente a arquivos
públicos e acervos particulares, estudo de material
bibliográfico, incluindo-se livros, jornais e revistas,
impressos ou digitalizados. Nasceu, portanto, da
necessidade de se compor a história do município de
Barra do Corda a partir das personalidades que mais
influenciaram o seu desenvolvimento social, político,
econômico e cultural. Vem, pois, suprir considerável
lacuna e favorecer a sociedade, sobretudo a classe
estudantil, com informação ampla e sólida sobre os
nossos principais vultos do passado, em formato
simples, gratuito e para pronta consulta.

Kissyan Castro
o n

n Aarão Brito
(1864-1922)
n
SUMÁRIO

A ORIGEM/7
UM TERRÍVEL NAUFRÁGIO/11
A PERMUTA DE COMARCAS E A
VINDA A BARRA DO CORDA/14
O CASAMENTO E A DESPEDIDA
DE BARRA DO CORDA/15
CARREIRA SEMPRE ASCENDENTE/20
“MORRE O IMPOLUTO MAGISTRADO”/22
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA/26
CRÉDITOS DAS IMAGENS/26
SOBRE O AUTOR/27
Editorial

A ORIGEM

AARÃO ARARUAMA DO REGO BRITO, juris-


consulto, magistrado e professor catedrático da
Faculdade de Direito do Maranhão, era filho legítimo
do Capitão Antonio Raimundo de Oliveira Brito,
homem culto e austero, e D. Leopoldina Fausta de
Moraes Rego, sendo seus irmãos Enéas de Oliveira
Brito e o cônego José Hemetério Brito, antigo vigário
de Viana.
Nasceu na então Vila de Rosário/MA, no dia 1º de
julho de 1864, ano em que seu pai fora nomeado alferes
da Companhia Avulsa nº 4 da reserva da Guarda
Nacional. A edição de O Paiz de 4 de junho de 1864, p.2,
registra:

“Rosário. – Por portaria da presidência,


de 4 do corrente, foi nomeado, sobre pro-
posta do respectivo comandante, o sargento
Antonio Raimundo de Oliveira Brito, para o

7
Antiga Matriz da Vila de Rosário/MA

posto de alferes da companhia avulsa nº 4


da reserva da Guarda Nacional dessa vila,
que se acha vago por falecimento de Felix
Antonio Martins Neves”.

E na Pacotilha, de 11de janeiro de 1883, p.3, lê-se:

“Foram agregados os seguintes oficiais:


O Capitão comandante da extinta compa-
nhia avulsa nº4, da reserva do município do
Rosário, Antonio Raimundo de Oliveira
1
Brito, ao nº 13 do mesmo município”.

1 Em 1895, Antonio Raimundo de Oliveira Brito era Tabelião Público de Rosário.


8
Certidão de Batismo de Aarão Araruama do Rego Brito, datado de 1887
De sua infância nada se sabe, senão que residiu
com a família por algum tempo na Fazenda Santa Ma-
ria, em Cantanhede/MA, onde foi batizado em 27 de
fevereiro de 1865, pelo padre Justiniano Sabino Cid.
Foram seus padrinhos o Dr. Cássio Antonio da Costa
Ferreira e D. Maria Virgínia de Moraes Rego.

Concluído no Liceu Maranhense os exames pre-


paratórios exigidos para ingresso nos cursos jurídicos
do país, em 1886, matriculou-se na Faculdade de Di-
reito do Recife/PE, em 23 de abril de 1887, colando
grau de bacharel no ano de 1891.

UM TERRÍVEL NAUFRÁGIO

Numa das suas viagens à capital pernambucana,


em 1887, portanto ainda no primeiro ano do curso de
Direito, foi vítima de um dos mais memoráveis nau-
frágios já ocorridos na costa brasileira - o do vapor
“Bahia”, um dos mais importantes navios que ligavam
os portos do Nordeste ao Sudeste.

No dia 24 de março o “Bahia” navegava à altura da


praia de Ponta de Pedra, no norte do Estado de Per-
nambuco. Por volta das 23h, foi avistado, navegando
em sua direção, outro navio. A despeito das tentativas
de mudar bruscamente a rota, o “Bahia” acabou sendo
11
O choque com o Pirapama pôs a pique o vapor
Bahia, na altura da praia de Ponta de Pedras,
norte do Estado de Pernambuco. Detalhe:
destroço do vapor Bahia no fundo do mar.

violentamente atingido a bombordo pelo vapor “Pira-


pama”, da Companhia Pernambucana de Navegação a
Vapor. Havia cerca de duzentas pessoas a bordo, entre
tripulantes e passageiros, incluindo parte do 15º Ba-
talhão de Infantaria do Exército Brasileiro. Muitos
atiraram-se ao mar ainda sem roupas, agarrando-se
aos mastros ou quaisquer coisas que flutuassem, na
tentativa de salvar-se. Em menos de dez minutos o
“Bahia” estava no fundo do mar. Nos dias seguintes ao
desastre, trinta cadáveres flutuaram por entre os
destroços, inclusive o do Comandante, o 2º Ten. Aure-
liano Isaac.
12
Entre os poucos sobreviventes achavam-se Aa-
rão Brito e seu colega Joaquim Pires. Essa tragédia
ficou profundamente marcada no inconsciente cole-
tivo, sendo relembrada nos jornais durante muitos
anos, como se pode notar, por exemplo, no Diário do
Maranhão, de 25 de março de 1909, num artigo in-
titulado “TRISTE ANIVERSÁRIO:

“Passa hoje mais um aniversário da


horrível catástrofe que teve lugar na costa
do vasto território brasileiro, entre Para-
íba e Recife, com o naufrágio do vapor “Ba-
hia”, que abalroou com o “Pirapama”, da
Companhia Pernambucana. A horrível tra-
gédia que enlutou grandíssimo número de
famílias, em quase todo o Brasil, também
veio trazer profundo desgosto ao Mara-
nhão, roubando-lhe preciosas vidas, das
quais, com justo motivo, se recordam hoje,
parentes e amigos. Dos sobreviventes à
catástrofe estão atualmente entre nós,
segundo pronto nos lembra, uma senhora,
que hoje é casada, e era então muito jovem,
e o ilustrado Dr. Aarão Brito, Juiz de Direito
da Comarca de Viana, aos quais, por certo,
a data que passa lhes traz ao espírito a
cruel lembrança dos sofrimentos e da luta
experimentados”.
13
A PERMUTA DE COMARCAS E A
VINDA A BARRA DO CORDA

Formado, Aarão Brito veio fazer carreira no


Maranhão, sendo nomeado Promotor Público de
2
Viana, em 11 de novembro de 1891 . Foi também Juiz
Municipal e de Órfãos do Baixo Mearim e Juiz de
Direito da Comarca de Imperatriz, de 1896 a 1900.
No “Relatório” apresentado ao Exmo. Sr. Capitão-
3
Tenente Manoel Ignácio Belfort Vieira pelo 1º Vice-
Governador Dr. Casimiro Dias Vieira Júnior, em 2 de
fevereiro de 1895, traz o seguinte informe:

“De conformidade com o disposto no


§4º do art. 14 da lei nº 19 de 15 de outubro de
1892, resolvi, por ato de 11 de junho último,
conceder aos Bacharéis Aarão Araruama do
Rego Brito e Sebastião da Cunha Lobo,
Juízes de Direito, o 1º da Comarca de Impe-
ratriz e o 2º da de Barra do Corda, a permuta
que solicitaram das respectivas comarcas”.

O Diário do Maranhão, de 18 de outubro de 1894, à


p.2, registra: “O Dr. Aarão Brito já assumiu o exercício

2 Diário de S. Luís, 26.nov.1922, p.3.


3 Belfort Vieira governou o Maranhão três vezes: de 25 de julho a 28 de outubro de
1890; de 8 de janeiro a 30 de novembro de 1892; e de 2 de fevereiro a 13 de agosto
de 1895.
14
de Juiz de Direito na Barra do Corda”. Tal permuta,
portanto, ocorreu antes.

O historiador Galeno Edgar Brandes, em seu


respeitável “Barra do Corda na História do Maranhão”, à
pág. 247, conta-nos que Aarão Brito “teve pela sua
frente os julgamentos mais sérios da nossa história. Na
área das sedições, no crime e nos conflitos de natureza
social, que, até os dias de hoje, merecem exame e
estudo pela sua natureza controvertida, pelos aspectos
antropológicos dos personagens neles envolvidos e
ainda confrontos entre grupos políticos e econômicos
dominantes. Basta citar que, contrariando a muitos
pesquisadores e agradando a pessoas com represen-
tação no meio daqueles anos, absolvera os caciques
que formaram a linha de frente da hecatombe do Alto
Alegre, pronunciando apenas o chefe Caboré”.

O CASAMENTO E A DESPEDIDA
DE BARRA DO CORDA

Sobre seu casamento, havido em Barra do Corda,


O Norte, de 5 de julho de 1902, p.3, registra:

“Civil e religiosamente, consorciaram-


se no dia 1º do corrente mês [1/7/1902], o

4 O Diário do Maranhão, S. Luís, 23.jul.1902, também noticia o ocorrido.


15
Ilm.º Sr. Dr. Aarão Araruama do Rego Brito e
a Exma. Sr.ª D. Firma Francisca de Sousa.
Foram paraninfos do ato civil os Ilmos.Srs.
Ten. Cel. Pedro José Pinto, Cel. Fortunato
Ribeiro Fialho, Ten. Cel. José Leonilda Cunha
Nava, e as Exmas. Sras. D. D. Maria Bonna e
Aurora Nava, e do religioso os Ilmos.Srs. Dr.
Raimundo Bonna e o Ten. Cel. José Nava e
sua Exma. esposa. Em regozijo a esse ato e
como demonstração de grande apreço em
que é tido nesta localidade o Ilustre Sr. Dr.
Aarão, os seus amigos ofereceram-lhe e à
sua Exma. esposa, no dia de ontem, no
palacete Catete, um esplêndido baile, uma
festa entusiasta em que a alegria se casara

Palacete do Catete,
onde se realizou o
grande baile em
homenagem às
núpcias do Dr. Aarão
Brito, na véspera de
sua partida de Barra
do Corda.

16
perfeitamente com a satisfação que entre os
manifestantes e os manifestados se notou
durante essa animada diversão. O Dr.
Aarão, com sua Exma. família, pretende
seguir amanhã para a cidade de Viana, sua
nova Comarca. Fazemos sinceros votos para
que ali goze dos seus jurisdicionados a
mesma elevada consideração com que a
Barra do Corda sempre o distinguiu”.

Segundo consta no Livro de Casamentos, os seus


filhos Ademar de Sousa Brito e Waldemar de Sousa
Brito, nasceram-lhes antes da cerimônia civil e re-
ligiosa (Firma era viúva à época), sendo o primeiro
nascido em 7/8/1898 e o segundo em 17/1/1900.

O Dr. Aarão Brito deixa a Comarca de Barra do


Corda, seguindo para a de Viana, para a qual havia sido
transferido, no dia 7 de julho de 1902, há apenas uma
semana de seu casamento, causando profunda como-
ção a todos os seus moradores. O mesmo jornal O Norte,
de 12 de julho de 1902, noticiando o ocorrido, assim
5
exprimiu-se :

“Numeroso concurso de senhoras e


cavalheiros levou até a rampa os ilustres
viajantes [Aarão e sua esposa], demons-
5 O Diário do Maranhão, S. Luís, 23.jul.1902, p.2, também noticia o ocorrido.
17
trando assim o apreço e consideração em
que eram tidos entre nós. Desejamos-lhes
ótima viagem”.

Nomeado Juiz da 1ª Vara da capital, em 1909,


deixa a Comarca de Viana, embarcando no vapor
“Brasil”, rumo a São Luís, no dia 10 de setembro de
6
1909 , a fim de assumir o exercício do seu novo cargo.

O Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, dá conta que,


a 6 de dezembro de 1909, “acompanhado de sua Exma.
família, chega à Capital [então no Rio] o Sr. Dr. Aarão
Brito”.
Na Pacotilha, de 27 de fevereiro de 1913, p.1,
subscreve-se:

“Informa-se que está nomeado Chefe


de Polícia do Estado, o Sr. Dr. Aarão A. do
Rego Brito, Juiz da 2ª Vara, que ontem
recusara esse cargo, conforme dissemos,
baseados em declarações feitas, sem re-
servas, por S. Ex.ª. Em matéria de segurança
pública, a guarda da propriedade, nada
teremos que pedir ao novo funcionário, pois
S. Ex.ª lê os jornais, necessariamente, e sabe
quais as necessidades da nossa população.

6 Pacotilha, S. Luís, 10.set.1909. p.1.


18
O Dr. Aarão Brito achará, na chefatura, o
exemplo do seu antecessor, o Dr. Lisboa,
filho, a quem se não podem regatear elogios,
pela correção com que se manteve no cargo,
elogios esses que, partindo de nós, são
insuspeitos”.

Vale ressaltar que por duas vezes o Dr. Aarão


Brito assumira este importante cargo na Segurança
Pública do Estado. A primeira, no governo do Dr. João
Gualberto (1º.abr.1901 a 4.2.1902) , quando ainda Juiz
de Direito em Barra do Corda, e esta segunda, na
administração do Dr. Luís Domingues.
Na “Mensagem Apresentada ao Congresso do Es-
tado”, em 1º de fevereiro de 1902, pelo Exmo. Sr. Dr.
João Gualberto Torreão da Costa, Governador, à pág.
30, consta que “esteve em exercício de Chefe de Polícia
do Estado até o dia 4 do corrente, o Juiz de Direito da
Comarca de Barra do Corda, Bacharel Aarão Araruama
do Rego Brito, que com zelo e proficiência desem-
penhou as funções daquele cargo, merecendo sempre
por todos os títulos a mais ilimitada confiança do
Governo”.

Em 22 de abril de 1913, deixa o cargo de Chefe de


Polícia por ter sido nomeado Desembargador do
Superior Tribunal de Justiça, em lugar do Des. Tasso
Coelho. O Estado do Pará, de 25 de abril de 1913, sob o
19
título “Justa Nomeação”, tece os mais estimados encô-
mios ao Dr. Aarão Brito, em face de tal nomeação,
enaltecendo-lhe as qualidades de juiz, cujo vulto “se
destacava, apesar da modéstia com que procurava
7
esconder sua invulgar capacidade intelectual” .

CARREIRA SEMPRE ASCENDENTE

Por decreto de 3 de junho de 1914, o Governo


confirmou sua nomeação para Desembargador do
8
Superior Tribunal .
Sensível às injustiças sociais e contra elas mili-
tando bravamente, Aarão Brito manifestou também
sua indignação através da imprensa, como o mostra a
Pacotilha, de 28 de maio de 1918, p.4, em artigo
intitulado “Por que não temos justiça”, em que revela-
nos “o caso de um pobre homem que foi absolvido pelo
júri desta capital, na sua última sessão e, até hoje,
portanto há um ano, apodrece ilegalmente na peniten-
ciária porque ainda não apareceu um filho de Deus que
requeresse um habeas-corpus em seu favor”.
Para esse fim, entretanto, não se apropriou
apenas do arsenal jurídico à sua disposição, como
também fez-se nomear Conselheiro de Honra da União

7 O Jornal, S. Luís, 27.nov.1922, p.1.


8 Pacotilha, S. Luís, 3.jul.1914, p.1.
20
Operária Maranhense (Vide A União, Rio de Janeiro, de
20 de fevereiro de 1919, p.2.).

Carreira sempre ascendente, talvez uma das


últimas promoções a que fora laureado o registrou O
Jornal, S. Luís, de 23 de agosto de 1922, à pág. 4:

“Assumiu ontem o exercício interino do


9
cargo de Procurador Geral do Estado, o De-
sembargador Aarão Brito, durante o impe-
dimento do funcionário efetivo, Desembar-
gador Pereira Junior”.

Desembargador Pereira
Júnior, a quem Aarão Brito
substituiu na Procuradoria
Geral do Estado.

9 O cargo de Procurador Geral do Estado ele o exerceu interinamente por duas vezes.
21
· Na área educacional, não foi menos prolífico.
Distinguiu-se como lente, por muitos anos, de Teoria
do Processo Civil e Comercial, na Faculdade de Direito
do Maranhão.

“MORRE O IMPOLUTO MAGISTRADO”

Às 12:00h do dia 26 de novembro de 1922, aco-


metido de um “acesso malárico de caráter maligno, de
brusca e fatal evolução”, morre o impoluto magis-
trado, após quatro dias de obstinado padecimento,
infenso a todos os desvelos da ciência. O Dr. Raul Ma-
chado, Governador do Estado, decretou luto por três
dias.
A imprensa local e nacional dedicou-lhe amplo
10
necrológio , dos quais transcrevo o do Diário de São
Luís, de 26 de novembro de 1922, p.3:

“Nos dias amargos que atravessamos,


cheios de incertezas e de vacilações de todas
as conquistas da civilização, afigurando-se
que o Direito e a Justiça para nós entraram
em franca bancarrota, é de todo para desa-
nimar a notícia do desaparecimento de um
homem como o Dr. Aarão Brito, que no meio
da hecatombe da nossa magistratura era
10 O Jornal, S. Luís, 27.nov.1922, p.1; A Noite, Rio de Janeiro, 27.nov.1922, p.3.
22
dos poucos que se conservam de pé.
Senhor de muito saber jurídico e de um
caráter adamantino, constituía, de fato, no
nosso Tribunal da Relação, uma garantia
contra os abusos do poder ou as deficiências
da ignorância na defesa dos direitos de
quantos fossem bater ali à porta da Justiça.
Com a sua morte, abre-se, na verdade, um
vácuo que será difícil de preencher, mor-
mente se o Governo, na escolha que fizer
para tal fim, não se deixar influenciar
apenas pelo merecimento do escolhido,
tendo em vista não só os reais interesses de
Justiça, senão também a gloriosa conduta

O Dr. Raul da Cunha


Machado, Governador
do Estado, com a morte
do estimado amigo, Dr.
Aarão Brito, decretou
luto por três dias.

23
do falecido a substituir, que naquela cáte-
dra, elevando bem alto a dignidade da
magistratura com o seu edificante exemplo,
prestou ainda os mais inestimáveis serviços
à causa pública no Maranhão. A toda a
sociedade maranhense, como a família do
saudosíssimo morto, enviamos, com toda
sinceridade, as nossas condolências.
– Pegaram as alças do rico ataúde, os
Srs. Raul Machado, Presidente do Estado,
Bezerra de Meneses, Presidente do Superior
Tribunal de Justiça, Alfredo de Assis, Hen-
rique Couto e Adolfo Eugênio Soares.
– Na ocasião de baixar ao túmulo o
corpo do saudoso extinto, o Dr. Costa Gomes
fez uma comovente peroração, estudando a
vida do morto ilustre.
O enterro, que esteve a cargo da con-
ceituada casa Baltasar Pereira & Irmão,
realizou-se hoje pela manhã. Sobre o rico
ataúde viam-se coroas com as seguintes
inscrições: “Ao pai estremoso, gratidão de
Ademar e Waldemar”; “Saudade eterna de
sua mulher e filhos: Lágrimas de suas
irmãs”; “Ao bom amigo Aarão Brito, sau-
dades de Raul Machado”; Dr. Mundico e
família: “A Faculdade de Direito do Mara-
nhão ao seu catedrático Dr. Aarão Brito” ; “O
24
Superior Tribunal a Aarão Brito, tributo de
saudosa recordação e homenagem ao
caráter e alevantadas virtudes do ines-
quecível e leal companheiro”; “Ao Dr. Aarão,
saudades de Wllysses Rodrigues”.

25
11
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRANDES, Galeno Edgar. Barra do Corda na História do


Maranhão. São Luís: SIOGE, 1994.
FILHO, Domingos Vieira. Breve História das Ruas e Praças
de São Luís. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica
Editora, 1971.
LUZ, Joaquim Vieira da. Fran Pacheco e outras figuras. Rio
de Janeiro: Edições Dois Mundos, 1957.
MEIRELES, Mário Martins. Panorama da Literatura
Maranhense. São Luís: Imprensa Oficial, 1955.

CRÉDITOS DAS IMAGENS


Todos os esforços foram feitos para determinar o crédito das
imagens publicadas neste livro. Nem sempre isso foi possível.
Teremos prazer em creditar as fontes caso se manifestem.

Academia Barra-Cordense de Letras, 5


Acervo do autor, 9,10
Álbum do Maranhão - 1923, 21, 23
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8
Livro Barra do Corda na História do Maranhão, 16

11 Não constam deste rol a relação dos periódicos já citados nas referências
marginais.
26
KISSYAN CASTRO nasceu em Barra do Corda, Ma-
ranhão, no dia 23 de dezembro de 1979. Desde cedo, levado
por necessidades de ordem econômica, deixa sua província
natal e se lança pelo mundo, incursionando no Pará, Brasília
e Tocantins. Aí, aos vinte anos de idade, começa a produzir
seus primeiros poemas. Junta-se a três jovens poetas e cria o
grupo “Fênix”, resultando na publicação conjunta do livro
“Sete Amores Em Um Só” (Palmas, 2002). No entanto, é com o
livro “Vau do Jaboque”(Rio de Janeiro: CBJE, 2005) que se dá a
sua estreia como poeta. Dois anos depois está em São Paulo,
onde entra para a Faculdade de Farmácia e Bioquímica da
Universidade Paulista, filia-se a agremiações e ganha
prêmios literários.
Após longo período de existência andarilha, volta à
terra natal robustecido no aprendizado da vida e da poesia,
para lançar-se a novos empreendimentos literários, de que é
fruto “Bodas de Pedra” (Lisboa: Chiado, 2013), livro elogiado
pela crítica, cujos “poemas, de sabor ameno, denunciam um
artista que trabalha com a lupa engastada na órbita, não
presumindo a menor aspereza na pedra preciosa em que os
esculpe”, afirmou o jornalista Nonato Silva. Prefaciando

27
Bodas de Pedra, o poeta Nauro Machado confessa: “Foi, para
mim, uma grande e grata surpresa a leitura desses poemas
de Kissyan Castro, nome a já fazer parte dos melhores e mais
autênticos poetas da nova geração maranhense”.
Pesquisador, reuniu a obra dispersa em verso de
Maranhão Sobrinho, sob o título “Maranhão Sobrinho –
Poesia Esparsa” (São Luís: 360°, 2015), obra que, segundo
Jomar Moraes, “representa uma das mais significativas
homenagens prestadas ao grande poeta de Papéis velhos...
roídos pela traça do Símbolo”, mormente “a empenhada e
perspicaz pesquisa que resultou na reunião de dados com os
quais o organizador reconstruiu, documentadamente, uma
quase história completa da aventurosa e tumultuária vita
brevis do bardo”. Publicou ainda “Rio Conjugal” (Imperatriz:
Ética Editora, 2016) e “O Estreito de Éden” (São Paulo:
Penalux, 2017)
Tem colaborado com crônicas, poemas e haikais em
vários sites e revistas eletrônicas, entre as quais Recanto das
Letras, Caqui, Germina, Mallarmargens e Portal de Poesia
Ibero-Americana, de Antonio Miranda. Participou ainda das
antologias “Caleidoscópio” (São Paulo: Andross, 2006),
“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos” (Rio de
Janeiro: CBJE, 2011), “Os 50 Melhores Sonetos do Ano”
(Academia Jacarehyense de Letras, 2012) e “Antologia de
Poesia Brasileira Contemporânea – Além da Terra Além do
Céu” (São Paulo: Chiado, 2017). Atualmente Kissyan colabora
no site www.barradocorda.com, é funcionário público e
membro efetivo da Academia Barra-Cordense de Letras.
E-mail: kissyancastro35@gmail.com
28

Anda mungkin juga menyukai