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Agradecemos a todos os Orixds, Gos nossos antepassado: Que derramaram seu sangue na luta pela LIBERDADE, que continua et 4. € cyangupe greta bith, bith, bite 14 Yai la vai Viela,la Yai Viola,. tim. tim. tim, 14 vai viola.. quando a roda chega nessc ponto, os jogadorcs, os tocadores, os que estao esperando sua vez de jogar, os que esto assistindo, j4 cstéo profundamente cntregucs no transe da capocira. Os movimentos dos corpos acontecem sem um pensamento ¢ sem nenhum,esforco figico, Come-se os capociristas estivessem sendo movidos por alguina forga invisivcl. a misica c tao slida que pode ser tocada, no ar. % é Tem umn'senhor negro. barbudo. de fonfias tranca&dreadlocks. que pula, danga, treme, entra em éxtase religioso. ao mesmotempo-cin que joga no meio do corrido, frases revolucionarias, questionamentos politicos, mensagens de orgulho negro, fazendo os assistentes irem ao delirio, no ritmo do berimbau c do atabaque. Esse velho ¢ o Mestre Lua Rasta. Entao cle grita o Ié ¢ a roda para. O Mestre Ciro Lima avisa a todos os espectadores. meninos de rua, turistas, capociristas, cstudantes, idosos, namorados, familias a passcio. que aquele ¢ 0 Movimento Sotcropolitano de Capocira Angola. que veio da Africa c se iniciou aqui no exato momento em que os primeiros negros foram trazidos de la pra trabalharem com escravos, ¢ quc estao ali, ha 500 anos, resistindo contra principal do furismo na capital baiana, o Mestre Lua Rasta fala cntao, na sua linguagem de negro da periferia. chcia de expresses ¢ palavras que so cntendem aqueles que hutam| pra viver, ¢ crescem bem longe dos polos de cducagao c boas manciras. Ele fala ¢ todos} entendem, sobre a guerra no A feganistdo. sobre as minas na gucrra civil de Angola, sobre adesatencdo do povo negro com sua propria cultura, cxemplificando suas palavras com o} grande numero de curopcus que procuram as suas rodas. sobre prostitui¢ao. sobri historia do Brasil ¢ sobre diversos temas ligados ao cotidiano da grande maioria da populagao baiana. As vezes um sermao. as vezes um consclho, as vezes uma parabola, as| vezes um discurso politico dircto ¢ franco, sobre resistencia, luta ¢ resgate. sempre] pontuados por uma cocsao impressionante, ¢ uma determinagao em despertar as pessoas que ali estao, para a importancia de voltarmos 0 nosso ponto de vista pra nés mesmos, Entao a roda prossegue, sempre alegre, circense sem ser palhaga. bonita sem ser chamariz] de gringo. Alids, cles fazem sempre questao de frisar que aqucla roda ali nao esta pedindo dinheiro aninguém: : A importancia que tem, prum neguinho quc trabalha a semana toda, que cngole sapo todo] dia na busca do pao. que vive numa sociedade cm que nada se parece com cle, Scrffpre| mal-visto, sempre discriminado, que Ihe empurra com toda a forga pra as drogast parag crime, pra a violéncia sem diregao, chegar na sexta-feira no Terreiro ¢ ver a roda dd Angola, sagrada, saudavel, escutar aquelas idéias. dividir com as pessoas que estao ali, um momento de satisfagao ¢ orgulho. tendo sua cultura ¢ suas historias como centro ¢| longe de um processo de folclorizacio comercial, onde as pessoas se respcitam ¢ sel complementam, sé pode scr medida por aqucles que passam por isso!! E Mestre Lua ¢ uma historia! E Mestre Lua faz parte da historia! Historia parccida com al dc todos 0s afrodescendentes filhos da periferia pobre, historia que da voltas ¢ faz curvas| até 0 ponto cm que o homem sc encontra consigo mesmo e decide cncarar de frente a luta. [Buraco velho tem cobra dentro, c esse homem tem muito pra nos cnsinar.

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