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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

DEPARTAMENTO DE DIREITO - DDI


DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - DIP
PROF. MSC. CARLOS REBELO JÚNIOR

ADELMO FERNANDO BARRETO


ALCINO CAET DE JESUS
CHARLES SANTOS DA SILVA
CLEVERSON DA SILVA OLIVEIRA
CRISTIANO RODRIGUES DE MELO
FERNANDO SANTOS BEZERRA
FRANLIM FREITAS MACHADO
ICARO JOÃO FIGUEIREDO BARROS
JOÃO BOSCO DE ALMEIDA REZENDE
LUIZ TIAGO VIEIRA SANTOS
VALDOMIRO SANTOS
WILLIAM SANTOS MOTA

BRASIL E ARGENTINA: ALIADOS OU RIVAIS?

São Cristóvão
2018
ADELMO FERNANDO BARRETO
ALCINO CAET DE JESUS
CHARLES SANTOS DA SILVA
CLEVERSON DA SILVA OLIVEIRA
CRISTIANO RODRIGUES DE MELO
FERNANDO SANTOS BEZERRA
FRANLIM FREITAS MACHADO
ICARO JOÃO FIGUEIREDO BARROS
JOÃO BOSCO DE ALMEIDA REZENDE
LUIZ TIAGO VIEIRA SANTOS
VALDOMIRO SANTOS
WILLIAM SANTOS MOTA

BRASIL E ARGENTINA: ALIADOS OU RIVAIS?

Trabalho apresentado à disciplina Direito


Internacional Público, do Curso de Direito da
Universidade Federal de Sergipe - UFS, para
compor a nota da 3ª avaliação da disciplina.

Prof. Msc. Carlos Rebelo Júnior

São Cristóvão
2018

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1- INTRODUÇÃO

Pelé ou Maradona? Quem foi o melhor jogador da história do futebol? É indubitável


que foi Pelé! O bom humor a parte, até hoje, sempre que se abre uma nova possibilidade de
confronto futebolístico entre os dois países, se discute a questão. Todavia, embora haja de fato
uma imensa rivalidade entre os “hermanos” latino-americanos no mundo da bola, as questões
que envolvem a famosa competitividade entre Brasil e Argentina ultrapassam essa seara
esportiva e se encontram embrenhadas na própria história de origem e desenvolvimento dos
dois países, como se verá adiante.

De acordo com Winand (2015 p. 70) o arquétipo de rivalidade existente


historicamente nas relações internacionais entre Brasil e Argentina se deve a própria
percepção territorial que os países detinham de si mesmos, em sua origem e formação, o que,
segundo ele, fomentou diversos conflitos ao longo da história, a exemplo da questão platina.

Assim, não é raro que se encontre nos registros da história internacional a


informação de que, desde suas respectivas independências até a sua história mais recente,
muitas novas disputas afloraram entre os dois países, não se restringindo somente ao futebol.
A “memória internacional” expõe, sobretudo, a própria disputa hegemônica pelo domínio
territorial, econômico e político, de toda a América Latina, que, segundo Winand (2015 p. 72)
“refletiriam contendas baseadas na herança do sistema mental que orientava as disputas entre
as metrópoles imperiais por suas respectivas áreas de influência”.

Por outro lado, não obstante a todos os conflitos existentes, a história nos mostra a
existência de um grande movimento de aproximação entre os dois países ao longo do tempo,
influenciado e até mesmo determinado por fatos desencadeados no globo e que reverberaram
em suas posições frente à órbita internacional. Tem-se como um dos exemplos dessa
aproximação a “Operação Fraterno”, de 1978, que, segundo Moraes (2010 p. 193), surgiu em
1970 de uma cooperação conjunta entre a Marinha do Brasil e a Armada Argentina.

A aproximação entre os dois países se deu, a tal ponto, que Gonçalves (2003 p. 05)
cita o conceito de “Aliança Estratégica”, expressão usada para exprimir as relações bilaterais
cunhadas entre os dois países nas últimas décadas. Como fruto dessa aproximação,
juntamente a outros países também latino-americanos, surgiu o famoso bloco econômico do
Mercosul.

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Sabe-se, e isto ecoa unânime entre os doutrinadores do Direito Internacional Público,
que nem sempre aquilo que se publica ou se mostra ao mundo, quando se trata de Relações
Internacionais, reflete de fato o que motivou determinados Estados soberanos a realizarem
este ou aquele outro ato na órbita internacional. Há quem defenda inclusive, que os Estados,
tais quais os organismos vivos, possuem memória e vontade próprias, distintas das de seu
povo. Assim, compreender a verdadeira motivação de um ato internacional, de acordo com
Winand (2015 p. 69) exige um esforço no sentido de realizar um contraponto entre as reais
motivações de fundo e as versões oficiais e/ou discursivas apresentadas, e não primeiramente
em seu texto constitutivo.

É este exatamente o objetivo deste trabalho. É justamente através dos contrapontos


entre o que se apresenta como verdadeiro e suas reais motivações, buscando não somente
entender as origens das rivalidades, mas também em que ponto da história começou a surgir a
cooperação entre os dois países, que se tentará responder a seguinte questão: “Brasil e
Argentina – aliados ou rivais?”

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2- PRINCIPAIS FATORES QUE PROMOVERAM A RIVALIDADE

A construção histórica da rivalidade entre o Brasil e a Argentina confunde-se com a


construção das identidades destas nações.
De inicio, uma série de características já torna o Brasil um Estado singular em meio
aos seus vizinhos de continente. Seja sua metrópole colonizadora, sua dimensão territorial,
sua língua e a forma de governo que vigorou no Brasil (a monarquia) em um período no qual
seus vizinhos já haviam adotado a República como forma de governo.
No entanto, um conjunto de acontecimentos e fatores conduziram essas duas nações
sulamericanas à diversos enfretamentos responsáveis, senão pela origem, pelo acirramento
dessa rivalidade.
Nos trabalhos com essa temática, em geral, aponta-se como origem dessa rivalidade
as disputas territoriais entre Portugal e Espanha em suas colônias, sobretudo a disputa que
originou a colônia de sacramento, atual Uruguai. Área de extrema importância estratégica na
América do Sul, especialmente nesta época, seja por questões econômicas, geopolíticas, entre
outras.
No início do século XVI, a Coroa Espanhola começou a ocupar a região,
implementando ações para promover a colonização, Neste período, os limites das colônias
portuguesa e espanhola eram demarcados pelo tratado de Tordesilhas (1494), o qual
compreendia a região como pertencente à Espanha. Registre-se, no entanto, que os espanhóis
somente fundaram a primeira colônia nesta área em 1624.
Interessada na região devida sua importância econômica, sobretudo no tocante ao
contrabando da prata peruana. Como também, interessada em ampliar sua colônia americana
utilizando o Rio da Prata como limite natural entre a colônia portuguesa e as colônias
espanholas. A Coroa Portuguesa, auxiliada pela Inglaterra, enviou uma missão à região, a qual
fundou a Colônia de Sacramento situada à margem oposta à Buenos Aires no Rio da Prata. As
disputas que seguiram culminaram na formação do Estado Uruguaio em 1828.
Saliente-se, porém, que as contendas pela região tiveram dois grandes motes
ideológicos. Do lado português, alimentava-se um mito de que o território brasileiro estendia-
se por toda área cercada pelos Rios Amazonas e o Rio da Prata, formando a denominada
“Ilha-Brasil”. Segundo JAIME CORTESÃO apud MAGNOLI (1997, p.45) “a cartografia
colonial e uma vasta documentação do período, sustenta a tese de que o Estado lusitano
operou pela instrumentalização de um mito geográfico: a ilha-Brasil.”

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O estado português utilizava dessa lenda como ponto contra-argumentativo à
demarcação operada pelo Tratado de Tordesilhas. Para Portugal, a “razão geográfica de
Estado elaborada a partir da Ilha-Brasil era portadora, comparativamente (ao tratado de
Tordesilhas), de uma legitimidade superior” MAGNOLI (1997, p. 47)
Do lado argentino, formulou-se a concepção da Grande Argentina, derivada da antiga
função administrativa atribuída pelo Reino Espanhol ao Vice-Reinado do Prata. Por esta
compreensão, o domínio argentino abrangeria a Argentina, o Paraguai, a Banda Oriental do
Uruguai e a Bolívia.
Esses ideários luso-brasileiro e argentino permearam a identificação nacional e as
disputas que seguiram nesta região, como a Invasión Luso-Brasileña1, a Segunda Campanha
Cisplatina, Guerra do Uruguai, Guerra do Paraguai2, entre outros.
Após os conflitos mencionados, poucos episódios fomentaram essa rivalidade.
Excetuadas questões singulares, como o exemplo do famoso caso do Telegrama nº 93. Apenas
o desenvolvimento industrial que sucedeu a primeira guerra mundial em ambas as nações, a
corrida armamentista que antecedeu a segunda guerra mundial em conjunto com as
respectivas escolhas de aliados durante esta estimularam o tradicional antagonismo. No
entanto, durante o regime militar argentino o pêndulo volveu-se para as relações de
aproximação.
Em 1970, instalou-se uma nova contenda, rememorando as disputas da região
cisplatina. As intenções de ambos os países, bem como do Paraguai, em aproveitar as águas
da Bacia do Paraná para produção de energia hidroelétrica, ilustradas pelos Projetos da usina
de Itaipu (Brasil e Paraguai), e da usina de Corpus (Argentina e Paraguai), puseram em
contraposição novamente as duas nações.
No aprofundamento da análise, Mario Gibson Barbosa (2002) citado por WINAND
(2014, p. 80) “enfatiza que o âmago do litígio não estava nos recursos hidrelétricos, mas na
irresoluta disputa brasileiro-argentina pelo controle político sobre o Paraguai.”
Dessa perspectiva, teria a diplomacia brasileira, através do embaixador Barboza,
antevisto, na construção da usina de Itaipu, a possibilidade da supressão das disputas por
terras entre o Brasil e o Paraguai, mesmo porque a área objeto do conflito teria de ser
inundada para construção da usina, a qual beneficiaria ambos os países.
Por sua vez, a Argentina vislumbrou no movimento de aproximação do Brasil com o
Paraguai a perda de influência sobre este. Desse modo, alicerçada no Tratado da Bacia do
Prata4, buscou embaraçar o empreendimento, defendo a tese de que a construção de Itaipu iria
prejudicar os recursos hidrográficos argentinos. Posteriormente, corroborou a esta tese o

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projeto da usina de Corpus. Na medida em que, segundo o discurso argentino, o represamento
no curso antecedente do Rio Paraná na usina de Itaipu inviabilizaria o Projeto da usina de
Corpus.
No entanto esclarece o embaixador BARBOZA, que em uma conversa de bastidores,
o chanceler da Argentina, Luiz Maria de Pablo Pardo, confessou-lhe:

“O que não queremos, realmente, é que vocês construam essa hidrelétrica com o
Paraguai... prosseguiu, explicando que prevalecia na Argentina uma corrente de
pensamento geoestratégico segundo a qual, se o Brasil construísse um polo
econômico de tal grandeza, na fronteira norte da Argentina, pobre e
escassamente habitada, praticamente dominaria aquela região.” BARBOZA
(2002) apud WINAND (2014, p. 82)

Vários esforços diplomáticos foram empreendidos para a resolução da contenda.


Todavia, o mais emblemático refere-se à discussão da lide junto Conferência de Estocolmo5.
Nesta, a forte oposição brasileira à aprovação do princípio da consulta prévia. compeliu a
transferência da discussão para XXVII Assembleia Geral das Nações Unidas. Na qual se
firmou a Resolução nº 2995. Por esta:

“1. Emphasizes that, in the exploration, exploitation and development of their


natural resources, States must not produce significant harmful effects in zones
situated outside their national jurisdiction;”6

Assim, comprometia-se o Brasil a não causar prejuízos à Argentina. Ademais, o 2º


item do Acordo, no intuito de evitar danos ao meio ambiente de áreas adjacentes, determinava
que deveria ser fornecido conhecimento oficial e público dos dados técnicos do trabalho a ser
realizado.
No entanto, a Argentina permaneceu insatisfeita, posto que os termos do acordo eram
insuficientes para seu interesse cardeal, impedir a construção de Itaipu. Destarte, continuou
empreendendo esforços neste propósito. Seguiram-se as disputas, através do estabelecimento
de tratados bilaterais, ora do Brasil com o Paraguai, ora deste com a Argentina. Resultando na
construção de Itaipu e Yaciretá.
No entanto, uma série de fatores levou a Argentina à buscar a superação das
controvérsias com o Brasil. Na perspectiva de Rosendo Fraga, três fatores levaram a
Argentina à superação das controvérsias com o Brasil:

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“(1) a necessidade de combater a insurgência interna, que desaconselha um
conflito potencial com o Brasil; (2) a possível coincidência ideológica entre os
regimes militares, que facilita o acordo; (3) os problemas com o Chile em torno
do Canal de Beagle, que leva à reformulação das hipóteses de conflito
argentinas". Rosendo Fraga (1999, p.8) citado por FAJARDO (2004,
p.57)

Acrescentamos a estes fatores, ainda a disputa Argentino-Inglesa pelas Ilhas Falkland


(Ilhas Malvinas).
Diante deste cenário é que, em 1979, firmou-se o acordo tripartite entre Brasil,
Paraguai e Argentina, no qual se delimitou o aproveitamento dos recursos hidrelétricos de
ambas as usinas.
Na perspectiva político internacional esse acordo inaugurou o início de necessárias
alianças frente à nova conjuntura internacional, sobretudo pela retomada da corrida
armamentista da guerra fria na década de 80 e pela globalização da economia mundial.

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3. SURGIMENTO DA COOPERAÇÃO:

Brasil e Argentina a partir dos anos 80 iniciaram um processo de união que ficou
marcado por um relacionamento de gradativa aproximação e instabilidade entre cooperação e
conflito. Considera-se que uma efetiva cooperação bilateral entre as nações terá sido antes a
exceção do que a regra em aproximadamente duzentos anos de história.
Reside no passado colonial parte da explicação dada para justificar o relacionamento
bilateral divergente entre ambos, pois a rivalidade existente era herança de dois impérios
europeus Portugal e Espanha.
Mesmo após a independência ainda persistiu a discordância acerca dos limites entre os
dois países recém-criados. O início de uma fase de relativa aproximação entre Brasil e
Argentina deu-se apenas com a queda de Rosas, em 1852, e a aliança na Guerra do Paraguai,
o que funcionou como vetor para a definitiva demarcação das fronteiras. Mesmo com as
desconfianças existentes, a definição das fronteiras permitiu o reconhecimento de um relativo
equilíbrio de poder entre as duas nações.
Não sendo mais os problemas territoriais um meio de impedimento do relacionamento
entre Brasil e Argentina, porque já haviam sido superados, a desconfiança mútua entre as
nações ainda persistia. As crises diplomáticas assumiram o lugar antes ocupado pelas guerras
e os dois países não conseguiam estabelecer parcerias econômicas, pois estavam ambos
empenhados para outros continentes em busca alianças politicas e econômicas.
Nesse contexto, as relações econômicas passaram por uma pequena mudança como
nos diz Gonçalves (2003, p 8):

“O ligeiro aumento do intercâmbio econômico bilateral em meados do século e o


tímido reconhecimento de que ambos comungavam a condição de países
dependentes, periféricos e agroexportadores não foram suficientes para reverter a
inércia de suspeitas enraizadas no passado. Grosso modo, pode-se dizer que o
relacionamento bilateral até os anos 80 do século XX foi marcado, de um lado, por
duas grandes crises diplomáticas — o confronto Zeballos-Rio Branco na primeira
década e a questão de Itaipu nos anos 70 – e, de outro, por um longo período
intermediário em que os dois países pareciam pertencer a continentes distintos.”

Note-se que as crises diplomáticas permitem a abstração da ideia de que a cooperação


restou prejudicada nos períodos em que houve diminuição na igualdade de poder de ambos,
motivado pelo crescimento de algum dos dois países. Este desequilíbrio interferia na
diplomacia dos dois países e consequentemente trazia a tona, as velhas desconfianças antes
existentes motivando modificação na política externa menos cooperativas.

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Um ponto que se sobressai no processo histórico da diplomacia atual de Brasil e
Argentina é a relevância e dedicação política dos governos, e líderes em transpor a barreira da
inércia de desconfiança e afastamento.
Segundo afirmação de Gonçalves (2003, p11):

Faltaram na história comum de Brasil e Argentina ao longo do século passado


lideranças efetivamente convencidas da centralidade do relacionamento bilateral,
como viria a acontecer apenas nos anos 80 e 90 e, em especial, com a subida ao
poder dos ex-presidentes Sarney e Alfonsín. Historicamente, a inércia do passado de
rivalidades jogou contra a aproximação bilateral, e somente a vontade deliberada de
superá-la, ao custo de enfrentar resistências internas dos dois lados, pôde reverter o
curso então mais cômodo e natural.

Nesse contexto, observa-se que a cooperação entre Brasil e Argentina ocorreu com a
superação da desconfiança existente entre eles, primeiro com o acordo Itaipu-Corpus no ano
de 1979, associado ao apoio dado pelo Brasil à Argentina em 1982 no período da Guerra das
Malvinas. Mas, o maior esforço no sentido de unir as duas nações ocorreu durantes os
mandatos dos presidentes Sarney e Alfonsín, nesta época foram firmados acordos em áreas
importantes.
De acordo com Reis (2006, p. 15) “Em 1985, os presidentes Sarney e Alfonsín
assinaram as Atas de Iguaçu, encerrando uma era de desconfianças, e isso aproximou o Brasil
e a Argentina, gerando aí o gérmen do Mercosul, ao que se incorporaram o Uruguai e o
Paraguai.”
É com a formação do Mercosul, entre os anos de 1991 e 1994, que os dois países
passam a ter um importante meio de consolidar a aproximação bilateral. Criado com objetivo
inicial de promover a integração econômica, o Mercosul superou as expectativas, passando
também difundir as reformas econômicas empreendidas pelos outros países membros, assim
com a oportunizar iniciativas de cooperação que superam o campo econômico-comercial.
Sobre o Mercosul Gonçalves (2003, p 15) comenta:

Podem ser identificadas três fases distintas do Mercosul. Durante a primeira, entre
1991 e 1994, ou seja, do Tratado de Assunção ao Protocolo de Ouro Preto,
estabelece-se o desenho geral do bloco, sob a forma de uma união aduaneira. É o
momento de definição de suas linhas gerais e de confirmação do compromisso dos
quatro governos de inaugurar um processo de integração efetiva no Cone Sul. Uma
segunda fase, de 1995 a 1998, caracteriza-se, de um lado, pela consolidação do
arcabouço legal e institucional estabelecido até 1994 e, de outro, pela expressiva
expansão do comércio intrabloco, o que legitima pelo lado da economia real a
iniciativa dos quatro governos. É o momento áureo da aceleração comercial. Uma
terceira fase, que se inicia em 1999, com a recessão argentina e a desvalorização
cambial brasileira, e se estende até hoje, é marcada pela crise econômica na região e

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por certa paralisia de iniciativa. Esse é o momento em que os quatro países, imersos
em suas dificuldades econômicas internas, e mais vulneráveis a grupos de pressão,
chafurdam em controvérsias tópicas e hesitam dar os saltos novos e necessários para
o aprofundamento do processo de integração.

Contudo, percebe-se que a relação entre Brasil e Argentina ainda carece de superação
de suas diferenças históricas que ainda funcionam como obstáculo para que as duas nações
vizinhas estreitem ainda mais as suas relações gerando desenvolvimento de ambas e
fortalecimento da América do sul e consequentemente do Mercosul.
O Mercosul, ainda é um meio estratégico de fortalecimento de suas relações que
carece de medidas de governos de ambos que visualizem neles a importância estratégica que
tem. Muitas são as possibilidades que podem ser implantas através de parcerias que resultarão
no desenvolvimento das nações vizinhas.

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5- REFERÊNCIAS

GONÇALVES, José Botafogo e LYRA, Maurício Carvalho. Aliança estratégica entre Brasil
e Argentina: antecedentes, estado atual e perspectivas. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de
Relações Internacionais, ano 2, 2003 (Dossiê Cebri, vol. 2). Disponível em
<www.cebri.org.br>

FARJADO. José Marcos Castellani. Acordo Tripartite Itaipu – Corpus: Ponto de Inflexão
entre a Disputa Geopolítica e a Política de Cooperação. Porto Alegre: Dissertação de
Mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.
Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6148/000437450.pdf>

MAGNOLI, Demétrio. O Corpo da Pátria. Imaginação geográfica e política externa no Brasil


(1808-1912). São Paulo: Unesp, 1997.
Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=xp0jEi9VGpsC&printsec=frontcover&hl=pt-
BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

MORAES, R. F. de. A Cooperação Brasil-Argentina na Área Militar: Da Autonomia Das


Forças Armadas Às Relações Estratégicas (1978-2009). 237f. Dissertação (Mestrado em
Relações Internacionais) - Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2010

Resolução nº 2995 da XXVII Assembleia Geral das Nações Unidas. Disponível em:
https://digitallibrary.un.org/record/191559/files/A_RES_2995%28XXVII%29-EN.pdf

WINAND, E. C. A. A rivalidade como sentimento profundo: origem, evolução histórica e


reflexos contemporâneos do padrão de rivalidade entre Brasil e Argentina. História e
Cultura, Franca, vol. 4, n.1, p. 68-95, mar. 2015.

Reunião de Estudos: Brasil-Argentina: uma relação estratégica. Brasília: Presidência da


República, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria de Acompanhamento e Estudos
Institucionais, 2006. 62 p.

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1- Não olvidemos que nesta guerra, também chamada de guerra da Tríplice Aliança, Brasil e Argentina
aliaram-se com o Uruguai contra o Estado Paraguaio.
2- Caso citado por WINAND (p.7) no qual, o Ministro das Relações Exteriores da Argentina, Estanisláo
Zeballos, antibrasileiro declarado, interceptou o telegrama de do Barão do Rio Branco e adulterou seu
conteúdo, forjando mensagem que exprimia que o Brasil estaria, junto ao Paraguai, Chile e Peru,
protestando contra o expansionismo argentino na região. No entanto, tendo em mãos a chave do
telegrama, Rio Branco providenciou seu descerramento, levando ao público a prova de fraude.
3- Tratado firmado pelos Governos das Repúblicas da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, em
Brasília, no dia 23 de abril de 1969, que segundo o artigo 1º , tem “o objetivo de promover o
desenvolvimento harmônico e a integração física da Bacia do Prata e de suas áreas de influência direta e
ponderável.”
4- A Conferência de Estocolmo foi a primeira grande reunião de chefes de estado realizada pela ONU no
período de 5 a 16 de junho de 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, com o objetivo de tratar sobre
questões relacionadas ao meio ambiente.
5- “1. Enfatiza que, na prospecção, exploração e desenvolvimento de seus recursos naturais, os Estados
não devem produzir efeitos nocivos significativos em zonas situadas fora de sua jurisdição nacional;”

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