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A feminist Ethnomusicologist

Não existiu um único sítio onde os homens e as mulheres tivessem o mesmo acesso a
oportunidades e experiências musicais dentro de uma sociedade; restrições baseadas em género, de
qualquer tipo que sejam, existem em todo o lado, desde desviarem, gentilmente, a atenção de um
rapazinho americano em tocar harpa na orquestra da escola, até às mais violentas como a ameaça de
violação das mulheres da cultura Mundurucú, no Brasil, que vissem as flautas sagradas dos homens.
Na introdução é examinado as implicações que o género têm sobre a preformance da música
e é mencionado duas questões principais:
1- Até que grau é que as ideologias de género de uma sociedade e os resultantes
comportamentos baseados em género afetam o pensamento e prática musical da sociedade.
2- Como é que a música funciona na sociedade de modo a refletir ou afetar as relações entre
géneros.
Em estudos recentes sobre folclore e cultura de mulheres é demonstrado que em muitas
sociedades as mulheres e os homens aparentam ocupar esferas de expressão separadas criando, não
necessariamente duas culturas musicais separadas, mas sim duas metades de cultura diferentes mas
complementares.
Até recentemente, os etnógrafos focavam-se principalmente na esfera mais acessível,
ocupada pelos homens. Isto deve-se às metodologias antropológicas utilizadas e modo de ver o
mundo condicionada pela cultura, e não devido à falta ou não de cultura musical de mulheres nas
sociedades estudadas.
Bruno Nettl, em The Study of Ethnomusicology (1983), comenta que “existe a possibilidade
que isto pode ser um resultado do papel dominante do homem em determinar abordagens e
metodologias” e que ambos homens e mulheres que trabalham no campo recolheram informação
principalmente de homens e assumiram que estava completo, ou que o uso de investigadores
homens inibia o possibilidade de recolher informação de mulheres, especialmente aquelas que não
estavam habituadas, ou eram mesmo proibidas, de fazer performances na presença de homens ou
em público.
Alguns destes problemas foram mencionados recentemente por antropólogos, pois estão
preocupados com a complexidade dos problemas de género e o seu efeito noutros domínios
culturais. Rayna R. Reiter, em Toward an Anthropology of Women, demonstra dois preconceitos
masculinos na antropologia. Primeiro, os etnógrafos levam para o campo tendências da antropologia
ocidental, que tem desenvolvido uma perspetiva teórica que separa a biologia da cultura, na
investigação da raça, mas que não o faz em relação ao género. Isto mascara o segundo ponto, que
consiste na expressão do domínio masculino nas sociedades de estudo.
Até recentemente, poucos estavam conscientes do impacto que a nossa estrutura de género
da sociedade tinha sobre todo o tipo de comportamentos. Aliás, até 1970, ambos investigadores
homens e mulheres aceitavam, sem crítica, os modelos teóricos androcêntricos. “Se foi apresentada
uma imagem desequilibrada do mundo da música, os estudiosos de ambos os sexos têm de assumir
a responsabilidade (Nettle 1983).
Apesar da imagem apresentada até agora, referências a música de mulheres e práticas
musicais é comum em literatura etnomusicológica. Quando etnografias são focadas em rituais de
iniciação femininos, de nascimento ou de cuidados infantis, a atividade musical das mulheres
associada a tais eventos é anotada. Mesmo sendo descritivos por natureza, muitos não mencionam
explicitamente os problemas dos estatutos das mulheres, as relações entre géneros ou os efeitos que
os arranjos de géneros de uma sociedade têm no comportamento musical das mulheres, sendo mais
usual encontrar pequenas referencias que apontam para uma atividade musical, ou a falta desta.
Muitos autores apontam para a ligação entre a sexualidade da mulher, e o seu papel sexual,
com o comportamento musical, como por exemplo, a natureza sexual explícita nas músicas leves
dos Yoruk. (Keeling, 1985) Estes exemplos apontam para um comportamento musical que está
associado, ou que aumenta, a sexualidade feminina, especialmente movimentos, danças eróticas e
várias posições corporais nas artistas femininas.
Se as performances das mulheres mais jovens tende a aumentar a sua sexualidade, as
performances das mulheres mais velhas, nomeadamente aquelas que já passaram a idade de ter
filhos, tende a menosprezar este aspeto de identidade de género, resultando na perda de interesse
das mulheres na música e nas suas responsabilidades musicais.
Ambientes que fossem aceitáveis para a performance de música por mulheres também foram
anotados por investigadores que, ao afastarem-se do domínio musical público masculino e ao irem
para o domínio privado das mulheres descobriram uma variedade de tradições musicais.
Algumas tentativas de análise inter-cultural dos papéis sociais sexuais e a sua relação com o
comportamento musical também foram anotados. Curt Sachs, em The History of Musical
Instruments, em 1940, diz que “O sexo do executante e a forma do seu instrumento, ou pelo menos
a sua interpretação, depende um do outro. Como a tarefa mágica de quase todos os instrumentos
primitivos é a vida, procriação, fertilidade, é óbvio que os papéis de gerar vida de ambos os sexos
são observados ou reproduzidos na sua forma e movimento de execução. Um instrumento
masculino assume a forma do órgão masculino, e o feminino a do órgão feminino. E neste último, a
adição de um objeto de fertilização não é algo descabido.”
Dennison Nash, em 1961, afirma que quando os papéis da mulher e do homem são menos
diferenciados, e onde a “especialização do campo musical não é avançada”, é possível encontrar-se
mulheres compositores de renome. No entanto, nas sociedades onde a “especialização na criação de
música é avançada, é raro encontrar-se mulheres nos lugares mais elevados da composição”,
provavelmente devido ao facto da sua ocupação de educação infantil exigir muito do seu tempo.
Alan Lomax reparou, em 1968, que existem correlações entre as sanções sexuais de uma sociedade
e o seu estilo vocal cantado, afirmando que nas sociedades onde a atividade sexual antes do
casamento é proibida, o estilo vocal da cultura é marcado por características como som nasalado e
fechado, ambos sinais de tensão. Lomax afirma ainda que a música reflete e simboliza os papéis de
homens e mulheres.
Não é surpreendente que a maioria das descrições existentes sobre a atividade musical das
mulheres, e a justificação para o seu comportamento, seja focado principalmente no seu papel
social, pois estes cargos são centrais para a identidade de género das mulheres em muitas
sociedades. Mesmo estas descrições sendo preciosas, o que é necessário agora é uma análise
aprofundada da relação entre a estrutura de género da sociedade, as suas ideologias sobre género, a
natureza das suas relações entre-géneros, e como todos estes afetam o seu comportamento musical.
Após isso, é necessário inverter essa questão e perguntar como é que o comportamento musical
reflete e simboliza o comportamento de géneros.

Gender and music papel

Em termos históricos, na cultura ocidental, a profissão de músico tem sido dominada pelo
sexo masculino, tal como as posições de poder e privilégio. Antes de 1850, a maior parte das
orquestras recusavam-se a contratar mulheres pois era considerado impróprio uma melhor fazer
música em publico. As mulheres eram tradicionalmente encorajadas a aprender a tocar instrumentos
como a harpa ou o teclado, uma vez que serviam de acompanhamento para a voz e para entreter a
família e amigos em casa. Eram desencorajadas a tocar instrumentos de percussão ou de sopro
porque eram consideradas fracas e/ou iriam arruinar a sua aparência. Para corroborar esta ideia, em
1904, um maestro americano disse que “a natureza nunca planeou o sexo feminino se tornar
trompistas, trombonistas e instrumentistas de sopros. Em primeiro lugar, não são fortes o suficiente
para os tocar tão bem como os homens… E segundo, é que uma mulher não consegue tocar um
instrumento de sopro de metal e ficar bonita, portanto, porquê que haveriam de estragar a sua
beleza?”
Antigamente, as mulheres não tinham as mesma oportunidades que os homens em educação
e treino musical. Portanto, poucas mulheres eram capazes de obter um nível suficientemente
elevado de performance para serem aceites como músicas profissionais. Para além disso, a sua falta
de conhecimento sobre orquestração tornava difícil uma mulher compor uma obra grande e
complexa, as quais estão associadas a compositores masculinos reconhecidos. E mesmo as mulheres
que escreviam sinfonias, concertos e óperas não eram reconhecidas, nem recebiam muita
publicidade. Normalmente, a única maneira de uma mulher publicar a sua obra era usando um
pseudónimo masculino. (dar exemplo da irmã de Mozart)
Hoje em dia existe um número muito maior de mulheres empregues em orquestras
profissionais e a tocar um leque de instrumentos muito mais variado, apesar de raramente se
equiparar com o número de músicos masculinos. Há cada vez mais composições feitas por mulheres
a serem reconhecidas e há, aproximadamente, o dobro de raparigas a aprender a tocar instrumentos
musicais do que rapazes. Mesmo assim, o papel de músico profissional continua a ser dominado
pelo sexo masculino.
As ideias estereotipadas de género podem não refletir os comportamentos que homens e
mulheres realmente têm no mundo real. Por exemplo, um rapaz pode pensar que a flauta é um
instrumentos apenas para raparigas, mesmo que a maioria dos principais flautistas nas orquestra de
todo o mundo sejam homens. Na música, ambas as crianças e os adultos partilham os mesmos
pontos de vista, definidos pela cultura. As ideias criadas através da estereotipação de géneros
reforça a ideia que alguns tipos de música, instrumentos, ou ocupações são masculinas ou
femininas, influenciando a diferença de género na educação, experiência e oportunidades. (usar no
capitulo do género.)

Apesar de existir uma grande falta de provas de diferenças de género na aptidão musical, é
encontrado uma inversão de género do sucesso e envolvimento das raparigas e dos rapazes e depois
de homens e mulheres, na música. Existem mais raparigas do que rapazes envolvidas e sucedidas
em atividades musicais na escola, mas a profissão de músico é dominada por homens, onde
conseguem atingir níveis mais elevados de sucesso nas suas carreiras. Estudos recentes sugerem que
o sucesso musical não depende apenas na aptitude inicial do indivíduo, mas sim numa complexa
interação envolvendo fatores cognitivos, sociais, motivacionais e ambientais, tal como a
experiência, educação, inspirações e atitudes perante a música do indivíduo, e o seu treino musical.
Estes fatores diferenciam homens e mulheres consoante as expetativas da cultura perante o
feminino e o masculino.

Existe uma diferença significativa entre rapazes e raparigas perante as suas preferências em
música e atividades musicais. Por exemplo, Crowther e Durkin (1982), fizeram questionários a
jovens de ambos os sexos dos 12 aos 18 anos de idade, com o objetivo de avaliar as suas atitudes
perante a música. Descobriram que, mesmo existindo um aumento positivo do interesse pela música
em ambos os sexos ao longo dos anos, as raparigas apresentaram mais interesse nas atividades
musicais do que os rapazes em todas as idades, com diferença significativa nas idades mais jovens.
Os mesmos investigadores também realizaram questionarias para determinar a participação
de rapazes e raparigas nas atividades musicais. Os resultados indicaram que as raparigas
demonstraram-se, significativamente, mais envolvidas em cantar num coro e tocar instrumentos, tal
como assistirem a mais concertos do que rapazes. As raparigas também apresentaram mais interesse
na área do que os rapazes.
Eccles, em 1993, realizou um estudo com 865 crianças, dos 7 aos 10 anos de idade, onde
estas são pedidas para responderem o quanto valorizam matemática, leitura, desporto e música, e o
quão boas acham que são em cada um. Os resultados mostraram respostas baseadas nos estereótipos
dos papéis sociais de género para ambos os sexos. Os rapazes demonstraram-se mais interessados e
valorizavam mais o desporto, enquanto que as raparigas aparentam interessar-se mais na
aprendizagem de um instrumento musical do que os rapazes. Estes estudos sugerem que a música
tende a ser vista por homens e mulheres como uma atividade “feminina”, e portanto é
consequentemente mais valorizada pelas raparigas do que pelos rapazes. (capítulo género?????????)
Estudos na área da informação tecnológica da música sugere que o interesse masculino pela
música esteja a aumentar. Um estudo realizado em jovens entre os 11 e 18 anos de idade, com o
objetivo de perceber as suas competências e interesse na tecnologia da música, demonstra que os
rapazes apresentam mais interesse e confiança no seu uso do que as raparigas. Concluiu-se com este
estudo que enquanto que os rapazes abordam a tecnologia da música com a confiança derivada de
passar muitas horas à frente de um computador, ideia reforçada por um estereótipo cultural,
aparentemente aceite por muitas mulheres, que afirma que a tecnologia é masculina, as raparigas
são mais propensas a demonstrar ansiedade e falta de confiança. Apesar que muitos educadores
musicais gostarem deste desenvolvimento, o aumento do interesse masculino nesta área vai apenas
ajudar na perpetuação da imagem que a tecnologia é algo masculino, aumentando a diferença de
género na área. (FALAR DO CURSO DA ESEC)

Estudos realizados com estudantes universitários, onde estes eram pedidos para diferenciar
instrumentos musicais em masculinos ou femininos, demonstraram que ambos os sexos possuem
estereótipos de género associados a certos instrumentos. Por exemplo, os tambores, trombone e
trompete foram considerados instrumentos masculinos, enquanto que a flauta, o violino e o clarinete
foram considerados instrumentos femininos. O saxofone e o violoncelo estavam no meio do
espetro. Esta mesma distinção dos instrumentos também é encontrada quando é pedido a adultos
para darem um desses instrumentos ao seu hipotético filho ou filha, podendo os pais incentivarem
os seus filhos a escolherem os instrumentos baseados nos estereótipos de género.
Houve poucos estudos que abordaram diretamente as associações estereotipadas de género
dos instrumentos das crianças, sendo que a maioria apenas compara a preferência de instrumentos
musicais das crianças com a maneira como estes são estereotipados pelos adultos. Num estudo de
Delzell e Leppla (1992), foi pedido a crianças de 9 anos de idade que indicassem de 28 pares de
instrumentos, quais é que uma rapariga deveria tocar e quais é que um rapaz deveria tocar. Chegou-
se à conclusão que as participantes conseguiam prever com mais precisão que instrumentos os
rapazes prefeririam tocar, enquanto que os participantes tiveram mais dificuldades. Os
investigadores atribuíram à facilidade das raparigas de prever as preferências dos rapazes devido ao
facto que estes demonstram um interesse muito mais limitado em instrumentos, enquanto que as
raparigas apresentam interesse num leque de instrumentos muito maior, dificultando a capacidade
dos rapazes de preverem as suas preferências.
De modo a perceber porquê que as crianças têm ideias estereotipadas de género e necessário
recorrer a teorias de sócio-psicologia. Uma das teorias sugere que um dos aspetos de
desenvolvimento do papel social de género de um rapaz é “evitar a feminidade”, que começa a
desenvolver-se logo no segundo ano de vida e mantém-se até à vida adulta. Isto consiste no
indivíduo evitar quaisquer atividades consideradas femininas. Um fenómeno parecido também
acontece nas raparigas, embora mais tardiamente. Esse fenómeno foi denominado de “hipótese de
intensificação de género” por Hill e Lynch em 1982, e consiste em que o comportamento se torne
muito mais estereotipado, fazendo com que as raparigas abandonem atividades que sejam vistas
como masculinas. Tendo isto em conta, ambos rapazes e raparigas tendem a restringir-se, ou são
restringidos, de participar em certas atividades musicais ou tocar certos instrumentos com medo de
estarem a invadir o território do outro sexo. Esta é uma das explicações para a seleção de
instrumentos realizados pelas crianças. Estes estudos também apontam que as crianças tendem a ter
uma resposta mais negativa perante os seus colegas que exibem comportamentos que não são
considerados apropriados para o seu género.

AS atitudes e comportamentos das crianças perante a música, atividades musicais e


instrumentos são influenciados pelas suas perceções das diferenças de géneros nas atividades
musicais que elas observam no mundo dos adultos. Segundo Duveen e Lloyd (1986), as crianças
constroem a sua compreensão social da diferença de género a partir de interações que testemunham
no seu dia-a-dia. Apesar do número crescente de mulheres na música, existem muito menos role
models mulheres do que homens.
O facto de a música ser vista como uma área “feminina” por rapazes e raparigas significa
que apenas os rapazes mais motivados é que se interessaram e ficaram envolvidos na música na
escola. Por outro lado, as raparigas devem balançar o seu interesse e sucesso musical antecipado
com as suas perceções das mulheres sendo inferiores que os homens na profissão de músico.
Normalmente, o comportamento de um indivíduo é coerente com as suas atitude. Uma leve
persuasão pode alterar as atitudes e os indivíduos tendem a alterar o seu comportamento para
corresponder às suas novas atitudes. Portanto, as pessoas que estão em posição de influência para as
crianças, como os professores e pais, devem desafiar os estereótipos de género destas perante a
música e a sua atividade, de modo a que os rapazes e as raparigas possuam uma maior variedade de
instrumentos para escolherem sem estarem congestionados por esses estereótipos. Comber, em
1993, diz que a “educação musical possui o potencial de alterar o desequilíbrio que existe entre os
sexos.
Esta tentativa de alteração dos estereótipos das crianças aparenta não ter um impacto
duradouro no seu comportamento, devido a dois factos. Primeiro é que estas tentativas pequenos
não têm muito efeito na sociedade e ambiente cultural e estereotipado no qual as crianças vivem. O
segundo é que essas alterações provocam muita pressão nas crianças, principalmente vindo dos
colegas. Seria necessário as crianças ignorarem e ultrapassarem essa pressão que lhes é posta em
cima por demonstrarem comportamentos que são socialmente inapropriados para o seu género e
tentarem passar as fronteiras do género. Unger e Crawford, em 1992, dizem que “as pessoas, no
geral, não tem consciência de como a cultural ordena as dicotomias baseadas no sexo e como
castiga aqueles que se desviam desse caminho.”

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