br
www
Seja como for, o STJ se orienta no sentido de que, uma vez efetuado o
disparo em lugar habitado, em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, não há necessidade de comprovar o perigo concreto de lesão
a bem jurídico alheio, pois se trata de crime de perigo abstrato, presumido
pela lei:
Seguindo na mesma linha dos crimes dos artigos 12 e 14, o STJ tem
decidido que as condutas relativas ao art. 16 são puníveis
independentemente da demonstração de perigo concreto. Essas decisões
se dão geralmente no âmbito do porte de armas desmuniciadas e de
munições desacompanhadas das armas:
*****
Esta tese foi julgada sob o rito dos recursos repetitivos (tema 596) e
reproduz literalmente o teor da súmula 513 do STJ.
Ressalte-se ainda que não tem nenhuma relevância para a tipificação o fato
de o Decreto 5.123/04 estabelecer, no art. 69 (com redação dada pelo
Decreto 7.473/11), que se presume a boa-fé dos possuidores e
proprietários de armas de fogo que espontaneamente entregá-las na
Polícia Federal ou nos postos de recolhimento credenciados, nos termos
www.descubraocrime.com.br
www
*****
9) A forma qualificada do art. 10, § 3º, IV, da Lei n. 9.437/1997, que foi
suprimida do ordenamento jurídico com o advento da Lei n. 10.826/03,
não tem o condão de tornar atípica a conduta, mas apenas de
desclassificar o delito para a forma simples, prevista no caput do
dispositivo legal mencionado.
A revogada Lei 9.437/97 estabelecia, no art. 10, § 3º, inciso IV, uma
qualificadora para as situações em que os autores de condutas relativas,
dentre outras, à posse e ao porte de arma de fogo ostentassem
condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o patrimônio e por
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
www.descubraocrime.com.br
www
Dessa forma, se “A” tem a posse legal de uma arma de fogo em sua
residência e, decidido a efetuar disparos, dirige-se à via pública e de fato
aciona o artefato, é possível defender a absorção do porte pelos disparos.
Se, no entanto, depois de manter ilegalmente a arma em sua residência
por vários anos, “A” efetua disparos em direção à via pública, o correto é
lhe imputar os dois crimes em concurso, pois a posse e os disparos não
ocorreram no mesmo contexto:
(…)
A Lei 10.826/03 pune no art. 18, com reclusão de quatro a oito anos, as
condutas de importar, exportar, favorecer a entrada ou a saída do território
nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização da autoridade competente.