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Transferência de

Calor
Apontamentos

José Carlos P. Lopes da Costa


Versão 2014/2015
INDICE

Índice
Introdução à Transferência de Calor 5
Fenómenos de Transporte 6
Mecanismos de Transporte 7
Quantidade de Calor Transferido 8
Resumo dos Mecanismos de Transferência de Calor 12
Resistência Térmica 13

Condução 17
Equação de Fourier e Equação Geral da Condução 17
Condutibilidade Térmica 18
Equação Geral da Condução 20
Casos Particulares da Equação Geral da Condução 23
Condução Monodimensional Estacionária 25
Condução Cilíndrica 27
Condução Esférica (Radial) 29
Raio crítico de isolamento 30
Resistência de contacto 16
Condução em Regime Transiente 32

Convecção 44
Modelos Físico-Matemáticos 45
Números AdimensionaisRelevantes na Convecção 48
Correlações Experimentais 53

Convecção Natural 60
Solução Numérica das Equações da Convecção Natural 64
Coorrelações para Conv. Natural 65
Cavidades Rectangulares (Fendas) 68

Permutadores de Calor 70
Introdução 70
Principais tipos de permutadores 70
Permutadores de Correntes paralelas vs. Contracorrente 74
Determinação da Transferência de Calor 75
Diferença Média Logarítmica de Temperaturas 77
Factores de Deposição 77

Radiação Térmica 87
Introdução 87
Variação espectral e direccional 88

Versão 2014/2015 2  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Definições fundamentais 89
Propriedades Radiativas das Superfícies Reais 91
Trocas de Energia por Radiação entre Superfícies de um Volume Fechado 97
Volume Fechado com duas Superfícies 106
Analogia Reo-eléctrica para Radiação Térmica 107
Volume Fechado com Várias Superfícies 109

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INDICE

Introdução à Capítulo

Transferência de Calor
O que é a Transferência de Calor?
Trocas de energia (calor) que se estabelecem entre duas ou
1
mais substâncias a diferentes temperaturas.

q Nota:
T1 T2 T1 > T2
dQ em J/s ou W
q=
dt

NECESSÁRI A COMPREEÇÃO P AR A:
• Desenvolvimento de Máquinas Térmicas e outras de
Produção de Energia: Turbinas, Caldeiras, Condensadores, Nota Importante:
Permutadores de calor, Bombas de calor - Maquinas Iremos adoptar a notação usada
frigorificas, Motores de combustão interna, Sistemas no Incropera:

solares, etc. Q - Energia Térmica, J


q - Taxa de transf. de calor, W
• Estudo de Soluções para poupança de Energia: (ou J/s)
Isolamentos para redes de transporte de calor, Optimização q& - Taxa de transf. de calor por
unid. de volume, W/m3
térmica de edifícios, etc. q′ - Taxa de transf. de calor por
unid. de comprimento, W/m
• Estudo de Processos e Problemas Industriais q ′′ - Fluxo térmico, W/m2
diversos: Isolamento térmico de componentes em
máquinas, etc.
• Compreensão de diversos tipos de Fenómenos:
Metabolismo dos seres vivos, Meteorologia e Clima,
Culinária, Trocas de Energia entre planetas, estrelas, etc.

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INDICE

Fenómenos de Transporte
• Transferência de Quantidade de Movimento

• Transferência de Calor

• Transferência de Massa

• ...

Transferência de Quantidade de
Movimento Notas:
r Enquanto houver
V desequilíbrio de
∂V velocidades (V),
τ = −µ τ (tensão) mantém-se!
Fluido Q. mov. ∂x A q. de m. é transportada
das partículas com
velocidade mais alta para
aquelas com velocidade mais
baixa.

Transferência de Calor
Enquanto houver
T1 diferença de temperatura
T
∂T o fluxo de calor mantém-

q ′′ = −k
se!
Meio
q′′ O calor flui das
condutor ∂x temperaturas mais altas
para as mais baixas.

x
T2

Transferência de Massa A substância A avança das


ρΑ1 (elevado) zonas de maior densidade
ρA (ρ) para as zonas de
∂ρ A menor densidade.

m& A m& A = − D
∂x
x
ρΑ2 (Baixo)

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INDICE

Mecanismos de Transporte
Modos Mecanismos Meios
Difusão Agitação entre • Sólidos
(Condução) Moléculas • Fluidos em repouso
Para o calor (Exemplo: Ar nos poros da
esferovite ou da cortiça)

Convecção
Fluido em movimento Fluidos

q′′

Convecção Convecção
forçada natural
Sem
Mudança
de Fase

Com
Mudança
de Fase

Radiação Transporte sem Meios transparentes


matéria
APENAS NA
TRANSFERÊNCIA
DE CALOR

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INDICE

Quantidade de Calor
Transferido
É do senso comum que o
fluxo de calor entre duas
Condução faces de uma parede de
material uniforme, qCD , é
proporcional à superfície
da parede A, á diferença de
T(°C) temperaturas nas faces da
parede (T1-T2), e
inversamente proporcional
A à espessura e.
T1
q CD

T2
Parede Plana
e
x

A
qCD = k (T1 − T2 )
e
Nota:
Condutibilidade térmica do material da parede - k Em muita bibliografia
aparece a letra λ
UNI DADES (minúscula) no lugar de k
a representar
condutibilidade térmica.
qCD - [W] (isto é J/s])
A condutibilidade
2
A - [m ] térmica é uma
propriedade física das
k - [W/(m.ºC)] ou [W/(m.K)] substâncias e dos
e – [m] materiais. Traduz a
maior ou menor
capacidade que um
∆T – [ºC] ou [K]
material tem em deixar
passar calor. Materiais
bons condutores têm k
altos (metais); materiais
maus condutores têm k
baixos (cortiça).

Versão 2014/2015 8  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Convecção
y
Vejamos um qualquer
escoamento de um
T∞
fluido sobre uma
superfície. Neste caso, a
temperatura á superfície
(Tp) é diferente da
temperatura do fluido
q CV T(y) (T∞). Tal como se
desenvolve uma camada
limite de velocidades, que
Tp junto á superfície são
É previsível
inferiores, que qCV
também se seja
Tp desenvolve
proporcionalum gradiente
à superfície
de
da temperaturas, desde
parede A e á diferença
T(y) dep até
T temperaturas nas a
T∞, que constitui
faces da parede
Camada Limite(T1-T2).
Térmica.

Nota:
Coefic. de Convecção de um escoamento – h Em muita bibliografia
aparece a letra α no lugar

qCV = h A(T p − T∞ )
de h a representar
coeficiente de convecção.

UNI DADES
q CV - [W] (isto é J/s])

A - [m2] h - [W/(m2.ºC)] ou
[W/(m2.K)] O coeficiente de
∆T – [ºC] ou [K] convecção h é função
do escoamento em
causa. É função do
fluido, da geometria do
escoamento, e de outros
Outros exemplos de geometrias de CONVECÇÃO factores, como veremos.
Poderemos ter uma
infinidade de
escoamentos diferentes
do exemplo apresentado
T∞ ; v∞
Tp
Tp em que haja trocas de
calor (Exemplo: água que
aquece ou arrefece
dentro de tubos num
radiador).
Tmédia do fluido

Versão 2014/2015 9  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Radiação
 Radiação Electromagnética →Não necessita de meio.
A radiação solar chega
Desenvolve-se no vácuo ou em meios transparentes. até nós através do
vácuo no espaço. Uma
boa parte chega à
superfície terrestre,
porque a atmosfera é
transparente para uma
parte dessa radiação.
Se houver um obstáculo
não transparente, os
efeitos da radiação são
eliminados ou
atenuados.

 Uma superfície emite radiação independentemente do Qualquer corpo que


que o rodeia. “veja” outro recebe
uma parte da sua
radiação. Este emite a
sua radiação
independentemente
daquele(s) que a
recebem, quer estejam
mais quentes ou mais
frios.

 Dois corpos trocam sempre radiação nos dois


sentidos independentemente das temperaturas (desde
que uma das temperaturas não seja 0K).

O corpo mais quente


emite mais radiação
que o corpo mais frio.
No final o balanço é
positivo para o mais
frio e negativo para o
mais quente, pelo que
acaba por haver
transferência de
calor do corpo mais
quente para o corpo
mais frio.

Versão 2014/2015 10  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Radiação – Calor Emitido Um corpo negro é um


corpo que absorve toda
Superfície do Corpo Valor Absoluto (em K) a radiação que nele
CORPO
qRad . Emitida incide. Pode-se
demonstrar que um
T qRad .Em. é proporcional a A e a T4 corpo negro também
emite toda a radiação
Nota: T em K (Kelvin)
que é possível um
corpo emitir a uma
dada temperatura. Um
corpo real emite
apenas uma fracção
 Corpo Negro (Radiador Ideal) dessa radiação.
σ – Constante de
4
qRad . Emitida = σ . A.T Steffan-Boltzmann

σ=5.67*10 -8
W/(m2K4)
 Corpo Real Constante física.

qRad . Emitida = ε .σ . A.T 4 ε– Emissividade do


Corpo
Indica a eficiência do
corpo real relativamente
ao corpo negro.
Radiação – Calor trocado (0<ε<1)

Caso Particular: Quando uma superfície 1 se encontra


envolvida por uma superfície muito maior (sup. 2), -
Exemplo: Objecto 1 rodeado pelas paredes de uma sala 2 -
pode-se demonstrar (como veremos) que o calor trocado
entre as duas por radiação é:

Superfície 2: T2
T1>T2
A2>>A1 Quando se calculam
situações que envolvem
vários meios de
transferência de calor,
Superfície 1: A1, ε e pode ser mais prático

( )
utilizar uma expressão
4 4 para a radiação que
qRAD 1− 2 = ε .σ . A. T − T2 1
envolva ∆T no lugar de
∆(T4) (ver Resistências
Térmicas). Daí surge a
necessidade da grandeza
hRAD=ε.σ.(T1+T2).(T12+T22) Coeficiente de
Radiação - hRAD.

q RAD1− 2 = hRAD . A.(T1 − T2 ) [hRAD] - W/m2K

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INDICE

Resumo dos Mecanismos de


Transferência de Calor

Propriedades
Mecanismo Equações Associadas
Equação de Fourier

∂T
q ′x′ = − k ⇒
Condução ∂x k (W/m.K)
T −T
q = −k ⋅ A 1 2
e
Lei de Newton do Arrefecimento
hCV (W/m2.K)
q = h ⋅ A ⋅ (T1 − T2 )
Convecção

Aplicação da Lei de Steffan-


Boltzmann
ε
q = ε .σ . A.T 4
Radiação σ (W/m2.K4)
Caso particular: 2 superfícies, A2 >>A1:

(
q = σε 1 A1 T − T 1
4
2
4
) hRAD (W/m2K)

= hRAD A1 (T1 − T2 )

Versão 2014/2015 12  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Resistência Térmica
SISTEMA ELÉCTRICO SISTEMA HIDRÁULICO
I
V& ou m
&
R
∆p
V

V ∆p
I= m& =
RElect . RHidr .

S IS T E M A TÉ R M I C O

T1 T2 ∆T
q=
Rtérmica
q Rtérmica

Meio onde se dá a transferência de calor


(convecção, condução ou radiação)

T1
T1
Esta abordagem facilita a
T1
análise de sistemas onde
existem trocas de calor entre
vários meios: T1 T1 Ex: Quartos de uma
T2 T3 casa ou edifício
 Permite a análise de
T1
sistemas mais complexos.
T4
 Permite a obtenção de T5
resistências térmicas T1
equivalentes a conjuntos de
resistências. T5

Versão 2014/2015 13  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Quantificação das Resistência


Térmicas
• Condução

kA ∆T e Para uma situação


q= ∆T ⇒ RCond = = K concreta (A está
e q kA  W  definida).

k ∆T e
′′ =
Quando se pretende
q′′ = ∆T ⇒ RCond =  K ⋅ m2  determinar o fluxo
e q ′′ k 
 W 
 de calor por
unidade de área (A
indefinida).

• Convecção

∆T 1 Para uma situação

q = h ⋅ A ⋅ ∆T ⇒ RConv = q
=
h⋅ A
K
 W 
concreta (A está
definida).

∆T 1 Quando se pretende
′′ =
q′′ = h ⋅ ∆T ⇒ RConv =  K ⋅ m2  determinar o fluxo
q ′′ h 
 W 
 de calor por
unidade de área (A
indefinida).

• Radiação

Uma vez que q não é proporcional a ∆T mas sim a ∆(T 4),


a definição de RRad não é tão evidente.
Pode-se, como aproximação, considerar hRD e adoptar a
′′ que foi utilizada para a
mesma definição de RRad e RRad
convecção.

1 1
RRad = K R ′′ =
; Rad h
 K ⋅ m2 
hRD A  W   
RD  W 

Versão 2014/2015 14  J. Carlos Lopes da Costa


INDICE

Combinação de Resistência
Térmicas
Semelhantes ás aplicadas aos circuito eléctricos:
Resistências em Série: Exemplo:
Parede de um edifício
T1
R1 T2
R2 T3 T1 Req T3

q q
T1 T2

Req = R1 + R2 Req = ∑ Ri Q&


ou
i =1

Nota Importante:
′′ = R1′′+ R2′′ + R3′′...
Req
R1 q1
T1 T2 T1 Req T2

R2
q = q1 + q2
q2

Resistências em Paralelo:
Exemplo:
−1
1 1 1 
1/ Req = 1/ R1 + 1/ R2 ou Req =  + + + ... Janela de um edifício

 R1 R2 R3 
−1 Vidro
 1
n

Generalizando:
Req =  ∑ 
 i =1 Ri  T2
T1

Nota Importante :
−1 Caixilharia
1 1 1 
R eq′′ =  + + ... 
R
 1 ′′ R ′
2
′ R ′
3
′ 

Versão 2014/2015 15  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Resistência de contacto
Em sistemas com vários materiais pode haver queda de
temperatura na interface entre materiais:

Deve-se á rugosidade
das superfícies - na
maioria dos casos os
interstícios têm ar
(que é mau
condutor).

Deve-se então considerar a existência de uma resistência


suplementar e localizada a que se chama resistência de
contacto.

Rcontacto↑ se:

• rugosidade ↑
• pressão de contacto ↓

Tabela de valores experimentais:

Rc×104 (m2K/W) - Para condições de vácuo


Podem-se obter mais
dados sobre
Pressão de contacto 100 kN/m2 10000 kN/m2 resistência de
contacto em

Aço 6 … 25 0,7 … 4 bibliografia sobre


Transferência de
Calor
Cobre 1 … 10 0,1 … 0,5

Alumínio 1,5 … 5 0,2 … 0,4

Versão 2014/2015 16  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condução Capítulo

Equação de Fourier e Equação


Geral da Condução 2
O que è a Condução?
Nota:
O transporte molecular de calor (difusão) através de um
q
meio sólido ou em repouso. q′′ = em W/m2
A
A condução é proporcional ao gradiente de k – Constante física do meio
onde se desenvolve a
temperaturas nesse meio. condução do calor.

r k
q ′′ = (− ∆ T )
r ∂T e
′′
qx = −k = −k
∆T
∂x Equação de Fourier ∆x
∆T ∂T
T T ∆x → 0 ⇒ →
∆x ∂x
r ∂T
q ′x′ = − k
∂x
r r T2
T1 q′′ > 0 q′′ < 0

T2
T1

x x

O fluxo de calor é uma grandeza vectorial, isto é, podemos


r
encarar q ′′ como um vector q ′′ que aponta das
temperaturas mais altas para as mais baixas.

Versão 2014/2015 17  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Num caso geral em que a temperatura varie em 3


dimensões, dentro de um dado meio:

r  ∂T ∂T ∂T 
q ′′ = − k ⋅ ∇T = − k ⋅  , , 
 ∂x ∂y ∂z 
O fluxo de calor desenvolve-se em linhas perpendiculares
ás superfícies isotérmicas.

Isotérmicas

r
q′′
r
q′′ r 90º
q′′

Condutibilidade Térmica
A equação de Fourier pressupõe a existência de uma
grandeza física - k - que é uma propriedade do meio onde
se desenvolve o fluxo de calor por condução. Esta
propriedade designa-se por condutibilidade térmica.

q′′
k =−
∂T
∂x (num meio monodimensional)

Unidades S.I. para a condutibilidade térmica:


 W/m 2   W 
k→ = 
 K/m   mK 

Versão 2014/2015 18  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Interpretação da Condutibilidade
Térmica
A condução ou difusão de energia térmica (isto é,
passagem de calor através de um meio sem movimentação
de massa) deve-se á:
• Agitação entre átomos que é transmitida através
das ligações atómicas.
• Migração de eletrões livres através das ligações
atómicas.
Consequências:
Nota:
 k sólidos>k líquidos>k gases – uma vez que as Quando se fala na
condutibilidade de
ligações atómicas são mais fortes nos sólidos que nos
fluidos (líquidos e
líquidos, e as destes, por sua vez, mais fortes que as dos gases), admite-se que
gases. estes se encontram
em repouso sem

 k metais >k maus condutores eléctricos – uma qualquer


movimentação de
vez que os metais dispõem de grande quantidade de electrões massa.
livres, que navegam facilmente através das ligações atómicas.
Zinco Prata
Metais Puros

Ligas Metal.

Plásticos Gelo Óxidos


Sólidos não Metálicos

Mat. Isolantes

Óleos Água Mercúrio


Líquidos
CO 2 H2
Gases
k [W/(mK)]
0.01 0.1 1 10 100 1000
λ varia
A condutibilidade térmica com a temperatura,
sobretudo nos líquidos e gases. Para efeitos de cálculos,
determina-se geralmente
valores médios de k para
as temperaturas em causa.

Versão 2014/2015 19  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Equação Geral da Condução


Tomemos um determinado volume elementar (com um
volume dV= dx.dy.dz) num dado meio onde a temperatura
é variável.

dq z + dz Nota:
T(x,y,z,t) dq y + dy
Q& g - Calor que “brota” do
material (gerado) por unidade
de tempo.
dq x dq x + dx
dV
z dQ& g
dz dy
y dx
dq y
x dq z x

x x+dx

Fazendo um balaço á energia térmica neste pequeno


volume elementar:

dQ
= q x + q y + q z − ( q x + dx + q y + dy + q z + dz ) + d Q& g
dt
VARIAÇÃO da Calor que é
Energia Interna Calor que Calor que GERADO no
(CALOR) por
unidade de
= ENTRA
por unidade
- SAI por
unidade de
+ seu interior
por unidade de
de tempo tempo tempo
Tempo

Passemos a analisar cada um destes termos


individualmente.

Versão 2014/2015 20  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

• Variação da energia interna por unidade


de tempo

Pode-se exprimir da seguinte forma: Nota:


Δ… – Variação de...
∆Q m ⋅ c p ⋅ ∆T ρ ⋅ V ⋅ c p ⋅ ∆T Exemplo:
= = ΔQ = Qfinal – Qinicial
∆t ∆t ∆t

Como falamos de um intervalo de tempo e de um volume


elementares, os Δ tornam-se infinitamente pequenos (Δ
passa a d ou ∂).
O volume do cubo elementar

dQ ∂T ∂T é:

= ρ ⋅ dV ⋅ c p ⋅ = ρ ⋅ dx ⋅ dy ⋅ dz ⋅ c p ⋅ dV = dx . dy . dz

dt ∂t ∂t
• Fluxos que ENTRAM – Fluxos que SAEM

Analisemos o fluxo de calor ao longo da direcção x: (a análise


será semelhante para as restantes direcções y e z)

 ∂q ′′ 
q x − q x + dx = q ′x′ ⋅ dy ⋅ dz −  q ′x′ + x ⋅ dx  ⋅ dy ⋅ dz =
 ∂x 
 ∂q ′′ 
=  q ′x′ − q ′x′ − x ⋅ dx  ⋅ dy ⋅ dz =
 ∂x 
 ∂q ′′  ∂q ′′
=  − x ⋅ dx  ⋅ dy ⋅ dz = − x ⋅ dV =
 ∂x ∂x Segundo a equação de Forier:

∂T
q′x′ = −k ⋅
 ∂T  ∂x
∂ k ⋅
∂x  ∂ 2T
=  ⋅ dT = k ⋅ 2 ⋅ dV
∂x ∂x
Considerado todas as direcções: Laplaciano de uma função de
x, ye z:
 ∂ 2 T ∂ 2T ∂ 2T  ∂2 ∂ 2 ∂2
= k  2 + 2 + 2  dV = k ∇ 2T dV ∇2 = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
 ∂x ∂y ∂z 

Versão 2014/2015 21  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

• Calor GERADO

Assumindo que conhecemos q& g (em W/m3),a quantidade


de calor gerado por unidade de volume (ou potência
calorífica por unidade de volume):

dQ& g = q& g dV
Por fim, juntando todos estes termos na equação de
Balanço Energético:

∂T
ρ cp dV = k ∇ 2T dV + q& g dV ou
∂t
Equação Geral da Condução

ρ c p ∂T 2
q& g Nota:
=∇ T + Não esqueça:

k ∂t k ∇ 2T =
∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
+ +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2

Difusibilidade Térmica
ρ cp
Nesta equação evidencia-se o termo . O inverso deste
k
k
termo é muitas vezes designado por difusibilidade
ρ cp
térmica do meio ou do material – α: A Equação Geral da
Condução pode então ser
k escrita da seguinte forma:

α= 1 ∂T
= ∇ 2T +
q& g
ρ cp α ∂t k

Estabelece uma relação entre a facilidade com que o calor


evolui nesse meio (k) e a forma como ele é retido ou
acumulado nesse meio ( ρ c p ).

Versão 2014/2015 22  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Casos Particulares da
Equação Geral da Condução
Notas:
Regime Permanente Um fluxo de calor em regime
permanente estabelece-se
Quando um fluxo de calor se encontra numa situação quando a fonte de calor não
arrefece e quando a fonte fria
estabilizada, nada varia com o tempo. Então: não aquece. Existem muitas
situações práticas em que isto
se verifica; por exemplo,
quando a fonte de calor é
∂T q& uma chama, e o calor se
= 0 ⇒ ∇ 2T + g = 0 escapa para a atmosfera.

∂t k

Regime Permanente sem Fontes de


Calor
Quando estamos numa
situação monodimensional:
Na maior parte das situações, o calor não é gerado no seio
d 2T
do material que conduz o calor. Assim: → 2 =0
dx
Exemplo: quando o calor flui

 ∂T
através de uma parede plana,

 =0
∇2T = 0
da face mais quente para a


face mais fria, não há razão
 ∂t Equação de Laplace
para pensar em variações de

 q& g = 0
temperatura em direcções
paralelas á parede. Assim a
única direcção onde interessa
considerar variações é a
direcção x perpendicular á
parede.

Regime Instacionário sem Fontes de


Calor
ρ c p ∂T
q& g = 0 ⇒ ∇ 2T =
k ∂t
Quando estamos numa
situação monodimensional,
Ao contrário das situações anteriores esta situação não em que o fluxo de calor se dá
segundo a direcção x:
permite uma solução analítica.
d 2T ρ c p ∂T
=
dx 2 k ∂t

Versão 2014/2015 23  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condições Limite
A equação geral da condução é, na sua forma geral, uma
equação diferencial de 2ª ordem, de derivadas parciais.

A obtenção do perfil de temperaturas no meio em causa é Nota:


feita por integração, da qual resulta o aparecimento de Condição inicial
constantes de integração. Estas são obtidas por aplicação (tempo) - diz respeito ao
conhecimento da distribuição
das condições limite. de temperatura para t = 0
(para cada caso só é
necessária 1).
- Há 2 tipos de condições limite: Condições fronteira
(espaço) - reportam-se ao
• Condição inicial (tempo) que se passa nas fronteiras
físicas do domínio (são
necessárias 2 condições para
• Condições fronteira (espaço) cada coordenada espacial -
fronteira inicial e final).

- Há 3 espécies de condições fronteiras:


 1ª Espécie

Condições de temperatura: Sabe-se a T na


x
fronteira. Tx=0

 2ª Espécie

Condições de fluxo: Sabe-se o fluxo na fronteira.


∂T ∂T q ′x′=0
q ′x′=0 = − k ⇔ = q& x = 0
∂x x =0 ∂x x =0 −k x

Inclui o caso de uma superfície isolada:


∂T
q ′x′=0 = 0 ⇔ =0
∂x x =0

 3ª Espécie

Condições de convecção: Conhece-se h e T∞.


T∞ h

∂T
q ′x′=0 = h(T∞ − Tx =0 ) = − k
x

∂x Relação para Tx=0


x =0

Versão 2014/2015 24  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condução Monodimensional
Estacionária
A equação geral da condução em coordenadas cartesianas
é:

1 ∂T q&
= ∇ 2T + g
α ∂t k
∂T
Em regime estacionário = 0 . Para uma só dimensão (x):
∂t

d 2T q& g
2
+ =0
dx k
Condução plana
Considere uma placa plana, com uma espessura L.
A integração da equação anterior dá (sendo q& g x

independente de x):
q& g x=0 x=L
T ( x) = − x 2 + c1 x + c2
2k
Nota:
Sendo as constantes c1 e c2 calculadas a partir das condições O fluxo de calor pode
fronteira (x=0e x=L). ser obtido por
derivação de T, ou
através da definição de
• Sendo q& g ≠ 0 a distribuição de T é parabólica. resistência de
condução plana (já
conhecida):
• Se q& g = 0 (ausência de fontes): T(x) = c1x + c 2 ⇒ Rcond plana =
e
→q=
∆T
kA R
distribuição linear (note-se que k é constante). Note-se que a
resistência só faz
sentido se não houver
fontes.

Versão 2014/2015 25  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Parede plana com Geração de Calor


Exemplo: Barramento de cobre atravessado por uma
corrente eléctrica, “gera” uma quantidade de calor (Efeito
2
de Joule) proporcional a I .
T T

q ′′ q ′′ q ′′ q ′′
Tmax Tmax
d Q& d Q&
T2
h 1, T∞ T1 T2 h 2, T ∞ h 1, T∞ T1

x x

x=-L x=0 x=L x=-L x=0 x=L


h 1= h 2⇒T1=T2 h 1 ≠h 2⇒T1 ≠ T2
Fronteira com Condições Fronteira com Condições Não
Simétricas T Simétricas

Isolamento
Tmax
ra
q ′′

h, T∞

Tmax=Tx=0
x
Fronteira isolada: q′x′=0 = 0
x=0 x=L

q& g
Distribuição da Temperatura: T ( x) = − x 2 + c1 x + c2
2k

Parede Plana sem Geração de Calor T

Ex.: Parede exterior de uma habitação Ti


q ′′
T1

T ( x ) = c1 .x + c2 h1
T2
h2

Te

∆T Ti − Te
q= = x
Req RCVi + RCD + RCVe
x=0 x=L

Versão 2014/2015 26  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condução Cilíndrica
z
De modo semelhante ao que foi feito em
coordenadas cartesianas, pode traduzir-se a
equação geral da condução em z + ∂z
coordenadas cilíndricas (fazendo o balanço
z
de um volume elementar em coordenadas r∂θ
∂z
cilíndricas).
θ θ + ∂θ
Obter-se-ia, no caso geral: ∂r
θ
2 2
1 ∂  ∂T  1 ∂ T ∂ T q& g 1 ∂T r
r + 2 2
+ 2 + =
r ∂r  ∂r  r ∂θ ∂z k α ∂t r + ∂r

 No caso monodimensional
r
estacionário - condução radial - s/
fontes
∂  ∂T 
r  = 0 ; A solução é do tipo:
∂r  ∂r  Para um cilindro oco
(tubo) as constantes
T ( r ) = c1 ln r + c2 c1 e c2 determinam-se
pelas condições
fronteira nas 2
• Pode deduzir-se a resistência de condução radial superfícies (interior e
cilíndrica: exterior).
dr
dR = (dR – resistência de uma fatia elementar dr)
k Ar
re re re
dr dr 1 dr
R= ∫
ri
k A
= ∫
ri
2π krL
=
2π kL ∫
ri
r

ln(re ri )
RParede Cilíndrica = K
2πkL  W 

Nota: para determinar q’ [W/m] – Fluxo de calor por unidade de comprimento


de tubo:
ln (re ri )
′ Cilíndrica =
RParede  Km 
2π k  W 

Versão 2014/2015 27  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Comparação entre Condução


Cilíndrica e Condução Plana
Para a determinação do fluxo de calor através de uma
parede cilíndrica poderíamos eventualmente aplicar o valor
determinado para a resistência de uma parede plana
R=
e
no lugar de R =
ln ()
re
ri
.
A k 2π .k .L

No entanto, para um Nota:


q tubo cilíndrico a área é
q Ai– Área Interior
variável. Ae – Área Exterior
re e Assim, a expressão Ai = 2.π .ri . L
e
ri R= só poderá ser Ae = 2.π .re .L
A k
q q usada como
aproximação e sob
certas condições. Por
exemplo, quando a espessura do tubo é muito reduzida
Ai + Ae
(Ai≈Ae), utilizando-se uma Amédia, como Am = .
2

Exemplo: um tubo de aço (k=15W/mK, L=1m)

Erro cometido, para diferentes espessuras (ri= 15)

e (mm) 2 4 6 8 10 15 20
re ( mm) 17 19 21 23 25 30 35
Am (m2) 0,100 0,107 0,113 0,119 0,126 0,141 0,157
e mK
( ) 0,00133 0,00250 0,00354 0,00447 0,00531 0,00707 0,00849
Am k W
ln(re /ri ) mK
( ) 0,00133 0,00251 0,00357 0,00454 0,00542 0,00735 0,00899
2πkL W
Erro (%) 0 0,4 0,8 1,5 2 4 6

Versão 2014/2015 28  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condução Esférica (Radial)


∂ θ
A equação geral da condução ∂ φ
em coordenadas esféricas
é: φ

r
∂ r
φ

1 ∂  2 ∂T  1 ∂ 2T 1 ∂  ∂T  q& g 1 ∂T
 r  + + 2  sin φ + =
2 2 2
r ∂r  ∂r  r sin φ ∂θ 2
r sin φ ∂φ  ∂φ  k α ∂t

• Condução radial permanente e sem fontes:


1 ∂  2 ∂T 
r =0
r 2 ∂r  ∂r 

• Resistência de condução radial (esfera oca):


re re re
dr dr 1 dr
R= ∫
ri
k A
= ∫ri
k 4π r 2
=
4π k ∫r
ri
2 dr

1 1 1
RParede Esférica =  −  K 
4πk  ri re   W 

Versão 2014/2015 29  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Raio crítico de isolamento


Caso Típico: Isolamento térmico de um
tubo metálico, onde circula um fluido. Metal
r
• O fluxo do interior para o exterior é: re

Ti − Te
q=
r ri
ln   ln  re  Isolamento
1 r 1
+  i+   +
r
hi Ai 2πk t L 2πk isol L he Ae

Rconvi Rcondtubo Rcondisol Rconve

• Ao aumentar re: Nota:

Ae↑⇒R conve↓
Efeitos diferentes Se o isolamento não
em Req for suficientemente
eficiente (kisol baixo), a
re/r↑⇒R condisol↑ colocação de material
isolante sobre o tubo
• Há um valor de Req mínimo: pode aumentar a
perda de calor (área
exterior aumenta).
dq
= 0 ⇒ q(re ) = qmax para re=rcrítico. Só valerá a pena
dre colocar isolamento
q para raios re
qmáx superiores a rOK.
Trabalhando-se a equação anterior
obtemos que:

kis
rcrítico =
he

Raio crítico de isolamento


0 e=0 rcrítico rOK
re =r
re

Versão 2014/2015 30  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

• Nota Importante:

Se kis/he = rcr<r
tal significa que já o máximo para q = f (re ) se
encontrará para re=r, isto é e=0.

q
Nota:
Repare na figura que
qmáx se o raio exterior do
rcrítico não existe na tubo sem isolamento
prática! (r) fosse muito
pequeno, aí
entraríamos numa
região em que
teríamos um raio
crítico de isolamento.

0 e=0
re =r
re

Nesta situação vale a pena aplicar qualquer espessura


de isolamento, uma vez que q diminui sempre.

• Conclusão:

Deverá se ter em conta o raio crítico de isolamento


quando este for pouco eficiente (kisol pouco baixos),
ou quando o raio exterior do tubo a isolar for
relativamente baixo.

Esfera Oca
Uma análise equivalente feita para esferas ocas
conduz á seguinte definição de raio crítico de
isolamento:
kis
rcrítico = 2
he

Versão 2014/2015 31  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Condução em Regime
Transiente
Neste ponto vamos analisar a equação geral da condução,
mas para situações que evoluem no tempo. Para tornar
essa análise mais simples vamos considerar uma situação de
condução mono dimensional (em x) sem geração de calor.

∂ 2T 1 ∂T
2
=
∂x α ∂t
Resolúvel através de:
 Métodos Analíticos (solução exacta)
 Métodos Numéricos (não abordados aqui)
 Se atemperaturafor Uniforme – Sistema Global  ∂T ≈ 0
 ∂x 

Solução Exacta
Placa Plana

h, T∞

∞  αt 
θ (x, t)  x  − ζ n2 
= ∑ Cn cosζn  e L2 
h, T∞
θ ( x, t = 0) n =1
 L
Em que:

• θ ( x, t ) = T ( x, t ) − T∞

• C n e ζn são
hL
x=-L 0 funções de .
x=L x k

Versão 2014/2015 32  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

A dedução matemática da equação anterior é relativamente


complicada, no entanto a sua dedução põe em relevo duas
grandezas adimensionais:

αt Tempo adimensional

 Nº. de Fourier -
Fo = 2
para a condução.
L C
Capacidade de se transmitir calor
h LC por convecção face à
 Nº. de Biot -
Bi = capacidade de se transmitir calor
k por condução.
LC é um comprimento característico da geometria em Nota IMPORTANTE:

estudo. Tipicamente LC = V Asuperfície . • Placa Plana:


LC = L = 12 Espessura
T(x,t) −T∞ θ(x,t) ro
Assim: = = f (x,Fo,Bi) • Cilindros: LC =
Tinicial −T∞ θinicial 2
ro
• Esferas: LC =
O mesmo tipo de análise pode ser feito para outro tipo de 3
geometrias:

Cilindro infinito – comprimento muito grande (→∞). A Esfera –A uma temperatura inicial uniforme, arrefece (ou
uma temperatura inicial uniforme, arrefece (ou aquece) por acção de aquece) por acção de um fluido (h, T∞).
um fluido (h, T∞).

r=r0 r
h, T∞
h, T∞
0

r
r=r0

 αt  ∞  αt 
θ ( x,t) ∞ −  ζ n2  θ ( x,t) −  ζ n2  1
θ ( x,t = 0)
= ∑ Cn e  ro 
( )
J 0 ζ n rro
θ ( x,t = 0)
= ∑ Cn e  ro 
ζ r ( )
sin ζ n rro
n=1 n=1 n ro
Em que :
Cn e ζ n são funções de Bi ;
J 0 - Função de Bessel do primeiro tipo.

Versão 2014/2015 33  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO
θ (x,t)
Analisando os resultados de , verifica-se:
θ (x,t = 0)
∂T
 Se Bi < 0,1 ⇒ T (x,t ) ≈ T (t ) ≈0
∂x
A convecção no exterior do sólido é mais intensa que a
condução que se dá no seu interior.
Para cada instante de tempo, no interior do sólido, a
temperatura é praticamente uniforme.

Todo o sólido comporta-se um sistema único com uma só


temperatura para cada instante de tempo – Sistema de
Capacitância Global – ver secção seguinte.

T T Exemplos em que
isto pode ocorrer:
T inicial t=0 ∞
t=∞ T∞ • Material sólido muito bom
condutor
• Sólido muito fino (agulha,
chapa fina)
• Coeficiente de convecção h
muito elevado.

T∞ T inicial
∞ x
t=∞ t=0 x

Arrefecimento Aquecimento

 Se Bi > 0,1 ⇒ T (x,t ) diversos para cada x e t


Existem para cada instante gradientes de temperatura
Soluções de
importantes no interior do sólido. Cálculo:
• Solução
T T Aproximada a partir
da Solução exacta.
T inicial t=0 t=∞ T • Recurso às Cartas de
Heisler para as
geometrias mais
elementares (placa e
cilindro infinitos, e esfera).
• Recurso a Métodos
T Numéricos. Não
abordado na disciplina.
T inicial
t=∞ x t=0 x

Arrefecimento Aquecimento

Versão 2014/2015 34  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Sistema de Capacitância Global

O que traduz Bi < 0,1 ? Exemplo:


Placa plana

L 1
RCD = ; RCV = Se Bi<0,1, é porque a
kA hA resistência de condução
T0
RCD RCV
T∞
L é inferior a 10% da
RCD hL resistência de
TP
= 1 =
kA
= Bi convecção.
RCV hA k x
0 L

Se Bi<0,1, a diferença de temperaturas entre o núcleo (T0)


e a superfície (TP) é pouco significativa, em comparação
com a diferença global (T0-T∞). Quanto menor for Bi, mais
nos aproximamos da seguinte situação:
O corpo sólido forma um só
RCV T∞ sistema global de temperatura
Tcorpo

Corpo Sólido
uniforme T(t).

Dedução de T(t) qentra qsai


dQ
Balanço energético: … se consideramos
arrefecimento
dt
∆Energia Interna = Energia que sai

= −hA(T (t ) − T∞ ) Adoptando: θ(t) = T (t ) − T∞  ⇒ 


dQ dT dT dθ
= −qsai ⇒ Vρc p = 
dt dt  dt dt 


θ t
1 hA 1 hA
Vρc p
dt
= −hAθ ⇒ dθ = −
θ Vρc p
dt Integrando:
∫θ θ ∫0 Vρc p dt ⇒
dθ = −
i

θ (t)
hA

hA θ (t ) Vρc p
t
lnθ − ln θi = − t ⇒ =e ⇒ = e −Bi ⋅Fo
Vρc p θi θi
θ (t) T (t) − T∞
Nota : =
θi Ti − T∞

Versão 2014/2015 35  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Análise de um Sistema Global (cont.)

θ (t)
= e −Bi ⋅Fo
θi
θ Arrefecimento θ Aquecimento
T T

Ti θι T∞ 0

T∞ Ti θι
0
t t

Calor transferido durante um período 0 →t:

Q = m c p (T (t ) − Ti ) [J − Joule]
Analogia reo-eléctrica
dT RCV=1/(hA)
Vρ c p = −hA(T(t) − T∞ )
T=V

dt
C=ρVcp

C – Capacidade Térmica/Eléctrica do Corpo T∞=V0

R – Resistência Térmica/Eléctrica
No início (t=0)…
T≡V – Potencial Térmico/Eléctrico (Temperatura)

dV 1 ∆V (t) 1
− RC t − τ1 t
C = (V (t) − V0 ) ⇒ = e = e
dt R ∆Vi
1
Nota: τ= - constante de tempo; R↑ ou C↑ – resposta
RC
mais lenta. Maior inércia.

Versão 2014/2015 36  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

T
Solução Aproximada
Para a generalidade dos casos, nomeadamente quando θi(T inicial) t=0
Bi > 0.1, a solução passa pelo cálculo de soluções θ0
aproximadas. t
As equações das soluções exactas têm uma extensão
infinita.
ita. No entanto, passada uma fase muito inicial do θ
€ aquecimento/arrefecimento, para valores de Fo > 0.2 , a
T∞

temperatura pode ser obtida considerando apenas o t =∞ x


primeiro termo das equações: Exemplo: Arrefecimento
θ * ≈ C1 cos(ζ 1 Lx ) e ( − ζ12 Fo )
- Placa Plana
€ Nota IMPORTANTE:
θ (x,t)
θ * ≈ C1e −(ζ
2
1 Fo* )J (ζ r ) • θ* =
0 1r - Cilindros
o
θ (x,t = 0)

θ * ≈ C1e −(ζ
2
1 Fo * ) 1 sin (ζ r ) • Placa Plana:

ζ 1 rr 1r - Esferaso
Fo =
αt
; Bi =
hL
2
o L k
As funções C1 e ζ1e as funções de Bessel ncontram-se
ncontram tabeladas. L − 12 Espessura

• Cilindros e Esferas:

Nestas equações e
tabelas os números de
Biot e Fourier são
calculados usando
LC = ro :
αt h ro
Fo* = ; Bi* =
ro2 k

Na tabela:
Bi a = Bi Placas planas
Bi a = Bi * Cilindros e Esferas

Tabelas - Fonte: Incropera,


Frank P. e David P.
DeWitt, Fundamentals of heat
and mass transfer (4th.Edition)

Versão 2014/2015 37  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

A energia transferida nestes processos de


aquecimento/arrefecimento pode ser obtida com base
nestas equações:

Q sin(ζ 1 ) *
= 1− θ
Qo ζ 1 o - Placa Plana

Q 2θ o*
= 1− J1 (ζ 1 ) - Cilindros
Qo ζ1

Q 3θ o*
= 1 − 3 [sin (ζ 1 ) − ζ 1 cos(ζ 1 )] - Esferas
Qo ζ1
em que:
Qo = ρ c pV (Tinicial − T∞ ) , θ o* − θ * no núcleo, para x = 0 ou r = 0
, J1 - Funções de Bessel .
Quando os meios de cálculo eram limitados, estes cálculos
poderiam ser feitos por estimativas através do...

Recurso ás cartas de Heisler


Notas Prévias
Nota 1:
Geralmente pretende-se determinar uma temperatura T

T para um instante t, que equivale a uma temperatura θi(T inicial) t=0

θ para um instante Fo. Nestas cartas lida-se com: θ0

 θ i = Tinicial − T∞ t

 θ 0 = Tnúcleo − T∞ θ
T∞

 θ = Tqualquer − T∞ x
t =∞
Nota 2: Exemplo: Arrefecimento

As cartas de Heisler usam os mesmos números Bi* e Fo*,


referidos atrás (LC = ro ) nas equações aproximadas.

Versão 2014/2015 38  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Leitura das cartas de Heisler

 Quando se pretende conhecer a temperatura T para


um ponto x no instante t: Calcula-se Bi*, Fo*, e θi.
Em seguida…
1
Bi *

θ
θ0 θ0
θi

θ θ 0 θ T − T∞
= = Fo*
1 x r
θ 0 θ i θ i Ti − T∞
ou Determinada!
Bi * L ro

 Quando se pretende conhecer o instante tem que no


ponto x a temperatura é T: Calcula-se Bi*, θ, e θi.
Em seguida…
θ θ
Conhecendo e θ → determina - se θ 0 e 0
θ0 θi

1
θ Bi *
θ0
θ0
θi

1 x r
ou Fo*→ t Determinado!
Bi * L ro

 As cartas de Heisler permitem resolver outros tipos de


problemas e a sua aplicação não se cinge a situações em que
Bi<0,1.
 Também existem cartas de Heisler para determinar o calor
trocado para cada instante de tempo durante um
aquecimento ou arrefecimento.

Versão 2014/2015 39  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Apêndice: Cartas de Heisler


Estas cartas podem ser consultadas em: Incropera, Frank P. e David P.
DeWitt, Fundamentos da transferência de calor e de massa (4ª Edição), LTC
Editora.

Placa Plana

Versão 2014/2015 40  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Cilindro

Versão 2014/2015 41  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Esfera

Versão 2014/2015 42  J. Carlos Lopes da Costa


CONDUÇÃO

Cartas para determinar a energia trocada

* *

* *

* *

Versão 2014/2015 43  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Capítulo

Convecção
O que é a Convecção?
É o transporte de calor através de um meio fluido, feito
principalmente devido à movimentação de massa – fluido
3
mais quente transporta consigo calor.

Se esse movimento for provocado (forçado) por um


sistema exterior ao fluido (ventiladores, bombas,
movimento de veículos), diz-se convecção forçada.
Se esse movimento for induzido pelo próprio fluido,
devido à diferença de densidades (provocada pela diferença
de temperaturas) do fluido na presença de um campo
gravítico (ou outro tipo de aceleração), então diz-se
convecção natural.

No estudo da convecção, vamo-nos debruçar sobre a


entrada ou a saída de calor de um dado sítio, devido à
presença de um fluído ou melhor, devido à presença de um
escoamento. Iremos estudar a passagem de calor de/para
um fluido para/de uma superfície.

y
T∞
T∞
T(y)
q
Tp

Tp T(y)

Versão 2014/2015 44  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Modelos Físico-Matemáticos
A convecção pressupõe um meio fluido ou um
escoamento onde existem gradientes de temperatura –
fluxo de calor.

Campo de Velocidades Equação da Conservação da


Quantidade de Movimento
(Navier-Stokes) (insuficiente)

Condiciona

Campo de Temperaturas Equação da Energia

Equação da Energia para um dado


Escoamento
Massa dM

z
(x,y,z) dz

y dy
dx
0 x

Analisando o que se passa no ponto (x,y,z)…

∆ Energia Total em dM
= Pot Forças actuantes em dM
∆t
+ qdM Troca com o que o rodeia
Esta equação pode ser expressa para uma situação genérica
por …

Versão 2014/2015 45  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

 r2  r2
∂ V  r  V  rr
( )
r r
ρ u +  + ρv ⋅ ∇ u +  = − p∇ ⋅V + V ∇p + ρe&diss + ρ f V
∂t  2   2 
   
+ k∇ 2T + ∇ ⋅ (k turb ∇T )
Decomposição desta expressão: Nota:
Operadores Cartesianos Derivativos
• Gradiente:

 Variação da Energia Total em dM por unidade de ∂_ ∂_ ∂_


∇_ ≡ , , 
 ∂x ∂y ∂z 
tempo (potência): Aplica-se a uma grandeza escalar _.

• Divergente:
 r2  r2 ∂ _x ∂ _y ∂ _z
∂ V  r  V  ∇._ ≡
∂x
+
∂y
+
∂z
ρ u +  + ρV .∇ u + 
ur
_.
∂t  2   2 
Aplica-se a uma grandeza vectorial

  _ = (_ x , _ y , _ z )
144244 3 1442443

r
Variação com o Tempo Transporte de Energia devido a v
r
V
u - Energia Interna (incluido calor); - Energia Cinética
2

 Potência das forças que actuam em dM:


Pot. das Forças Exteriores
Pot. das Forças Superficiais
6444 4 44 4 7444 4 4 448 67 r8r
( )
r r
− p∇ ⋅ V + V∇p +
1442443
ρe&diss + ρ fV
12 3
Relativo a Forças de Pressão Relativo a Forças de Atrito Viscoso

 Fluxo de calor (potência calorífica) que entra e sai de


dM:
Para conhecermos o que se passa num escoamento em
termos de fluxo de calor, será necessário integrar esta


k1 2
23T + ∇ ⋅ (kturb ∇T )
14243
Fluxo de Calor por Condução (Molecular) Fluxo de Calor por Pseudo -Condução Turbulenta
equação – equação da energia.

Versão 2014/2015 46  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Integração da Equação da Energia


• Resolução Analítica: só viável em muito poucos
casos em que é possível muitas simplificações.
Exemplo: Em Regime Estacionário, e Escoamento Laminar
a simplificação resulta em…
ρe&diss
 r 2
 6 78
r  V  ∂v i
ρV ⋅ ∇ u +  = τ ij + k∇ 2T
 2  ∂xi
 
Numa situação monodimensional, pode-se integrar
analiticamente.
• Recurso a Métodos Numéricos Computacionais:
Aplicável à maior parte das situações. No entanto
padece dos problemas e da complexidade das
modelações numéricas em Mecânica de Fluidos.

• Obtenção de Correlações Experimentais em


Laboratório: Existem em publicações da especialidade
correlações semi-empíricas obtidas experimentalmente,
para as geometrias e situações mais comuns em
engenharia. – Iremos sobretudo abordar esta via.
Em qualquer dos casos:

 Geometria
Para quantificar os • Características do  Regime
fluxos de calor por Escoamento (Laminar ou
Turbulento)
convecção, é
necessário conhecer: • Condições Fronteira
conhecer.

Versão 2014/2015 47  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Números Adimensionais
Relevantes na Convecção
Quando se analisa um dado sistema físico, é vantajoso o
recurso a variáveis adimensionais:
• Diminuem o número de variáveis independentes.
• A escala dos fenómenos é irrelevante (podem-se
aplicar os mesmos conceitos a situações
dimensionalmente diferentes).
Escoamentos em regime estacionários:

5 parâmetros adimensionais
⇒ Eq. da Cons. Energia
Adimensionalização Re, Gr, Ec,
⇒ Eq. da Cons. Q. de Mov. Pr, Prturbulento

 Número de Reynolds – Re

ρ .v ref .Lref v ref .Lref Quantidade de Movimento


Re = = ≡
µ ν Dissipação da Q. de Movim.

 Número de Grashof – Gr
Devido à diferença de densidade
6 4447444 8
g .β .∆Tref .L3ref Forças de Impulsão
Gr = ≡
ν2 Forças de Atrito Viscoso

Nota Importante: Convecção Natural  Convecção Forçada


Gr
<< 1 - Convecção Forçada – Forças ascensionais muito menores que as forças de inércia.
Re2
Gr
>> 1 - Convecção Natural – Os gradientes de temperatura impõem as movimentações do fluido.
Re 2
Gr
≈ 1 - Convecção Mista – Natural+Forçada.
Re2

Versão 2014/2015 48  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

 Número de Eckert – Ec Não iremos abordar

Que se pode tranformar em Energia Térmica


6 4444 4744444 8
v 2ref Energia Cinética do Fluido
Ec = ≡
c p .(∆T )ref Energia Térmica do Fluido

Nota: Fluido a Alta Velocidade Dissipação Significativa

Se a velocidade do fluido for muito elevada, a energia dissipada pelo atrito nas
superfícies (que se transforma em calor) começa a ser significativa. Esse calor
começa a alterar o campo de temperaturas.
Este factor começa a ser notório para valores do número de Eckert muito
elevados.
Exemplo 1: Ar a 45m/s (162 km/h) faz subir a temperatura junto ás superfícies cerca
de 1ºC, apenas devido à dissipação de energia por atrito.

 Número de Prantl – Pr
Aptidão para otransporte do calor por moviemento de massa
64444744448
µ.c p ν .ρ .c p ν Difusibilidade Cinemática
Pr = = = ≡
k k α Difusibilidade Térmica
1444 424444 3
Aptidão para difusão molecular do calor

Nota: Número de Prandtl “Turbulento” Não iremos abordar


Em escoamentos em regime turbulento, a agitação turbilhonar de pequena escala
pode ser encarada como um fenómeno difusivo, complementar à difusibilidade
µ turb .c p
molecular. Daí, podem-se criar novas propriedades difusivas: a Viscosidade
Turbulenta- µ turb ou ν turb - e a Condutibilidade Turbulenta- k turb . Daí que
Prturb =
kturb
certos modelos de convecção considerem um Número de Prandtl Turbulento.

 Número de Nuselt – Nu Notas:

• Há convecção significativa se Nu>1.


h LRef Convecção em Causa
Nu = ≡ • Basicamente podemos interpretar Nu
como sendo o coeficiente de
kfluido Condutibil idade do Fluido convecção (h) adimensional, de
uma dada situação.

Versão 2014/2015 49  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Conceito de camada limite térmica


Exemplo: Escoamento sobre uma Placa Plana
Camada limite dinâmica:

Zona de um
y
T∞, v∞
escoamento, junto a v∞ v∞

uma parede, onde os


gradientes de Camada Limite
velocidade são Dinâmica
importantes, devido à
viscosidade do fluido. v(y) v(y)

Camada limite Térmica:

T∞, v∞ y
T∞ T∞

Camada Limite
q Dinâmica

Camada Limite
Térmica
T(y)
T(y)

x
Tp Tp

Zona do escoamento junto a uma superfície, mais quente


(ou mais fria), onde os gradientes de temperatura são
importantes.

Nota: Na figura Tp>T∞ ; Se Tp<T∞ o raciocínio será


semelhante. O fluxo de calor será de cima para baixo.

Versão 2014/2015 50  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Definição do Nº de Nusselt
T∞, v∞ T∞ T∞
y

Junto à parede (y=0):


q
Camada Limite
Térmica

′′ ( x )  q ′′ = 
q T(y)
′′ ( x ) = qCV
qCD T(y)
 A
x
0
Tp Tp

 ∂T
q ′′( x) = −k fluido ← Condução (o fluido está parado em y = 0)
 ∂y y =0
q ′′( x) = h( x)(T ( x) − T ) ← Convecção
 p ∞

∂T
h( x)(T p ( x) − T∞ ) = −k fluido → Adoptemos valores para y e T adimensionais :
∂y y =0

 y dy 
 Y = ⇒ ∂Y = 
 Lref Lref  ∂T T p − T∞ ∂θ
  = ⇒
θ = T − T ∂ T  ∂y L ∂Y

⇒ ∂θ = ref
 T p − T∞ T p − T∞ 
h(x)L
T p − T∞ ∂θ ∂θ ref
h( x)(T p ( x) − T∞ ) = −k fluido −
⇒ ∂Y =
k
= Nu(x)
Lref ∂Y Y =0 fluido

Para uma dada situação, o número de Nusselt pode ser


Nota:
determinado pela resolução da equação da Energia, ou
(mais geralmente) por via experimental. O número de Nusselt
traduz assim o fluxo de
calor adimensional
Nu = f (Geometria, Re, Pr,condições de fronteira) numa situação em que
existe convecção junto a
uma superfície.
Existem vários trabalhos científicos que determinaram
coorelações empíricas para a determinação do nº de
Nusselt para um grande número de situações práticas.

Versão 2014/2015 51  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Coeficiente de Convecção – Valores


Locais e Valores Médios
A camada limite aumenta de y T∞ T∞
espessura com x; logo: q′′( x1) q′′( x2 )

 ∂T   ∂T  Camada Limite
Térmica
  < 
 ∂y  x = x2  ∂y
y =0  y =0 
 x = x1 T(y)
T(y)

∂T x
k fluido 0
∂y y =0 x1 Tp x2 Tp
Como : h( x) =
T p − T∞

Então h(x) decresce com x.

Nota: h(x) é o coeficiente de convecção local (para um


dado x).
Se pretendermos calcular o fluxo de calor total numa placa
plana:
1
∫A
Coef. de Convecção Médio -
h=h = h( x).d Asup
Asup sup

Nº de Nusselt Médio - 1 hLref


Nu = Nu =
Asup ∫A sup
Nu x .d Asup =
k fluido
Na maior parte das situações práticas o valor que mais nos
interessa é o valor médio do calor trocado. Por isso, na
generalidade dos casos iremos sobretudo nos preocupar
com o cálculo do coeficiente de convecção médio.

Versão 2014/2015 52  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Camada Limite Laminar e Camada


Limite Turbulenta
y v∞ T∞ v∞ T∞

T(y)

T(y)

Zona Turbulenta
Transição

0 x
Tp xcrítico Tp
C. L. Laminar Transição C. L. Turbulenta Sub-Camada
Laminar

Se o comprimento da placa for suficientemente grande, a partir de xcrítico, a camada limite


dinâmica torna-se turbulenta.
Se a Camada Limite cresce, em princípio a resistência à passagem de calor também cresce.
No entanto, a agitação na camada limite turbulenta aumenta muito, o que quase uniformiza a
temperatura acima da sub-camada limite laminar. Daí que os gradientes de
temperatura vão quase só existir nesta sub-camada mais fina. Isto é:
∂T
aumenta ⇒ q ′′ aumenta ⇒ h( x) aumenta
∂y y =o

O cálculo do coeficiente de
y h
convecção médio (para toda a
h(x) placa) deve ter em consideração estas
duas zonas:

h(x)
1 
xcritico L
h=  ∫ h( x)lam dx + ∫ h ( x ) turb dx 
L 
 0 xcritico 
0 Admitindo a zona de xcrítico muito
xcrítico x pequena.
C. L. Laminar Trans. C. L. Turbulenta

Versão 2014/2015 53  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Camada Limite Laminar e Camada


Limite Turbulenta (cont.)
O desenvolvimento de camadas limite dinâmica e térmica
ocorre em outros tipos de escoamentos:
Escoamentos Externos
Corpos completamente imersos no fluido.
 Placa Plana:

Regime Laminar Regime Turbulento

 Cilindro Perpendicular a um escoamento:

Regime Laminar Regime Turbulento

Escoamentos Internos:
 Tubos e Condutas:

Regime Laminar Regime Turbulento

Versão 2014/2015 49  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Especificidades na Análise de
Escoamentos Internos
Caso I: Parede fria arrefece o fluido
r Tp r Tp

Tmax1 T Tmax2 T x
Te

Ts

Tm Tm
Admitindo Tp uniforme: Te>Tmax1>Tmax2>Ts

Caso II: Parede quente aquece o fluido


r Tp r Tp

Tmin1 T Tmin2 T x
Te

Ts

Tm Tm
Admitindo Tp uniforme: Te<Tmin1>Tmin2>Ts
É usual definir-se Tm – Temperatura média do Fluido

Para um dado x: q ′′( x) = h( x)(T p − Tm )


Sendo Te e Ts as respectivas temperaturas médias, na
entrada e saída.
Como os ∆T = T p − Tm variam ao longo do tubo (de x),
Nota:
demonstra-se que o mais indicado para todo o tubo será
Para mais detalhes acerca
usar um ∆T médio designado por Diferença de
de ∆T ln , consultar o
Temperaturas Média Logarítmica: capítulo relativo a
Permutadores de Calor.
∆Tentrada − ∆Tsaída
q = h . A.∆T ln Sendo : ∆T ln =
 ∆T 
ln  entrada 
Em todo o tubo Interior  ∆Tsaída 
Versão 2014/2015 50  J. Carlos Lopes da Costa
CONVECÇÃO

Correlações Experimentais
para a Convecção
Notas Prévias

• Para os cálculos dos fluxos de calor em problemas de


convecção forçada geralmente basta-nos conhecer:
Nu = f (Geometria,Re,Pr,Condições de Fronteira)
• Iremos apenas analisar escoamentos:
 Em regime permanente
 Escoamentos incompressíveis (isobáricos no
caso de gases)
 Dissipação desprezável ( Ec ≈ 0 )
• Normalmente iremos determinar Nu através de
funções do tipo: Nu = a.Reb Pr c
a, b e c são constantes para :
 Cada geometria
 Cada Regime (Re laminar ou turbulento)
 Tipo de condição fronteira
(T p ≅ const ; q ′′ ≅ const ; etc )
 Fluido que banha a superfície
• Existirão expressões para valores locais e para valores
médios:
Nu x = f1(K); Nu = f2 (K)
• Em diferentes publicações poderemos encontrar
diferentes expressões de Nu para um mesmo caso.
Tratam-se de resultados experimentais semi-
empíricos, que podem diferir conforme o trabalho
cientifico. Não esquecer que este tipos de cálculos
fazem estimativas e não determinam valores exactos.

• As propriedades dos fluidos (k, µ, ν, etc) são supostos


valores constantes e uniformes nos cálculos. No entanto,
variam com T!
Versão 2014/2015 51  J. Carlos Lopes da Costa
CONVECÇÃO

As correlações são muitas vezes definidas com base em


propriedades à temperatura T∞ ou Tp (na parede), A sua
contabilização pode ser feita de dois modos:
 Com base numa das temperaturas
T p + T∞
nas fronteiras - T∞ ou Tp (na Tref = , nos escoamentos externos
parede). → 2
T p + Tm
 Com base numa temperatura Tref = , nos escoamentos internos
2
média de referência (maior parte
dos casos).
 Por vezes, as correlações já trazem um
 µ (T ) 
factor que contabiliza a variação das Nu = a.Reb Pr c   ;líquidos
p

propriedades com a temperatura. →  µ (T ou T )  m ∞

Apresentam a seguinte forma: b c  k (T ) 


Nu = a.Re Pr  p
 ;gases
 k (T
m
ou T∞ ) 

No entanto T p ou Tm não são conhecidos à partida.


Nestes casos é preferível partir para valores estimados,
que serão rectificados iterativamente, até o resultado do
cálculo convergir.
• As grandezas adimensionais que caracterizam um (Re, Exemplos:
Nu, Gr) escoamento são determinadas com base num Escoamento sobre uma
comprimento característico Lref do escoamento. Esse placa plana:
Lref = L (comprim.)
valor é indicado como índice destas grandezas: …ou
v. x h.D Lref = x (posição)
Re x = ; Nu D = Escoamento dentro de um
ν k fluido tubo:
Lref = D (diâmetro
Como é óbvio, que num mesmo cálculo acerca de um hidráulico)
dado escoamento, é conveniente manter sempre o valor Escoamento à volta de um
cilidro:
de Lref para as diversas grandezas Re, Nu ou Gr. Lref = D (diâmetro)

Versão 2014/2015 52  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Correlações Experimentais
Placa plana com escoamento paralelo
 Regime Laminar ReL<5×105
y h Temperatura uniforme em toda a placa y h Fluxo de calor uniforme em toda a placa

h(x) h(x)

T uniforme q ′′ uniforme
0 x 0 x
x x
L L

Nu x = 0,332 Re 1/2
x Pr
1/ 3
 Nu x = 0,453 Re 1/2
x Pr
1/ 3

1/2 1/ 3
 0,6 <~ Pr <~ 50 1/2 1/ 3
 Pr >~ 0,6
Nu = 0,664 Re L Pr  Nu = 0,906 Re L Pr 
Outras correlações:
Notas:
Exemplo: Líquidos viscosos, metais líquidos – Pr baixos.
• Em regime laminarOs valores de Nu são 36%
( )
12
Nu x = 0,565 Re.Pr = 0,565.Pe1 2 ← Pr < 0,05 superiores para Tp uniforme. Em regime turbulento
% não há praticamente diferenças.
• Pode-se demonstrar que Nu = 2.Nux para x = L
Nu x = 0,339.Re1 2 Pr1 3 ← valores de Pr elevados • Para alguns autores Re.Pr = Pe - Nº. de Peclet

 Regime Turbulento ReL>5×105


y h Temperatura uniforme em toda a placa y h Fluxo de calor uniforme em toda a placa

h(x) h(x)

T uniforme q ′′ uniforme
0 x 0 x
x x
L L
0,6 < Pr < 60 ; Re < 10
8

4/5 1/ 3 4/5 1/ 3
Nu x = 0,0296 Re x Pr ← ~ ~ ~
 → Nu x = 0,0308 Re x Pr
 x > xcrítico 
0,6 < Pr < 60 ; Re < 10 8
(
Nu = 0,037 Re 4/5
L )
− 871 Pr 1/ 3
← ~ ~ ~
Para toda a placa (entre 0 e L )

Versão 2014/2015 53  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Escoamento no Interior de Tubos e Condutas


Camada Limite Térmica

x Dh

xe Escoamento Desenvolvido
Zona de Entrada
L
Em que : xe ≅ 0,05 Dh Re Pr Zona mais relevante para a maior
parte dos casos!
O Nu varia com o crescimento da Até porque geralmente L>>xe!
camada limite térmica e/ou dinâmica.
(Ver caixa abaixo, á direita).

Para a região de escoamento desenvolvido,


desenvolvido, uma vez que existirá estabilização das
camadas limite ao longo do tubo,
tubo e considerando kfluido constante, então:
Nu x = Nu = constante em x
Zona de Entrada:
 Regime Laminar ReDh<2300
Nusselt local, nos diferentes tipos de
Em regime laminar, Nu é independente de Re ou Pr: zon de entrada:
zona

Tp Uniforme q ′p′ Uniforme


Secção
Nu Dh = Nu Dh =

3,66 4,36
a
a 2,98 3,63
2a
a 3,39 4,11

7,54 8,23

2,47 3,11
Equilátero
Versão 2014/2015 54  J. Carlos Lopes da Costa
CONVECÇÃO

Escoamento no Interior de Tubos e Condutas


(cont.)
 Regime Turbulento ReDh>10 4
Hipóteses consideradas:
• Escoamento desenvolvido
• Tubos lisos interiormente (ou de baixa rugosidade)
Em regime turbulento não existirão diferenças de h ou Nu entre
situações de Tp uniforme ou q ′p′ uniforme.

Correlação 1 (Equação de Dittus-Boelter):


Nu = 0,023 Re0Dh,8 Pr n ← 0,7 < Pr < 100
 n = 0,4 para o aquecimento do fluido 
 
 n = 0,3 para o arrefecimento do fluido 
 Correlação 2 (Sieder e Tate):
A utilizar quando houver grande variação de propriedades.
0 ,14
 µ 
Nu = 0,027 Re0Dh,8 Pr1 / 3   ← 0,7 < Pr < 16700
µ
 P
 µ Viscosidade do fluido à temperatura de referência 
 
µ
 P Viscosidad e do fluido à temperatura de parede 

L
Nota: Nu ≅ Nu se > 60 , uma vez que o que se passa na zona de
D
entrada é irrelevante.
Lembrete:

4.Secção
DH =
Perímetro

Versão 2014/2015 55  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Escoamento Perpendicular a um Cilindro


 Regime Laminar ReD≤ 105

Tp
θ
θsep
T∞ Ts θ sep ≈ 80º

Ângulo de Separação 6T7 8


média

T∞ + Ts
Tp +
 Regime Turbulento ReD>105 Tref = 2
2

θ
θsep

T∞ Ts θ sep ≈ 140º

Ângulo de Separação 800

700

Valores Locais: 600


ReD=2,2×105
Coeficiente de transferência de calor 500

adimensionalNu para diferentes posições θ. ReD=1,4×105


400

Note-se as diferenças entre a evolução para regimes


300
laminares e regimes turbulentos. Nuθ
200
ReD=105

100
ReD=0,71×10 5
0
0 40 80 120 1600 180 θ

Versão 2014/2015 56  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

• Valores Médios
(Tpou q ′p′ uniformes):
 Correlação proposta por Hilpert Cilindro Circular
(1933), amplamente utilizada: ReD C m
0,4 – 4 0,989 0,330
1/ 3
Nu D =C .Re mD Pr 4 - 40 0,911 0,385
40 – 4 000 0,683 0,466
4 000 – 40 000 0,193 0,618
40 000 – 400 000 0,027 0,805
Cilindros Não Circulares (Jakob – 1949)
ReD C m
v
5×103 – 105 0,246 0,588
Quadrado

D
v
D 5×103 – 105 0,102 0,675
3 4
v 5×10 – 1,95×10 0,160 0,638
Hexágono

D
1,95×104 – 105 0,0385 0,782
v
D 5×103 – 105 0,153 0,638
v
Placa
Vertical D 4×103 – 1,5×104 0,228 0,731

Outras correlações (Cilindros Circulares):


 Zhukauskas (1972):
1/ 4 ReD C m
 
n  Pr  1 < Re D < 10 6
Nu D = C Re D Pr
m
← 1 – 40 0,75 0,4
 Pr 
 p 0,7 < Pr < 500 40 – 1 000 0,51 0,5
Pr ≤ 10 → n = 0,37; Pr > 10 → n = 0,36 1 000 – 200 000 0,26 0,6
…em que todas as propriedades são 200 000 – 106 0,076 0,7
obtidas para T∞, excepto Prp, que é obtido
à temperatura da parede.
 Churchill e Bernstein (1977) :
4/5
0,62 Re 1/ 2
Pr 1/ 3   Re D  5 / 8  Re D Pr > 0,2
Nu D = 0,3 + D
1/ 4 1 +    ← 7
  0, 4  2 / 3    282000   100 < Re D < 10
1 +   
  Pr  

Versão 2014/2015 57  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Escoamento em Torno de uma Esfera


 Equação mais geral – Whitaker (1972):
1/ 4 0,71 < Pr < 380
 µ  
(
Nu D = 2 + 0,4 Re1D/ 2 + 0,06 Re 2D/ 3 ) Pr 0 , 4 
µ


← 3,5 < Re D < 7 , 6 × 10
4

 p  1,0 < µ / µ < 3, 2


 p

Todas as propriedades à temperatura de T∞, excepto µp (à


temperatura da parede).
 Fluido gasoso – McAdams (1954):
0 ,71 < Pr < 380
4
7 × 10 
0,6
Nu D = 0,37 Re D ← 17 < Re D < 3,5 < Re D < 7 , 6 × 10
4

1, 0 < µ / µ < 3, 2


 p

 Fluido líquido – Kramers (1946):


( )
NuD = 0,97 + 0,68 Re0D,5 Pr0,3 ← 1 < ReD < 2000
Existem muitas outras correlações, para diversas situações práticas,
na bibliografia relativa a este ramo da engenharia.
A título de exemplo, no “Fundamentos de transferência de calor e de
massa” – Incropera e DeWitt, podemos encontrar correlações para:

Jactos colidentes Leito de


partículas sólidas

Versão 2014/2015 58  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Escoamento num Feixe de Tubos


Alinhados Alternados

 N L (nº de linhas) ≥ 10

Nu D =1,13 C1 Re mD , v max Pr 1 / 3 ← 2000 < Re < 40000
D

Pr ≥ 0,7
Nota:
 S T Alinhados
 v max = v 
v max D  S T − D Alternados com 2(S D − D ) > (S T − D )
Re D , v max = 
ν v ST
max = v ← Alternados com 2(S D − D ) < (S T − D )
 2 (S D − D )

No caso de termos menos que 10 linhas de tubos: Nu D = C2 Nu D


N L <10 N L ≥10

Versão 2014/2015 59  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Capítulo

Convecção Natural
4
Movimento do Fluido
Imposto exteriormente
• Convecção (bomba, ventilador, vento
Forçada exterior ao volume de
controle)

Devido a forças mássicas


•Convecção associadas a gradientes de
Natural temperatura (fluido mais frio,
é geralmente mais pesado)

 A convecção natural pressupõe a presença da gravidade – g ou


outra aceleração (*) - que induza o deslocamento das massas mais
pesadas na sua direcção (para baixo, no caso da gravidade).
Nota:

 Geralmente, as velocidades em jogo são menores. (*) Forças centrifugas,


aceleração de Coriolis, por
exemplo.
vConv. Natural < vConv. Forç. ⇒ hC.Nat. < hC. Forç.

 Interesse do estudo da Convecção Natural:


• Dissipação de Calor (radiadores, equipamentos,
electrónicos).
• Equipamentos de captação solar.
• Aquecimento de edifícios.
• Ciências do ambiente (meteorologia, correntes de ar
atmosférico, correntes marítimas).
Versão 2014/2015 60  J. Carlos Lopes da Costa
CONVECÇÃO

 Exemplos de escoamentos em Convecção Natural:


Camada Limite Dinâmica

• • x, vx

vx(y)

Tp> T∞
ρjunto à parede<ρ∞
Tp y

T∞
x ρ∞
vx

T∞
ρ∞ Fio Aquecido
y, vy Tp> T∞

Convecção Natural Camada Natural


Placa Vertical Aquecida Formação de um Penacho

 Nota importante: a existência de gradientes de densidade (ou
ρ) não implica correntes de convecção importantes.
Exemplo:

Duas Placas Horizontais Separadas por Fluido


x x
ρ2 T 2 Placa Fria ρ1 T1 Placa Quente

ρ1 T1 Placa Quente
T, ρ
ρ2 T 2 Placa Fria
T, ρ
Há forte Convecção Convecção Natural muito baixa.
Natural Há sobretudo Condução.

Versão 2014/2015 61  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Equações necessárias ao estudo da


Convecção Natural

Equações do Equações da Quantidade de Movimento


Formulação Movimento
Diferencial Equação da Continuidade

Equação da Energia

Pressupostos da seguinte análise: x


• Regime permanente e laminar T∞
• Escoamento bidimensional Tp
ρ∞
• Força gravítica actua na direcção negativa do
eixo dos x. y

 Equação da conservação da quantidade de


movimento:
Variação do Fluxo Forças
de Quat. de Mov. Exteriores
Forças de Pressão
6r4748 r
}r 6 4748 Forças de Atrito
67 8
ρv × grad (v ) = ρf + (− grad ( p )) + div (τ ) ⇒

∂v y ∂v y 644444Na 44direcçãode y
74444444 8
e ≈ 0
∂y ∂x  ∂v x ∂v y 1 ∂p 2
∂ vx
 xv + v = − g − + ν
∂p  ∂x
y
∂y ρ ∂x ∂y 2
≈0
∂y 

∂p
Uma vez que: p = ρ ∞ gh = ρ ∞ g ( xmax − x ) ⇒ = − ρ∞ g
∂x

∂v x ∂v y g ∂2vx
⇒ vx + vy = (ρ ∞ − ρ ) + ν
∂x ∂y 1ρ 4243 ∂y 2
Força de Impulsão

Versão 2014/2015 62  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Coeficiente de Dilatação 1  ∂ρ  1 ρ∞ − ρ
β =−  ≈− ⇒ −∆ρ = ρ .β .∆T
Térmica - β ρ  ∂T  ρ T∞ − T
Nota Importante:
β líquidos – Tabelados
1
βgases perfeitos ≈ (T em K)
T

Por fim:
 Equação da conservação da quantidade de movimento:
∂v x ∂v y ∂ 2v x
⇒ vx + vy = g β (T − T∞ ) + ν
∂x ∂y ∂y 2
 Equação da Energia:
Considerando:
2
∂T ∂T ∂ T • Dissipação desprezável (velocidades
⇒ vx + vy =α 2 baixas)
∂x ∂y ∂y • Condução segundo x<< convecção

 Equação da continuidade
∂v x ∂v y
+ =0
∂x ∂y

Efeitos da Impulsão (diferença de densidades)

Solução para o
•Equação da Quantidade de campo de
Movimento velocidades e
•Equação da Continuidade temperaturas exige a
resolução simultânea
•Equação da Energia das três equações.

Influencia do campo de velocidades no campo de temperaturas

Versão 2014/2015 63  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Solução Numérica das Equações da


Convecção Natural
Placa plana quente e vertical, Tp uniforme.
Campo de Velocidades Campo de Temperaturas

Temperatura T
Velocidade vx 0,6 1
adimensional
adimensional Pr = 0,01
0,5 T − T∞ Pr = 0,01
vx x T∗ = 0,8
0,4
T p − T∞ 0,6
0,72
2νGrx0,5 0,3 0,72

0,2 0,4

0,1 0,2
10 10
100
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6

1 1
y  Gr  4 ←Distância à parede y adimensional → y  Gr  4
   
x 4  x 4 
Para a mesma situação com q′p′ uniforme, os resultados são semelhantes aos anteriores (5%
de erro).→ Para o cálculo dos coeficientes de convecção (Nu) podemos então utilizar as
mesmas correlações para Tp uniforme e q′p′ uniforme.

Turbulência na C.L. em Convecção


Natural
Como na convecção forçada, se o fluxo de calor se
tornar muito intenso, poderemos gerar um escoamento em
regime turbulento. Tal é função de Gre Pr (em conv.
natural o Re não se aplica)
• Para uma placa vertical:
9
Transição: Ra x = Grx .Pr ≈ 10

• Tal como na conv. Forçada:


↑ Turbulência ⇒↑h (Taxa de transferência de calor)

Versão 2014/2015 64  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Coorrelações para Convecção Natural


Placa vertical (aquecida ou arrefecida):

y, vy

T∞
Tp> T∞ ρ∞
x
vx

Tp Tp
L L
Tp< T∞
x T∞
vx
ρ∞

y, vy

 Regime Laminar ( Ra L =GrL Pr < 109 ) :


___
Nu L = 0,59.Ra1/4
L ← 10
4
< Ra L < 10
9
– McAdams (1954)
___
0,670.Ra1/4
Nu L = 0,68 + L
4/9
← Ra L < 10
9
– Churchill e Chu (1975)
1+ 0,492 Pr 9/16 
 ( ) 

 Regime Turbulento ( Ra L =GrL Pr > 109 )


___
Nu L = 0,10.Ra1/ 3
L –Warner e Arpaci (1968)
2
Nu L = 0,021.Ra L 5
– Eckert e Jackson (1951)

 Para toda a gama de RaL=GrLPr:


2
 
___  1/6
0,387.Ra L 
 
Nu L = 0,825 + 8/27 
– Churchill e Chu (1975)
1+ 0,492 Pr 9/16 

  ( 

 )
14444444244444443
10−1 <Ra L <1012

Versão 2014/2015 65  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Cilindro Vertical
 Se D ≥ 35 → Análise semelhante ao da placa vertical –
L 1
GrL 4
Lref=L
35
 Se D L ≤ 1
: 4
Pr = 0,01
4
GrL 0,1
3 D
____
Nu cilindro 0,72
____ 1
Nu placa vert. 2 10

100
L
1
1 2 3 4 5

4 2 L
ξ=
GrL1/ 4 D

Placas Inclinadas
Placas inclinadas podem ser abordadas da mesma forma que as
placas verticais (em ambas as faces), desde que:
• 0º<θ<60º
• Se utilizeg.cosθ no lugar deg, quando se calcula o
número de Grashoff -Gr.

θ θ

L L

Versão 2014/2015 66  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Placa Horizontal
___
( ) Área
m
Nu = C GrLref .Pr Lref =
Perímetro

Tipo de Intervalo
Orientação da Placa C m
escoamento Ra L = GrL Pr

q 1
Laminar q 104 a 107 0,54 4
ou

q 1
Turbulento q 107a1011 0,15 3
ou

q 1
Laminar q 105 a 1010 0,27 4
ou

Cilindro horizontal Cilindro Circular Horizontal


___
RaD=GrD.Pr C n
Nu D = C ( GrD.Pr ) - Morgan (1975)
n -10 -2
10 – 10 0,675 0,058
-2 2
10 – 10 1,02 0,148
102 – 104 0,850 0,188
104 – 107 0,480 0,250
7 12
10 – 10 0,125 0,333
2
 
 0, 387.Ra1/D 6  12
Nu D = 0, 60 +  ← Ra D < 10
 1 + ( 0, 559 / Pr )9 /16 
8 / 27

Churchill e Chu (1975)
   
Esfera
____
0,589.Ra1/D 4
Nu D = 2 + 4/9 - Churchill (1983)
1+ ( 0,469/Pr )9 /16 
 

Versão 2014/2015 67  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Espaços Confinados (Fendas)


Existem casos práticos de Convecção Natural em que esta se dá
entre duas superfícies.

Caixa de Ar de uma Colector Solar


Parede Dupla

H
H
q

T2
T∞ 2 T1 T∞1 Radiação
T2
T1
q

Vidro

Ar Água
Tijolos
Ar
Fluxo de calor (q) depende da resistência térmica da cavidade.
 Se H for muito pequeno (para um dado ∆T=T1-T2)
⇒Condução(o ar pouco se movimenta)
 Se H aumentar, o ar movimenta-se melhor ⇒Convecção

q
k ar
H <Hcrítico→ q= A ∆T
∆Tconstante H
kefectivo
→ q = h A ∆T =
H>Hcrítico A ∆T
H
qmínimo Para que as duas situações sejam comparáveis
Convecção criamos kefectivo:
Condução Natural
kefec.=h.H
H crítico H

Natural
O Hcrítico também depende de ∆T

Valores normalmente adaptados para exemplos indicados acima:


• Hcaixa de ar = 4 - 5 cm
____
• Hcolector solar =2,5 cm ( ∆T > 1 )

Versão 2014/2015 68  J. Carlos Lopes da Costa


CONVECÇÃO

Espaços confinados rectangulares


W

g
H T2> T1
T1 H<<L
Lref = H
q H<<W
′′
qconv h ∆T h H
L = k = = Nu
τ ′′
qcond H ∆T k

Fluido

Correlações Experimentais(extraídas do “Incropera”):

Para τ = 0°°⇒ Se Ra H ≤ 1708 ⇒ Nu H = 1 ; Temos condução pura.

Nu H = 0,069.Ra1/ 3 0,074
H Pr
5
← 3 × 10 < Ra H < 7 × 10
9

Para τ = 180°°⇒Fluido fica estático: Nu H = 1 ; Temos condução pura.

Para τ = 90°°⇒ Se Ra H ≤ 10
3
⇒ Nu H = 1 ; Temos condução pura.
0,28 −1/ 4 103 < Ra H < 1010
 Pr  L  106 < Ra H < 109
Nu H = 0, 22  .Ra H    ← Pr < 105 
 0, 2 + Pr  H 2 < L / H < 10 Nu H = 0, 046.Ra1/H 3 ← 1 < Pr < 20
 1 < L / H < 40

0,29 −1/ 4 103 < Ra H Pr/ ( 0, 2 + Pr ) −0,3 104 < Ra H < 107
 Pr  L  −3 5  L 
Nu H = 0,18  .Ra H    ← 10 < Pr < 10 Nu H = 0, 42.Ra1/H 4 Pr 0,012
  ← 1 < Pr < 2 × 10
4
 0, 2 + Pr  H 1 < L / H < 2 H 10 < L / H < 40
 
Para 0°°<τ<90°°⇒
τ /τ *
 Nu H (τ =90º)  τ
 L / H ≤ 12
Nu H = Nu H (τ =0º)   (sin τ *) 4τ * ←
 Nu H (τ =0º)  0 < τ < τ *

( )
1/4
Nu H = Nu H (τ =90º) sin τ ← τ * < τ < 90º
Ângulos críticos (τ∗) para cavidades rectangulares L/H 1 3 6 12 >12
inclinadas: τ∗ 25º 53º 60º 67º 70º

Para 90°°<τ<180°°⇒ Nu H = 1+  Nu H (τ =90º) −1 sin τ

Versão 2014/2015 69  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Permutadores de Calor Capítulo

Introdução
Dispositivo que efectua transferência de energia térmica de
um fluido para outro.
5
Fluido A Fluido B
TA Entrada↑↑ TB Saída↓

Permutador
de Calor Fluido A
Fluido B
TB Entrada↓↓ TA Saída↑

• Geralmente os fluidos estão separados por uma


parede (recuperadores).

• Princípios de transferência de calor: condução,


convecção e por vezes radiação (para
temperaturas elevadas).

• Mecanismos para aumentar as trocas de calor:


alhetas, chicanas, passes múltiplos, etc.

Principais tipos de permutadores


• Placas
• Tubo e carcaça
• Correntes cruzadas
• Outros ...

Versão 2014/2015 70  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Permutador de Placas
Princípo básico: Placa Plana

Isolamento

Isolamento

Correntes Paralelas

Isolamento

Isolamento

Em Contra-Corrente

Construção prática dos Permutador de Placas:


● Em Sandwich, alternando fluido quente e
frio.
● Ondulações (ou alhetas) nas placas para
maximizar a troca de calor.

Versão 2014/2015 71  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Permutador de Carcaça e Tubos


Tubo duplo ou Bitubular

Corte A-A
A
Contra-corrente

Isolamento

Correntes Paralelas

Carcaça e tubos

Fluido A Fluido B

Fluido A
Fluido B

Versão 2014/2015 72  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Correntes cruzadas

Ambos Fluxos Não “Misturados” Um Fluxo Não “Misturado”

Fluxo “Misturado” Fluxo não “Misturado”


Tqe

Entrada do fluido quente, Tqi

Entrada do Tqs
fluido frio, Tfi Tfs

Tfe
Saída do fluido frio, Tfo Distância do
trajecto do fluido
Saída do fluido quente, Tqo quente
Distância do trajecto do
fluido frio

Versão 2014/2015 73  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Outros …

Torres de Arrefecimento
Permutador de Calor Rotativo
(neste caso, em “contra-corrente)

Permutadores de Correntes
paralelas vs. Contracorrente
(Placa Plana ou Bitubular)

∆T1
entrada
T Fluido Quente T
Fluido Quente
saída
∆T1 ∆T2
saída
∆T2
Fluido Frio Fluido Frio entrada

entrada saída x x

CORRENTES PARALELAS CONTRA CORRENTE

CORRENT
O perfil de temperaturas é diferente para cada um dos
casos. Um permutador em contra corrente pode
conseguir que a temperatura do fluido frio à saída seja
superior à do fluido quente à saída.

Versão 2014/2015 74  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Determinação da
Transferência de Calor
Podemos definir a seguinte expressão para determinar a
transferência de calor num permutador de calor:
____
q = U A ∆T
Diferencia de
Coeficiente global de temperaturas média
Superfície de
transferência de calor efectiva para todo o
transferência
permutador

Coeficiente Global de Transferência


de Calor
No interior de um permutador existem várias resistências
térmicas a separar o fluido quente do
fluido frio:
n
Rtotal = ∑ Ri Fluido Fluido
i =1 Quente Frio

Rtotal permutador = RCVq + RCD + RCVf


____
R CVq RCD RCDf
Atendendo a que q = U Asup. ref. ∆T : Resist. Resist. de Resist.
Convecção Condução Convecção
no Fluido no Fluido
1 1 Quente Frio
U= =
′′ permutador
Rtotal n

∑ R′′
i =1
i

Versão 2014/2015 75  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Permutador de paredes planas:

1
U=
1 1 e
+ +
hq k parede h f

Permutador com paredes cilíndricas (tubos):


k
1 re
1
Ue = ou Ui =
r  r 
re ln  e  ri ln  e 
re  ri  + 1 1  ri  + ri
+ + ri hi
ri hi k he hi k re he he

____
Ai
Nota: q = U e Ae ∆ T = U i Ai ∆ Ti Ae

É necessário definirmos qual a superfície de transferência:


Ae ou Ai e utilizar Ue ou Ui em consonância.

Valores típicos de U:

De: Para: U (W/m2.K) De: Para: U (W/m2.K)


Álcool 284 – 850 Óleo Óleo 170 - 312

Fluido Fluído
Salmoura 567 – 1135 57 – 314
Orgânico Orgânico
Soluções
Ar comprimido 57 – 170 567 – 3400
Aquosas
Óleo
Álcool condensado 255 – 680 combustível 57 – 170
pesado
Vapor: Óleo
Amónia
850 – 1420 combustível 170 – 340
condensada
Água: leve
Freon 12
454 – 850 Gases 28 – 284
condensado
Óleo condensado 227 - 567 Água 993 - 3400

Água 850 - 1700

Gasolina 340 - 510

Óleo lubrificante 113 - 340


Solventes
284 - 850
Orgânicos

Versão 2014/2015 76  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Factores de Deposição
(Fouling Factor)
Os fluidos que circulam num permutador podem:
 Provocar corrosão
 Depositar sujidade em suspensão
…nas suas paredes
\

Teremos que considerar a


soma de resistências à
passagem de calor devidas
ao aparecimento destas
substâncias nas paredes – R”CVq R”CD R”CDf
Factores de Deposição.

Encontramos em várias
publicações sobre permutadores, o valor de resistências
típicas relativas a sujidade e/ou incrustações associadas
ao tipo de fluido no permutador:

1 1 Nota:
R ′f′ =
U sujo

U limpo [m K/W]
2
1
U= n
Estas resistências muitas vezes designam-se por “Fouling
Factor”.
∑ R′′
i =1
i

Valores típicos dos Factores de Deposição:


Fluido R’’f (m2K/W)
Água salgada abaixo de 50°C 0.00009
Água salgada acima de 50°C 0.00020
Água tratada de caldeira acima de 50°C 0.00020
Óleo combustível 0.00090
Óleo refrigerante 0.00070
Vapores alcoólicos 0.00009
Vapor 0.00009
Ar industrial 0.00040
Líquido refrigerante 0.00020

Versão 2014/2015 77  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Diferença Média Logarítmica


de Temperaturas
____
Na expressão q = U ⋅ A ⋅ ∆T , como determinaremos o
valor ∆T ?
È previsível que a temperatura do fluído quente (Tq) e do
fluído frio (Tf) varie ao longo dos seus percursos no
permutador.
T
No exemplo mostrado na figura –
Tqe
Permutador de placa plana com
dTq
correntes paralelas – à medida Tq
Tqs
que os fluidos trocam calor o ∆T
∆T1 dq ∆T2
diminui o que faz com que a troca Tf Tfs
de calor diminua e, por isso dTf
diminuam também as variações de
Tfe
temperatura. dx
x
Tqe Tqs

Para calcular o ∆T vamos assumir Tfe Tfs

as seguintes aproximações:

• U constante em todo o permutador.


• A troca de calor dá-se apenas entre os dois fluidos –
Sistema Adiabático.

• Tf e Tq uniformes para cada secção x.


• cp’s dos fluidos constantes.

Assim, numa secção infinitesimal dx temos:

dq = U ⋅ dA ⋅ (Tq − T f ) (Troca de calor)


e
Versão 2014/2015 78  J. Carlos Lopes da Costa
PERMUTADORES DE CALOR

dq = m& f c p f dT f = −m& q c p q dTq


Nota:
Índices:
Aumento da energia térmica do Diminuição de energia térmica do
fluído frio fluído quente q – Fluido quente

dq dq f – Fluido frio

⇒ dTq = − m& cp ; dT f = e – Entrada


q q m& f cp f s – Saída

Como : dTq − dT f = d (Tq − T f )

 1 1   1 1 
⇒ d (Tq − T f ) = − +
m& f c p f m& q c p q 
dq ⇒ d (Tq − T f ) = − +
m& f c p f m& q c p q 
[
d UA(T − T )
q f ]
   

d (Tq − T f )  1 1 
⇒ = −U  + dA ; integrando:
(T q −Tf )  m& f c p
 f
m& q c p q 

1  1 1  Nota:
d (Tq − T f ) = ∫ − U 
∆T2
∫∆T1 (Tq − T f )  &
m c
+
&
m c 
dA ⇒ Permutadores de

14442444 3
Toda a A f pf q pq correntes paralelas:
∆T1 = Teq − Tef
constantes
∆T2 = Tsq − Tsf
∆T2  1 1 
ln = −UA +
(Ver figura da página
anterior)
∆T1  m& f c p &
m c  (*)
 f q p q 

q T
como: m& q c p q = e
Teq − Tsq Tqe
entrada saída
dTq
q Tq
m& f c p q = Tqs
Tsf − Tef ∆Te dq ∆Ts
Tf Tfs
dTf

(T eq − Tsq ) + (Tsf − Tef )


Tfe
dx
∆T2 x

(*) ln = −UA Tqe Tqs


∆T1 q
Tfe Tfs

Versão 2014/2015 79  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

∆T2 − ∆T1
q = UA
⇒ ln  ∆T2 
 ⇒
 ∆ T1

_____
∆T2 − ∆T1
∆T = = DMLT ≡ ∆Tlm
 ∆T2 
ln
 ∆T1 
Chama-se a este valor Diferença Média Logarítmica de
Temperaturas – DMLT

Na bibliografia anglo-saxónica é designada LMTD – Log


Mean Temperature Difference.

Pode–se demonstrar que a DMLT é válido para todos os


outros permutadores de uma passagem, i. e., também se
aplica a permutadores em contra corrente
Nota:
Para permutadores em
Correntes contra corrente, o
T T e
paralelas ∆T2 Contra corrente ∆ Tlm deverá ser
∆ T1 calculado com base nos

∆T1 s s ∆T :
seguintes

∆ T2 ∆T1 = Teq − Tsf


e ∆T2 = Tsq − Tef

e s x
x

Versão 2014/2015 80  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Factores de Correcção da DMLT para


Permutadores de Calor Complexos
A utilização da expressão q = U ⋅ A ⋅ ∆Tlm é válida para
permutadores simples de uma só passagem: permutador
de placa plana (correntes paralelas ou contracorrentes) e de
tubo duplo (correntes paralelas ou contracorrente).

Mas para permutadores mais complexos (multitubulares -


com ou sem diversos passes na carcaça - ou correntes
cruzadas) o cálculo de um ∆T é quase impossível. O
procedimento usual é utilizar um factor de correcção F
experimental:
Nota

q = F ⋅U ⋅ A ⋅ ∆Tlm
Importante:

Nestes casos o ∆Tlm


deverá ser calculado como
Existem diagramas para a determinação de F para as para permutadores em
contra corrente.
diferentes geometrias de permutadores: ∆T1 = Teq − Tsf
∆T2 = Tsq − Tef
Pemutador de carcaça e tubos: Uma passagem na carcaça, e um
número par de passagens nos tubos.

Te
ts
te
Ts

Te − Ts
Z=
t s − te

P=(ts-te)/(Te-te)

Versão 2014/2015 81  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Pemutador de carcaça e tubos: Duas passagem na carcaça, e um


número par de passagens nos tubos.

Te
ts

te

Ts
T −T
Z= e s
t s − te

P=(ts-te)/(Te-te)

Permutador de Correntes cruzadas: Um fluido “misturado”.

Te

te
ts

Te − Ts
Z=
t s − te
Ts

P=(ts-te)/(Te-te)

Permutador de Correntes cruzadas: Ambos os fluidos não


“misturados”.

Te

ts
te

Te − Ts
Z=
t s − te Ts

P=(ts-te)/(Te-te)

Versão 2014/2015 82  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Método NTU
Eficiência de um permutador de calor
Em muitas situações, apenas conhecemos:
 as temperaturas de entrada dos fluidos (quente e
frio)
ou
 as temperaturas de entrada e saída de um deles!
Ao aplicarmos um cálculo recorrendo ao conceito DMLT,
teremos que arbitrar as restantes temperaturas e caudais.
Entramos por isso num processo iterativo.
Exploremos então outro método:
Conceito: Eficiência de um permutador
Nota:
Troca de Calor Real q
ε≡ = real A Máxima Troca de
Max. Troca de Calor (ideal ) qmax Calor possivel seria o

C C fluido com a menor


67q8 67f8 capacidade témica (
 qreal = c p q m& q (Teq − Tsq ) = c p f m& f (Tsf − Tef ) (**) •
Cp m ) baixar da
maior temperatura no
64C7
( )
min
48
= (c p m& )mínimo (Teq − Tef ) ⇒ qmax = Cmínimo Teq − Tef
permutador (Teq) até á
 q max menor temperatura

qreal = ε ⋅ Cmínimo (Tqe − T fe )


do permotador (Tef).

Simplificação:

ε – Pode ser cálculado analiticamente ou determinado por Cq = c p q ∗ m& q


expresões empíricas para comfigurações mais complexas. C f = c p f ∗ m& f

Versão 2014/2015 83  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Exemplo da Determinação T

da Expressão de ε Tqe

Permutador de Correntes Paralelas Tqs


q
C q (Tqe − Tqs ) C f (T fs − T fe )
∆T1 ∆T2

ε= = Tfs

C min (Tqe − T fe ) C min (Tqe − T fe )


Tfe

Tqe − Tqs x
Se Cq < Cf ⇒ Cmin = Cq ⇒ ε = T − T Tqe Tqs
qe fe
Tfe Tfs
T fe − T fs
Se Cq > Cf ⇒ Cmin = Cf ⇒ ε = T − T
qe fe

Voltando à equação (*) – pág.79:


ln
∆T2 (T − Tsq ) + (Tsf − Tef )
= −UA eq
∆T1 q
 1 1 
 Tqs − T fs   1 1  Tqs − T fs −UA + 
 Cq C f 
ln   = −UA + ⇒ =e  
T −T  C 
 qe fe   q C f  Tqe − T fe
Da equação (**) – pág. anterior:
Cq
Cq (Teq − Tsq ) = C f (Tsf − Tef ) ⇒ T fs = T fe + (T qe − Tqs )
Cf

  UA  C  Adoptando:
1 − exp  −  1 + q 
Se Cmin = Cq:   C q  C f 
ε=    
Cq UA Nota:
1+
Cf NTU =
C min NTU – Número de
Unidades de
  UA  C f  Transferência (de
1 − exp −  1 + 
  C f  C q  calor.
Se Cmin = Cf:    
ε= C min
1+
Cf
C=
Cq C
1 − exp ( − NTU (1 + C ) )

ε=
1+ C

Versão 2014/2015 84  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Tipo de Ver
Permutador Relações Eficiência ε vs. NTU Gráfico
Correntes
1 − exp[− NTU (1 + C )] ln[1 − ε (1 + C )]
paralelas: um ε= ; NTU = Gráfico A
único passe 1+ C 1+ C

1 − exp[− NTU (1 − C )]
Contracorrente: ε= ; NTU = 1 ln ε − 1 
um único passe 1 − C exp[− NTU (1 − C )] C − 1  εC − 1  Gráfico B
 ε 
 NTU = se C = 1
 1− ε 

−1

Tubos e carcaça

 1 + exp

(
− NTU 1 + C 2 12  )
 1 

(um passe na ε 1 = 2 1 + C + 1+ C (
2 2
 ; )
carcaça; 2, 4, 6  
1 − exp − NTU 1 + C

( 2 2
1
)

 Gráfico C
 
etc... passes nos
 E −1 2 / ε 1 − (1 + C )
NTU = −(1 + C 2 ) ln
−0.5
tubos) ;E =
 E + 1  (1 + C 2 )0.5
−1
Tubos e carcaça  1 − ε C  n   1 − ε C  n 
(n passes na ε n =  1
 − 1  1
 − C 
 1 − ε 1    1 − ε 1   Gráfico D para
carcaça; 2n, 4n, 6n n=2
etc... passes nos Tirar ε1 da expressão anterior. Tirar NTU da linha acima, considerando
1/ n
tubos) F −1  εC − 1 
ε1 = ;F = 
F −C  ε −1 
Correntes
1
cruzadas (ambos
( NTU ) exp −C ( NTU )  − 1 
0.22 0.78
ε = 1 − exp  Gráfico E
os fluxos não C 
misturados)

Correntes
−1
cruzadas (ambos
ε = NTU 
 NTU
+
(NTU )(C )
− 1

1 − exp (− NTU ) 1 − exp[− ( NTU )(C )] 
os fluxos
misturados)

1
Correntes
cruzadas
ε= {1 − exp[− C[1 − exp(− NTU )]]} ; Gráfico F
C
(fluxo Cmín não  1  (curvas
misturado) NTU = − ln 1 + ln(1 − εC ) tracejadas)
 C 

 1 
Correntes
ε = 1 − exp−  [1 − exp[− ( NTU )(C )]] ; Gráfico F
cruzadas
 C  
(fluxo Cmax não 1 (curvas sólidas)
misturado) NTU = − ln[C ln(1 − ε ) + 1]
C

Todos os
Permutadores
C min
ε = 1 − exp(− NTU )
C= ≅0
C max

Versão 2014/2015 85  J. Carlos Lopes da Costa


PERMUTADORES DE CALOR

Gráfico A Gráfico B

Gráfico C Gráfico D

Gráfico E Gráfico F

Versão 2014/2015 86  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Radiação Térmica Capítulo

Introdução
Neste momento está a ser emitida radiação térmica de
toda a matéria que nos rodeia:
6
 No interior: mobília, paredes, pessoas,... Na maior parte dos
sólidos e líquidos a
radiação emitida é
 No exterior: chão, edifícios, atmosfera, sol,... originária de
moléculas que estão
A radiação deve-se à emissão de energia por parte da dentro de uma
distância de 1 mm da
matéria, embora o seu transporte não requeira a superfície exposta.
existência de matéria. Todas as formas de matéria Pode ser considerada
um fenómeno
emitem radiação. superficial
Nos gases e meios
A radiação pode ser vista como a propagação de fotões semitransparentes é
ou ondas electromagnéticas, sendo: um fenómeno
volumétrico.

C
λ=
υ Como geralmente a
velocidade da luz
λ - Comprimento de onda num meio – C - é
C - Velocidade da luz no meio de propagação considerada contante,
υ - Frequência a cada comprimnto
de onda
Espectro de radiação electromagnética λ corresponde uma
frequência υ .
V isível
Daí que seja quase
Raios x sempre indiferente
U.V. Infravermelho Micro-ondas
falar de conprimento
de onda ou
Micro-ondas frequência de uma
Raios γ dada emissão.

.4 .7
-5 -4 -3 -2 -1
10 10 10 10 10 1 10 102 10 3 104
λ [ µm]
( ν [Hz] )

Versão 2014/2015 87  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Variação espectral e
direccional
Dependência Espectral: A
emissão
radiação térmica emitida por espectral
uma superfície inclui diversos emissão total ≡ área sob a curva 

comprimentos de onda. A
radiação varia com λ (em
magnitude) –
λ
(índice λ para todas as grandezas espectrais)

β
Dependência Direccional: Certas grandeza
superfícies emitem direccional
preferencialmente em certas
direcções, criando uma
distribuição direccional.
Índice’ para as grandezas direccionais [θ,β])

Para quantificar adequadamente a


DIRECCIONAL ESPECTRAL
transferência de calor por radiação é
necessário tratar os dois efeitos (espectral
HEMISFÉRICA TOTAL
e direccional).

No entanto, uma grande parte das superfícies reais é


praticamente Difusa, i. e., o seu comportamento face á
radiação não depende da sua direcção.
Nesta disciplina apenas iremos abordar situações
com superfícies difusas.

Versão 2014/2015 88  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Definições fundamentais
Corpo negro e suas leis
O Corpo Negro é um conceito ideal, que serve de padrão,
em relação ao qual as propriedades radiativas das
superfícies reais são comparadas.

Por definição, as suas propriedades são:


 Absorve toda a radiação que nele incide
(qualquer λ e direcção - é difuso).
 A radiação que o Corpo Negro emite depende
de λ e T, mas não da direcção (é difuso).

 Para uma dada T e λ, nenhum corpo pode


emitir mais energia que o Corpo
Negro.

Corpo Negro Corpo Cinzento

Temperaturas Iguais
Corpo Cinzento:
Semelhante a um corpo negro mas com inferior capacidade
de emissão e absorção de radiação (mais próximo de um
corpo real)

Situação real que mais se aproxima de um corpo negro:


Orifício

Versão 2014/2015 89  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Lei de Planck
Distribuição espectral do poder emissivo do Corpo
Negro:

• Radiação varia Ebλ 2.π .C1


Ebλ = π .I 'bλ =
λ5  e 
C2

continuamente com λ. 
λ .T
− 1

• Para qualquer λ, a C1 e C2 constantes.

radiação emitida aumenta Para uma dada


com a temperatura. temperatura T

• Existe um λ para o qual


Ebλ é máximo, que se λ
desloca para λ inferiores
quando a temperatura T aumenta. Nota:
E- Poder emissivo.
• Os corpos podem praticamente não emitir em todo Traduz-se em
potência calorífica
o espectro; para T< 500°C não é emitida radiação emitida por unidade
2
de área (W/m ).
visível (só Infra-Vermelhos) Noutro contexto
poderia expressar-se
por q ′′ .
Ebλ - Poder emissivo
Linha de Ebλ máx.
T =5800K de um corpo negro (b
Ebλ (Sup. Sol) – black) para um
determinado comp.
de onda (λ).
T

T Ambiente

Radiação Visível
λ

• Lei de Wien: Valor de λ para Ebλ máxima.

Ebλ é máximo quando λmax.T= 2897,6 µm.K.

Versão 2014/2015 90  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Lei de Stephan-Boltzmann
Poder emissivo total do Corpo Negro (integrarção da
lei de Planck)


Eb = ∫ Ebλ dλ = σT 4
0

σ - constante de Stephan-Boltzmann
σ= 5,67 × 10-8 W/(m.K4)
Propriedades Radiativas das
Superfícies Reais
Emissividade
Nenhuma superfície real pode
emitir mais radiação que um
Corpo Negro, à mesma Eλ Corpo Negro (T)
temperatura T.
Corpo Cinzento (T)

A Emissividade - ε - traduz a
Corpo Real (T)
fração de energia emitida por um
corpo real (ou de um corpo
cinzento) relativamente a um
corpo negro (0<ε<1). Variação espectral λ
Nota:
∞ ∞
∫ ε λ Ebλ dλ ∫ ε λ Ebλ dλ Emisividade
E hemisférica e total
ε= = 0

= 0
(para todas as
σT 4
Eb
∫ Ebλ dλ direcções –
hemisférica – e para
0
todas os λ – total)

Versão 2014/2015 91  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Nota: Vimos a
definição de emissividade
hemisférica e total para uma superfície cinzenta e
difusa. No entanto, a emissividade pode variar com
vários factores:

• Direcção
• Comprimento de Onda
• Temperatura
• Natureza do sólido
• Estado superficial
Metais muito polidos
n
Metais polidos
θ εθ
Metais
0 .05 .1 .15 .2
1 Não condutor
Metais não polidos
εθ
Condutor
Metais oxidados
Óxidos, cerâmica
0 45° 90°
Carbono, grafites
Minerais, vidro Fonte: Incropera, F.P. e D.P.
Vegetação,água, pele DeWitt: Fundamentos da
Transferência de Calor e de
Tintas e acabam. especiais Massa; 4ª Edição, Livros
Técnicos e Científicos
0 .2 .4 .6 .8 1 Editora, 1998.
εn
1 1
óxido de
aço oxidado alumínio
1200 K 1400 K
.8 .8
aço oxidado

.6 aço 800 K .6
ελ,n εn
óxido de alumínio
.4 .4

aço
.2 .2 tungsténio
tungsténio 1400 K

0 0
.1 0.2 0.4 0.6 1 2 4 6 10 20 40 100 700 1500 1900 2300 2700
300 1100
λ (µm) T (K)

Versão 2014/2015 92  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Coeficientes de Absorção, Reflexão


e Transmissão
Comportamento de um meio semi-transparente à Nota:
irradiação: G– Irradiação. É a
energia radiante (por
unidade de tempo),
G ou radiação, que
incide numa dada
superfície por
unidade de àrea
Gref (W/m2). Noutro
contexto poderia
expressar-se por q ′′ .

Meio
semi-transparente Gabs

Gtrans

G = G ref + G abs + G trans


G = ρ G + α G + τ G ⇒ α + ρ + τ =1
↑ ↑ ↑
coef. coef. coef.
reflexão absorção transmissão

Tal como a emissividade, todos estes coeficientes (ρ, As características de


α e τ ) são função de: absorção e reflexão
das superfícies são
responsáveis pelas
• Comprimento de Onda da Radição - λ cores dos objectos
que nos rodeiam –
• Direcção da radiação incidente reflexão selectiva da
porção visível da

• Estado superficial irradiação: um


objecto é vermelho
porque reflete apenas
• … esses λ, dentro da
gama dos λvisiveis.
Iremos mais uma vez lidar com valores hemisfericos
e totais.

Versão 2014/2015 93  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

 Coeficiente de Absorção – α
O valor hemisférico total é:

G
α = abs =

0
α λ Gλ dλ

G

0
Gλ dλ

 Coeficiente de Reflexão – ρ

ρ=
Grefl
=
∫0
ρλ Gλ dλ

G

0
Gλ dλ

Podemos considerar dois tipos ideais de reflexão:

Difusa: Especular:
rad. rad. rad.
intensidade θ1 = θ2
inc. inc. refl.
rad.reflect.
uniforme

Superfícies rugosas Superfícies polidas


(aprox. válida para a maioria (espelhos)
dos casos)

Para superfícies opacas (τ = 0): ρ = 1 - α


Note-se que a reflexão não altera o(s) comprimentos
de onda da irradiação.

 Coeficiente de Transmissão – τ
Materiais translúcidos (plásticos, vidros, películas de
água) têm τ ≠ 0.
Versão 2014/2015 94  J. Carlos Lopes da Costa
RADIAÇÃO

τ=
Gtrans
=

0
τ λ Gλ d λ

G

0
Gλ dλ

τ = 1−α − ρ
Um material pode ser transparente em certos
comprimentos de onda e opacos noutros.
Exemplo: Vidro

τn

Efeito de estufa Visível


Infra-Vermelhos

.4 .7 1 2 3 λ (µm)

T Elevada => λ Curto


Vidro Transparente à
radiação com λ curto

Vidro opaco à
radiação com λ longo

T Baixa => λ Longo

T Baixa => λ Longo


Versão 2014/2015 95  J. Carlos Lopes da Costa
RADIAÇÃO

Lei de Kirchhoff - Relação Emissão/Absorção


Uma dada Direcção´
Verifica-se sempre que:

Lei de Kirchhoff → α’λ=ε’λ


Um dado Comp. de

Corpo difuso αλ=ελ Onda λ

Corpo cinzento α’=ε’

Corpo cinzento e difuso  α=ε


Muitas das superfícies comuns são (aproximadamente)
cinzentas e difusas.

Mas nem sempre é assim…


Na prática, muitas superfícies têm o objectivo de funcionar com
α≠ε. Exemplos:

 Placa de captação da radiação solar selectiva:

αλ= ελ
0.8

0.1 G
placa
Rad. solar Rad. I.V.
3 µm λ (λ > 3 µm) (λ > 3 µm)
Comprtamento da α = 0.8 ε = 0.1
superfície
 A tinta branca tem comportamento oposto:

baixo α para λ<, e alta ε para λ>.

Versão 2014/2015 96  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Trocas de Energia por


Radiação entre Superfícies de
um Volume Fechado
Até agora ocupámo-nos de processos radiativos em
superfícies isoladas. É altura de considerar o que se passa
quando há várias superfícies (duas ou +).
As trocas por radiação entre superfícies, dependem
bastante da geometria e das suas orientações, além das
suas propriedades e temperaturas.

Hipóteses Simplificativas
 As superfícies estão separadas por um meio não O vácuo e muitos
participante, ou seja, um meio que não interfere gases (ar para
volumes pouco
(absorvendo ou redirecionando) na energia trocada extensos) são meios
entre elas. não participantes..

 Cada superfície é isotérmica.


 A energia é reflectida difusamente (reflexão difusa),
e a emissão e irradiação são uniformes.
 As superfícies são opacas, cinzentas e difusas.
 Regime permanente.

Vol. fechado

Superf. k, Ak Superf. j, A j
Tk Tj
εk, ρk, αk = εk εj, ρj

Versão 2014/2015 97  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Radiosidade Radiosidade Radiosidade


J Emit. + Reflect.
G - irradiação – ρG
G J G
fluxo de energia que E
chega à superfície.
α G
J - radiosidade – q ′′
fluxo de energia que k q ′′
sai da superfície. J − G = q ′′

J k = ε kσTk4 + ρ k Gk j1 j2 ...
123 123
emitido reflectido

A energia incidente em k, qk′′ , é devida à radiosidade


das superfícies j, parte da qual chega a k. Jk
Gk

k
Fj −k é a fracção da radiação saída de j que chega a k,
chamada Factor de forma entre as 2
superfícies. j
J j Aj
Assim:
n
Ak Gk = ∑ J j Aj Fj − k J j A j Fj −k
j =1

para n superfícies. do volume fechado k

Assim:
Note-se que
o somatório pode
n Aj
J k = ε k σT + ρ k ∑ J j
k
4
F j −k incluir a própria
superfície k se esta
j =1 Ak enviar radiação para
si própria (superfície
côncava)
Como calcular F j − k ?

Versão 2014/2015 98  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Cálculo do Factor de
β’
Forma dA’
NA’
nA
O factor de forma é puramente
geométrico (só depende da geometria e β R dA’
posição relativa das superfícies)
dA

• Superfícies elementares: dω
dA

iem +irefl 647 dω48


}  dA′ cos β ' 
i0′ cos β dA 
dFdA−dA' =
dqdA−dA'
=  R  = cos β . cos β ' dA'
dqdA π{
i '0 dA πR 2
e0

• 1 superfície elementar e 1 finita: A’

cos β . cos β '


dFdA− A' = ∫
A' πR 2
dA'
β, R e β’ variáveis
dA
• 2 superfícies finitas:
A’

cos β . cos β '


FA− A' = ∫ ∫ 2
dA' dA
A A' π R
A R, β’ e β variáveis

Versão 2014/2015 99  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Factores de forma – geometrias


elementares
Fonte: Incropera, F.P. e D.P.
DeWitt: Fundamentos da
Transferência de Calor e de
Massa; 4ª Edição, Livros
Técnicos e Científicos
Editora, 1998.

Versão 2014/2015 100  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Fonte: Incropera, F.P. e D.P.


DeWitt: Fundamentos da
Transferência de Calor e de
Massa; 4ª Edição, Livros
Técnicos e Científicos
Editora, 1998.

Versão 2014/2015 101  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Fonte: Incropera, F.P. e D.P.


DeWitt: Fundamentos da
Transferência de Calor e de
Massa; 4ª Edição, Livros
Técnicos e Científicos
Editora, 1998.

Versão 2014/2015 102  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Relação de Reciprocidade
Considere-se 2 corpos negros, em equilíbrio térmico
(mesma T).
4
Energia que 1 envia para 2: q1− 2 = σT A1 F1− 2
4
Energia que 2 envia para 1: q2 −1 = σT A2 F2 −1
Como os
Em equilíbrio q1− 2 = q2−1 (se não T alterava-se): factores de forma são
meramente
geométricos, esta
→ A1 F1−2 = A2 F2−1 relação mantém-se
mesmo noutras
condições (corpos
1 A não negros,
Relação de Reciprocidade ou F2−1 = A F1− 2 temperaturas
2 diferentes).

2
Balanços Energéticos
3
F1−( 2+3) = F1− 2 + F1−3
1

Para um volume fechado constituído por n superfícies:


n

∑F
j =1
1− j =1

Método das Diagonais de Hottel


1
È aplicável a 2 superfícies em que uma dimensão é
infinita. A B

 ___ ___   ___ ___ 


 AD+ BC  −  AC − BD 
A1F1−2 =   
C D
2 2

As relações vistas atrás, justamente com o


conhecimento de factores de forma para geometrias
simples, permitem determinar Fi − j na maior parte dos
casos.
Versão 2014/2015 103  J. Carlos Lopes da Costa
RADIAÇÃO

Nos outros há que fazer a integração... (tabelas,


apontamentos,...)
j1 j2 j3
Voltado á Equação da Radiosidade:
Jk
n Aj
J k = ε kσT + ρ k ∑ J j
k
4
F j −k k
j =1 Ak
1
424 3
Fk − j

Pode ser simplificada com a relação de reciprocidade


Nota 1:
n Relação de
J k = ε kσ T + ρ k ∑ J j Fk − j
k
4 Reciprocidade:
A1
j =1 F2−1 = F1−2
A2

Como: ρ k = 1 − ε k :
Nota 2:
n Superfícies opacas 

J k = ε kσ T + (1 − ε k )∑ J j Fk − j
k
4 τ k = 0 ⇒ αk + ρk = 1
⇒ ρk = 1 − α k
j =1 Superfícies cinzentas e
difusas 
αk = ε k ⇒ ρk = 1 − ε k

Versão 2014/2015 104  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Para um volume fechado com n superfícies, o problema Para cada uma superfície
pode ser resolvido com um sistema de 2n equações. Há a há 1 equação de
radiosidade e 1 de
considerar dois tipos de problemas (em cada superfície): balanço.

- Sabe-se Tk; pretende-se qk

- Sabe-se qk ; pretende-se Tk

• Exemplo de Cálculo: 3

A superfície 1 perde um fluxo constante q1 (nas trocas D C


com o volume fechado) e as restantes estão a T2, T3 e
4 2
T4. Pretende-se calcular T1 e a potência calorífica
recebida por 2, 3 e 4.
A q1 1 B
 Cálculo das radiosidades:
q
J1 = J 2 F1−2 + J 3 F1−3 + J 4 ( 4) F1−4 + 1
14444244443 A1 Equação de Balanço
G1 na superfície 1.

J 2 = ε 2σT24 + ρ 2 [J1 F2−1 + J 3 F2−3 + J 4 F2−4 ]


Equação da
Radiosidade na
1444424444 3 superfície 2.
G2

J 3 = ε 3σT + ρ 3 [J1 F3 −1 + J 2 F3 − 2 + J 3 F3 − 3 + J 4 F3 − 4 ] (Nota: F


3
4
≠ 0)
Equação da
144444 42444444 3 3−3
Radiosidade na
G3 superfície 3.

J 4 = ε 4σT44 + ρ 4 [J1 F4−1 + J 2 F4−2 + J 3 F4−3 ] Equação da


Radiosidade na
 Depois de resolvido o sistema, ficam superfície 4.

encontradas as radiosidades J i .
T1 é calculada pela equação radiosidade de 1.
q2 , q3 e q4 são calculados pelas equações de balanço
de 2,3 e 4.

Versão 2014/2015 105  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Volume Fechado com duas


Superfícies
Caso particular e mais simples das trocas entre n
superfícies. q2
2
Havendo só 2 superfícies:
q1−2
− q1 = + q 2 = q1− 2
1
A resolução das equações de radiosidades e q1
balanços, sabendo T1e T2, conduz a:

σA1 (T14 − T24 )


Muitos casos, na prática,
se podem reduzir a 2
q1− 2 = superfícies.
1 1 A 1 
−1 + + 1  − 1
ε1 F1− 2 A2  ε 2 

Exemplos:
1
- Planos paralelos e infinitos:

σA(T14 − T24 )
q1− 2 =
1 1
+ −1 2
ε1 ε2 A1 = A 2; F1-2 = 1

- Objecto pequeno rodeado por superfície


muito maior: 2

q1− 2 = σA1ε1 T14 − T24 ( ) 1

A1
≈ 0; F1− 2 = 1
A2

Versão 2014/2015 106  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Analogia Reo-eléctrica para


Radiação Térmica
A primeira tentativa de
Tal como foi definido anteriormente, a resistência definição de resistência
térmica de radiação é,
térmica é tal que: logicamente, baseada em
tal definição:
Circuitos com
∆T temperaturas nos nós
(superfícies).
∆T
q= R
R

T1 T2
q

Se aplicarmos esta definição ao caso de trocas por


radiação entre 2 superfícies de 1 volume fechado:
σA1 (T14 − T24 )
Com, q1−2 =
1 1 A 1 
−1+ + 1  − 1
ε1 F1−2 A2  ε 2 

1 1 A 1 
+ 1  − 1
−1+
T −T ε F1− 2 A2  ε 2 
Vem: = 1 2 = 1
Rrad
q1− 2 (
σA1 T1 + T2 (T1 + T2 )
1 2
)
(desenvolvendo o termo (T 1
4
− T24 ) ).

Embora por vezes usada, esta definição de resistência de


radiação tem um inconveniente:
Rrad = f (T1, T2)
…o que não acontece com as resistências de condução
e 1
e convecção ( e , respectivamente).
kA hA

É possível uma definição diferente de resistência de


radiação.
 A equação de balanço para uma superfície k:
Versão 2014/2015 107  J. Carlos Lopes da Costa
RADIAÇÃO

Ak ε k
qk =
1− ε k
(
J k − σTk4 )
pode escrever-se como 1 −εk
Ak ε k
J k − σTk4 potencial
qk =
1−εk
Ak ε k = R σT k4
Jk
qk
1− εk
R= - Resistência radiativa da superfície k.
Ak ε k

Se qk for positivo a superfície recebe radiação.

 Para determinar a radiosidade, J k , que A radiosidade depende


das trocas de radiação com
constitui um dos nós: outras superfícies.

qk = Ak ({
Gk − Jk )
{
n n

∑ Fk − j J j ∑ Fk − j J k
J =0 J =0

J j − Jk potencial
J k = ∑ Ak Fk − j (J j − J k ) = ∑
n n

j =1 j =1
1
Ak Fk − j =R

1
R= - Resistência espacial ou geométrica.
Ak Fk − j

Igualando as expressões de balanço:


n J −J
J k − σTk4
=∑
j k

1− ε k j =1 1
Ak ε k Ak Fk − j
R superficial R’s espaciais

Versão 2014/2015 108  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Volume Fechado com Várias


Superfícies

q 1− k J1

σ Tk4 q2 − k
Jk
J2

qk

Nó que corresponde á qn − k
superfície k Jn

 Vantagem desta metodologia: o facto das


resistências não dependerem das
Temperaturas.

 Desvantagem desta metodologia: contém nos


nós radiosidades em vez de temperaturas, o
que torna impossível a sua utilização em
esquemas em que estejam presentes outros
modos de transporte – condução e
convecção – (em que há Temperaturas nos
nós).

Versão 2014/2015 109  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Exemplo de Aplicação – Analogia


Reo-Eléctrica
1
Forno em que 1 é a superfície aquecedora e se encontra à
temperatura T1e 3 (paredes laterais) é uma superfície muito
bem isolada. Calcular o fluxo recebido pela superfície 2, 3 3
q2 (= q1 ) .

2
4
σT 1

1 − ε1
q1 A1ε 1
1
J1 J 3 = σT34 (Sup. Re-radiante)
A1 F1−3

1
A1 F1− 2 Isolamento

1 q3 = 0
J2
A2 F2−3
1− ε2
q2 A2ε 2

σT24

1 1 1 1
= + ⇒ Req =
Req 1 1 1 AAF F
+ A1 F1− 2 + 1 2 1−3 2 −3
A1 F1− 2 A1 F1−3 A2 F2 −3 A1 F1−3 + A2 F2 −3

σ (T14 − T24 )
q2 =
1− ε2 1
+
A2ε 2 A F + A1 A2 F1−3 F2−3 + 1 − ε 1
1 1− 2
A1 F1−3 + A2 F2−3 A1ε 1

Versão 2014/2015 110  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Superfícies Re-Radiantes
São superfícies muito bem isoladas, podendo ser
consideradas adiabáticas, do lado exterior de um
volume fechado em que se troca radiação: Em muitas aplicações
práticas, algumas
superfícies podem ser
consideradas bem
isoladas, e portanto, re-
radiantes.

q = 0 ou ≈ 0

Recorrendo à equação geral de balanço:

Ak ε k
qk =
1− εk
[ ]
J k − σTk4 = 0

vê-se que sendo o balanço nulo, terá de ser:

J k = σ Tk4
Ou seja, embora não sendo, a sua radiosidade é igual à
de um corpo negro.
Num volume fechado, a temperatura de equilíbrio de
uma superfície re-radiante é determinada pela sua
interacção com as outras superfícies, e é independente
da sua emissividade.
Exemplos de superfícies re-radiantes:
Resistência
As paralelas laterais de um forno (se
devidamente isoladas).

Versão 2014/2015 111  J. Carlos Lopes da Costa


RADIAÇÃO

Escudos de radiação
São construídos com materiais de baixa emissividade ≡
alto coeficiente de reflexão, e usados para diminuir o
balanço radiativo entre 2 superfícies. Nota:
Superfícies Opacas,
O material mais usado é a folha de alumínio. Cinzentas e Difusas:
τ = 0 =>α + ρ = 1
e ε=α
• Exemplos:
Se ε baixo =>ρ elevado

Sem escudo: Com escudo:

1 2 1 2
T = 815ºC T = 260°C T = 815ºC T = 260°C
ε = 0,6 ε = 0,8 ε = 0,6 ε = 0,8

ε = 0,2
q1′′−2 = 39,5 kW m
2

q1′′−2 = 7 kW m2

O uso de escudos em sensores de temperatura


para medição de temperatura em gases, permite
obter maior precisão na medida (minimizando
o efeito da radiação para paredes).

termopar Escudo

Ar T ar Tp
Tar > Tp
Tt

Versão 2014/2015 112  J. Carlos Lopes da Costa


Versão 2014/2015 113  J. Carlos Lopes da Costa

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