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(NQåZ041R0)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Numeração Única: 0030338-74.2000.4.01.3400


APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF

RELATÓRIO
A Exma. Srª Desembargadora Federal SELENE ALMEIDA (Relatora):
Trata-se de embargos de declaração opostos por Dana Equipamentos
Ltda. contra o acórdão assim ementado:
ADMINISTRATIVO. LIVRE CONCORRÊNCIA. ATOS.
LIMITAÇÃO. CADE. APRECIAÇÃO. APRESENTAÇÃO
INTEMPESTIVA. MULTA FIXADA ALÉM DO MÍNIMO LEGAL.
NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO (ART. 27 E 54 DA LEI
8.884/94). APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Estabelece o art. 54 da Lei nº 8.884/94 que os atos, que
possam limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre
concorrência, ou resultar na dominação de mercados
relevantes de bens ou serviços, deverão ser submetidos à
apreciação do CADE.
2. Os atos, de que tratam o art. 54 da Lei nº 8.884/94, devem
ser apresentados previamente ou no prazo máximo de 15 dias
à Secretaria de Direito Econômico - SDE, como previsto no §
4º.
3. A apresentação intempestiva sujeita o infrator à multa de
60.000 (sessenta mil) UFIR até 6.000.000 (seis milhões) de
UFIR, aplicada pelo CADE, sem prejuízo da abertura de
processo administrativo para apuração dos fatos.
4. Na aplicação da sanção administrativa, deverá o CADE
adotar os critérios previstos no art. 27 da Lei 8.884/94, como
fez no presente caso. (decisão da maioria)
5. Apelo da impetrante improvido.

Alega que o acórdão foi omisso e obscuro porque deixou de explicitar o


entendimento à luz do argumentado princípio da isonomia, prevista no artigo 5º, caput,
da Constituição Federal.
Sustenta que seu direito constitucional ao tratamento isonômico foi
desrespeitado pelo CADE, devendo sua conduta ser avaliada da mesma forma e com
os mesmos critérios que a de outros administrados em situações idênticas.
Por fim, requer a manifestação expressa do Tribunal acerca da
aplicabilidade do artigo 5º, caput, da CF, para fins de prequestionamento.
Em virtude da possibilidade de caráter infringente aos embargos, deu-se
vista ao CADE, o qual apresentou impugnação às fls. 449/456.
É o relatório.

(D>0ÒË) - Nº Lote: 2014006861 - 2_1 - APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF - TR300401


PODER JUDICIÁRIO fls.2/4
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Numeração Única: 0030338-74.2000.4.01.3400


APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF

DESEMBARGADORA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA

(D>0ÒË) - Nº Lote: 2014006861 - 2_1 - APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF - TR300401


PODER JUDICIÁRIO fls.3/4
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Numeração Única: 0030338-74.2000.4.01.3400


APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF

VOTO

A Exma. Srª Desembargadora Federal SELENE ALMEIDA (Relatora):


Os embargos de declaração constituem instrumento processual com o
escopo de eliminar do julgamento obscuridade, contradição ou omissão sobre tema
cujo pronunciamento se impunha pelo acórdão ou, ainda, de corrigir evidente erro
material, servindo, dessa forma, como instrumento de aperfeiçoamento do julgado
(CPC, art. 535).
Desta forma, os embargos de declaração opostos por Dana
Equipamentos Ltda. não merecem acolhimento, tendo em vista que inexiste qualquer
omissão ou obscuridade no presente julgado. O que o embargante demonstra, na
verdade, é o seu inconformismo com o teor do acórdão proferido.
O acórdão embargado contém o exame de toda a matéria trazida à
apreciação do Colegiado, o qual decidiu que “Na aplicação da sanção administrativa,
deverá o CADE adotar os critérios previstos no art. 27 da Lei 8.884/94, como fez no
presente caso. (decisão da maioria)”.
Pretendendo exatamente rediscutir as razões de decidir do acórdão, o
recurso próprio não são os embargos de declaração.
Ademais, “desnecessário pronunciamento deste Tribunal sobre todos
os argumentos e dispositivos constitucionais e legais ventilados pela parte, pois "não
padece de omissão o acórdão recorrido se o Tribunal de origem decide
fundamentadamente todas as questões pertinentes à resolução da controvérsia,
embora sem adentrar expressamente na análise de dispositivos de lei invocados pelo
recorrente, notadamente porque o julgador não está adstrito a decidir com base em
teses jurídicas predeterminadas pela parte, bastando que fundamente suas
conclusões como entender de Direito" (STJ, REsp 1042208/RJ, Rel. Ministra Nancy
Andrighi, Terceira Turma, julgado em 26/08/2008, DJ 11/09/2008).
Quanto à utilização dos embargos de declaração para efeitos de
prequestionamento, é farta a jurisprudência no sentido de que este, por si só, não
viabiliza o cabimento dos embargos de declaração, por ser imprescindível a
demonstração da ocorrência das hipóteses previstas no art. 535, I e II, do CPC, como
mostra a ementa a seguir transcrita:
AGRAVO CONTRA DECISÃO QUE NÃO RECEBEU APELAÇÃO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: ART. 535 DO CPC.
INOCORRÊNCIA DAS ALEGADAS “OMISSÃO” E
CONTRADIÇÃO. CARÁTER INFRINGENTE.
PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS REJEITADOS.
1. Destinam-se os embargos declaratórios a aclarar eventual
obscuridade, resolver eventual contradição (objetiva: intrínseca do
julgado) ou suprir eventual omissão do julgado, consoante art. 535
do CPC, de modo que, inocorrente qualquer das hipóteses que
ensejam a oposição deles, a inconformidade dos embargantes
ressoa como manifesta contrariedade à orientação jurídica que se
adotou no acórdão, o que consubstancia evidente caráter
infringente, a que não se presta a via ora eleita.

(D>0ÒË) - Nº Lote: 2014006861 - 2_1 - APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF - TR300401


PODER JUDICIÁRIO fls.4/4
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Numeração Única: 0030338-74.2000.4.01.3400


APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF

2. "Não havendo no v. acórdão embargado qualquer ponto


omisso, contraditório ou obscuro sobre que se deva pronunciar
esta Colenda Turma, mas, tão-somente, o intuito de rediscutir a
matéria e prequestionar tema constitucional, rejeitam-se os
embargos declaratórios" (STJ, EDcl no REsp nº 97 241/SP, Rel.
Min. JOSÉ DE JESUS FILHO, 1ª T., ac. un., DJ 26 MAI 97, p. 22
477). No mesmo sentido: STJ, EDROMS nº 97 8477/BA, Rel. Min.
FERNANDO GONÇALVES, 6ª T., ac. un., DJ 22 JUN 98, p. 181.
3. De duas, uma: se os embargantes agitaram o tema na sua
apelação, de outra coisa não terá tratado o julgado e a matéria,
então, já está prequestionada; se não, os embargos não se
prestam ao prequestionamento nem o resolvem.
4. Não há argüir “omissão” ou “contradição” do julgado, à mingua
de pronunciamento expresso sobre um ou outro argumento da
parte, quando o julgamento se orienta, fundamentalmente, por via
decisória que não a sustentada pelo autor.
5. Embargos de declaração rejeitados.
6. Peças liberadas pelo Relator em 05/02/2002 para publicação do
acórdão.
(EDAG 2000.01.00.033559-3/MG, Rel. Juiz Luciano Amaral,
DJU.28.2.02).”
A função judicial é prática, só lhe importando as teses discutidas no
processo enquanto necessárias ao julgamento da causa. Mesmo no caso de
embargos de declaração com o fim de pré-questionamento, não há lugar para o
reexame da causa.
Assim, para a composição da lide são suficientes as razões constantes
da fundamentação do julgado.
Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração.
É como voto.

DESEMBARGADORA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA

(D>0ÒË) - Nº Lote: 2014006861 - 2_1 - APELAÇÃO CÍVEL N. 2000.34.00.030616-9/DF - TR300401

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