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Página sobre a história do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul.

O maior evento histórico


que ocorreu nas terras do atual estado foi a Guerra do Paraguai, nas quais os exércitos
Brasileiro, Argentino e Uruguaio combateram juntos os Paraguaios, esse combate
praticamente destruiu o Paraguai, potência econômica durante o período da guerra (Século
XIX).

Índice [esconder]

1 Etimologia

2 Primórdios

3 Brasil Império: povoamento e disputas de território

4 A Guerra do Paraguai

5 Constrastes de colonização no pós-guerra

6 A Erva Matte

7 O advento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil

8 A Marcha para o Oeste

9 A Divisão

10 Fortificações

11 Ver também

12 Referências

13 Ligações externas

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A origem do termo Mato Grosso é incerta, acredita-se que o seja originário da palavra guarani
Kaagua'zú (Kaa bosque, mata e Guazú grande, volumoso), que significa literalmente Mato
Grosso.1

Linguisticamente, o nome Mato Grosso do Sul se faz acompanhar por artigo definido, como
acontece com nomes geográficos derivados de termos genéricos: "o Mato Grosso do Sul", "o
Rio de Janeiro", "o Espírito Santo". Entretanto, este uso é contestado e há quem prefira
eliminar o artigo definido: "em Mato Grosso".

Primórdios[editar | editar código-fonte]


A ocupação humana do estado de Mato Grosso do Sul iniciou-se por volta de 10.000 A.C.
através dos primeiros habitantes indígenas, ancestrais dos ameríndios contemporâneos
Guaranis, Terenas, Caiouás e Caiapós, tendo, através dos anos, novos povos se estabelecido na
região, como por exemplo os Ofaiés.

A corrida pela prata no Chile

Corre Mato Grosso

Já a partir do descobrimento da América, iniciou-se uma corrida para essa região, após a
riqueza do Império Inca, no Peru, ter sido feito famosa por Pascual de Andagoya. Na década de
1510, Juan Díaz de Solís tentou alcançar aquele império pelo estuário do Rio da Prata, mas sua
tentativa foi fracassada.

Na década seguinte, no ano de 1524, foi a vez de Aleixo Garcia, um português sobrevivente da
expedição de Solís, tentar sua sorte. Seguindo a lenda do "Rei Branco", contada a ele por
índios guaranis quando acompanhava Solís, Aleixo Garcia passou dez anos juntando homens e
recursos para visitar o território. Foi, assim, o primeiro europeu a pisar em solo sul-
matogrossense, o qual alcançou pelo Rio Paraguai, atingindo a região onde hoje está a cidade
de Corumbá. Aleixo Garcia, no entanto, foi frustrado em alcançar o Império Inca, pois foi
assassinado por índios em território paraguaio.

Foi Francisco Pizarro quem conquistou e destruiu o império dos Incas, o qual alcançou vindo
do norte, e não pelo estuário do Prata, como Solís e Garcia haviam tentado. De qualquer
maneira, aventureiros continuavam tentando fazer o percurso através do Rio Paraná.

Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martínez de
Irala também estiveram na região de Corumbá, navegando pelo rio Paraguai, e denominaram
Puerto de los Reyes à lagoa Gayva. Por entre 1542 e 1543, Álvar Núñez Cabeza de Vaca,
aventureiro espanhol, também por Corumbá passou para seguir para o Peru. Outro visitante
foi o governador de Assunção, Domingos Martínez de Irala, que marchou até os Andes.

Tentativas de povoamento - a comunidade de Xerez e os jesuítas

Em 1579, foi fundada a comunidade de Xerez, nas proximidades dos rios Miranda e
Aquidauana. Esse povoamento, no entanto, foi destruído pelos índios Guaicurus.

Na década de 1610 uma missão jesuítica já se expandia de Assunção, no Paraguai, ao sul de


Mato Grosso, tendo aldeado as comunidades indígenas do Itatim em território sul-
matogrossense. Apoiada pela Espanha e pela Igreja Católica, a intenção era assegurar o
controle do vale do Rio Paraguai e articular as missões do Itatim com as de Mojos e Chiquitos,
de modo a assegurar proteção ao altiplano das minas na atual Bolívia. Ao longo das décadas de
1630 e 1640, no entanto, estas missões foram brutalmente destruídas pelos bandeirantes,2
tendo partido de Antônio Raposo Tavares, em novembro de 1648, o golpe final.

Grande parte da região do atual Mato Grosso do Sul era conhecida pelo termo guarani Itatim
(pedra branca). No local houve duas reduções jesuíticas ligadas ao Colégio Jesuítico de
Assunção (1598) com a finalidade de converter e reduzir os índios itatines, falantes da língua
Guarani. As reduções foram denominadas de Nossa Senhora da Fe e Santiago de Caaguaçu. A
duração da missão do Itatim foi curta e estendeu-se entre 1631 e 1659, época em que os
constantes ataques das expedições escravistas de paulistas, posteriormente chamadas de
bandeiras, concentraram-se na região abaixo do rio Apa, para facilitar a defesa.3

De fato, a região sudoeste do atual estado de Mato Grosso do Sul por longos anos esteve sob a
influência espanhola. Quanto ao restante do estado, desenvolvia-se muito lentamente,
principalmente devido às dificuldades de comunicação com o restante do país, apesar de,
desde 1617, a região leste sul-matogrossense ter recebido visitas de bandeirantes paulistas, e
de em 8 de abril de 1719 ter sido criada Cuiabá. O sul matogrossense era uma área de difícil
acesso, para não se dizer isolada, e suas cidades do período colonial foram se fundando
lentamente.

O Rio Miranda.

Na atual área de Coxim, nasceu em 1729, sob o nome de Belliago, alcunha de seu fundador,
um povoado que servia de apoio às monções que iam de São Paulo ao norte de Mato Grosso.
Anos mais tarde, visando a um tratado de limites existente, foi fundado pelos espanhóis, em
1774, um povoado na foz de Ipané, e em 13 de setembro de 1775 foi oficialmente fundado o
Forte Coimbra para a defesa da região.

Ainda na década de 1770, o Capitão João Leme do Prado, ao desbravar os rios Miranda e
Aquidauana, encontrou as ruínas da antiga comunidade de Xerez. Seguindo ordens do Capitão
Caetano Pinto de Miranda Montenegro, governador da então capitania de Mato Grosso,
fundou lá, em 16 de julho de 1778, os alicerces do Presídio Nossa Senhora do Carmo do
Mondego, mais tarde conhecido por Presídio de Miranda. Miranda, o povoado que nasceu aos
pés da fortificação e que levava o nome de Presídio, no entanto, era de difícil acesso por serem
precários os meios de navegação pelo Rio Mondego (hoje Rio Miranda), e somente os
fundadores do local lá permaneciam.

Em 1778, efetuou-se a ocupação da área onde hoje se localiza Corumbá. Em 21 de setembro


desse mesmo ano, a mando do governador da capitania de Mato Grosso, o capitão-general
Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, o Sargento-mor Marcelino Rois Camponês,
que comandava uma expedição militar, adquiriu a posse da região para a Coroa Portuguesa,
fundando o local e batizando-o com o nome de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque,
sendo então lavrado o termo de fundação.

O Vice-reinado do rio da Prata e o Paraguai

A história colonial sul-matogrossense, entretanto, permanecia muito ligada à busca pela prata
no Peru. Com a destruição do Império Inca e o sucesso da exploração da prata em território
peruano através do porto de Lima, a região do Rio da Prata do império espanhol encontrava-se
decadente e suscetível aos portugueses. Uma vez que estes se expandiam ao Uruguai, em abril
de 1776 o rei Carlos III de Espanha ordenou que o governador do Rio da Prata, Pedro Antônio
de Cevallos, pensasse em uma maneira de desenvolver a região de Buenos Aires. A resposta foi
a tomada da Colônia do Sacramento dos portugueses e a criação do Vice-reinado do rio da
Prata, que continha praticamente os territórios dos atuais países da Argentina, Bolívia,
Paraguai e Uruguai, além de uma parte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do
Sul.

Com as guerras napoleônicas, no entanto, e o ataque inglês a Buenos Aires, no início da


década de 1810, o vice-reinado do Rio da Prata se desfez. O sudoeste sul-matogrossense, por
sua vez, passou a fazer parte do Paraguai, que declarou sua independência da Espanha em 15
de maio de 1811.

Brasil Império: povoamento e disputas de território[editar | editar código-fonte]

A frente colonizadora da família Garcia Leal no Bolsão Sul-Mato-Grossense

No ano de 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonina, e
chefiada pelo sertanista Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária
do vale doRio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios Ofaiés, que
eram dóceis, à altura da atual Três Lagoas. Também faziam parte dessa entrada Januário
Garcia Leal Sobrinho, seus irmãos e outros sertanistas. Januário Garcia Leal Sobrinho e sua
família permaneceram, aproveitando a oportunidade, no leste sul-matogrossense, fundando o
Arraial de Sete Fogos, que mais tarde se tornaria Paranaíba.

Os irmãos Lopes e a ocupação dos Campos de Vacaria

Quanto à família Lopes, dos irmãos Joaquim Francisco e José Francisco Lopes, adentrou com
outros colonizadores o sul de Mato Grosso. Iniciou-se, assim, em 1830, o povoamento de fato
das terras que hoje constituem o atual Mato Grosso do Sul, dando um novo impulso a antigas
povoações como Miranda, Corumbá e ao Arraial de Belliago, que se tornou Coxim. Data dessa
época, também, o primeiro movimento migratório para a região da colônia de Dourados - Rio
Brilhante, nos "Campos de Vacaria", seria inicialmente ocupada em 1835 por Antônio
Gonçalves Barbosa.

Desentendimentos quanto ao território

Estando o Governo Central ciente da situação de fluidez das fronteiras do sul matogrossense,
em 1839 o Almirante Augusto Leverger, Cônsul-Geral do Brasil, foi nomeado com o intuito de
estabelecer boas relações com o Paraguai. Esse cargo, Leverger só o aceitou em 1843, e já no
ano seguinte os dois países iniciaram conversações sobre a navegação do Rio Paraguai. Essa
tentativa, no entanto, fracassou, uma vez que o Brasil não revelou em tempo sua visão sobre
os limites fronteiriços. A partir de então, Bolívia e Paraguai passaram a reivindicar as terras
ocupadas por brasileiros, e medidas foram tomadas por parte do Governo Central brasileiro a
fim de evitar qualquer movimentação que viesse a ameaçar o território do país.

Em 1850, aconteceu a solenidade de fundação do forte no sopé do morro chamado Pão de


Açúcar. Ainda nesse ano, Carlos Antonio López, governante paraguaio, cercou essa construção
e abriu fogo contra ela, obrigando os soldados a se retirarem. Os índios guaicurus, que viviam
nas proximidades e eram inimigos dos paraguaios, tentaram socorrer os brasileiros, porém
tudo já havia sido destruído. Revoltados, os guaicurus então subiram o Rio Paraguai e
atacaram o Forte Olimpo.

Em 6 de abril de 1856, Brasil e Paraguai puseram termo aos desentendimentos, dilatando a


questão por dois anos. Em 1858, a missão Rio Branco, de José Maria da Silva Paranhos,
Visconde Rio Branco, foi a Assunção firmar uma convenção que liberava a navegação dos rios
Paraguai e Paraná para os navios de guerra do Paraguai e do Brasil. Nessa ocasião, porém, a
questão dos limites foi adiada. Estas seriam as últimas negociações entre os dois países, pois
seis anos depois Francisco Solano López, ditador paraguaio, executaria a invasão das terras
disputadas.

A Guerra do Paraguai[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Guerra do Paraguai

Precedentes

A situação na Bacia Platina, que ditaria os rumos no sul matogrossense, agravar-se-ia ainda
mais devido a acontecimentos no Rio Grande do Sul e Uruguai. A então província do Rio
Grande do Sul permanecia instável desde o fim da Revolução Farroupilha, uma vez que esta
terminara por negociação política e não por uma derrota armada infligida pelo Governo
Imperial aos revoltosos. Simultaneamente, o Uruguai encontrava-se em guerra civil, os blancos
do partido do então presidente Atanásio da Cruz Aguirre tentando sufocar a oposição dos
colorados, partido de Venâncio Flores. Com o agravamento dos conflitos no Uruguai,
tornaram-se comuns perseguições e saques que atravessavam a fronteira ao território
brasileiro, uma vez que eram numerosas as famílias de origens brasileiras naquele país. Após o
ultimato feito pelo Governo Imperial ao presidente Aguirre para que ele consertasse a
situação, ultimato este que não foi aceito, Dom Pedro II, a pedido de Venâncio Flores, enviou o
Exército Brasileiro para estabilizar aquele país. Em pouco mais de nove meses, a operação das
tropas imperiais brasileiras pacificou o Uruguai e depôs Atanásio da Cruz Aguirre, em episódio
que levou o nome de Guerra contra Aguirre.

Ofensas paraguaias e invasão do território do sul matogrossense – a guerra

O ditador paraguaio Solano López, no entanto, utilizou a intervenção no Uruguai como


motivação para o seqüestro do navio brasileiro Marquês de Olinda e a captura do presidente
da província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Pouco mais de um mês depois, as
tropas paraguaias invadiram o território do sul matogrossense, antes mesmo de uma
declaração formal de guerra ao Brasil. Na verdade, Solano López e suas tropas tinham em
mente uma política expansionista, e pretendiam criar o "Paraguai Maior", anexando regiões da
Argentina, do Uruguai e do Brasil, como Rio Grande do Sul e Mato Grosso, e ganhar acesso ao
Oceano Atlântico, fator tido como imprescindível para a continuação do progresso econômico
do Paraguai. Prova disto é o fato de que, em fins do ano de 1863, um estrategista de alto
gabarito paraguaio, disfarçado de fazendeiro, havia sido enviado a Corumbá com grande
interesse em conhecer os campos do sul e suas fazendas de gado.

Assim, em dezembro de 1864, o sul de Mato Grosso, na colônia de Dourados, foi invadido pelo
próprio espião Isidoro Resquim, que desta vez possuía uma numerosa guarnição consigo. Foi
de Requim, conhecedor do valor das tropas brasileiras desde seus trabalhos de espionagem, a
seguinte frase: "Si todos los brasileiros son valientes así, mía no és un simples paseo militar".
De fato, havia uma guarnição de soldados sob o comando do herói Antônio João Ribeiro à
espera das tropas invasoras. Os brasileiros lutaram até o último soldado ter perdido a vida, só
então tendo sido possível às tropas paraguaias avançarem.

Durante a guerra da Tríplice Aliança, quando o Brasil se uniu à Argentina e ao Uruguai para
combater o Paraguai, o sul matogrossense foi palco de alguns de seus mais dramáticos
episódios.

Após ter sido aprisionada no Rio Paraguai a Canhoneira Amambaí, pertencente à Marinha do
Brasil, e uma vez declarada a guerra, após a invasão do sul matogrossense pelo exército
paraguaio, o Governo Imperial brasileiro enviou um contingente militar terrestre para
combater os invasores em Mato Grosso. Em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro
e se juntou a reforços em Uberaba, percorrendo mais de dois mil quilômetros a pé até alcançar
Coxim. Essa cidade, no entanto, encontrava-se deserta e saqueada, o mesmo tendo ocorrido
em Miranda e em outros povoamentos do sul matogrossense. Suas populações, ou haviam
fugido, ou sido mortas, ou levadas reféns para o Paraguai, onde executaram trabalhos
forçados.

Enfrentando adversidades, a exaustão e a falta de alimentos, que não encontravam nas


cidades abandonadas, as tropas do Exército do Brasil somente resistiram graças às doações
feitas por José Francisco Lopes do gado de sua própria família para alimentá-los, já nos limites
do território brasileiro. José Francisco Lopes, que tivera a família seqüestrada pelos
paraguaios, fizera-se voluntário e guiava as tropas brasileiras, graças ao seu conhecimento do
território. Mesmo com sua ajuda, no entanto, era grande a perda de brasileiros. Dos 2.780
homens que originalmente faziam parte daquele destacamento, em janeiro de 1867, quando
alcançaram a fronteira paraguaia, restavam somente 1.680.

Retirada da Laguna

Ver artigo principal: Retirada da Laguna

Nesse mesmo mês, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna e
invadiu o território paraguaio. Os brasileiros conseguiram penetrar até Laguna, atual município
de Bela Vista, a qual alcançaram em abril. Longes das linhas brasileiras e sem víveres para o
sustento das tropas, afligida por doenças como cólera, tifo e beribéri, a coluna do Exército
brasileiro teve de se retirar sob os constantes ataques da cavalaria paraguaia, que utilizavam
táticas de guerrilha à moda indígena, infligindo perdas severas aos brasileiros. Nessa retirada,
no entanto, a atuação do Guia Lopes foi vital para impedir um total massacre dos brasileiros.
Mostrou os caminhos aos soldados brasileiros por terras sul-matogrossenses e despistou o
inimigo em um terreno difícil. Entre os brasileiros se encontrava o Visconde de Taunay, que
mais tarde escreveria um livro sobre o assunto. Somente 700 homens sobreviveram, mas sem
o Guia Lopes poderiam ter morrido muitos mais.

Fim da guerra

Após a Batalha Naval do Riachuelo e a rendição de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, no


entanto, os confrontos se dariam em solo paraguaio. Pode-se dizer que o último ano da guerra
não passou de uma caça ao ex-ditador paraguaio Francisco Solano López em seu próprio país,
estando as tropas aliadas sob o comando do Conde d'Eu.

Quando terminou a Guerra do Paraguai em 1 de março de 1870, o sul matogrossense se


encontrava chacoalhado pela convulsão social. O processo de povoamento, que começava a se
acelerar na primeira metade do século XIX, havia em muitos locais cessado. No centro, oeste e
sul do atual estado de Mato Grosso do Sul, encontravam-se propriedades e povoados
abandonados ou destruídos, estando as populações dispersas e abatidas pela fome, miséria e
doenças.

Constrastes de colonização no pós-guerra[editar | editar código-fonte]

Constância da frente colonizadora dos Garcia Leal no leste sul-matogrossense

A única região em que a vida continuou a um passo regular foi a região leste e nordeste do
estado, onde a frente colonizadora da família Garcia Leal e seus agregados aos poucos se
expandia ao sul da cidade de Paranaíba para na década de 1880 colonizar o município de Três
Lagoas.

Ao contrário do que aconteceu no restante das terras sul-matogrossenses, as propriedades


desta região nunca se encontraram devolutas ou improdutivas devido à guerra. Foi por esse
motivo que, estando essas terras ocupadas, as próximas frentes colonizadoras a adentrar o sul
matogrossense não se demoraram nesta área, muito embora fosse muito atraente do ponto
de vista econômico.

Durante a Retirada da Laguna, por exemplo, o próprio Visconde de Taunay demorou-se na vila
de Paranaíba, onde encontrou em Jacinta Garcia Leal inspiração para escrever seu livro
Inocência. É necessário lembrar, no entanto, que mesmo esta pacata vila sofreu com os males
do conflito no Paraguai, entre eles doenças como a lepra, que infestaram a região e com a qual
a própria Jacinta Garcia Leal encontrava-se contaminada.

Reocupação do centro, oeste e sul de Mato Grosso do Sul

Uma vez terminada a Guerra do Paraguai, aqueles soldados que no sul matogrossense haviam
estado passaram a relatar, ao retornarem a suas províncias de origem, as gigantescas terras
devolutas de vacarias existentes em Mato Grosso. Iniciou-se, assim, um massivo processo de
migração regional para a área, com povoadores sobretudo oriundos de províncias como Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia.
Datam deste período a ocupação, por exemplo, de municípios como Campo Grande e
Sidrolândia, assim como a reocupação da área de Dourados. Nessas localidades,
estabeleceram-se extensas fazendas de pecuária que faziam uso do pasto nativo existente na
região. O próprio nome "Campo Grande", por exemplo, alude aos largos campos de vacaria, ou
seja, pradarias, com vegetação gramínea ideal para a criação de gado. Nessa área estabeleceu-
se José Antônio Pereira com seu filho Antônio Luiz, os escravos João Ribeira e Manoel e o
sertanista Luiz Pinto Guimarães. Vindos por Goiás, passaram pelo atual município de Costa
Rica, próximo à frente colonizadora dos Garica Leal, e adentraram o sul matogrossense até sua
área central, na confluência dos córregos Segredo e Prosa.

Assim, em meio à falta de perspectiva que abatia o sul matogrossense, criavam-se


oportunidades para guinadas nos rumos, especialmente devido à presença de terras férteis em
grande quantidade e às possibilidades de atividades extrativas. O crescente comércio
internacional foi fator predominante para a reocupação da fronteira oeste brasileira, feita
possível pelos dois primeiros ciclos econômicos sul-matogrossenses: o ciclo da erva-mate e o
ciclo do gado.

A Erva Matte[editar | editar código-fonte]

No ano de 1872, a uma comissão mista formada por brasileiros e paraguaios coube re-
desenhar os limites entre os dois países, tarefa que nunca havia sido completada
anteriormente à guerra. Nesse processo de remarcação de fronteiras esteve presente Thomás
Larangeira, que acompanhava um envolvido nas negociações que era seu patrão. Assim, foi
possível a Thomás Larangeira conhecer bem a área de fronteira, onde, em meio a terras
indígenas e devolutas, encontrou extensos ervais nativos de Ilex paraguariensis, a erva-mate.

Concessão para atividades extrativas em terras devolutas – o início

Quando do final dos trabalhos de demarcação, no ano de 1874, Thomás Larangeira trouxe do
Rio Grande do Sul especialistas em erva-mate para que pudesse dar início aos trabalhos nos
ervais, tendo contratado, também, mão-de-obra paraguaia. Dez anos mais tarde, por
intermédio do Barão de Maracaju, recebeu a concessão para explorar legalmente aquelas
terras, que até então encontravam-se devolutas. A autorização deu-se pelo Decreto nº 8,799
do Governo Imperial, datando de 9 de setembro de 1884 e assinado por Dom Pedro II. Dada a
facilidade em se encontrar mercados consumidores, principalmente o Uruguai e a Argentina, e
a inexistência de grandes dispêndios na lida da erva-mate, o negócio mostrou-se, desde o
começo, muito lucrativo.

O império da Matte Larangeira durante a República Velha

No ano de 1892, por fim, Thomás Larangeira associou-se aos Murtinho, uma família tradicional
de políticos do sul de Mato Grosso, e criou a Companhia Matte Larangeira. Também passaram
a utilizar o Porto Murtinho, criado por Antônio Correia às margens do rio Paraguai, para
despachar o mate para a Argentina. O transporte da erva, colhido de maneira puramente
extrativa, exigia oitocentas carretas e vinte mil bois, e, de forma a levar o produto até o porto,
a Companhia Matte Larangeira construiu um aterro ferroviário de 22 km, uma vez que o velho
interesses - a oligarquia do sul sul-matogrossense e a aversão à Matte Larangeira e ao governo
do norte. Devido a sua associação com importantes famílias políticas de Mato Grosso, Thomás
Larangeira e sua companhia sempre tiveram privilégios na exploração dos ervais sul-
matogrossenses, a começar pelo fato de que trabalhavam de maneira privada em terras que
não lhes pertenciam. Também obtinham isenções fiscais. Com o povoamento do sul do
território do atual Mato Grosso do Sul, no entanto, tensões logo começaram a surgir, uma vez
que o interesse nas terras exploradas pela Matte Larangeira aumentou significativamente. Os
coronéis da região sul do atual Mato Grosso do Sul passaram a desejar, já durante a República
Velha, o reconhecimento de posse da terra ocupada por eles nas vizinhanças dos ervais, terras
por um motivo ou outro não exploradas pela Companhia Matte Larangeira, que, no entanto,
continuava a ter licença de exploração sobre elas. Em oposição às regalias dadas à companhia
pelo governo estadual, que nunca daria a eles posse de terra enquanto a Matte Larangeira ali
existisse, os coronéis do sul sul-matogrossense uniram-se, desta forma, à oligarquia do norte
do estado, que rivalizava à Matte Larangeira por ter interesse em seus ervais.

Nascimento do sentimento divisionista

Neste complexo conflito de interesses iniciaram-se, por fim, as idéias divisionistas no sul
matogrossense. Os coronéis do sul de Mato Grosso do Sul passaram, a partir da formação da
aliança com a oligarquia do norte, a fazer oposição armada ao governo estadual e à Matte
Larangeira.4

O advento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil[editar | editar código-fonte]

O eixo Campo Grande – Três Lagoas, a aproximação com São Paulo e o distanciamento do
norte

Nas primeiras décadas do século XX, com o advento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
considerada um sinônimo de desbravamento da região oeste brasileira, foi notável o aumento
da proximidade do sul matogrossense com o estado de São Paulo. De fato, conquanto agora
estivesse ligado por vias férrea, rodoviária e fluvial à capital paulista, o sul de Mato Grosso
somente se ligava à capital mato-grossense, Cuiabá, através de uma estrada precária.

Dessa maneira, com o estabelecimento das viagens de trem entre São Paulo e Mato Grosso do
Sul, o aumento no número de migrantes dinamizou a economia sul-matogrossense,
vinculando-a à paulista e permitindo a expansão de cidades cuja atividade principal era a
pecuária, como Três Lagoas e Campo Grande. Simultaneamente, embora continuasse a estar
ligada aos principais centros comerciais da Bacia do Prata, em especial Buenos Aires e
Montevidéu, através do rio Paraguai, Corumbá, que na década de 1930 possuía vinte e cinco
bancos internacionais e a libra esterlina como moeda corrente, começou a ver sua economia
decair. Isso se deveu ao fato de que a N.O.B transferiu o eixo econônico do Rio Paraguai,
Corumbá e Cuiabá para Campo Grande, Três Lagoas e o leste do estado.

O crescimento demográfico - popularização, militarização e fortalecimento do movimento


divisionista
Entre outros benefícios trazidos pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil estavam o
crescimento populacional da região sul matogrossense, a urbanização dessa população e, a
somar-se a essas positivas mudanças sócio econômicas, a transferência, em 1920, do comando
da Circunscrição Militar estadual de Cuiabá para Campo Grande. Dado o subseqüente aumento
do contingente militar no sul, as oligarquias sul-matogrossenses, insatisfeitas com a aliança
anterior com a oligarquia do norte, de que haviam participado para alcançar seus fins
divisionistas, aliaram-se aos militares, submetendo-se, desta maneira, à influência paulista de
forma a fortalecer suas causas de divisão estadual. Ao mesmo tempo, juntavam-se a este
movimento as novas lideranças dos profissionais urbanos. A causa, assim, expandia-se para
além dos ervais.

A Revolução Constitucionalista de 1932 – o estado de Maracaju

A partir da década de 1930, as forças políticas divisionistas do sul, de maneira mais organizada,
passaram a realizar pressões junto ao Governo Federal. Quando da Revolução
Constitucionalista de 1932, a região sul matogrossense aderiu ao movimento sob a condição
de que, em caso de vitória dos revoltosos, obteria a separação do norte. Os militares
rebelados, sob o comando de Bertoldo Klinger, comandante da Circunscrição Militar de Mato
Grosso, que funcionava em Campo Grande, instalaram no sul matogrossense um governo
dissidente sob Vespasiano Martins, então prefeito de Campo Grande. Após três meses de luta,
em que o sul do estado de Mato Grosso autodenominou-se "estado de Maracaju", os
divisionistas (constitucionalistas) foram derrotados, não se cumprindo, assim, a promessa de
divisão. Esta revolução, no entanto, divulgou o movimento divisionista, tendo Campo Grande
se tornado o centro político do mesmo com cidades como Três Lagoas e o Bolsão Sul-
Matogrossense apoiando-o.

A Marcha para o Oeste[editar | editar código-fonte]

A Liga Sul-Matogrossense e o frustrado abaixo-assinado divisionista

Dois anos após o fim da Revolução Constitucionalista, jovens estudantes do sul matogrossense
aproveitaram a oportunidade da elaboração da Constituição brasileira de 1934 para fundar a
Liga Sul-Matogrossense e conquistar, através de um abaixo-assinado, o apoio dos sul-
matogrossenses para um manifesto que seria encaminhado ao presidente do Congresso
Nacional Constituinte visando sensibilizar os constituintes de forma a que eles, na elaboração
da Constituição, aprovassem a divisão do Estado de Mato Grosso. Sem que fosse parte de suas
ambições iniciais, a Liga Sul-Matogrossense acabou por acender a campanha divisionista no sul
matogrossense, uma vez que coletou o surpreendente número de treze mil assinaturas a favor
de sua causa. Apesar disso, o abaixo-assinado não surtiu efeito na Constituinte, não havendo a
divisão do estado. Em vez disso, Getúlio Vargas, preocupado com a ordem na região
fronteiriça, nove anos mais tarde criaria o Território de Ponta Porã e aumentaria
significativamente o contingente de militares no sul matogrossense, além de criar o
nacionalista projeto "Marcha para o Oeste".

Brasil Central - o vazio populacional e as companhias de colonização


Até a segunda metade do século XX, o Brasil Central continuava a ser uma área desconhecida
para a maior parte dos brasileiros, carregando ares mitológicos devido a seu território pouco
desbravado e hostil. No censo de 1940, por exemplo, o sul matogrossense contava com
somente 238.640 habitantes. Esse que era considerado um vazio populacional no Mato Grosso
do Sul passou, a partir de então, a servir de atrativo para empresas colonizadoras
entusiasmadas com o sucesso de suas similares empreitadas nos estados de São Paulo e
Paraná – neste último, por exemplo, a Companhia de Terras Norte do Paraná foi responsável,
nas décadas de 1920 e 1930, por toda a colonização de sua região oeste, compreendendo hoje
municípos como Londrina e Maringá, através de um sistema de pequenos loteamentos rurais
para imigrantes que escapavam das dificuldades econômicas e conflitos da Primeira e Segunda
guerras mundiais.

Cidades nos moldes fordianos

Como no oeste do Paraná, em Mato Grosso do Sul, onde a terra era farta e, então, barata,
essas companhias desenvolveram colônias que variavam de 20 a 30 hectares e que possuíam
comunicação a maiores centros por estradas. Influenciado pelos empresários que se
sucederam nesse tipo de empreendimentos, Jan Antonin Bata, imigrante tcheco e proprietário
da Companhia Viação São Paulo/Mato Grosso, comprou 6.000 km² na área dos atuais
municípios de Batayporã, Bataguassu e Anaurilândia. Além de empreendedor, no entanto, Jan
Antonin Bata se diferenciava das empresas de colonização por ter sido fortemente
influenciado pelos pensamentos de Henry Ford e suas experiências com sitiantes-operários,
que visavam desenvolver um operariado mixto industrial-agrário. Assim, era a intenção de Jan
Antonin Bata criar sociedades comunais em área rurais, onde parte das famílias dos operários
de suas fábricas de calçados se dedicaria à agro-pecuária em pequenas propriedades,
juntando-se a eles os próprios funcionários das fábricas no final de cada dia para ajudar no
trabalho agrícola. Já havia iniciado similar tentativa no município de Batatuba em São Paulo no
ano de 1941, mas o preço da terra naquele local lhe foi proibitivo. Sendo assim, em 1942
fundou outro município, desta vez em terras sul-matogrossenses: Bataguassu. O sudeste e o
leste sul-matogrossenses seriam, aliás, ideais para tais experimentos, uma vez que na década
de 1950 Arthur Hoffig fundaria o município de Brasilândia seguindo os mesmos preceitos
fordianos do "rei dos calçados". Anos depois, seguiria Batayporã, do próprio Bata, na mesma
região.

O governo Getúlio Vargas, o "espaço vital" e a Marcha para o Oeste

O grande crescimento populacional em Mato Grosso do Sul adveio, no entanto, de campanha


do próprio Governo Getúlio Vargas, uma vez que os modelos de cidade de Bata e Hoffig se
baseavam em populações pequenas de torno de dez mil pessoas.

Ao mesmo tempo em que se iniciam os empreendimentos de Bata, na década de 1940, uma


vez que um dos motivos teóricos da Segunda Guerra Mundial havia sido a questão do "espaço
vital", o governo Getúlio Vargas ordenou a criação de seis territórios no Brasil – cinco deles na
região oeste do mesmo-, que seriam administradas diretamente pelo Governo Federal. Assim,
em 13 de setembro de 1943 foi criado o Território de Ponta Porã, abrangendo os municípios
de Dourados, Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Maracaju e Bonito, sendo Ponta
Porã sua capital. Seu governador durante os três anos de existência foi o militar Ramiro
Noronha – o território seria extinto em 18 de setembro de 1946 pela Constituição de 1946. É
importante ressaltar, no entanto, que Campo Grande, a cidade da qual emanava o movimento
divisionista, foi mantida de fora desse território. Além disso, Vargas decidiu povoar as áreas de
menor densidade populacional do Brasil, nomeadamente o Oeste do país, através de um
projeto denominado "Marcha para o Oeste".

Associação com as companhias colonizadoras

Tal projeto visava ocupar o oeste do Brasil através do assentamento de colonos que se
dedicariam à agricultura – mormente de subsistência -, portanto ocupando os "espaços vazios"
do Brasil Central. Assim "expandindo o Brasil dentro de suas próprias fronteiras",5 o Governo
Federal logo passou a fazer uso de empresas colonizadoras particulares – as mesmas que
quase que simultaneamente já passavam a se interessar pelo sul matogrossense após o
sucesso no Paraná desse modelo colonizador. Devido à xenofobia do Governo Vargas, no
entanto, diferentemente do que havia ocorrido no oeste paranaense, desta vez os colonos não
eram europeus em sua maioria, mas, sim, sulistas – mais especificamente gaúchos -, que após
três anos de trabalho na terra receberiam sua posse definitiva. Foi nesses moldes que em 1943
foi criada a Colônia de Dourados, localizada no atual Estado de Mato Grosso do Sul. Nessa
colônia, que também atraiu levas de imigrantes que já se encontravam em outras áreas do
Brasil, como os japoneses, além de brasileiros de estados outros que o Rio Grande do Sul,
produzia-se principalmente o café. Mais tarde, desse projeto se originaram Fátima do Sul,
Glória de Dourados, Deodápolis, Douradina, Jateí e Itaporã.

Uma cajadada - o sufocamento do movimento divisionista e o afastamento da Companhia


Matte Larangeira

Dentre os resultados do projeto "Marcha para o Oeste" esteve o apaziguamento dos


divisionistas e seu envolvimento na política do Governo Vargas. Entre outras coisas, Vargas
conseguiu com que a Companhia Matte Larangeira se resignasse a esta sua versão da reforma
agrária, tendo esta companhia regularizado as posses de terras dos ocupantes dos ervais em
troca de ser indenizada pelos arrendamentos. A verdade é que os ervais já se encontravam
devastados e nem o Instituto Brasileiro do Mate, também criado por Vargas, atendeu às
necessidades da Mate Laranjeira, não permitindo à companhia grandes lucros - ela aos poucos
se desinteressava do estado. Ao mesmo tempo a separação do Território de Ponta Porã foi um
balde de água fria tanto ao movimento divisionista quanto à própria Companhia Mate
Laranjeira, além de ter deixado insatisfeito o governo estadual de Mato Grosso.

Apesar de tudo isso, essa época foi de grande crescimento econômico ao sul de Mato Grosso,
gerando impostos que ainda assim não eram suficientes para equilibrar as contas estaduais.
Além da especulação imobiliária, uma vez que migrantes mal sucedidos vendiam suas terras a
outros bem sucedidos, que aos poucos formavam latifúndios, outro resultado da Marcha para
o Oeste foi a série de massacres a povos indígenas no sul matogrossense. A despeito do
extermínio em massa de populações ameríndias, no entanto, a população do sul
matogrossense mais que duplicou entre o censo de 1940 e o de 1960, contando 579.652
naquele ano. Formaram-se novas oligarquias, ao mesmo tempo que a falta de cuidados na lida
com os ervais levou à devastação dos mesmos, desviando o foco da Companhia Mate
Laranjeira para a Argentina.
Ciclo do Gado

Há correntes teóricas que afirmam, no entanto, que no estado de Mato Grosso do Sul nunca
houve um fim ao Ciclo do Gado, sendo o Ciclo da Erva-Mate um aspecto momentâneo e
localizado da economia, portanto, um ciclo menor quando comparado ao outro, que já duraria
duzentos anos.

O Ciclo do Gado teve início quando, no final do século XVIII, o fim do Ciclo do Ouro levou a
uma crise econômica nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Segundo relatos em
primeira pessoa daqueles que estiveram presentes nessas províncias na primeira década do
século XIX, a situação era de convulsão social e de pobreza absoluta em cidades quase
fantasmas.6 Ainda nas primeiras décadas do século XIX, entretanto, Minas Gerais conseguiu
expandir o terceiro setor de sua economia, ampliando suas trocas comerciais com províncias
como o Rio de Janeiro, e extraindo novos metais de seu quadrilátero ferrífero. Já os estados de
Goiás e Mato Grosso não foram capazes de expandir outros setores de sua economia, tendo
havido um processo de ruralização. Passaram a fornecer, desta maneira, gado para a província
de São Paulo através do intermédio da província de Minas Gerais.7

Mesmo quanto à ocupação do leste sul-matogrossense pelos Garcia Leal e seus agregados e do
centro sul-matogrossense pelos Lopes, a expansão dos currais de gado foi um fator
determinante.8 De fato, a região sofreu com a Guerra do Paraguai, sobretudo devido a
doenças. Mas, vale lembrar que o leste sul-matogrossense foi a única área do atual estado que
nunca foi abandonada durante a guerra.9 10 Assim, rapidamente recuperada após o conflito,
essa frente colonizadora logo se expandiu ao sul, oeste e norte. Foi com a chegada da Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil pela cidade de Três Lagoas, no início do século XX, que o Ciclo do
Gado retomou significação financeira local e nacional.

A Divisão[editar | editar código-fonte]

Já na década de 1950, era inquestionável o aumento da importância do leste do estado, uma


vez que o Bolsão Sul-Matogrossense já começava a exercer influência política ao nível
estadual, tanto no norte, quanto no sul. Essas demonstrações de poder que se iniciaram com a
candidatura de Filadelfo Garcia à Câmara dos Deputados do Brasil se confirmaram com a
eleição de Pedro Pedrossian ao governo de Mato Grosso em 1965.

O governo federal com base na lei complementar nº 20, estabeleceu, em 1974, a legislação
básica do período da ditadura militar para a criação dos estados e territórios brasileiros,
reascendendo, assim, a campanha pela autonomia do sul matogrossense.

De fato, em 11 de outubro de 1977, o presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar


31, que criou o Estado de Mato Grosso do Sul, em área desmembrada do estado de Mato
Grosso. Já em 1 de janeiro de 1979, tomaram posse os deputados eleitos, em 15 de novembro
de 1978, para a Assembléia Legislativa e Constituinte de Mato Grosso do Sul, conforme
previsto na LC 31. O primeiro governador, o engenheiro gaúcho Harry Amorim Costa, servidor
público do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), autarquia federal hoje
extinta, foi nomeado pelo presidente Geisel, de acordo com a mesma Lei Complementar.
Atualmente

Na década de 1980 o governo estadual procurou voltar-se para os problemas sociais, a


educação e a saúde. Foi instalada a primeira companhia da Polícia Florestal, incumbida de
reduzir as ações predatórias no Pantanal, área depredada por empresas pesqueiras e por
caçadores. Implantou-se também o Grupo de Operações de Fronteira (GOF) para reprimir o
tráfico de drogas, o contrabando e a caça ilegal de animais silvestres nos 400 km de fronteiras
com a Bolívia e o Paraguai. No ano de 1982 houve as primeiras eleições diretas do estado. Em
1986, a estrada que liga Campo Grande á Corumbá foi finalmente asfaltada.

A par do desenvolvimento do turismo ecológico, propiciado pelo pantanal, na década de 1990


cresceram as perspectivas de desenvolvimento econômico, sobretudo com a decisão de se
concluir as obras da Ferronorte, que permitirá o transporte ferroviário da produção agrícola
para o porto de Santos, no estado de São Paulo. Em 1993 foi criada a Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul e em 1997 foi privatizada a Empresa Energética do Estado de Mato Grosso
do Sul. Em 1998 é eleito governador Zeca do PT e em 2002 Zeca do PT é é o primeiro
governador reeleito da história de Mato Grosso do Sul. Em 2005 é aprovada a criação da
segunda universidade federal no estado, a Universidade Federal da Grande Dourados.

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