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As Origens das Celebrações Modernas – Descrição da Palestra da

Professora Lucia Helena Galvão, Nova Acrópole Brasil.

Uma coisa que o homem moderno esqueceu, é que ele é parte da


natureza e portanto os ciclos que afetam a natureza, afeta também a ele. O
homem não entende o palco que a natureza criou e o que se espera dele em
cada momento. Quando nos colocamos de forma consciente podemos
perceber que elas existem e nos afeta.

Ao entender melhor a natureza, não só eu tiro proveito dela, mas eu faço


como que ela esteja cada vez mais em interação comigo, em harmonia comigo.
Quando colocamos consciência nas coisas há evolução. O que evolui no
homem é a consciência.

 O Ciclo do Eterno Retorno

A Natureza sempre passa pelos mesmos pontos, aperfeiçoando-se um


pouco mais, cada vez que passa.

O ápice do verão, quando o calor chega ao máximo, a vida física chega


ao seu máximo; por conseqüência a vida metafísica ou espiritual vibra em seu
mínimo.

No inverno a vida física fica latente, está lá em baixo, tem certos animais
que até hibernam. A vida física chega ao seu estado mais latente e a vida
metafísica ou espiritual se expande, ou seja, quando a vida exterior se contrai,
a vida interior se desenvolve. Desenvolve a vida por inteiro e depois você vai
ao mudo para presenteá-lo com aquilo que você conquistou dentro de você.

Por que se você não tem vida interior você vai ao mundo para fazer o
que?Para presentear o que? Para organizar o que? Segundo qual modelo?

O homem vai para dentro de si e vê os modelos e depois vai ao mundo e


os organiza. É como um artista que olha pro modelo e depois organiza a pedra.
“Contemplação e organização”, como diria Plotino.

 De onde vem as palavras solstício e que equinócio?

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Equinócio vem de equinóticos– noites iguais. Porque no auge do outono
e no auge da primavera a duração do dia e da noite é precisamente
igual. Enquanto no solstício de inverno ou de verão: no inverno a noite é
maior do que o dia, e no verão o dia é maior que a noite.

Solstício vem de solsistere– Sol parado.

Solstício é sempre de 21 a 24, seja junho ou dezembro.

 Oito Grandes festivais zazonais celta


1. Yule (21 de dezembro, solstício de inverno)
2. Imbolc (1 a 2 de fevereiro, anuncia Primavera, purificação, fecundação)
3. Ostara
4. Beltane
5. Litha
6. Lughnasad
7. Mabon
8. Samain

Tudo isso fora criado para o hemisfério norte. Em relação a nós, o Brasil, está
tudo invertido.

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Páscoa, Pesach; é primavera é nascimento, é coelho, é ovo é a vida
brotando. E nós estamos comemorando a páscoa em pleno outono. É o
momento da colheita, do recolhimento da vida, da maturidade da natureza.

Então fica uma coisa confusa porque você anda pelas ruas e as folhas
estão secando, a natureza está se recolhendo e você entra no supermercado e
está cheio de coelhinhos e ovinhos.

Os grande astrólogos do passado, as civilizações que criaram esse tipo


de convenção são todas, salvo uma única exceção, são todas do hemisfério
norte. E nós passamos para cá, sem qualquer adaptação geográfica. Quem
trabalhava isso no Hemisfério Sul era Incas e povos vizinhos.

Então nós estamos em pleno solstício de verão em dezembro e


colocando algodão nas árvores de natal. Em plena primavera e vivendo o
simbolismo de outono. Em pleno outono e vivendo o simbolismo de primavera.
Nós vivemos tudo ao revés.

Solstício de Inverno: a maior parte dos grandes Mestres de Sabedoria,


do porte de um Cristo, do porte de um Buda... homens desse porte nascem na
terra pela caverna solsticial de inverno. Eles são gerados na primavera,
concebidos na primavera e nove meses depois nascem no inverno.

No inverno, o próprio nome natal já fala isso, é o momento mais propício


para que nasça a espiritualidade. Porque a vida material recolhe-se aos seus
apelos ao mínimo. Então, como a matéria se recolhe ao mínimo dos seus
apelos, o espírito pode falar e ser ouvido.

É muito comum que o Yule (solstício de inverno) esteja ligado, o natal –


que não é apenas cristã. Vários outros Mestres, Mitra na Pérsia, Krishna na
Índia e vários outros Mestres, associado o seu nascimento ao solstício de
inverno.

E o homem nessa época? Esse ciclo para o ser humano é um ciclo de


mote, o inverno da existência é a morte do homem físico. A primavera da
existência é o nascimento, é a infância, é a juventude. Depois vai-se entrando
no verão que é a maturidade. A vida física se recolhe no inverno. E quando o
homem está totalmente identificado com a vida física é o momento em que seu
ciclo de vida se fecha.

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Uma coisa interessante é a sequência dos Signos com as fases do ano.
O Signo tem uma tônica de um momento, de uma idade da Natureza.

Festividades Celtas

Ainda que seja um garoto muito jovem, um adolescente de


CAPRICÓRNIO tem algo nele que parece meio envelhecido, uma postura meio
introspectiva, meio isolada; madura demais as vezes para idade física que tem.
O capricorniano parece que já nasceu velho, porque o signo de capricórnio é o
signo que na natureza é o final do ciclo, não é nem velhice é morte. Capricórnio
já é o momento que a cabra sobe a montanha, é o recolhimento da vida.

Enquanto isso o ARIANO (ÁRIES), tende a ser juvenil ainda que tenha
80 anos. Porque é um signo de nascimento, de infância.

O Zodíaco possui uma associação com as Idades da Natureza.

Mas você pode dizer que é injusto que uma pessoa passe toda uma vida
num signo de sagitário, de capricórnio... não é injusto coisa nenhuma, essa
pessoa necessita viver experiências que são próprias desse ciclo. Diz-se,
segundo as tradições que trabalham com a ideia de reencarnação, que em um
outro momento o indivíduo viverá outras experiências, mas nesse momento a
Natureza sabe, ela dá o que a pessoa necessita viver, ela precisa viver essa
tônica psicológica e em outros momentos viverá outra.

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É lógico que existe uma série de outros fatores que pesam sobre o
homem além de signos, até dentro da própria astrologia tem a questão do
ascendente.

O ponto do solstício de inverno é um ponto de CAPRICÓRNIO –


maturidade, é a subida para o alto da montanha, tende a ser um signo de
retração, de isolamento. Capricórnio é regido por Saturno e Saturnos/Cronos (é
o mesmo Cronos grego) era um Deus de dissolução, o tempo, é aquele que
dissolve todos os seres, normalmente dá um ciclo de uma pessoa muito
introspectiva, um pouco isolada, um caráter um pouco fechado, é típico de
capricórnio. É regido pelo elemento terra.

O Capricorniano quando tem certos fatores que puxam ele para baixo,
ele pode se tornar uma pessoa muito ambiciosa, porque tem essa
característica de subir a montanha, mas a tendência dele é querer todas as
experiências que ele tenha que utilizá-las para subir a montanha, ou seja, para
a superação de um ciclo. Essa é a tendência natural do capricórnio.

No solstício de inverno, existem 3 dias que é o sol-sistere, que o sol fica


parado. Em várias tradições se considerava que nesse momento as sombras
do inverno estavam tentando tragar o sol, e era toda uma torcida para que o sol
fosse vitorioso sobre as sombras e voltasse a reinar soberano.

No dia 25 de dezembro; esse ciclo de luta do sol parado é de 21 a 24 e


no dia 25 de dezembro o Sol ressurgia vitorioso. Na tradição persa eles
chamavam isso de Natalis Solis Invicti – Aniversário do Sol Invicto. Era o
momento em que nascia o sol invicto, o Sol de Mitra, que sempre ressurgia
vitorioso sobre as trevas; e daí eles faziam festas, comemoravam. Enquanto o
Sol não era vitorioso, sobretudo na véspera que era o dia 24, o que que eles
faziam?

Torciam pela luz solar, porque o sol sempre esteve associado à


espiritualidade, sempre esteve associado ao divino, então, eles torciam pela luz
solar. Acediam velas, acendiam círios, se presenteavam com isso.

É bastante comum na mitologia que haja Mestres que nasceram nessa


época e que assim que nasceram tiveram que combater com forças negras:
Hércules – colocam-se serpentes em seu berço; confronta as sombras ainda
bebezinho. Representa o Sol. Krisha – tentam envenená-lo ainda bebê e ele é
vitorioso sobre isso. Representa o Sol. Mitra – mata uma serpente assim que
nasce. Na tradição Cristã, Jesus – temos o sacrifício dos inocentes
(O Massacre dos Inocentes é um episódio de infanticídio causado pelo rei da
Judeia, Herodes, o Grande, que aparece no Evangelho de Mateus (Mateus
2:16-18). O autor, tradicionalmente Mateus, reporta que Herodes teria

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ordenado a execução de todos os meninos da vila de Belém para evitar perder
o trono para o recém-nascido "Rei dos Judeus", cujo nascimento fora revelado
para ele pelos Três Reis Magos).

Esse Sol Menino que está nascendo, esse Sol de Sabedoria, enfrenta as
sombras assim que nasce, e ressurge vitorioso, e no dia 25 de dezembro havia
uma grande celebração pela vitória do Sol sobre as sombras.

No século passado existiu um antropólogo muito bom, Mircea Eliade (13


de março de 1907 à 22 de abril de 1986). Em uma ocasião, Eliade presenciou
um eclipse em uma tribo indígena considerada para os nossos padrões
ocidentais, primitiva. E quando teve esse eclipse, quando as sombras
começavam a engolir o sol, esses habitantes dessa tribo pegavam tudo quanto
é objeto que faziam barulho e saíam as ruas batendo, fazendo um barulho
infernal.

Eliade pergunta ao Xamã porque eles estavam fazendo isso. O Xamã


diz que aquilo tudo era para espantar as sombras, para que ela não engolisse o
sol. No dia seguinte Eliade volta a conversar com o Xamã e o indaga se eles
acreditavam realmente que se não produzissem toda aquela barulhada o sol
deixaria de aparecer, que as sombras engoliriam o sol, que o sol não sairia
vitorioso. Diz-se que o Xamã deu uma gargalhada, “Mas vocês homens
ocidentais são muito pedantes. Vocês acham que o Sol que nós estamos
falando é esse aí (sol físico)? Esse já foi vitorioso sobre as sombras há muito
tempo. Agora existe um equivalente dentro de nós, e esse ainda está lutando e
que se a gente não torcer por ele, ele não vai ser vitorioso.”

Entende isso? O Sol representa a espiritualidade; o nosso Sol Interno


ainda não foi vitorioso, embora aquele lá de cima já tenha sido há muito tempo.
Então não pense que tudo isso é um festival de primitivismo e ignorância, esse
pessoal sabia o que estava dizendo.

Entra um outro ciclo que ia desde o dia 24 de dezembro até o dia 06 de


janeiro. Ao todo se você contar a partir do dia 26 de dezembro até o dia 06 de
janeiro que é o Dia de Reis, são 12 dias. Esses 12 dias eram considerados os
12 Dias Sagrados. Durante muito tempo, inclusive, o natal fora celebrado no
dia 06 de janeiro.

Se sabe que não só os anos mudaram muito, como os dias mudaram


muito. A nossa era, o nosso Anno Domini (Ano do Senhor), só foi fixado no ano
que conhecemos hoje já no século VI por um monge chamado Dionísio, o
Exíguo que fixou a data do ano zero, na verdade, ano zero não existe, o ano 1.
Fixou o ano 1 no ano 753 da Fundação de Roma. Até então isso mudou várias

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vezes, por último ele era em 06 de janeiro. Depois, por causa das celebrações
do solstício de inverno, que a igreja não conseguia fazer com que elas fossem
eliminadas se juntou a celebração do natal com a celebração do solstício de
inverno, que prosseguia em uma Europa Celta.

Há também no Mediterrâneo. Com várias tradições antigas que também


celebram esse momento. Se une no chamado Calendário Filocaniano o natal
cristão ao dia 25 de dezembro, mas esse dia 06 de janeiro, durante muito
tempo foi considerado o próprio natal para a tradição cristã.

Então, do dia 26 de dezembro ao dia 06 de janeiro, são os 12 dias


considerados sagrados. Se diz que as 12 Potências da Natureza mostram
como será o ano. Todo ano, cada mês tem uma tônica de experiências a
oferecer a todos os seres e todas essas tônicas são custodiadas por algum ser,
que eles diziam que eram como se fossem potências da natureza. Seres que
custodiavam o tempo. E que essas 12 potências dão uma amostra do que vai
ser o ano; nesses 12 dias, é como se fosse uma miniatura do ano, são os 12
dias sagrados. Cada dia é uma amostra do que ano trará como potencialidade.

Então, diz-se que quando se tinha os verdadeiros sacerdotes, quando a


astrologia era algo mais sério do que é hoje, eles podiam prevê o que
aconteceria no ano a partir da análise desses 12 dias.

Terminado o Dia de Reis, logo depois do Yule, se tem mais ou menos de


40 até 49 dia para o carnaval. Se saí do signo de capricórnio e entra no signo
de Aquário, depois entra-se no signo de Peixes.

AQUÁRIO, que é um signo regido por Uranos. Urano é o céu estrelado,


onde existem todas as potencialidades do ano que vai começar. Então, aquário
é considerado o signo das potencialidades: imaginativo, onde toda a potencia
de coisas que podem nascer, existem ali, germinando na mente do aquariano.
Imaginativo, inventivo. É um signo aéreo.

Carnaval, o que representa essa palavra? Carne-valles, os prazeres da


carne. É um momento de dissolução, onde se retira o princípio espiritual; que
se diz no solstício de inverno: é a morte física. Quando se retira o princípio
espiritual o que acontece com o corpo físico? Entra em decomposição é o
caos. Até que retira a decomposição no auge do ciclo de Imbolc, e que logo
após vem cinzas, onde todo o resíduo da experiência física do ciclo anterior
morre e começa a germinar a nova vida que nascerá na primavera.

O carnaval então, fica mais ou menos de 40 a 49 dias após Dia de Reis.


Perceba que todo o processo do nosso calendário litúrgico é baseado na
Páscoa. Tudo que vem antes ou depois e calculado a partir da páscoa.

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O domingo de carnaval é a quinquagésima, são 50 dias antes do
domingo de páscoa. A igreja como que não fala do carnaval, mas fala da
quinquagésima e fala da quarta-feira de cinzas. Esses 03 dias que são
domingo, segunda-feira e terça-feira ficam aí como se ninguém os tivesse
vendo, mas eram dias que sempre na história foi reservado ao caos. Eram dias
ondem se prevalecia as forças caóticas.

Para os romanos eles consideravam esses 03 dias como os dias


nefastos, onde toda a ordem se retirava; o Rei sai da cidade e entregava as
chaves da cidade para um rei falso, um rei burlão, um rei momo. Todas as
classes se invertiam, os escravos davam ordens para seus senhores,
debochavam de tudo. Os monges mais básicos debochavam dos seus
superiores, ou seja, era uma inversão total, produzia-se o caos.

Imagine você: as profissões todas trocavam de lugar, as pessoas se


mascaravam, todas as funções se misturavam. Propositalmente se produzia o
caos. Após 03 dias, essa loucura, esse caos que se produzia, se tornavam
insuportável e as pessoas iam as portas da cidade entregar as chaves para o
Rei legítimo, daí ele voltava restaurando a ordem.

Para que se fazia isso? Dizia-se que a maior parte da população, não
eram todos que participavam disso, normalmente o Rei e a Nobreza, a
Verdadeira Nobreza, não a nobreza de posses, mas a nobreza de Virtudes, se
retiravam pois não necessitava mais dessa experiência. Mas para o povo em
geral, o contraste era uma necessidade. No contraste se gera consciência, no
caos se aprende a valorizar o cosmos.

Se o homem não tem a oportunidade de vivenciar o caos, esse caos


ficará latente dentro dele e em um determinado momento vai está fora do
controle dele. Então se restringe esses 03 dias para catar-se, onde o caos
reina. Daí o homem vê o que é o caos, satura de vivê-lo dentro desses 03 dias
e quando volta a ordem, o homem sabe como valorizá-la.

Então era um momento de catar-se, era um momento de confusão que


continuará existindo. Isso na Idade Média era a Festa do Jumento, era a festa
da inversão de valores. Se colocava um jumento no altar da igreja, para se ter
uma idéia. Era um caos total, onde se produzia esses 03 dias burlescos, em
que as pessoas aprendia, depois, a valorizar a ordem, e tudo era visto com
“vista grossa” pela igreja.

Esse caos e o auge onde tem o período que os celtas chamavam de


Imbolc, fica entre o solstício de inverno e o equinócio de primavera. Os Mestres
de Sabedoria nascem no solstício de inverno. É o período do auge dos mestres
como um Sidarta Gautama o Buda, como um Confúcio, como um LaoTse,
como um Jesus.

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Terminado esse ciclo que vai do solstício de inverno ao equinócio de
primavera, esses mestres se retiram do mundo. É a páscoa, é o momento em
que eles sobem novamente aos céus. O ciclo de vida de um Mestre desses no
ano, normalmente é esse: eles descem ao mundo no inverno e sobem aos
céus na primavera.

É a Páscoa, é o Pessach – é a passagem, é o cordeiro de Deus que tira


o pecado do mundo. Quem é o cordeiro nesse ponto (Ostara)? É o signo de
Aires. Esse é o momento de Aires, o cordeiro.

Então depois que passa o carnaval, esse ser cujo o corpo do ciclo
anterior foi decomposto, essa consciência começa a se aproximar novamente
do mundo para voltar a encarnar e viver uma nova vida, uma nova experiência.

Daí começa o processo de PEIXES, que a vida já está começando a se


movimentar por baixo das águas, é um ciclo de Netuno.

O PISCIANO tende a ser um pouco sonhador, como se ele vivesse no


outro mundo. Tende a ser idealista, mas um pouco sonhador, é um signo meio
espiritualizado, um pouco distante das coisas práticas. É típico do pisciano se
você não cuida, ele serpouco prático, tende a ser um pouco romântico, um
pouco distante da realidade.

É um ciclo então onde a vida está se preparando para descer a terra,


mas ainda não conhece a terra. Portanto, ainda não sabe lidar com a terra, é
como se fosse um ser um pouco inexperiente para lidar com as coisas da terra.
Vive um pouco alienado. Esse é o signo de peixes, regido por Netuno e o
elemento água.

O equinócio de primavera; lembrem: o sol cruza o equador, nesses


momentos de equinócio de primavera e outono. Esse cruzar o equador se diz
que é o simbolismo da crucificação, e é o momento que entra o signo de Aires,
o cordeiro.

Muito antes do advento do cristianismo, o que era a páscoa? Era o


pessach, a passagem. Era aquele momento em que os hebreus saem do Egito
e Deus comanda os hebreus que matem um cordeiro e marquem a porta da
casa com o sangue do cordeiro, que viria um anjo e recolheria todos os
primogênitos, menos aqueles cujas portas estivessem marcadas, ou seja, mais
uma vez é o sacrifício do cordeiro, é o cordeiro de Deus, é esse cordeiro
sacrificial. É a mesma idéia que se diz depois o Cristo Jesus, teria vindo
substituir esse cordeiro. É sempre um símbolo do momento em que o espiritual
se torna sacrifício, entra novamente na matéria. É a descida do princípio
espiritual ao mundo.

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A subida dos Mestres de Sabedoria aos céus acontece na páscoa,
pessach, na passagem. Há uma série de civilizações que celebram esse
momento como nascimento da vida espiritual no plano físico, a descida do
homem a terra, a descida da vida a terra.

Ainda hoje nas línguas de origem anglo-saxônicas, Páscoa é Easter, que


vem da Deusa Ostara, que era uma Deusa Celta cujo símbolo era uma lebre,
era sempre associada a ovos também. Tanto a lebre quanto os ovos, estão
representando a vida como semente que está nascendo. É a vida germinando
novamente sobre a terra, é o momento desse brotar da vida.

A Deusa Ishtar representa a mesma coisa no mundo babilônico, a idéia


da vida que está descendo a terra. O mês é o de abril. O que significa abril em
grego? Espuma, eram as espumas donde nascera Afrodite. Lembre que
Afrodite, a deusa Vênus, a deusa do amor, nasce das espumasdo mar, ou seja,
novamente é a vida que nasce no mundo material, é a vida brotando.

No ciclo do carnaval, o mês é fevereiro. Fevereiro vem de Februo


(Februus), que é o Deus Romano da Morte, da dissolução, é o Shiva romano.
Enquanto que Afrodite, nasce das espumas do mar, é o renascimento da vida.
A primavera é a estação verde onde a vida nasce. Daí o homem começa;
imagine vocês que o homem nasce no momento em que o ser divino sobe aos
céus é o momento em que o homem desce à terra e aí começa o processo de
vida de um ser humano normal.

Após Aires vem TOURO. Touro é regido por Vênus, mas pelo elemento
terra. Vênus é amor à terra. Touro então é aquele signo de começar a trabalhar
a terra, enamorar-se da terra, começar a ligar-se a terra. O homem começa a
fazer a sua experiência de trabalhar a terra, até que num determinado
momento no meio do ciclo, 50 dias depois da páscoa vem pentecostes, dentro
do calendário litúrgico.

Pentecostes significa exatamente 50 dias. O que aconteceu nesse


qüinquagésimo dia, que é diametralmente oposto ao carnaval. Lembra que a
50ª lá atrás é o domingo de carnaval, 50 dias depois é pentecostes. Lá é o
caos, aqui é o cosmos, é o momento da vida do homem onde o espírito
desperta, é o quinto elemento. Vocês irão perceber que várias tradições
disseram que o homem ia se desenvolvendo dentro de um ciclo quaternário, ou
seja, desenvolver o corpo físico, o corpo energético, o corpo emocional, o
corpo mental e no quarto momento desperta o espiritual.

Sempre se considerou esse ciclo de 4, 40, 49 dias, como um ciclo de


passagem, de transição entre um momento e outro. Eu falei para vocês que o
ciclo desde o Dia de Reis até o carnaval e depois novamente, do carnaval até a
páscoa tem em torno de 40 a 49 dias. Se vocês lerem um livro tibetano
chamado Bardo Thodol, o Livro Tibetano dos Mortos, eles dizem que o tempo

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entre a morte e a reencarnação, o ciclo em que a consciência viaja, são 49
dias. Esse ciclo do 40 e 49, que vem imediatamente antes do 5, sempre esteve
associado a um ciclo de transição e o 5 é o numero do despertar da
espiritualidade do homem.

Não é a toa que se tem a estrela de cinco pontas, essa estrela de 5


pontas para a escola pitagórica era o pentalfa, o símbolo dos discípulos
pitagóricos, porque? Eles diziam que acima dos 4 elementos despertava o
quinto, que acima dos 4 elementos despertava o quinto que era o espiritual, é o
despertar do contato do homem com o divino dentro dele. Eles diziam que
quando o homem nunca desperta, essa estrela fica invertida o quinto
elemento fica submetido pelas forças da matéria que aí os templários diziam
que isso era o Bode, era o Bafomé, Baphomet ou Bafomete. O homem se torna
um animal quando o elemento espiritual não desperta nele. Então, o quinto
elemento, o número 5, representa realmente o número do homem, do
despertar da consciência espiritual humana sobre o quaternário da matéria. No
quinto período, no 50º dia que é pentecostes, segunda a tradição cristã: Deus
desce, o espírito santo desce sobre os apóstolos em línguas de fogo.

Fogo representa sempre a verticalidade do espírito; se pegarmos uma


tocha de fogo, de qualquer maneira que a viremos, o fogo nela sempre será
vertical. Representa a transmutação, a iluminação, a verticalidade. Então desce
o espiritual, o espirito santo desce sobre os homens em línguas de fogo; é aí
que começaria o advento do cristianismo, ou seja, aquele momento da vida do
homem que nasceu lá na primavera, na Ostara e aqui (Beltane) ele desperta
para a sua consciência espiritual.

Em Beltane que representa o fogo de Bel, era uma festa entre os celtas
que também o elemento central era o fogo, Bel era o Deus do Fogo. É o
momento onde eles celebram uma das principais festividades. O Beltane era a
festa principal para os celtas; Beltane e Samain, para eles eram as duas
maiores festas.

Beltane era a época em que se relembrava o Ezak. Que que era o


Ezak? Enão é só aí, várias tradições falam disso. O Oriente chama isso de
Lótus Branco, o dia do Lótus Branco. Eles diziam que há seres divinos que
tutelam a evolução da humanidade que nesse momento do ano esses seres se
reúnem para fazer um conselho e discutir como anda a humanidade, quais são
os destinos da humanidade. Esse conselho divino era chamado de Ezak. Era o
dia do Lótus Branco.

Veja que curioso porque era o momento em que os assuntos humanos


se elevam aos céus, é o momento em que o espírito divino baixa à terra. É
exatamente no mesmo período de pentecostes o ezak.

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Dentro da tradição Arthuriana se diz que Arthur dorme em Avalon e
todos os anos, exatamente aqui no Beltane, no ezak, ele desperta e todos os
seus cavaleiros vem a sua volta e Arthur pergunta aos seus cavaleiros: “Os
homens já estão prontos para que eu volte? Os homens já estão prontos para
que novamente Avalon nasça? Os homens estão prontos para que se
reconstrua Camelot?” Eles dizem: “Não Senhor. Darmos mais um ano.” E anda
pelo mundo afora tentando espalhar a boa nova.

Era exatamente esse período, Arthur desperta em Beltane, em Avalon,


para perguntar se os homens estão preparados para a sua volta, para que ele
volte a reinar entre os homens. E Arthur representa o elemento espiritual.

Para os celtas esse era o momento mais importante, era o meio que vai
ficar entre a primavera e o verão. Era uma festa super importante.

Uma vez que houve o despertar do homem para o espiritual em Touro


ele começa a subir e depois de touro temos gêmeos.

GÊMEOS é regido por Mercúrio e pelo elemento ar, ele começa a subir
em direção ao solstício de verão que era Litha. Esse solstício de verão que são
as Festividades de São João, as festividades joaninas. O que significa o signo
de gêmeos? Imagine você que o homem despertou para o espiritual aqui (meio
do Beltane) e aí ele começa a se elevar em direção ao espiritual e aqui (início
do Litha) ele se harmoniza com o espiritual, harmoniza céu e terra.

Gêmeos na tradição grega era Castro e Poricles, que um era humano e


o outro era divino e viviam em perfeita harmonia. O símbolo do solstício de
verão não era mais a estrela de cinco pontas , era a estrela de seis pontas,
era o Selo de Salomão. É o momento em que céu e terra se abraçam. Esses
são os gêmeos. O homem despertou para o espiritual e começou a progredir
em relação e ele mesmo, e aí ele se une ao espiritual.

Vocês verão que é o mês de Junho, o nome do mês está relacionado a


Juno que é a esposa de Júpiter, ou seja é a contra parte material, porque as
esposas dos deuses eram sempre a sua sombra terrestre em harmonia com o
espiritual. Então é Júpiter e Juno, a união dos dois, a união entre céu e terra.
Era Mercúrio, o regente de gêmeos. Mercúrio era um Deus que fazia o que?
Era o mensageiro, ele comunicava céu e terra, é o comunicador; é exatamente
esse aspecto.

São as Festividades de São João. São João Batista vem como


anunciador do Cristo que vem depois: “Eu venho antes dele para representá-lo.
Falo em nome dele.” Ele é o anunciador, ele representa o Cristo na terra.
Historicamente falando, na renascença Leonardo da Vinci pinta um São João
Batista belíssimo, com o cabelo cheio de cachos e ele apontando para cima
com um sorriso que parece o da Mona Lisa.

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São João Batista. Óleo sobre a tela. Leonardo da Vinci. Ano 1508-09

Vocês sabem que aquele quadro foi um escândalo na época. Sempre se


representava, era um hábito, se vocês virem todos os outros pintores,
representavam João Batista como um asceta caquético, mal trapilho, aquela
coisa sofrida. E Leonardo vai e pinta um João Batista que era lindo, era
perfeito, e com aquele sorriso como que tivesse te desafiando e apontando
para cima, como que tivesse te dizendo: “A minha beleza vem lá de cima, Eu
sou reflexo do espiritual.” E algo que reflete o espiritual não pode ser outra
coisa que não belo. Perceba que a natureza aí é belíssima, porque? É o
momento em que ela mais reflete os aspectos espirituais.

Se diz que esse é o momento Apolíneo, que é o Deus grego da


Harmonia entre céu e terra. Quando as coisas se harmonizam tão
perfeitamente que você não vê os polos, parece que é uma só, é o momento
de Apolo, sem polos.

Esse momento é uma curiosidade interessante. Também a noite de São


João, as celebrações de São João que são universais. Vocês vão ver na
Europa; na Rússia em um determinado momento em 1831, numa noite de São
de João nasceu uma figura muito importante na cidade de Ekaterinoslav –
Helena PetrovnaBlavatsky.

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O São João então, também era celebrado com fogo. É uma curiosidade
porque o inverno é celebrado com fogo e o verão também. Mas aí já o fogo, a
fogueira, já representava essa união entre o céu e a terra, enquanto que a
fogueira no inverno representava a substituição do fogoque nesse momento
está ausente.

Eu (Lucia Helena Galvão) tive a oportunidade de morar alguns anos da


minha vida em João Pessoa na Paraíba. Uma excelente oportunidade diga-se
de passagem, é um local maravilhoso. A Paraíba é um local muito curioso,
porque o São João paraibano, é lógico que não é só lá, mas lá muito
fortemente. O São João deles é muito mais importante que o natal. Quem já
morou lá, que já conhece, sabe que é mais importante para eles a família está
reunida em torno da fogueira na véspera de São João do que no natal.

É uma mistura do simbolismo do solstício de verão, com o simbolismo


do solstício de inverno. Porque o fogo do solstício de verão é festa, é barulho, é
expansivo é comemoração, enquanto que o fogo do solstício de inverno é
recolhimento, é união, é confraternização familiar. E você vê muito esse
elemento no São João paraibano. É como se intuitivamente, porque São João
lá é inverno, então não era para ser São João era para ser natal. É como se
eles intuitivamente percebessem isso e começassem a transferir a importância
do natal para aquela data, ninguém disse, mas intuitivamente se sente isso da
natureza. E o São João é muito mais importante do que o natal para um
paraibano. É como se eles sentissem que o momento de confraternização, de
interiorização, de união, é ali e não em pleno solstício de verão (dezembro).
Então há muitos elementos próprios do folclore do natal incorporados no São
João paraibano. É bem interessante isso.Isso é intuitivo, porque eles percebem
essa defasagem.

Esse é o momento de embelezamento da natureza, é o festival do Litha,


é união de céu e terra, é o São João é o signo de gêmeos. Você vão ver que
Mercúrio é o comunicador, e vocês querem gente mais comunicador do que um
geminiano, bom se não são pelo menos tem uma boa tendência. O diretor da
Nova Acrópole no Brasil é geminiano, comunica muito bem, fala muito bem.

Aí entramos em um processo onde se começa a avançar para


Lughnasad, começa a avança então em direção ao outono, ao meio do ciclo.
Uma curiosidade que existe aqui neste período de solstício de verão. Se
considerava que essa era uma data muito especial, porque como a vida estava
em toda a sua plenitude, uma explosão de vida, era o momento onde era mais
propicio para se vê os Espíritos Elementais da Natureza, fadas, gnomos, elfos.
Existe um livro de William Shakespeare – Sonhos de uma noite de verão. Esse
mesmo título em inglês A Midsummer Night’s Dream – Sonhos de uma noite de
meio de verão.

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Litha não é plenitude do verão é o meio do verão, o verão entra em
Beltane e se retira em Lughnasad, era o momento que se dizia que os
elementais estavam efervescentes, a vida física estava efervescente, aí temos
a união de Oberon e Titânia que são o rei dos elfos e a rainha das fadas. Era
uma noite mágica, daí é que se faziam as adivinhações, as coisas do São
João. Se diz que nesse momento os elementais estavam efervescentes, toda a
vida física estava no seu ciclo de maior agitação. Então se diz que a noite de
Litha era uma noite mágica. Enquanto aqui a vida está em seu ponto máximo,
lá em Samain a vida está em seu ponto mínimo.

E aí progride-se para Lughnasad. Entramos no signo de CÂNCER.


Então eu cheguei em uma harmonia entre céu e terra, vivi toda uma
experiência de espiritualidade, conciliei de uma certa maneira, tive a primeira
experiência de conciliar céu e terra. Que se faz agora? Volta para dentro, vai
trabalhar, vai assimilar todos esses elementos, volta para a casa, para dentro
de você. É um signo de muito recolhimento, de reflexão. Vocês já perceberam
como um canceriano é caseiro, recolhido, tende a introspecção, tende a vida
interior? É um signo lunar.

Vocês vão perceber que é muito comum, que a lua esteja associada a
esse aspecto, porque a lua não tem luz própria ela reflete a luz do sol. Então a
lua, quando você fala dela você está falando do momento onde a luz espiritual
refletiu na terra, então a luz espiritual refletiu no homem, ele está aprendendo a
trabalhar com isso, para depois, no momento seguinte em LEÃO, ele ver um
ciclo solar, porque leão é sol. Então ele traz para dentro, está trabalhando na
noite, com a lua, ele está introjetano, elaborando todos esses elementos que
ele viveu até agora na vida, ele está caminhando para a maturidade que vai
selar no período já de outono. Está caminhando para Mabon que é maturidade.

O homem começa a trazer para dentro as experiências e assimilá-las,


assimilou, depois que ele organizou internamente, o próximo ciclo é expansão.
É a liderança, é um signo solar, é um signo de projeção, de energia que é leão.

LEÃO é um líder nato, ativo, líder, solar e o símbolo deste signo é fogo.
Nós iremos ver que nesse momento estamos caminhando para o equinócio de
outono é Lughnasad. Nesse momento, hoje, nós já não conhecemos muitas
coisas. Era um festival que era importante dentro das tradições antigas.

Lughnasad na tradição romana era o Festival de Séries e para os


gregos era o Festival de Demétrius. Sabe onde se celebrava Demétriu? Em
Elêusis, o Festival de Elêusis. Elêusis era uma escola interna e numa época do
ano ela se abria para fazer festivais públicos que contava a história de
Demétrius e Perséfone. Mabon é o meio do outono. A entrada do outono que é
o ciclo da colheita, de colher os frutos é em Lughnasad.

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Isso veio para o Brasil, inclusive no interior ainda tem muito disso,
exatamente nessa época se celebra o Dia de Nossa Senhora das Brotas, que é
uma séries cabocla. É o momento de celebrar a colheita, a fertilidade da terra.
E daí se caminha para Mabon que é o equinócio de outono.

O equinócio de outono, já é a maturidade do homem e o signo que rege


esse período é o signo de virgem. VIRGEM, uma característica de virgem é
Mercúrio, é também um comunicador, mas perceba que lá atrás o gêmeos era
um Mercúrio aéreo, era o elemento ar e aqui em virgem é um Mercúrio
terrestre, é o momento de se pegar tudo aquilo que se recolheu lá de cima e
trazer para a terra. Virginiano é o organizador, ele vai trabalhar com a idéia de
aprimoramento, a análise, colocar cada coisa no seu lugar. Então ele foi ao
mundo, atuou, teve uma jornada terrestre, um jornada forte em leão, foi líder, e
agora ele vai organizar cada coisa no seu lugar.

Entramos em Mabon que é o equinócio e no signo de LIBRA. Libra são


as balanças é o equilíbrio. Em libra você irá fazer uma conciliação madura, o
homem libriano é o homem maduro, onde ele vai conciliar, vai harmonizar
todos os fatores da vida, a balança representa exatamente isso. A harmonia, a
convivência e a conciliação. Libra é regido por Vênus, assim como touro, só
que já não é mais um Vênus terrestre como é em touro, agora é um Vênus
aéreo.

LIBRA vai conciliar as coisas tendo em vista toda a espiritualidade que


ele captou, ele não vai conciliar só as coisas da terra, ele vai conciliar céu e
terra, vai colocar cada coisa no seu lugar. É fundamental o momento de libra,
de maturidade, de sintetizar a experiência de vida, de colher os frutos – porque
é outono. Então libra vai colher todos os frutos que ele plantou ao longo da
experiência, vai colocar cada coisa no seu lugar, vai organizar a sua vida, vai
aprimorar a sua convivência consigo mesmo e com tudo que existe a sua volta.

Porque daqui a pouco vai entrar ESCORPIÃO. E escorpião é o cirurgião


que extirpar tudo inútil, ele vai entra para jogar fora tudo aquilo que não presta,
tudo aquilo que está sobrando e se restringe ao essencial. Volta novamente
para dentro e corta tudo que não é estritamente necessário para o processo de
vida. É um signo de seleção.

ESCORPIÃO é interessante porque como ele tem esse ciclo de extirpar,


ele está associado um pouco com o simbolismo da morte, porque ele condena
algumas coisa à morte, algo que dentro dele não é necessário ele corta, ele é
muito preciso. O signo de escorpião é solitário, é profundo é o cirurgião que
extirpar o inútil. Perceba que ele é regido por Plutão, que é Hades o Senhor
dos subterrâneos. O que é isso? É a descida ao inconsciente, é descer e ver as
tuas sombras e tirar tudo aquilo que não te interessa, é o momento de auto
conhecimento; é um homem muito maduro o homem de escorpião. É aí ele vai
entrar mais ou menos no ciclo do Samain.
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Esse Samain era a segunda festa mais importante entre os celtas. O
ciclo de Samain que acontecia mais ou menos no final de outubro ou início de
novembro, corresponde a que para nós? Finados. Logo depois será a plenitude
do inverno.

Samain era o momento que se diz que os mortos e os vivos mais se


aproximavam, que havia um véu tênue entre eles, uma aproximação da vida e
da morte. Entre os romanos essa data era o momento onde o patriarca andava
pela casa jogando favos pelas costas, para que os antepassados fossem
propício a família, a vida, ao clã. Era o momento onde eles consideravam que a
vida e a morte se aproximavam muito, porque era o inicio de um ciclo de
inverno, no contraste era o momento onde os dois opostos mais se aproxima.

Para nós isso passou com a idéia de Dia de Finados, e depois virou uma
brincadeira que é o Halloween. Daí as crianças saem fantasiadas, que aliás é
um festival que tem origem com os celtas. Representando esses mortos que
voltam a vida pedindo alimentos, ou seja, pedindo gostosuras ou travessuras.
De uma certa maneira isso sempre ouve, eram as favas que o patriarca jogava,
ele ia acertar contas entre a vida e a morte, era o momento de maior
aproximação entre os dois mundos. E depois na Idade Média surge um monte
de outras coisas, que diziam que esse era o dia das bruxas, entre outras
coisas. Esse era um dia muito importante dentro da tradição celta.

Nesse momento dentro do nosso zodíaco, se sai de escorpião e se entra


na velhice mesmo, já é a pessoa que está fechando seu ciclo de vida e o
fechamento do ciclo de vida é um signo, é SAGITÁRIO. Sagitário volta a ser
fogo, mas é regido por Júpiter, por Zeus. É o Rei do Olímpio, é o momento em
que o homem tem que reinar sobre a sua experiência. Lembre como é o
sagitário: sagitário é o centauro, ele impera sobre a sua parte animal, ele
possui o arco e flecha e atinge o alvo. Sagitário é o momento em que o cidadão
já tem que está regido por Júpiter, ou seja, reger a sua experiência. Júpiter é
Rei, é fogo, é espiritualidade é o momento do ancião sábio; fechou a sua
experiência com fecho de ouro, dominou o animal e atingiu o alvo. E capturou o
elemento fogo, entrou no reino de Júpiter de Zeus, porque Júpiter é Zeus.

Então é expansão, é generosidade, capacidade de propagação de


divulgação, justiça; mas uma certa melancolia também que é o símbolo dessa
vida anterior que ele conquistou, um certo distanciamento do mundo material,
ou seja, o sagitariano é ancião, é o extremo da vida porque capricórnio que
vem em seguida já é um signo de morte. Capricórnio já é o momento em que já
se separou a experiência material, já é um signo de morte.

E aí voltamos ao Yule, que é o solstício de inverno. Uma curiosidade que


vocês irão perceber, dentro do ciclo romano a princípio só haviam 10 meses,
depois é que se incluiu os dois meses que era Julho e Agosto, em homenagem
à Julio Cesar e a Otavio Augusto. Tanto que disso que vem o nome Setembro,
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Outubro, Novembro e Dezembro, que era 07, 08, 09 e 10. E hoje não é mais,
eles não são mais os meses 07, 08, 09 e 10, mas vem dessa época. Então
vocês vão ver que esse fechamento do Yule logo depois do solstício de inverno
e o carnaval para eles acontecia praticamente tudo junto esses dias nefastos
eram no finalzinho do ano. E o ano nascia na primavera. O início do ano era a
primavera. O Deus Janos, que é de janeiro.

Esse ciclo de dissolução que era o carnaval, era regido por um Deus que
era Dionísio. Você já teve ter ouvido falar das bacanais, das dionisíacas, era o
carnaval e depois as saturnálias ocuparam esse papel numa Roma mais tardia.
Dionísio vinha regendo. Se faziam um carro que tinha quatro rodas, mas a
forma era a de um barco e eles chamavam de carro navalles, que se diz teria
sido, talvez, uma das origens da palavra carnaval.

Dionísio vinha dentro desse barco, tomando vinho e toda aquela festa,
uma quebra total da ordem. Existiu um filósofo chamado Friedrich Nietzsche
que faz um estudo muito interessante sobre essa oposição entre Apolo e
Dionísio. Ele diz que Apolo vem para conciliar as dualidades, harmonizar, gerar
um mundo todo arrumadinho, belo. E Dionísio vem para separar, para gerar o
contraste. Se diz que se num determinado momento não se gera o contraste e
não faz o homem perceber que existem dois mundo e não um só.

O homem nunca vai optar pelo espiritual. Uma hora há que se gerar o
contraste, você tem que separar aquilo que Apolo uniu, para que o homem
valorize o espiritual, e faça com que ele impere sobre a matéria, se não ele
reprime a sua parte instintiva e ela vai se manifestar inconscientemente.
Dionísio regia esses festivais e o vinho...

Não sei se vocês já ouviram falar, mas existe um livro de Platão: O


Banquete. Onde Platão fala da necessidade de saber usar o vinho. Ele diz que
dentro dos seus banquetes ele usaria o vinho como elemento educativo.
Porque? Da mesma maneira que Dionísio usava. Muitas vezes as pessoas
resistem ao vício não por virtude, não por princípios, mas por inibição. E que
uma dose medida de vinha retira essa inibição e coloca o homem despido
diante das tentações dos vícios. Se o homem resiste é por princípios e não por
inibição. Porque resistir ao vício por inibição não tem nenhum valor
transcendente. Os festivais de Dionísios era para dá aos homens essa dose de
vinho. E vê quem permanecia harmonioso depois disso. Quase ninguém.

Mostrava claramente que não havia essa harmonia conquistada, trazia a


tona o contraste. Porque você deve perceber que quando nós reprimimos algo,
que não possuímos conhecimento de que ele existe, isso vai se manifestar
inconscientemente e você não terá noção. Enquanto você não ver esses bichos
que existem dentro de você, não tem como controlá-los.

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Dionísio então separa e mostra, isso é você. E depois o homem deveria
entrar num ciclo de harmonia e dominar tudo isso. Mas você já viu. Como já foi
dito, os nobres se retiravam, porque não necessitava mais dessa experiência,
eles a consideravam grosseira. Mas o povo em geral virava um bicho, e aí
depois ia viver o resto do ano sabendo que dentro de si tinha um bicho. E se
não sabe?

Em momentos limites da vida esse bicho aflora e ninguém sabe, é pego


de surpresa. Então é como se fosse uma catar-se coletiva onde se mostrava,
bom – você é isso. A harmonia você ainda terá que conquistar, mais esse bicho
ainda está dentro de você. E isso era induzido pelo vinho. Então eram esses
festivais que os romano chamavam de dias nefastos, que depois com a
introdução de mais dois meses, foram cair exatamente no carnaval.

Fora explicado que isso tem a ver com o ciclo do ano como um todo, tem
a ver com o ciclo de um único dia, você verá que tem esse mesmo momento de
nascimento primaveril que é a manhã, tem o meio dia que é o verão, tem o
ocaso que é o outono, tem a noite que é o inverno. Isso tem num ciclo de uma
vida de um ser humano. E tem os grandes ciclo onde se vive tudo isso.

Diametralmente oposto ao ciclo do carnaval temos o ciclo do


pentecostes. A princípio eram 03 dias, o domingo, a segunda-feira e a terça-
feira gorda e acabou, cinzas vinha e queimava tudo e começava novamente a
ordem. Hoje você percebe que o carnaval transbordou, o caos transbordou e a
ordem lá do outro lado, quem lembra de pentecostes?

Pentecostes já foi tão importante no passado, que a principal parte da


missa do pentecostes foi composta por um rei, o Rei da França. Era
importantíssimo, toda a sociedade se verticalizava no pentecostes, hoje isso
não significa nada, nem o Ezak, nem o Lótus Branco, nem o Pentecostes; isso
aqui hoje é esquecido, tem muita pouca importância. Ou seja, o cosmos se
reduziu e o caos transbordou. Porque será que aconteceu isso?

Se diz que da mesma maneira que existem micro ciclos que é um dia,
tem ciclo que é um ano, tem macro ciclos também na natureza. Segundo a
Tradição Oriental, nós estamos vivendo um macro ciclo hoje, que é o Kali
Yuga, e esse Kaly Yuga é um ciclo carnavalesco. É como se você imaginasse
que as festas do carnaval que duram 03 dias, durando 432 mil anos, é um
macro ciclo carnavalesco. É o Yuga de ferro (Idade de Ferro), é onde o homem
vive a experiência do caos.

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Segundo a Tradição Oriental nós estaríamos em pleno Kaly Yuga. E aí
nós passamos a ter um carnaval que não está restrito a 03 dias, nós vivemos
um ciclo carnavalesco que tende para o caos, e o cosmos não é bem
compreendido, tem que ser imposto.

A vinda de Kalki é a encarnação final do deus hindu Vishnu (Krishna),


que é previsto para vir pela ÚLTIMA VEZ neste “final de ciclo”, como um
cometa resplandecente e armado com uma espada (símbolo da JUSTIÇA)
aterrorizante para provocar a aniquilação dos homens e mulheres entregues à
barbárie, selvagens e perversos nesse período final do Kali-yuga” (Sri
Dasavatara Stotra, 10 Sloka).

De acordo com a crença hindu, o tempo universal é composto de quatro


grandes períodos, ou Yugas (Eras):

1. Satya-yuga, com 1.728.000 anos de duração, o ser humano viveria em


torno de 100 mil anos e com estatura de cerca de 10,5 metros de altura,
a sabedoria domina a criação;

2. Treta-yuga, com 1.296.000 anos de duração. Os seres humanos ficam


ligeiramente menores em comparação com seus predecessores da era
Satya-yuga. A agricultura, trabalho e mineração tornam-se existentes. A
duração média da vida dos seres humanos é de cerca de 1.000 a 10.000
anos e a altura atinge até 7 metros.

3. Dvapara-yuga, com duração de 864.000 anos. Dvapara significa “dois


pares” ou “depois de dois”, é quando surgem os dois gêneros, “quando
Eva é retirada de Adão”. Nesta era, as pessoas ficam contaminadas com
qualidades tamásicas e não são tão fortes quanto seus antepassados.
As doenças tornam-se desenfreadas. Os seres humanos estão
descontentes e lutam uns contra os outros, surgem as guerras. Os
Vedas são divididos em quatro partes. As pessoas ainda possuem
características de juventude na velhice. a vida média dos seres
humanos decresce novamente e fica em torno de apenas poucos
séculos com sua estatura agora menor, em torno de 3,5 metros.

4. Kali-yuga (Idade do Ferro). Sua duração é de 432 mil anos. É a


era final de todo o grande ciclo. É a era das trevas e da ignorância, da
luxúria e da permissiviade. As pessoas se tornam corruptas e pecadoras
e carecem de virtudes. Todos se tornam escravos de suas paixões, da
lascívia, luxúria, e são quase animais em comparação aos seus
antepassados mais antigos no Satya Yuga. A sociedade cai em
desordem e as pessoas se tornam mentirosas, imbecilizadas e

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hipócritas. O conhecimento e a sabedoria se perde e as escrituras são
destruídas. Os seres humanos comem comida proibida e contaminada e
se envolvem em práticas sexuais pecaminosas sem nenhuma restrição.
O ambiente é altamente poluído, a água e os alimentos tornam-se
escassos, a natureza (o FEMININO) é completamente degradada. A
abundância é fortemente diminuída. As famílias tornam-se inexistentes.
O período da vida média das pessoas é de apenas 80 anos (em raras
exceções) em meio a uma série de doenças, e a estatura média é de
apenas 1,75 metros, até o final do Yuga.

Existe um livro muito antigo oriental indiano de que chama Vishnu Purana.
O Vishnu Purana é milenar, calcula-se que deva ter em torno de alguns
séculos antes de Cristo. Existe uma certa polêmica entre o que os indianos
brâmanes dizem e o que a ciência diz, mas alguns séculos antes de Cristo
com certeza ele tem.

Esse livro fala sobre o que vai acontecer nesse ciclo carnavalesco que é o
Kaly Yuga: “Haverá monarcas contemporâneos reinando sobre a Terra, reis
de espírito mal e caráter violento, voltados à mentira e à perversidade.

Farão matar mulheres, crianças e vacas; cobiçarão as mulheres dos outros;


terão poder limitado, suas vidas serão curtas, seus desejos insaciáveis;
gentes de vários países, unindo-se a eles seguirão seus exemplos; e, sendo
poderosos os bárbaros, sob a proteção dos príncipes, e afastadas as tribos
puras, perecerá o povo.

A riqueza e a piedade diminuirão dia a dia, até que o mundo se


depravará por completo; a classe será conferida unicamente pelos haveres;
a riqueza será a única fonte de devoção; a paixão o único laço de união
entre os sexos; a falsidade o único fator de êxito nos litígios; as mulheres
serão usadas como objeto de satisfação puramente sexual; a aparência
externa será o único distintivo das diversas ordens de vida; a falta de
honestidade, o meio universal de subsistência; a fraqueza a causa da
dependência; a liberdade valerá como devoção; o homem que for rico será
reputado puro; o consentimento mútuo substituirá o casamento; os ricos
trajes constituirão a divindade; reinará o que for mais forte; o povo não
podendo suportar os pesados ônus (o peso dos impostos) buscará refúgio
nos vales.

Assim, na idade de Kali a decadência prosseguirá sem detença, até que


a raça humana se aproxime do seu aniquilamento (Pralaya).

Quando o fim da idade de Kali estiver perto, descerá sobre a Terra uma
parte daquele Ser Divino que existe por sua própria natureza espiritual
(Kalki Avatar); Ele restabelecerá a justiça sobre a Terra e as mentes que

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viverem até o fim da Kali Yuga serão despertadas e serão tão diáfanas
como o cristal. Os homens assim transformados serão como sementes do
verdadeiro homem (Eu Superior).”

As descrições feitas sobre a Era de Khali são bem atuais, qualquer pessoa
concordará que seu cenário é similar ao contemporâneo, e similar a diversos
textos proféticos de outras origens.

E como se o nosso momento histórico vivêssemos um permanente


carnaval, que o nosso rei foi permanentemente momo e o Rei verdadeiro
estivesse permanentemente às portas da cidade esperando que se fossem
busca-lo e ninguém vai, e Arthur jamais desperta em Avalon, ou seja, é um
ciclo carnavalesco, é um macro ciclo onde esses 03 dias de carnaval, nós
estamos vivendo exatamente isso. O caos prevalece sobre o cosmos.

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