O LIBERALISMO
Prefacio de TRIST ÃO DE ATAHYDE,
IMPRENTA BOADA
Paseo Blaeco lbáfiez, 2
BARCELONA ( EsPANA)
' 1 9 53
DO AUTOR
A Tbeosophia 19Sl4
Polemica e Doutrina 1925
O Laiciamo. 1926
D. Vital 1931
O Liberalismo 19J3
... «combato o liberalismo por
conlemporaneo. »
jackson de Figueiredo.
Prefacio 9
11 O hiberalismo 17
111 O hiberalismo politico 23
IV O hiberalismo e a liberiJoiJe iJe cons-
ciencio. 33
v O hiberalismo e o ensino 45
VI O hiberolismo economico -55
VIl O hiberolismo e a moconario 67
VIII O hiberolismo cotholico . 73
IX O hiberolismo no oriJem internocio-
na I. 89
X Um exemplo iJe hiberolismo brasileiro 109
XI Um exemplo iJe hiberalismo cotholico
brasileiro 125
XII Um episoiJio iJo componho liberal 131
XIII Umo constifuictto liberal iJo seculo XX 149
PREFACIO
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desvirtuadas pelos systhemas parciaes,-e
sim de uma confusão no proprio amago
das idéas, de uma preparação incompleta
para ajuizal-as, de uma indistincção pro
veniente de ignorancia e de franqueza.
Esse é perigo de nossa tendencia a hostili
sar tudo o que se apresente com princípios
seguros e com disposição a não os repudiar
deante do opportunismo das circumstan
cias.
E esse tambem é o segredo do grande
exito que teve e continúa a ter entre nós
o liberalismo. Systhema de idéas fundado
na autonomia do individuo, foi elle desde
o inicio e sobretudo a partir da Revolução
Franceza, a philosophia da burguezia.
Classe individualista, por excellencia, que
succedeu á nobreza do sangue pelo exito
economico e político, fez dos postulados li
beraes a base de sua concepção da vida.-�
c�epçã�o bem proprio como primor
gjal ao bem commum, em política e sobre
tu� economia, correspondeu em phi
lºsophia á concepção do senso proprio
como superando o senso commum. O indi
viduo e seus direitos, como supenores á
sociedade, é o que fórma a trama dessa
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concepção da vida, que hoje começa a de
cahir por toda a parte, mas que entre nós
ainda encontra defensores exaltados, tan
to mais quanto a revolução política em que
vivemos, ha anno e meio, se fez sobre uma
plataforma de princípios liberaes.
Esses princípios, nas varias applicações
em que podem revelar-se é o que Perillo
Gomes estuda nesta obra, que é um grande
serviço prestado á boa causa em nossa ter
ra. O grande mal do liberalismo, aqui no
Brasil, mais que em qualquer parte é que
os seus princípios não são explicitamente
formulados. Foi a Maçonaria que conden
sou, em codigo de acção, os princípios phi
losophicos do individualismo liberal, mui
to especialmente em seu aspecto anti-ca
tholico. ·Aqui, porem, a propriru Maçona
ria, durante o seu reinado no período im
perial, trabalhou por espalhar a confusão,
não formulando claramente o seu credo e
deixando que o Catholicismo fosse subrep
ticiamente invadido por elle, de modo a
morrer de inanição em vez de morte vio
lenta...
Espalhou-se, portanto, o liberalismo
como sendo menos uma doutrina que um
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ambiente, menos um codigo de princípios
que uma expressão do bom senso natural.
E sobretudo, confusão suprema e mais gra
ve que todas, fez-se do liberalismo uma
virtude. Foi o que podemos chamar uma
confusão grammatical, pois transformou
um substantivo em adjectivo I O termo li
teral, em vez de significar uma determina
da posição philosophica, uma concepção
da vida baseada no absolutismo individua
lista, passou a significar um elogio. Ser li
beral não era ser partidario de certas fór
mas políticas, economicas ou philosophi
cas e sim ser um homem de coração aber
to, de idéas largas, de espirito generoso!
E dahi a terrivel difficuldade em desen
raizar-se certos preconceitos liberaes da
consciencia dos proprios catholicos e, por
outro lado (erro provocado por excesso de
1·eacção) o perigo de negar as verdades de
que o liberalis_!!lo é apenas o erro por exag
gero, como sejam a liberdade de ensino ou
ã--rrhe�dade -de- -assoêla Çã� entendidàs--no
- - - -
seiifiifo harmon:lo�� � �alista a:;-��c ep çã�
- -
so�ol ic��(�51ilieiillsmo lev�_rtos
c�tholicos ª__Eillpathisar ou mesmo p�
tuar com a rea�ão absolutista moªerna,
- - -·· -· ----- -- ------- ------
--·--
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ferindo portanto duplamente a �iloso-
p-·- - ·-· -
Abril de 1932.
TRISTÃO DE ÁTHAYDE
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ceza.
--Se se desejar investigar a sua origem mais remota
chegar-se-á ao ponto inicial de todas as negações
e de todas as revoltas : o grito de soberba do anjo
rebellado.
O que caracterisa, com effeito, essas liberdades,
é a revolta. Revolta do individuo contra a autoridade
de Deus e toda influencia disciplinadora do seu pen
samento e dos seus appetites; revolta da sociedade
contra toda limitação em nome de realidades de
ordem transcendente, e de direitos extra-naturaes.
Anarchia, portanto, das consciencias, desordem po
litica e despotismo. Em conclusão: bolchevismo.
Ao menos por definação, existem duas formulas
de Liberalismo: um radical e um moderado.
O radical não somente affirma a inteira, a abso
luta independencia do homem e da sociedade em re-
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PERILLO G OMES
.cl_�d_'!_d�J«:!igi_o:-_
sa, que mteressa á vida futura do homem-sua vida
·vcrliadeira-áque!Ta ã -q-Üe-·ê"stão "co�fÍados apenas
os sl'i'� lntc_��s���-� i�Íll��dl�f��. �_!!giy_el�. __ t@ risito-
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riiJll.
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mcnh: thcorlca, não corrcspondc á realidade porque
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o l.llCJlt. lnh:rc11111ndu 11u mct�mo. IZl�Jv_lduo, ��aJ1i r_e:
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e'SSã7uri õSã definTÇãÕ: "l'accroissement des parties
de l'intelligence d'en haut filtrées par l'accroissement
de l'intelligence d'en bas, pour revenir à leur point
de départ en directions générales, acceptables et pra
ticables pour l'ensemble de la nation".
Para Herriot, a Democracia é um regimen que
"procura integrar na sociedade a idéa de j1.1stiça
fornecida, não pela natureza, porém pela razão".
Ou ainda, "o regimen que deve procurar reapproxi
mar, até que se confundam, a moral e a politlca".
Ha ainda outras definições nesse inquerito, igual
mente pittorescas c diffusas. E Le Bon attribuiu suas
chocantes discordancias á circumstancia de perten-
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O LIBERALISMO E A LIBERDADE
DE CONSCIENCIA
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Egreja de Christo.
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o mal.
...
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O LIBERALISMO E O ENSINO
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O LIBERALISMO ECONOMICO
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O LIBERALISMO
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potencia
.....
legitima tendo em vista o bem commum:'. .
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O LIBERALISMO E A MAÇONARIA
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O LIBERALISMO CATHOLICO
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O LIBERALISJJO
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O LIBEBALISMO
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-- -A unicãexlgencia que a Egreja faz é que, admit
tido o regimen democratico,o eleitor não sej a cha�
m ado a se pronunciar em materia superior aos seus
conhecimentos e que, no exercício dessa prerogativa
proceda como um homem religioso, preparando-se
para votar, com a meditação · e a prece, tal como nas. .
eleições para o Chefe Supremo da Egreja.
Deste modo, não tendo repellido a Democracia, . á
Egreja não é justo inculpar das possíveis divergen
cias ou desconfianças, que em relação a ella, man-
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O LIBERALISMO N A ORDEM
INTERNACIONAL
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MODALIDADES DE INTERNACIONALISMO
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x t t i
c.e.rces duradou.ro� «:! ga an i r a es ab, l idade da paz
· ·
eQtre os povos.
(As argulções d.e Herriot e d.e mais inim,igos da
Egreja, neste pal'ticular, já e.stavam aliás, de ante
mão esmagadoramente contestadas por José de
Maistre, em seu livro "Ou Pape" ( paginas 1 1 7, 201 ,
e 208 ), e m que su stenta as seguintes theses : nunca
os Soberan os Pontifices pretenderam o augmento
dos seus domínios temporaes em prejuizo dos prín
cipes legitimas ; a autoridade d o s papas foi a po
tencia escolhida e constituída na Idade Media para
estabelecer o equilibiro da soberania temporal e tor
nai-a supportavel ; as l u ctas do Papado com os prín
cipes tiveram sempre u m destes objectos : a salva
guarda das leis do matrimonio, conservação dos di
reitos d a Egreja, a preservação dos costumes sacer
dotaes e a defesa da liberdade da ltalia. )
já no seculo IV o Papa S. Gregorio o Grande,
tentara o rganizar as nações em federação sob a de
signação de Republica Christã. A i déa progride com
a conversão de Clovis, Rei dos Francos e toma cor
po com o tri umpho de Carlos Magno, formando-se
�ntão o Santo Im perio, cujo systema depende de "um
p,rotector poderoso collocado no cimo da hierarchia
civil, que se faz defensor da Egreja, não a titulo de
Rei, mas, com caracter meio sagrado, cuja investi
dura recebe do Papa e é regulada em pacto solemne
submettido á sancção das nações christãs pode�o
sas". O certo é que esse systema forneceu a verda
deira theoria da ordem juridica internacional na Ida
de Media, que era o de intima collaboração dos
poderes espiritual e temporal . Os ecclesiasticos to
mavam parte nas assembléas civis e vice-versa, mas
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UM EXEMPLO D E LIBERALISMO
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