Introdução
Este trabalho tem como tema “O único argumento possível para uma
demonstração da existência de Deus”. Como é do nosso conhecimento a existência de
Deus é alvo de argumentos contra e a favor, e tem sido propostos por filósofos,
teológicos, cientistas e outros pensadores ao longo da historia. Os que acreditam na
existência de uma ou mais divindade são chamadas de teísta, e os que rejeitam a
existência de Deus ou deuses são chamados de ateus. Mas análise será segundo a
perspectiva de Kant um filosofo prussiano, neste caso devemos refletir sobre as
seguintes questões: Deus existe? Será que possível demonstrar a existência de Deus a
partir de provas físico-teológicas, cosmológicas e ontológicas? Qual é o único
argumento que prova a existência de Deus? A partir desta trindagação temos como
objectivos:
Objecto geral:
Objectivo específico:
4
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
Quarta consideração
Segundo a regra da sã razão diz que “sem um motivo forte não se pode admitir
um milagre ou acontecimento sobrenatural.” Portanto esta regra admite dois
pressupostos:
“Uma coisa não é boa porque segue o curso da natureza, mas o curso da natureza
é bom na medida em que o que daí decorre é bom” esta frase é sustentada da seguinte
forma: Deus concebeu o mundo na sua vontade, onde todas as partes que constituem
mediante a conexão natural, cumpriria a regra do melhor, e neste sentido o mundo seria
digno da sua escolha, não porque o bem consiste na conexão natural, porque através
desta conexão, sem muitos milagres, alcançar-se-iam, de forma mais justa, os fins
perfeitos.
1
É uma palavra de origem latina miraculum, do verbo mirare “maravilhar-se; é um
acontecimento dito extraordinário que, à luz dos sentidos e conhecimentos até então
disponíveis, não possuindo explicação cientifica ainda conhecida, dá-se de forma a sugerir uma
violação das leis naturais que regem os fenômenos ordinários.
2
É aquilo que em principio, é ou ocorre fora da ordem natural; aquilo que é superior a natureza.
5
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
Para responder esta questão se deve ter em conta uma regra que diz: Em toda a
indagação da causa de certos efeitos, deve-se prestar uma grande atenção para
conservar, tanto quanto possível, a unidade da natureza, isto é, múltiplos devem ser
conduzidos para um único fundamento já conhecido, e não se devem aceitar
imediatamente novas qualquer diferença aparentemente maior.3
Com isso presume-se que na natureza tem uma grande unidade, tendo em vista a
suficiência de um único fundamento de vários gêneros de efeitos, pois os efeitos não se
deduzem da única força da gravidade.
Como a natureza é rica, devido às quais toda a filosofia que reflete sobre o seu
modo de formação se vê constrangida a abandonar este caminho
A sua intenção aqui é apenas mostrar, que se deve atribui às coisas da natureza,
mais do que habitualmente se faz, uma maior possibilidade de produzir as suas
conseqüências de acordo com leis gerais.
3
Para Descartes existem quatro leis para bem conduzir a razão: a primeira aconselha a não
aceitar algo como verdadeiro sem saber com evidencia o que realmente o ente seja; segunda
devemos dividir o composto em simples e examinar cada parte para melhor resolver; terceira
devemos conduzir o nosso pensamento começando do simples ao compostos até haver ordem e
o quarta devemos fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que nos
assegure de nada omitir.
6
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
Quinta consideração
1.º Este conhecimento pode se obtiver por meio da percepção daquilo que interrompe a
ordem da natureza e indica imediatamente aquele poder ao qual a natureza se encontra
submetida, e esta convicção é provocada por um milagre;
2.º A ordem contingente da natureza que se vê com clareza que era possível de
inúmeros modos diferentes, nos quais, não obstante, se evidenciaria a grande arte, poder
e bondade, conduzir ao criador divino:
4
É antes a efectividade (Wirklichkeit) de uma coisa, que jaz fora do conceito, conceito através
do qual a podemos reconhecer somente em sua quididade, mas nunca em sua existência.
5
Sócrates – o Homem é a sua alma, e alma é a razão, é actividade pensante e eticamente
operante.
7
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
2.º A ordem artificial7 deve ser demonstrada de acordo com todas as relações conformes
com um fim nela se encontram, para, a partir daí se concluir uma vontade sabia e boa,
mas para depois, imediatamente, através da consideração que a isso é acrescentada, da
grandeza da obra, ser ligado, a isso o conceito do poder incomensurável do criador.
1.º A convicção é acima tudo sensível, muito viva, agradável, fácil e captável pelo
entendimento comum:
2.º É mais natural do que qualquer outra, na medida em que, sem dúvida, todos
começam em primeiro lugar por ele;
1.º Este método considera toda a perfeição, harmonia e beleza da natureza como
contingente, e como uma ordenação por meio da sabedoria, apesar de muitas daquelas
coisas decorrerem, com unidade necessária, das leis mais essenciais da natureza: o que é
mais prejudicial a intenção da teologia física consiste no facto de ela ver esta
contingência da perfeição da natureza como altamente necessária para comprovar a
existência de um sábio criador.
A guisa de exemplo de acordo com este método: foram inclinados a arrancar aos
produtos do reino vegetal e animal, ricos em inumeráveis propósitos finais, não apenas
o poder do acaso, mas também a necessidade mecânica de acordo com leis universais da
natureza maternal.
6
É uma eventualidade, um acaso, um acontecimento que tem como fundamento a incerteza de
que pode ou nao acontecer; algo possivel, mas incerto, que pode ocorrer mas nao
necessariamente.
7
É aquela inventada, criada e reconstruida pelo homem.
8
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
A guisa de exemplo de acordo com este método: os rios são suportados por
Deus, cada monte isolado e cada corrente isolada é intenção particular de Deus, que não
poderia ser alcançada por meio de leis universais.
3.º Este método pode apenas servir para demonstrar a existência de um criador das
ligações e das reuniões artificiais do mundo, mas não da própria matéria e da origem
dos elementos constituintes do Universo. E este erro deve a todos os que utilizam este
método, deixam o perigo de cometer o erro – ateísmo: de acordo com o qual Deus, em
sentido próprio, deve ser visto como um mestre-de-obras e não como um criador do
mundo, que, na realidade, ordenou e configurou a matéria, mas não a produziu nem a
criou.
Sexta consideração
1.º A própria causa, mesmo das disposições mais vantajosas em tais leis universais, que,
com uma unidade necessária, para lá de outras conseqüências convenientes, estão
também em relação com a produção destes efeitos.
2.º O que há de necessário nesta ligação de aptidões diversas num fundamento, a partir
daí, conclui a dependência em relação a Deus é diferente daquele que tem,
propriamente, em mira a unidade artificial e escolhida, como também pode distinguir o
resultado segundo leis permanentes e necessárias, do caso contingente.
3.º Quer na natureza orgânica como na natureza organizada presume-se, uma unidade
necessária muito maior do que aquela que salta aos olhos. Esta atenção tanto é muito
adequada a filosofia, como também é proveitosa para a dedução físico-teológica.
9
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
um fundamento, um ser sábio, mas que não é fundamento por meio da sua sabedoria,
mas sim graças aquilo que ele se tem de harmonizar com ele.
5.º Conclua-se, que a partir das ligações contingentes do mundo, a existência do criador
do mundo como o Universo está composto, mas da unidade necessária conclua-se
precisamente o mesmo ser, como um criador até da matéria e do elemento fundamental
de todas as coisas da natureza.
6.º Alarga-se este método por meio de regras universais que possam tornar
compreensíveis os fundamentos da harmonia daquilo que é necessário de um ponto de
vista mecânico ou também geométrico.
Sétima consideração
Cosmogonia
De forma sintética o que se deve éter aqui é que os corpos (celestes) do mundo
se movem, primeiro são massas esféricas, sem preparação artificial secreta e estes
corpos são atraídos por uma forca primitiva própria da matéria, que, nem, por
conseguinte, tem de ser explicada - As primeiras causas naturais. Mas as leis mecânicas
totalmente compreensíveis é que se atreve a explicar a origem da totalidade de um
sistema do mundo.
10
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
mas também as marchas da origem nas leis gerais, cujas conseqüências se estendem
muito além de tal caso particular, e, por conseguinte em cada um dos efeitos singulares
mostram-se vestígios de uma mistura de leis que estão simplesmente dirigidas a este
único produto.
E as partículas das quais o sol é constituído caíram sobre ele com todos aqueles
movimentos oblíquos, e o Sol, constituído por esta matéria, adquiriu necessariamente
uma rotação na mesma direção. Cada particular gira livremente em círculos
concêntricos. E a sua velocidade é um resultado da queda, e o movimento tangencial.
Oitava consideração
1) Da Omni-sufienciência de Deus8
O conceito de divina é uma expressão muito mais exacta para indicar a máxima
perfeição deste ser, do que a de infinito, de que nos servimos habitualmente.
Terceira parte
8
Consiste no ponto de vista da forma lógica do juízo, em uma operação distinta de afirmar que
Deus existe.
11
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
É convicto que existe um Deus que pelo grau de certeza matemática pode ser
obtida por um único caminho, e que dá a esta consideração a vantagem de todos os
esforços filosóficos se terem de unificar num único argumento, para, em vez de rejeitá-
Lo, corrigir os erros que se possam ter introduzido na sua execução, mal se esteja
convencido de que não é possível nenhuma escolha entre provas semelhantes.
Tem de se provar não a existência de uma primeira causa muito grande e muito
perfeita, mas sim do ser supremo, não a existência de um ou vários seres, mas sim de
um único, e isto não através de meros fundamentos de probabilidade, mas sim com
evidencia matemática.
A conclusão que se pode tirar desta possibilidade das coisas como conseqüência,
da existência de Deus como fundamento é que esta possibilidade condicionada dá
simplesmente a entender que qualquer coisa apenas poderia existir em certas ligações, e
a existência da causa seria provada apenas na medida em que a conseqüência existe,
9
É a partir da certeza da existência de Deus que as ideias matemáticas são validas, tornando
possível o conhecimento cientifico do mundo exterior; prova cosmológica - que a substancia
pensante depende de uma causa superior que é perfeito e que também é a causa de todas as
coisas e que existe por si mesmo (DEUS); prova ontológica – em que Descartes defende a
existência inata de ideias de natureza imutáveis e eternas, exemplificadas pela idéia de triangulo
de perfeição;
12
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
mas, diga-se de passagem, que aqui não deve ser concluída a partir da existência da
conseqüência, mas a partir de possibilidade interna. Pois é apenas acerca da
possibilidade interna que deve ser conhecido que ela pressupõe qualquer existência e
não acerca dos predicados particulares pelos quais um possível se distingue do outro; a
diferença os predicados encontram-se no mero possível e nunca indica algo de existente.
Contudo, seria da possibilidade interna de todo pensável que se teria de deduzir uma
existência divina.
A partir dos conceitos empíricos quer se chegar que existe uma causa primeira e
independente, de acordo com as regras do raciocínio causais, e a partir desta causa,
através da analise lógica do conceito, as suas propriedades, que indicam uma divindade.
Para o autor a proposição: se alguma coisa existe, existe também alguma coisa que não
depende de outra coisa se deduz segundo as regras, que a existência de uma ou mais
coisas que não são efeitos de nenhuma outra, está perfeitamente demonstrada. Para a
proposição que diz que esta coisa independe é simplesmente necessária, é muito menos
seguro, pois deve ser conduzido por meio do principio da razão suficiente, que será
sempre discutível. Por conseguinte, o ser absolutamente necessário (as suas
propriedades da suprema perfeição e unidade) pode ser tomado de dois modos:
1.º Modo: chamado por necessidade lógica teria de ser mostrado que o contrario daquela
coisa na qual se teria de encontrar toda a perfeição ou realidade se encontraria a si
mesmo, e que unicamente e somente têm existência necessária aquele ser cujos
predicados são todos afirmados com veracidade. O que se deve concluir que ele é o
único,é claro que a analise do conceito do necessário repousará em fundamentos: aquilo
em que está toda a realidade, existe necessariamente. Deste modo, a prova alguma é
construída a partir do conceito empírico, que é totalmente pressuposto sem ser
necessário, mas, tal como a cartesiana, unicamente a partir de conceitos, nos quais se
pensa encontrar a existência de um ser na identidade ou na oposição dos predicados.
2.º Modo: Esta prova, não somente é possível, mas também, de todos os modos, digna
de ser trazida a perfeição que lhe pertence por meio de esforços conjuntos. As coisas do
mundo, que se abrem aos nossos sentidos, mostram tanto notas claras da sua
contingência, como também, através da grandeza, ordenação e disposição finalizada,
que se descobrem por toda a parte, comprovações de um criador racional de grande
sabedoria, poder e bondade. A grande unidade num todo tão extenso permite perceber
que existe apenas um único criador de todas estas coisas e, embora em todas estas
conclusões não se divise nenhum rigor geométrico, elas contêm, indiscutivelmente tanto
impacto que não deixam a esse respeito em duvida, nenhum instante qualquer ser
racional, que siga as regras do são entendimento natural.
13
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
interna de todas as coisas é vista como qualquer coisa que pressupõe certa existência. E
quando daquilo que nos ensina a experiência de coisas existentes a prova só poderá ser
conduzida através das propriedades percepcionada nas coisas do mundo e da
organização contingente da totalidade do mundo, tanto no que se refere a existência
como a natureza da causa suprema. A primeira prova o autor chama de ontológica e a
segunda prova de cosmológica.
A prova cosmológica – caracteriza-se por ser uma prova antiga quanto à razão
humana, é tão natural, tão aceitável e alargada tanto a sua reflexão com o
prosseguimento dos nossos conhecimentos, que tem de durar tanto tempo quanto existir
qualquer razão criada, que deseje tomar parte na nobre consideração de conhecer Deus a
partir das suas obras. Este modo de provar, apenas, poderá concluir a existência de
qualquer grande e incompreensível criador daquele todo que oferece aos nossos
sentidos, mas não a existência do mais perfeito entre todos os seres possíveis. A
existência de apenas um único criador é provável, mas falta convicção da minuciosidade
que desafia a duvida mais insolente. A existência desta causa nos é dado pelos efeitos.
Neste caso o que reconhecemos é perfeição, grandeza e ordenação no mundo que
demonstram a existência do criador. O que é evidente é que percepcionamos unidade e
ligação geral na natureza que com grande fundamento considera que há apenas um
único criador disso.
14
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
Conclusão
Para Kant não podemos demonstrar de forma objectiva a proposição: existe um
ser ordinário inteligente, só o podemos de forma subjectivo; e isto corresponde a prova
cosmológica – que tal como foi referenciada é caracterizada por ser uma prova antiga
quanto à razão humana, é tão natural, tão aceitável e alargada tanto a sua reflexão com o
prosseguimento dos nossos conhecimentos, que tem de durar tanto tempo quanto existir
qualquer razão criada, que deseje tomar parte na nobre consideração de conhecer Deus a
partir das suas obras. Este modo de provar, apenas, poderá concluir a existência de
qualquer grande e incompreensível criador daquele todo que oferece aos nossos
sentidos, mas não a existência do mais perfeito entre todos os seres possíveis. A
existência de apenas um único criador é provável, mas falta convicção da minuciosidade
que desafia a duvida mais insolente. A existência desta causa nos é dado pelos efeitos.
Neste caso o que reconhecemos é perfeição, grandeza e ordenação no mundo que
demonstram a existência do criador. O que é evidente é que percepcionamos unidade e
ligação geral na natureza que com grande fundamento considera que há apenas um
único criador disso.
15
Mendigo de ideias: António Issenguel
Programa Issenfático de Resumo de Obras Filosóficas (PIROF).
Bibliografia
DESCARTES, René. Discurso do Método; Meditações. 2 ed. São Paulo: Martin Clart,
2012.
HTTPS://pt.m.wikipedia.org/wiki/milagre
HTTPS://pt.m.wikipedia.org/wiki/sobrenatural
Immanuel Kant. Critica da Razão pura. 5 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
2001
16
Mendigo de ideias: António Issenguel