Fortaleza
2013
EDUARDO DE CARVALHO ALMEIDA
Fortaleza
2013
Folha de Aprovação
Dedico este trabalho a toda minha família,
tendo especial atenção aos meus pais Norma
Suely de Carvalho Almeida e José Antônio
Oliveira de Almeida e a minha namorada
Francisca Adriana dos Santos Silva, que esteve
ao meu lado me incentivando durante toda
essa jornada.
RESUMO
The personal computer, at the time of its invention, was a fairly simple machine and
legal concerns related to its use were only intellectual property issues. Since then,
computer technological evolution has made possible many previously unknown
relations, the main one being the Internet. When it became accessible to the masses,
they were able to conduct transactions through electronic commerce. E-commerce has
become something very common in people's lives and its intensified use generates very
high numbers. However, the massification of these relations also generated new
conflicts. The Costumer Protection Code applies in the e-commerce, being very helpful
in regulating this transaction type but even with this regulation fraud in e-commerce are
still quite high, and Brazil occupying seventh position in the world’s fraud rank. Identified
as one alternative trying to reduce fraud in these relations and to increase consumer’s
confidence, the Costumer Protection Code draft updates the Code and brings, through
a specific section, a detailed regulation for e-commerce relations.
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................07
2. O NEGÓCIO JURÍDICO..........................................................................................14
5. CONCLUSÃO .........................................................................................................51
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................53
1. INTRODUÇÃO
O computador na década de 80, nada mais era do que mais uma máquina, não
sendo tratado de forma diferente, por exemplo, de qualquer eletrodoméstico que uma
pessoa comum pudesse ter em sua casa, e da mesma forma era tratado pelo direito,
de tal sorte que, a grandes discussões jurídicas nesse tempo eram relacionadas
precipuamente a questões de propriedade intelectual relacionada a hardware e
software.
Este trabalho se prontifica a discutir sobre esse tema, pois, é um tema de grande
relevância na atual sociedade visto que somos considerados a sociedade da
informação, e a velocidade com que as informações circulam hoje permitem que com
apenas um celular, um indivíduo consiga por meio deste, acessar a internet e realizar
uma compra, de tal sorte que é grande o numero desses tipos transações, e para que
essas relações possam se tornar ainda mais frutíferas para as pessoas e os
comerciantes, é preciso sempre tentar criar um ambiente favorável, e para conseguir
realizar a criação desse ambiente, é preciso criar uma realidade de segurança jurídica
para as referidas relações.
Este estudo também é de grande importância visto que com um ambiente mais
favorável ao e-commerce é possível que ainda mais essa prática se difunda trazendo
assim para a realidade do Brasil ainda mais lucro para empresas e melhores ofertas e
concorrência para o consumidor, estimulando cada vez uma melhor qualidade de
serviço na hora da entrega dos produtos e preços cada vez mais competitivos.
Tal discussão se queda fundamental neste trabalho, pois elucida ao leitor para
que este esteja preparado para adentrar na discussão da eficácia do Código de Defesa
do Consumidor nas compras online, pois, este passa a entender o instituto da compra e
venda, e tem maior domínio do mesmo.
Por fim apresentamos o ultimo capítulo deste projeto científico, capítulo este que
se propõe a avaliar se o Código de Defesa do Consumidor é capaz de por si só regular
de maneira eficaz as relações de consumo realizadas por meio eletrônico, ou se seria
necessário alguma atualização para que esse pudesse se tornar mais eficaz frente a
essa nova realidade.
1
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil. 14. ed.Saraiva, 2012. p. 452.
expressão, uma manifestação de vontade com finalidade especifica pratica, a produzir
um efeito juridicamente tutelado.
2
GONÇALVES, Carlos Roberto, 1938-Direito civil : parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. – 18.
ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 1).
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
3
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Como podemos ver por força de própria disposição legal expressa é descabido
pensar ainda em discutir quais são os elementos essenciais para a existência e
validade do negócio jurídico, visto que a própria legislação civil determina
expressamente quais são estes elementos, então não há mais o que se discutir sobre
qual são os elementos essenciais para a existência do negócio jurídico, ainda sobre o
assunto leciona ilustríssimo autor Silvio de Venosa que da seguinte forma afirma:
3
BRASIL. Lei nº 10.406, 10 de janeiro de 2002. Código Civil, Define quais os elementos essenciais para
existência e validade do negócio jurídico. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acessado em: 29.jan.2014.
4
VENOSA, Silvio de. Direito Civil. 4.ed. São Paulo: Atlas S. A. 2004. p. 412.
interpretação, é uma forma prescrita ou não proibida por lei. Também sobre o assunto
se pronuncia ilustríssimo autor Cesar Fiuza, que da seguinte forma afirma:
Vemos agora novamente, só que desta vez diante da lição do ilustríssimo autor,
que o negócio jurídico é uma emissão de vontade, vontade está que é feita de forma de
produzir efeito jurídico, e que ao ser combinado com o regramento jurídico cria,
modifica ou extingue relações ou situações jurídicas, efeitos estes que estão mais
atrelados mais a própria vontade dos sujeitos do que à lei. Novamente sobre o assunto
se pronuncia o renomado jurista Cesar Fiuza:
Mais uma vez o ilustre jurista ensina que, negócios jurídicos nada mais são do
que uma declaração ou manifestação de vontade, manifestação essa que é imbuída
especificamente com a finalidade de produzir efeitos jurídicos, efeitos esses que são
previamente articulados e desejados pelos sujeitos que manifestaram a vontade, e
efeitos esse que são tutelados pela lei. Sobre o assunto, também se coloca o
ilustríssimo Flávio Tartuce:
5
FIUZA, Cesar. Direito Civil: Curso Completo. 2. ed. Belo Horizonte:Del Rey, 2008. p. 104.
6
Ibidem.
7
Tartuce, Santos. Direito Civil. Lei de Introdução e Parte Geral. 6. ed. São Paulo: Método, p. 328.
Vemos na lição do ilustre autor anteriormente citado mais uma vez um
entendimento no sentido de informar que o negócio jurídico é um fato, nesse caso um
fato jurídico, jurídico porque de alguma forma é tutelado ou afetado por um sistema
jurídico,
O referido fato está imbuído de vontade, e por isso é também um fato volitivo,
fato esse ainda com escopo específico de produzir efeitos, efeitos esses premeditados
pelos sujeitos que praticaram o ato jurídico visando gerar efeitos, efeitos esses que
devem ser lícitos, e esses fatos, que são imbuídos de vontade e que tem repercussões
jurídicas criam, modificam, transferem ou extinguem direitos. Sobre o assunto o celebre
autor da seguinte forma orienta:
Esse instituto pode ser conceituado como sendo toda a ação humana, de
autonomia privada, com a qual os particulares regulam por si os próprios
interesses, havendo uma composição de vontades, cujo conteúdo deve ser
licito. Constitui um ato destinado à produção de efeitos jurídicos desejados
8
pelos envolvidos e tutelados pela norma jurídica.
8
Ibdem.
que é um negócio jurídico, para depois tratar de um tipo de negócio jurídico que é a
compra e venda.
9
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012. p.
51.
O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende, para a sua
formação, da participação de pelo menos duas partes. É, portanto, negócio
jurídico bilateral ou plurilateral. Com efeito, distinguem-se, na teoria dos
negócios jurídicos, os unilaterais, que se aperfeiçoam pela manifestação de
vontade de apenas uma das partes, e os bilaterais, que resultam de uma
composição de interesses. Os últimos, ou seja, os negócios bilaterais, que
decorrem de mútuo consenso, constituem os contratos. Contrato é, portanto,
10
como dito, uma espécie do gênero negócio jurídico.
10
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil : parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. – 18.
ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 5). p. 13.
11
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil : parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. – 18.
ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 5). p. 18.
dentro das possibilidades permitidas pelo direito. Ainda sobre o assunto veremos em
seguida o conceito apresentado pelo ilustríssimo autor Pablo Stolze que da seguinte
maneira orienta:
Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes,
limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam
os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas
12
próprias vontades.
O contrato se forma quando uma parte (ofertante) faz uma oferta de uma
prestação à outra parte (aceitante) e esta aceita, fundindo-se as duas
13
manifestações de vontade em um acordo, que obriga ambas as partes.
12
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012.
p. 44.
13
LÔBO,Paulo.Direito Civil. Contratos. São Paulo. Saraiva, 2011. p. 78.
O contrato deve ser analisado diante de três perspectivas, estas são: existência,
validade e por fim eficácia. Sobre o assunto da mesma forma corrobora Pablo Stolze
que da seguinte forma ensina sobre os três planos em que deve ser analisado:
14
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012.
p. 51.
15
Ibidem.
16
Ibidem.
Passado do conceito do contrato, para melhor compreender a figura deste,
iremos analisar o primeiro plano em que o contrato deve ser analisado e este é o plano
de existência do contrato.
O segundo quesito que deve haver para que exista um contrato é a presença de
sujeitos que tem por objetivo realizar esse contrato. Afinal a expressão da vontade
deve ser exprimida por alguém, e esse alguém que expressa essa vontade é um dos
17
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012.
p. 52.
sujeitos que realizam esse contrato, sem sujeito a exprimir a vontade e se obrigar para
com o contrato não há de se falar em existência do contrato. Senão vejamos:
18
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012.
p. 53.
19
Ibidem.
E o ultimo elemento necessário à existência desse contrato é o meio pelo qual
ele é exprimido, este acordo foi feito de forma oral, escrita, por gesto, tacitamente como
num contrato de transporte coletivo, a vontade precisa de alguma forma ser expressa,
e o meio pelo qual a vontade é expressa é o quarto e ultimo elemento essencial à
existência do contrato. Sobre o assunto veremos:
Por fim vemos agora o quarto e ultimo requisito de existência do contrato, que é
a forma, o contrato passa a existir quando dois ou mais sujeitos, exprimem uma
vontade, e juntos conseguem chegar a um acordo de vontade, a coisa que é acordada
entre as partes é o objeto do contrato, e a forma como eles exprimem essa vontade é o
meio, e o meio é o quarto e último requisito de existência do contrato.
20
Ibidem.
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contrato e Atos Unilaterais. 9. ed. Saraiva.
21
2012. p. 26.
Congregamos do entendimento do ilustre autor sobre a questão da eficácia do
contrato, quando ele diz que, apesar da existência de um contrato este está vinculado a
alguns requisitos específicos para que possa vir a produzir seus efeitos no mundo
jurídico.
22
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contrato e Atos Unilaterais. 9. ed. Saraiva.
2012. p. 26.
23
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil.Contratos: Teoria Geral.14. ed.Saraiva, 2012.
p. 54.
Como vemos o entendimento do autor, para que o contrato seja válido e eficaz é
preciso que esta seja livre, sem vícios, e que o autor que expressa essa vontade seja
um agente capaz e que siga o princípio da boa-fé objetiva.
Em relação ao objeto, este deve ser um objeto idôneo, que seja possível,
permitida por lei, ou não proibida por ela. Sobre o assunto vejamos o que afirma Pablo
Stolzen:
O objeto do contrato, por sua vez, deve ser idôneo, assim considerado aquele
lícito (ou seja, não proibido pelo Direito e pela Moral), possível (jurídica e
fisicamente) e determinado ou determinável (com os elementos mínimos de
24
individualização que lhe permitam caracterizá-lo).
Licitude de seu objeto — Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral
ou os bons costumes. Objeto imediato do negócio é sempre uma conduta
humana e se denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. Objeto mediato são
25
os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional.
24
Ibdem.
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contrato e Atos Unilaterais. 9. ed. Saraiva.
25
2012. p. 30.
não pode atentar contra lei, e ainda estende esse entendimento ao dizer que também
não pode atentar contra a moral e os bons costumes.
Ele orienta ainda que o objeto é sempre uma conduta humana, e essa conduta
humana é a prestação que ficou a partir do acordo de vontades determinada para os
sujeitos, e essa determinação é sempre uma obrigação de dar, fazer ou de não fazer.
Sobre a questão da possibilidade jurídica do podido vejamos:
26
Ibdem.
27
Ibdem.
para o momento da execução da obrigação. Falando sobre a questão da forma de
exteriorização da vontade, vejamos:
Enquanto é possível o ato jurídico praticado por uma pessoa apenas, nos
contratos para que estes possam a vir a ter eficácia no mundo jurídico é preciso que
exista uma concordância de vontades, que existe consentimento reciproco.
28
Ibdem.
codificada ou senha. A segurança de tais contratos vem sendo desenvolvida
por processos de codificação secreta, chamados de criptologia ou encriptação.
29
Contrato eletrônico é aquele que é formado por sujeitos, sujeitos estes que com
programas, normalmente os chamados navegadores, conseguem acessar a internet e
fazer contratos. Nesses contratos em específico as condições de existência deles é um
pouco diferente, sendo dispensada a assinatura, ou assinatura codificada como nos
certificados digitais.
Esta é uma área em constante evolução, pois toda a área da informática evolui
com muita velocidade, e junto a ela, surgem todos os dias um novo leque de
possibilidades. Nesse tipo de contrato, a segurança é mantida pelo meio da criptografia
dos sites, para que terceiros estranhos mal intencionados não tenham acesso a
nenhuma informação pessoal das partes.
29
GLANZ, Semy. Internet e contrato eletrônico. Revista dos Tribunais. São Paulo. V. 757, p.70-75, nov.
1998.
30
GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Contrato e Atos Unilaterais. 9. ed. Saraiva.
2012. p.87.
no Código de Defesa do Consumidor no que couber, criando essa situação de
segurança tentar criar um ambiente seguro e propenso ao crescimento do comércio
eletrônico.
Este modo de contrato já está tão incutido na vida cotidiana das pessoas, e é
formado numa velocidade de comunicação instantânea que para o ordenamento ele é
inclusive tratado como um contrato feito entre presentes, por causa da velocidade da
comunicação das partes. Sobre o assunto vejamos.
ANDRADE, Ronaldo Alves de. Contrato Eletrônico no Novo Código Civil e no Código do
31
32
NUNES, Rizzato. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor.6. ed.Saraiva. 2011. p. 125.
relacione com outras normas dentro do sistema, porém, não depende deles para sua
existência e eficácia. Sobre o assunto vejamos.
33
NUNES, Rizzato. Curso de Direito do Consumidor. 7. ed. Saraiva. 2012. p. 113.
34
Ibden.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
35
consumo, atendidos os seguintes princípios:
Este mesmo artigo traz em seus incisos algumas determinações que são
basilares em todo o sistema de defesa do consumidor, e estes são:
35
BRASIL, Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor, Cria o Código de
Defesa do Consumidor. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm> Acessado
em: 13.feb.2014.
36
Ibden.
importantes que ficou determinado no código de defesa do consumidor é a inversão do
ônus da prova, sobre o assunto vejamos.
Vale ressaltar que como foi dito no início do capítulo o Código de Defesa do
Consumidor é aplicado em qualquer situação que exista relação de consumo, de tal
feito que as transações ocorridas por meio da internet não ficam excluídas da proteção
deste ordenamento, sendo aplicadas todas suas regras, mas dentre elas existem
algumas que tem valor especial para essas relações de consumo em específico, sobre
o assunto vejamos.
37
Ibden.
DEPÓSITO EFETUADO. PRODUTO NÃO ENTREGUE. CULPA SOLIDÁRIA
DE TERCEIRO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA. DANO MATERIAL
CARACTERIZADO. RECURSO IMPROVIDO. 1.
(Relator ROBSON BARBOSA DE AZEVEDO, SEGUNDA TURMA RECURSAL
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, julgado em
38
17/06/2008, DJ 03/12/2008 p. 92)
Como podemos ver ao analisar o caso posto na referida ementa da decisão
proferida pelas turmas recursais do distrito federal, ao condenar a culpa solidária do
site, a turma confirmou primeiramente que o site tem responsabilidade solidária junto
com o fornecedor em relação a compra feita pelo consumidor, segundo, congregou
obviamente do entendimento da aplicabilidade das normas contida no Código de
Defesa do Consumidor nas relações de compra e venda de realizadas por meio
eletrônico.
Está regra é aplicada nas compras feitas pela internet, e ganha especial
importância nesse tipo de relação, afinal nem sempre nesse tipo de relação as
informações prestadas pelos fornecedores refletem a realidade do produto ou serviço,
38
Relator ROBSON BARBOSA DE AZEVEDO, SEGUNDA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, julgado em 17/06/2008, DJ 03/12/2008 p. 92.
39
BRASIL, Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor, Cria o Código de
Defesa do Consumidor. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm> Acessado
em: 13.feb.2014.
gerando de tal forma uma maior possibilidade de insatisfação, e dessa forma é possível
que exista o desejo de desistir da compra ou contratação do serviço.
40
Ibden.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável
41
ao consumidor.
41
Ibden.
5. A EFICÁCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS
ON-LINE E O SEU ANTEPROJETO.
É preciso ressaltar que o cenário já foi bem pior, e que exatamente por isso o
numero de transações tendo como o meio a internet já foram bem menores, mas essa
é uma realidade que vem mudando paulatinamente, seja pelo advento das novas
tecnologias e protocolos de segurança, ou seja, pela segurança criada pelo
ordenamento. Contudo ainda é inaceitável imaginar que o Brasil seja o sétimo pais do
mundo menos seguro para se transacionar pela internet.
Para se ter uma ideia do apuro, no ano de 2004 as fraudes virtuais fizeram com
que comerciantes perdessem a “bagatela” de US$ 2,6 bilhões. O montante
representa 1,8% do total das vendas e, além de pagamentos fraudulentos, está
relacionado ao medo que os internautas têm de realizar transações on-line. Em
2000, as perdas foram de US$ 1,5 bilhão, em 2001 chegaram a US$ 1,7 bilhão
42
Fraudes no comércioeletrônico. Disponível em:
<http://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/fraudes-no-comercio-eletronico/>. Acessado em:
14.feb.2014.
e, em 2002, US$ 2,1 bilhões. Em 2003, houve uma melhora no cenário, e as
43
perdas caíram para US$ 1,9 bilhão.
Ao contrário do que se possa imaginar por causa do nome anteprojeto, este não
tem intenção alguma de retroagir no tempo em relação às regras aplicadas as relações
de consumo, muito pelo contrário, grande parte dos novos artigos inseridos no código
tem por maior objetivo adaptar as regras de proteção de consumo a nova realidade
apresentada nas relações de consumo por meio eletrônico.
43
COELHO et al.- FControl®: sistema inteligente inovador para detecção de fraudes em operações de
comércio eletrônico. Gestão & Produção, v.13, n.1, p.129-139, jan.-abr. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/gp/v13n1/29582.pdf>. Acesso em: 01.feb.2014.
Dessa forma, entendemos que diante dos números de conflitos existentes nas
transações feitas por meio eletrônico estas relação ainda não estão no patamar ideal
para seu melhor aproveitamento, é verdade que o Código de Defesa do Consumidor é
aplicado às relações eletrônicas, mas este, por falta de regulação específica para este
tipo de relação deixa de proteger de forma mais eficiente estes consumidores.
44
BRASILIA. Assembleia Legislativa. Projeto de Lei Federal sem Numero. 2012. Atualiza o Código de
Defesa do Consumidor. Disponível em: <
http://www.senado.gov.br/senado/codconsumidor/pdf/Anteprojetos_finais_14_mar.pdf>. Acessado em:
24.fev.2014.
Diante da agressividade de como se tem feito a propaganda dos produtos nos
dias de hoje, o legislador entendeu que é preciso proteção especial e determinações
especificas devido a agressividade com a qual é difundida as propagandas nos meios
eletrônicos, tendo inclusive o repasse indevido das informações pessoais de contato
dos consumidores.
45
Ibden.
46
Ibden.
relações de comércio eletrônico e muito já ajudam nessas relações a balancear estes
polos desiguais.
47
Ibden.
tornaram umas das mais comuns, e mais lucrativas, porém ainda precisam para
crescer ainda mais de uma normatização que crie segurança jurídica.
Tenta-se ainda promover uma proteção efetiva contra a propaganda que é feita
de forma agressiva, propaganda esta que é muitas vezes feitas por meio de spams, e
ainda regula a forma como se da o direito de arrependimento.
Vamos agora nos aprofundar um pouco mais na seção VII, uma seção que
pretende ser inserida no Código de Defesa do Consumidor e tem por objetivo
especificamente regular os direitos dos consumidores que transacionam por meio
eletrônico, e tenta por meio dessa regulação tornar essas ralações mais seguras.
Sobre a cessão vejamos.
Seção VII
Do Comércio Eletrônico
Art. 45-A. Esta seção dispõe sobre normas gerais de proteção do consumidor
no comércio eletrônico, visando a fortalecer a sua confiança e assegurar tutela
efetiva, com a diminuição da assimetria de informações, a preservação da
48
Ibden.
segurança nas transações, a proteção da autodeterminação e da privacidade
49
dos dados pessoais.
Como podemos ver pelo título da seção e pelo artigo 45-A, esta seção tende
especificamente a regular de maneira geral o comércio eletrônico no que diz respeito
às relações de consumo, tentando proteger o consumidor que opte por realizar
transações por esse meio, visando assim, fortalecer a confiança do consumidor para
esse tipo de relação, garantindo uma tutela efetiva caso venha a existir algum
problema, tenta diminuir a assimetria de informações entre o fornecedor e o
consumidor, tentando ainda preservar as informações do consumidor.
Art. 45-B. Sem prejuízo do disposto nos arts. 31 e 33, o fornecedor de produtos
e serviços que utilizar meio eletrônico ou similar deve disponibilizar em local de
destaque e de fácil visualização:
I - seu nome empresarial e número de sua inscrição no cadastro geral do
Ministério da Fazenda;
II - seu endereço geográfico e eletrônico, bem como as demais informações
necessárias para sua localização, contato e recebimento de comunicações e
50
notificações judiciais ou extrajudiciais.
49
Ibden.
50
Ibden.
Art. 45-C. É obrigação do fornecedor que utilizar o meio eletrônico ou similar:
I - manter disponível serviço adequado, facilitado e eficaz de atendimento, tal
como o meio eletrônico ou telefônico, que possibilite ao consumidor enviar e
receber comunicações, inclusive notificações, reclamações e demais
informações necessárias à efetiva proteção dos seus direitos;
IV - dispor de meios de segurança adequados e eficazes;
Quando é dito que é obrigação do fornecedor que utiliza meio eletrônico dispor
de meios de segurança adequados e eficazes, é uma das determinações mais
importantes de todo o anteprojeto, afinal, é preciso segurança nesse tipo de relação e
confiança da parte do consumidor para que este acredite que pode realizar quantas
transações online quiser sem correr risco de ser vítima de fraude.
Art. 45-D. Na contratação por meio eletrônico ou similar, o fornecedor deve
enviar ao consumidor:
I - confirmação imediata do recebimento da aceitação da oferta, inclusive em
meio eletrônico;
II - via do contrato em suporte duradouro, assim entendido qualquer
instrumento, inclusive eletrônico, que ofereça as garantias de fidedignidade,
inteligibilidade e conservação dos dados contratuais, permitindo ainda a
facilidade de sua reprodução.
Para uma maior segurança das relações de comercio eletrônico, fica por esse
artigo determinado, que deve ser confirmado pelo fornecedor o recebimento da
aceitação da oferta do consumidor, para que este por engano não acabe comprando
duas vezes, por uma questão de falha no sistema e falta de informação.
Fica ainda obrigado o fornecedor a enviar uma via do contrato ao consumidor de
tal forma que fique claro e de fácil entendimento quais obrigações foram atribuídas pela
força do negócio jurídico de compra e venda realizado por meio eletrônico. O objetivo é
facilitar a percepção e garantias da segurança de um contrato.
Art. 45-E.[...].
§ 2º O fornecedor deve informar ao destinatário,
em cada mensagem enviada:
I - o meio adequado, simplificado, seguro e
eficaz que lhe permita, a qualquer momento,
recusar, sem ônus, o envio de novas mensagens
eletrônicas não solicitadas; e
II - o modo como obteve os dados do
consumidor.
Inicialmente concluímos que diante das novas possibilidades criadas por novas
tecnologias, o comércio eletrônico se tornou uma prática bem comum e natural a
grande parte da população, que atualmente já é adepta desta prática.
Para esta parte da população que já é adepta do comércio eletrônico, estes são
protegidos tanto pelo ordenamento comum civil, como também são especialmente
amparadas pelas normas de direito de consumo, que são plenamente aplicáveis as
relações de consumo por meio eletrônico.
As referidas fraudes minam a confiança das pessoas que poderiam vir a realizar
relações de compra e venda por meio eletrônico, pois estas passam a acreditar que
realizar esse tipo de transação é muito arriscado.
BRASIL. Lei nº 10.406, 10 de janeiro de 2002. Código Civil, Define quais os elementos
essenciais para existência e validade do negócio jurídico . Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acessado em: 29.jan.2014.
BRASILIA. Assembleia Legislativa. Projeto de Lei Federal sem Numero. 2012. Atualiza
o Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: <
http://www.senado.gov.br/senado/codconsumidor/pdf/Anteprojetos_finais_14_mar.pdf>.
Acessado em: 24.fev.2014.
FIUZA, Cesar. Direito Civil: Curso Completo. 2. ed. Belo Horizonte:Del Rey, 2008. p.
104.
GAGLIANO, Pablo Stolze.Novo Curso De Direito Civil. 14. ed.Saraiva, 2012. p. 452.
GLANZ, Semy. Internet e contrato eletrônico. Revista dos Tribunais. São Paulo. V. 757,
p.70-75, nov. 1998.
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil : parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. –
18. ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 5). p. 13.
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil : parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. –
18. ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 5). p. 18.
Tartuce, Santos. Direito Civil. Lei de Introdução e Parte Geral. 6. ed. São Paulo:
Método, p. 328.
VENOSA, Silvio de. Direito Civil. 4.ed. São Paulo: Atlas S. A. 2004. p. 412.